Vous êtes sur la page 1sur 56

■ ARAÇÁ-BOI

(EUGENIA STIPITATA):
POTENCIAL MEDICINAL E
AGROINDUSTRIAL

■ INDÚSTRIA 4.0
DESCUBRA O
NOVO MODELO
INDUSTRIAL

O QUE IREMOS
PRESERVAR?

Ano XV ● Número 28 ● 1º Semestre de 2019


ISSN 1678-3824 ● Publicação Semestral
da Fucapi ● Fundação Centro de Análise
Pesquisa e Inovação Tecnológica
T&C AMAZÔNIA - ISSN 1678-3824 ■ PÁG 1
A
T&C Amazônia é uma publicação
semestral criada com o intuito
de discutir temas relevantes de
interesse do país e, em especial,
AOS LEITORES
da Região Amazônica. Desde a 20ª edição,
a T&C abriu espaço para contribuições re-
lacionadas ao desenvolvimento em seus
diferentes aspectos, desde que aderentes
ao perfil da revista.
Portanto, serão bem-vindos estudos que
contemplem ciência, tecnologia, pesquisa,
desenvolvimento e inovação. O teor dos
textos é de inteira responsabilidade dos
autores.
Os interessados em publicar seus traba-
lhos devem encaminhá-los para o e-mail
tec.amazonia@gmail.com, para que sejam
submetidos à análise do Conselho Edito-
rial. O envio de um artigo não garante a
sua publicação. Os artigos publicados não
concedem direito de remuneração ao au-
tor.
O artigo deverá ser enviado exclusiva-
mente por meio eletrônico, em arquivo
texto, digitado em editor de texto Micro-
soft Word, formatado em papel Carta com
margens laterais de 3,0 cm, superior de 3,5
cm, inferior de 2,5 cm, fonte Arial, tama-
nho 12 e espaçamento simples.
Os textos devem ser inéditos. O artigo
deve conter um resumo, breve currículo do
autor e pode apresentar gráficos e figuras,
desde que o tamanho do artigo permaneça
entre 8 a 12 páginas. A publicação também
deverá ser autorizada pelo(s) coautor(es) e
encaminhada carta de anuência anexa ao
artigo submetido à aprovação.

T&C AMAZÔNIA - ISSN 1678-3824 ■ PÁG 2


Ano XV - Número 28
1º Semestre de 2019 - ISSN 1678-3824
Publicação Semestral da Fucapi
Fundação Centro de Análise Pesquisa e

DADOS EDITORIAIS
Inovação Tecnológica

CONSELHO EDITORIAL
Cristiane de Lima Barbosa
Isa Assef dos Santos
Isabel Cristina Souza Dinóla
Kleiton Renzo Rezk de Oliveira
Marcella Sarah Filgueiras de Farias
Miguel Giovanni Camara Figliuolo

CONSELHEIROS AD HOC
Allan Bitencourt de Lima
Daniele Batista Lopes
Elba Vierira Mustafá dos Santos
Fernanda Reis Cintra
Luana Mesquita da Silva
Octavio Daniel Rodriguez Salmon

JORNALISTA RESPONSÁVEL
Kleiton Renzo Rezk de Oliveira
(DTR 547/AM)

PROJETO GRÁFICO
Michelle Costa de Lima

REVISÃO ORTOGRÁFICA
Hana Ariel do Nascimento Chagas Carvalho

CAPA & DIAGRAMAÇÃO


Michelle Costa de Lima

EDITORA CIENTÍFICA
Isabel Cristina Souza Dinóla

T&C AMAZÔNIA - ISSN 1678-3824 ■ PÁG 3


SEÇÕES

EDITORIAL

ENTREVISTA

■ O que é Indústria 4.0?


Kleiton Renzo
Página 6

REPORTAGEM
SUMÁRIO

■ Planeta ou Plástico?
Kleiton Renzo
Página 10

ARTIGO

■ O emprego de resíduos Agroindustriais


como substrato para a produção de
biomoléculas de interesse industrial.
Juliana Magalhães de Araújo
Ginarajadaça Ferreira dos Santos Oliveira
Página 17

■ Araçá-boi (Eugenia Stipitata): Potencial


medicinal e agroindustrial
Bianca Cristina Pinto Hassan
Ginarajadaça Ferreira dos Santos Oliveira
Fabiana Greyce Oliveira Almeida
Página 32

■ Control Predictivo Min-Max:


Aplicación en un Intercambiador de Calor
Elaine Guerrero Peña, Ania Lussón Cervantes
e Reinel Beltrán Aguedo.
Página 42

T&C AMAZÔNIA - ISSN 1678-3824 ■ PÁG 4


S
ejam bem-vindos a mais um nú-
mero da publicação ‘T&C Ama-
zônia’, a revista de divulgação
científica da Fucapi, completamente
eletrônica, onde são divulgados os
trabalhos de professores, alunos e
pesquisadores.
Com caráter mais global, a T&C é
orientada por um Conselho Editorial
renovado a cada período de dois anos.
EDITORIAL

No que diz respeito ao conteúdo, um


corpo de especialistas ad hoc aprecia-
rá e selecionará trabalhos que forem
submetidos, de maneira independen-
te e anônima.
A 28ª edição da T&C Amazônia traz
como matéria de capa ‘Planeta ou
plástico? O que iremos preservar?’,
uma vez que a Organização das Na-
ções Unidas (ONU) Meio Ambiente
proclamou o ano de 2018 como o ano
de combate ao uso do plástico, já que
a poluição plástica é considerada uma
das principais causas atuais de danos
ao meio ambiente e à saúde. Mesmo
assim, os números da produção e des-
carte incorreto deste material não pa-
ram de crescer.
A entrevista desta edição é com o en-
genheiro eletricista Paulo César de
Carvalho Brasil, especialista em tec-
nologia SMT, gerente de Engenharia
da FUJI do Brasil Maq. Ind. Ltda. Pau-
lo Cesar esclarece o questionamento:
“O QUE É INDÚSTRIA 4.0?”.
Contamos também com artigos cien-
tíficos enviados pela comunidade aca-
dêmica para enriquecer ainda mais
esta edição.

Boa Leitura!

T&C AMAZÔNIA - ISSN 1678-3824 ■ PÁG 5


O QUE É
INDÚSTRIA
ENTREVISTA

4.0?
Industria 4.0 se refere a uma nova fase na
Revolução Industrial, focando de forma pesada
em interconectividade, automação, big-data e
inteligência artificial.
► Por Kleiton Renzo Rezk de Oliveira

Para entender 1770


A Primeira Revolução
melhor o conceito Industrial
Aconteceu no final do século
precisamos 18. Neste período o trabalho
entender como manual foi mecanizado com o
uso da força da água e vapor.
as Revoluções
Industriais 1870
A Segunda Revolução
evoluíram. Industrial
Aproximadamente 100 anos
depois ocorreu uma nova re-
volução com o surgimento
de uma nova fonte de ener-
gia: eletricidade, gás e petró-
leo. Neste momento também
houve a criação dos modelos
organizacionais idealizados
por Taylor e Ford.

T&C AMAZÔNIA - ISSN 1678-3824 ■ PÁG 6


A Terceira Revolução
1970
Industrial
Esta revolução se deu a par-
tir de duas maiores inven-
ções: Automação e Robóti-
ca. Isso foi possível graças
a evoluções da eletrônica
e consequentemente dos
computadores. Neste mo-
mento, atividades repetiti-
vas, ou de riscos passaram a
ser executadas por máqui-
nas.
Paulo César de
Carvalho Brasil
Dias A Quarta Revolução Engenheiro Eletricista,
Especialista em tecnologia SMT,
atuais Industrial 18 anos na área de Robótica.
Um novo fenômeno tec- Gerente de Engenharia da FUJI
nológico fundamenta essa do Brasil Maq. Ind. Ltda.
revolução indústria, a digi-
talização. Com a digitaliza-
ção pôde se criar um mun- ESSE NOVO MODELO É
do virtual que representa o IRREVERSÍVEL?
mundo real. Dessa forma as
A competitividade das empresas tor-
fábricas atuais serão trans- nará este modelo irreversível. Assim
formadas em Fábricas Inte- como as revoluções anteriores foram.
ligentes. As vantagens da Industria 4.0 tornam
o processo de produção mais eficiente,
A conectividade e interação de reduz o custo e mais personalizável.
todos os dispositivos em um pro-
cesso de produção é o objetivo da QUAIS PAÍSES SÃO PIONEI-
Industria atual. E isso será possível ROS NA IMPLANTAÇÃO DA
graças a tecnologias com Nuvem, INDÚSTRIA 4.0?
Big-Data, Internet das Coisas e In-
teligência Artificial. As aplicações Este conceito “Industria 4.0” surgiu na
são enormes: Manutenção Predi- Alemanha em 2011 e já ganhou a Eu-
ropa. Nos Estados Unidos este concei-
tiva, tomadas de decisões em tem- to recebeu o nome de “Smart Factory”
po real, melhorar na coordenação e na China de “Made in China 2025”.
das atividades, e muito mais.

T&C AMAZÔNIA - ISSN 1678-3824 ■ PÁG 7


COMO ESSE NOVO FORMA- QUAIS AS PROFISSÕES QUE
TO PODE IMPACTAR O POLO SERÃO A BASE DA INDÚS-
INDUSTRIAL DE MANAUS? TRIA 4.O?
O impacto será profundo. Muitas em- É difícil dizer exatamente que profissões
presas já estão na corrida pela implan- surgirão. Hoje um técnico que conser-
tação deste novo conceito. Nós da Fuji ta um equipamento, precisará também
do Brasil Maq. Ind. Ltda, já estamos apli- aprender sobre rede de computadores,
cando as novas tecnologias em várias pois tudo estará interligado. Porém já
empresas e os resultados são surpreen- temos algumas profissões surgindo no
dentes. Quem não buscar pela inovação mercado como: Ciência de dados indus-
sofrerá amargas consequências. triais, Coordenador de Robótica, Desen-
volvedor de solução IT/IoT, Programa-
QUAIS NOVOS MODELOS DE dor Industrial.
NEGÓCIOS SÃO ESPERADOS
COM INDÚSTRIA 4.0? A INTERNET É ESSENCIAL
Os novos modelos de negócios serão PARA A IMPLANTAÇÃO DA
baseados em Produtos e Serviços Inte- INDÚSTRIA 4.0?
ligentes (Smart products and services). Não dá pra falar de Industria 4.0 sem
internet. O conceito de Indústria 4.0 en-
AS PLANTAS INDUSTRIAIS volve conectividade, Nuvem, Big-data,
Internet das Coisas, etc. A Internet será
COMO CONHECEMOS AINDA
o meio que conexão entre o Fábrica Vir-
TEM SOBREVIDA DE QUAN- tual e a Fábrica Real.
TOS ANOS?
Temos pouco tempo pra atualizar nossa Em resumo, precisamos rapidamente
indústria, a China tem a meta de con- implementar a Industria 4.0 pois o que
quistar o mercado até 2025 conforme tudo indica é que logo teremos a 5.0.
o lema adotado “Made in China 2025”
com a implementação da Industria 4.0.
A Europa, Estados Unidos e restante da
Ásia estão a todo vapor para também
implementar. Em função disso creio que Com o propósito de apresentar
temos que acelerar em termos de estu- e discutir as novas tendências
dos e estruturas para que nossas em- tecnológicas na engenharia, que
presas se adequem, caso contrário cor- agrega importantes conheci-
reremos os risco de sermos “engolidos”
nessa guerra de inovações mentos aos discentes, a FUCAPI
realizou o VI Encontro Regional
COMO ENFRENTAR O DE- de Engenharia, disponível para
SEMPREGO NESSE NOVO toda a comunidade acadêmica
MODELO INDUSTRIAL? institucional, empresários e aos
A única maneira de evitar o desemprego demais interessados com pales-
é com educação. Novas profissões surgi-
tras, oficinas, relatos e mesas
rão e cada vez mais será necessário es-
tar “conectado” com o mundo. Todos os redondas com abordagens de te-
países que buscam essa nova revolução mas atuais e importantes na área
estão investindo em educação. O Brasil de formação do engenheiro.
precisa fazer o mesmo.

T&C
T&C AMAZÔNIA
AMAZÔNIA - ISSN
- ISSN 1678-3824■ ■PÁG
1678-3824 PÁG88
MUDAMOS OS NOSSOS NÚMEROS PARA MELHOR ATENDÊ-LO!

T&C AMAZÔNIA - ISSN 1678-3824 ■ PÁG 9


PLANETA
OU
PLÁSTICO?
CAPA

No início da década de 50 vimos a consolidação dos


plásticos na indústria e uma mudança drástica na
forma como o ser humano passou a consumir produtos
nas novas embalagens e, consequentemente, a sujar o
planeta. Passados 68 anos estamos buscando soluções
para acabar com uma epidemia de proporção global: o
acúmulo de 4,8 bilhões de toneladas de lixo derivado
do plástico.

► Por Kleiton Renzo Rezk de Oliveira

A
situação parece distante do
Amazonas, mas estima-se que
somente Manaus produza 72
mil toneladas de lixo por mês. De acordo
com a Secretaria Municipal de Limpeza
Pública (Semulsp), por ano a média de
coleta de lixo na capital é de 927.541
mil toneladas. Em 2013 a Semulsp
realizou um estudo que identificou
que 53,50% do lixo domiciliar são de
recicláveis, enquanto 26,25% são de
material orgânico (veja tabela).

T&C
T&C AMAZÔNIA
AMAZÔNIA - ISSN
- ISSN 1678-3824 ■ ■
1678-3824 PÁG
PÁG 10 10
FRAÇÃO PERCENTUAL POR COMPONENTE
COMPONENTES NORTE SUL OESTE LESTE CENTRO-SUL CENTRO-OESTE MÉDIA (%)

MATÉRIA ORGÂNICA 34,95 17,21 23,33 27,56 25,33 28,51 26,25

RECICLÁVEIS 56,37 49,47 53,78 48,47 60,01 57,40 53,50

PAPEL E PAPELÃO 28,88 17,38 27,23 18,56 26,38 22,65 23,55

TETRA PAK 1,29 1,44 1,28 0,85 2,65 1,57 1,40

PET 6,68 6,04 4,27 5,84 4,95 6,99 5,89

PLÁSTICO DURO-PEAD 3,21 5,01 2,91 4,25 4,62 4,38 3,98

PLÁSTICO MOLE-PEBD 1,96 1,41 1,46 2,99 1,71 4,93 2,11

PP 2,41 3,43 4,65 6,29 0,73 1,17 3,33

METAIS 7,16 9,37 8,22 5,24 5,09 6,79 7,40

ISOPOR 1,12 1,07 1,04 1,26 1,85 1,88 1,24

VIDRO 3,66 4,32 2,72 3,19 12,03 7,04 4,60

MADEIRA 1,83 13,52 14,37 2,08 2,51 2,50 6,91

REJEITOS 6,88 19,84 8,55 21,93 12,20 11,61 13,37

TOTAL 100,03 100,04 100,03 100,04 100,05 100,02 100,04

Enquanto Manaus tenta mensurar o lixo produzido,


nos municípios não há dados concretos de quanto lixo é
produzido nem de quanto é derivado do plástico. O que
se pode afirmar, é que essa sujeira toda fica visível nos
igarapés, em nascentes e, por fim, nos rios do Amazonas e
nos mares. O plástico não afunda, flutua, e demora de 20
(sacolas plásticas) a 500 anos (garrafas de plásticos) para
se decompor, dependendo do tipo.

Foto: Prefeitura de Anamã.

Aterro sanitário improvisado no município de Anamã.

T&C AMAZÔNIA - ISSN 1678-3824 ■ PÁG 11


De janeiro a setembro de 2018 mais de 2,5 mil tone-
ladas de lixo foram retirados só dos igarapés que cor-
tam Manaus, com média de 842 toneladas por mês. No
mundo, a estimativa é de 150 milhões de toneladas de
plástico circulando nos oceanos.

Enchente jogou o lixo


do aterro no rio do
Lago do Anamã

Foto: Prefeitura de Anamã.

Um exemplo desse problema é a Na outra ponta o problema está


“ilha de plástico”, um imenso aglo- na poluição cada vez maior dos rios
merado de lixo com área 17 vezes que cortam grandes cidades, como
maior que a área de Portugal, com- o Ganges, na Índia, o Tietê, em São
posto por detritos, recipientes, gar- Paulo, e a Baía de Guanabara, no
rafas, tampas, fitas de embalagens, Rio de Janeiro. E foi justamente o
cordas, redes de pesca e toda a sor- Rio, que numa ação drástica, assu-
te de objetos feitos de plástico, que miu a linha de frente ao combate a
flutua no oceano Pacífico Norte. um dos novos vilões do acúmulo de
lixo plástico: os canudinhos.

