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1. Introdução
O termo Patrimônio Cultural pode ser entendido como o conjunto de bens de
interesse para a memória do Brasil e de suas correntes culturais formadoras,
abrangendo os patrimônios: arquitetônico, artístico, bibliográfico,
científico, histórico, museológico, paisagístico, entre outros. Dentro deste
contexto, engloba as representações, as expressões, os conhecimentos, as
técnicas e também os instrumentos, os objetos, os artefatos e os lugares que a
eles estão associados; as comunidades, os grupos e, em alguns casos,
indivíduos que se reconhecem como parte integrante de seu patrimônio cultural,
e está associado a construção e a acumulação de bens e à sua permanência, no
tempo e no espaço, portanto, à História e à sua continuidade e trajetória. São
os testemunhos da história e da cultura, produzidos pelos grupos sociais, que
permitem conhecer o modo de vida de pessoas que viveram em outras épocas e
lugares, em situações diferentes das nossas. Tudo isto nos conscientiza de que
fazemos parte de um todo maior, que continua nos dias de hoje e se estenderá
para o futuro (1).
Se a ocorrência de problemas patológicos é grande nos edifícios atuais, é bem
maior nos antigos, como no caso do Cine Teatro Central (vide figuras 1 e 2),
que constitui uma das principais atrações turísticas da cidade de Juiz de Fora
(Minas Gerais – Brasil). A caracterização da sua estrutura é o principal
objetivo, sendo também importante o conhecimento da sua história, projeto e
intervenções, a partir de dados coletados e depoimentos de pessoas envolvidas,
direta ou indiretamente, em concepção e realização (2).
Fig. 2
Foto autores
Fig. 3
Foto autores
Fig. 4
Foto autores
Fig. 6
Foto autores
Fig. 7
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Fig. 8
Foto autores
Fig. 9
Foto autores
Fig. 13
Foto autores
Fig. 14
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Fig. 15
Foto autores
Fig. 16
Foto autores
Fig. 17
Foto autores
Quadro 2 – Exemplo de análise dos fatores que podem ser alterados para a
execução de argamassa
Argamassa Argamassa
Garantia da qualidade e da
Efeito Aumento da durabilidade Aumento da durabilidade durabilidade
5. Conclusão
A manutenção de edifícios possui um significado abrangente tanto econômico,
social, acadêmico, cultural e técnico quanto jurídico. Nos países
desenvolvidos, o valor em cada ano pode atingir 2% do valor total dos prédios,
no Brasil, este valor poderá ser maior devido ao baixo controle de qualidade.
Segundo a normalização brasileira entende-se por manutenção de edifícios “o
conjunto de atividades a serem realizados para conservar ou recuperar a
capacidade funcional da edificação e de suas partes constituintes, de atender
as necessidades e segurança dos seus usuários. Dentre as necessidades dos
usuários enquadram-se as exigências de segurança, saúde, conforto, adequação
ao uso e economia cujo, atendimento é condição para realização das atividades
previstas no projeto” (4).
O diagnóstico das patologias de um edifício como um todo ou em suas partes
significa identificar as manifestações e sintomas das falhas, determinar as
origens e mecanismos de formação, estabelecer procedimentos e recomendações
para a prevenção. A partir do diagnóstico é possível planejar as atividades de
recuperação, restauração, dentre outras. Estes dados apóiam os serviços de
manutenção, que busca maximizar o desempenho quanto à segurança e
habitabilidade dos edifícios e minimizar os custos dos serviços e as
intervenções a serem efetuadas no mesmo.
As patologias do Cine Teatro Central indicam os problemas que vêem surgindo
através dos tempos, por isso, o objetivo é preservar as referências culturais
relevantes, remontar as características tradicionais e intrínsecas à sua
condição. No entanto, um projeto de preservação desse tipo não é simples de
ser implantado, mas, uma vez que se começa, fica muito mais fácil de
continuar.
Espera-se, através deste enfoque, obter resultados que possam contribuir para
se estimar, com maior consistência, os efeitos produzidos pela má conservação
dos patrimônios antigos e seus acervos, bem como das consequências dos maus
tratos com relação à conservação dos mesmos, proporcionando, no futuro,
restaurações, recuperações e revitalizações mais precisas.
