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CURSOS ON-LINE – PORTUGUÊS EM EXERCÍCIOS


PROFESSORA CLAUDIA KOZLOWSKI

AULA 5: SINTAXE DE REGÊNCIA


Hoje, trataremos do assunto em epígrafe – SINTAXE DE REGÊNCIA.
Há sempre nas orações elementos regentes e elementos regidos.
Chamamos de regentes aos termos que pedem complemento e de
regidos aos que complementam o sentido dos primeiros.
A sintaxe de regência estudará, portanto, as relações de subordinação
ou dependência entre os elementos da oração.
Em palavras mais simples: regência significa “uso ou não de
preposição”. Veremos casos em que determinada palavra (substantivo,
adjetivo, advérbio ou verbo) exige uma certa preposição ou tem o seu
sentido/alcance modificado em virtude do emprego de alguma delas.
REGÊNCIA NOMINAL – estuda a relação entre um substantivo, um
adjetivo ou um advérbio com o termo que complementa o seu
significado.
REGÊNCIA VERBAL – analisa o emprego e o significado dos verbos de
acordo com a preposição do seu complemento indireto (ou a ausência
da preposição no complemento direto).
Nosso estudo terá por base as lições de Celso Pedro Luft presentes
nas seguintes obras:
- Dicionário Prático de Regência Nominal - Editora Ática – 4ª
edição - 2003;
- Dicionário Prático de Regência Verbal – Editora Ática – 8ª edição –
2002.

Relembro que, a partir da aula anterior, passamos a analisar da


seguinte forma as questões de prova da ESAF:
questões na íntegra - vale o que pede o enunciado. Você deverá
marcar a opção correspondente (a, b, c, d, e);
questões com somente um ou alguns itens. Você irá julgar a
correção gramatical da proposição indicada, isto é, se o item está
CERTO (CORRETO) ou ERRADO (INCORRETO), como se faz
nas provas da UnB (“Julgue a asserção abaixo”).
Bons estudos.

QUESTÕES DE PROVA DA ESAF


1 - (Analista IRB/2004) Identifique a letra em que uma das frases
apresenta erro de regência verbal.

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a) Atender uma explicação.
Atender a um conselho.
b) O diretor atendeu aos interessados.
O diretor atendeu-os no que foi possível.
c) Atender às condições do mercado.
Os requerentes foram atendidos pelo juiz.
d) Atender o telefone.
Atender ao telefone.
e) Ninguém atendeu para os primeiros sintomas da doença.
Ninguém se atendeu aos primeiros alarmes de incêndio.

Gabarito: E
Comentário.
Essa questão é praticamente uma aula de regência verbal do verbo
atender.
Todos os exemplos apresentados nas opções da questão foram retirados
do livro de Celso Pedro Luft (obra citada no início da aula).
Sobre a regência do verbo atender:
1. o verbo será facultativamente transitivo direto ou transitivo
indireto (neste caso, regendo a preposição a) nas seguintes
acepções:
- no sentido de dar ou prestar atenção – “Atender a um
conselho” (opção a),”Atender uma explicação” (opção a), “O
diretor atendeu aos interessados” (opção b); Luft ressalta que,
se o complemento for um pronome pessoal referente a
PESSOA, só se empregam as formas objetivas diretas – “O
diretor atendeu os interessados” ou “aos interessados”, mas
somente “O diretor atendeu-os.”.
- na acepção de tomar em consideração, considerar, levar
em conta, ter em vista – “Atender às condições do mercado.”
(opção c);
- com sentido de responder – “Atender ao / o telefone
(opção d);
2. na acepção de conceder uma audiência , é transitivo direto e, por
isso, possibilita a construção na voz passiva – “Os requerentes
foram atendidos pelo juiz” (opção c);

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3. no sentido de acolher, deferir, tomar em consideração, é
transitivo direto – “O diretor atendeu-os no que foi possível”
(opção b) ;
4. no sentido de atentar, reparar, é transitivo indireto, podendo
reger as preposições a, para, em – “Ninguém atendeu para os
primeiros sintomas da doença” (opção e).

A única forma incorreta é “Ninguém se atendeu aos primeiros alarmes


de incêndio.”. O sentido é o da letra e (atentar, reparar), que, por ser
transitivo indireto, não admite construção de voz passiva (“Ninguém se
atendeu...”).

2 - (TC PR 2002/2003) Julgue a correção gramatical da asserção abaixo.


e) Os recursos somente são liberados após o TCU constatar de que a
adoção de providências corretivas pelo gestor da obra e após a edição
de um decreto legislativo específico. O TCU tem encontrado anualmente
irregularidades graves em cerca de um terço das obras fiscalizadas.

Item INCORRETO.
Comentário.
O verbo constatar é transitivo direto (alguém constata alguma coisa).
Assim, a forma, sem a preposição, seria: “Os recursos somente são
liberados após o TCU constatar que a adoção...”.
Verificamos, porém, que o complemento verbal não está representado
por uma oração, mas por substantivos. Há, portanto, necessidade de
retirar não só a preposição, como também a conjunção “que” – “... após
o TCU constatar a adoção de providências corretivas pelo gestor da obra
e após a edição de um decreto legislativo específico.”.

E como saber que é uma conjunção que, e não um pronome relativo


que?
Supondo que o período fosse “Os recursos somente são liberados após o
TCU constatar que houve a adoção de providências corretivas pelo
gestor da obra.”, tudo o que se segue após o verbo constatar poderia
ser substituído pelo pronome substantivo ISSO:
“Os recursos somente são liberados após o TCU constatar ISSO”.

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Neste caso, como o pronome substantivo indefinido (ISSO) estaria
exercendo a função sintática de objeto direto de constatar (“...
constatar ISSO”), a oração é classificada como oração subordinada
substantiva objetiva direta. Traduzindo o “gramatiquês”:
- oração subordinada – porque exerce uma função sintática na
oração principal;
- substantiva – porque, como vimos, ela pode ocupar o lugar de
um substantivo (“constatar o cumprimento”) ou de um pronome
substantivo (“constatar ISSO”);
- objetiva direta – porque ela exerce a função sintática de objeto
direto em relação à oração principal.

A conjunção SEMPRE dá início a uma oração subordinada


SUBSTANTIVA.
O pronome relativo SEMPRE dá início a uma oração subordinada
ADJETIVA.
O PRONOME RELATIVO se refere a algum termo que já foi
mencionado, substituindo-o na oração subordinada adjetiva.
Se este pronome, na oração adjetiva, exercer a função sintática de
sujeito, deve o verbo concordar com o termo antecedente (vimos
vários exemplos na aula de concordância).
Se o termo regente (verbo, adjetivo, substantivo, advérbio) exigir uma
preposição em relação a esse termo antecedente, esta preposição
deverá ser colocada antes do pronome relativo, substituto do
antecedente.
Para facilitar, vamos ao exemplo.
“Eu fui apaixonada por um rapaz. O rapaz se mudou.”
Ao unir as duas orações, podemos construir os seguintes períodos
compostos:
(1) - “Eu fui apaixonada por um rapaz | que se mudou.”
(2) - “O rapaz | por quem eu fui apaixonada| se mudou.”
No período (1), a oração principal é “Eu fui apaixonada por um rapaz” e
a oração subordinada adjetiva é “que se mudou”.
Já no período (2), a oração principal é “O rapaz se mudou” e a oração
subordinada adjetiva é “por quem eu fui apaixonada”.
Perceba que nas duas construções, os pronomes relativos têm o mesmo
antecedente – referem-se a “rapaz”.

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Contudo, na construção (2), como a oração adjetiva apresenta um
termo regente (apaixonada) que exige a preposição por antes do termo
regido rapaz (antecedente do pronome relativo que), essa preposição
por deve anteceder o pronome relativo que o representa na oração
adjetiva (“fui apaixonada pelo rapaz” / “por quem [rapaz] fui
apaixonada”).
Mais um exemplo, para concluir. Foi anunciado antes da exibição do
filme “Carandiru”:
“O filme | que você vai assistir | é baseado em fatos reais”.
O período é composto pelas seguintes orações:
1ª oração – “O filme é baseado em fatos reais” – oração
principal
2ª oração – “que você vai assistir” – oração subordinada –
oração que define/restringe o substantivo filme
O pronome que está, na oração subordinada, no lugar do vocábulo
filme (“filme que você vai assistir”). Feita a devida substituição, a
oração subordinada, então, seria “você vai assistir o filme”.
Contudo, o verbo assistir na acepção de presenciar, segundo a norma
culta, é transitivo indireto, regendo a preposição “a”. Assim, a
preposição deverá ser colocada antes do pronome relativo que está
no lugar de filme – “O filme | a que você vai assistir | é baseado em
fatos reais.”.
O verbo assistir:
(1) no sentido de auxiliar, ajudar, é transitivo direto ou indireto
(com a preposição a ou o pronome lhe), indiferentemente –
“Eu assisti (a) teu pai na enfermidade.”; “Eu sempre lhe
assisto quando mais precisa de ajuda.”;
(2) no sentido de estar presente, presenciar, é transitivo
indireto (a ele – não admite o pronome “lhe”) – “Você vai
assistir ao filme”.;
Diz Luft a esse respeito: “por pressão semântica de ver,
presenciar, observar, é natural a inovação regencial
“assistir algo” – “assisti-lo”. ... Isso não impede que, para a
linguagem culta formal, se aconselhe a regência originária
(assistir a algo) até porque mesmo ‘os modernistas
continuam preferindo o complemento preposicionado’ (Lessa:
157).”
(3) na acepção de residir, é transitivo indireto, com a preposição
em (Assisto em Curitiba.) .

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3 - (AFRF 2002.1)
O homem é moderno na medida das senhas de que ele é escravo para
ter acesso à vida. Não é mais o senhor de seu direito constitucional de
ir-e-vir. A senha é a senhora absoluta. Sem senha, você fica sem seu
próprio dinheiro ou até sem a vida. No cofre do hotel, são quatro
algarismos; no seu home bank, seis; mas para trabalhar no computador
da empresa, você tem que digitar oito vezes, letras e algarismos. A
porta do meu carro tem senha; o alarme do seu, também. Cada um de
nossos cartões tem senha. Se for sensato, você percebe que sua
memória não pode ser ocupada com tanta baboseira inútil. Seus
neurônios precisam ter finalidade nobre. Têm que guardar, sim, os bons
momentos da vida. Então, desesperado, você descarrega tudo na sua
agenda eletrônica, num lugar secreto que só senha abre. Agora só falta
descobrir em que lugar secreto você vai guardar a senha do lugar
secreto que guarda as senhas.
(Alexandre Garcia, Abre-te sésamo, com adaptações)
Julgue a asserção abaixo, com relação ao emprego das palavras e
expressões do texto.
a) Para que as regras da norma culta sejam respeitadas, é obrigatório o
emprego da preposição de regendo a oração “que ele é escravo”(l.1).

Item CORRETO.
Comentário.
O vocábulo escravo rege a preposição de (“Alguém é escravo de outra
pessoa ou de alguma coisa.”).
No segmento “O homem é moderno na medida das senhas | de que ele
é escravo”, há as seguintes orações:
1ª oração – “O homem é moderno na medida das senhas” –
oração principal
2ª oração – “de que ele é escravo” – oração subordinada
adjetiva que restringe o conceito de “senhas”
O que presente na 2ª oração está substituindo o vocábulo “senhas”, da
1ª oração. Por isso, é classificado como um pronome relativo. Um
pronome relativo SEMPRE dá início a uma oração subordinada
adjetiva. Uma oração adjetiva pode ser restritiva (limita o conceito do
vocábulo a que se refere) ou explicativa (oferece apenas informações
adicionais, acessórias). Nesse caso, é restritiva.

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Devemos observar se o elemento representado pelo pronome relativo
deveria ser regido por alguma preposição exigida por outro elemento da
oração adjetiva. Para isso, devemos colocar a oração adjetiva na ordem
direta, fazendo as substituições necessárias:
“que ele é escravo” – “ele é escravo de senhas”
Essa preposição obrigatória, exigida pelo substantivo escravo (termo
regente), deve preceder o pronome relativo (termo regido) – “de que
ele é escravo”. Portanto, a assertiva está correta.

