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De uma forma geral pode-se dividir a forma de controle do inversor em 2 tipos: escalar e
vetorial.
O controle escalar, como foi visto nos estudos teóricos e práticos anteriores, é aquele que
impõe no motor uma determinada tensão e uma determinada freqüência, visando manter a relação
V/F constante. É também chamado controle em malha aberta. A sua característica principal é que a
precisão da regulação de velocidade para uma dada freqüência de acionamento do motor é função
do escorregamento, o qual por sua vez varia em função da carga. A carga por sua vez, também pode
variar (ou não) em função da velocidade. Em baixas rotações, existe ainda a necessidade do
inversor aumentar a relação V/F para compensar o efeito da queda na resistência estatórica, visando
manter, dentro do possível, a capacidade de torque do motor para baixas rotações.
O controle vetorial de máquinas assíncronas pode ainda ser dividido em 2 tipos: normal e
“sensorless” (sem sensores).
Denominamos sensores, dispositivos que, sob o efeito de um sinal físico, alteram suas
propriedades físicas. Neste contexto um encoder ou um resolver já não são mais sensores, mas
dispositivos mais desenvolvidos que usam sensores, onde os sinais dos mesmos já foram
condicionados a fornecer um sinal adequado ao uso desejado.
O controle vetorial normal necessita ter no motor um “sensor de velocidade” (por exemplo,
um encoder incremental). Este tipo de controle permite obter a maior precisão possível no controle
da velocidade e do torque, inclusive com o eixo do motor parado.
Entretanto não se conhece, até o momento um controle que seja genuinamente sem sensores
(sensorless). O chamado controle vetorial sem sensores é, na verdade, um controle sem o transdutor
de posição (encoder ou resolver). Uma análise um pouco mais rígida mostra que, mesmo no
clássico controle vetorial de máquinas assíncronas, é necessário pelo menos dois sensores de
corrente para que sejam feitos as transformações de coordenadas e o cálculo do fluxo.
O estudo deste capítulo tem por objetivo oferecer a seus usuários os conhecimentos básicos
sobre as diversas tecnologias de Conversores de Freqüência com Controle Vetorial disponíveis
atualmente no mercado, sem desmerecer e nem favorecer a nenhumas delas, pois, a tecnologia
empregada em cada conversor pode ser a mais adequada com a aplicação existente, não
necessitando da melhor tecnologia disponível no mercado.
Cabe ao profissional da área especificar o conversor que melhor lhe atenda a relação de
custo e benefício proporcionado.
O motor de indução possui características de elevada robustez e baixo custo, que o torna
bastante atrativo para aplicações industriais. Por esta razão, a maioria dos motores elétricos
utilizados na indústria é deste tipo. O motor de indução ficou restrito, num primeiro momento, a
aplicações de baixo desempenho dinâmico devido à complexidade de seu controle.
Apesar de eficiente para um bom número de aplicações, o modo de controle Escalar (V/f)
possui algumas limitações:
Isso se constituiu um grande problema até que Hasse em 1969 propôs uma nova
metodologia baseada em seu modelo vetorial, usando vetores espaciais para a modelagem da
máquina CA. O excelente desempenho dinâmico do motor de corrente contínua de excitação
independente foi o ponto de partida para os métodos vetoriais aplicados aos motores de indução.
O controle vetorial é um método de controle, com uma visão da máquina e dos seus
modelos dinâmicos, que toma em consideração tanto a amplitude das grandezas como a sua fase,
fazendo utilização de "vetores espaciais", cujas projeções são as variáveis trifásicas.
Id = corrente de excitação
Id Iq
Corrente
Integrador de
Tensão magnetização
de TRANSF
saída Valor estimado
A técnica de Controle por Orientação de Campo (Field Oriented Control – FOC) tem sido
largamente utilizada para permitir alto desempenho dinâmico de conjugado e velocidade no
acionamento de máquinas de indução. Os regimes dinâmicos mais comuns da máquina são levados
em consideração e o modelo obtido é similar ao das máquinas de C.C. e, portanto, de fácil controle,
atendendo à dependência linear entre conjugado e corrente. O tratamento matricial / vetorial,
recorrendo ao uso de matrizes é facilitado por uso de software. Os modelos tornam-se muito
compactos. A estrutura do comando dos semicondutores de potência é conseguida usando um
modulador de vetores espaciais (Space Vector PWM).
Valor estimado
Corrente
de regulador
PWM
magnetização
φ
Valor estimado
regulador regulador
referência
n I
Corrente
de regulador
magnetização
φ PWM
"Encoder"
Valor real
Para a implementação de qualquer uma das técnicas de controle vetorial, é necessário que
exista um desacoplamento entre o conjugado e o fluxo da máquina obtido com o alinhamento
da componente ‘d’ do fluxo orientado.