A simples ação de preservação e conscientização pode fazer crescer a sociedade
no futuro, pois o presente e o passado são coisas importantes para o
crescimento. Portanto, é preciso criar uma consciência ativa para preservar os
patrimônios culturais, ou as gerações futuras conhecerão o passado apenas
através dos álbuns de fotografias. Se não for levada a sério a preservação,
breve só restará o arrasamento de marcos, a destruição de patrimônios
arquitetônicos e muito arrependimento.
notas
1
BARBOSA, Maria Teresa; FINOTTI, Marzio H.; SOUZA, Vicente C. “Patologias de
Edifícios Históricos Tombados de Propriedade da Administração Pública”,
In: Congresso Internacional sobre Patologia e Reabilitação de Estruturas. Aveiro,
Portugal, 2008.
2
Universidade Federal de Juiz de Fora - UFJF (2007). Cine Teatro Central. Disponível
em: <http://www.ufjf.edu.br >.
3
BARBOSA, Maria Teresa; SANTOS, W. “Controle de Projeto como Instrumento de
Prevenção de Patologias nos Postos de Saúde localizados na cidade de Juiz de Fora”,
In: X Congreso Latinoamericano de Patología y XII Congreso de Calidad en la
Construcción. CONPAT 2009. Anais. Valparaíso, de 29 de setembro a 2 de outubro,
2009.
BARBOSA, Maria Tereza; PIRES, Verônica L. “Prevenção de Fissuras em Argamassas de
Revestimento através do Controle na Etapa de Produção de Uma Edificação”, In: 4th
International Conference on Structural Defects and Repair (CINPAR). Portugal, 2008.
ANGELIS, E.; POLTI, S.; TISO, A. “El Controle del Proyecto como Instrumento para la
Prevención de lãs Patologias de la Co0nstrucción”, In: IV Congresso Iberoamericano
de Patologia das Construções. (CONPAT). Porto Alegre, v. 2, 1997, p. 309-318.
GUS, Marcio. “Um Modelo para Gestão da Qualidade na Etapa de Projeto”, In: Gestão
da Qualidade na Construção Civil. Porto Alegre. 1997, pp. 29-58.
SOUZA, Roberto; MEKBEKIAN Geraldo; SILVA, Maria A.; LEITÃO, Ana C.; SANTOS, Márcia
M. Sistema de Gestão da Qualidade para Empresas Construtoras. São Paulo, PINI,
1995.
4
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS: NBR 5674. (1999). Manutenção de Edifícios
– Procedimentos.
sobre os autores
Maria Teresa Gomes Barbosa é Engenheira Civil, D.Sc. pela COPPE/UFRJ, Professora
Associada da UFJF, coordenadora do Programa de Pós-graduação em Ambiente
Construído/UFJF. Áreas de interesse: materiais de construção civil, patologia das
construções, inovação tecnológica, enfocando, principalmente o Ambiente Construído
e sua sustentabilidade.
Antônio Eduardo Polisseni é Engenheiro Civil, D.Sc. pela UFRGS, Professor Associado
da UFJF. Áreas de interesse: materiais de construção civil, patologia das
construções, inovação tecnológica, enfocando, principalmente o Ambiente Construído
e sua sustentabilidade.
Maria Aparecida Steinherz Hippert é Engenheira Civil, D.Sc.pela COPPE/UFRJ,
Professora Adjunta da UFJF. Áreas de interesse: materiais de construção,
gerenciamento de empreendimento, inovação tecnológica e informação tecnológica.
White José dos Santos é Engenheiro Civil, aluno do curso de Mestrado Acadêmico em
Ambiente Construído/ UFJF. Áreas de interesse: materiais de construção, manutenção
de edifícios, sustentabilidade da edificação.
Igor Moura de Oliveira é Bolsista de Treinamento Profissional da UFJF – Projeto:
Cine Teatro Central, graduando do curso de Engenharia Civil da UFJF.
Karla Teixeira Monteiro é Bolsista de Treinamento Profissional da UFJF – Projeto:
Cine Teatro Central, graduando do curso de Engenharia Civil da UFJF.