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MATERIAL DE APOIO

Disciplina: OJ´s e Jurisprudência Trabalhistas


Professor: Leone Pereira
Aulas: 01 a 04 | Data: 02/02/2017

ANOTAÇÃO DE AULA

SUMÁRIO

OJs E JURISPRUDÊNCIA TRABALHISTA


DURAÇÃO DO TRABALHO E INTERVALOS
1. Introdução
1.1 Conceito de serviço efetivo previsto no artigo 4º, “caput” da CLT
2. Amparo Constitucional e Infraconstitucional
3. Cartão de ponto/ controle de frequência
4. Empregador excluídos do controle da jornada
5. Intervalo Interjornada
6. Intervalos Intrajornadas
6.1 Intervalo para refeição e descanso – artigo 71, CLT

Aulas 1 a 4

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Indicação Bibliográfica
PEREIRA, Leone; FREIRE, Bianca Caruso Fotunato. Informativos do TST e Enunciados das Jornadas Organizadas por
Temas. LTr.

OJs E JURISPRUDÊNCIA TRABALHISTA


1º Tema: Duração do trabalho e intervalos

Informativo 149 TST


Cargo de confiança. Artigo 62, II, CLT. Repouso semanal remunerado
e feriados. Não concessão. Pagamento em dobro. Incidência da
Súmula 146, TST.

Regular Trabalhista
CARREIRAS JURÍDICAS
Damásio Educacional
O empregado exercente de cargo de gestão, inserido no art. 62, II, da
CLT, tem direito ao gozo do repouso semanal e à folga referente aos
feriados com a remuneração correspondente. Assim, caso não usufrua
esse direito ou não tenha a oportunidade de compensar a folga na
semana seguinte, o empregador deve pagar, em dobro, a
remuneração dos dias laborados, nos termos da Súmula nº 146 do TST.
O objetivo do art. 62, II, da CLT é excluir a obrigação de o empregador
remunerar, como extraordinário, o trabalho prestado pelos ocupantes
de cargo de confiança, mas isso não retira do empregado o direito
constitucionalmente assegurado ao repouso semanal remunerado,
previsto no art. 7º, XV, da CF. Sob esse entendimento, a SBDI-I, por
unanimidade, conheceu do recurso de embargos, por divergência
jurisprudencial, e, no mérito, negou-lhe provimento. TST-E-
RR3453300-61.2008.5.09.0013, SBDI-I, rel. Min. José Roberto Freire
Pimenta, 17.11.2016.

O informativo 149, trouxe o Incidente de Recursos de Revista Repetitivos. “Tema nº 0001 – Bancário. Salário-hora.
Divisor. Forma de cálculo. Empregado mensalista”. Modulação de efeitos. Proclamação do resultado.
Encaminhamento da matéria ao Tribunal Pleno para modificação da Súmula nº 124 do TST.

Incidente de Recursos de Revista Repetitivos. “Tema nº 0001 –


Bancário. Salário-hora. Divisor. Forma de cálculo. Empregado
mensalista”. Modulação de efeitos. Proclamação do resultado.
Encaminhamento da matéria ao Tribunal Pleno para modificação da
Súmula nº 124 do TST. A SBDI-I, por maioria, definiu as seguintes teses
jurídicas para o Tema Repetitivo Nº 0001 - BANCÁRIO. SALÁRIO-HORA.
DIVISOR. FORMA DE CÁLCULO. EMPREGADO MENSALISTA: 1. O
número de dias de repouso semanal remunerado pode ser ampliado
por convenção ou acordo coletivo de trabalho, como decorrência do
exercício da autonomia sindical; 2. As convenções coletivas dos
bancários não deram ao sábado a natureza de repouso semanal

