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Funcionamentos escolares e produção de fracasso escolar e

sofrimento
No Brasil, grande parte das escolas públicas encontram-se sucateadas,
não é de hoje que as instituições de ensinos público sofrem desse descaso, fruto
da má administração e da corrupção presentes no sistema político brasileiro. O
país em que vivemos tem boa parte da população com problemas econômicos
e sem a oportunidade para um estudo de qualidade mudar essa situação torna-
se extremamente difícil.
A partir da das informações e reflexões desenvolvidas pela relação do
psicólogo com a escola através da produção e manutenção das queixas
escolares é possível identificar o preconceito contra o professor das escolas
públicas. Com todos os problemas estruturais e de ensino, o professor da escola
pública surge como bode expiatório de toda essa situação.
A relação do psicólogo com os professores, com base nessa visão
preconceituosa prejudica, acaba dificultado muitas experiências de interlocução
com a escola no atendimento a queixas escolares que deveriam se expandir, se
viessem de outras hipóteses.
A situação caótica de ensino brasileira apresenta-se com altos índices
de evasão e repetência. Desde o final da década de 90, através do
estabelecimento da Progressão Continua, essa situação se agravou. Tal política
pública resultou na pratica em promoção automática.
A partir da década de 80 houve uma ruptura temática com as pesquisas
de causas do fracasso escolar. Anteriormente, eram focadas nas características
dos alunos e de seu meio social e familiar. Desde o rompimento, fora descolado
o foco para fatores internos à escola. Com isso os atendimentos psicológicos as
queixas escolares continuam principalmente focados nos acontecimentos
intrapsíquicos dos alunos e suas famílias. Portanto a falta de contextualização
das práticas escolares acaba resultando em analises superficiais e, assim,
fomentando tal preconceito.
Com um trajeto aprofundado nas “camadas de poder” do contexto
escolar é possível trazer reflexões para psicólogos que atendem as queixas
escolares.
Alguns funcionamentos escolares que produzem de educadores
fracassados. A partir de órgãos centrais se destacam:
Autoritarismo na execução de políticas públicas na Educação – A
implantação de políticas públicas na Educação tem sido marcada por
inexistência de debate por parte daqueles que as realizarão e a desconsideração
de seus conhecimentos, sua capacidade e opiniões. Resulta em meros
executores de medidas que lhes apresentam sem lógica e muitas delas
prejudiciais ao ensino.
Mudanças de educadores durante o ano letivo - As mudanças de escola
(e mesmo de classe) que os educadores fazem dão-se, via de regra, pelos
chamados concursos de remoção e de ingresso. Os concursos de remoção
costumam ter uma frequência anual. No caso de professores, dão-se em janeiro.
Porém, no caso de diretores e outros funcionários, não raro acontecem em plena
vigência do ano letivo. Quanto aos concursos de ingresso, têm validade de até
quatro anos e os aprovados são chamados a qualquer época.
Uma das mudanças mais corriqueiras é a licença por motivos de saúde.
Sendo o professor um profissional atingido por doenças relacionadas a stress no
trabalho.
Resultando em insegurança dos educadores, dificuldades e rupturas nos
vínculos entre educadores e suas escolas. Incentivando um mecanismo que
ensina o desapego à instituição, às pessoas e ao sentido do trabalho.
Convocações de última hora – cursos, oficinas e reuniões fora da
unidade escolar são espaços de aprendizagem, de informação, de discussão e
tomada de decisões importantes para um bom funcionamento escolar. Mas com
aleatoriedade desses eventos gera a desorganização da rotina e dos
planejamentos escolares. Fazendo que a escola se torne, frequentemente, terra
do improviso. Com isso a escola aprende e ensina a seus alunos a
desorganização.
Baixos salários – salários baixos unidos a péssimas condições de
trabalho geram profissionais desmotivados e insatisfeitos. Dessa forma acabam
causando greves constantes, que prejudicam o ano letivos dos alunos e
favorecem a evasão dos professores.
A partir de fatores Internos às escolas:
Ausência de espaços sistemáticos de reflexão – nas grades escolares
das escolas públicas, a maioria dispõe de um recurso muito importante, reuniões
semanais de professores, remuneradas e fora do horário de aula. Porém não há
o cumprimento dessa finalidade, de modo geral. É comum os educadores irem
para a reunião sem pauta e sem saber o que vai acontecer.
Falta de infra-estrutura de apoio – além dos professores não se apoiarem
mutuamente, falta apoio em toda hierarquia presente no ambiente escolar.
Resultando na solidão do professor no exercício de sua função.
Desqualificação dos saberes dos educadores – a crença na
incompetência dos docentes é reforçada com a quantidade de cursos,
reciclagens e outros esforços para melhorar a competência técnica dos
professores. Porem a ocorrência de aulas com conteúdo pobre e ensinados com
técnicas desinteressantes estão relacionadas as condições de trabalho. Em um
ambiente de valorização destes profissionais afloram relatos de experiências
interessantes e criam-se estratégias originais e significativas.
Funcionamentos escolares produtores de alunos fracassados. A partir
de Estratégias de homogeneização:
Formação de classes homogêneas – a idealização que a formação de
classes homogêneas tornaria o ensino otimizado está longe da situação real. Os
alunos apresentam ritmos próprios e poderiam mudar de classes mais fortes
para mais fracas ou de mais fracas para mais fortes no decorrer do ano. Isso
