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Ao longo de sua história, a humanidade encarou a água como um recurso natural infinito, do qual podia
dispor na quantidade e na forma que quisesse. Manejou o solo, recurso natural, tão lentamente formado, de
forma degradante, perdendo-o através de processos erosivos. A partir de um desenfreado desmatamento,
e vem promovendo uma perda de biodiversidade em todos os ecossistemas brasileiros, dos sertões até a
nossa vasta costa. Parece então, indubitável a necessidade de implementação de práticas e geração de
informações que venham subsidiar os estudos que visam a conservação ou o manejo sustentável dos
nossos chamados recursos naturais “renováveis”. Este comportamento degradador em relação ao solo,
água e vegetação nativa, vem conduzindo a situações de escassez em várias regiões do mundo. A
crescente limitação de oferta dos recursos hídricos foi definida pela UNESCO como o problema ambiental
mais grave deste século. A drenagem indiscriminada e a poluição dos recursos hídricos têm acentuado os
conflitos pelos seus múltiplos usos, tais como: abastecimento de populações e irrigação de lavouras;
diluição de esgoto doméstico e industrial e pesca; geração de energia e lazer; entre outros. Esta crescente
demanda vêm levando os recursos hídricos a um iminente colapso em termos de disponibilidade
quantitativa e qualitativa.
O processo de degradação dos solos produtivos no nosso país, bastante relacionado com práticas
incorretas de manejo de água, aliado ao ainda incipiente conhecimento por expressiva parte de técnicos e
produtores das peculiaridades do manejo sustentável, conduzem a uma séria reflexão sobre a degradação
deste recurso natural. Grande parte das áreas desmatadas para cultivo, vêm sofrendo um segundo
processo de degradação, o abandono, culminando à vezes com um processo de desertificação.
É impossível falar sobre uso do solo
sem entender sobre eles....
Vamos ler um pouco?
PEDOLOGIA
A pedologia ou ciência do solo tem por objetivo o esclarecimento da gênese do solo e de todos os
processos e fenômenos que nele ocorrem.
O solo é uma assembléia de minerais em íntima coexistência e em contato próximo um do outro. Estes
minerais podem sofrer as mais diversas transformações, na rocha ou no próprio solo. Estas transformações
dos minerais aliadas ao transporte, adição e remoção de materiais do perfil deram origem aos mais diversos
solos. Ou ainda como, “um corpo natural”, composto de materiais minerais e orgânicos, situados à
superfície da terra, onde as plantas se desenvolvem.
Os fatores de formação de solo são: clima, relevo, organismos, material de origem e tempo cronológico,
sendo os três primeiros considerados ativos (fornecem energia) e os dois últimos passivos.
Constituição do solo
Um solo é sempre constituído por matéria mineral (areia, calcário, limo, argila), matéria orgânica (húmus,
restos de plantas e animais), ar e água.
A fração sólida do solo ocupa cerca de metade do seu volume total e é constituída por matéria mineral e
matéria orgânica (fig.1).
Matéria
orgânica
Matéria
Mineral 5%
Ar
20%
45%
30%
Água
Figura 1
Agora explicarei sobre cada
constituintes do solo... Atenção!
Matéria Mineral
A areia é um dos componentes minerais do solo. A sua existência, em maior proporção, facilita os trabalhos de mobilização
do solo, a penetração de raízes e o arejamento. Não retém em geral, os nutrientes nem a água.
A argila retém facilmente os nutrientes e a água e, quando em excesso, dificulta o arejamento, a circulação da água, a
mobilização do solo e também a penetração das raízes.
O calcário não está presente em todos os solos.
Matéria Orgânica
Esta matéria é constituída por restos de plantas e de animais, parcial ou totalmente decompostos, e também por seres vivos.
A quantidade de matéria orgânica existente no solo é muito variável e evolui ao longo do tempo.
A matéria orgânica acumula-se principalmente à superfície do solo e desempenha um papel múltiplo:
• torna mais fáceis de trabalhar os solos pesados, facilitando a penetração das raízes;
• contém e armazena nutrientes fundamentais, como o azoto e o enxofre e também micronutrientes, que cede às plantas à
medida que se vai mineralizando;
• ajuda o solo a reter a água, facilitando a circulação nos solos argilosos e aumentando a capacidade de retenção nos
arenosos
Dá-se o nome de húmus à parte da matéria orgânica que sofreu intensa decomposição e atingiu um certo grau de
estabilidade.