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remunerado; 3. O divisor corresponde ao número de horas
remuneradas pelo salário mensal, independentemente de serem
trabalhadas ou não; 4. O divisor aplicável para cálculo das horas extras
do bancário, inclusive para os submetidos à jornada de oito horas, é
definido com base na regra geral prevista no art. 64 da CLT (resultado
da multiplicação por 30 da jornada normal de trabalho), sendo 180 e
220, para a jornada normal de seis e oito horas, respectivamente; 5. A
inclusão do sábado como dia de repouso semanal remunerado não
altera o divisor, em virtude de não haver redução do número de horas
semanais, trabalhadas e de repouso; 6. O número de semanas do mês
é 4,2857, resultante da divisão de 30 (dias do mês) por 7 (dias da
semana), não sendo válida, para efeito de definição do divisor, a
multiplicação da duração semanal por 5; 7. Em caso de redução da
duração semanal do trabalho, o divisor é obtido na forma prevista na
Súmula nº 431 (multiplicação por 30 do resultado da divisão do
número de horas trabalhadas por semana pelos dias úteis). Vencidos,
quanto à tese nº 2, os Ministros Cláudio Mascarenhas Brandão,
relator, Emmanoel Pereira, Augusto César Leite de Carvalho, Aloysio
Corrêa da Veiga, José Roberto Freire Pimenta, Hugo Carlos
Scheuermann e Alexandre Agra Belmonte. Ainda por maioria, decidiu
a Subseção modular os efeitos da decisão, a fim de definir que a nova
orientação não alcança estritamente decisão de mérito sobre divisor
emanada de Turma do TST ou da SBDI-I, proferida no período de
27.09.2012 (DEJT em que se publicou a nova redação da Súmula nº
124, mediante acréscimo do atual item I) até a data de 21.11.2016.
Vencidos, neste tópico, os Ministros Márcio Eurico Vitral Amaro,
Augusto César Leite de Carvalho e Ives Gandra Martins filho, que não
modulavam a decisão, e, parcialmente, os Ministros Brito Pereira, José
Roberto Freire Pimenta e Hugo Carlos Scheuermann. Por fim, pelo
voto prevalente da Presidência, a SBDI-I decidiu proclamar o resultado
e remeter a matéria ao Tribunal Pleno, ouvida a Comissão de

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Jurisprudência e de Precedentes Normativos, para deliberar acerca da
modificação da redação da Súmula nº 124 do TST. Vencidos os
Ministros Cláudio Mascarenhas Brandão, relator, Renato de Lacerda
Paiva, Augusto César Leite de Carvalho, Aloysio Corrêa da Veiga, José
Roberto Freire Pimenta, Hugo Carlos Scheuermann e Alexandre Agra
Belmonte. TST-IRR-849-83.2013.5.03.0138, SBDI-I, rel. Min. Cláudio
Mascarenhas Brandão, 21.11.2016.

1. Introdução

1.1. Conceito de serviço efetivo previsto no artigo 4º, “caput” da CLT.


O serviço efetivo é o tempo à disposição do empregador aguardando ou executando ordens.
Súmula 118, TST: Tempo não previsto em lei concedido espontaneamente pelo empregador. Esse tempo é
considerado serviço efetivo (tempo à disposição do empregador).

Súmula nº 118 do TST


JORNADA DE TRABALHO. HORAS EXTRAS (mantida) - Res. 121/2003,
DJ 19, 20 e 21.11.2003
Os intervalos concedidos pelo empregador na jornada de trabalho,
não previstos em lei, representam tempo à disposição da empresa,
remunerados como serviço extraordinário, se acrescidos ao final da
jornada.
“Ajenidad” – Alteridade: Trabalhar por conta alheia.
Súmula 429, TST: Tempo de deslocamento portaria/local de trabalho.
A lei trouxe um limite de 10 minutos diários (tolerância). Se esse período for ultrapassado, será computado na
jornada.

Súmula nº 429 do TST

TEMPO À DISPOSIÇÃO DO EMPREGADOR. ART. 4º DA CLT. PERÍODO


DE DESLOCAMENTO ENTRE A PORTARIA E O LOCAL DE TRABALHO -
Res. 174/2011, DEJT divulgado em 27, 30 e 31.05.2011

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Considera-se à disposição do empregador, na forma do art. 4º da CLT,
o tempo necessário ao deslocamento do trabalhador entre a portaria
da empresa e o local de trabalho, desde que supere o limite de 10 (dez)
minutos diários.
Exemplo: Empregado “X” gasta 30 minutos diários de deslocamento entra a portaria e o local de trabalho.
Nesse sentido há duas correntes:

1ª corrente: Sustenta que será pago 30 minutos extras.


2º corrente: Sustenta que será pago 20 minutos extras.

Súmula 11 do TRT da 12ª região: Esta súmula fala troca de uniforme/tempo à disposição da empresa.

Súmula 11. TROCA DE UNIFORME. TEMPO À DISPOSIÇÃO DO


EMPREGADOR. O tempo destinado à troca de uniforme como
obrigação imposta pelo empregador ou por norma de saúde pública
deve ser considerado como efetiva labuta, integrando a jornada de
trabalho do empregado, ainda que haja previsão em contrário em
instrumento normativo.