T&C
T&C AMAZÔNIA
AMAZÔNIA -- ISSN 1678-3824 ■ PÁG 12
ISSN 1678-3824
Registros arqueológicos mos- mento e ao manejo de alimentos
tram que o canudo já aparece há prontos para o consumo. Sob a
pelos menos 5 mil anos na histó- relatoria do senador pelo Ama-
ria do mundo. Na Mesopotâmia zonas, Eduardo Braga, o PL
era feito de bambu. Mas foi so- 92/2018, aguarda relatório na
mente na idade moderna que a Comissão de Assuntos Econô-
industrialização transformou o micos.
canudinho de plástico em pro-
blema ambiental. Por serem pe- A Comissão Europeia
quenos e leves os canudos são
decidiu que até 2030 o
facilmente descartados e não
passam na triagem da recicla- plástico descartável terá
gem. que acabar nos países
membros. Por lá eles
Desde julho deste ano os bares
e restaurantes do Rio de Janei- produzem 25 milhões de
ro estão proibidos de comercia- toneladas de lixo plástico.
lizarem canudos feitos de plás-
ticos sob a pena de multas que Nos dois casos a proposta é a
variam de R$ 3 mil a R$ 6 mil re- substituição imediata do plásti-
ais. Seguindo o exemplo carioca, co por produtos feitos de papel
em Manaus, a vereadora Joana ou de substancias biodegradá-
Darc, propôs projeto com mes- veis.
ma proibição. A proposta ainda
está sob análise na Comissão de MICROPLÁSTICOS
Constituição e Justiça da Câma-
ra Municipal de Manaus. A briga contra a poluição de-
corrente dos plásticos ganhou
Em âmbito nacional um proje- novo esforço após a descober-
to de lei no Senado quer a com- ta que o plástico, por demorar a
pleta eliminação do plástico não sua decomposição, se parte em
biodegradável da composição pedaços cada vez mais peque-
de pratos, copos, bandejas, ta- nos até se tornar partículas cha-
lheres, canudos e outros utensí- madas “microplásticos”.
lios destinados ao acondiciona-

T&C
T&CAMAZÔNIA
AMAZÔNIA--ISSN 1678-3824 ■■ PÁG
ISSN1678-3824 PÁG13
13
Pesquisa das Nações Unidas mostrou que
90% da água engarrafada tem vestígios de mi-
croplástico. Um outro estudo de 2017 da Orb
Media, encontrou vestígios de plástico em 83%
da água de torneira de 5 continentes. Todo este
plástico acaba por ser ingerido pelos próprios
peixes. Um novo estudo, de fevereiro deste ano,
da revista científica “Frontiers in Marine Scien-
ce” mostrou que três em cada quatro peixes das
zonas remotas do Atlântico tinha microplástico
no estômago e intestinos.

Em 2050 o Fórum Econômico Mun-


dial prevê que haverá mais plástico
que peixes nos oceanos da Terra.
A tentativa de diminuir essa epidemia de lixo
plástico está na coleta seletiva, na reciclagem
do plástico e na educação ambiental das novas
gerações de seres humanos. Em Manaus, em
2017, a coleta seletiva recolheu mais de 10.934
mil toneladas de lixo. Ainda não há números re-
ferentes a este ano.

Segundo a Política Nacional de Resíduos Só-


lidos (lei nº 12.305/10), é dever dos municípios
implantar os aterros sanitários e a coleta sele-
tiva com a participação de cooperativas de ca-
tadores de materiais reutilizáveis e recicláveis
formadas por pessoas físicas de baixa renda.
No entanto, a lei que deveria valer desde 2014,
ainda não saiu do papel e dificulta o desenvolvi-
mento da indústria de reciclados no Brasil.

Em Manaus 20 cooperativas estão cadastra-


das na prefeitura para fazer essa coleta. No
entanto esse trabalho não recolhe nem 2% do
lixo reciclável produzido pelos manauaras. A
SEMUSP diz que 300 mil pessoas são atendi-
das pela coleta seletiva em doze bairros da ca-
pital: Chapada, Dom Pedro, Ponta Negra, Nova

T&C AMAZÔNIA - ISSN 1678-3824 ■ PÁG 14


Esperança, São Jorge, Planalto, Coroado, Parque 10, Nossa Sra Das
Graças, Adrianópolis, Flores e Japiim. Para solicitar a coleta seletiva
do seu lixo entre em contato com o número (92) 3228-7134 ou vá até
um ponto de coleta da lista abaixo.

HORÁRIO DE
PEV ENDEREÇO
FUNCIONAMENTO
Praça de alimentação Das 8h às 17h
D. PEDRO do D. Pedro - De segunda-feira a
Conjunto D. Pedro sábado
Localizado próximo a
Das 8h às 17h
administração do
LAGOA JAPIIM De segunda-feira a
parque Lagoa do
sábado
Japiim
Parque dos Bilhares,
Das 8h às 17h
PARQUE DOS segunda etapa
De segunda-feira à
BILHARES (entrada pela Av.
sexta-feira
Constantino Nery)
Parque do Mindú -
Das 8h às 17h
PARQUE DO Rua Perimetral, S/n -
De segunda-feira à
MINDÚ Parque Dez de
sexta-feira
Novembro

SAIBA MAIS
A FUCAPI possui um NA WEB - http://www.setorreciclagem.com.br/ -
programa de coleta se- Site sobre reciclagem com dicas e informações de
letiva de lixo em toda a como utilizar e reutilizar materiais recicláveis.
instituição. Cada bloco NO CONGRESSO - https://www25.senado.leg.
possui lixeiras de coleta br/web/atividade/materias/-/materia/132457 -
Projeto de Lei quer acabar com o uso de plásticos
seletiva em locais de fácil em embalagens de alimentos no prazo de 10 anos.
acesso. Toda a semana a
NÚMEROS - No Reino Unido estima-se que pelo
prefeitura faz a coleta do menos 4,4 bilhões de canudos sejam jogados fora
material que é destinado anualmente.
às cooperativas. A FU- NÚMEROS – O mundo produziu 8,3 bilhões de
CAPI também orienta toneladas de plástico em 68 anos e reciclou só 9%.
seus alunos e servidores PARA ASSISTIR - No site http://www.albatross-
a adotarem uma caneca thefilm.com existe um filme documentário, livre
e que pode ser baixado gratuitamente, feito ao
e evitarem o uso de co-
longo de oito anos para mostrar a vida de uma
pos plásticos, bem como, ave que se reproduz nas ilhas Midway no oceano
proibiu o uso de canudos Pacífico, o albatroz de laysan, e o grave impacto
na cantina da instituição. do lixo plástico, originário de várias partes do pla-
neta sobre essas aves.

T&C AMAZÔNIA - ISSN 1678-3824 ■ PÁG 15


DOIS TIPOS DE AS SETE ESPÉCIES DE
PLÁSTICO ‘TERMOPLÁSTICOS’
1 . POLIETILENO TEREFTALATO – PET
O plástico ‘termorrígido ou ter- Utilizado em frascos de refrigerantes, de
mofixo’ produtos de limpeza e farmacêuticos, em
Segundo estudo da UNI- fibras sintéticas, etc..
CAMP “os plásticos termo-
fixos são aqueles que não se 2 . POLIETILENO DE ALTA DENSIDADE
fundem e uma vez moldados – PEAD
Utilizado na confecção de engradados
e endurecidos, não oferecem
para bebidas, garrafas de álcool e de pro-
condições para reciclagem. É
dutos químicos, bambonas, tambores, tu-
o caso das telhas transparen-
bos para líquidos e gás, tanques de com-
tes, do revestimento do tele- bustível, etc..
fone, do material do orelhão
e de inúmeras peças utiliza- 3 . PVC – CLORETO DE POLIVINILA – V
das na mecânica e especifica- Utilizados em frascos de água mineral, em
mente na indústria automo- tubos e conexões para água, em calçados,
bilística.” encapamentos de cabos elétricos, equipa-
mentos médico-cirúrgicos, lonas, esqua-
drias, etc.
Os ‘termoplásticos’
“São aqueles que amolecem 4 . POLIETILENO DE BAIXA DENSIDADE
ao serem aquecidos, poden- – PEBD
do ser moldados. Uma vez Empregado nas embalagens de alimentos,
resfriados endurecem e to- sacos industriais, sacos para lixo, filmes
mam determinada forma. flexíveis, lonas agrícolas, etc.
Como o processo pode ser 5 . POLIPROPILENO – PP
repetido várias vezes, esses Empregado em embalagem de massas ali-
plásticos são recicláveis po- mentícias e biscoitos, potes de margarina,
dendo ser reaproveitados.” seringas descartáveis, equipamentos mé-
dico-cirúrgicos, fibras e fios têxteis, utili-
dades domésticas, autopeças, etc..
6 . POLIESTIRENO – PS
Usado em copos descartáveis, placas iso-
lantes, aparelhos de som e de TV, embala-
gens alimentícias, revestimento de gela-
deiras, material escolar, etc..
7. OUTROS
São as resinas plásticas não indicadas até
aqui e são utilizadas em plásticos espe-
ciais na engenharia e em CD’s, em eletro-
domésticos, corpo de computadores e em
outras utilidades especiais.
T&C AMAZÔNIA - ISSN 1678-3824 ■ PÁG 16
O EMPREGO DE RESÍDUOS
AGROINDUSTRIAIS
COMO SUBSTRATO
PARA A PRODUÇÃO
DE BIOMOLÉCULAS DE
ARTIGO

INTERESSE INDUSTRIAL.
► Por Juliana Magalhães de Araújo e Ginarajadaça Ferreira dos Santos Oliveira

A
produção agroindustrial cresce ano após ano produzindo
resíduos como cascas e sementes que contaminam lagos,
rios e o solo quando não recebem o destino correto,
concomitantemente, a mesmas indústrias que geram resíduos
adicionam compostos sintéticos aos produtos alimentícios e
cosméticos que muitas vezes ocasionam uma preocupação entre
seus consumidores com relação a reações alérgicas e substancias
cancerígenas. Vários pesquisadores já provaram a viabilidade do
uso desses resíduos para a produção de composto
com valor biotecnológico como fenóis e polifenóis,
ao qual podem substituir compostos
sintéticos agregando mais valor ao
produto. Portanto o objetivo desta
revisão é sintetizar recentes
descobertas relativas aos resíduos
que apresentam capacidade
biológica, compostos bioativos
descobertos e técnicas
usadas.

T&C AMAZÔNIA - ISSN 1678-3824 ■ PÁG 17


INTRODUÇÃO tos derivados da fermentação micro-
biana tem crescido ano após ano.
Há décadas as indústrias de ali-
mentos e cosméticos introduzem Os resíduos podem conter com-
aditivos aos produtos, seja para a postos bioativos capazes de propor-
conservação, seja para melhora visu- cionar benefícios à saúde, prevenin-
al ou agregar mais valor, muito se adi- do doenças ou até favorecendo o
ciona a eles gerando uma preocupa- funcionamento do organismo, como
ção entre os consumidores e grandes atividade antioxidante, modulação de
debates sobre a quantidade de pro- enzimas de desintoxicação, estimula-
dutos sintetizados adicionados, sur- ção do sistema imunológico, redução
ge assim à busca por produtos cada da agregação plaquetária, atividades
vez mais naturais e funcionais, além antibacterianas e antivirais (SCHMI-
de alternativas para a substituição de DT S AND POKORNÝ J, 2005).
compostos sintéticos. Laguerre et al., (2007) afirmam
Com o crescimento do mercado que o uso de antioxidantes vegetais
de alimentos mais orgânicos expan- é bastante promissor para fins nutri-
de-se o compromisso com o destino cionais, terapêuticos ou de preser-
de resíduos agroindustriais, com- vação da qualidade dos alimentos,
postos basicamente de carboidratos entretanto um importante desafio
polimerizados, sendo que a lignina e para a pesquisa industrial nos últimos
a celulose são os resíduos agroindus- anos é a busca por mecanismos para
triais predominantes na biomassa obtenção desses compostos.
(SANTOS et al., 2012). Os antioxidantes atuam nos ali-
Resíduos mal gerenciados podem mentos conferindo proteção contra a
contaminar rios e trazer desvanta- degradação de moléculas e tem a ca-
gens para a prospecção, por isso, a pacidade de aumentar a vida de pra-
tecnologia limpa insere novos me- teleira do produto (FOOD INGRE-
canismos de gerenciamento e apro- DIENTS BRASIL, 2009).
veitamento dos resíduos focando na Portanto, o uso de extratos ve-
busca da ecologia industrial. getais usando resíduos agroextrati-
Freitag (2011) relata que as em- vistas torna-se uma solução eficaz
presas brasileiras não instalaram tanto para dar um destino mais justo
políticas de responsabilidade am- aos rejeitos, quanto criando um novo
biental, pois as práticas de gestão de produto de bastante valor comercial.
resíduos industriais ainda são sem
valor quando comparadas a quanti-
dade de rejeitos produzidos. REFERENCIAL TEÓRICO
No decorrer dos anos começa a Com a finalidade de compor a re-
ocorrer uma busca maior pela utili- visão de literatura, buscou-se emba-
zação eficiente de resíduos agroin- samento teórico em autores e obras
dustrias (ROSALES et al., 2002; que oferecessem subsídios no que
BERTONCINI, 2014). diz respeito aos temas que dialo-
guem com a proposta da pesquisa, fo-
Dufossé et al.,
ram usados artigos dos últimos cinco
(2014) destacam que o
anos, na língua portuguesa e inglesa
crescimento de ingre-
obtidos do banco de dados dos Perió-
dientes utilizados na
dicos da Capes e do Scielo.
indústria de alimen-

T&C AMAZÔNIA - ISSN 1678-3824 ■ PÁG 18


Geração de resíduos agroin- coólicas e Bebidas Não Alcoólicas (FIESC,
dústrias no Brasil 2018).
O tipo do processamento de polpas O processamento das indústrias da
de frutas gera vários tipos de resíduos, laranja, após a obtenção de suco natural,
sendo, geralmente, constituído de casca, doces, extratos e polpa, produzem apro-
caroço ou sementes e bagaço. Embora ximadamente 50% de resíduo de fruta
possuam vitaminas e outros componen- (HERNÁNDEZ-MONTOYA et al., 2009).
tes bons, as fábricas desperdiçam essas A uva é muito cultivada e aproximada-
fontes de nutracêuticos gerando resíduos mente 80% da produção destinam-se à
que podem causar problemas ambientais fabricação de vinhos e derivados, geran-
(LIMA, 2001). do resíduos como o engaço, borra e baga-
ço (GRUZ et al., 2013). A indústria cafeei-
A indústria agroalimentar gera uma ra gera diferentes resíduos, os principais
enorme quantidade de resíduos, este se- resíduos recebem o nome de casca e pol-
tor gerencia os segmentos de Fabricação pa, respectivamente (FAN et al., 2000;
de Produtos Alimentícios e Fabricação de MURTHY; NAIUDU, 2012).
Bebidas. A Fabricação de produtos Ali-
mentícios contempla fabricação de Con- Woiciechowski, et al., (2013) afirmam
serva de Frutas, Legumes e Outros Ve- que esses produtos e subprodutos geram
getais; Fabricação de Óleos e Gorduras resíduos agroindustriais em quantidades
Vegetais e Animais; Laticínios; Moagem, significantes por ano (Tabela 1), contudo
Fabricação de Produtos Amiláceos e de o consumo é a primeira instancia estabe-
Alimentos para Animais; Fabricação e lecida na crescente geração de resíduos
Refino de Açúcar; Torrefação e Moagem orgânicos mistos localizados nas zonas
de Café e Fabricação de outros Produtos urbanas e em segundo, a geração ocorre
Alimentícios; Abate e Fabricação de Pro- em plantas agroindustriais, onde os vo-
dutos de Carne; Preservação do Pescado lumes de biomassas são concentrados,
e Fabricação de Produtos do Pescado. No tais resíduos podem ser compostos por
que se refere à Fabricação de Bebidas, resíduos de polpa, sementes e cascas (IN-
esta abrange a Fabricação de Bebidas Al- FANTE et al., 2013; PELIZER et al., 2007).

Tabela 1 - Principais elementos processados no Brasil e seus respectivos resíduos.


Produção anual Produção de resíduos
Cultura Resíduos de processamento
(milhões de toneladas) (milhões de toneladas)
Vinhaça 406,25
Cana-de-açúcar 693,49
Bagaço 138,7
Casca 3,12
Soja 62,49 Melaço 11,92
Vinhaça 33,34
Milho 52,36 Farelo 9,43
Bagaço 26,04
Mandioca 26,04
Manipueira 15,63
Laranja 18,66 Polpa Cítrica 9,14
Casca 1,55
Arroz 11,95
Farelo 9,56

Total 864,99 664,98

Biomassa seca equivalente 208,748 121,401

Outras culturas acima de 1.000 ton./ano:


banana, coco, tomate, trigo etc. 44,1 Variável

Fonte: adaptado de Woiciechowski et al., (2013).