Ar e Água
O ar e a água ocupam os espaços (poros) existentes entre as partículas que constituem o solo. A dimensão dos poros influi
na retenção da água pelo solo - os poros mais finos facilitam a retenção, enquanto os maiores permitem a sua rápida
infiltração. O ar preenche os espaços não ocupados pela água. O arejamento do solo é fundamental para a respiração das
raízes e, por isto, os solos pouco arejados são, em geral, pouco produtivos.
Entendeu??
Você sabia que o solo é dividido em
camadas horizontais de várias espessuras
e estruturas chamadas de horizontes ?? E
que para observá-las podemos fazer um
recorte? Um perfil ?
O perfil é uma seção vertical do solo através de todos os seus horizontes e estendendo-se para dentro
do material de origem. O perfil é apenas um corte, que equivale a um corte histológico ou a uma seção
petrográfica. Ele permite uma abordagem de um solo como um corpo tridimensional. Na descrição do
perfil do solo são usadas letras para discriminar os horizontes-camadas aproximadamente paralelas à
superfície – com propriedades oriundas dos processos de formação dos solos, tais como O, A, B, C e R
Quando efetuamos um corte vertical no solo (perfil do solo), podemos observar, com freqüência, uma
sucessão de camadas horizontais ou horizontes, com constituição e aspectos diferentes. Cada nível
possui composição química, textura e estrutura próprias (fig.2).
Horizonte R - Rocha-Mãe
A formação de horizontes está relacionada com a evolução do solo. Esta é caracterizada essencialmente
por migrações de substâncias que dependem dos movimentos da água, nos sentidos ascendente e
descendente. Estes movimentos são responsáveis pela mobilização dos elementos solúveis e coloidais. Os
deslocamentos da água para baixo provocam a lixiviação e são freqüentes nas zonas de clima com forte
pluviosidade. Os deslocamentos ascendentes são dominantes nos climas onde predomina a evaporação.
A intensidade das migrações depende de numerosos fatores, entre os quais a pluviosidade, o teor do solo
em cálcio e a natureza do húmus formado.
Se fizermos uma representação do perfil numa zona de lixiviação intensa, este é o tipo ABC (fig.3).
Se estivermos em presença do perfil de um solo numa zona de clima quente e seco, consequentemente
com intensa evaporação, o perfil é do tipo BAC (fig.4).
Capilaridade
Horizonte de
Lixiviação
acumulação
Figura 3 Figura 4
O horizonte de acumulação está, em geral, situado acima do horizonte de lixiviação porque as águas
profundas sobem, por capilaridade, e acabam por evaporar-se á superfície, abandonando as substâncias
dissolvidas.
Podemos considerar, em termos de evolução, dois grandes tipos de solo:
•solos jovens ou pouco evoluídos, pouco profundos, não diferindo muito da rocha-mãe de que
provêm e constituídos, geralmente, por um só horizonte, acima da rocha-mãe;
•solos maduros, evoluídos, geralmente mais profundos, cujo perfil nos apresenta vários horizontes
O solos têm características físicas e químicas e são classificados
por grupo que apresentam uma variação definida Vamos entender um pouco!!
Propriedades físicas
Textura – A parte inorgânica (sólida) do solo é constituída de partículas de diferentes tamanhos: argila,
silte, areia, cascalhos, calhaus e matacões. Refere-se à proporção das frações argila, silte e areia.
Partícula Diâmetro (mm)
Consistência – A coesão (atração das partículas entre si) e adesão (atração das partículas por um outro
corpo), sob várias condições de umidade.
Porosidade – Todo solo possui poros, mas seu número, tamanho, distribuição e continuidade são
variáveis conforme o solo. Os poros do solo são divididos em duas classes: microporos e macroporos,
menores e maiores do que cerca de 0,05 mm de diâmetro, respectivamente.
Cor – Matéria orgânica e compostos de ferro são os principais agentes responsáveis pela cor dos solos.
Esses pigmentos atuam, em geral, num fundo de cor branca dado pelos silicatos. O Fe pode apresentar-
se em forma reduzida, oxidada hidratada e oxidada desidratada.
Propriedades químicas
•pH – é o fator que mais afeta o crescimento das plantas por se relacionar com a capacidade iônica e a
disponibilidade de nutrientes.
– Principais fontes da acidez dos solos:
m.o (por humificação transforma-se em ácidos orgânicos que, quando mineralizados, se transformam
noutros ácidos (ex. ácido nítrico);
CO2 ( Gás Carbônico);
fração mineral;
chuvas ácidas;
perda de bases de troca.