Excesso de jornada
 Direito de desconexão do trabalho (jurista professor Jorge Luiz Souto Maior).
 Direito ao lazer nas relações de trabalho (Otávio Calvet).
 Direitos fundamentais.
 Artigos 1º, III e IV, 6º, 170 e 193 da Constituição Federal.

Trabalho: Como direito fundamental e primado da ordem econômica e social.


Lazer: Como direito fundamental.
Dignidade da Pessoa Trabalhadora e valores sociais do trabalho e da livre iniciativa.
Eficácia horizontal dos direitos fundamentais (em suas dimensões objetiva e subjetiva).

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Empregador

Relação diagonal

Empregado

Nesse contexto, surgiu a tese do dano existencial, ou seja, jornadas extenuantes sem intervalos, prejudicam a
existência do trabalhador em suas dimensões pessoal. Familiar, comunitário, política, cultural, sindical etc.

Estudar o artigo 235, “d”, § 4º da CLT: Motorista profissional.

Art. 235-D. Nas viagens de longa distância com duração superior a 7


(sete) dias, o repouso semanal será de 24 (vinte e quatro) horas por
semana ou fração trabalhada, sem prejuízo do intervalo de repouso
diário de 11 (onze) horas, totalizando 35 (trinta e cinco) horas,
usufruído no retorno do motorista à base (matriz ou filial) ou ao seu
domicílio, salvo se a empresa oferecer condições adequadas para o
efetivo gozo do referido repouso.
§ 4o. Não será considerado como jornada de trabalho, nem ensejará o
pagamento de qualquer remuneração, o período em que o motorista
empregado ou o ajudante ficarem espontaneamente no veículo
usufruindo dos intervalos de repouso.

2. Amparo Constitucional e Infraconstitucional

Artigo 7º, incisos IX, XIII, XIV e XVI, Constituição Federal


Artigo 57 a 75, CLT (empregado urbano)
Artigo 5º, Lei 5.889/1973 (empregado rural)
Artigo 2º, 3º, 10 a 16, Lei Complementar 150/15 (Empregados domésticos)

Existem dois limites constitucionais, sendo de 8 horas diárias e 44 horas semanais.

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O adicional de hora extra será de no mínimo 50% sobre a hora normal. Envolve a ideia do patamar civilizado mínimo
e aplicação do Princípio da Norma mais favorável.

Artigo 7º, XIII, CF: Sendo facultada (flexibilização) a compensação de horário ou a redução da jornada, mediante
acordo ou convenção coletiva de trabalho.

Art. 7º. São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros
que visem à melhoria de sua condição social:
XIII - duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e
quarenta e quatro semanais, facultada a compensação de horários e a
redução da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de
trabalho.

O referido artigo dispõe que cabe acordo individual escrito ou acordo coletivo (súmula 85, TST).

Súmula nº 85 do TST

COMPENSAÇÃO DE JORNADA (inserido o item VI) - Res. 209/2016,


DEJT divulgado em 01, 02 e 03.06.2016
I. A compensação de jornada de trabalho deve ser ajustada por acordo
individual escrito, acordo coletivo ou convenção coletiva. (ex-Súmula
nº 85 - primeira parte - alterada pela Res. 121/2003, DJ 21.11.2003)
II. O acordo individual para compensação de horas é válido, salvo se
houver norma coletiva em sentido contrário. (ex-OJ nº 182 da SBDI-1 -
inserida em 08.11.2000)
III. O mero não atendimento das exigências legais para a compensação
de jornada, inclusive quando encetada mediante acordo tácito, não
implica a repetição do pagamento das horas excedentes à jornada
normal diária, se não dilatada a jornada máxima semanal, sendo
devido apenas o respectivo adicional. (ex-Súmula nº 85 - segunda
parte - alterada pela Res. 121/2003, DJ 21.11.2003)
IV. A prestação de horas extras habituais descaracteriza o acordo de

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compensação de jornada. Nesta hipótese, as horas que ultrapassarem
a jornada semanal normal deverão ser pagas como horas
extraordinárias e, quanto àquelas destinadas à compensação, deverá
ser pago a mais apenas o adicional por trabalho extraordinário. (ex-OJ
nº 220 da SBDI-1 - inserida em 20.06.2001)
V. As disposições contidas nesta súmula não se aplicam ao regime
compensatório na modalidade “banco de horas”, que somente pode
ser instituído por negociação coletiva.
VI - Não é válido acordo de compensação de jornada em atividade
insalubre, ainda que estipulado em norma coletiva, sem a necessária
inspeção prévia e permissão da autoridade competente, na forma do
art. 60 da CLT.