4 - (AFRF/2003)
Falar em direitos humanos pressupõe localizar a realidade que os faz
emergir no contexto sócio-político e histórico-estrutural do processo
contraditório de criação das sociedades. Implica, em suma, desvendar, a
cada momento deste processo, o que venha a resultar como direitos
novos até então escondidos sob a lógica perversa de regimes políticos,
sociais e econômicos, injustos e comprometedores da liberdade
humana. Este ponto de vista referencial determina a dimensão do
problema dos direitos humanos na América Latina. Neste contexto, a fiel
abordagem acerca das condições presentes e dos caminhos futuros dos
direitos humanos passa, necessariamente, pela reflexão em torno das
relações econômicas internacionais entre países periféricos e países
centrais. As desarticulações que desta situação resultam não chegam a
modificar a base estrutural destas relações: a extrema dependência a
que estão submetidos os países periféricos, tanto no que concerne ao
agravamento das condições de trabalho e de vida (degradação dos
salários e dos benefícios sociais), quanto na dependência tecnológica,
cultural e ideológica.
(Núcleo de Estudos para a Paz e Direitos Humanos, UnB, in:
Introdução Crítica ao Direito, com adaptações)

Julgue o seguinte item a respeito do emprego das estruturas lingüísticas


do texto.
III. As regras de regência nominal permitem que “dependência”(l.13)
também seja empregada com a preposição com; por isso está
igualmente correto: a extrema dependência com que estão
submetidos...

Item INCORRETO
Comentário.

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É necessário analisar todo o segmento para verificar qual é o termo
regente nessa relação sintática:
“... a extrema dependência a que estão submetidos os países
periféricos.”
Dispondo os termos na ordem direta e fazendo as substituições e
ajustes necessários à análise, temos que:
“Os países estão submetidos à extrema dependência.”
Comprova-se que a preposição é exigência do adjetivo submetidos, e
não do substantivo “dependência”, conforme foi sugerido no item III.
Por esse motivo, está incorreta tal proposição.

5 - (AFRF/2003) Marque o item em que a regência empregada atende


ao que prescreve a norma culta da língua escrita.
a) A causa por que lutou ao longo de uma década poderia tornar-se
prioridade de programas sociais de seu estado.
b) Seria implementado o plano no qual muitos funcionários falaram a
respeito durante a assembléia anual.
c) A equipe que a instituição mantinha parceria a longo tempo
manifestou total discordância da linha de pesquisa escolhida.
d) Todos concordavam que as empresas que a licença de funcionamento
não estivesse atualizada deveriam ser afastadas do projeto.
e) Alheio aos assuntos sociais, o diretor não se afinava com a nova
política que devia adequar-se para desenvolver os projetos.

Gabarito: A
Comentário.
No item considerado correto temos um pronome relativo que (em
referência a “causa”) antecedido por uma preposição exigida pelo verbo
lutar (“Alguém luta por alguma causa.”) – “A causa por que lutou...”.

As incorreções dos demais itens são:


b) A expressão “falar a respeito” rege a preposição de (“Alguém fala a
respeito de alguma coisa.”). O pronome relativo o qual (no qual = em
+ o qual) faz menção ao substantivo plano. A oração adjetiva, na
ordem direta e com os termos substituídos, seria “Muitos funcionários
falaram a respeito do plano.”. Assim, a construção correta deveria ser:

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“Seria implementado o plano do qual muitos funcionários falaram a
respeito ...”.
c) Há erro na construção “A equipe que a instituição mantinha
parceria...”. A forma correta seria, feitas as devidas substituições e
ajustes: “A instituição mantinha parceria com a equipe.”. Assim, o
pronome relativo que (que substitui equipe) deve ser precedido da
preposição com – “A equipe com que a instituição mantinha
parceria ...”. Na seqüência, outro erro: na indicação de tempo
decorrido, deve-se usar o verbo haver: “há longo tempo”.
d) O verbo concordar, no sentido de assentir, consentir, pode reger
as preposições com e em (“Todos concordam com/em tudo.”). Em
construções com o objeto indireto oracional, prefere-se, em geral, omitir
a preposição, como apresentado no item “Todos concordavam que as
empresas...”. Esta construção está correta.
O problema, porém, está no emprego do pronome relativo que, da
estrutura “...as empresas que a licença de funcionamento não estivesse
atualizada...”. O pronome relativo que liga dois substantivos com idéia
de posse (normalmente unidos pela preposição de, como em “licença
das empresas”) é o cujo (e suas derivações de gênero e número). O
correto seria, então, “...as empresas cuja licença de funcionamento não
estivesse atualizada...”.
e) “Alguém deve se adequar a alguma situação.”. Na construção “o
diretor não se afinava com a nova política que devia adequar-se”, o
relativo que refere-se a nova política.
A oração na ordem direta, com as devidas substituições, seria: “O
diretor devia adequar-se à nova política”, onde o “à” representa a
contração da preposição a, exigida pelo verbo adequar, com o artigo
definido a, que antecede “nova política”. Como, em vez de “nova
política”, há um pronome relativo, a preposição deverá anteceder esse
pronome – “o diretor não se afinava com a nova política a que devia
adequar-se.”

6 – (Auditor TCE ES/2001)


No exercício da sua competência, se o Tribunal de Contas julgar o
ato nulo, de pleno direito, por vício insanável, caracterizado por
preterição de formalidade essencial que o deva anteceder, ou
violação da lei, a que se deva obrigatoriamente subordinar, as
autoridades competentes, ao conhecerem do julgado, deverão
promover e adotar as medidas dele decorrentes, sujeitando-se os
responsáveis às penalidades aplicadas pelo Tribunal e ao
ressarcimento de eventuais danos causados ao erário.

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Julgue a assertiva abaixo.
c) Em “a que se deva obrigatoriamente subordinar” (l.4) o uso da
preposição “a” está de acordo com as normas da variedade padrão
da língua portuguesa.

Item CORRETO.
Comentário.
Na locução verbal “deva subordinar”, devemos analisar a transitividade
e regência do verbo principal – subordinar. Esse verbo é transitivo
direto e indireto, regendo a preposição a.
O pronome relativo que substitui a palavra lei. A construção, então,
seria, na ordem direta: “[O Tribunal de Contas ] se deva subordinar à
lei.”. Como no lugar de lei existe o pronome relativo que, a preposição
a ele deve anteceder – “a que se deva obrigatoriamente subordinar”.

7 - (TFC SFC/2000) Assinale a opção que corresponde a erro gramatical


Outro mito muito em voga(A) é de que(B) a globalização torna(C) a
vida das pessoas muito mais instável. Isso é só parcialmente
verdade. As economias estão muito mais competitivas hoje em boa
parte do mundo, o que(D) pode passar uma sensação maior de
instabilidade. Um recente estudo do Banco Mundial, no entanto,
mostra que(E) não há nenhuma evidência de aumento da
instabilidade em termos de crescimento de PIB e de consumo
privado na América Latina.
(Adaptado de Exame, 1/11/2000, p.141)
a) A
b) B
c) C
d) D
e) E

Gabarito: B
Comentário.
No período “Outro mito muito em voga é | de que a globalização torna a
vida das pessoas muito mais instável”, há duas orações, quais sejam:
“Outro mito muito em voga é de” – oração principal

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“que a globalização torna a vida das pessoas muito mais instável.”
– oração subordinada à principal
A preposição “de” que antecede a conjunção “que” é exigida pelo
substantivo “mito”. Contudo, a ausência da repetição desta palavra, ou
da colocação de um pronome que a ela faça referência, acarretou a
falha de coesão textual, acabando por deixar a preposição sozinha, sem
termo ao qual pudesse se ligar.
Há duas possibilidades de correção e, conseqüentemente, de
classificação da oração subordinada:
1ª possibilidade:
- “Outro mito muito em voga é o de que a globalização torna a vida das
pessoas muito mais instável.”
1ª oração - “Outro mito muito em voga é o de” - oração principal
(o pronome demonstrativo “o” representa o substantivo “mito” e
passa a ser o termo regente da preposição de)
2ª oração - “que a globalização torna a vida das pessoas muito mais
instável.” - oração subordinada completiva nominal
(complemento nominal do substantivo mito)
2ª possibilidade:
- “Outro mito muito em voga é que a globalização torna a vida das
pessoas muito mais instável.”
1ª oração - “Outro mito muito em voga é” - oração principal (em
relação ao exemplo anterior, foram retirados o pronome
demonstrativo o e a preposição de)
2ª oração – “que a globalização torna a vida das pessoas muito mais
instável.” - oração subordinada predicativa do sujeito (com a
retirada da preposição, essa oração passa a exercer a função de
predicativo do sujeito, em um predicado nominal)
A expressão “é de que”, apresentada na questão, constitui um erro.

8 - (AFC STN 2000) Assinale a opção que corresponde a erro


gramatical.
Um dos obstáculos que(A) o Brasil enfrenta para obter(B) saldos
comerciais expressivos é a composição de sua pauta de exportações,
demasiadamente calcada(C) em produtos de baixo valor agregado.
Nesse sentido, a Câmara de Comércio Exterior (Camex) anunciou
que será criado um imposto sobre as exportações do couro cru e
semi-elaborado. O objetivo é favorecer o beneficiamento do couro

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no país, especialmente pelo setor calçadista(D). A expectativa é a
que(E) em dois anos esse setor agregue US$ 400 milhões às
exportações brasileiras.
(Folha de S. Paulo, 18/08/2000, página A2, com adaptações)
a) A
b) B
c) C
d) D
e) E

Gabarito: E
Comentário.
“A expectativa é a | que em dois anos esse setor agregue US$ 400 mi-
lhões às exportações brasileiras.”
Nesta questão, houve a omissão da preposição que liga o termo regente
(expectativa, representado na oração pelo pronome demonstrativo a)
e o termo regido (no caso, uma oração que tem início com a conjunção
que).
A forma correta, portanto, seria “A expectativa é a de que em dois anos
esse setor agregue US$ 400 milhões às exportações brasileiras.”.
Nesse último trecho, “esse setor agregue US$ 400 milhões às
exportações brasileiras”, esse “às” (corretamente empregado) nada
mais é do que a preposição a, exigida pelo regente verbal agregar
(“Alguém agrega alguma coisa a outra”) com o artigo definido as, que
antecede o substantivo exportações.

9 - (TRF/2003) Assinale a opção em que o trecho do texto foi transcrito


com erro de sintaxe.
a) As empresas do setor imobiliário que deixaram de prestar contas das
transações realizadas em 2002 vão ser alvo de investigação da Receita
Federal. Imobiliárias, construtoras e incorporadoras tinham prazo
limitado para entregar a Declaração de Informação sobre Atividades
Imobiliárias- Dimob.
b) A estimativa é de que metade das empresas não declarou, mas o
coordenador-geral de Fiscalização da Receita acredita que muitas delas
ainda vão cumprir a exigência. Até o prazo foram entregues 21.395

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declarações, mas nos registros da Receita constam em cerca de 40 mil
empresas que estariam obrigadas a declarar.
c) O coordenador diz que os dados da Dimob serão confrontados com as
informações da declaração das empresas e das pessoas físicas. O
coordenador afirma ainda que as informações serão cruzadas com os
dados da CPMF, que têm sido instrumento indispensável ao trabalho de
fiscalização do órgão.
d) Na declaração, as imobiliárias só devem informar as operações
realizadas no ano passado. As empresas que não tiveram atividades em
2002 estão desobrigadas de prestar contas. Quem deixou de entregar a
declaração no prazo pagará multa mínima de R$ 5 mil por mês-
calendário. Em caso de omissão ou informação de dados incorretos ou
incompletos, a multa será de 5% sobre o valor da transação.
e) Essa declaração foi criada em fevereiro de 2003 para identificar as
operações de venda e aluguel de imóveis. A Receita quer saber, por
exemplo, a data, o valor da transação e a comissão paga ao corretor. No
ano passado, foram fiscalizadas 495 empresas do setor, cujas autuações
somaram R$ 1,2 bilhão.
(Adaptado de www. receita. fazenda.gov.br, 5/06/2003)

Gabarito: B
Comentário.
Três anos após o concurso de TFC 2000 e do AFC STN 2000, a ESAF
volta a construir uma questão com o mesmo erro. Por isso, é tão
importante fazer provas anteriores, mesmo as antigas.
A exemplo do que vimos na questão anterior, a passagem “A
estimativa é de que metade das empresas não declarou” apresenta
duas possibilidades de correção:
1 – A estimativa é a de que metade das empresas não declarou.
2 – A estimativa é que metade das empresas não declarou.
Outro erro foi na construção “nos registros da Receita constam em
cerca de 40 mil empresas que estariam obrigadas a declarar”. Não há
justificativa para o emprego da preposição em. Na ordem direta,
verificamos que “Cerca de 40 mil empresas que estariam obrigadas a
declarar” é o sujeito oracional de “constam nos registros da Receita”.
Há necessidade, portanto, de retirar a preposição em.