– Principais fontes de alcalinidade dos solos:
Carbonatos de cálcio e sódio;
alteração dos minerais primários (com consumo de H+).
•Floculação
– Depende do pH (maior teor em bases tem efeito dispersante), da proporção de cátions de troca (os que são
mais fortemente adsorvidos implicam uma maior ação floculante ) e da presença de argila e Húmus. da
- Nos solos alcalinos ocorre a floculação caso pH diminua, nos ácidos a floculação é
favorecida pelo aumento do pH.
– A floculação favorece a permeabilidade e o arejamento.
Classificação dos solos
Grupo de solos que apresentam uma variação definida em determinadas propriedades e que se
distinguem de quaisquer outras classes por diferenças nessas propriedades. A classe taxonômica é
formada, considerando-se muitas propriedades simultaneamente. A unidade básica de estudo do Sistema
Brasileiro de Classificação é o perfil do solo, que constitui a menor porção da superfície da terra,
apresentando três dimensões e perfazendo um volume mínimo que possibilite estudar a variabilidade dos
atributos, propriedades e características dos horizontes ou camadas do solo. São muitas as classes de
solo consideradas no Sistema Brasileiro de Classificação, e importantes as suas diferenças, que devem
ser consideradas em um Planejamento Conservacionista. Dentre elas, podemos citar:
Latossolos – solos mais antigos do mundo, mais intemperizados, muito profundos e com excelente
drenagem interna. São os solos mais encontrados na Região Centro-Oeste e responsável por grande
parte das área de produção agrÍcola, pelas suas boas caracterÍsticas físicas que facilitam a mecanização,
embora sejam considerados de baixa fertilidade natural. São considerados de baixa susceptibilidade à
erosão, se forem manejados adequadamente;
Argissolos – solos de profundidade geralmente média, ocupando uma posição no relevo mais
movimentada (maior declividade), ainda apresentando minerais intemperizáveis, assim como gradiente
textural no seu perfil. Possui horizonte diagnóstico conhecido como B-textural, de composição menos
arenosa que o horizonte superficial. São considerados de média susceptibilidade a erosão;
Cambissolos – Solos que ocupam posições mais movimentadas no relevo, e são pouco profundos,
embora apresentem uma boa quantidade de minerais intemperizáveis. Não são solos muito agricultáveis,
geralmente sendo ocupados com pastagem nativa. São solos onde ocorre a presença de voçorocas;
Vertissolos – São solos bastante argilosos, que se expandem quando úmidos, e se contraem quando
secos, formando fendas ou “slinkensides”. São muito conhecidos como solos de massapê, e são de difícil
mecanização pela sua lenta infiltração. Ocorre com freqüência erosão do tipo laminar.
Aula 2
Fique por dentro! O termo erosão, de um
modo geral, significa desgaste. Os
principais agentes causadores da
erosão do solo são a chuva e o vento
A EROSÃO DO SOLO
A primeira etapa na conservação do solo consiste em impedir a sua perda devida à erosão. A camada
arável é particularmente vulnerável à erosão se não for protegida por plantas ou por folhagem seca de
proteção ou por outras medidas. Depois da perda da camada arável, o solo é geralmente menos
produtivo. O desafio consiste, pois, em proteger o solo, utilizando-o para a produção alimentar e para
outras atividades não alimentares.
A erosão do solo é causada principalmente pelo vento e pela água, mas também por práticas de cultivo
incorretas. A chuva e o vento arrancam as partículas do solo, levando-as para longe. Quando o solo está
descoberto ou quando a vegetação é pobre, a água da chuva escorre, em vez de penetrar no solo,
levando consigo a frágil camada arável. Um solo em declive e um solo leve, contendo pouca matéria
orgânica, são ambos propensos à erosão. Uma vez erodido o solo está definitivamente perdido.
A erosão do solo é um problema em regiões com pouca vegetação, particularmente nas zonas áridas e
semi-áridas. Nas zonas tropicais úmidas, a erosão não era considerada um problema quando a terra
estava no seu estado natural, porque uma vegetação natural variada cobria o solo permanentemente
(figura x). A situação agora é diferente, desde que se começaram a limpar vastas extensões de terra para
fins agrícolas. As chuvas fortes associadas a uma má gestão do solo nas áreas cultivadas são agora as
causas comuns da erosão do solo nas regiões úmidas.