Todavia, vale ressaltar que no caso de banco de horas haverá acordo de compensação anual havendo a necessidade
de instrumento de negociação coletiva.

Regra: A compensação de horário pode ser via acordo individual escrito, acordo coletivo ou convenção coletiva de
trabalho, conforme transcrito na súmula 85, item I e II.

Exceção: Banco de horas (artigo 59, §§ 2º e 3º, CLT) como acordo de compensação anual, depende de instrumento
de negociação coletiva – Súmula 85, item V, TST.

Art. 59. A duração normal do trabalho poderá ser acrescida de horas


suplementares, em número não excedente de 2 (duas), mediante
acordo escrito entre empregador e empregado, ou mediante contrato
coletivo de trabalho.
§ 2o. Poderá ser dispensado o acréscimo de salário se, por força de
acordo ou convenção coletiva de trabalho, o excesso de horas em um
dia for compensado pela correspondente diminuição em outro dia, de
maneira que não exceda, no período máximo de um ano, à soma das

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jornadas semanais de trabalho previstas, nem seja ultrapassado o
limite máximo de dez horas diárias.
§ 3º. Na hipótese de rescisão do contrato de trabalho sem que tenha
havido a compensação integral da jornada extraordinária, na forma do
parágrafo anterior, fará o trabalhador jus ao pagamento das horas
extras não compensadas, calculadas sobre o valor da remuneração na
data da rescisão.

3. Cartão de ponto/ controle de frequência

O artigo 74, § 2º da CLT estabelece que o empregado com mais de 10 empregados é obrigatório o uso do cartão.
Sendo registro manual, mecânico ou eletrônico com pré-assinalação do período do repouso.

Art. 74, § 2º. Para os estabelecimentos de mais de dez trabalhadores


será obrigatória a anotação da hora de entrada e de saída, em registro
manual, mecânico ou eletrônico, conforme instruções a serem
expedidas pelo Ministério do Trabalho, devendo haver pré-assinalação
do período de repouso.

Artigo 58, §1º, CLT: Fala das variações de horário no cartão de ponto.

Art. 58. A duração normal do trabalho, para os empregados em


qualquer atividade privada, não excederá de 8 (oito) horas diárias,
desde que não seja fixado expressamente outro limite.
§ 1o. Não serão descontadas nem computadas como jornada
extraordinária as variações de horário no registro de ponto não
excedentes de cinco minutos, observado o limite máximo de dez
minutos diários.

Não excedente de 5 minutos, observado o limite máximo de 10 minutos diários. Isso gera um grande dissenso
doutrinário e jurisprudencial.

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Exemplo: Horário comercial das 9h00 às 18h00, com uma hora de almoço.
Nesse sentido há duas correntes:

1ª corrente: Sustenta 5 minutos de tolerância na entrada e/ou 5 minutos de tolerância da saída, totalizando 10
minutos diários.
OJ 23 SDI-1/TST (cancelada)

2 minutos extras
18h07
7 minutos extras
2ª corrente: Sustenta o respeito ao limite máximo diário de tolerância de 10 minutos. “Espécie de compensação de
minutos na entrada e na saída”.

Súmula 366, TST: O TST pacificou o entendimento de que se o limite for ultrapassado, será considerado como extra
a totalidade do tempo que exceder a jornada normal, não importando as atividades desenvolvidas pelo empregado
ao longo do tempo residual (troca de uniforme, lanche, higiene pessoal etc.).

Súmula nº 366 do TST


CARTÃO DE PONTO. REGISTRO. HORAS EXTRAS. MINUTOS QUE
ANTECEDEM E SUCEDEM A JORNADA DE TRABALHO (nova redação)
- Res. 197/2015 - DEJT divulgado em 14, 15 e 18.05.2015
Não serão descontadas nem computadas como jornada extraordinária
as variações de horário do registro de ponto não excedentes de cinco
minutos, observado o limite máximo de dez minutos diários. Se
ultrapassado esse limite, será considerada como extra a totalidade do
tempo que exceder a jornada normal, pois configurado tempo à
disposição do empregador, não importando as atividades
desenvolvidas pelo empregado ao longo do tempo residual (troca de
uniforme, lanche, higiene pessoal, etc.).