T&C AMAZÔNIA - ISSN 1678-3824 ■ PÁG 19
Com o intui- Moure et al., 2001 publicaram
to de reduzir os uma revisão abordando a extração de
impactos produzi- compostos antioxidantes (principal-
dos por este setor, mente polifenóis) de resíduos indus-
seus resíduos são utili- triais e da agroindústria, nos quais
zados para a adubação ou identificaram importantes antioxi-
enriquecimento de ração animal dantes.
(GRUZ et al., 2013). Infante et al., (2013) determi-
Entretanto esses produtos são naram o teor fenólico de resíduos
fontes de diversos compostos bioa- agroindustriais de abacaxi (casca e
tivos como antioxidantes, proteínas, bagaço da polpa), maracujá (casca e
flavonoides, taninos, compostos fe- semente), caju (bagaço da polpa) e
nólicos, alcaloides, açúcares e lipí- manga (bagaço da polpa), observa-
dios. (PETKOWICZ, VRIESMANN, ram que o extrato de resíduo de caju
& WILLIAMS, 2016; ABU-REIDAH, apresentou o maior teor, seguido dos
ARRÁEZ-ROMÁN, WARAD, FER- extratos de manga, maracujá e aba-
NÁNDEZ-GUTIÉRREZ, & SEGURA- caxi, os resíduos de abacaxi, maracujá
-CARRETERO, 2017). e manga apresentaram atividade an-
Vários autores já estudam a capa- tioxidante num valor próximo de 50%
cidade e versatilidade do uso de resí- de inibição em relação ao controle,
duos e coprodutos de agroindústrias sendo fontes potenciais de antioxi-
do setor de produção (OLIVEIRA et dantes naturais.
al., 2002; DAMIANI et al., 2011). Bagaços de uva foram analisados
O uso desses resíduos em um bio- por Cruz et al., (2013) afim de recu-
processo já é realidade, um biopro- perar compostos bioativos para fins
cesso irá transformar esta matéria alimentícios, o extrato obtido por
residual em outro produto com valor extração hidroetanólica foi mais efi-
agregado seja pelo uso de microrga- ciente e apresentou mais atividade
nismos como fungos, leveduras ou antioxidante de 1.965 μmol Trolox
bactérias, seja adição de enzimas que por 100g de bagaço.
catalisarão a reação, enfim processos Oancea, S.; Radu, M.; Olosutean
fermentativos podem gerar um bio- H., (2018), detalharam um proces-
produto através da aplicação em re- so de produção de extratos ricos em
síduos vegetais. antioxidantes obtidos de resíduos
de cebola roxa. Essas descobertas
mostraram uma boa quantidade de
Biomoléculas obtivas por pigmentos e compostos úteis para a
processos fermentativos usan- indústria de alimento e têxtil.
do resíduos agroextrativistas Estudos realizados por Lopes et
Atualmente, diversos trabalhos al., (2017) com o uso de fungos As-
foram realizados demonstrando a ca- pergillus niger e Penicillium sp. teve
pacidade e viabilidade do uso de re- como foco a produção de lipase e an-
síduos da indústria de alimentos (fru- tioxidantes por meio de fermentação
tas, verduras, ervas, etc.) como fonte em resíduo de grãos destilados se-
de princípios ativos com atividade cos com solúveis (DDGS - Distiller’s
antimicrobiana, anticancerígena e Dried Grains with Solubles) de milho.
antioxidante.

T&C AMAZÔNIA - ISSN 1678-3824 ■ PÁG 20


Foram iden- METODOLOGIA
tificadas quanti-
O método de pesquisa utilizado
dades significati-
é o qualitativo, apoiando-se em téc-
vas de compostos
nicas de coleta de dados, também
fenólicos em amos-
quantitativas. De acordo com Neves
tras de graviola,
(1996, p.01), a pesquisa qualitativa
por isso Freitas et al.,
não busca enumerar ou medir even-
(2017) realizaram um le-
tos. Ela serve para obter dados descri-
vantamento bibliográfico com o in-
tivos que expressam os sentidos dos
tuito de verificar o uso da graviola na
fenômenos. O estudo foi desenvolvi-
diminuição da proliferação do câncer.
do a partir de Pesquisa bibliográfica,
Pereira, (2017) avaliou o poten- os conceitos analisados foram: “Ex-
cial antioxidante do okara (subpro- tratos vegetais produtores de biomo-
duto do processo de produção do léculas”, “Substâncias obtidas por ex-
extrato hidrossolúvel de soja ou do tração”, “Resíduos agroextrativistas”
tofu) e do isolado proteico de soja e “Métodos de extração”. Os princi-
(IPS), assim como a capacidade anti- pais autores que contribuíram com
-inflamatória dos hidrolisados de am- o trabalho foram: Woiciechowski,
bas as matrizes. et al., (2013), Marques et al., (2017)
Fernández et al., (2017) obtive- e Oancea, S.; Radu, M.; Olosutean
ram resultados relacionado ao uso H., (2018). Tais autores confirmam o
dos subprodutos de tomate e da pera uso de resíduos agroindustriais como
como uma fonte potencial de biopro- promissores na elaboração de extra-
dutos. No resíduo de tomate, Ruti- tos com valor biotecnológico.
na e Catequina foram os compostos
encontrados em maior quantidade;
enquanto no resíduo da pera o com- RESULTADOS E
ponente com mais quantidade foi o DISCUSSÃO
ácido gálico.
Silva et al., (2013) estudaram o
extrato seco de Peperomia pellucida Resíduos vegetais com po-
L. (H. B. K.), conhecida com erva-de- tencial para produção de com-
-jabuti, a prospecção química revelou postos bioativos.
a presença de saponinas espumídi-
A busca pela inovação na pes-
cas; açúcares redutores; proteínas e
quisa de antioxidantes como alter-
aminoácidos; fenóis; taninos; flavo-
nativas em substituição aos sintéti-
nóides; esteróides e triterpenóides.
cos alavancou a pesquisa por fontes
Foi confirmada, através de CLAE, a
vegetais propensas a sua produção,
presença de 3’,4’,7-tri-O-metoxifla-
tornando o processo ecologicamen-
vona no extrato seco deste material
te e economicamente vantajoso pelo
vegetal.
uso de resíduos de frutas e derivados,
Mallikarjunaradhya e colabora- hortaliças, verduras e ervas.
dores depositaram patente referente
De acordo com o Instituto Bra-
a importância do processo de extra-
sileiro de Geografia e Estatística o
ção de compostos com capacidade
Brasil é o terceiro maior produtor de
antioxidante em resíduos. frutas do mundo, com uma produção

T&C AMAZÔNIA - ISSN 1678-3824 ■ PÁG 21


estimada em 44 milhões de toneladas em tes in vitro e in vivo, visualizaram o efeito
2017, permanecendo atrás apenas da Chi- da atividades anticancerígenas em pacien-
na e da Índia (IBGE, 2016). tes com câncer de mama, no entanto afir-
Segundo Oliveira et al., (2009) as in- mam que são necessários mais testes para
dústrias alimentícias não são as únicas afirmar o efeito contra o câncer.
com interesse nas reações de oxidação, na Soares et al., (2017) desenvolveram
medida em que influenciam a produção de pães tipo hambúrguer a partir de subpro-
outros bens oxidáveis, como cosméticos, dutos agroindustriais em forma de fari-
farmacêuticos e plásticos. nhas mistas (farinha de trigo e farinha
Marques et al., (2017) caracterizaram de resíduos de goiaba), as diferentes for-
compostos fenólicos obtidos do extrato mulações enriquecidas com a farinha do
da farinha de bagaço de acerola, tais com- resíduo de goiaba apresentaram teores
postos são quercetina, ácido p-cumárico, médios de ácido ascórbico superiores a 30
ácido gálico, galato de epicatequina, cate- mg/100g, caracterizando como produtos
quina, ácido siríngico e epicatequina, o ex- de boa qualidade nutricional.
trato apresentou atividade antioxidante e A Tabela 2 mostra a conclusão obtida
antibacteriana contra bactérias gram-ne- de pesquisas sobre fontes naturais de an-
gativas e gram-positivas. tioxi-dantes a partir de resíduos agroin-
Hansra et al.,(2014) por meio de tes- dustriais.

Tabela 2. Resíduos como fontes naturais de antioxidantes


Fonte Principais resultados Referência
O extrato etanólico dos resíduos estudados exibiu elevada
atividade antioxidante, quando comparado com os
Resíduos da extratos em outros solventes, contra o antioxidante Lafka, T.; Sinanoglou,
vinicultura sintético BHT, o palmitato de ascorbila e a vitamina E. Não V.; Lazos, E. S, 2007
foi observada cor­relação positiva entre atividade
antioxidante e conteúdo total de fenois.
O extrato (1-20 μg/mL) analisado foi pré-incubado em
Resíduos sólidos de células endoteliais e preveniu a peroxidação lipídica e a
Aldini, G. et al., 2006
azeitona morte celular. Os resultados indicam uma grande
capacidade antioxidante dos extratos estudados.
A alta quantidade de fenois e a elevada capacidade
Resíduos de Shui, G.; Leong, L. P.,
antioxidante dos resíduos estudados indicam que
carambola 2006
poderiam ser empregados como aditivos alimentares.
Encontraram-se 17 tipos de compostos polifenólicos Lu, Y.; Foo, L. Y., 1999
Bagaço de uva diferentes, entre eles, ácido gálico, catequina, Marques et al ., 2017
epicatequina, quercetina. Cruz et al ., 2013
Todos os compostos antioxidantes encontrados
apresentaram elevada atividade antioxidante, sendo a
Bagaço de maçã atividade sequestradora de radicais DPPH 2 a 3 vezes e a Lu, Y.; Foo, L. Y., 2000
do anion radical superóxido 10 a 30 vezes maior do que a
das vitaminas C e E.
Resíduos de maçã, Foram encontrados extratos com elevado conteúdo de
Peschel, W. et al., 2006
pêra e alcachofra fenois e elevada capaci­dade antioxidante.
O resíduo de chá preto apresentou maior capacidade Farhoosh, F.;
Folhas de chá velho
antioxidante quando comparado com a folha de chá velho. Golmovahhed, G. A.;
e resíduos de chá
Recomendam o uso destes chás como fontes naturais de Khodaparast, M. H. H.,
preto
antioxidantes. 2007
Os extratos das sementes mostraram variações -no
T&C AMAZÔNIA ISSN 1678-3824 ■ PÁG 22
Sementes (soja) e
conteúdo de fenois (6,4 a 81,7 mg EAG/g), de flavonoides
resíduos agrícolas Prakash, D. et al., 2007
(3,5 a 44,6 mg QE (quercetina)/g) e atividade antioxidante
Fonte Principais resultados Referência
Os extratos das sementes mostraram variações no
Sementes (soja) e
conteúdo de fenois (6,4 a 81,7 mg EAG/g), de flavonoides
resíduos agrícolas Prakash, D. et al., 2007
(3,5 a 44,6 mg QE (quercetina)/g) e atividade antioxidante
de soja
(7,5 a 74,7%).
Resíduos de Fenois e os tocoferois foram os mais importantes
sementes de constituintes do resíduo pressionado de semente de Helbig, D. et al ., 2008
groselha preta groselha preta estudado.
Sementes, casca de Pericin, D.; Krimer, V.;
O ácido p -hidroxibenzoico foi o composto fenólico mais
semente, casca e Trivic, S.; Radulovic, L.,
abundante nas amostras estudadas.
óleo de abóbora 2009
Resíduos de cebola mostraram ser fonte de antioxidantes Roldan, E.; Sanchez-
Resíduos de cebola e de compostos anti­escurecimento, podendo ser Moreno, C.; Ancos, B.;
utilizados como ingredientes de alimentos. Cano, M. P., 2008
A preservação dos compostos antioxidantes variou de
acordo com o tempo de estocagem. No período de 45 dias
ocorreu um aumento na quantidade de antioxidantes. Na
Casca de maçã Łata, B., 2008
estocagem durante 90 dias, a quantidade de antioxidantes
foi mais preservada em atmosfera controlada quando
comparado com estocagem comum a frio.

O extrato da casca de manga mostrou atividade


Ajila, C. M. et al., 2007
antioxidante em diferentes sistemas e poderia ser usado
como nutracêutico e alimento funcional. O ex­trato da
casca de manga mostrou proteção contra modificações Ajila, C. M.; Prasada
Casca de manga
morfológicas e degradação da membrana proteica causada Rao, U. J. S., 2008
pelo peróxido de hidrogênio. Os resultados demonstram
que o extrato estudado protege os eritrócitos contra o
Infante et al ., 2013
estresse oxidativo e poderia trazer benefícios à saúde.
A casca de manga apresenta grande potencial como fonte
Berardini, N. et al.,
Casca de manga de compostos bené­ficos para a saúde, fonte de quercetina
2007
3-O glicosilada e mangiferina.
As cascas de rambutan podem ser consideradas uma fonte
natural de antioxi­dantes para alimentação ou ser
Cascas de oito
adicionadas a produtos farmacêuticos, devido a sua Okonogi, S. et al., 2007
diferentes frutas
elevada capacidade antioxidante e propriedade não tóxica
em células normais.
Encontrou-se correlação entre teor de compostos Kuljarachanan, T.;
fenólicos e a atividade an­tioxidante total, sendo que tais Devahastin, S.;
Resíduos de limão
compostos foram os antioxidantes que mais contribuíram Chiewchan, N. et al.,
para a atividade do produto. 2009
Nas frações estudadas, foram identificados os ácidos
gálico, ferúlico, cafeico, protocatecúico, quínico, cinâmico,
Bagaço e gentíssico, p -cumárico e salicílico, os quais conferem o Broinizi, P. R. B. et al.,
pedúnculo do caju potencial antioxidante. Estes resultados caracterizaram in 2007
vitro o potencial antioxidante do bagaço e do extrato
bruto do pedúnculo de caju clone CCP-76.

Extrato da casca de batata foi capaz de proteger


Casca de batata eritrócitos contra o estresse oxidativo, provavelmente por Singh, J. et al., 2007
atuar como potente antioxidante.
Os extratos metanólicos de farinhas de resíduos de De Oliveira, A. C. et al.,
T&C AMAZÔNIA - ISSN 1678-3824 ■ PÁG 23
Resíduos de acerola (FRAC), maracujá (FRMA) e abacaxi (FRAB) 2009
acerola, maracujá e exibem capacidade antioxidante. FRAC e FRMA podem
Fonte Principais resultados Referência
Os extratos metanólicos de farinhas de resíduos de De Oliveira, A. C. et al.,
Resíduos de acerola (FRAC), maracujá (FRMA) e abacaxi (FRAB) 2009
acerola, maracujá e exibem capacidade antioxidante. FRAC e FRMA podem
abacaxi ser úteis como suplementos antioxidantes ou aditivos
alimentares, em especial, o extrato de acerola. Infante et al ., 2013

Resíduo de tomate Rutina e Catequina foram os compostos encontrados em Fernández et al ., 2017


Resíduo de pêra O componente com mais quantidade foi o ácido gálico. Fernández et al ., 2017
Resíduo de cebola Mostraram uma boa quantidade de pigmentos e Oancea, S.; Radu, M.;
roxa compostos úteis para a indústria de alimento e têxtil, além Olosutean H., 2018
Foram identificada três catequinas (epigalocatequina,
galato de epicatequina e galato de epigalocatequina) e um Castro-Vargas, Henry
Epicarpo de
ácido fenólico (rosmarínico). Os resultados obtidos I.; Parada-Alfonso,
tomateiro
mostraram que o epicarpo de tomate arbóreo é uma fonte 2017.
de antioxidantes com efeito protetor sobre o CRC.
Caracterizaram os óleos extraídos de sementes de laranja
das variedades Hamlin, Natal, Pera-rio e Valencia, e
Jorge, Neuza, Silva,
determinaram os níveis de carotenoides totais(19,01
Sementes de Ana Carolina da, &
mg/kg), (4,43 g/kg), α-tocoferol (135,65 mg/kg) e
laranja Aranha, Caroline P.M..,
fitoesteróis (1304,2 mg/kg)  bem como determinar as suas
2016.
atividades antioxidantes que variou de 50,0% (Natal) a
70,2% (Pera-rio).
Recuperação de compostos fenólicos a partir de resíduos
da indústria cafeeira (casca, polpa e borra de café) e a
Resíduos da avaliação de sua capacidade antioxidante, o teor de Palomino Garcia, Lady
Rossana; Del Bianchi,
indústria cafeeira compostos fenólicos variou entre 72,88 e 159,50 mg AG
–1 Vanildo Luiz, 2015.
g  resíduo, o resíduo com maior capacidade antioxidante
foi a casca de café.
Suplementação com extrato etanólico de resíduo de
Carbonera, Fabiana et
Resíduo de Acerola acerola (EEAR) na capacidade antioxidante de filés de
al , 2014.
tilápias no intervalo de 60 dias.
Recuperar compostos fenólicos, todos os extratos obtidos Puertas-Mejía Miguel
Borra de café apresentaram boa capacidade antioxidante. Ácidos A, Villegas-Guzmán
colombiano clorogênico, isoclorógeno e feruloilquímico foram Paola, Alberto Rojano
identificados como os principais componentes da borra de Benjamín, 2013.
O resíduo de gabiroba apresentou maior conteúdo de
-1
compostos fenólicos (1.787,65 mg AGE.100g ) e atividade
-1
antioxidante (197,13 µmol TE.g ) em relação à polpa. os
Polpa e resíduo de Alves, Aline Medeiros
valores constatados na polpa de gabiroba (1.222,59 mg
gabiroba et al , 2013.
AGE.100g-1 e 107,96 µmol TE.g , respectivamente) são
-1