FIGURA
Plantas de tamanhos
diferentes protegem o solo
Impactos da erosão
• inundações
• assoreamento de áreas baixas e corpos d’água
• fonte de poluição agrícola
• redução do potencial produtivo das terras
Desagregação – Consiste da destruição dos agregados do solo, pela ação do efeito “splash”, provocado
pelo impacto das gotas de chuva.
Transporte – Consiste no arraste das partículas de solo, promovidas pelo deflúvio superficial.
Deposição – Consiste na acumulação de sedimentos, normalmente nas partes mais baixas do terreno,
resultado da ação erosiva seja por sulcos ou em forma de “lençol” como a erosão laminar.
EROSÃO HÍDRICA – Resultado da interação entre dois tipos de componentes: um energético (fatores
como potencial erosivo da chuva, comprimento da pendente e declividade do terreno) e outro dissipador
de energia (susceptibilidade do solo a erosão, manejo do solo, culturas e restos culturais e práticas
mecânicas conservacionistas suplementares).
Formas de erosão hídrica
Erosão Laminar (entres sulcos) – Ocorre de forma pouco perceptível, por isto chamada de
erosão “silenciosa”, por promover um arraste de partículas que promove um clareamento do solo, sem
apresentar sulcos. Pode ser percebida pela exposição do sistema radicular das árvores e arbusto presentes
no terreno.
Erosão em Sulcos – Forma sulcos indiscrimados na área, sem uma orientação, resultantes
normalmente da presença de camadas sub-superficiais mais adensadas pelo preparo solo, em condição de
relevo mais declivoso.
Erosão Marginal (dos cursos d’água) – Normalmente presentes nos taludes das margens dos
rios, resultantes da retirada da vegetação ciliar.
A EROSÃO EÓLICA produz-se sobretudo em solos leves e em terras desnudadas. Os ventos violentos
causam grandes danos. A erosão eólica é um problema comum nas regiões secas e semi-áridas, assim
como nas regiões que sofrem chuvas sazonais.
Contrariamente à água, que só causa erosão em encostas, o vento pode arrancar tanto o solo dos terrenos
planos como dos terrenos de encosta. Também pode transportar as partículas de solo através da
atmosfera e depositá-las muito longe. Os solos vulneráveis à erosão do vento são secos, soltos, leves,
com pouca ou nenhuma cobertura vegetal.
Você sabia que através das práticas de
conservação, é possível manter a fertilidade
do solo e evitar problemas comuns, como a
erosão e a compactação??
A conservação do solo consiste em dar o uso e o manejo adequado às suas características químicas,
físicas e biológicas, visando a manutenção do equilíbrio ou recuperação, para minimizar os efeitos causados
pelas chuvas e também pelo mau aproveitamento do solo pelo homem, são utilizadas algumas técnicas de
manejo e conservação dos solos
DManutenção de densa cobertura Î Reduz impacto das gotas de chuva sobre a superfície
DRedução do n° de operações de revolvimento Î Reduz desagregação de partículas
DIncorporação de matéria orgânica Î Eliminação da queima de resíduos culturais
DDescompactar camadas impermeáveis do solo
DReduzir volume e velocidade de escoamento superficial das águas
No início da colonização, nosso país era coberto de florestas e, consequentemente, de solos férteis. Na
regiões brasileira, principalmente o nordeste, iniciou-se desde então uma agricultura extrativista e não
preocupada em preservar a qualidade dos recursos naturais: bastava derrubar a mata para obter um solo
com todas as características para uma boa produção. Mas anos passaram. O aumento da população e a
crescente demanda por alimentos provocou a abertura de novas fronteiras agrícolas, acelerando o processo
de retirada desta cobertura original. O uso sistemático de práticas inadequadas, como o desmatamento
indiscriminado, as queimadas e a excessiva mobilização do solo contribuíram para que as áreas agrícolas
fossem se degradando, pouco a pouco. A figura 5, que você pode ver abaixo, explica exatamente como se
dá este processo.
PRODUTIVIDADE E EROSÃO RELATIVA %
ANOS DE CULTIVO
Erosão
Produtividade
ETAPA 1
Características originais do solo são destruídas gradativamente e os danos não são percebidos, pela pouca
intensidade dos processos e pela manutenção da produtividade às custas de corretivos e fertilizantes.
ETAPA 2
Há perdas acentuadas da matéria orgânica do solo, com forte comprometimento da estrutura. Ocorre a
compactação superficial, impedindo a infiltração da água e penetração das raízes, bem como selamentos
superficiais. A erosão acentua-se e as culturas respondem menos eficientemente à aplicação de corretivos e
fertilizantes.