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Essa súmula foi atualizada pela resolução 197/2015, TST

Súmula 449, TST: Traz a proibição de flexibilização da tolerância por instrumento de negociação coletiva.

Súmula nº 449 do TST


MINUTOS QUE ANTECEDEM E SUCEDEM A JORNADA DE
TRABALHO. LEI Nº 10.243, DE 19.06.2001. NORMA
COLETIVA. FLEXIBILIZAÇÃO. IMPOSSIBILIDADE. (Conversão da
Orientação Jurisprudencial nº 372 da SBDI-1) – Res. 194/2014, DEJT
divulgado em 21, 22 e 23.05.2014

A partir da vigência da Lei nº 10.243, de 19.06.2001, que acrescentou


o § 1º ao art. 58 da CLT, não mais prevalece cláusula prevista em
convenção ou acordo coletivo que elastece o limite de 5 minutos que
antecedem e sucedem a jornada de trabalho para fins de apuração das
horas extras.

4. Empregador excluídos do controle da jornada

Duração do trabalho.
Em tese, esses empregados não possuem os seguintes direitos: Hora extra; Proteção do trabalho noturno; Intervalo
interjornada; intervalo intrajornada e redução da jornada no curso do aviso prévio.
Essas exclusões foram recepcionadas pela Constituição Cidadã de 1988.

Há duas correntes nesse sentido:

1ª corrente: Defendem que essas exclusões são inconstitucionais, ou seja, não foram recepcionadas pela CF/88.
Sobre o assunto, temos o enunciado 17 da 1ª jornada de direito material e processual da Justiça do Trabalho.
Direitos fundamentais e respeito aos valores constitucionais.
Essa corrente é minoritária.
2ª corrente: Sustenta que as exclusões seriam constitucionais, tem sido recepcionada pela CF/88
Adoção do princípio da igualdade, isonomia, paridade de armas.
Essas exclusões disciplinam situações especiais que merecem regramentos específicos.

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Artigo 62, CLT: Existem duas espécies de empregados excluídos do controle:
a) Empregados que exercem atividade externa incompatível com a fixação da jornada (artigo 62, I, CLT).
Contém dois requisitos implícitos:
1º Atividade externa
2º incompatível

Art. 62. Não são abrangidos pelo regime previsto neste capítulo: I - os
empregados que exercem atividade externa incompatível com a
fixação de horário de trabalho, devendo tal condição ser anotada na
Carteira de Trabalho e Previdência Social e no registro de empregados

Deve ter anotação na CTPS (Carteira de Trabalho e Previdência Social) e no livro de registro de empregador.

OBS. 1: OJ 332 SDI-1/TST: Dispõe que o tacógrafo, por si só, sem outros elementos de prova não tem o condão de
provar o controle de jornada para fins de horas extras.

332. MOTORISTA. HORAS EXTRAS. ATIVIDADE EXTERNA. CONTROLE


DE JORNADA POR TACÓGRAFO. RESOLUÇÃO Nº 816/86 DO
CONTRAN (DJ 09.12.2003)
O tacógrafo, por si só, sem a existência de outros elementos, não serve
para controlar a jornada de trabalho de empregado que exerce
atividade externa.

OBS.2: A nova lei do motorista profissional, Lei 13.103/2015 em seu artigo 2º, V, “b”, traz como direito, jornada do
trabalho controlada e registrada de maneira fidedigna, mediante a anotação em diário de bordo, papeleta ou ficha
de trabalho externo, ou sistema e-mails eletrônicos instalados nos veículos a critério do empregador.

Art. 2o. São direitos dos motoristas profissionais de que trata esta Lei,
sem prejuízo de outros previstos em leis específicas:

V - se empregados:

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b) ter jornada de trabalho controlada e registrada de maneira
fidedigna mediante anotação em diário de bordo, papeleta ou ficha de
trabalho externo, ou sistema e meios eletrônicos instalados nos
veículos, a critério do empregador.

b) Gerente e cargos de confiança (diretores e chefe de departamento ou filial), artigo 62, II e parágrafo único,
CLT.

