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a) Hildebrando A. de André
Frase é a unidade do discurso suficiente por si mesma para estabelecer comunicação. Por discurso, entendemos a língua
apreciada na fala ou na escrita. A frase pode ser formada por uma simples palavra, uma expressão, uma oração ou um período.
Pode a frase ter, ou não, verbo. O que importa é que manifeste um propósito definido de comunicação. A palavra “marchar”, no
dicionário (como as demais que ali se encontram), não é frase; dita, porém, pelo comandante aos seu subordinados, transforma-
se em frase, pois passou a constituir-se em unidade de comunicação na fala.
Exemplos de frases sem verbo:
BOM DIA; BOA SORTE; ATÉ LOGO : são expressões que transmitem saudação, desejo, despedida.
SOCORRO!: é apenas uma palavra, mas exprime claramente um pedido de auxílio urgente.
CURVA PERIGOSA; RETORNO; DEVAGAR; DESVIO À ESQUERDA: são avisos que figuram ao longo das estradas
para orientar os motoristas.
Oração é a frase formada em torno de um verbo. Exemplo: Amélia estudava ao piano os exercícios de Hertz (Alencar).
Período é o enunciado que se constitui de duas ou mais orações. Exemplo: Rubião fitou um pé que se mexia
disfarçadamente. Há duas orações: Rubião fitou um pé e que se mexia disfarçadamente.
É hábito dar o nome de “período simples” quando formado por uma só oração; a oração é denominada “oração absoluta”.
Ao período propiamente dito, com duas ou mais orações, chamamos de “período composto”.
Tudo de repente entrou a viver uma vida secreta de luz. (Autran Dourado)
A frase contém mais de uma oração, quando há nela mais de um verbo (seja na forma simples, seja na locução verbal),
claro ou oculto. Exemplos:
Fechei os olhos, / meu coração doía. (Laundino Vieira)
Busco, / volto, / abandono, / e chamo de novo. (A. Bessa Luís)
O Negrinho começou a chorar, / enquanto os cavalos iam pastando. (Simões Lopes Neto)
Os anos são degraus; / a vida, a escada. (Fernanda de Castro)
Oração e período
O período é a frase organizada em oração ou orações. Pode ser simples, quando constituído de uma só oração, ou
composto, quando formado de duas ou mais orações. Exemplos:
Cai o crepúsculo. (Da Costa e Silva)
Nunca mais recobrou por inteiro a saúde. (A. Bessa Luís)
Não bulia uma folha, / não cintilava um luzeiro. (A. Ribeiro)
O senhor tirou fora o cigarro, / bateu-o na tampa da cigarreira, / levou-o ao canto dos lábios, / premiu a mola do isqueiro.
(J. Montello)
O período termina sempre por uma pausa bem definida, que se marca na escrita com ponto, ponto de exclamação, ponto
de interrogação, reticências e, algumas vezes, com dois pontos.
Fonte: Cunha, C. F. da e L. F. L. Cintra (1985) Nova gramática do português contemporâneo. Rio de Janeiro, Nova Fronteira.
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c) Mário A. Perini
A frase e a oração
Frase, oração e período
O termo frase é utilizado de maneira geral para designar uma unidade do discurso bastante difícil de definir. A
conceituação oferecida por Mattoso Camara é provavelmente a melhor, embora não chegue a ser uma definição plenamente
satisfatória:
Unidade de comunicação lingüística, caracterizada [...] do ponto de vista comunicativo —por ter um propósito definido e
ser suficiente para defini-lo—, e do ponto de vista fonético —por uma entoação [...] que lhe assinala nitidamente o começo e o
fim. [Camara, 1977, p. 122]
Poderíamos acrescentar que, na escrita, a frase é delimitada por uma maiúscula no início e por certos sinais de
pontuação (. ! ? ...) no final.