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10 - (TRF/2000) Julgue a assertiva abaixo, em relação à sintaxe de
regência.
c) A notícia ganha mais visibilidade quando se sabe que o salto não
se deve apenas no aumento de impostos.

Item INCORRETO.
Comentário.
O erro está na passagem “o salto não se deve apenas no aumento de
impostos.”. A regência do verbo dever, nessa construção, exige a
preposição a (“Isso se deve a alguma coisa”). Então, o correto seria “o
salto não se deve apenas ao aumento de impostos.”.

11 - (TCE ES/2001) Assinale o trecho que respeita as regras gramaticais


da norma culta.
a) Pesquisas nos Estados Unidos mostra que a tolerância ao erro no
comércio eletrônico é zero. Quem compra um CD e não recebe,
simplesmente "deleta" o endereço da loja virtual pisou na bola.
b) Para piorar as coisas para os comerciantes que se dedicam o
comércio eletrônico, o internauta entende como erro grave todo e
qualquer deslise cometido pela loja.
c) Tanto faz se a empresa demora a entregar a encomenda, se ela
danifica a embalagem ou se entrega uma mercadoria diferente à que foi
encomendada.
d) A reação contrária do consumidor é desmezurada. Na rede esperam-
se serviço nota 1000 - ou nada aquém disso.
e) As empresas brasileiras que comercializam produtos pela internet
têm conseguido entregar o que vendem com um mínimo de críticas.
(VEJA VIDA DIGITAL, abril de 2000, com adaptações)

Gabarito: E
Comentário.
Os itens a e d estão incorretos e já foram objeto de comentário na
questão 13 da Aula 3 – Concordância.
Hoje, como o assunto é sintaxe de regência, vamos comentar os itens,
também incorretos, b e c.

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Opção b – O pronome relativo que substitui a palavra comerciantes
(“comerciantes que se dedicam”). A oração adjetiva, então, seria: “os
comerciantes se dedicam o comércio.”.
A regência do verbo dedicar-se (verbo transitivo indireto pronominal
que significa devotar-se, entregar-se, aplicar-se) exige a preposição a –
“Alguém se dedica a alguma coisa ou a alguém”. Por isso, deveria ser
“que se dedicam ao comércio eletrônico”.
Outro erro do item é a grafia da palavra deslize, que se escreve com z
e não com s.
Opção c – Agora o assunto é regência nominal. O vocábulo diferente,
nesta acepção, rege preposição de (“Alguma coisa é diferente de
outra.”). Assim, a forma correta seria “se entrega uma mercadoria
diferente da que foi encomendada”, havendo a contração da preposição
de com o pronome demonstrativo a (relativo a “mercadoria”). Para
melhor visualização do pronome demonstrativo, substitua a por aquela
– “se entrega uma mercadoria diferente daquela que foi recomendada”.

12 - (AFC STN/2002)
No passado, para garantir o sucesso de um filho ou de uma filha,
bastava conseguir que eles tirassem um diploma de curso superior. Uma
vez formados, seriam automaticamente chamados de “doutor” e teriam
um salário de classe média para o resto da vida. De uns anos para cá,
essa fórmula não funciona mais. Quem quiser garantir o futuro dos
filhos, além do curso superior, terá de lhes arrumar um capital inicial.
Esse capital deverá ser suficiente para o investimento que gerará um
emprego para seu filho.
Em relação aos aspectos textuais, julgue a asserção abaixo.
d) A regência do verbo chamar empregada no texto(l.3) é considerada
coloquial. A gramática ortodoxa recomenda, como mais formal, o
emprego desse verbo como transitivo direto.

Item INCORRETO (gabarito da questão).


Comentário.
O verbo CHAMAR, na acepção apresentada, é um verbo transobjetivo,
ou seja, além do objeto, exige um predicativo do objeto (na dúvida,
reveja a explicação da questão 25 da Aula 3 – Concordância).
Ao contrário de todos os demais verbos transobjetivos, o verbo
chamar, segundo a norma culta, pode ser tanto transitivo direto
quanto indireto, sem que o seu significado seja alterado.

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Em suma, com o sentido de apelidar, qualificar, tachar, o
complemento verbal do verbo chamar tanto pode ser um objeto direto
(Chamou fulano de mesquinho / Chamou-o de mesquinho) quanto um
objeto indireto, com a preposição a ou o pronome lhe (Chamou a
fulano de mesquinho / Chamou-lhe de mesquinho.).
Por sua vez, o termo “mesquinho”, que, no exemplo acima, se refere a
“fulano” (objeto direto/indireto), exerce a função de predicativo do
objeto (direto/indireto) e pode vir ou não precedido de preposição –
Chamou fulano (de) mesquinho / Chamou a fulano (de) mesquinho.
Na construção de linha 3, o verbo chamar é transitivo direto e está
construído em voz passiva (“seriam automaticamente chamados de
‘doutor’...”). Por isso, são dois os equívocos:
1. afirmar que o verbo chamar, na construção, não seria transitivo
direto - ele é transitivo direto, sim, e por isso possibilita a
voz passiva;
2. considerar que a norma culta recomenda apenas a forma direta
(admitem-se as duas transitividades – direta ou indireta).

13 - (ACE/2002) Julgue a assertiva abaixo.


c) Estará disponível um catálogo com detalhes de todas as peças, os
preços no atacado e no varejo e os prazos de entrega. A exposição faz
parte do Programa Sebrae de Artesanato, que quer profissionalizar a
atividade, dando-lhe tratamento empresarial e tornando-lhe um negócio
rentável pela capacitação dos artesãos e seu aperfeiçoamento técnico.

Item INCORRETO
Comentário.
O verbo tornar, nesse contexto, significa transformar e é um verbo
transobjetivo, que requer, como complementos verbais, o objeto direto
e o predicativo do objeto.
Como vimos na questão anterior, o único verbo transobjetivo que pode
apresentar transitividade indireta é o verbo chamar. Todos os demais
são transitivos diretos. Por isso, está incorreta a construção
“tornando-lhe um negócio rentável”, devendo o pronome oblíquo lhe,
que representa um objeto indireto, ser substituído pelo pronome oblíquo
a (em referência à palavra “atividade”), objeto direto: “tornando-a um
negócio rentável”.

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14 - (AFC STN/2002) Marque o item sublinhado que representa
impropriedade vocabular, erro gramatical ou ortográfico.
Em vista da crescente conscientização sobre a necessidade de preservar
o patrimônio cultural, tem havido muitas discussões sobre a proteção da
área do entorno(A) ou do envoltório(B)do bem imóvel tombado. Há,
principalmente, divergências quanto à sua(C) dimensão adequada ou
ideal e ao momento que(D) passa a ser protegida.(E)
(Baseado em Antônio Silveira R. dos Santos)
a) A
b) B
c) C
d) D
e) E

Gabarito: D
Comentário.
O pronome relativo que (cujo referente é o substantivo momento)
cria, na oração adjetiva que inicia, uma estrutura equivalente a “a área
passa a ser protegida nesse momento”. Percebe-se, assim, o valor
adverbial da expressão sublinhada, exigindo o emprego da preposição
em (em + esse = nesse).
Por isso, essa preposição “em” deve anteceder o pronome relativo
“que”, que representa a palavra momento – “... momento em que
passa a ser protegida.”.
Com relação ao item c (correto), a locução “quanto a” uniu-se ao artigo
que antecede “sua dimensão”, formando “quanto à sua dimensão”.
Como veremos na aula de crase, seria facultativo o emprego do artigo
definido antes do possessivo - “(a) sua dimensão” - e, por conseguinte,
a acentuação – “quanto a (à) sua dimensão”.

15 - (AFC 2002) Assinale a opção que preenche as lacunas de forma


coesa e coerente.
As cotações do dólar em relação ao real se apresentam estáveis desde
os últimos três meses de 2001. O câmbio em equilíbrio desperta reações
positivas dos mercados internacionais, favorece as exportações e
____1_____ confiança no país. O Brasil revelou-se resistente
___2____várias situações adversas. Absorveu o choque causado pelo
racionamento de energia, com demonstração clara de que a população

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brasileira possui alto índice de disciplina social. E, até agora, se mantém
ao largo da catástrofe econômica argentina. Não _____3________ a
expectativa internacional de que a economia brasileira sofreria os efeitos
do furacão portenho. Completa o quadro estimulante a convicção
______4________Estados Unidos voltarão a crescer entre 2,5% e 3,5%
este ano.
(Otimismo e Cautela, Editorial, Correio Braziliense, 1/3/2002)

1 2 3 4
a) infiltra as consumou-se de que o
b) insinua-se às consumou que os
c) instila a se consumou de que os
d) introduz as consumando-se que o
e) insinua à consumando em que os

Gabarito: C
Na primeira lacuna, um dos significados do verbo insinuar é
introduzir, assim como o de infiltrar (introduzir lentamente) e o de
instilar (introduzir aos poucos). Conclui-se, pois, que a única forma
inválida seria a de letra b, por causa do emprego do pronome “se” em
“insinua-se” (o sujeito é câmbio e o pronome prejudicaria a coerência
textual). O preenchimento desta lacuna não é suficiente para resolver a
questão.
Na segunda lacuna, o adjetivo resistente exige a preposição a – (Ela é
resistente a mudanças). A expressão seguinte – “várias situações
adversas” – poderia ser precedida ou não de artigo. Sem o artigo,
estaria sendo usada em sentido vago, genérico (como no exemplo:
“Várias situações adversas foram apresentadas.”), o que não impediria
de essas situações adversas serem apresentadas pelo autor
posteriormente. Com o artigo, para que haja coerência, o texto deverá
apresentar a definição dessas situações (como em “As várias situações
adversas impediram o trabalho.”– que situações foram essas?) e é isso
o que acontece. Essas situações adversas são apresentadas na
seqüência: “o choque causado pelo racionamento de energia” e “a
catástrofe econômica argentina". Assim, ambas as construções estariam
corretas. As formas que poderiam preencher a lacuna são: a (somente a
preposição) ou às (preposição a + artigo definido plural as). Eliminam-
se, com isso, as opções a e d (por apresentarem somente o artigo

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definido, sem a preposição = as) e a opção e (preposição + artigo no
singular = à).
Restaram, portanto, as opções b e c (50% de chances de acertar a
questão!).
A terceira lacuna envolve conjugação verbal e colocação pronominal
(este ponto será assunto de estudo posterior). A diferença entre as
sugestões dos itens b e c está no pronome (consumou / se
consumou). O verbo, na opção c, está acompanhado do pronome.
Como é transitivo direto (Alguém consumou a ameaça) e uma idéia
passiva é atribuída à expressão “a expectativa internacional” (foi
consumada), estamos diante de uma construção de voz passiva – não
se consumou a expectativa. Por isso, não é possível o emprego do
verbo CONSUMAR sem o pronome: “expectativa” é um elemento
paciente, que sofre a ação verbal, e, caso viesse desacompanhado de
pronome, estaria indevidamente praticando a ação (A expectativa
consumou). Define-se, então, o gabarito como letra c.
Se o candidato resolvesse começar pela última lacuna, não iria perder
tanto tempo assim nessa questão. Só há uma forma válida de
preenchimento. A quarta lacuna aborda regência nominal do substantivo
convicção. Esse vocábulo exige a preposição de (Alguém tem
convicção de alguma coisa). Como o complemento está sob a forma
oracional (“Estados Unidos voltarão a crescer”), há necessidade do
emprego, também, da conjunção que (dá início a uma oração
subordinada substantiva). Finalmente, em nossa aula de concordância,
vimos que o topônimo “Estados Unidos” sempre está precedido de um
artigo definido plural – os Estados Unidos. Assim, a forma que
preenche a lacuna é de que os.