ETAPA 3
O solo está comprometido muito intensamente, com colapso violento do espaço poroso. A erosão é acelerada, com
dificuldade de operação de máquinas. A produtividade cai a níveis mínimos.
Ao longo dos anos, milhares de toneladas de solo fértil e matéria orgânica foram carregados pela erosão, expondo
as pedras e camadas mais pobres do solo.
As enxurradas entulharam os leitos dos rios, açudes e represas. Quantidades cada vez maiores de adubos
químicos foram necessárias para compensar estas perdas – e grande parte das vezes, estes adubos também
foram levados pelas enxurradas, gerando mais e mais erosão.
O tempo necessário para que um solo atinja o grau de degradação demonstrado na etapa 3 do gráfico depende:
da intensidade de uso das práticas inadequadas de manejo,
·· da sua declividade,
·· de sua textura
·· e de resistência à erosão hídrica (provocada pela água).
Aquelas propriedades que chegaram a atingir este nível de desgaste foram as que obrigaram os agricultores a
abandonar suas terras e migrarem para os grandes centros, engordando os cordões de favelização. Acarretando,
assim, o uso do solo urbano. Felizmente, técnicos, empresas, entidades e produtores têm se preocupado com esta
questão e buscando alternativas e soluções que viabilizam uma agricultura sustentável.
Passaremos a analisar duas
situações: uma mesma área
com o uso inadequado e com
prevenção/reconstituição.
Que diferença!! Observe!
1.Terreno desmatado. 2.Terreno cultivado morro abaixo. 3.Assoreamento de rios e açudes. 4.Erosão em voçorocas invadem terras cultivadas
5.Êxodo Rural. 6.Lavouras cultivadas sem proteção. 7.Pastagem exposta a erosão 8.Inundações
PREVENÇÃO E RECONSTITUIÇÃO
1.Terreno com exploração florestal. 2.Terreno cultivado em curva de nível e outras práticas conservacionistas. 3.Rios e açudes livres de
assoreamento. 4.Culturas com práticas conservacionistas 5.Desenvolvimento de comunidades agrícolas. 6.Áreas de pastagens protegidas
contra a erosão. 7.Áreas de pastagens protegidas 8.Inundações controladas e áreas agrícolas e aproveitadas.
Valeu a pena ??
Para planejamento adequado do solo rural, deve-se sempre observar algumas questões. Com relação à
situação retratada anteriormente, podemos perguntar: valeu a pena cortar a mata nativa e instalar uma
pastagem num solo com estas características? Um produtor não ganharia mais tirando lenha do mato,
sob um regime de manejo sustentado? Não estaria protegendo o solo, mantendo o equilíbrio do
ecossistema e tendo um retorno financeiro maior, a longo prazo?
E quanto ao solo urbano? É imprescindível um planejamento prévio para se reduzir problemas de
impactos sociais e ambientais. E algumas perguntas também podem ser feitas. Quais são as principais
deficiências dos instrumentos urbanísticos e institucionais da gestão do uso do solo que contribuem para
os problemas associados ao uso do solo urbano? O que está inviabilizando a eficácia da gestão urbana?
quais princípios devem nortear a ação pública, no campo da política e do planejamento urbano, para a
efetividade da gestão do uso do solo urbano?
São perguntas comuns quando se pensa em uso do solo e sua melhor gestão!! Pode-se, também falar
em estudo do uso do solo voltado para bacia hidrográfica, que tem como objetivo: controlar as
enchentes; reabilitar as terras improdutivas; tratar e utilizar os resíduos; manter ou até aumentar o
fluxo dos cursos d’água e a recarga da água subterrânea; implementar os pequenos reservatórios de
água; previsão, controle e monitoramento dos efeitos ambientais a jusante da bacia, de forma a manter-
se um encadeamento harmônico no trato com o meio ambiente.
NÃO ESQUEÇA!
Quando se pensa em
conservação do uso do
solo, planejamento é o
melhor caminho !
MICROBACIAS HIDROGRÁFICAS:
Ö por definição, uma microbacia hidrográfica compreende numa área de formação natural, drenada por
um curso d’água e seus afluentes, a montante de uma secção transversal considerada, para onde
converge toda a água da área considerada.