Art. 62. Não são abrangidos pelo regime previsto neste capítulo:

II - os gerentes, assim considerados os exercentes de cargos de gestão,


aos quais se equiparam, para efeito do disposto neste artigo, os
diretores e chefes de departamento ou filial.

Parágrafo único - O regime previsto neste capítulo será aplicável aos


empregados mencionados no inciso II deste artigo, quando o salário
do cargo de confiança, compreendendo a gratificação de função, se
houver, for inferior ao valor do respectivo salário efetivo acrescido de
40% (quarenta por cento).

Em tese a doutrina e a jurisprudência elencam dois requisitos cumulativos para a exclusão:

a) Elemento objetivo: O empregado tem que receber uma gratificação de função igual ou superior a 40% do
salário efetivo, trata-se de um requisito pacífico (Lei).
b) Elemento subjetivo: Exercício do poder de mando, comando ou supervisão (requisito polêmico, não é
pacífico). Nesse sentido a CLT apresenta lacuna.

OBS.1: Súmula 287, TST – Bancário

GERENTE DE AGÊNCIA GERENTE GERAL

Artigo 224, § 2, CLT Artigo 62, II, CLT

Limite de 8 horas diárias Empregado excluído do controle da jornada

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Súmula 102, TST

Gratificação de função 1/3 Gratificação de função no mínimo 40%

OBS.2: Súmula 61, TST + artigo 247, CLT

Súmula nº 61 do TST
FERROVIÁRIO (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003
Aos ferroviários que trabalham em estação do interior, assim
classificada por autoridade competente, não são devidas horas extras
(art. 243 da CLT).

Art. 247. As estações principais, estações de tráfego intenso e estações


do interior serão classificadas para cada empresa pelo Departamento
Nacional das Estradas de Ferro.

5. Intervalo Interjornada

Inter = Entre
Jornada = Tempo diário à disposição do empregador
Jornada tem origem italiana “giorno”, “gionata”, que significa dia.

Artigo 66, CLT: No mínimo 11 horas consecutivas (empregados urbanos)

Art. 66. Entre 2 (duas) jornadas de trabalho haverá um período mínimo


de 11 (onze) horas consecutivas para descanso.

Artigo 5º Lei 5.889/73 (empregados rurais)

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Art. 5º Em qualquer trabalho contínuo de duração superior a seis
horas, será obrigatória a concessão de um intervalo para repouso ou
alimentação observados os usos e costumes da região, não se
computando este intervalo na duração do trabalho. Entre duas
jornadas de trabalho haverá um período mínimo de onze horas
consecutivas para descanso.

Artigo 15, Lei Complementar 150/2015 (empregados domésticos)

Art. 15. Entre 2 (duas) jornadas de trabalho deve haver período


mínimo de 11 (onze) horas consecutivas para descanso.

OBS.1: Surgiu a seguinte controvérsia doutrinária e jurisprudencial:

Se o empregado trabalha de Segunda à Sábado (Sábado trabalhou até as 22h00), nesse caso, quando será o
retorno?
Súmula 110, TST: Essa súmula diz que às 24 horas consecutivas do DSR (descanso semanal remunerado) deve ser
somada com as 11 horas do intervalo interjornada, totalizando 35 horas consecutivos. Portanto, o retorno será
segunda-feira, às 9h00.

Súmula nº 110 do TST


JORNADA DE TRABALHO. INTERVALO (mantida) - Res. 121/2003, DJ
19, 20 e 21.11.2003
No regime de revezamento, as horas trabalhadas em seguida ao
repouso semanal de 24 horas, com prejuízo do intervalo mínimo de 11
horas consecutivas para descanso entre jornadas, devem ser
remuneradas como extraordinárias, inclusive com o respectivo
adicional.

OBS.2: Desrespeito ao intervalo interjornada mínimo.

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Caso concreto:
11 horas consecutivas
Na prática fez 9 horas e 30 minutos

Nesse sentido existem três correntes:


a) A primeira corrente defende que será de 1h30 extras (o que falta).
b) A segunda corrente sustenta que será 2h extras (a integralidade das horas que foram suprimidas como
extras).
c) A terceira corrente assegura que será 11h extras (integralidade do período)
A primeira corrente é a posição majoritária. É pautada na OJ 355 SDI-1/TST

355. INTERVALO INTERJORNADAS. INOBSERVÂNCIA. HORAS


EXTRAS. PERÍODO PAGO COMO SOBREJORNADA. ART. 66 DA CLT.
APLICAÇÃO ANALÓGICA DO § 4º DO ART. 71 DA CLT (DJ 14.03.2008)
O desrespeito ao intervalo mínimo interjornadas previsto no art. 66 da
CLT acarreta, por analogia, os mesmos efeitos previstos no § 4º do art.
71 da CLT e na Súmula nº 110 do TST, devendo-se pagar a integralidade
das horas que foram subtraídas do intervalo, acrescidas do respectivo
adicional.