16 - (Analista IRB/2004) Assinale a alteração que provoca erro de


regência no texto.
O desenvolvimento desigual de tecnologia e das técnicas de produção
implica no desenvolvimento desigual da própria concepção de classe
social e na desigual conduta de classe em relação ao capital e à
empresa. [...] Além disso, a falta de uniformidade tecnológica no
processo de produção enfraquece o poder e o domínio da gerência
científica e abre espaço para a interferência de outros saberes,
historicamente atrasados em relação ao desenvolvimento dos setores de
ponta de uma organização.
(José de Souza Martins, A aparição do demônio na fábrica, no
meio da produção, com adaptações)

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a) Retirar “das” (l.1) de diante de “técnicas”.
b) Substituir “no” (l.2) e “na” (l.3) por o e a, respectivamente.
c) Substituir “à”(l.3) diante de “empresa” por para.
d) Substituir “no”(l.4) diante de “processo” por do.
e) Retirar “para”(l.6) e acrescentar sinal indicativo de crase no “a” que o
segue.

Gabarito: C
Comentário.
Atenção para o enunciado da questão – o examinador pede que se
marque a ALTERAÇÃO QUE PROVOCA ERRO.
Estão corretas as seguintes sugestões:
Opção a: Em “O desenvolvimento desigual de tecnologia e das técnicas
de produção”, o substantivo desenvolvimento exige a preposição de.
São dois os complementos nominais – tecnologia e técnicas de
produção. Como a preposição exigida pelo termo regente já acompanha
o primeiro complemento, ela é facultativa junto aos demais, no caso,
junto ao segundo – está correta a forma: “o desenvolvimento desigual
de tecnologia e técnicas de produção”. É só uma questão de estilo. Ao
colocar a preposição antes do primeiro elemento, somente, valoriza-se o
conjunto, enquanto que a preposição (com artigo definido) antes de
cada um deles individualiza a ênfase. Voltaremos a falar sobre isso
adiante.
Opção b: Segundo a norma culta, o verbo implicar, no sentido de
acarretar, é transitivo direto. Por isso, está correta a proposta de
retirar a preposição em presente nas contrações na / no. Vamos falar
sobre a regência desse verbo na próxima questão.
Opção d: De acordo com a substituição proposta, o segmento “a falta de
uniformidade tecnológica no processo de produção” teria seu sentido
alterado. Contudo, como o enunciado aborda somente os aspectos
gramaticais, não há erro de regência na construção “a falta de
uniformidade tecnológica do processo de produção”.
Opção e: A regência da expressão abrir espaço (“abre espaço para a
interferência de outros saberes”) aceita as preposições a e para. O que
se propõe com a retirada da preposição para e a colocação de um
acento grave no a é substituir uma preposição pela outra. Como haveria
o encontro da preposição a com o artigo definido feminino a (que
acompanha “interferência”), ocorreria crase, indicada com o acento
grave (“abre espaço à interferência de outros saberes”).

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Item incorreto: C - O erro da troca proposta pela opção c é uma
questão de paralelismo sintático. Na opção a, houve a retirada da
preposição e do artigo que antecedia o segundo complemento. Nesta
opção, há dois elementos regidos pela locução prepositiva “em relação
a”: o capital e a empresa. A única preposição possível nessa construção
é a, e os dois elementos devem vir antecedidos dessa preposição (“em
relação ao capital e à empresa”).
A língua portuguesa exige que a repetição da preposição quando o
artigo antecede cada substantivo (Estatuto da Criança e do
Adolescente), mas existe um fenômeno chamado galicismo ou
castelhanismo, que decorre da “contaminação” das línguas francesa e
espanhola. Nessas línguas, a preposição é mencionada apenas no
primeiro elemento. Só que, empregando-se esse conceito ao português,
haveria erro de regência a partir do segundo elemento se o artigo não
fosse retirado (Estatuto da Criança e o Adolescente). A solução seria
omitir, não só a preposição, mas também o artigo antes de cada um
deles (Estatuto da Criança e Adolescente). Outro exemplo:
Essa ode era uma homenagem ao amor e à admiração que
nutria pela nobre dama.
Essa ode era uma homenagem ao amor e admiração que
nutria pela nobre dama.
Perceba que, ao repetir a preposição em cada um dos elementos, a
ênfase recai individualmente sobre eles, ao passo que, mencionando-a
apenas no primeiro, valoriza-se o conjunto.

17 - (AFRF/2002.1) Julgue os períodos abaixo em relação à correção


gramatical.
b) A prática do racismo é definida como crime na Lei nº 7.716/89, isto
é, nessa Lei estão definidas várias condutas que implicam tratamento
discriminatório, motivado pelo preconceito racial. / A prática do racismo
é definida como crime na Lei nº 7.716/89, isto é, nessa Lei estão
definidas várias condutas que implicam em tratamento discriminatório,
motivado pelo preconceito racial.

Item CORRETO (gabarito da prova).


Comentário.
Essa prova foi particularmente difícil. A primeira questão era tão grande
que tomava toda a primeira folha de prova (ou seja, questão boa para
se pular, para ser deixada para o fim). A segunda questão foi esta, que

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exigia o conhecimento sobre uma inovação sintática no que tange à
regência do verbo implicar.
Na acepção de trazer como conseqüência, acarretar,
tradicionalmente o verbo implicar é transitivo direto (“Seu silêncio
implicava consentimento.”). Contudo, Celso Luft (obra citada) fez
menção à inovação implicar em algo. Segundo o autor, “é inovação
em relação a implicar algo por influência de sinônimos como
‘redundar’, ‘reverter’, ‘resultar’, ‘importar’. Aparentemente brasileirismo.
Plenamente consagrado, admitido até pela gramática normativa.”
Com isso, essa opção foi tida por correta em ambos os períodos –
implicam tratamento / implicam em tratamento.

18 - (AFTb/ 2003) Assinale a opção na qual a expressão sublinhada está


erradamente empregada.
a) O governo quer mudar o imposto sobre a renda da pessoa física para
reduzir as deduções de gastos com educação e saúde, mas se esquece
de que o poder do governante não é absoluto.
b) É o Congresso, quem cabe transformar a vontade governamental em
lei, que tem a obrigação de proteger os contribuintes.
c) A nova mordida do Leão parece decorrer de documento fazendário,
em que se avalia que as deduções das despesas com educação e saúde
só beneficiam as "pessoas abastadas".
d) A Constituição exige a observância do critério da "universalidade",
cujo significado é o de que todo tipo de rendimento será tributável.
e) Economia fiscal verdadeira seria a eliminação ou a redução do bueiro
em que se esvai o volume incalculável de recursos públicos chamada
renúncia fiscal da União.
(Baseado em Edgard de Proença Rosa, "O Congresso é a
casa do contribuinte", Correio Braziliense, 02/12/2003)

Gabarito: B
Comentário.
O verbo caber apresenta, nesta acepção, um sujeito oracional e tem
transitividade indireta. Neste item, na ordem direta e feitas as devidas
substituições, a construção seria: “Transformar a vontade
governamental em lei [sujeito oracional] cabe ao Congresso.”.
Observe que o sintagma nominal “Congresso” foi pleonasticamente
repetido, representado na segunda passagem pelo pronome quem.

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Como vimos, este sintagma exerce a função de objeto indireto e,
portanto, deve ser precedido da preposição a. Destarte, a passagem
deveria ser “É ao Congresso a quem cabe transformar a vontade
governamental em lei...”.
Uma outra construção possível (e melhor) seria substituir o pronome
quem pelo que, formando a expressão de realce é que. Isso não nos
exime da obrigação de empregar a preposição antes de “Congresso”,
ficando assim: “É ao Congresso que cabe transformar a vontade
governamental em lei...”.
O item a, correto, merece um comentário: é perfeita a construção final
“mas se esquece de que o poder do governante não é absoluto”.
Existem duas formas verbais – ESQUECER e ESQUECER-SE. A
primeira (esquecer) é transitiva direta (“Meu pai esqueceu o passado.”),
enquanto que a segunda, pronominal, é transitiva indireta, regendo a
preposição de (“Meu pai se esqueceu do passado.”). (OBS: tudo que
falarmos sobre o verbo “esquecer” aplica-se também ao verbo
“lembrar”).
Quando o complemento indireto está sob a forma oracional, como nesse
item (“mas se esquece de que o poder do governante não é
absoluto”), a omissão da preposição de é válida, como em “Nunca me
esquecerei que no meio do caminho/ tinha uma pedra” (Carlos
Drummond de Andrade), exemplo usado por Celso Luft para justificar
essa regência do verbo esquecer-se.
São palavras do professor:
“Aparentemente [há] quatro modos de dizer o mesmo:
(1) alguém esquece um incidente
(2) alguém se esquece de um incidente
(3) um incidente esquece a alguém ou esquece a alguém um
incidente
(4) esquece a alguém de um incidente
Notar, porém, que (1) e (2) realçam a pessoa, sujeito do esquecer, ao
passo que (3) e (4) impessoalizam o esquecer – efetivamente,
sintaticamente, em (4) –, subjetivando o objeto do esquecer [em (3)]. A
construção (1) é a mais usada, mais simples e econômica, ao passo que
(3) e (4) são da linguagem literária.”
“Esquecer-se de que... permite a elipse da preposição: ‘Não se esqueceu
que foram criados juntos’(Machado: Cunha). ‘Nunca me esquecerei que
no meio do caminho/tinha uma pedra’(Drummond). ‘E muitas vezes se
esquecia que estava brincando” (Jorge Amado: Lessa)’.”

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Após essa lição, apresentamos uma questão que abordou esse conceito.

19 - (AFRF/2003) Julgue a assertiva abaixo em relação aos aspectos


gramaticais.
e) Não nos esqueçamos que a construção do autoritarismo, que marcou
profundamente nossas estruturas sociais, configurou o sistema político
imprescindível para a manutenção e reprodução dessa dependência.

Item CORRETO
Comentário.
O verbo esquecer-se, como vimos, é transitivo indireto, regendo a
preposição de (Não se esqueça de mim.). Contudo, quando o seu
complemento indireto está sob a forma oracional (“que a construção do
autoritarismo...”), é possível a elipse (omissão) da preposição.

20 - (AFTb/2003) Julgue a correção gramatical da asserção abaixo.


c) Na América Latina, por exemplo, “a integração global aumentou ainda
mais as desigualdades salariais”, e há uma preocupação generalizada
que o processo esteja levando uma maior desigualdade no próprio
interior dos países. Essa desigualdade já alcançou os Estados em suas
relações assimétricas.

Item INCORRETO.
Comentário.
O substantivo preocupação, a depender do significado, pode reger as
preposições ou locuções prepositivas:
(1) de, em (Notei a sua preocupação de/em sair bem na
fotografia.);
(2) por (O amor é uma preocupação ativa pelo pleno
desenvolvimento do ser que se ama.);
(3) (para) com (Percebe-se a preocupação do autor para com sua
obra.);
(4) em torno de (O ministro manifestou sua preocupação em
torno do problema do analfabetismo.).
Nesse item, faltou o emprego da preposição de antes da conjunção
que. A forma correta seria: “há uma preocupação generalizada de

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que o processo esteja levando...”. Em tempo: não confunda esse caso –
preposição que rege um complemento nominal - com o da questão
anterior – preposição que rege um objeto indireto. Em objeto indireto
oracional, a preposição ‘de’ exigida pelo verbo “esquecer-se” é
dispensável: “Esqueceu-se (de) que era tarde.”. Já em complemento
nominal oracional, a preposição ‘de’ é obrigatória e deve anteceder a
conjunção que dá início à oração: “Teve o pressentimento de que tudo
sairia bem.”.

21 - (Assistente de Chancelaria/2002)
O século XX foi o mais assassino na história registrada. O número total
de mortes causadas por ou associadas a suas guerras foi estimado em
187 milhões. O equivalente a mais de 10% da população mundial em
1913. Entendido como tendo-se iniciado em 1914, foi um século de
guerra quase ininterrupta, com poucos e breves períodos sem conflito
armado organizado em algum lugar. Foi dominado por guerras
mundiais: quer dizer, por guerras entre Estados territoriais ou alianças
de Estados. Apesar disso, o século não pode ser tratado como um bloco
único, seja cronológica, seja geograficamente. Cronologicamente, ele se
distribui em três períodos: a era de guerras mundiais centrada na
Alemanha, a era de confronto entre as duas superpotências e a era
desde o fim do sistema de poder internacional clássico. Chamarei a
esses períodos de 1, 2 e 3. Geograficamente, o impacto das operações
militares tem sido desigual. Com uma exceção (a Guerra do Chaco), não
houve guerras entre Estados significantes (em oposição a guerras civis)
no hemisfério Ocidental no último século. Em contrapartida, guerras
entre Estados, não necessariamente desconectadas do confronto global,
permaneceram endêmicas ao Oriente Médio e ao sul da Ásia, e
guerras maiores diretamente resultantes do confronto global
aconteceram no leste e no sudeste da Ásia. Mais impressionante é a
erosão da distinção entre combatentes e não-combatentes. As duas
guerras mundiais da primeira metade do século envolveram toda a
população dos países beligerantes; tanto combatentes quanto não-
combatentes sofreram.
(Eric Hobsbawn, A epidemia da guerra, com adaptações)
Julgue a asserção abaixo em relação ao emprego das palavras e
expressões do texto.
e) Como a preposição a, empregada diante de “Oriente Médio”(l.21) e
“sul da Ásia”(l.21-22), é exigência da regência de “endêmicas” (l.21), a
retirada deste adjetivo exige a substituição de “ao” por em.