CRITÉRIOS PARA A ESCOLHA:
a) para verificação do efeito de diferentes práticas agrícolas nas perdas de solo, água e nutrientes, a
área não deve exceder os 50 ha;
b) os estudos do balanço hídrico e o efeito do uso do solo na vazão final pode ser executado em áreas
de até 10.000 ha.
c) para estudos que requerem apenas a medição de volume e distribuição de vazão, bacias
representativas com áreas de 10 a 50 mil ha.
2. Hidrosedimentologia
e Erosão
EMENTA
A sedimentação hídrica no ciclo hidrológico: definições, origem e ocorrência.
Conceitos básicos de erosão e sedimentação. Rios: Classificação;
Sedimentos: erosão, fontes, produção, transporte e deposição. Atividades
antrópicas que afetam a produção de sedimentos.
Agora vamos ao segundo desafio, que é
descrever a importância da erosão e
sedimentação no ciclo hidrológico.
lnteressante não é?
Introdução
Não esqueça de
fazer todas as
atividades
propostas, ok?
Aula 1 - Fundamentos da Hidrossedimentologia
A Hidrossedimentologia trata
dos aspectos dos estudos de
sedimentologia com o
envolvimento restrito aos
cursos d’água e lagos.
O sedimento é a partícula derivada da rocha, ou de materiais biológicos, que pode ser transportada por
fluído; é a partícula de fragmentação das rochas, por processo físico ou químico, e que é transportada
pela água ou pelo vento do lugar de origem aos rios e aos locais de deposição; é o material sólido em
suspensão na água ou depositado no leito.
No Brasil, o estudo da hidrossedimentologia começa a ter grande importância nas regiões mais
habitadas do centro e sul do país. deve-se isso à interferência antrópica, com o mau uso do solo,
causando diversos problemas acarretados pela erosão, transporte de sedimento nos rios, depósitos em
locais indesejáveis e assoreamento dos rios, lagos e reservatórios.
A Hidrossedimentologia trata dos aspectos dos estudos de sedimentologia com o envolvimento restrito
aos cursos d’água. Tem como um dos seus fundamentos a sedimentação fluvial, onde a capacidade de
erosão das correntes vão formar os diversos tipos de drenagens e o seu conseqüente transporte e
formação de depósitos sedimentares em rios e lagos.
Padrões de drenagem
A erosão fluvial modifica o tipo do canal através da sua história. Quando jovem a seção do canal é em forma de “V”;
Quando entra na maturidade o canal se torna arredondado em forma de “U”; e na senilidade o canal toma a forma de
um “U” aberto.
Grandes rios têm a forma sinuosa que caracterizam sua idade (velhos). As causas desta forma são
complexas, envolvendo transferência de energia da água (entre potencial e cinética), visto que os rios
tendem a distribuir sua energia igualmente ao longo do canal enquanto caminha para o oceano. A água
resiste a uma mudança de direção e então força incessantemente qualquer margem em curva;
eventualmente isto forma o padrão de meandros da Figura abaixo. Os meandros migram muito lentamente
Transporte fluvial de sedimentos
A carga de sedimentos dos cursos de água é uma mistura de partículas de várias espécies,
tamanhos e formas. Mecanicamente, a espécie da partícula exprime-se pela sua densidade,
o tamanho pelo seu diâmetro maior e forma pelo coeficiente de esfericidade (Christofoleti,
1981)
A carga de sedimentos diz respeito ao tipo de material transportado, enquanto que o termo
“descarga sólida” ou “descarga de sedimentos” é definido como a massa total de sedimento
que passa em uma seção transversal dos rios por unidade de tempo
A carga total de sedimentos é composta por materiais fornecidos pelos processos químicos,
físicos e biológicos que governam a erosão e pelos mecanismos de transportes de massa no
regolito. No processo de transporte fluvial de sedimentos pode-se distinguir três tipos de
cargas: dissolvida, em suspensão e do leito.
TIPOS DE CARGAS
Carga dissolvida: A carga dissolvida dos cursos água é composta pelos constituintes
intemperizados das rochas, transportados em solução química principalmente pelo
escoamento subterrâneo.
A carga dissolvida pode representar parcela importante da descarga sólida. Estudos
realizados na América do Norte indicam que alguns rios carregam, em média, maior
quantidade de matéria dissolvida do que partículas em suspensão (Guy, 1970).
Estimativa da carga do leito a partir da concentração, tipo de material transportado e tipo de material de leito
(Adaptado de Gordon et al., 1992 e Morris e fan, 1997)
Você sabia? Os sedimentos
na água trazem problemas e
benefícios para o ambiente? E
em conseqüência muitos
efeitos ? Vejamos alguns...