Esta definição apresenta problemas, que não serão discutidos aqui. Baste-nos reconhecer que geralmente é possível
identificar frases, embora as bases para essa identificação permaneçam em parte obscuras. Assim, são frases os enunciados
seguintes:
(1) Meu livro tem mais de mil páginas.
(2) Quantas páginas tem teu livro?
(3) Vá à padaria e traga oito pãezinhos.
(4) Você poderia me trazer um pãozinho?
(5) Que calor!
(6) Quantas páginas?
(7) Mas que livro enorme!
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Oração é uma frase que apresenta determinado tipo de estrutura interna, incluindo sempre um predicado e
freqüentemente um sujeito, assim como vários outros termos. As frases de (1) a (4) são orações (às vezes compostas, por sua
vez, de mais de uma oração); as frases (5) a (7) não são orações, por carecerem de predicado.
As frases não-oracionais nem por isso deixam de ter estrutura analisável; em geral, verifica-se que se compõem de
elementos que também ocorrem dentro de orações —ou seja, são como que fragmentos de orações. As frases nã-oracionais
estão muito pouco estudadas. Isso não significa, claro, que não sejam interessantes; em particular, a hipótese de que uma frase
não-oracional é sempre composta de um fragmento de oração merece ser investigada.
Tradicionalmente emprega-se também a designação período para as orações que constituem uma frase. Assim, em
(3) Vá à padaria e traga oito pãezinhos.
há duas orações, a saber: (a) vá à padaria; (b) traga oito pãezinhos. Além disso, há ainda uma terceira oração, que
compreende as duas mencionadas, mais a palavra e, ou seja, essa terceira oração é a íntegra de (3). Como se vê, a terceira
oração é coextensiva com a própria frase e seria, portanto, um período. Não vejo inconveniente nessa nomenclatura, desde que
fique claro que um período é sempre uma oração. Naturalmente, nem toda oração é um período, já que muitas orações não são
coextensivas com a frase de que fazem parte; por exemplo, vá à padaria em (3) é uma oração, mas não um período.
A sintaxe é a parte da gramática que estuda as orações e suas partes —ou seja, a estrutura interna da oração.
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Vocativo
Anexo 2. Exercícios
1) Explique por que os conceitos de frase, oração e período são relativos.
2) No texto que segue, sublinhe e transcreva exemplos de frases, de orações e de períodos. Justifique a escolha com
referências aos autores estudados em relação com estes tópicos.
3) Mude o subtítulo do texto. O novo subtítulo também precisa dar conta do conteúdo do artigo, mas deve fazê-lo por
meio de uma frase sem verbo.
Cara ou coroa?
Exposição apresenta moedas imperiais e conta a história do país por medalhas e condecorações
Já imaginou pagar suas contas em sal e seus empréstimos bancários em conchinhas de praia? Infelizmente essa não é uma novidade para
reduzir o número de inadimplentes. Pelo contrário, as trocas comerciais realizadas com este tipo de produto, aconteciam nas civilizações
antigas quando ainda não se pensava em trocas monetárias. E para organizar a comercialização de produtos e substituir a simples troca de
mercadorias, surgiu a moeda.
O Itaú Numismática - Museu Herculano Pires, no nono andar do Itaú Cultural, tem exemplares destas e de outras raridades. Entre elas está
a primeira moeda do Brasil independente. Nela, Dom Pedro aparece de peito nu e com uma coroa de louros na cabeça, imagem que remete
aos ditadores romanos. Esse erro causou a fúria do imperador, que mandou substitui-la. Este é um dos casos dos mais de 6.558 exemplares
luso-brasileiros, entre medalhas, moedas e condecorações, que revivem a história do Brasil, desde o período do descobrimento até os dias
de hoje.
O ambiente, dividido em 32 módulos dispostos cronologicamente, apresenta uma porta que lembra a de um cofre forte que leva o visitante
a interagir com a exposição. A visita se inicia com um vídeo explicativo que ajuda o participante a se situar na História do Brasil. Além disso,
ele apresenta pontos relevantes da numismática.
Revista ParadoXo [15/05/2006]