acaba gerando constrangimento para os alunos, dificuldade de interação com os
colegas de turma e rejeição aos professores. Além disso, pode ser formada uma
classe revoltada e enlouquecedora para os alunos e professores.
Grupos homogêneos intra-classe – mostra-se com efeitos parecidos
com as classes homogêneas, mas com a nuance de olharem-se diariamente.
A partir do abandono dos atrasados: São alunos em situação de franco
abandono no ambiente escolar, no qual não recebem investimentos pedagógicos
ou afetivos. A ausência de estratégias que visam o progresso escolar de alunos
atrasados acaba criando os ditos copitas, alunos que são capazes de copiar
textos com perfeição, mas não conseguem ler o que escreveram.
A partir da Faltas e trocas de professores: as condições tratadas
anteriormente produzem um número excessivo de faltas, licenças, mudanças de
escola e mesmo desligamentos destes profissionais. As mudanças de
professores acabam com os vínculos dos alunos com os mesmos, além disso
muda a metodologia e a organização dificultando o processo de aprendizagem.
Pedagogia repetitiva e desinteressante – a predominância de exercícios
repetitivos e mecânicos gera desinteresse dos alunos, além disso deixa-se
pouco espaço para o pensar. A desconsideração do seu nível de domínio da
língua escrita termina por prejudica-los, além das matérias de humanas, como
na matemática, a falta de compreensão do enunciado pode ser confundida com
falta de raciocínio matemático.
A partir preconceitos negativos sobre pobres em geral e negros em
especial: preconceitos negativos, forte e hegemônicos estão disseminados em
nossa sociedade, segundo os quais pessoas das camadas populares são menos
inteligentes, tem pouca cultura, falam errado, são promiscuas e portam distúrbios
afetivos. Esse terreno ideológico é um discurso que tem função de manutenção
da estrutura social desigual e injusta do capitalismo. O uso de testes
psicométricos a partir de conhecimentos e habilidades das classes dominantes
criam uma armadilha a quem pertencem a outros grupos sociais. O olhar que
descrê da capacidade de aprender tende a produzir sujeitos que não aprendem,
entre outros motivos porque introjetam, em algum grau, esta imagem que lhe é
devolvida pelo olhar do educador.
A partir de Humilhações: Entendendo que nosso ensino é elitista,
podemos dizer que este gênero de humilhação guarda relações com a pobreza
e/ou negritude dos alunos. As práticas de humilhações também são praticadas
contra indivíduos com defasagens pedagógicas.
Encaminhamentos a especialistas: é comum as escolas mandarem os
alunos defasados para especialistas. A produção de alunos fracassados ocorre
em massa o que dificulta esse processo.
Funcionamentos escolares produtores de pais fracassados. A partir de
Preconceitos contra famílias pobres: os educadores explicam o fracasso de seus
alunos através do núcleo familiar. As famílias dessas crianças e jovens são
caracterizadas como: desestruturadas e promíscuas; atingidas pelo alcoolismo,
a adição a drogas, a violência doméstica, o crime e a prostituição, dentre outros
flagelos, desinteressadas da vida escolar de seus filhos. Esses comportamentos
dos educadores respondem a necessidade de negar a percepção de sua
implicação no fracasso de seus alunos. Esta percepção lhes traz sofrimento:
sentem-se culpados e incompetentes. Ao atribuir a culpa da incompetência nas
famílias alivia estas dores.
Reuniões na escola: Em reuniões escolares muitas situações
enfadonhas e repetitivas que não dizem respeito sobre o desenvolvimento
escolar de seus filhos são constantes. Reclamações públicas de professores
falando mal de alunos e responsabilizando os pais também são constantes.
Muitos pais ressentem-se de desenvolverem uma aversão por ir à escola, pois
associam estas idas a ouvirem coisas desagradáveis sobre seus filhos e sobre
si próprios.
Bilhetes nos cadernos: é comum que alunos com dificuldades na escola
sejam alvos dessa pratica. Bilhetes tem função de resguardar os professores de
não terem feito o trabalho direito em classe. A presença de bilhetes nos cadernos
pode produzir vínculos negativos com o professor. Outro efeito, ocorrem de irritar
os pais, podendo causar violência doméstica devidos as reclamações sobre o
mal comportamento do aluno.
Ações gerais, coletivas e políticas são imprescindíveis para uma
superação real do quadro de fracasso e sofrimento que temos hoje na Educação.
Lembramos que estas práticas adoecidas e adoecedoras convivem, mesclam-
se e conflitam com muitas outras que tendem a produzir movimentos contrários
ao fracasso e ao sofrimento. São fazeres que revelam a escola como instituição
em que a aprendizagem, a criatividade, a cidadania, o respeito ao outro, a
dignidade, a alegria e o amor têm lugar para estar e desenvolver-se.

Pro Dia Nascer Feliz


O que pode ser notado como interseção de todas as realidades
documentada em “pro dia nascer feliz”, é que os professores são nitidamente
preparados intelectualmente para dar aula, mas não estão preparados para lidar
com a realidade diária do alunos, alguns visivelmente revoltados pela forma
marginalizada que a sociedade os trata. Diante disso os funcionários das escolas
encontram-se desmotivados alguns até sem esperança de dias melhores para
os adolescentes.
E mais uma vez o contexto do nosso país contribui para essa
desesperança, devido à desvalorização que o professor das intuições públicas
passam todos os dias, as vezes afetando diretamente na forma como o professor
vai dar sua aula. Alguns “fazendo das tripas o coração” para dar uma aula com
os poucos recursos que disponibilizado.

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