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Item INCORRETO.
Comentário.
A substituição da preposição a pela preposição em, após a retirada do
adjetivo endêmicas, não estaria errada. O problema foi proposta de
colocação da preposição em sem o artigo definido que deve acompanhar
esses substantivos.
Esse item está incorreto, devendo a preposição em se contrair aos
artigos, formando “permaneceram no Oriente Médio e no sul da Ásia”.

22 - (Procurador BACEN/2002)
Uma crise bancária pode ser comparada a um vendaval. Suas
conseqüências são imprevisíveis sobre a economia das famílias e das
empresas. Os agentes econômicos relacionam-se em suas operações de
compra, venda e troca de mercadorias e serviços, de modo que, a cada
fato econômico, seja ele de simples circulação, de transformação ou de
consumo, corresponde, ao menos, uma operação de natureza monetária
realizada junto a um intermediário financeiro, em regra um banco
comercial, que recebe um depósito, paga um cheque, desconta um título
ou antecipa a realização de um crédito futuro. A estabilidade do sistema
que intermedeia as operações monetárias, portanto, é fundamental para
a própria segurança e estabilidade das relações entre os agentes
econômicos.
(www.bcb.gov.br)
Julgue a assertiva abaixo, em seus aspectos gramaticais.
d) Em “a cada fato econômico”(l.5) a presença da preposição “a”
justifica-se pela regência da palavra “corresponde”(l.7).

Item CORRETO
Comentário.
Colocada na ordem direta e após algumas supressões de elementos
desnecessários à análise, teríamos que:
“Ao menos, uma operação de natureza monetária realizada junto a
um intermediário financeiro corresponde a cada fato econômico,
seja ele de simples circulação, de transformação ou de consumo.”
O verbo corresponder, na acepção de estar em correlação, é
transitivo indireto, regendo a preposição a.

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23 - (Procurador BACEN/2002) Julgue a afirmação a respeito do
emprego das estruturas lingüísticas do texto.
Do ponto de vista do “pai de família pobre” da década de 20 ou 30, o
Estado aparece como aquele que deve prover os cidadãos do conforto
material mínimo à sobrevivência, na forma de emprego ou de outras
condições mais diretas, como moradia, saúde ou educação. Não se trata
de emitir um juízo de valor sobre esta concepção, mas de constatar sua
existência. Necessário, porém, confrontar isso com o reverso da
medalha, ou seja, a política estatal em relação a esse tipo de
reivindicação, especialmente para o período que antecede 1930 e que
surge para a historiografia como domínio exclusivo das oligarquias.
(Jaime Rodrigues, Crise da primeira república: classes
médias e Estado na década de 20, com adaptações)
I. De acordo com as regras de regência da norma culta, a estrutura
“prover os cidadãos do conforto”(l.2 e 3) admite a substituição por
assegurar aos cidadãos o conforto.

Item CORRETO.
Comentário.
A troca é válida, desde que se observe que essa mudança do verbo
implica alteração, também, na relação entre esse novo verbo e seus
complementos verbais.
O verbo prover é transitivo direto de pessoa (os cidadãos) e indireto de
coisa (conforto) – prover alguém de alguma coisa.
Já o seu substituto – assegurar – tem uma relação inversa com esses
complementos – é direto com coisa e indireto com pessoa – assegurar
alguma coisa a alguém. Como foram respeitadas essas substituições,
o item está correto.

Esse cuidado devemos ter também com os verbos permitir e


autorizar. Apesar de situados no mesmo campo semântico, esses
verbos têm relacionamentos opostos com seus complementos. O verbo
permitir é transitivo indireto de pessoa e direto de coisa – permite
alguma coisa a alguém (aceita o lhe para o objeto indireto) - “A Corte
permitiu ao preso passar o Natal em família.”
Já com o verbo autorizar, em uma de suas acepções, é exatamente o
contrário – apresenta objeto direto de pessoa e indireto de coisa –
autoriza alguém a fazer alguma coisa - (“A Corte autorizou o preso
a passar o Natal com a família.”). Em tempo: Natal – dia em que se

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comemora o nascimento de Cristo – deve ser escrita com letra capitular
(letra maiúscula).

Vamos tratar, então, de algumas regências especiais, que podem ser


objeto de prova (se já não o foram):
- AVISAR e INFORMAR – são transitivos diretos e indiretos,
indistintamente para coisa e para pessoa (“avisar/informar algo a
alguém” ou “avisar/informar alguém de alguma coisa”);
- COMUNICAR – na acepção de tornar conhecido, é direto para coisa
e indireto para pessoa (“comunicar algo a alguém”);
- CIENTIFICAR – no sentido de tornar ciente, apresenta a construção
originária de direto para pessoa e indireto para coisa (“cientificar alguém
de alguma coisa”), por analogia ao sentido de “tornar alguém ciente de
alguma coisa”; nas palavras de Celso Luft, “às vezes ocorre cientificar-
lhe algo, inovação sintática devida ao traço semântico com ‘comunicar’ –
inovação que também atingiu os verbos avisar, certificar e informar. Em
linguagem escrita culta formal, preferível a sintaxe originária cientificá-
lo de algo”.

Considerando que o sujeito da voz passiva se forma a partir do objeto


direto da voz ativa, com relação aos verbos mencionados acima,
somente são aceitas as seguintes formas:
- “Algo foi comunicado a alguém.” – a pessoa, segundo norma culta,
não poderia ser ‘comunicada’ porque é o objeto INDIRETO da voz ativa;
- “Alguém foi cientificado de alguma coisa.” – nesse caso, somente
a pessoa pode ser sujeito da voz passiva; a “coisa” exerce função de
complemento indireto.
- com os verbos avisar e informar, as duas construções estão corretas
– “Algo foi avisado a alguém” e “Alguém foi avisado de alguma coisa”,
porque esses verbos admitem as duas regências.

- PERDOAR, PAGAR – Segundo a norma culta, esses verbos são


construídos com objeto direto para coisa e objeto indireto para pessoa.
Com relação ao verbo PERDOAR, Luft afirma: “mas também ocorre
objeto direto de pessoa. Essa alteração de regência tem explicação
semântica (influência do verbo escusar ou desculpar). Na ausência do
objeto direto de coisa, pode o indireto tomar-lhe o lugar – perdoar ( ) a
alguém -> perdoar alguém. Não há, pois, motivo para gramáticas e

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dicionários continuarem reprovando essa sintaxe. O mais que se pode é
aconselhar a sintaxe primária, lógica, para a linguagem culta formal.”
O verbo PAGAR sofre, na linguagem coloquial, a mesma alteração de
regência ocorrida com o perdoar (quem nunca falou “eu paguei o
médico” ou “eu paguei a empregada” que atire a primeira pedra!). Luft
repete, no comentário sobre o verbo pagar, as observações que fez
sobre o verbo perdoar, com o seguinte acréscimo: “Quando muito,
pode-se dizer que, na língua escrita forma, a sintaxe pagar a alguém,
pagar-lhe é preferível a pagar alguém, pagá-lo.”.

- AGRADECER – Constrói-se com objeto direto para coisa e indireto


para pessoa (Agradeço a Deus a sua salvação.). Também ocorre a
sintaxe agradecer-lhe por algo, por causa da significação “motivo ou
causa” (verbo + objeto indireto + adjunto adverbial de causa).

- OBEDECER – Na linguagem culta, fixou-se como transitivo indireto,


com a preposição a ou o pronome lhe. Contudo, mesmo contrariando os
preceitos gramaticais, admite construção de voz passiva. Vimos
inúmeras vezes que, para a voz passiva ser formada, o verbo deve ser
transitivo direto ou direto e indireto. O verbo obedecer é o único
verbo transitivo indireto que encontra respaldo, em gramáticas
normativas consagradas (Celso Cunha, Lindley Cintra e Celso Luft), para
a construção passiva (Alguém é obedecido). Isso talvez se deva à
reminiscência do antigo regime transitivo direto.

- CUSTAR – No sentido de ser custoso, ser difícil, emprega-se na 3ª


pessoa do singular, tendo como sujeito uma oração reduzida de
infinitivo, que pode vir precedida da preposição a (embora seja mais
lógico sem a preposição). Custou-me muito chegar aqui (sujeito
oracional leva o verbo para a 3ª pessoa do singular). O pronome oblíquo
(me) exerce a função sintática de objeto indireto (Chegar aqui custou a
mim.). No Brasil, por influência do verbo demorar, constrói-se uma
sintaxe mal vista pela linguagem formal – “alguém custa + a + verbo no
infinitivo” (Eu custei muito a chegar aqui.). Forma ainda não sancionada
pelos gramáticos, segundo Luft.

24 - (AFRF/2002.1)
Sob o direito, o administrador público não age contra a lei. Sob a moral,
deve satisfazer o preceito da impessoalidade, não distinguindo amigos
ou inimigos, partidários ou contrários, no tratamento que lhes dispense

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ou na atenção às suas reivindicações, com transparência plena de suas
condutas em face do povo. Descumprir a lei gera o risco da punição
prevista no Código Penal ou de sofrer sanções civis. Quando
desatendidos os princípios da certeza moral, aquela que o ser humano
em seu justo juízo adota convicto, o descumpridor fere regras de
convivência, mas não conflita necessariamente com normas de Direito
que lhe sejam aplicáveis.
(Walter Ceneviva, Moralidade como Fato Jurídico, com adaptações)
Julgue a assertiva em relação ao emprego das palavras e expressões do
texto.
d) De acordo com as regras de regência da norma culta, a expressão
“atenção às suas reivindicações” (l.6) admite a substituição por
atenção para as suas reivindicações.

Item CORRETO.
Comentário.
O substantivo atenção articula-se, sintaticamente, nesta acepção, tanto
com a preposição a, como com a preposição para. Mesmo com a
retirada da preposição a, mantém-se o artigo definido feminino plural
que antecede o pronome “suas”, presente originalmente em “às”
(prep.a + artigo as) – “atenção para as suas reivindicações”.

25 - (AFPS/2002) A entrada dos anos 2000 têm trazido a reversão das


expectativas de que haveria a inauguração de tempos de fraternidade,
harmonia e entendimento da humanidade. Os resultados das cúpulas
mundiais alimentaram esperanças que novos tempos trariam novas
perspectivas referentes a qualidade de vida e relacionamento humano
em todos os níveis. Contudo, o movimento que se observa em nível
mundial sinaliza perdas que ainda não podemos avaliar. O
recrudescimento do conservadorismo e de práticas autoritárias,
efetivadas à sombra do medo, tem representado fonte de frustração dos
ideais historicamente buscados.
(Roseli Fischmann, Correio Braziliense. 26/08/2002, com adaptações)
Julgue as proposições abaixo, a respeito dos elementos do texto.
II. Para que o texto fique gramaticalmente correto, é obrigatória a
retirada da preposição antes de “que haveria”(l.2).
III. Para que o texto fique gramaticalmente correto, é obrigatória a
inserção da preposição de diante de “que novos tempos”(l.4).

