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Técnica
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A obra de arte na era da sua reprodutibilidade técnica (no original em alemão, Das Kunstwerk im Zeitalter seiner technischen
Reproduzierbarkeit) é um ensaio publicado pela primeira vez em 1936, e, posteriormente, em 1955, do crítico cultural, filósofo e
sociólogo Walter Benjamin, que tem sido influente nas áreas de Estudos Culturais, influência da mídia, teoria da arquitetura[1] e
história da arte. O ensaio foi produzido em um esforço para descrever uma teoria materialista da arte, que seria "útil para a
formulação das exigênciasrevolucionárias na política da arte". Ele argumentou que, na ausência de qualquer valor ritual tradicional, a
arte na era da reprodução mecânica seria inerentemente baseada na prática da política.[2] Para tal, o autor fez uma reflexão sobre
como a reprodutibilidade técnica causou uma deterioração da "aura", que estaria ligada ao aqui e agora da obra de arte; a partir do
advento de tal reprodutibilidade técnica, o objeto artístico acaba por perder sua "unicidade", "singularidade" e "autenticidade", e seu
valor de culto é drasticamente alterado graças à tecnologia industrial vigente. Neste cenário abrem-se as portas para o valor de
exposição, onde o fundamental é distribuircópias e faturar em cima da distribuição da arte.[3]
Índice
Arte: Reflexões ao longo da história
Aura da Obra de Arte: O Aqui e Agora
"A Obra de Arte na Era de Sua Reprodutibilidade Técnica"
Análise da Imagem Cinematográfica
O Cinema, Arte de Massas, Tem uma Dimensão Política e Social
Ver também
Referências
Ligações externas
Mesmo que estas variações sejam foco de diversos teóricos do assunto até os dias atuais, também as características da produção
artística e sua veiculação nos diferentes contextos históricos e culturais são preocupações de alguns destes estudiosos. Walter
Benjamin, por exemplo, procura entender de que modo a produção artística foi afetada pelo advento da reprodutibilidade técnica das
formas simbólicas, principalmente a partir da entrada do processo industrial em tal produção. Benjamin afirma que, por princípio,
ainda que a reprodutibilidade técnica tenha alterado as condições de produção/reprodução nos domínios da cultura, a obra de arte
sempre foi reprodutível. No entanto, ao se reconstruir a história da arte, são consideradas duas vertentes: o “valor de culto” e o “valor
de exposição” da obra de arte.
Para o autor, “a produção artística começa com imagens a serviço damagia. O que importa, nessas imagens, é que elas existem, e não
que sejam vistas.”[3] Ou seja, em relação ao “valor de culto”, a importância de uma obra de arte se dava a partir de sua função ritual,
antes mágico e depois religioso e, portanto, ligada à unicidade das obras de arte. A partir do advento da reprodutibilidade técnica das
formas simbólicas, estas obras acabam por se emancipar de sua função ritualística e, portanto, de sua existência única, sua "aura", e
passam a ser exibidas e disponíveis,chegando a atingir enorme escala de exposição.
Benjamin aponta o advento da fotografia como o início do recuo do valor de culto das obras de arte. No entanto, é válido ressaltar
que, ao mesmo tempo, é na fotografia que este valor ainda pode encontrar alguma remanescência, já que as fotografias de rostos
humanos podem chegar a afetar aqueles que teriam alguma ligação com quem está retratado em tais fotografias, trazendo-lhes uma
saudade que poderia se relacionar aovalor de culto.
Walter Benjamin, ao apresentar a discussão entre as obras de arte e os efeitos que a reprodutibilidade técnica tem sobre elas, busca
analisar a entrada do processo industrial na produção artística; relacionado a tal produção, este processo industrial se relaciona às
inovações técnicas nos meios comunicacionais, que possibilitou uma expansão das informações produzidas em grande escala. Ao
fazer considerações sobre a obra de arte, Benjamin afirma que esta sempre foi passível de imitação e, portanto, reprodutível; mas, a
partir do advento da reprodutibilidade técnica, o processo de “imitação” - ou reprodução - de uma obra de arte foi extremamente
acelerado e aperfeiçoado, chegando à possibilidade de criação de cópias perfeitas desta obra.