Paralelamente ao ciclo da água, existe outro ciclo, aberto, intimamente vinculado ao ciclo
hidrológico e deste totalmente dependente, que envolve o deslocamento, o transporte e o
depósito de partículas sólidas presentes na superfície da bacia. Por analogia com o ciclo da
água, pode ser chamado de ciclo hidrossedimentológico, embora essa designação não
seja a mais idônea, pois contrariamente às moléculas de água, os sedimentos não terão
como voltar ao meio de onde provém.
•Os sólidos em suspensão afetam desfavoravelmente os peixes e sua fauna e flora alimentar;
•Os materiais suspensos aumentam a turbidez, reduzindo a penetração de luz na água;
•O sedimento é um poluente;
•Altera ou destrói a vida aquática;
•Diminui ou paralisa, temporária ou permanentemente, o crescimento das plantas, devido a obstrução
dos poros ou vazios do solo;
•Degrada o uso consultivo da água
•Atua como portador de outros poluentes, tais como poluentes, tais como nutrientes químicos,
inseticidas, herbicidas e metais pesados;
•Atua como portador de bactérias e vírus;
•O aumento da turbidez na água reduz a qualidade estética do curso d’água
A IMPORTÂNCIA DO ESTUDO DA SEDIMENTOLOGIA FLUVIAL:
Os problemas causados por deposição de sedimentos são vários. No entanto, o sedimento é vital no que
tange a conservação, desenvolvimento e utilização do solo e do recursos hídricos.
Os sedimentos em suspensão são parte de um processo que é impossível de ser acompanhado em sua
plenitude à escala de uma vida humana. Tal processo é denominado de Ciclo das Rochas.
DISTRIBUIÇÃO DOS SEDIMENTOS NOS CURSOS DE ÁGUA
Os sedimentos possuem uma distribuição diferenciada no tempo e no espaço. Assim, deve-se considerar a
distribuição dos sedimentos numa vertical, numa seção transversal, ao longo do curso d’água em relação
ao tempo.
A partícula em suspensão está sujeita à ação da velocidade da corrente na horizontal e da turbulência, que
tendem a mantê-la em suspensão, e do seu peso, que tende a deslocá-la para baixo. Assim, as partículas
maiores têm uma distribuição na vertical que cresce da superfície para o leito, enquanto que os sedimentos
finos, como silte e argila apresentam uma distribuição praticamente uniforme ao longo da vertical. A Figura
1 mostra, esquematicamente, como é distribuição dos vários tipos de sedimento na vertical para uma dada
condição de velocidade.
?
No percurso da bacia a
distribuição dos
sedimentos variam de
acordo com sua ?
? granulometria e
profundidade ?
TRANSIÇÃO
a) Leques aluviais
b) Glaciares
c) Rios
d) Dunas
e) Lagos
f) Lagunas
g) Estuários
h) Deltas
i) Níveis de marés
j) Plataforma continental
k) Talude continental
l) Planície abissal
m) Planaltos marinhos
Agora veremos os processos Aula 3: processos e
do ciclo hidrológico! Você
componentes do ciclo
sabia que eles estão presentes
na natureza? hidrossedimentológico
Assim como é possível distinguir os principais fenômenos que compõem o ciclo hidrológico
(interceptação, evaporação, infiltração, etc) é também possível identificar os processos que regem os
deslocamentos das partículas sólidas, cujo conjunto constitui o ciclo hidrossedimentológico. Esses
processos são desagregação, erosão ou extração, transporte, decantação ou sedimentação,
depósito e consolidação.
A densidade média dos elementos primários varia com a natureza da rocha da qual procedem.
Erosão: Entende-se por erosão o início do processo de deslocamento das
partículas sólidas da superfície do solo ou das paredes dos leitos dos
córregos e rios, sob efeito do escoamento. Esse deslocamento ocorre quando
as forças hidrodinâmicas exercidas pelo escoamento sobre uma partícula
ultrapassam a resistência por ela oferecida
Transporte: O transporte do material arrancado pela água pode se dar de várias maneiras. As partículas
mais pesadas deslocam-se sobre (ou junto ao) o fundo por rolamento, deslizamento ou, eventualmente,
por saltos curtos (fenômeno saltação). Constituem a chamada descarga sólida de fundo ou arraste. As
mais leves deslocam-se no seio do escoamento e constituem a descarga
ondas
sólida em suspensão.
sal
diluição
Rio Base da onda
floculação
Mar
depósito
resuspensão
Carga suspensa
Depósito: Designa-se por depósito a parada total de partícula em suspensão recém decantada sobre o
fundo, ou daquela transportada por arraste. Difere da decantação , embora seja por vezes por esta
confundida, pois uma partícula recém decantada pode continuar movimentando-se após entrar em contato
com o fundo, de acordo com o fundo hidrodinâmicas existentes rente ao fundo.