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Gabarito:
Item II - INCORRETO
Item III - CORRETO
Comentário.
Nos dois itens, encontramos a mesma justificativa para o emprego da
preposição ‘de’: exigida pelos termos regentes expectativas e
esperanças, deverá estar presente antes das orações (termos regidos)
“que haveria” (l.2) e “que novos tempos” (l.4-5), respectivamente.
No item II, o segmento analisado é:
“... a reversão das expectativas de | que haveria a inauguração
de tempos de fraternidade, harmonia e entendimento da
humanidade.”
1ª oração – “a reversão das expectativas de”
2ª oração – “que haveria a inauguração de tempos de
fraternidade, harmonia e entendimento da humanidade”
Caso resolvesse substituir toda a 2ª oração por um pronome
substantivo, teríamos “expectativas DISSO (de + ISSO), o que
confirma ser o que uma conjunção e, conseqüentemente, a 2ª oração,
uma oração substantiva na função de complemento nominal do
substantivo expectativas.
A retirada da preposição antes da oração substantiva completiva
nominal provocaria erro de sintaxe de regência – ITEM INCORRETO.

No item III, o segmento analisado é:


“... alimentaram esperanças | que novos tempos trariam novas
perspectivas referentes a qualidade de vida e relacionamento
humano em todos os níveis.”
1ª oração – “alimentaram esperanças”
2ª oração – “que novos tempos trariam novas perspectivas
referentes a qualidade de vida e relacionamento humano em todos os
níveis.”
Na substituição da 2ª oração, teríamos “... alimentaram esperanças
ISSO”. Percebeu a falta que a preposição fez? Alguém tem esperanças
de alguma coisa. Então, o correto seria “... alimentaram esperanças
DISSO (de + ISSO)”.

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Assim, é obrigatória a inserção de uma preposição de antes da oração
que exerce a função sintática de complemento nominal (oração
subordinada substantiva completiva nominal) – ITEM CORRETO.
Sobre a colocação de um acento grave antes de “qualidade de vida” e a
relação entre este sintagma e “relacionamento humano”, falaremos na
aula que trata de crase.

26 - (Agente do Piauí/ 2001) Assinale a opção que apresenta erro no


uso de pronome.
a) Já estão sob investigação entidades que compram máquinas e
equipamentos no exterior e, por terem o certificado de filantrópicas, não
pagam impostos de importação.
b) Em vez de serem alojados nas entidades que supostamente lhes
importaram, esses produtos acabam tendo como destino as clínicas
particulares dos diretores.
c) Os técnicos também investigam desvios dessas entidades para burlar
a lei que concede isenção de impostos.
d) Como as filantrópicas não podem distribuir os lucros entre seus
diretores, as entidades acabam comprando imóveis ou veículos em
nome delas, mas os bens ficam para uso próprio de seus dirigentes e
familiares.
e) Esse instrumento acaba sendo uma distribuição indireta dos lucros,
afirmou um técnico que participa das investigações.
(Itens adaptados de Simone Cavalcanti, www.estadao.com.br 6/2/2001)

Gabarito: B
Comentário.
Para analisar a regência de um verbo, precisamos identificar o seu
significado, a partir do contexto.
No item b, o verbo importar está sendo usado no sentido de trazer
para o país, nacionalizar - caso em que é transitivo direto (“Alguém
importou alguma coisa.”). Por isso, em vez do pronome oblíquo lhes,
indicado para complementos indiretos, deve-se usar o pronome oblíquo
os (os produtos) – “Em vez de serem alojados nas entidades que
supostamente os importaram, esses produtos acabam tendo como
destino as clínicas particulares dos diretores.”.

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27 - (AFC STN/2000) Marque o item que propõe a correção necessária
nos elementos sublinhados para que as regras de regência da norma
culta sejam respeitadas.
Continuo a conferir aos direitos e responsabilidades constitucionais dos
meios eletrônicos de comunicação neste ano, em que a televisão passa
dos cinqüenta anos. Parto para o tema a contar da Portaria 796, que,
tendo respeitado a plena liberdade da informação jornalística, dis-
pensa-me de cuidar do parágrafo da Constituição que trata dela. A
informação jornalística é inteiramente livre de censura. Não pode,
porém, violar a intimidade, a vida privada e a imagem das pessoas
comuns, cabendo a reação contra seu abuso apenas aos próprios
atingidos.
(W. Ceneviva, Limites da TV na Constituição. Folha de São Paulo,
14/10/2000, com adaptações)
a) Retirar aos que antecede “direitos” ( .1).
b) Retirar em que antecede “que a televisão” ( .3).
c) Retirar de que antecede “cuidar”( .5).
d) Substituir de que antecede “censura”( .7), por pela.
e) Substituir contra, que antecede “seu abuso” ( .9), por a.

Gabarito: A
Comentário.
Não, você ainda não fez essa questão. Veja como ela é parecida com a
questão 16 (Analista IRB/2004).
Mais uma vez, o significado do verbo define sua regência – esse verbo
conferir está usado na acepção de realizar uma conferência
(transitivo direto – como em ‘Eu não conferi o resultado da loteria.’) e
não de atribuir algo a alguém (transitivo direto e indireto), como
poderia sugerir o uso indevido da preposição a. Essa conclusão é
extraída a partir da análise semântica do contexto: na qualidade de
jornalista, o autor não deteria essa competência de atribuir direitos e
responsabilidades constitucionais a ninguém – é a própria Constituição
que o faz.
Como o verbo conferir = fazer conferência é transitivo direto, a
retirada da expressão “aos” antes de “direitos e responsabilidades
constitucionais” é necessária para a correção do período.
No item b, por atribuir valor circunstancial de tempo (nesse ano), há
necessidade da preposição em.

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O item c trata da regência do verbo dispensar, que, na construção, é
transitivo direto (pessoa) e indireto (coisa – no caso, uma oração
reduzida de infinitivo). Não se admite, pois, a retirada dessa preposição.
A sugestão de troca do item d é inválida. A censura não liberta nada,
como iria sugerir o emprego da preposição por (pela = por + a).
Assim, além de alterar o sentido, prejudicaria a coerência textual.
A substituição proposta no item e não encontra impedimento na
regência do substantivo reação, que admite as preposições a e contra.
O problema estaria na coesão textual, uma vez que, logo na seqüência,
utiliza-se a preposição a para anteceder o complemento verbal de caber
( “cabendo a reação a seu abuso apenas aos próprios atingidos”). Por
clareza textual, a preposição mais adequada é mesmo contra.

28 - (MPOG/2005) Escolha o segmento do texto que não está isento de


erros gramaticais e de ortografia, considerando-se a ortodoxia
gramatical.
a) As duas grandes sombras de Ouro Preto, aquelas em que pensamos
invencivelmente a cada volta de rua, são o Tiradentes e o Aleijadinho.
b) Cláudio Manuel da Costa asseverou de que o alferes era homem de
tão fraco talento, que nunca serviria para tentar-se com ele um levante.
c) Alguns de seus companheiros da Inconfidência falaram dele
desdenhosamente nos depoimentos da devassa.
d) O Coronel Domingos Vieira chama-lhe “malvado”.
e) É ainda hoje difícil formar um juízo seguro sobre Joaquim José da
Silva Xavier.

GABARITO: B
COMENTÁRIO:
O examinador tenta, no enunciado, confundir o candidato, ao solicitar
que se marque o item que “não está isento de erros gramaticais e de
ortografia”. Em outras palavras, ele quer a opção com erro gramatical
ou de ortografia, o que é uma redundância em si, uma vez que
ortografia é um dos componentes para a correção gramatical.
Nesta opção, o erro foi de regência verbal. A regência do verbo
asseverar é transitiva direta e não exige preposição. Logo, a forma
correta seria “Cláudio Manuel da Costa asseverou que...”.
Veja no item d um bom exemplo da construção com o verbo chamar.
“O Coronel Domingos Vieira chama-lhe ‘malvado’.” – o verbo chamar

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transitivo indireto acompanhado de um predicativo do objeto indireto
sem preposição.

29 – (AFRF 2005)
O advento da moderna indústria tecnológica fez com que o contexto em
que passa a dispor-se a máquina mudasse completamente de
configuração. Entretanto, tal mudança obedece a certas coordenadas
que começam a ser pensadas já na antiga Grécia, que novamente se
relacionam com a questão da verdade. É que a verdade, a partir de
Platão e Aristóteles, passa a ser determinada de um modo novo,
verificando-se uma transmutação em sua própria essência. Desde então,
entende-se usualmente a verdade como sendo o resultado de uma
adequação, ou seja, a verdade pode ser constatada sempre que a idéia
que o sujeito forma de determinado objeto coincida com esse objeto.
(Gerd Bornheim. Racionalidade e acaso. fragmento)

Julgue a assertiva a respeito do uso das estruturas lingüísticas do texto.

c) Tanto a supressão da preposição no termo “a certas coordenadas”


(l.3) como sua substituição por às preservam as relações de sentido e
respeitam as regras de regência verbal.

Item INCORRETO
Comentário.
Tal assertiva está incorreta em dois aspectos – o primeiro em relação à
regência do verbo obedecer. Como já vimos, este verbo é transitivo
indireto, exigindo a preposição a, que, portanto, não poderia ser
suprimida. O segundo erro está na sugestão de emprego do artigo
definido antes da expressão genérica “certas coordenadas”. Por ser
usada em sentido vago, essa expressão não admite artigo e, logo, não
poderia construir a forma “às” (contração da preposição com o artigo
definido).

30 – (AFRE MG/2005)

Santo Agostinho (354-430), um dos grandes formuladores do


catolicismo, uniu a teologia à filosofia. Sua contribuição para o estudo
das taxas de juros, ainda que involuntária, foi tremenda. Em suas
Confissões, o bispo de Hipona, filho de Santa Mônica, conta que, ainda
adolescente, clamou a Deus que lhe concedesse a castidade e a

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continência e fez uma ressalva – ansiava por essa graça, mas não de
imediato. Ele admitiu que receava perder a concupiscência natural da
puberdade. A atitude de Santo Agostinho traduz impecavelmente a
urgência do ser humano em viver o aqui e agora. Essa atitude alia-se ao
desejo de adiar quanto puder a dor e arcar com as conseqüências do
desfrute presente – sejam elas de ordem financeira ou de saúde. É
justamente essa urgência que explica a predisposição das pessoas,
empresas e países a pagar altas taxas de juros para usufruir o mais
rápido possível seu objeto de desejo.
(Viver agora, pagar depois, (Fragmento). In: Economia eNegócios,
Revista Veja, 30/03/2005, p.90)
Julgue a afirmação a respeito do texto.
a) O complemento verbal “seu objeto de desejo” (l.14) poderia vir
precedido da preposição “de”, atendendo-se à regência do verbo
“usufruir”.

Item CORRETO
Comentário.
A regência do verbo “usufruir” admite as duas construções – direta ou
indireta – sem alteração de sentido – “usufruir o mais rápido possível
(de) seu objeto de desejo”. Logo, seu complemento verbal também
poderia ter sido precedido da preposição “de”.

Até o próximo encontro, quando falaremos sobre crase.

LISTA DAS QUESTÕES COMENTADAS.


1 - (Analista IRB/2004) Identifique a letra em que uma das frases
apresenta erro de regência verbal.
a) Atender uma explicação.
Atender a um conselho.
b) O diretor atendeu aos interessados.
O diretor atendeu-os no que foi possível.
c) Atender às condições do mercado.
Os requerentes foram atendidos pelo juiz.
d) Atender o telefone.
Atender ao telefone.

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e) Ninguém atendeu para os primeiros sintomas da doença.
Ninguém se atendeu aos primeiros alarmes de incêndio.

2 - (TC PR 2002/2003) Julgue a correção gramatical da asserção abaixo.


e) Os recursos somente são liberados após o TCU constatar de que a
adoção de providências corretivas pelo gestor da obra e após a edição
de um decreto legislativo específico. O TCU tem encontrado anualmente
irregularidades graves em cerca de um terço das obras fiscalizadas.

3 - (AFRF 2002.1)
O homem é moderno na medida das senhas de que ele é escravo para
ter acesso à vida. Não é mais o senhor de seu direito constitucional de
ir-e-vir. A senha é a senhora absoluta. Sem senha, você fica sem seu
próprio dinheiro ou até sem a vida. No cofre do hotel, são quatro
algarismos; no seu home bank, seis; mas para trabalhar no computador
da empresa, você tem que digitar oito vezes, letras e algarismos. A
porta do meu carro tem senha; o alarme do seu, também. Cada um de
nossos cartões tem senha. Se for sensato, você percebe que sua
memória não pode ser ocupada com tanta baboseira inútil. Seus
neurônios precisam ter finalidade nobre. Têm que guardar, sim, os bons
momentos da vida. Então, desesperado, você descarrega tudo na sua
agenda eletrônica, num lugar secreto que só senha abre. Agora só falta
descobrir em que lugar secreto você vai guardar a senha do lugar
secreto que guarda as senhas.
(Alexandre Garcia, Abre-te sésamo, com adaptações)
Julgue a asserção abaixo, com relação ao emprego das palavras e
expressões do texto.
a) Para que as regras da norma culta sejam respeitadas, é obrigatório o
emprego da preposição de regendo a oração “que ele é escravo”(l.1).