Com isto os modelos matemáticos da máquina de indução, sejam para o fluxo no rotor,
sejam para o fluxo no estator, sejam ainda para o fluxo no entreferro, devem ser modificados
inserindo esta condição.
O método indireto de controle vetorial tem como característica principal não apresentar a
realimentação do vetor de fluxo. Os controles do fluxo do estator e do conjugado são realizados de
forma indireta, a partir das componentes da corrente do estator. A componente s isq controla o fluxo
do estator enquanto que a componente s isd controla o conjugado.
Por isso, o método indireto é bastante dependente de um perfeito ajuste entre os parâmetros
da máquina e os usados na malha de controle. Assim, variações de temperatura, a saturação e o
efeito pelicular podem fazer com que os parâmetros da máquina apresentem variações, fazendo com
que o controle não tenha um bom desempenho. Neste método a constante de tempo do rotor (τr) é
um ponto crítico que reduz sua robustez.
A estrutura deste controlador é bastante simples ele é preferido em detrimento dos demais
controladores de método indireto com estruturas orientadas nos fluxos de estator e entreferro.
Uma das desvantagens desta estrutura é a necessidade de derivar a componente do eixo ‘q’
da corrente na obtenção do escorregamento. Isto pode acarretar valores elevados de escorregamento
para ajustes do ângulo de orientação, durante transitórios de conjugado. Assim estes valores de
escorregamento não podem ser obtidos, mas se a taxa de variação do conjugado for compatível com
os limites impostos ao inversor, a máquina responde de forma rápida a variações em degrau de sua
referência.
Caso o fluxo seja diretamente medido, para a implementação prática seriam necessários
sensores para medir o fluxo: sensores de efeito hall ou bobinas exploradoras. Geralmente tais
sensores são caros, bastante sensíveis e, algumas vezes, pouco confiáveis.
Os observadores de fluxo podem ser ditos como estimadores em malha fechada, ou seja,
possuem mecanismos para compensação de erro de predição, mesmo assim ainda apresentam
problemas em baixas velocidades.
Uma das soluções para eliminar estes efeitos e manter o desempenho do controle por campo
orientado é a técnica do Controle Adaptativo por Modelo de Referência (MRAC) onde o
parâmetro a ser adaptado é a constante de tempo rotórica (tr). Neste tipo de controle, o
comportamento desejado para o motor de indução é estabelecido por um modelo denominado de
modelo de referência. A constante de tempo rotórica é adaptada para que o comportamento real do
motor de indução seja o mais próximo possível do comportamento estabelecido pelo modelo de
referência.
Mesmo esquemas que adotam como solução a medição direta do fluxo também são
dependentes dos parâmetros da máquina, isso porque somente o fluxo de entreferro está disponível
para medição, através dos sensores, e então estes valores medidos são convertidos nas variáveis de
rotor.
Para a solução deste problema um bloco desacoplador deve ser inserido no sistema que
representa o controlador vetorial direto com orientação no fluxo de estator.
O controlador vetorial com orientação no fluxo de entreferro pode ser obtido de forma
totalmente análoga ao com orientação no fluxo de estator apresentando também os mesmos
problemas de desacoplamento (desacoplamento apenas parcial).
Geralmente, nos acionamentos elétricos com motores, além da malha de corrente têm-se
também as malhas de fluxo, de conjugado e de velocidade.
Nas duas últimas décadas, o abrupto desenvolvimento tecnológico motivou uma forte
pesquisa de diferentes controladores de corrente. Em particular, no que diz respeito aos motores de
indução com controle vetorial, é encontrado um número abundante e diversificado de contribuições,
indicando a importância desta área de pesquisa como também a necessidade de desenvolvimentos:
Com o intuito de oferecer uma visão geral da evolução dos controladores de corrente, na
figura a seguir é mostrada uma retrospectiva das principais contribuições da pesquisa internacional
nesta área. São mostrados os sete métodos de controladores principais, sendo cronologicamente o
controlador PI o primeiro a ser proposto (1964) e o controlador otimizado o mais recente (1994).
O fluxo estimado é utilizado, juntamente com a medida da corrente do estator, para estimar
o conjugado eletromagnético. Para isso é necessária que se desenvolva uma expressão de conjugado
adequada.
Devido à necessidade de aperfeiçoar, além de adaptar a técnica DTC para sua utilização na
indústria, inúmeras alternativas vêm sendo propostas, apresentando soluções para problemas tais
como a freqüência de chaveamento variável e o alto ripple de conjugado, ocasionados pelo controle
por histerese.