Integralidade das horas que foram suprimidas (paga com período extra)
Súmula 11, TRT, 5ª Região
Súmula 11. “INTERVALO INTERJORNADA. SUPRESSÃO. O desrespeito
ao intervalo mínimo interjornadas previsto no art. 66 da CLT acarreta,
por analogia, os mesmos efeitos previstos no § 4º do art. 71 da CLT,
devendo-se pagar a integralidade das horas que foram subtraídas do
intervalo, acrescidas do respectivo adicional.”
(Resolução Administrativa nº 0040/2010 – Divulgada no Diário
Eletrônico do TRT da 5ª Região, edições de 30.11.2010, 01.12 e
02.02.2010, de acordo com o disposto no art. 187 do Regimento
Interno do TRT da 5ª Região).

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6. Intervalos Intrajornadas

Intra = Dentro
Jornada = Tempo diário à disposição do empregador

6.1. Intervalo para refeição e descanso – artigo 71, CLT

Art. 71. Em qualquer trabalho contínuo, cuja duração exceda de 6


(seis) horas, é obrigatória a concessão de um intervalo para repouso
ou alimentação, o qual será, no mínimo, de 1 (uma) hora e, salvo
acordo escrito ou contrato coletivo em contrário, não poderá exceder
de 2 (duas) horas.
§ 1º - Não excedendo de 6 (seis) horas o trabalho, será, entretanto,
obrigatório um intervalo de 15 (quinze) minutos quando a duração
ultrapassar 4 (quatro) horas.
§ 2º - Os intervalos de descanso não serão computados na duração do
trabalho.
O artigo 71 da CLT traz três regras básicas:
a) Até 4 horas diárias não tem direito ao descanso.
b) Mais de 4 horas até 6 horas diárias, tem direito a 15 minutos de descanso.
c) Mais de 6 horas até 8 horas diárias, tem direito de no mínimo 1 hora e no máximo 6 horas de descanso.
Esses intervalos não são computados na jornada.

OBS.1: É possível intervalo maior do que de 2 horas?


Nesse sentido temos duas correntes:

1ª corrente: Limite de 2 horas: Pela aplicação do princípio “in dubio pro operário”.
2ª corrente: É possível ultrapassar 2 horas: artigo 71 “caput”, “..., salvo acordo escrito ou contrato coletivo, em
contrário, não poderá exceder as 2 horas. ”

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OBS.2: É possível a redução do intervalo mínimo de 1 hora?
É possível, mas há necessidade de cumprir três requisitos cumulativos, conforme artigo 71, § 3º, CLT.

Art. 71. Em qualquer trabalho contínuo, cuja duração exceda de 6


(seis) horas, é obrigatória a concessão de um intervalo para repouso
ou alimentação, o qual será, no mínimo, de 1 (uma) hora e, salvo
acordo escrito ou contrato coletivo em contrário, não poderá exceder
de 2 (duas) horas.
§ 3º O limite mínimo de uma hora para repouso ou refeição poderá ser
reduzido por ato do Ministro do Trabalho, Indústria e Comércio,
quando ouvido o Serviço de Alimentação de Previdência Social, se
verificar que o estabelecimento atende integralmente às exigências
concernentes à organização dos refeitórios, e quando os respectivos
empregados não estiverem sob regime de trabalho prorrogado a horas
suplementares.

a) Autorização do Ministério do Trabalho.


b) A empresa deverá ter refeitório organizado.
c) Os empregados não poderão estar submetidos a horas extras.

Se autorizado pelo Ministério do Trabalho, deverá respeitar o mínimo de 30 minutos.

OBS.3: É possível a redução do intervalo mínimo por instrumentalidade da Convenção Coletiva de Trabalho ou
Acordo Coletivo de Trabalho?
O TST através da Súmula 437, II, entende que não é possível, por ser norma de higiene, saúde e segurança do
trabalho e infenso (não aceita a negociação coletiva) a negociação coletiva.

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