4 - (AFRF/2003)
Falar em direitos humanos pressupõe localizar a realidade que os faz
emergir no contexto sócio-político e histórico-estrutural do processo
contraditório de criação das sociedades. Implica, em suma, desvendar, a
cada momento deste processo, o que venha a resultar como direitos
novos até então escondidos sob a lógica perversa de regimes políticos,
sociais e econômicos, injustos e comprometedores da liberdade
humana. Este ponto de vista referencial determina a dimensão do
problema dos direitos humanos na América Latina. Neste contexto, a fiel

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abordagem acerca das condições presentes e dos caminhos futuros dos
direitos humanos passa, necessariamente, pela reflexão em torno das
relações econômicas internacionais entre países periféricos e países
centrais. As desarticulações que desta situação resultam não chegam a
modificar a base estrutural destas relações: a extrema dependência a
que estão submetidos os países periféricos, tanto no que concerne ao
agravamento das condições de trabalho e de vida (degradação dos
salários e dos benefícios sociais), quanto na dependência tecnológica,
cultural e ideológica.
(Núcleo de Estudos para a Paz e Direitos Humanos, UnB, in:
Introdução Crítica ao Direito, com adaptações)
Julgue o seguinte item a respeito do emprego das estruturas lingüísticas
do texto.
III. As regras de regência nominal permitem que “dependência”(l.13)
também seja empregada com a preposição com; por isso está
igualmente correto: a extrema dependência com que estão
submetidos...

5 - (AFRF/2003) Marque o item em que a regência empregada atende


ao que prescreve a norma culta da língua escrita.
a) A causa por que lutou ao longo de uma década poderia tornar-se
prioridade de programas sociais de seu estado.
b) Seria implementado o plano no qual muitos funcionários falaram a
respeito durante a assembléia anual.
c) A equipe que a instituição mantinha parceria a longo tempo
manifestou total discordância da linha de pesquisa escolhida.
d) Todos concordavam que as empresas que a licença de funcionamento
não estivesse atualizada deveriam ser afastadas do projeto.
e) Alheio aos assuntos sociais, o diretor não se afinava com a nova
política que devia adequar-se para desenvolver os projetos.
6 – (Auditor TCE ES/2001)
No exercício da sua competência, se o Tribunal de Contas julgar o
ato nulo, de pleno direito, por vício insanável, caracterizado por
preterição de formalidade essencial que o deva anteceder, ou
violação da lei, a que se deva obrigatoriamente subordinar, as
autoridades competentes, ao conhecerem do julgado, deverão
promover e adotar as medidas dele decorrentes, sujeitando-se os
responsáveis às penalidades aplicadas pelo Tribunal e ao
ressarcimento de eventuais danos causados ao erário.

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Julgue a assertiva abaixo.
c) Em “a que se deva obrigatoriamente subordinar” (l.4) o uso da
preposição “a” está de acordo com as normas da variedade padrão
da língua portuguesa.

7 - (TFC SFC/2000) Assinale a opção que corresponde a erro gramatical


Outro mito muito em voga(A) é de que(B) a globalização torna(C) a
vida das pessoas muito mais instável. Isso é só parcialmente
verdade. As economias estão muito mais competitivas hoje em boa
parte do mundo, o que(D) pode passar uma sensação maior de
instabilidade. Um recente estudo do Banco Mundial, no entanto,
mostra que(E) não há nenhuma evidência de aumento da
instabilidade em termos de crescimento de PIB e de consumo
privado na América Latina.
(Adaptado de Exame, 1/11/2000, p.141)
a) A
b) B
c) C
d) D
e) E

8 - (AFC STN 2000) Assinale a opção que corresponde a erro


gramatical.
Um dos obstáculos que(A) o Brasil enfrenta para obter(B) saldos
comerciais expressivos é a composição de sua pauta de exportações,
demasiadamente calcada(C) em produtos de baixo valor agregado.
Nesse sentido, a Câmara de Comércio Exterior (Camex) anunciou
que será criado um imposto sobre as exportações do couro cru e
semi-elaborado. O objetivo é favorecer o beneficiamento do couro
no país, especialmente pelo setor calçadista(D). A expectativa é a
que(E) em dois anos esse setor agregue US$ 400 milhões às
exportações brasileiras.
(Folha de S. Paulo, 18/08/2000, página A2, com adaptações)
a) A
b) B
c) C
d) D

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e) E

9 - (TRF/2003) Assinale a opção em que o trecho do texto foi transcrito


com erro de sintaxe.
a) As empresas do setor imobiliário que deixaram de prestar contas das
transações realizadas em 2002 vão ser alvo de investigação da Receita
Federal. Imobiliárias, construtoras e incorporadoras tinham prazo
limitado para entregar a Declaração de Informação sobre Atividades
Imobiliárias- Dimob.
b) A estimativa é de que metade das empresas não declarou, mas o
coordenador-geral de Fiscalização da Receita acredita que muitas delas
ainda vão cumprir a exigência. Até o prazo foram entregues 21.395
declarações, mas nos registros da Receita constam em cerca de 40 mil
empresas que estariam obrigadas a declarar.
c) O coordenador diz que os dados da Dimob serão confrontados com as
informações da declaração das empresas e das pessoas físicas. O
coordenador afirma ainda que as informações serão cruzadas com os
dados da CPMF, que têm sido instrumento indispensável ao trabalho de
fiscalização do órgão.
d) Na declaração, as imobiliárias só devem informar as operações
realizadas no ano passado. As empresas que não tiveram atividades em
2002 estão desobrigadas de prestar contas. Quem deixou de entregar a
declaração no prazo pagará multa mínima de R$ 5 mil por mês-
calendário. Em caso de omissão ou informação de dados incorretos ou
incompletos, a multa será de 5% sobre o valor da transação.
e) Essa declaração foi criada em fevereiro de 2003 para identificar as
operações de venda e aluguel de imóveis. A Receita quer saber, por
exemplo, a data, o valor da transação e a comissão paga ao corretor. No
ano passado, foram fiscalizadas 495 empresas do setor, cujas autuações
somaram R$ 1,2 bilhão.
(Adaptado de www. receita. fazenda.gov.br, 5/06/2003)

10 - (TRF/2000) Julgue a assertiva abaixo, em relação à sintaxe de


regência.
c) A notícia ganha mais visibilidade quando se sabe que o salto não
se deve apenas no aumento de impostos.

11 - (TCE ES/2001) Assinale o trecho que respeita as regras gramaticais


da norma culta.

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a) Pesquisas nos Estados Unidos mostra que a tolerância ao erro no
comércio eletrônico é zero. Quem compra um CD e não recebe,
simplesmente "deleta" o endereço da loja virtual pisou na bola.
b) Para piorar as coisas para os comerciantes que se dedicam o
comércio eletrônico, o internauta entende como erro grave todo e
qualquer deslise cometido pela loja.
c) Tanto faz se a empresa demora a entregar a encomenda, se ela
danifica a embalagem ou se entrega uma mercadoria diferente à que foi
encomendada.
d) A reação contrária do consumidor é desmezurada. Na rede esperam-
se serviço nota 1000 - ou nada aquém disso.
e) As empresas brasileiras que comercializam produtos pela internet
têm conseguido entregar o que vendem com um mínimo de críticas.
(VEJA VIDA DIGITAL, abril de 2000, com adaptações)

12 - (AFC STN/2002)
No passado, para garantir o sucesso de um filho ou de uma filha,
bastava conseguir que eles tirassem um diploma de curso superior. Uma
vez formados, seriam automaticamente chamados de “doutor” e teriam
um salário de classe média para o resto da vida. De uns anos para cá,
essa fórmula não funciona mais. Quem quiser garantir o futuro dos
filhos, além do curso superior, terá de lhes arrumar um capital inicial.
Esse capital deverá ser suficiente para o investimento que gerará um
emprego para seu filho.
Em relação aos aspectos textuais, julgue a asserção abaixo.
d) A regência do verbo chamar empregada no texto(l.3) é considerada
coloquial. A gramática ortodoxa recomenda, como mais formal, o
emprego desse verbo como transitivo direto.

13 - (ACE/2002) Julgue a assertiva abaixo.


c) Estará disponível um catálogo com detalhes de todas as peças, os
preços no atacado e no varejo e os prazos de entrega. A exposição faz
parte do Programa Sebrae de Artesanato, que quer profissionalizar a
atividade, dando-lhe tratamento empresarial e tornando-lhe um negócio
rentável pela capacitação dos artesãos e seu aperfeiçoamento técnico.

14 - (AFC STN/2002) Marque o item sublinhado que representa


impropriedade vocabular, erro gramatical ou ortográfico.

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Em vista da crescente conscientização sobre a necessidade de preservar
o patrimônio cultural, tem havido muitas discussões sobre a proteção da
área do entorno(A) ou do envoltório(B)do bem imóvel tombado. Há,
principalmente, divergências quanto à sua(C) dimensão adequada ou
ideal e ao momento que(D) passa a ser protegida.(E)
(Baseado em Antônio Silveira R. dos Santos)
a) A
b) B
c) C
d) D
e) E

15 - (AFC 2002) Assinale a opção que preenche as lacunas de forma


coesa e coerente.
As cotações do dólar em relação ao real se apresentam estáveis desde
os últimos três meses de 2001. O câmbio em equilíbrio desperta reações
positivas dos mercados internacionais, favorece as exportações e
____1_____ confiança no país. O Brasil revelou-se resistente
___2____várias situações adversas. Absorveu o choque causado pelo
racionamento de energia, com demonstração clara de que a população
brasileira possui alto índice de disciplina social. E, até agora, se mantém
ao largo da catástrofe econômica argentina. Não _____3________ a
expectativa internacional de que a economia brasileira sofreria os efeitos
do furacão portenho. Completa o quadro estimulante a convicção
______4________Estados Unidos voltarão a crescer entre 2,5% e 3,5%
este ano.
(Otimismo e Cautela, Editorial, Correio Braziliense, 1/3/2002)

1 2 3 4
a) infiltra as consumou-se de que o
b) insinua-se às consumou que os
c) instila a se consumou de que os
d) introduz as consumando-se que o
e) insinua à consumando em que os

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16 - (Analista IRB 2004) Assinale a alteração que provoca erro de
regência no texto.
O desenvolvimento desigual de tecnologia e das técnicas de produção
implica no desenvolvimento desigual da própria concepção de classe
social e na desigual conduta de classe em relação ao capital e à
empresa. [...] Além disso, a falta de uniformidade tecnológica no
processo de produção enfraquece o poder e o domínio da gerência
científica e abre espaço para a interferência de outros saberes,
historicamente atrasados em relação ao desenvolvimento dos setores de
ponta de uma organização.
(José de Souza Martins, A aparição do demônio na fábrica, no
meio da produção, com adaptações)
a) Retirar “das” (l.1) de diante de “técnicas”.
b) Substituir “no” (l.2) e “na” (l.3) por o e a, respectivamente.
c) Substituir “à”(l.3) diante de “empresa” por para.
d) Substituir “no”(l.4) diante de “processo” por do.
e) Retirar “para”(l.6) e acrescentar sinal indicativo de crase no “a” que o
segue.

17 - (AFRF/2002.1) Julgue os períodos abaixo em relação à correção


gramatical.
b) A prática do racismo é definida como crime na Lei nº 7.716/89, isto
é, nessa Lei estão definidas várias condutas que implicam tratamento
discriminatório, motivado pelo preconceito racial. / A prática do racismo
é definida como crime na Lei nº 7.716/89, isto é, nessa Lei estão
definidas várias condutas que implicam em tratamento discriminatório,
motivado pelo preconceito racial.

18 - (AFTb/ 2003) Assinale a opção na qual a expressão sublinhada está


erradamente empregada.
a) O governo quer mudar o imposto sobre a renda da pessoa física para
reduzir as deduções de gastos com educação e saúde, mas se esquece
de que o poder do governante não é absoluto.
b) É o Congresso, quem cabe transformar a vontade governamental em
lei, que tem a obrigação de proteger os contribuintes.
c) A nova mordida do Leão parece decorrer de documento fazendário,
em que se avalia que as deduções das despesas com educação e saúde
só beneficiam as "pessoas abastadas".