Com o advento da fotografia e do cinema, no século XIX, a capacidade de reproduzir imagens e projetá-las e/ou divulgá-las surgiu
em grande escala, para toda uma coletividade de pessoas, fazendo com que a reprodutibilidade técnica das formas simbólicas
ganhasse uma proporção maior ainda. A partir desta reprodutibilidade serial e em massa, foi possível atingir uma parcela maior da
população, criando uma integraçãoentre os meios e a sociedade. No entanto, além desta possibilidade de integração, também surgem
problemas relativos à "aura" da obra de arte. Ao estimular em níveis tremendos esta “cópia do real”, tais meios acabaram por se
tornar os principais causadores da perda da “aura” da obra de arte, que, portanto, torna-se corriqueira e não mais algo único, digno de
um pedestal.
Benjamin se interessa pelo modo como o espectador percebe a imagem cinematográfica: para ele, o espectador é como que
hipnotizado diante dessa imagem que oferece uma representação do real. Ao mesmo tempo, essa imagem permite a ele aceder a uma
nova forma de perceber o mundo, um espaço ao qual o espectador não tinha consciência de pertencer
.
A aura desaparece com a reprodução técnica mas é, ao mesmo tempo, o surgimento desta última que mostra a ausência dessa aura,
que a revela; como diz Bruno Tackels: "A aura não existe antes da reprodução, que seria como que o momento de sua destruição. A
aura na verdade somente toma forma ... com seu esgotamento, provocado pelo inevitável desenvolvimento das técnicas de
reprodução. É no momento em que o reprodutível invade o campo anteriormente ocupado pela aura, é no momento de sua destruição
radical, que a aura pode aparecer e se tornar visível para o olhar moderno".
Para Benjamin, o surgimento do cinema mudou o comportamento do espectador diante da arte. Os espectadores não estão mais na
passividade e em recolhimento, as massas se tornam ativas, elas participam da arte e de seu funcionamento. É o surgimento das
massas, provindo das técnicas de reprodução, que torna possível a transformação da arte e do modo de percebê-la. De acordo com
Benjamin, o fenômeno das massas e a grande quantidade de obras de arte permitem à arte se libertar de todo poder fascista e de toda
alienação das massas.
Mas, então, com essa teoria desenvolvida por Benjamin, é possível a pergunta sobre se a apropriação da arte pelas massas não leva a
transformar a obra de arte em mercadoria e a fetichizá-la. Assim, para o filósofo Theodor Adorno, essas novas formas artísticas sem
dúvida libertam a obra de arte do domínio político e religioso, mas a utilização que as massas fazem da arte desencadeia, ao mesmo
tempo, o fim dela por um processo de mercantilização.
Ver também
Walter Benjamin
Theodor Adorno
Max Horkheimer
Escola de Frankfurt
Aura (arte)
Referências
1. Brian Elliott, Benjamin para Arquitetos, Routledge, Londres, 2011.
2. Walter Benjamin, A Obra de Arte na Era da sua Reprodutibilidade Técnica, 1936, capítulo IV
.
3. Walter Benjamin, A Obra de Arte na Era da sua Reprodutibilidade Técnica, 1936, capítulo V
.
4. Walter Benjamin, A Obra de Arte na Era de sua Reprodutibilidade Técnica, 1936, capítulo III.
5. Walter Benjamin, A Obra de Arte na Era da sua Reprodutibilidade Técnica, 1936, capítulo IX
6. Walter Benjamin, A Obra de Arte na Era da sua Reprodutibilidade Técnica, 1936, capítulo VI.
7. Cf. Arnheim, Der Film als Kunst, 1932, p. 176-177.
Ligações externas
A Obra de Arte na Era de Sua Reprodutibilidade Técnica, W alter Benjamin (em português)
Texto completo "A Obra de Arte na Era de Sua Reprodutibilidade Técnica"(em alemão)
The Work of Art in the Age of Mechanical Reproduction (em inglês)
Zeitschrift für Sozialforschung(1932-1941) - "L'œuvre d'art à l'époque de sa reproduction méchanisée"
(em francês)
http://www.revistas.ufg.br/index.php/fef/article/view/130/1487 (em português)
WALTER BENJAMIN AND THE CONCEPT OF POSTMODERNITY _
https://www.academia.edu/19603788/WALTER_BENJAMIN_AND_THE_CONCEPT_OF_POSTMODERNITY
Obtida de "https://pt.wikipedia.org/w/index.php?
title=A_Obra_de_Arte_na_Era_de_Sua_Reprodutibilidade_Técnica&oldid=53917901
"
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