superiores aos de muitos frutos consumidos


tradicionalmente.
Caracterização de barras de cereais irradiadas nas doses Souza, Adriana Régia
Casca de abacaxi
de 0 kGy, 1 kGy e 2 kGy, incorporadas com casca de Marques et al , 2011.
Resíduos de polpas
Determinar a concentração dos compostos fenólicos dos Sousa, Mariana Séfora
de frutas tropicais
resíduos de polpas, avaliar a sua capacidade Bezerra, Vieira,
(Acerola, Goiaba,
antioxidante in vitro , pelos métodos de captura de Luanne Morais, & Lima,
Abacaxi, Cupuaçu, • +
radicais DPPH  e ABTS . Alessandro de, 2011.
Bacuri e Graviola).
Adaptado de Oliveira et al., 2009
T&C AMAZÔNIA - ISSN 1678-3824 ■ PÁG 24
Principais técnicas de extração tes (GRIGORAŞ, DESTANDAU, LAZĂR, &
ELFAKIR, 2012) são uma boa maneira de
extrair os compostos bioativos com an-
A escolha da técnica apropriada para tioxidante capacidade de subprodutos.
extração do composto desejado é vital
Meneses et al., (2015) demonstraram
para a eficiência do processo, devido ao
extração anti-solvente supercrítica (SAE)
grau de dificuldade algumas extrações
que pode ser usado na recuperação de
são limitadas ao tipo de biomolécula que
compostos antioxidantes de subprodu-
se deseja, muitas vezes a viscosidade e
tos da manga.
fácil oxidação prejudicam o desempenho
da atividade. As tecnologias não convencionais são
usadas por diferentes tecnólogos de ali-
A extração é capaz de separar um
mentos e recuperar compostos nutricio-
componente ou vários específicos de um
nalmente valiosos de diferentes resíduos
vegetal ou resíduo vegetal por meio da
e subprodutos gerados por ex. durante
adição de um solvente ou a mistura de
a produção de azeite (ROSELLÓ-SOTO
solventes (CHOZE, 2004).
et al., 2015). Os mais importantes são:
A extração por ultrassom usa a ener- ultrassons e microondas, eletrotecnolo-
gia de ondas sonoras transmitidas em gias (campos elétricos pulsados ou altas
frequência de ate 40 quilohertz (KHz) tensões descargas elétricas), extração
causando uma variação na pressão do lí- de fluido sub e supercrítico e tecnologias
quido extrator (LUZ, 1998). mecânicas (extração líquida pressuriza-
Na extração por turbólise, as for- da).
ças de cisalhamento reduz o tamanho Oancea, S.; Radu, M.; Olosutean, H.,
das partículas em rotação de 2000 a (2018) avaliaram o conteúdo de antocia-
24000rpm, favorecendo uma rápida dis- ninas extraídas de residuos de cebola ro-
solução das substâncias (SIMÕES et al, cha, e a quantidade de compostos fenó-
2010). licos, flavonóides e taninos foi superior a
Durante a extração por maceração, a relativamente curto tempo pelo método
amostra é pulverizada no líquido extrator de ultra-som e 30/1 relação solvente /
onde ficará em contato com a mesma por sólido e maior do que os compostos iso-
dias ou horas, sem renovação do líquido lados por procedimento convencional. A
e podendo ser agitada constantemente atividade antioxidante aumentou signi-
ou não, ao final o líquido é escoado e o ficativamente em extratos ultrassônicos
resíduo é prensado (MARTIN & BUSTA- preparados a 30/1 por 10 minutos.
MANTE, 1993; LEITE, 2009). Infante et al., 2013 avaliou o teor de
Fujita et al., (2013) obtiveram extra- compostos fenólicos pelo método de Fo-
tos de Camu-camu extraídos por meio lin-Ciocalteau; a atividade antioxidante
de mistura de solventes compreendendo foi avaliada pelos métodos do sequestro
metanol / água. do radical livre DPPH, autoxidação do sis-
tema β-caroteno/ácido linoleico e FRAP
Agitação controlada em diferentes
(Ferric Reducing Antioxidant Power). En-
temperaturas e tempos (HERNÁNDE-
tre as análises de atividade antioxidante,
Z-CARRANZA et al., 2016) ou métodos
o método do sequestro do radical livre
de extração como extração líquida pres-
DPPH demonstrou maior correlação po-
surizada, maceração, ultrassom assistido
sitiva com o conteúdo fenólico (r = 0,97).
extração ou também extração assistida
Tanto no ensaio DPPH, como no FRAP, o
por microondas com diferentes solven-
destaque foi o resíduo de caju.

T&C AMAZÔNIA - ISSN 1678-3824 ■ PÁG 25


Bioextratos foram obtidos a REFERÊNCIAS
partir de plantas usando n-hexano
em um solvente extrator acelera-
BIBLIOGRÁFICAS
do. Compostos orgânicos foram ■ ABU-REIDAH, I. M., ARRÁEZ-ROMÁN, D.,
identificados por cromatografia WARAD, I., FERNÁNDEZ-GUTIÉRREZ, A., &
gasosa - espectrometria de massa SEGURA-CARRETERO, A. (2017). UHPLC/
e alguns compostos (α-pineno, can- MS2-based approach for the compreheWWn-
feno, cânfora, fenchona e verbeno- sive metabolite profiling of bean (Vicia faba L.)
na) foram quantificados (SANTOS by-products: A promising source of bioactive
et al., 2016). constituents. Food Research International, 93,
87–96.

■ AJILA, C. M.; NAIDU, K. A.; BHAT, S. G.; PRA-


CONSIDERAÇÕES SADA RAO, U. J. S.; Food Chem. 2007, 105,
FINAIS 982.

■ AJILA, C. M.; PRASADA RAO, U. J. S.; Food


Analisando as recém-desco- Chem. Toxicol. 2008, 46, 303.
bertas, a viabilidade dos resídu-
■ ALDINI, G.; PICCOLI, A.; BERETTA, G.; MO-
os e os processos fermentativos
RAZZONI, P.; RIVA, A.; MARINELLO, C.; MAF-
envolvidos, demonstram que são
FEI FACINO, R.; Fitoterapia 2006, 77, 121.
promissores e uma ótima alterna-
tiva, além da produção de antioxi- ■ ALVES, Aline Medeiros et al . Caracteriza-
dantes, essas biomoléculas geram ção física e química, fenólicos totais e ativida-
outros benefícios para o corpo hu- de antioxidante da polpa e resíduo de gabiroba.
mano, por serem anticancerígenos, Rev. Bras. Frutic., Jaboticabal , v. 35, n. 3, p.
atuam contra o envelhecimento 837-844, Sept. 2013 . Available from <http://
celular e sobre a conservação dos www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pi-
alimentos, mostrando melhores d=S0100-29452013000300021&lng=en&nrm=-
resultados em relação aos sintéti- iso>. access on 28 Oct. 2018. http://dx.doi.
cos. É necessário um investimento org/10.1590/S0100-29452013000300021.
neste setor para produção em lar-
■ BERARDINI, N.; KNÖDLER, M.; SCHIEBER,
ga escala, além disso, é uma ótima A.; CARLE, R.; Food Chem. 2007, 105, 982.
opção para a redução da poluição
por resíduos agroindustriais. ■ BERTONCINI, E. I. (2014). TRATAMENTO,
USO E IMPACTO DE RESÍDUOS URBANOS
E AGROINDUSTRIAIS. Pesquisa & Tecnologia,
vol. 11, n. 1, Jan-Jun.

■ BROINIZI, P. R. B.; ANDRADE-WARTHA, E.


R. S.; SILVA, A. M. O.; NOVOA, A. J. V.; TOR-
RES, R. P.; AZEREDO, H. M. C.; ALVES, R.
E.; MANCINI FILHO, J.; Cienc. Tecnol. Aliment.
2007, 27, 902.

■ CARBONERA, Fabiana et al . Antioxidant


capacity in tilapia fillets enriched with ex-
tract of acerola fruit residue. J. Braz. Chem.
Soc., São Paulo , v. 25, n. 7, p. 1237-1245,
July 2014 . Available from <http://www.

T&C AMAZÔNIA - ISSN 1678-3824 ■ PÁG 26


scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pi- tous fungi are large-scale producers of pigments
d=S0103-50532014000700012&lng=en&nrm=- and colorants for the food industry. Current Opi-
iso>. access on 28 Oct. 2018. http://dx.doi. nion in Biotechnology, v. 26, p. 56-61, 2014;
org/10.5935/0103-5053.20140101.
■ FAN, L.; PANDEY, A.; MOHAN, R.; SOCCOL,
■ CARMO, E. C.; MORAIS, M. O. B.; SILVA, A. C. R. Use of various coffee industry residues
C. M. Metabólitos secundários presentes na An- for the cultivation of Pleurotus ostreatus in so-
nona Muricata L e suas propriedades nutricio- lid state fermentation. , Acta BiotechnologyWei-
nais e funcionais em oncologia. Revista Brasi- nheim, v. 20, n. 1, p. 41-52, 2000. http://dx.doi.
leira de Obesidade, Nutrição e Emagrecimento. org/10.1002/abio.370200108.
V. 11, n. 61, 2017.
■ FARHOOSH, F.; GOLMOVAHHED, G. A.;
■ CASTRO-VARGAS, Henry I.; PARADA-AL- KHODAPARAST, M. H. H.; Food Chem. 2007,
FONSO, Fabián. Evaluación del efecto pro- 100, 231.
tector contra la oxidación lipídica de fraccio- FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS DO ESTADO
nes obtenidas a partir del epicarpio de tomate DE SANTA CATARINA. (s.d.). Acesso em 26
de árbol (Solanum betaceum Sendtn). Rev. de Junho de 2018, disponível em FIESC site:
Colomb.Quim., Bogotá , v. 46, n. 2, p. 17- http://www4.fiescnet.com.br/pt/setores/agroali-
23, Aug. 2017 . Available from <http://www. mentar.
scielo.org.co/scielo.php?script=sci_arttext&pi-
d=S0120-28042017000200017&lng=en&nrm=- ■ FERNÁNDEZ, M. D., ESPINO, M., GOMEZ,
iso>. access on 28 Oct. 2018. http://dx.doi. F. J., & SILVA., M. F. (2018). Novel approaches
org/10.15446/rev.colomb.quim.v46n2.62988. mediated by tailor-made green solvents for the
extraction of phenolic compounds from agro-
■ CHOZE, RAFAEL. Técnicas de separação e -food industrial by-products. Food Chemistry,
identificação empregadas na análise de produ- 239, 671-678.
tos naturais de plantas. 2004, 47f. Trabalho de
conclusão no Curso de Química do Centro de ■ FREITAG, V.C. Estado da Arte da Pesquisa
Ciências Física e Matemáticas da Universidade em Evidenciações Ambientais, Revista ADMpg
Federal de Santa Catarina. Florianópolis. Gestão Estratégica, v. 4, n. 1, 2011;

■ DAMIANI, C. et al. Doces de corte formulados ■ FUJITA, A.; BORGES, K.; CORREIA, R.;
com casca de manga. Pesquisa Agropecuária FRANCO, B. D. G. DE M.; GENOVESE, M. I.
Tropical, Goiânia, v. 41, n. 3, p. 360-360, 2011. Impact of spouted bed drying on bioactive com-
pounds, antimicrobial and antioxidant activities
■ DE LOS ÁNGELES FERNÁNDEZ, MARÍA & of commercial frozen pulp of camu-camu (Myr-
ESPINO, MAGDALENA & GOMEZ, FEDERICO ciaria dubia Mc. Vaugh). Food Research Inter-
& SILVA, MARIA. (2017). Novel approaches me- national, v. 54, n. 1, p. 495–500, 2013. Elsevier
diated by tailor-made green solvents for the ex- Ltd. Disponível em: http://dx.doi.org/10.1016/j.
traction of phenolic compounds from agro-food foodres.2013.07.025. Acesso 28 outubro 2018;
industrial by-products, Food Chemistry, Volume
239, 2018, Pages 671-678,ISSN 0308-8146, ht- ■ GRIGORAŞ, C.G., DESTANDAU, E., LAZĂR,
tps://doi.org/10.1016/j.foodchem.2017.06.150. G., ELFAKIR, C. 2012. Bioactive compounds
extraction from pomace of four apple varieties.
■ DE OLIVEIRA, A. C.; VALENTIM, I. B.; SILVA, Journal of Engineering Studies and Research,
C. A.; BECHARA, E. J. H.; DE BARROS, M. P.; 18 (1), 96-103;
MANO, C. M.; GOULART, M. O. F.; Food Chem.
2009, 115, 469. ■ GRUZ, ANA PAULA GIL et al . Recuperação de
Dossiê Antioxidantes. (2009). FOOD INGRE- compostos bioativos a partir do bagaço de uva.
DIENTS BRASIL, 6. Rev. Bras. Frutic., Jaboticabal , v. 35, n. 4, p.
1147-1157, Dec. 2013 . Available from <http://
■ DUFOSSÉ, L.; FOUILLAUD, M.; CARO, Y.; www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pi-
MASPARI, S. A.; SUTTHIWONG, N. Filamen- d=S0100-29452013000400026&lng=en&nrm=-

T&C AMAZÔNIA - ISSN 1678-3824 ■ PÁG 27


iso>. access on 27 June 2018. http://dx.doi. ■ LEITE, J. P. V. Fitoterapia: Bases científicas e
org/10.1590/S0100-29452013000400026; tecnológicas. São Paulo: Atheneu, 328 p, 2009.

■ HANSRA, D. M.; SILVA, O.; MEHTA, A.; AHN, ■ LIMA, L. M. O. Estudo do Aproveitamento dos
E. Patient with metastatic breast cancer achie- Bagaços de Frutas Tropicais, Visando a Extra-
ves stable disease for 5 years on graviola and ção de Fibras. 2001. 108 f. Dissertação (Mes-
xeloda after progressing on multiple lines of the- trado em Engenharia Química)-Universidade
rapy. Advances in Breast Cancer Research. Vol. Federal do Rio Grande do Norte. Natal.
3. Num. 3. 2014. p.84;
■ LOPES, PAULO HENRIQUE RIBEIRO; SIL-
■ HELBIG, D.; BÖHM, V.; WAGNER, A.; SCHU- VA, JOÃO VITOR INÁCIO; PEREIRA, MILENE
BERT, R.; JAHREIS, G.; Food Chem. 2008, 1, STEFANI; FLEURI, LUCIANA FRANCISCO.
1043; Produção de lipases e antioxidantes fúngicos
por fermentação em estado sólido utilizando
■ HERNÁNDEZ-MONTOYA V, MONTES-MO- novos resíduos. Bioprocessos e Biotecnologia.
RÁN MA AND ELIZALDE-GONZÁLEZ MP. V.38, 2017.
2009. Study of the thermal degradation of citrus
seeds. Biomass Bioenerg 33: 95-1299; ■ LU, Y.; FOO, L. Y.; Food Chem. 1999, 65, 1.

■ IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Es- ■ LU, Y.; FOO, L. Y.; Food Chem. 2000, 68, 81.
tatística. 2016;
■ LUZ, L. P. Estudo do ultrassom como técnica
■ INFANTE, J., M. M. SELANI, N. M. V. TOLE- de extração de carvões e caracterização dos hi-
DO, M. F. SILVEIRA-DINIZ, S. M. ALENCAR, drocarbonetos poliaromáticos. 1998, 108f. Dis-
AND M. H. F. SPOTO. 2013. Atividade antioxi- sertação (Pós-Graduação em química) – Uni-
dante de res´ıduos agroindustriais e frutas tro- versidade Federal do Rio Grande do Sul, Rio
picais. Braz. J. Food Ntr. 24:87–91. Grande do Sul.

■ JORGE, NEUZA; SILVA, ANA CAROLI- ■ MALLIKARJUNARADHYA S.; KULKARNI


NA DA; ARANHA, Caroline P.M.. Antioxi- A. P.; DIVAKAR, S.; WO2004056444-A1; AU-
dant activity of oils extracted from orange 2002348732-A1.
(Citrus sinensis) seeds. An. Acad. Bras. Ci-
ênc., Rio de Janeiro , v. 88, n. 2, p. 951-958, ■ MARQUES, TAMARA & APARECIDA CAETA-
June 2016 . Available from <http://www. NO, ALINE & MILANI AVELAR RODRIGUES,
scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pi- LEONARDO & ASSAID SIMAO, ANDERSON &
d=S0001-37652016000300951&lng=en&nrm=- HENRIQUE ANDRADE MACHADO, GUSTAVO
iso>. access on 28 Oct. 2018. Epub May & CORRÊA, ANGELITA. (2017). Characteriza-
31, 2016. http://dx.doi.org/10.1590/0001- tion of phenolic compounds, antioxidant and an-
3765201620140562; tibacterial potential the extract of acerola bagas-
se flour. Acta Scientiarum. Technology. 39. 143.
■ KULJARACHANAN, T.; DEVAHASTIN, S.; 10.4025/actascitechnol.v39i2.28410.
CHIEWCHAN, N.; Food Chem. 2009, 113, 944.
■ MARTIN, A.; BUSTAMANTE, P. Physical phar-
■ LAFKA, T.; SINANOGLOU, V.; LAZOS, E. S.; macy. 4. ed. Philadelphia: Lea e Febiger, 1993.
Food Chem. 2007, 104, 1206.
■ MENESES, M.A., CAPUTO, G., SCOGNA-
■ LAGUERRE, M.; LECOMTE, J., VILLENEU- MIGLIO, M., REVERCHON, E., & ADAMI, R.
VE, P. Evaluation of the ability of antioxidants (2015). Antioxidant phenolic compounds reco-
to counteract lipid oxidation: Existing methods, very from Mangifera indica L. by-products by
new trends and challenges. Review. Progress in supercritical antisolvent extraction. Journal of
Lipid Research, v. 46, p. 244-282, 2007. Food Engineering, 163, 45–53.