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d) A Constituição exige a observância do critério da "universalidade",
cujo significado é o de que todo tipo de rendimento será tributável.
e) Economia fiscal verdadeira seria a eliminação ou a redução do bueiro
em que se esvai o volume incalculável de recursos públicos chamada
renúncia fiscal da União.
(Baseado em Edgard de Proença Rosa, "O Congresso é a
casa do contribuinte", Correio Braziliense, 02/12/2003)

19 - (AFRF/2003) Julgue a assertiva abaixo em relação aos aspectos


gramaticais.
e) Não nos esqueçamos que a construção do autoritarismo, que marcou
profundamente nossas estruturas sociais, configurou o sistema político
imprescindível para a manutenção e reprodução dessa dependência.

20 - (AFTb/2003) Julgue a correção gramatical da asserção abaixo.


c) Na América Latina, por exemplo, “a integração global aumentou ainda
mais as desigualdades salariais”, e há uma preocupação generalizada
que o processo esteja levando uma maior desigualdade no próprio
interior dos países. Essa desigualdade já alcançou os Estados em suas
relações assimétricas.

21 - (Assistente de Chancelaria/2002)
O século XX foi o mais assassino na história registrada. O número total
de mortes causadas por ou associadas a suas guerras foi estimado em
187 milhões. O equivalente a mais de 10% da população mundial em
1913. Entendido como tendo-se iniciado em 1914, foi um século de
guerra quase ininterrupta, com poucos e breves períodos sem conflito
armado organizado em algum lugar. Foi dominado por guerras
mundiais: quer dizer, por guerras entre Estados territoriais ou alianças
de Estados. Apesar disso, o século não pode ser tratado como um bloco
único, seja cronológica, seja geograficamente. Cronologicamente, ele se
distribui em três períodos: a era de guerras mundiais centrada na
Alemanha, a era de confronto entre as duas superpotências e a era
desde o fim do sistema de poder internacional clássico. Chamarei a
esses períodos de 1, 2 e 3. Geograficamente, o impacto das operações
militares tem sido desigual. Com uma exceção (a Guerra do Chaco), não
houve guerras entre Estados significantes (em oposição a guerras civis)
no hemisfério Ocidental no último século. Em contrapartida, guerras
entre Estados, não necessariamente desconectadas do confronto global,

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permaneceram endêmicas ao Oriente Médio e ao sul da Ásia, e
guerras maiores diretamente resultantes do confronto global
aconteceram no leste e no sudeste da Ásia. Mais impressionante é a
erosão da distinção entre combatentes e não-combatentes. As duas
guerras mundiais da primeira metade do século envolveram toda a
população dos países beligerantes; tanto combatentes quanto não-
combatentes sofreram.
(Eric Hobsbawn, A epidemia da guerra, com adaptações)
Julgue a asserção abaixo em relação ao emprego das palavras e
expressões do texto.
e) Como a preposição a, empregada diante de “Oriente Médio”(l.21) e
“sul da Ásia”(l.21-22), é exigência da regência de “endêmicas” (l.21), a
retirada deste adjetivo exige a substituição de “ao” por em.

22 - (Procurador BACEN/2002)
Uma crise bancária pode ser comparada a um vendaval. Suas
conseqüências são imprevisíveis sobre a economia das famílias e das
empresas. Os agentes econômicos relacionam-se em suas operações de
compra, venda e troca de mercadorias e serviços, de modo que, a cada
fato econômico, seja ele de simples circulação, de transformação ou de
consumo, corresponde, ao menos, uma operação de natureza monetária
realizada junto a um intermediário financeiro, em regra um banco
comercial, que recebe um depósito, paga um cheque, desconta um título
ou antecipa a realização de um crédito futuro. A estabilidade do sistema
que intermedeia as operações monetárias, portanto, é fundamental para
a própria segurança e estabilidade das relações entre os agentes
econômicos.
(www.bcb.gov.br)
Julgue a assertiva abaixo, em seus aspectos gramaticais.
d) Em “a cada fato econômico”(l.5) a presença da preposição “a”
justifica-se pela regência da palavra “corresponde”(l.7).

23 - (Procurador BACEN/2002) Julgue a afirmação a respeito do


emprego das estruturas lingüísticas do texto.
Do ponto de vista do “pai de família pobre” da década de 20 ou 30, o
Estado aparece como aquele que deve prover os cidadãos do conforto
material mínimo à sobrevivência, na forma de emprego ou de outras
condições mais diretas, como moradia, saúde ou educação. Não se trata
de emitir um juízo de valor sobre esta concepção, mas de constatar sua

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existência. Necessário, porém, confrontar isso com o reverso da
medalha, ou seja, a política estatal em relação a esse tipo de
reivindicação, especialmente para o período que antecede 1930 e que
surge para a historiografia como domínio exclusivo das oligarquias.
(Jaime Rodrigues, Crise da primeira república: classes
médias e Estado na década de 20, com adaptações)
I. De acordo com as regras de regência da norma culta, a estrutura
“prover os cidadãos do conforto”(l.2 e 3) admite a substituição por
assegurar aos cidadãos o conforto.

24 - (AFRF/2002.1)
Sob o direito, o administrador público não age contra a lei. Sob a moral,
deve satisfazer o preceito da impessoalidade, não distinguindo amigos
ou inimigos, partidários ou contrários, no tratamento que lhes dispense
ou na atenção às suas reivindicações, com transparência plena de suas
condutas em face do povo. Descumprir a lei gera o risco da punição
prevista no Código Penal ou de sofrer sanções civis. Quando
desatendidos os princípios da certeza moral, aquela que o ser humano
em seu justo juízo adota convicto, o descumpridor fere regras de
convivência, mas não conflita necessariamente com normas de Direito
que lhe sejam aplicáveis.
(Walter Ceneviva, Moralidade como Fato Jurídico, com adaptações)
Julgue a assertiva em relação ao emprego das palavras e expressões do
texto.
d) De acordo com as regras de regência da norma culta, a expressão
“atenção às suas reivindicações” (l.6) admite a substituição por
atenção para as suas reivindicações.

25 - (AFPS/2002) A entrada dos anos 2000 têm trazido a reversão das


expectativas de que haveria a inauguração de tempos de fraternidade,
harmonia e entendimento da humanidade. Os resultados das cúpulas
mundiais alimentaram esperanças que novos tempos trariam novas
perspectivas referentes a qualidade de vida e relacionamento humano
em todos os níveis. Contudo, o movimento que se observa em nível
mundial sinaliza perdas que ainda não podemos avaliar. O
recrudescimento do conservadorismo e de práticas autoritárias,
efetivadas à sombra do medo, tem representado fonte de frustração dos
ideais historicamente buscados.
(Roseli Fischmann, Correio Braziliense. 26/08/2002, com adaptações)

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Julgue as proposições abaixo, a respeito dos elementos do texto.
II. Para que o texto fique gramaticalmente correto, é obrigatória a
retirada da preposição antes de “que haveria”(l.2).
III. Para que o texto fique gramaticalmente correto, é obrigatória a
inserção da preposição de diante de “que novos tempos”(l.4).

26 - (Agente do Piauí/ 2001) Assinale a opção que apresenta erro no


uso de pronome.
a) Já estão sob investigação entidades que compram máquinas e
equipamentos no exterior e, por terem o certificado de filantrópicas, não
pagam impostos de importação.
b) Em vez de serem alojados nas entidades que supostamente lhes
importaram, esses produtos acabam tendo como destino as clínicas
particulares dos diretores.
c) Os técnicos também investigam desvios dessas entidades para burlar
a lei que concede isenção de impostos.
d) Como as filantrópicas não podem distribuir os lucros entre seus
diretores, as entidades acabam comprando imóveis ou veículos em
nome delas, mas os bens ficam para uso próprio de seus dirigentes e
familiares.
e) Esse instrumento acaba sendo uma distribuição indireta dos lucros,
afirmou um técnico que participa das investigações.
(Itens adaptados de Simone Cavalcanti, www.estadao.com.br 6/2/2001)

27 - (AFC STN/2000) Marque o item que propõe a correção necessária


nos elementos sublinhados para que as regras de regência da norma
culta sejam respeitadas.
Continuo a conferir aos direitos e responsabilidades constitucionais dos
meios eletrônicos de comunicação neste ano, em que a televisão passa
dos cinqüenta anos. Parto para o tema a contar da Portaria 796, que,
tendo respeitado a plena liberdade da informação jornalística, dis-
pensa-me de cuidar do parágrafo da Constituição que trata dela. A
informação jornalística é inteiramente livre de censura. Não pode,
porém, violar a intimidade, a vida privada e a imagem das pessoas
comuns, cabendo a reação contra seu abuso apenas aos próprios
atingidos.
(W. Ceneviva, Limites da TV na Constituição. Folha de São Paulo,
14/10/2000, com adaptações)

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a) Retirar aos que antecede “direitos” ( .1).
b) Retirar em que antecede “que a televisão” ( .3).
c) Retirar de que antecede “cuidar”( .5).
d) Substituir de que antecede “censura”( .7), por pela.
e) Substituir contra, que antecede “seu abuso” ( .9), por a.

28 - (MPOG/2005) Escolha o segmento do texto que não está isento de


erros gramaticais e de ortografia, considerando-se a ortodoxia
gramatical.
a) As duas grandes sombras de Ouro Preto, aquelas em que pensamos
invencivelmente a cada volta de rua, são o Tiradentes e o Aleijadinho.
b) Cláudio Manuel da Costa asseverou de que o alferes era homem de
tão fraco talento, que nunca serviria para tentar-se com ele um levante.
c) Alguns de seus companheiros da Inconfidência falaram dele
desdenhosamente nos depoimentos da devassa.
d) O Coronel Domingos Vieira chama-lhe “malvado”.
e) É ainda hoje difícil formar um juízo seguro sobre Joaquim José da
Silva Xavier.

29 – (AFRF 2005)
O advento da moderna indústria tecnológica fez com que o contexto em
que passa a dispor-se a máquina mudasse completamente de
configuração. Entretanto, tal mudança obedece a certas coordenadas
que começam a ser pensadas já na antiga Grécia, que novamente se
relacionam com a questão da verdade. É que a verdade, a partir de
Platão e Aristóteles, passa a ser determinada de um modo novo,
verificando-se uma transmutação em sua própria essência. Desde então,
entende-se usualmente a verdade como sendo o resultado de uma
adequação, ou seja, a verdade pode ser constatada sempre que a idéia
que o sujeito forma de determinado objeto coincida com esse objeto.
(Gerd Bornheim. Racionalidade e acaso. fragmento)

Julgue a assertiva a respeito do uso das estruturas lingüísticas do texto.

c) Tanto a supressão da preposição no termo “a certas coordenadas”


(l.3) como sua substituição por às preservam as relações de sentido e
respeitam as regras de regência verbal.

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30 – (AFRE MG/2005)

Santo Agostinho (354-430), um dos grandes formuladores do


catolicismo, uniu a teologia à filosofia. Sua contribuição para o estudo
das taxas de juros, ainda que involuntária, foi tremenda. Em suas
Confissões, o bispo de Hipona, filho de Santa Mônica, conta que, ainda
adolescente, clamou a Deus que lhe concedesse a castidade e a
continência e fez uma ressalva – ansiava por essa graça, mas não de
imediato. Ele admitiu que receava perder a concupiscência natural da
puberdade. A atitude de Santo Agostinho traduz impecavelmente a
urgência do ser humano em viver o aqui e agora. Essa atitude alia-se ao
desejo de adiar quanto puder a dor e arcar com as conseqüências do
desfrute presente – sejam elas de ordem financeira ou de saúde. É
justamente essa urgência que explica a predisposição das pessoas,
empresas e países a pagar altas taxas de juros para usufruir o mais
rápido possível seu objeto de desejo.
(Viver agora, pagar depois, (Fragmento). In: Economia e
Negócios, Revista Veja, 30/03/2005, p.90)
Julgue a afirmação a respeito do texto.
a) O complemento verbal “seu objeto de desejo” (l.14) poderia vir
precedido da preposição “de”, atendendo-se à regência do verbo
“usufruir”.

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