O modelo do motor nos fornece uma estimativa do estado atual do motor. O fluxo e o
conjugado estimados são utilizados na modulação espacial enquanto que a freqüência do estator e a
velocidade mecânica (cujas estimativas não aparecem na figura anterior) podem ser utilizadas na
malha externa de controle de velocidade.
Em geral, nos controladores que utilizam modulação PWM a ondulação de corrente não é
diretamente controlada. Isto acontece porque a constante de tempo da ondulação é várias vezes
superior ao período de chaveamento, limitando o controle da ondulação da corrente. Uma possível
solução é aumentar a freqüência de chaveamento, embora esta freqüência seja limitada em muitas
aplicações. Uma outra solução consiste em ajustar a ondulação em função do ponto de operação;
neste caso os parâmetros do controlador devem ter um ajuste dinâmico para cada faixa de operação
do sistema.
A figura a seguir mostra o controlador síncrono com dois reguladores PI, um para o
componente direto e outro para o componente em quadratura do sistema de referência síncrono d-q.
Portanto, este estudo tem como meta avaliar as aplicações do controle vetorial (completo e
simplificado) em acionamentos de motores de indução, com a finalidade de se obter excelente
performance (elevada precisão e rápida resposta dinâmica), adequada para acionamentos
comerciais, industriais, agroindustriais e em quaisquer atividades em que se necessite de controlar a
velocidade e o conjugado de motores convencionais.
O controlador preditivo, por sua vez, oferece a vantagem de menor ondulação quando
comparado com os controladores PI, maior estabilidade com a variação dos parâmetros do motor de
indução e sintonização sistemática baseada nos parâmetros do motor de indução. A necessidade de
um observador robusto de tensão induzida limita a utilização deste controlador em aplicações de
alto desempenho nas quais a complexidade na implementação do controlador não é um aspecto
limitante.
O conjunto de regras do controlador de corrente “fuzzy” pode ser otimizado para melhorar
o desempenho em determinados pontos de operação do sistema. Com isto, em determinadas
aplicações, uma solução com dois controladores, um controlador PI convencional para o transitório
e outro controlador “fuzzy” otimizado para uma região de operação pré-determinado pode ser
apropriada.
18.9 Glossário:
(1) Paralelismo:
A Máquina de Estados, ou mais precisamente, Máquina de Estados Finitos (Finite State Machine -
FSM), é um dispositivo e uma técnica que permitem o projeto simples e preciso da funcionalidade
de controladores de lógica seqüencial. A idéia por trás de uma Máquina de Estados Finitos é que um
sistema como uma máquina com controles eletrônicos só pode estar atuando dentro um limitado
(finito) número de estados. O uso métodos de Máquina de Estado no desenvolvimento de programa
de computação, circuitos de lógica seqüencial ou sistemas de controle de eletrônica digital permite a
elaboração projetos com mais sofisticação e facilidade. Uma Máquina de Estados Finitos trabalha
com estradas estáticas ou transitórias e tem “resposta dependente de contexto”, ou seja, responde a
uma determinada entrada sob de várias circunstâncias. O primeiro passo em qualquer projeto de
Máquina de Estados Finitos é identificar os estados significantes do sistema; precisamos incluir
todos os estados importantes, mas evitar incluir estados desnecessários. A ferramenta de projeto
principal para Máquinas de Estados Finitos é o Diagrama de Transição de Estados, também
chamado um diagrama de estados, o qual descreve as relações entre os estados do sistemas e os
eventos que fazem o sistema mudar de um estado a outro.
18.10 CONCLUSÃO:
A invenção foi certificada nos Estados Unidos, pelo Serviço de Marcas e Patentes
do governo americano. A patente PI 0003903 refere-se a um "Método de frenagem de uma
máquina de indução de velocidade variável controlada por vetor, que compreende um
método e um dispositivo de controle para frear uma máquina de indução de velocidade
variável controlada por vetor, acionada por inversor PWM, no qual o componente de
corrente-d e o componente de corrente-d da corrente do estator são controlados
independentemente um do outro de acordo com um primeiro sinal de referência (i~ q~*) e
um segundo sinal de referência (i~ d~*), respectivamente. Para frenagem, componentes de
alta freqüência são superimpostos em dito segundo sinal de referência (i~ d~*), e o valor
RMS (i~ d RMS~) e o valor médio (i~ d av~) do segundo sinal de referência a ser obtido
são controlados independentemente um do outro de modo que os requisitos de campo são
atendidos por meio do valor médio e altas perdas de máquina são produzidas por meio do
valor RMS.
ALLenz