■ ŁATA, B.; Scientia Horticulturae 2008, 117, 45. ■ MOURE, A.; CRUZ, J.; FRANCO, D.; DOMIN-

T&C AMAZÔNIA - ISSN 1678-3824 ■ PÁG 28


GUEZ, J.; SINEIRO, J.; DOMINGUEZ, H.; NÚ- capacidade antioxidante e anti-inflamatória do
NEZ, M.; PARAJÓ, J.; Food Chem. 2001, 72, isolado proteico de soja, do okara e de seus
145. hidrolisados. 2017. 1 recurso online (78 p.).
Dissertação (mestrado) - Universidade Esta-
■ Murthy, P. S.; Naidu, M. M. Recovery of phe- dual de Campinas, Faculdade de Engenharia
nolic antioxidants and functional compounds de Alimentos, Campinas, SP. Disponível em:
from coffee industry by-products. , Food and <http://www.repositorio.unicamp.br/handle/RE-
Bioprocess TechnologyNew York, v. 5, n. 3, POSIP/330662>. Acesso em: 28 outubro 2018.
p. 897-903, 2012. http://dx.doi.org/10.1007/
s11947-010-0363-z. ■ PERICIN, D.; KRIMER, V.; TRIVIC, S.; RADU-
LOVIC, L.; Food Chem. 2009, 113, 450.
■ OANCEA, S., RADU, M., & OLOSUTEAN, H. PESCHEL, W.; SÁNCHEZ-RABANEDA, F.;
Development of ultrasonic extracts with strong DIEKMANN, W.; PLESCHER, A.; GART-ZIA, I.;
antioxidant properties from red onions waste. JIMÉNEZ, D.; LAMUELA-RAVENTOS, R.; BU-
Romanian Biotechnological Letters, 2018. XADERAS, S.; CODINA, C.; Food Chem. 2006,
97, 137.
■ OKONOGI, S.; DUANGRAT, C.; ANU-
CHPREEDA, S.; TACHAKITTIRUNGROD, S.; ■ PETKOWICZ, C.L.O.;VRIESMANN, . L.C. ;
CHOWWANAPOONPOHN, S.; Food Chem. WILLIAMS, P.A. Pectins from food waste Ex-
2007, 103, 839. traction, characterization and properties of wa-
termelon rind pectin, Food Hydrocolloids (2016),
■ OLIVEIRA, ALANE CABRAL DE et al . doi: 10.1016/j.foodhyd.2016.10.040
Fontes vegetais naturais de antioxidantes.
Quím. Nova, São Paulo , v. 32, n. 3, p. 689- ■ PRAKASH, D.; UPADHYAY, G.; SINGH, B.;
702, 2009 . Available from <http://www. SINGH, H.; Food Chem. 2007, 104, 783.
scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pi-
d=S0100-40422009000300013&lng=en&nrm=- ■ PUERTAS-MEJIA, Miguel A; VILLEGAS-
iso>. access on 26 June 2018. http://dx.doi. -GUZMAN, Paola; ALBERTO ROJANO, Benja-
org/10.1590/S0100-40422009000300013. mín. Borra de café colombiano (Coffea arabica)
como fuente potencial de sustancias con capa-
■ OLIVEIRA, L. F. et al. Aproveitamento alterna- cidad antirradicales libres in vitro. Rev Cubana
tivo da casca do maracujá-amarelo (Passiflora Plant Med, Ciudad de la Habana , v. 18, n. 3,
edulis f. Flavicarpa) para produção de doce em p. 469-478, sept. 2013 . Disponible en <http://
calda. Ciência e Tecnologia de Alimentos, Cam- scielo.sld.cu/scielo.php?script=sci_arttext&pi-
pinas, v. 33, n. 3, p. 259-262, 2002. d=S1028-47962013000300013&lng=es&nrm=-
iso>. accedido en 28 oct. 2018.
■ PALOMINO GARCIA, Lady Rossana; DEL
BIANCHI, Vanildo Luiz. Capacidade antioxi- ■ ROLDAN, E.; SANCHEZ-MORENO, C.; AN-
dante em resíduos da indústria cafeeira. Braz. COS, B.; CANO, M. P.; Food Chem. 2008, 108,
J. Food Technol., Campinas , v. 18, n. 4, p. 907.
307-313, Dec. 2015 .Available from <http://
www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pi- ■ ROSALES, E.; COUTO, R.; SAROMAN, A.
d=S1981-67232015000400307&lng=en&nrm=- New uses of food waste: application to lacase
iso>. access on 28 Oct. 2018. http://dx.doi. production by Trametes hirsute. Biotechnologi-
org/10.1590/1981-6723.5015. cal Letters, Hull, v. 24, p. 701-704, 2002.

■ PELIZER, L. H.; PONTIRRI, M. H.; MORAES, ■ ROSELLÓ-SOTO, E., KOUBAA, M., MOU-
I. O. Utilização de resíduos agro-industriais em BARIK, A., LOPES, R. P., SARAIVA, J.A., BOU-
processos biotecnológicos como perspectiva SSETTA, N., & et al. (2015). Emerging oppor-
de redução do impacto ambiental. Journal of tunities for the effective valorization of wastes
Technology Management & Innovation, Chile, v. and by-products generated during olive oil pro-
2, n. 1, p.118-127, 2007 duction process: Nonconventional methods for
■ PEREIRA, DANILA MARIANE. Avaliação da the recovery of high-added value compounds.

T&C AMAZÔNIA - ISSN 1678-3824 ■ PÁG 29


Trends in Food Science & Technology, 45, 296- ■ SIMÕES, C. M. O.; SCHEKEL, E .P.; GOS-
310. MAN, G.; MELLO, J. C. P.; MENTZ, L.A. Far-
macognosia: da planta ao medicamento, 5a
■ SANTOS, ERIKA S., BALSEIRO-ROME- edição, Porto Alegre/ Florianópolis, Ed. da
RO, MARIA, ABREU, MARIA MANUELA, MA- UFRGS/ Ed. da UFSC, 2000.
C´IAS, FELIPE, Bioextracts of Cistus ladanifer ■ SINGH, J.; UPADHYAY, G.; PRASAD, A. K.
L. growing in Sao Domingos mine as source K.; BAHADUR, A.; RAÍ, M.; J. Food Compos.
of valuable compounds, Journal of Geoche- Anal. 2007, 20, 106.
mical Exploration (2016), doi: 10.1016/j.gex-
plo.2016.07.004 ■ SOUSA, Mariana Séfora Bezerra; VIEIRA,
Luanne Morais; LIMA, Alessandro de. Fenóli-
■ SANTOS, F.A., QUEIRÓZ, J.H., COLODET- cos totais e capacidade antioxidante in vitro de
TE, J.L., FERNANDES, S.A.; GUIMARÃES, resíduos de polpas de frutas tropicais. Braz.
V.M.; REZENDE, S.T. Potencial da Palha de J. Food Technol., Campinas , v. 14, n. 3, p.
Cana-de-açúcar Para Produção de Etanol. 202-210, Sept. 2011. Available from <http://
Quím. Nova. vol. 35, nº5, p. 1004-1010. 2012. www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pi-
d=S1981-67232011000300004&lng=en&nrm=-
■ SCHMIDT S & POKORNÝ J. 2005. Potential iso>. access on 28 Oct. 2018. http://dx.doi.
application of oil seeds as sources of antioxi- org/10.4260/BJFT2011140300024.
dants for food lipids - a review. Czech J Food
Sci 23: 93-102. ■ SOUZA, Adriana Régia Marques et al . Ir-
radiação em barras de cereais incorpora-
■ Shui, G.; Leong, L. P.; Food Chem. 2006, 97, das com casca de abacaxi. Pesqui. Agrope-
277. cu. Trop., Goiânia , v. 41, n. 4, p. 610-614,
Dec. 2011 . Available from <http://www.
■ SILVA, R.M.F., RIBEIRO, J.F.A., FREITAS, scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pi-
M.C.C., ARRUDA, M.S.P., NASCIMENTO, d=S1983-40632011000400018&lng=en&nrm=-
M.N., BARBOSA, W.L.R., & ROLIM NETO, iso>. access on 28 Oct. 2018. http://dx.doi.
P.J.. (2013). Caracterização físico-química e org/10.5216/pat.v41i4.10040.
análises por espectrofotometria e cromatogra-
fia de Peperomia pellucida L. (H. B. K.). Revista ■ WOICIECHOWSKI, ADENISE & DE CAR-
Brasileira de Plantas Medicinais, 15(4, Suppl. VALHO, JÚLIO & SPIER, MICHELE & HABU,
1), 717-726. https://dx.doi.org/10.1590/S1516- SASCHA & TIEMI YAMAGUISHI, CAROLINE
05722013000500012 & GHIGGI, VANESSA & SOCCOL, CARLOS.
(2013).Emprego de Resíduos Agroindustriais
em Bioprocessos Alimentares. 30. 10.13140/
RG.2.1.1508.7529.

T&CAMAZÔNIA
T&C AMAZÔNIA- ISSN 1678-3824■ ■PÁG
- ISSN1678-3824 PÁG30
30
fucapi.br

T&C AMAZÔNIA - ISSN 1678-3824 ■ PÁG 31


ARAÇÁ-BOI
(EUGENIA STIPITATA):
POTENCIAL MEDICINAL
E AGROINDUSTRIAL
ARTIGO

► Por HASSAN, Bianca Cristina Pinto , OLIVEIRA, Ginarajadaça Ferreira


dos Santos e ALMEIDA, Fabiana Greyce Oliveira .

O
Araçá-boi (Eugenia Stipitata) é uma fruta da Amazônia
ocidental bastante aromática e de acidez elevada, este
fruto pertence à família das Myrtaceas, a mesma da goiaba
e jabuticaba. A planta é um arbusto com cerca de três metros de
altura, com ramos desde o solo. O Brasil é rico em diversidade de
espécies frutíferas que devem ser cultivadas em maior escala e
melhoradas para o cultivo intensivo e aceitação do consumidor,
considerando a falta de produtos no mercado que utilizam Araçá-
boi como matéria-prima. Esta revisão bibliográfica buscou através
de várias literaturas relativas ao assunto em estudo e artigos
publicados na internet para fundamentar essa pesquisa, visto
que, a vasta biodiversidade de espécies de frutas na Amazônia
com potencial comercial e industrial, cultivando a importância
se fazer estudos que possam levar a desenvolver produtos
utilizando tais matérias-primas. O presente estudo escolheu o
fruto Araçá-boi (Eugenia Stipitata), pela relevância do fruto na
cultura popular da região Amazônica. Seu valor nutricional e
seu potencial medicinal se sobressaem à diversidade frutífera da
Amazônia como um fruto exótico e de sabor único, característica
que o torna uma matéria-prima ideal para fabricação de diversos
produtos como: polpas, geléias, bolos e demais receitas culinárias,
sendo o Araçá-boi um cultivo que pode ser adaptados a solos de
baixa fertilidade, profundos, bem drenados e de textura média,
o torna muito relevante para o comércio, para a agroindústria, e
desvenda, através de sua rica composição em vitaminas, minerais
e fibras, um potencial medicinal de grande valor para a região
Amazônica.

T&C AMAZÔNIA - ISSN 1678-3824 ■ PÁG 32


INTRODUÇÃO Biometria e Composição
Química
Segundo Pinedo et al . (1981), os
Araçá-boi
frutos de Araçá-boi quando encon-
O Araçázeiro-boi (Eugenia Sti- trados no estado silvestre apresen-
pitata), é uma frutífera nativa da tam um menor diâmetro (4 a 7 cm) e
Amazônia, que pertence à família comprimento (3 a 5 cm). O fruto de
Myrtaceae, que é a mesma da goia- Araçá-boi apresentou em média 12
beira e jabuticabeira. São originarias sementes. Para a variável número de
da Amazônia Ocidental, usualmente sementes o menor valor observado
cultivada em pequena escala no Peru, foi 3 e o maior 22, o que praticamente
Bolívia, Equador, Colômbia e Brasil. O coincide com a observação de Falcão
Araçazeiro-boi é um arbusto que al- et al (1988). O peso total das semen-
cança de três a cinco metros de altu- tes por fruto, que representa 21% do
ra e ramificação densa, com copa de peso do fruto, foi em média 33,58 g,
igual diâmetro (CHÁVES FLORES & com um coeficiente de variação bas-
CLEMENT, 1984; EMBRAPA, 2008). tante elevado (48,15%). Na distribui-
O Araçazeiro adapta-se bem aos ção de freqüência os dados indicaram
solos de baixa fertilidade, de textura uma aproximação de distribuição
média (argiloarenosos) profundos e normal, com leve assimetria positiva.
bem drenados. A época de plantio de- A casca do fruto representa 16%
pende da umidade do solo, e do perí- do peso do fruto. O peso da casca é, em
odo de início de chuvas. Na sua plan- média, de 25,63 g, com coeficiente de
tação o espaçamento recomendado é variação bastante elevado (41,36%).
de 3 a 4 metros, servindo assim para A variação do peso da casca apre-
consorciação com outras espécies senta uma distribuição semelhante a
que exijam espaçamento maior. Nos uma curva normal (ÁGUIAR, 1983).
locais onde é cultivado o Araçazeiro O peso da polpa, que representa 63%
verificam-se diversas colheitas por do peso do fruto, apresenta uma mé-
ano, disponibilizando assim matéria- dia de 102,30 g. Nesta variável, pode-
-prima para as indústrias (SACRA- -se observar uma acentuada variação
MENTO et al., 2008). De acordo com dos dados, coeficiente de variação de
Gentil & Clement (1996) a produti- 58,86%. O peso da polpa apresenta
vidade do Araçazeiro é de 23 tone- uma pequena assimetria positiva.
ladas/hectare, com uma razão polpa
Esta fruta vem sendo avaliada
descarte de 63 a 85%.
quanto ao seu teor de nutrientes e
A polpa do Araçá-boi apresenta aproveitamento em produtos alimen-
excelentes propriedades organolép- tícios, como sucos, geléias e doces. O
ticas, que lhe conferem o sabor e aro- Araçá-boi é uma fruta rica em fibras
ma característicos, possuindo um alto e em vitamina A, B e C (NERI-NU-
teor de água, proteína, carboidratos MA et al., 2013). O Araçá apresenta
e fibras, e um considerável teor de vi- interessante potencial nutricional e
taminas e sais minerais (FERREIRA e funcional, demonstrando uma boa
GENTIL, 1999). atividade antioxidante e alto teor de
fenólicos, além de altas taxas de pro-
teína e carboidratos. Os frutos têm
o seu sabor similar à goiaba, embora

T&C AMAZÔNIA - ISSN 1678-3824 ■ PÁG 33


seja um pouco mais ácido e de perfu- dante têm recebido grande atenção,
me mais acentuado podem ser consu- pois auxiliam a proteger o organismo
midos como ingrediente na produção humano contra o estresse oxidativo,
de doces, sorvetes e bebidas (FRAN- evi¬tando e prevenindo uma série
ZON et al., 2009). No entanto a qua- de distúrbios crônico-degenerati-
lidade e aceitabilidade dos frutos vos (YAHIA, 2010). Já é reconhecida
estão diretamente relacionadas com a relação entre ingestão de frutos e
seus aspectos físicos e químicos, que vegetais, e a diminuição do risco de
refletirão na aparência e no sabor. desenvolvimento de diversas doen-
Acidez ou pH dos frutos tem re- ças crônico-degenerativas mediadas
lação com a presença de substâncias pela ação de radicais livres. Esses ali-
ácidas presentes naturalmente nes- mentos contêm grande concentração
ses vegetais, como os ácidos málico, de compostos bioativos que possuem
cítrico e tartárico, especialmente. Os como função fisiológica, a ação con-
valores médios de pH e acidez favo- tra radicais livres (AVELLO; SUWAL-
recem a conservação das bebidas, SKY, 2006).
em alguns casos não há necessidade Segundo Canuto et al. (2010), o
da adição de ácido cítrico para inibir Araçá-boi dentre outras polpas de
a proliferação de leveduras, contri- frutas amazônicas apresenta valores
buindo para garantir a segurança ali- medicinais, podendo ajudar a evitar
mentar, (MOURA et al., 2014). os radicais livres e fortalecendo o
organismo contra gripes e infecções,
oferecendo em sua composição, ta-
Potencial Medicinal ninos (casca), compostos bioativos
O Brasil é o terceiro maior produ- como fenóis e ácido ascórbico (pol-
tor de frutos (6% da produção mun- pa), todos essenciais para o organis-
dial) (ANDRIGUETO et al., 2010), mo humano. Quanto às propriedades
mas a fruticultura Amazônica repre- do Araçá-boi, a polpa do fruto possui
senta menos do que 0,2 % desse total muitos minerais, como cálcio, fósforo
(ROMERO, 2009). A agricultura tra- e ferro e uma relevante concentração
dicional da região é composta basica- de fibras, qualifica o fruto como exce-
mente por hortaliças, raízes nativas, lente para conservar a saúde estoma-
plantas medicinais e frutos exóticos. cal.
Nos últimos anos, houve um incre- Popularmente, recomenda-se
mento da ex¬ploração econômica de mastigar o fruto, pois suas proprie-
produtos e subprodutos de algumas dades adstringentes inibem o cresci-
frutíferas específicas, atribuído à mento microbiano e auxiliam a libe-
crescente preocupação do consumi- rar o excesso de muco do intestino,
dor com a relação entre dieta e saúde que segundo conhecimento popular
(YAHIA, 2010). A caracterização físi- é extremamente eficaz contra a di-
ca e química das frutas e a quantifi- senteria. Alguns estudos de sua com-
cação de componentes bioativos são posição investigam propriedades
importantes para o conhecimento do anticancerígenas, visto que sua pol-
valor nutricional. pa é rica em radicais livres, que são
Dentre os compostos com pro- responsáveis por combater o câncer,
priedades funcionais em ali¬mentos, bem como polifenóis que restringem
substâncias com atividade antioxi- o crescimento de tumores e radicais
livres nocivos. Eles também contêm

T&C AMAZÔNIA - ISSN 1678-3824 ■ PÁG 34


licopeno, um poderoso antioxidante, Potencial Agroindustrial
o licopeno também já demonstrou ser
O fruto vem ganhando destaque
eficaz na prevenção de certos tipos
no setor agroindustrial devido a sua
de câncer (PACHECO & SGARBIERI,
alta acidez e por possuir constância
2001). O Araçá-boi também contém
de produção durante o ano, proprie-
quantidades consideráveis de vitami-
dades nutracêuticas, elevado volume
nas B, como B6 e B3, que podem ser
de polpa e sabor marcante faz com
muito eficazes no desempenho e para
que os frutos sejam ideais para a in-
o desenvolvimento do cérebro, com
dústria de sucos, geléias, sorvetes e
a atuação principal da vitamina B3,
néctares (ROGEZ et al., 2004). Umas
responsável pelo aumento do fluxo
das opções de destino do Araçá-boi
sanguíneo para o cérebro e também
é a fabricação de polpa em escala in-
por estimular as funções cognitivas.
dustrial, a transformação das frutas
Assim, a inclusão do Araçá-boi na die-
em polpa se apresenta como solução
ta cotidiana pode aumentar a produ-
prática, pois viabiliza sua utilização
tividade e saúde do cérebro (FONSE-
como matéria-prima no desenvolvi-
CA, 2016).
mento de novos produtos, favore-
Segundo Giacobbo et al (2008), cendo as operações de transporte e
foi possível quantificar e comparar conservação, além disso, a polpa
o teor de vitamina C em frutas de pode ser submetida à operação de
Araçá-comum de coloração amarela concentração para reduzir os gastos
e vermelha, O experimento realiza- com transporte a locais distantes e
do pelo estudo, foi na Universidade ser utilizada na elaboração de novos
Federal de Pelotas, UFPel-Pelotas/ produtos, (TEIXEIRA et al., 2013).
RS, com frutos de Araçazeiro que fo-
O Brasil é um país de notável
ram colhidos no pomar experimental
biodiversidade onde se encontram
da Faculdade de Agronomia Eliseu
diversas frutas de grande potencial
Maciel, FAEM/UFPel , os espécimes
econômico, sabores diferenciados e
escolhidos pertenciam aos grupos,
marcantes. O país possui uma série
amarelo (P. cattleianum var. lucidum)
de plantas com características en-
e vermelho (P. Cattleianum). As fru-
dêmicas, e diversas espécies nativas
tas foram submetidas às avaliações
que ganharam destaque na economia
de específicas variáveis: acidez total
mundial, no entanto, a maior parte
titulável (ATT), sólidos solúveis totais
das atividades do agronegócio na-
(SST) e conteúdo de vitamina C, 3 ti-
cional está relacionada com espécies
pos distintos de Araçá comum foram
exóticas introduzidas no país. Este
estudados, Araçá-boi e Araçá-pêra,
fator demonstra que o Brasil possui
com relação ao conteúdo de vitamina
um grande potencial ainda não explo-
C presente nos frutos de Araçá-co-
rado, e grandes oportunidades para
mum, foram encontrados divergên-
serem aproveitadas (SANTO et al,
cias relevantes em comparação com
2017).
os dois grupos analisados, onde o
Araçá vermelho demonstrou teor de O Araçá-boi é uma espécie da
vitamina C mais elevado ao do grupo Amazônia ocidental, um arbusto de
amarelo. aproximadamente três metros de al-
tura, que possui produção durante o
ano todo, seus frutos são bagas glo-
bosas de coloração amarelada, com

T&C AMAZÔNIA - ISSN 1678-3824 ■ PÁG 35


elevado volume de polpa, sua impor- o processamento de licor.
tância econômica está relacionada Segundo o estudo de Souza et al
ao alto teor de vitamina C, proteínas, (2007), foi possível elaborar uma be-
carboidratos, fibras e sais minerais bida láctea fermentada de Araçá-boi
(GENTIL & CLEMENT, 1996). com mel de abelha, Bebida láctea fer-
O Araçá-boi inicia seu processo mentada de Araçá-boi é um produto
de floração e de frutificação dois anos com ação probiótica e foi verificado
depois do plantio no campo. Em con- que, quando adicionada de mel atri-
dições adequadas, onde a planta está bui a este produto uma propriedade
bem nutrida e com suprimento equi- antioxidante, sendo a bebida láctea
librado de água, sua floração e fruti- fermentada um alimento probiótico
ficação acontecem continuamente que possui ação benéfica na saúde es-
durante todo o ano. Para atingir uma tomacal, e que também já demonstra
grande escala de produção, precisam um potencial antioxidante, é fortale-
ser feitas três colheitas por semana, cido pelo acréscimo do mel de abe-
colhendo os frutos quando ainda es- lha. Os frutos foram analisados e pro-
tão na planta, evitando os que estão cessados quanto aos parâmetros de:
maduras demais e já caíram no chão, umidade, pH, acidez, açúcares totais,
com o intuito de não descartá-los compostos fenólicos e flavonóides, e
(CHAVES, 2016). A polpa do fruto o processo de fermentação utilizou a
tem consistência mole e sucosa, tem cultura simbiótica comercial, forman-
odor agradável e sabor ácido, ideal do uma base láctea e logo após acres-
para ser usada em refrescos, sorve- centando a polpa de Araçá-boi e o mel
tes, cremes e outros. O aroma se dis- de abelha assim que se alcançou uma
persa com facilidade quando intera- mistura homogênea, a analise senso-
ge com o calor, assim as geléias não rial apresentou 79,37% de aceitabi-
mantêm o aroma original da fruta. lidade e seus parâmetros químicos e
A espécie demonstra potencial para microbiológicos, se enquadraram nos
conquistar uma posição de destaque padrões do Ministério da Agricultura
no mercado nacional e internacional, e Abastecimento.
principalmente como refresco na- Segundo Viana et al (2012), exis-
tural, podendo ainda ser comerciali- te uma a percepção sensorial de cada
zada como polpa congelada ou suco consumidor em relação ao produto e
engarrafado (HOLANDA et al, 2013). aos atributos sabor, cor e aparência,
Alguns estudos já evidenciaram a e elevada intenção de compra pelos
utilização do Araçá-boi como maté- consumidores. O estudo elaborou
ria-prima na utilização de produtos quatro formulações de geléia com as
com alto potencial comercial. Andra- determinadas proporções de mamão
de et al (1997), estudou a composi- e Araçá-boi tendo suas característi-
ção química da polpa do fruto e seu cas físico-químicas e sensoriais ana-
efeito sobre alguns parâmetros de lisadas, a proporção final de polpa e
processamento, tais como: tipo de lí- açúcar foi de 1:1 e, o teste de aceita-
quido extrator, tempo de maceração, bilidades foi realizado com 50 con-
proporção polpa/líquido extrator, sumidores, com resultado apresen-
proporção xarope/extrato e método tando em cada formulação um alto
de preparo do xarope, onde buscou índice de aceitação, acima de 90%
avaliar o potencial do Araçá-boi para para os atributos aparência, cor, aro-
produção de licores onde o mesmo ma e textura.
apresentou boas características para

T&C AMAZÔNIA - ISSN 1678-3824 ■ PÁG 36


A família Myrtaceae demonstra A taxa de polinização direta natural
grande importância econômica, eco- é reduzida, sugerindo que a espécie
lógica e medicinal, a ocorrência de é alógama (polinização cruzada). Os
novos registros vem demonstrar que polinizadores são as abelhas, o tem-
pouco se conhece sobre esta família. po entre floração e maturação dos
O Araçá-boi é um dos que se desta- frutos é de aproximadamente 34 dias
cam quanto o seu valor de comercia- (FALCÃO et al, 1988).
lização dentre as espécies pertencen-
tes a essa família.
Levantamento de Dados
A plataforma de pesquisa utili-
METODOLOGIA zada e cronograma de estudo foram
através de artigos publicados em re-
vistas eletrônicas da categoria botâ-
Espécie Estudada nica e química e estudos feitos sobre
A família Myrtaceae compreen- o tema, referenciando o uso da maté-
de aproximadamente 100 gêneros ria-prima em produtos alimentícios e
e 3.500 espécies, distribuídas prin- investigando seu uso para fins medici-
cipalmente nas regiões tropicais e nais, visto o potencial contido em sua
subtropicais do mundo, com centros composição para o combate de dis-
de diversidade na América tropical e túrbios que acometem a saúde huma-
Austrália e poucas espécies ocorren- na. O cronograma seguido percorreu
do nas regiões temperadas (BARRO- a sequência inicial de embasamento
SO, 1984). teórico e investigação de publicações
Os maiores gêneros da família paralelas ao tema, observando a exis-
Myrtaceae são Eucalyptus (500 es- tência de trabalhos que seguissem a
pécies) e Melaleuca (100 espécies) mesma linha de pesquisa, progredin-
em Leptospermoideae, Eugenia (600 do para a confecção de um artigo de
espécies), Myrcia (300 espécies), Sy- revisão sistemática, questionando o
zygium (200 espécies) e Psidium (100 seu verdadeiro potencial nas cate-
espécies) em Myrtoideae (CRON- gorias de produção em grande escala
QUIST, 1981). nos setores agroindustriais e farma-
cológicos.
O gênero Eugenia constitui um
dos maiores gêneros da família Myr- Os estudos que ajudaram a com-
taceae, apresentando cerca de 1.115 por essa pesquisa relatam a poten-
espécies distribuídas principalmente, cialidade do Araçá-boi e também
nas regiões tropicais das Américas. exaltam sua composição e suas carac-
Grande parte de suas espécies são terísticas físicas como altamente rica
usadas na medicina popular e mui- e relevante para a fabricação de pro-
tas submetidas a estudos químicos e dutos alimentícios, indicando e refor-
avaliações de ações farmacológicas çando a ideia expressa nessa pesqui-
(DIAS et al., 2012). sa sobre a diversidade de aspectos
pertinentes as vertentes agroindus-
O Araçá-boi, Eugenia stipitata
triais e medicinais.
da Divisão Magnoliophyta na Clas-
se Magnoliopsida, Ordem Myrtales
pertencente Família Myrtaceae, Gê-
nero Eugenia (FALCÃO et al, 1988).

T&C AMAZÔNIA
T&C AMAZÔNIA -- ISSN 1678-3824 ■ PÁG
ISSN 1678-3824 PÁG 37
37
RESULTADOS E ANÁLISES análises químicas de nutrientes das
cascas e das polpas mostraram a im-
portância dessas frutas como fonte
Potencial Medicinal nutricional.
O termo vitamina C é uma de-
nominação genérica para todos os
Potencial Agroindustrial
compostos que apresentam ativi-
dade biológica de ácido ascórbico. A característica mais marcante
Além de participar da formação do do Araçá-boi de ter um sabor muito
colágeno; de ajudar na cicatrização exótico e peculiar e também muito
de feridas, no transporte e absorção aromático, e principalmente o seu
de ferro; de contribuir na fixação de teor único de acidez, o qualifica como
cálcio; de proteger as paredes dos um fruto de elevado valor nutricio-
vasos sanguíneos e de participar na nal, com a pequena desvantagem de
transformação do colesterol em áci- ser relativamente perecível, o que a
dos biliares, possui um potente po- torna menos atraente ao introduzi-la
der antioxidante, relacionando com a no mercado de fruta fresca, fazendo
habilidade de neutralizar substâncias com que seja este o motivo principal
carcinogênicas. da maior parte do público desconhe-
cer essa matéria-prima e pouco des-
Os valores de ácido ascórbico
frutar desse fruto, que pode ser con-
encontrados no Araçá-boi foram si-
siderado um dos mais deliciosos pela
milares aos da maioria de frutas com
cultura popular onde a mesma está
características físicas similares (cor,
inserida. Sua polpa tem obtido boa
odor e consistência), sendo, no en-
aceitação no mercado internacional,
tanto, inferior a algumas espécies de
com potencial para exportação na
sua família, e de frutos conhecidos,
forma processada como purê ou con-
como o limão e a laranja. No entanto,
centrado, faltando apenas estudos e
também apresentou em sua compo-
investimento para que a sua produção
sição uma quantidade significativa de
possa atingir um significativo volume
vitaminas hidrossolúveis (B1, B2, B6
de produção, pois a quantidade que é
e B12), vitamina A e uma relevante
comercializada é, na maioria, colhida
concentração de fibras alimentares
de plantas nativas. A polpa do Araçá-
solúveis. Dentre os minerais, o potás-
-boi, como já evidenciado, tanto pela
sio é o que tem maior teor, represen-
culinária quanto por estudos gastro-
tando 2,15 % do peso seco da fruta,
nômicos, pode ser utilizada para su-
seguido pelo cálcio com 0,19 %. A ca-
cos, refrescos, doces e musses. Um
racterização da composição mineral
produto que tem usado o Araçá-boi
das frutas nativas da Amazônia é fun-
é o iogurte, devido a sua capacidade
damental para identificar espécies
antioxidante e probiótica.
promissoras que possam alinhar os
interesses dos consumidores por no- No viés industrial o seu potencial
vos sabores e benefícios à saúde. Das se encontra na alta porcentagem de
espécies da família Myrtaceae, o Ara- rendimento da polpa, corroborando
çá-boi e a Rubi-da-amazônia foram o fato de que o Araçá-boi pode ser
as que se destacaram apresentando facilmente cultivado em qualquer
maior número de elementos minerais tipo de solo. Essa, e demais caracte-
com teores acima da média geral, as rísticas provam o potencial econô-
mico do fruto no mercado nacional e

T&C AMAZÔNIA - ISSN 1678-3824 ■ PÁG 38


internacional, visto a viabilidade de REFERÊNCIAS
transformar as frutas em polpa, seu
potencial apresenta como solução
BIBLIOGRÁFICAS
prática, pois apresenta a possibilida-
de de proceder a sua utilização como
matéria-prima no desenvolvimento ■ AGUIAR. Jaime Paiva Lopes. Araçá-
de novos produtos. Estudos mais in- -boi (Eugenia stipata Mc Vaugh) - As-
tensificados de suas características pectos e dados preliminares sobre a
físicas e organolépticas podem vir a sua composição química. Amazonas,
favorecer as operações de transpor- 1983.
te e conservação, além disso, a polpa
■ ANDRADE, Jerusa de S.; RIBEIRO,
pode ser submetida à operação de
concentração para reduzir os custos Francisca C. F.; ARAGÃO, Carlos G.;
com logística a locais distantes e ser FERREIRA, Sidney A. do N.. Adequa-
utilizada na elaboração de novos pro- ção tecnológica de frutos da ama-
dutos. zônia: licor de Araçá-boi (eugenia
stiptata) mcvaugh. Acta Amazônica
27(4): 273-278. 1997. Manaus, 1997.
CONCLUSÕES ■ ANDRIGUETO, J. R.; NASSER, L. C.
O presente estudo pode con- B.; TEIXEIRA, J. M. A.. Produção inte-
cluir nesse artigo, a viabilidade do grada de frutas: conceito, histórico
fruto Araçá-boi através da pesquisa e a evolução para o sistema agrope-
de suas características químicas e de cuário de produção integrada-SAPI
seu potencial medicinal e agroindus- (2010). Disponível em: www.agricul-
trial, apesar do Araçá-boi ser pouco tura.gov.br . Acessado em 27/10/18
conhecido em outras regiões brasilei- às 14:36.
ras. Determinando diversos pontos
■ AVELLO, M.; SUWALSKY, M. Radi-
positivos em suas características quí-
micas, biométricas, que elevam sua cales libres, antioxidantes naturales y
potencialidade nutricional e comer- mecanismos de proteccion. n.494, n.
cial, como: sementes que apresen- 2, p. 161-172, Concepción, 2006.
tam alto poder de germinação após ■ CHAVES FLORES, W. B.; CLEMEN-
a extração dos frutos, a germinação TE, C. R.. In: CONGRESSO BRASILEI-
leva de 45 a 90 dias, completando-se RO DE FRUTICULTURA. Florianópo-
cerca de 180 a 270 dias após o início lis Considerações sobre o Araçá-boi
da mesma, sua floração em plantas (Eugenia stipitata McVaugh, Myrta-
juvenis de Araçá-boi pode ocorrer ceae) na Amazônia Brasileira, 1984.
durante o ano inteiro e a frutificação Anais... Florianópolis: SBF, 1984.
acontece periodicamente em seguida p.167-177.
a floração. Tais aspectos enaltecem a
relevância do fruto e instigam estu- ■ CHAVES, Edigelson Braz. Diversi-
dos sobre essa espécie que demons- dade de espécies de moscas-das-fru-
tra grande potencial e viabilidade. tas (anastrepha spp.) na cultura do
Araçá-boi (eugenia stipitata mc vau-
gh) em duas áreas no município de
manaus-am. edigelson braz chaves.
Manaus, 2016.

T&C AMAZÔNIA - ISSN 1678-3824 ■ PÁG 39


■ CANUTO, G.A.B.; XAVIER, A.A.O.; de iogurtes com sabor de Araçá-boi
NEVES L C.; BENASSI, M.T. Caracte- (Eugenia Stipitata Mcvaugh) com di-
rização físico-química de polpas de ferentes proporções de geléia da fru-
frutos da Amazônia e sua correlação ta preparados com xilitol. Manaus,
com a atividade anti-radical livre. Re- 2013.
vista Brasileira de Fruticultura. v.32,
n.4, p.1196- 1205. Jaboticabal, 2010. ■ JUNIOR, M. R.; PASTORE, G. M.
Evaluation of the antioxidant, anti-
■ DIAS, C. N.; RODRIGUES, K. A. F.; proliferative and antimutagenic po-
RESPLANDES, S. M.; AGUIAR, L. R.; tential of Araçá-boi fruit (Eugenia sti-
AMARAL, F. M. M.; MORAES, D. F. C. pitata Mc Vaugh - Myrtaceae) of the
Caracterização farmacobotânica das Brazilian Amazon Forest. Food Rese-
folhas de Eugenia uniflora L. (MYR- arch International. Barking- Londres,
TACEAE) coletadas em São Luís–MA, 2013.
Brasil. Rev. Ciênc. Saúde, , v.14 n.2, p.
95-102, jul/dez. Santa Catarina. 2012. ■ FALCÃO, Martha de Aguiar; CHA-
VEZ, Wanders B.; FERREIRA, Sidney
■ FERREIRA, S.A.N; GENTIL, D.F.O. A. N.; CLEMENT, Charles R.; BARROS,
Araza (Eugenia stipitata) cultivo y uti- Maria José B.; BRITO, Janete M. C de;
lizacion (Manual Técnico). Ministerio SANTOS, Tereza C. T. dos. Aspectos
de Cooperacion Tecnica del Reino de fenológicos e ecológicos do “Araçá-
Los Paises Bajos – Tratado de Coope- -boi” (Eugenia stipitata MCVAUGH)
racion Amazonica – Secretaria Pro- na Amazônia central. I. plantas juve-
-Tempore. Venezuela, 1999. nis. Acta Amazônia. Manaus, 1988.
■ FONSECA, Patrícia Andreia Almei- ■ MOURA, R. L.; FIGUEIRÊDO, R. M.
da. Fármacos cérebro-ativos: mitos F.; QUEIROZ, A. J. M. Processamen-
ou evidência científica?. Coimbra, to e caracterização físico-química
2016. de néctares goiaba-tomate. Revista
Verde de Agroecologia e Desenvolvi-
■ FRANZON, R. C. et al. Araçás do mento Sustentável, v. 9, n. 3, p. 69-75.
gênero Psidium Principais espécies, Pombal, 2014.
ocorrência, descrição e usos. Embra-
pa Cerrados., v. 1, p. 11-41, Planaltina, ■ NERI-NUMA, Iramaia Angélica;
2009. SILVA, Luciano Bruno Carvalho; MO-
RALES, Juliana Pinto; MALTA, Lu-
■ GENTIL, D. F. O.; CLEMENT, C. R.. ciana Gomes; MURAMOTO, Monika
The araza (Eugenia stipitata): results Tiemi; FERREIRA, José Emilson Ma-
and research directions. Acta Horti- cêdo; CARVALHO, João Ernesto de;
culturae, 452: 9-17. Curitiba, 1997. RUIZ, Ana Lucia Tasca Gois; JUNIOR,
■ GIACOBBO, Clevison Luiz; ZANU- Mario Roberto Maróstica; PASTORE,
ZO, MARCIO; CHIM, Josiane; FACHI- Glaucia Maria. https://www.scien-
NELLO José Carlos. Avaliação do teor cedirect.com/science/article/pii/
de vitamina c em diferentes grupos S0963996912003912?via%3Dihub.
de Araçá-comum. Pelotas, 2008. Acessado em 20/07/2018.
■ PINEDO, P.M.; Ramirez, Ν.; Blasco,
■ HOLANDA, Paula Mayara de Sou-
za; MARINHO, Helyde Albuquerque; M.L.. Notas preliminares sobre araza
SEIXAS, Márcia Castro. Elaboração (Eugenia stipitata), fruto nativo de la
Amazonia Peruana. Pub. Misc. 229,

T&C AMAZÔNIA - ISSN 1678-3824 ■ PÁG 40


Instituto Nacional de Investigación ■ SACRAMENTO, C. K.; BARRETTO,
Agraria. Lima-Peru, 1981. W. S.; FARIA, J. C. Araçá-boi: uma al-
ternativa para agroindústria. Bahia
■ PACHECO, Maria Teresa Bertoldo; Agrícola, v8, n2, Nov. 2008.
SGARBIERI, Valdemiro Carlos. Ali-
mentos funcionais: conceituação e ■ SOUZA, Patrick Gomes de; MAE-
importância na saúde humana. Sim- DA, Roberto N.; CASTRO, Márcia Sei-
pósio brasileiro sobre os benefícios xas de; MARINHO, Helyde A. Bebida
da soja para a saúde humana. Londri- Láctea fermentada sabor de Araçá-
na, 2001. -boi ( Eugenia stipitata McVaugh )
com diferentes concentrações de mel
■ ROGEZ, H.; BUXANT, R.; MIGNO- de abelha. Manaus, 2007.
LET, E.; SOUZA, J.N.S.; SILVA, E.M.;
LARONDELLE, Y. Chemical com- ■ TEIXEIRA, túlio reis; OLIVEIRA,
position of the pulp of three typical anderson do nascimento; RAMOS,
Amazonian fruits: Araçá-boi (Eugenia afonso mota. Efeitos da temperatura
stipitata), bacuri (Platonia insignis), e concentração nas propriedades físi-
and cupuaçu (Theobroma grandiflo- cas da polpa de Araçá-boi. Boletim do
rum). European Food Research and Centro de Pesquisa de Processamen-
Technology, v.218, p.380-384. Berlin, to de Alimentos, v. 31, n. 2. Curitiba,
2004. 2013.
■ ROMERO, T. Amazônia em pé vale ■ VIANA, Eliseth de Souza; JESUS,
muito mais (2009). <www.ambiente- Jaciene Lopes de; REIS, Ronielli Car-
emfoco.com.br/?p=5096>. Acessado doso; FONSECA, Mercia Damasce-
em 18/06/2018. no; SACRAMENTO, Celio Kersul do.
Caracterização fisico-química e sen-
■ SANTOS, Verônica Andrade dos; sorial de geléia de mamão com Ara-
RAMOS, José Darlan; TOSTES, Na- çá-boi. Jaboticabal-SP, 2012.
thalia Vállery; SILVA, Fábio Oseis
Reis; ALMEIDA, Leticia Gabriela Fer- ■ YAHIA, E. M.. The Contribution of
reira de. Caracterização física e quí- Fruit and Vegetable Consumption to
mica de frutos de Araçá-boi (eugenia Human Health.. Fruit and vegetable
stipitata mcvaugh) em lavras – mg. phytochemicals: chemistry, nutri-
Goiânia, 2017. tional value and stability. Hoboken:
Wiley-Blackwell,. p. 3-51. Hoboken-
-NJ 2010.

T&C AMAZÔNIA - ISSN 1678-3824 ■ PÁG 41


Control Predictivo
Min-Max:
Aplicación en un
Intercambiador
de Calor
ARTIGO

► Por PEÑA, Elaine Guerrero, CERVANTES, Ania Lussón e AGUEDO, Rei-


nel Beltrán.

E
n este trabajo se presenta
el diseño del controlador
predictivo Min-Max en un
Intercambiador de Calor con
incertidumbres acotadas, con el fin
de obtener una solución más efectiva
y robusta en el control de procesos
con incertidumbres, que desde
técnicas convencionales pueden
tornarse complejas. Los resultados de
simulación considerando variación
de la salida y entrada del proceso
ante cambios en la referencia y
perturbaciones, con restricciones se
muestran usando el Matlab.

T&C AMAZÔNIA
T&C - ISSN
AMAZÔNIA - ISSN 1678-3824■ ■PÁG
1678-3824 4242
PÁG
INTRODUCCIÓN tigación abiertas en los últimos años,
por citar algunos ejemplos: Un nuevo
MPC robusto para sistemas lineales
La creciente presión para obte- inciertos, donde se propone sinteti-
ner un control de procesos cada vez zar controladores robustos con res-
más eficiente en calidad y costos, ha tricciones para sistemas con descrip-
demandado el uso de mejores estra- ción politópica. El algoritmo reduce
tegias de control, tal es el caso del el cálculo en línea y se obtiene un me-
Control Predictivo Basado en Mode- jor desempeño del proceso [10]. La
lo (Model Predictive Control, MPC) Optimización distribuida para MPC
que se ha desarrollado en las últimas de sistemas de redes lineales con di-
décadas, alcanzando un nivel signifi- námica incierta [11]. El MPC de una
cativo de aceptabilidad, tanto en la turbina de viento usando medidas
industria, en aplicaciones prácticas inciertas. En este trabajo, el proble-
de control de procesos, como en la ma de control del sistema no lineal
comunidad de investigación [1-5]. Al- es simplificado en una programación
gunas razones para ello son: el MPC cuadrática [12].
puede ser aplicado en sistemas multi-
Todo este desarrollo ha provo-
variables, las acciones de control por
cado un conocimiento cada vez más
prealimentación pueden ser inclui-
profundo de la estabilidad y robus-
das en el algoritmo de forma directa,
tez de esta técnica de control. La idea
las restricciones en las variables de
básica es tener en cuenta las incerti-
entrada y salida de la planta pueden
dumbres sobre el proceso de una ma-
ser consideradas en tiempo real en el
nera explícita y diseñar el controlador
controlador, pudiendo ser usado para
predictivo para optimizar la función
controlar procesos con retardo [6-7].
objetivo ante la peor situación posi-
Dentro del tema de la robustez y ble de las incertidumbres [13]. Estos
directamente ligado a las técnicas de resultados prometedores permiten
MPC está el problema de evaluar las pensar que el control predictivo ex-
incertidumbres que tiene el modelo perimentará una mayor diseminación
usado en el controlador. La presencia tanto en el mundo académico como
de estas puede llevar a que un siste- en la comunidad industrial.
ma real evolucione a estados en los
El objetivo de este trabajo es el
que el MPC no es factible, y hacer
diseño de una alternativa de control:
que el sistema abandone el dominio
Min-Max MPC en un Intercambiador
de atracción del controlador. Pue-
de Calor, que considere de manera
den conducir a la inestabilidad del
explícita la incertidumbre en el cálcu-
sistema, a pesar del correcto diseño
lo de la señal de control y que posibili-
del controlador con el modelo sin in-
te superar las limitaciones asociadas
certidumbres. Aunque la presencia
al tratamiento de las restricciones.
de estas es inherente a la mayoría de
Haciendo uso del Matlab se muestran
aplicaciones de control, su tratamien-
las prestaciones de esta estrategia de
to en la etapa de análisis y diseño de
control para seguir cambios en la re-
estrategias de control predictivo es
ferencia, para el rechazo a las pertur-
un aspecto complejo y aún pendiente
baciones y ante las incertidumbres
a nuevos retos [8-9].
presentes en el modelo.
Por lo que el control predictivo
robusto es una de las líneas de inves-

T&C AMAZÔNIA
T&C AMAZÔNIA -- ISSN
ISSN 1678-3824 ■ PÁG
1678-3824 ■ PÁG 43
43
METODOLOGÍA simplificada de la planta, que no pue-
de contemplar todos los aspectos de
esta, lo que provocará diferencias en-
MPC se define como una estra- tre los valores predichos y los valores
tegia de control que se basa en la reales de la salida del proceso. Para
utilización de forma explícita de un solucionar los problemas ocasiona-
modelo matemático interno del pro- dos por estas discrepancias, se ha de
ceso a regular, el cual se utiliza para considerar explícitamente de alguna
predecir la evolución de las variables manera la incertidumbre en el cál-
a controlar a lo largo de un horizonte culo de la señal de control. Aquellos
temporal de predicción especifica- sistemas de control que consideran
do por el operador. De este modo, se explícitamente las incertidumbres de
pueden calcular las variables mani- modelado se denominan sistemas de
puladas futuras para lograr que, en control robustos.
dicho horizonte, las variables con-
Existen diversas formas de di-
troladas converjan a sus respectivos
señar el MPC teniendo en cuenta la
valores de referencia [14]. La meto-
incertidumbre o discrepancias entre
dología de todos los controladores
el modelo y la planta. Una de ellas es
pertenecientes a la familia MPC se
el Min-Max MPC (MMMPC), que es
caracteriza por la estrategia y por la
la que considera el peor caso posib-
estructura básica, representadas en
le de la salida. De esta manera no se
la figura 1a y 1b.
minimiza un criterio que considera el

Fuente: Camacho E, Bordons C, [6]

valor nominal de la salida del proce-


Diseño del Min-Max MPC
so, sino que se minimiza el máximo de
Una de las limitaciones del MPC los valores que puede tomar la funci-
es la necesidad de contar con un mo- ón objetivo J para todos los valores
delo de predicción realista, pero a la considerados de la incertidumbre, es
vez simple, de manera que se satisfa- decir, la secuencia óptima de actua-
gan los requisitos de cálculo necesa- ciones se calcula como [6,14]:
rios para obtener la señal de control
en tiempo real. Sin embargo, el em-
pleo de tales modelos supone que en
realidad se considera una dinámica Figura 1. Metodología del MPC. (a) Estrategia. (b)
Estructura básica.

T&C AMAZÔNIA - ISSN 1678-3824 ■ PÁG 44


donde θ es el conjunto de valores de la incertidumbre.

La función objetivo J(u,θ) es con criterio cuadrático:

Al igual que en el caso del MPC nominal, no existe una forma única de MMMPC.
Dependiendo del tipo de modelo, función objetivo y, sobre todo, de la manera de re-
presentar la incertidumbre, se tendrán diversos tipos de MMMPC. Una de las formas
más empleadas es la técnica de incertidumbres globales acotadas.
En este trabajo se ha escogido el MMMPC con incertidumbres multiplicativas
acotadas y criterio cuadrático. Esta formulación es sencilla desde un punto de vista
conceptual, y al estar formulada sobre modelos de función de transferencia es muy
apropiada a la hora de implementarla sobre procesos industriales.

Descripción de la Incertidumbre
El controlador diseñado en base a un modelo puede no responder a las prestacio-
nes esperadas cuando se aplique sobre el proceso real. Para tratar este problema es
necesario conocer como describir la incertidumbre asociada a la dinámica del proce-
so y deducir después las ecuaciones que resultan al considerar esta incertidumbre.
Considerando que la dinámica de la planta no está descrita por un único modelo
LTI (Lineal Invariante en el Tiempo) sino por una familia F de modelos o plantas LTI
descritas por [13]:

Robustez y Restricciones para Min-Max MPC


Una de las características más apreciadas del control predictivo es su capacidad
para considerar restricciones en el cálculo de la señal de control. Una forma de ha-
cer un controlador predictivo robusto es imponer que las condiciones de estabilidad
se verifiquen para cualquiera de las restricciones. Las condiciones de estabilidad en
control predictivo requieren en general que la función objetivo contenga un costo
terminal y que el estado al final del horizonte de control esté incluido en una región

T&C AMAZÔNIA - ISSN 1678-3824 ■ PÁG 45


terminal [6, 15].
La mayor parte de las restricciones que pueden actuar sobre un proceso pue-
den ser descritas por:

Las matrices R,r, y V dependen de los parámetros del proceso y de los valores
límites de las variables del proceso, por lo que solo tienen que ser calculadas cada
vez que los parámetros o los límites cambien.
El control predictivo robusto consiste en encontrar los movimientos de control
futuro minimizando la función objetivo y forzando al estado terminal alcanzar la
región terminal para todos los valores posibles de las incertidumbres [6,15]:

donde el conjunto terminal Ω_T se define usualmente como un poliedro Ω_


T={R_T x≤r_T }. Las restricciones R_u ≤ r +Vx(t) corresponden a las restricciones de
operación. El vector r=r_0+R_θ θ depende de forma afín de las incertidumbres θ. El
vector de predicciones se puede escribir como:
x=G_u u+G_θ θ+F_x x(t) (8)

Tomando las filas correspondientes a x(t + N) y sustituyendo en las restriccio-


nes de región terminal,

donde g_uN ,g_θN , y F_xN son las últimas n filas de G_u,G_θ y F_x respecti-
vamente, con n = dim(x). La parte izquierda de la desigualdad (9) depende de forma
afín del vector de incertidumbre θ. El problema (7), resulta un problema de Progra-
mación Cuadrática (QP) o LP (dependiendo de la función objetivo) con un número
infinito de restricciones. Como las restricciones son afines, si las mismas se cum-
plen en los vértices del poliedro, se verifican para todos los puntos en su interior,
por lo que el número infinito de restricciones se transforma en un número finito
(aunque muy grande). El problema se puede expresar como:

donde ε es el conjunto finito de puntos extremos (vértices) de Θ.

T&C AMAZÔNIA - ISSN 1678-3824 ■ PÁG 46


Metodología para el Para poder definir esta familia se
debe hallar su correspondiente funci-
diseño Min-Max MPC ón de cota r_m (ω) y, a partir de ella,
graficar los diferentes ∆m(e^jω ) que
El Min-Max MPC tiene la ven- se han encontrado (ecuación (5)), es
taja que, si se logra acotar la incer- decir: |∆m(e^jω )|≤r_m (ω).
tidumbre del modelo del proceso Entonces, una vez que tenemos
a controlar, se puede sintonizar el la gráfica de la incertidumbre ∆m, el
controlador de manera que funcione problema de encontrar la cota r_m,
adecuadamente, aunque varíen los resulta en un problema de diseño de
parámetros del proceso. Esta técni- filtros, es decir, se quiere que la ga-
ca en general proporciona diseños nancia de este filtro en las zonas de
muy conservadores, sobre todo si se altas y bajas frecuencias sea la cota
pretende obtener un rendimiento ro- superior de las incertidumbres. Hay
busto. Este método trata que el con- muchos filtros que cumplen esta es-
trolador tenga estabilidad robusta y pecificación, pero la idea es escoger
rendimiento nominal, de forma que un filtro sencillo que se ajuste lo má-
asegure la estabilidad para cualquier ximo posible a las curvas de incerti-
planta de la familia y un rendimiento dumbre a altas frecuencias.
para el modelo nominal.
Esta función r_m (ω) servirá para
El procedimiento de diseño del establecer la función de peso a apli-
controlador predictivo Min-Max que car a la función de sensibilidad com-
se emplea en esta investigación cons- plementaria T_0 a la hora de plantear
ta de los siguientes pasos: la condición de estabilidad robusta.
Determinación del modelo del
peor caso de la familia de plantas.
Descripción de la familia de
plantas para las que se han de Con esta familia de plantas y su
cota r_m se determina el modelo del
cumplir los objetivos robustos. peor caso del proceso con incerti-
Se emplean incertidumbres pa- dumbres. Para ello, se sustituye en (4)
ramétricas acotadas en el caso de es- la incertidumbre ∆m por la cota r_m,
tudio. Partiendo del modelo nominal quedando:
del proceso y utilizando la descripci-
ón multiplicativa de la incertidumbre,
se construye la familia de plantas F
utilizando las ecuaciones (3, 4, 5).
Dado que el diseño del controla-
dor predictivo se realiza a partir de Sintonía de los parámetros
modelos, cada modelo continuo ge- del controlador robusto.
nerado por la combinación de los po- El siguiente paso es sintonizar los
sibles valores de los parámetros, será parámetros del MMMPC lineal para
un miembro de la familia F. Para cada que sea robustamente estable. El
uno se calcula la incertidumbre multi- controlador debe calcular las salidas
plicativa asociada respecto al modelo predichas en cada período de mues-
nominal mediante la expresión: treo utilizando el modelo del peor
caso obtenido, calculando y enviando

T&C AMAZÔNIA - ISSN 1678-3824 ■ PÁG 47


al sistema las señales de control fu- que establece criterios para asegurar
turas mediante el uso de un esquema que ciertos polinomios tengan sus ra-
de optimización. Dichas señales junto íces en una determinada región del
a las señales de control pasadas, per- plano complejo.
miten que la salida siga lo más cerca Objetivos Robustos: en los cuales
posible la trayectoria de referencia se tiene en cuenta el funcionamiento
r. El controlador toma en considera- del controlador para los miembros de
ción, además, las restricciones que la familia de plantas F especificada a
puedan existir, incorporándolas di- partir de las funciones de incertidum-
rectamente dentro de la tarea de op- bres. En este caso se exigirán los re-
timización. querimientos de estabilidad robusta
La acción de control calculada (el sistema a lazo cerrado debe ser
por el controlador en cada instante estable para cualquier planta per-
de tiempo k se obtiene resolviendo el teneciente a la familia de posibles
problema de optimización dado por plantas) y de rendimiento robusto (el
la ecuación (1), utilizando la función error entre la salida de la planta y la
de costo planteado en (2) y teniendo referencia debe ser lo más pequeño
en cuenta las restricciones, ecuación posible para cualquier planta perte-
(6). neciente a la familia especificada).
Estabilidad del sistema nominal:
se verifica a través del análisis de los
Verificar que el sistema in- polos del sistema o la Sensibilidad
cierto cumple los objetivos no- Complementaria T_0 (s):
minales y robustos a lazo cerra-
do.
La existencia de un modelo nomi-
nal y de funciones de incertidumbres
permite hablar de objetivos nomina- donde Gc(s) es el controlador. Si
les y robustos, por lo que se debe ve- dichos polos se encuentran en el se-
rificar que ambos objetivos se cum- miplano izquierdo del plano comple-
plan a lazo cerrado. jo, entonces se dice que el sistema es
estable.
Objetivos Nominales: en los
cuales se tiene en cuenta el funciona- Estabilidad del sistema robusto:
miento del controlador únicamente aunque el sistema nominal sea esta-
sobre el modelo nominal G0(s) del ble, esto no garantiza que el sistema
sistema. En este caso se exigirá que incierto cumpla los requerimientos
el controlador estabilice el modelo de estabilidad robusta, pues pueden
nominal, dando lugar a la estabilidad existir valores de los parámetros
nominal, y que mantenga el error en- para los cuales el sistema sea ines-
tre la salida de la planta y la referen- table. Determinar los valores de los
cia lo más pequeño posible para dicho mismos, es lo que se conoce como
modelo, con lo cual se tiene el rendi- cálculo de la estabilidad robusta. Si
miento nominal. El requerimiento de el sistema incierto es estable para
estabilizar este sistema puede expre- todos los valores de los parámetros,
sarse en términos de los resultados entonces el mismo es robustamente
clásicos de la teoría de la estabilidad, estable.

T&C AMAZÔNIA - ISSN 1678-3824 ■ PÁG 48


Se puede comprobar la estabilidad robusta verificando la condición de estabili-
dad para incertidumbres de tipo multiplicativa:

Análisis de robustez al rechazo de perturbaciones: para ello se determina la


función de Sensibilidad:

Esta función es una medida estándar del desempeño del sistema realimentado.
En el dominio del tiempo esta indica cuan bien una perturbación de tipo escalón
puede ser rechazada.
Resultados y Análisis
En esta sección se presenta el modelo del intercambiador de calor con camisa.
Seguidamente se muestra el diseño del MMMPC con incertidumbres multiplicati-
vas acotadas a dicho proceso, utilizando el Matlab [16]. Se determina la familia de
plantas y se brindan las condiciones de diseño del MMMPC. Por último, se mues-
tran los resultados de las simulaciones ante cambios en la referencia y perturbacio-
nes, así como con restricciones, y se realiza la comparación con el MPC.
Modelo del Intercambiador de Calor con Camisa
Se considera un tanque encamisado con agitación, como se muestra en la figura
2, que se utiliza para calentar una corriente de fluido dentro del recipiente que está
bien agitado. Por el lado de la camisa se introduce vapor saturado y el condensado
que se produce es extraído continuamente. Se desea controlar la temperatura del
fluido a la salida del Intercambiador de Calor (θ_s) manipulando la válvula que per-
mite el paso del flujo de vapor hacia la camisa (G_V); la perturbación del sistema es
la temperatura del fluido a la entrada del tanque (θ_e). En la tabla 1 se muestran los
parámetros nominales y el rango de incertidumbres del Intercambiador de Calor
[17].
Figura 2. Intercambiador de Calor con camisa.

Fuente: Bychkó B, et. al. [17]

T&C AMAZÔNIA - ISSN 1678-3824 ■ PÁG 49


Tabla 1. Parámetros nominales y rango de incertidumbres-Intercambiador de
Calor.

Fuente: Bychkó B, et. al. [17]

El punto de operación del intercambiador es el siguiente:


θ_s= 60 ℃, G_V=0.56 kg/h, θ_e= 40 ℃.

Aplicando el balance de energía al intercambiador de calor, se obtiene:

Aplicando la transformada de Laplace, realizando un trabajo matemático en


(16) y sustituyendo los valores nominales que se muestran en la tabla 1, se obtiene
el modelo nominal del Intercambiador de Calor:

Diseño del Min-Max MPC en el Intercambiador de Calor


Para el diseño del MMMPC en el intercambiador de calor con camisa, se siguen
los pasos descritos en la sección 2.1.2 y se emplean incertidumbres paramétricas
acotadas en los parámetros: Masa, Conductividad térmica, y Flujo másico del líqui-
do a calentar. Sus valores se muestran en la tabla 1.
Partiendo del modelo nominal (17) y utilizando incertidumbre multiplicativa se
construye la familia de plantas F utilizando las ecuaciones (3, 4, 5). Este proceso se
realiza, mediante el Matlab creando los elementos inciertos y se construye la fami-
lia de plantas y se obtiene la cota r_m, calculando la máxima ganancia en el dominio
de la frecuencia, sobre todos los valores admisibles de los elementos inciertos.
Con esta familia de plantas y su cota r_m se determina el modelo del peor caso
del intercambiador con incertidumbres (ecuación 12). En este caso los valores de
los parámetros del peor caso son:

T&C AMAZÔNIA - ISSN 1678-3824 ■ PÁG 50


La figura 3 muestra la familia de biador de Calor, primeramente se
plantas, el modelo nominal y el peor diseña el MPC, bajo los mismos pará-
caso del Intercambiador de Calor con metros de sintonía del MMMPC.
incertidumbres paramétricas, cuan- Para evaluar el desempeño de los
do es aplicado un paso escalón en la controladores predictivos, se reali-
variable manipulada G_v. zan simulaciones ante cambios en la
referencia y ante la presencia de per-
turbación. Las figuras 4 y 5 muestran
el comportamiento de la salida θ_s y
la acción de control G_v, respectiva-
mente, considerando restricciones
en ambas. Se observa cómo la estra-
tegia MMMPC tiene menor tiempo
de establecimiento (0.93h) que el
MPC (1.44h), y que ambos logran que
la salida siga la trayectoria deseada,
cumpliendo con las restricciones im-
puestas.

Luego se realiza la sintonía de los


parámetros del MMMPC para que
el sistema tenga estabilidad robus-
ta. Dichos parámetros son: el tiempo
de muestreo de 0.01h, el horizonte
de predicción de 15, el horizonte de
Control de 5, el peso de la entrada
de 0.001, el peso de la salida de 0.9,
la trayectoria de referencia de 60oC,
90oC. La restricción de la variable
manipulada es:

Finalmente, se debe verificar que


el sistema incierto a lazo cerrado
cumple los objetivos nominales y los
objetivos robustos, lo cual se muestra
más adelante en la sección 3.3.1.

Resultados de la simulación
del Min-Max MPC en el Inter-
cambiador de Calor
Para mostrar los resultados de
simulación obtenidos en el Intercam-

T&C AMAZÔNIA - ISSN 1678-3824 ■ PÁG 51


Se simula el comportamiento del 2.1.2, la existencia de un modelo no-
sistema ante perturbación en la tem- minal y de funciones de incertidum-
peratura de entrada θ_e, la misma bres permite hablar de objetivos no-
se aplica a los 0.7 h, con un valor de minales y robustos. En este epígrafe
20℃, y a los 2.38 h con 40℃. En las se pretende verificar que ambos ob-
figuras 6 y 7 se muestran la respuesta jetivos se cumplan a lazo cerrado.
de la salida y la acción de control, res- Estabilidad del sistema nominal:
pectivamente. Se observa que ambos para el intercambiador de calor los
controladores rechazan la perturba- ceros del polinomio característico
ción y cumplen con las restricciones (denominador de T_0 (s)) ecuación
establecidas, teniendo el MMMPC (13)) son:
una mejor respuesta con menor má-
ximo sobrepaso (0.006), mientras el [-327.24±14.759i ,-2.38,-0.05
MPC presenta uno de 0.03 ,-0.02]. Al tener todos los polos par-
te real negativa, se demuestra que
el sistema nominal tiene estabilidad
absoluta.
Estabilidad del sistema robusto:
verificando la condición de estabi-
lidad para incertidumbres de tipo
multiplicativa (ecuación 14). Para
confirmar que el sistema es estable
para todos los posibles valores de los
parámetros, se calcula el margen de
estabilidad mediante el Matlab. Si los
límites de este margen son mayores
que 1, el sistema es estable para to-
dos los valores de las incertidumbres.
Unos límites menores que 1 implican
que determinados valores de los ele-
mentos inciertos llevan al sistema a
la inestabilidad. En el caso del Inter-
cambiador de Calor:
Límite inferior=4.8931>1
Límite superior=5>1
Como se aprecia, ambos son
mayores que 1, por lo que se com-
prueba que el sistema es estable para
cualquier valor de la incertidumbre
considerada.
Análisis de robustez al rechazo
de perturbaciones: la función de Sen-
Estabilidad y robustez del sibilidad (15) se muestra en la figura
8. Como se observa, tanto para el
Intercambiador de Calor a lazo
caso nominal, como para el peor caso
cerrado y para la familia de plantas del Inter-
Como se planteó en la sección cambiador, la sensibilidad tiende a

T&C AMAZÔNIA - ISSN 1678-3824 ■ PÁG 52


cero, es decir, el sistema es capaz de BIBLIOGRAFÍA
hacer frente a los cambios bruscos en
la perturbación. Este resultado cor-
robora lo mostrado en la figura 6. ■ Lima D, Normey-Rico J, and
Santos T, Temperature control in a
solar collector field using Filtered
Dynamic Matrix Control. ISA Tran-
sactions, 2016. 62: p. 39-49.
■ Rajasekaran S and Kannadasan
T, An improved PID controller design
based on Model Predictive Control
for a Shell and Tube Heat Exchan-
ger. Australian Journal of Basic and
Applied Sciences, 2013. 7(7): p. 670-
685.
■ Nascimento M, et al., Técnica de
controle preditivo baseado em mo-
delo aplicada ao controle de tensão
CONCLUSIONES de um gerador síncrono-resultados
experimentais. Revista Controle &
Automação, 2012. 23(5): p. 570-582.
Se llevó a cabo el diseño y la si-
■ Franzè G and Lucia W, An obs-
mulación de la estrategia de control
Min-Max MPC con incertidumbres tacle avoidance model predictive
multiplicativas acotadas y criterio control scheme for mobile robots
cuadrático, en un Intercambiador de subject to nonholonomic constraints:
Calor. Para ello se determinó la fami- A sum- of- squares approach. Jour-
lia de plantas y su cota máxima para nal of the Franklin Institute, 2015.
dicho proceso, logrando obtener un 352(6): p. 2358-2380.
buen comportamiento del controla- ■ Acosta A, Márquez A, and E. J,
dor predictivo robusto. Nonlinear Model Predictive Control
Se analizó la estabilidad y la ro- of a Passenger Vehicle for Automa-
bustez del controlador propuesto a ted Lane Changes. Revista Ingeniería
través del MatLab, evidenciándose Electrónica, Automática y Comunica-
el cumplimiento de los requerimien- ciones, 2017. 38(1): p. 48-56.
tos nominales y robustos, así como su
■ Camacho E, Bordons C, Control
capacidad para seguir cambios en la
referencia, rechazar perturbaciones Predictivo: pasado, presente y futuro.
y el cumplimiento de las restricciones Revista Iberoamericana de Automá-
establecidas. tica e Informática Industrial, 2010.
10(1). DOI: 10.4995/riai.v1i3.10587.
■ Fernández R, Control predicti-
vo por desacoplo con compensación
de perturbaciones para el benchmark
de control 2009-2010. Revista Ibe-
roamericana de Automática e Infor-

T&C AMAZÔNIA - ISSN 1678-3824 ■ PÁG 53


mática Industrial, 2011. 8(2): p. 112- ference Publications, 2013. p. 2235
121. DOI:10.4995/RIAI.2011.02.14. – 2240.
■ Santos T, et al., On the explicit ■ Limón D, Control predictivo de
dead-time compensation for robust sistemas no lineales con restriccio-
model predictive control. Journal of nes: estabilidad y robustez. Tesis en
Process Control, 2012. 22: p. 236- opción al grado científico de Doctor
246. Ingeniero Industrial. Escuela Supe-
rior de Ingenieros de la Universidad
■ Martins M, et al., Robust model de Sevilla. España, 2002.
predictive control of integrating time
delay processes. Journal of Process ■ Morari M, García C, and Prett
Control, 2013. 23: p. 917-932. D, Model predictive control: theory
and practice. Proc./FAC Workshop
■ Liu Xiangjie, Sumei Feng, and on Model Based Process Control,
Xiaobing Kong, A new robust MPC 2014. p. 1-12.
for uncertain linear systems. Intelli-
gent Control and Automation (WCI- ■ Mayne D, et al., Constrained
CA), 8th World Congress on IEEE, Model Predictive Control: Stability
2010. and Optimality. Automática, 2000.
36: p. 789-814.
■ Camponogara E, De Lima M L,
Distributed Optimization for MPC ■ Mathwork, Guía de usuario/
of Linear Networks With Uncertain Matlab. 2015.
Dynamics Automatic Control. IEEE
Transactions, 2012. 57(3): p. 804 – ■ Bychkó B, Tur J, Selva A, Acosta
809. J, Procesos Químicos y Termoener-
géticos. Dinámica y Control. ENPES.
■ Mirzaei M, Poulsen N K, Nie- La Habana, Cuba, 1998.
mann H H, Model predictive control
of wind turbines using uncertain LI-
DAR measurements. American Con-
trol Conference (ACC). IEEE Con-

T&CT&C AMAZÔNIA
AMAZÔNIA - ISSN
- ISSN 1678-3824
1678-3824 ■ PÁG
■ PÁG 54 54
T&C AMAZÔNIA - ISSN 1678-3824 ■ PÁG 55
PRETENDE SUBMETER ARTIGO?

T&C Amazônia é uma publicação da Fundação


Centro de Análise, Pesquisa e Inovação
Tecnológica (FUCAPI) que tem o propósito
de divulgar artigos técnicos e reportagens,
além de convidar autoridades e especialistas
ao debate, sobre temas de interesse ao
desenvolvimento da Amazônia.
Tecnologia e Conhecimento, representados na
sigla T&C, são valorizados como sustentáculo
desse processo; os que vivem e pensam
questões relacionadas a esses temas são
interlocutores preferenciais da revista.
Caso se identifique com essa problemática,
a possibilidade de contribuir inicia-se pela
submissão de artigo técnico. Ao escolher o
escopo de sua contribuição, considere que,
além de tema aderente, a abordagem deve
despertar interesse em uma ampla faixa de
leitores, razão que limita a aceitação de artigos
técnicos com elevado nível de especialização,
de interesse restrito e pequenos grupos, ou
que se utilize de linguagem hermética.
Essa proposta editorial, já incorporada à
sistemática de revisão e aprovação dos
artigos realizada por experiente equipe
de pesquisadores, procura preservar o
compromisso e o desafio de, a cada edição,
manter o equilíbrio entre informação e
reflexão, tão agraciado por nossos leitores.

T&C AMAZÔNIA - ISSN 1678-3824 ■ PÁG 56

Vous aimerez peut-être aussi