A seqüência dos processos presentes no ciclo hidrossedimentológico é ilustrada na Figura 5. Dos seis
processos descritos, dois (a erosão e o depósito) se sobressaem pela maior importância de suas
conseqüências e por seu papel-chave na redistribuição dos sedimentos dentro de uma bacia hidrográfica.
Legenda:
A sedimentologia está ligada a muitos campos da Engenharia. O seu estudo e aplicação abrangem a
geração de energia hidráulica, a navegação, a irrigação, a mecânica dos solos, a agricultura, a hidrologia, a
construção de estradas, obras em geral, o meio ambiente e outros.
A hidrologia se desenvolveu mais rapidamente, sendo que a coleta de dados hidrológicos é antiga, não
tendo acontecido o mesmo com a coleta de dados sedimentológicos. Somente em época mais recente, fins
do século passado, é que foi iniciado gradativamente o desenvolvimento da pesquisa
hidrossedimentométrica. A partir de 1930 é que realmente começou a pesquisa sistemática de dados
sedimentométricos e sua aplicação.
APRENDA MAIS
A Sedimentometria é parte da hidrometria
que trata da medida da quantidade de
sedimentos transportados pelos rios. A
quantificação é feita por meio de
medições de descarga sólida, estudada
juntamente coma fluviometria.?
Os problemas derivados dos sedimentos se avolumam à medida que há maior
desenvolvimento no país. No entanto, estudos e pesquisas em Sedimentologia são realizados
com lentidão. Isso se deve ao fato de que a maioria das conseqüências não é imediata,
aparecendo descrença ou o descaso.
Aplicação
Diagnóstico sedimentológico
A investigação dos aspectos sedimentológicos da bacia do são Francisco foi efetuada visando a verificação
dos problemas decorrentes da erosão, transporte de sedimentos e deposição em cursos d’água e
reservatórios, que acarretam prejuízos derivados do fenômeno. Esses prejuízos se fazem sentir no
empobrecimento dos solos agricultáveis no assoreamento de calhas de rios, prejudicando a navegação, ou
em reservatórios, diminuindo a vida útil, a geração de energia ou outras finalidades para os quais foi
planejado o aproveitamento, bem como aspectos prejudiciais ao meio ambiente em geral.
O diagnóstico constituiu:
•em calcular a produção ou contribuição de sedimentos e a altura de degradação,
•comparar valores com parâmetros mundiais,
•avaliar a rede sedimentométrica existente,
•estudar a situação bacia em relação a produção de sedimentos ou erosão,
•Sugerir medidas de controle de sedimentos
Figura 8 – Rede sedimentométrica da bacia do São Francisco –
situação no início de 1986
Conclusão do diagnóstico
O estudo aqui apresentado mostra sucintamente que a produção de sedimentos na bacia do São Francisco
e a degradação correspondente, em termos gerais, são pequenas. No entanto, as sub-bacias do alto curso
apresentam uma degradação indesejável, a qual, mesmo não sendo alarmante, é bastante acentuada.
Apesar dos aspectos localizados de erosão acelerada e de outros tipos, pode-se concluir que a erosão
laminar na bacia é predominante, mesmo quando se constatam grandes desmatamentos.
Verifica-se também que em toda a bacia está havendo um aumento gradual na produção de sedimentos
que poderá, num futuro próximo, começar a apresentar valores indesejáveis.
O aumento de população e a necessidade das obras de engenharia, do aproveitamento da terra para
agricultura, além de outras ações antrópicas, como a mineração, certamente provocarão o aumento
contínuo da produção de sedimentos, caso persistam as condições atuais
Considerações finais
SANTOS, I. et al. Hidrometria Aplicada. Curitiba: Instituto de Tecnologia para o Desenvolvimento, 2001
TUCCI, C. E. M. Hidrologia Ciência e Aplicação. 2 ed. Porto Alegre: Editora da Universidade: ABRH. p.25-31.
http://www.fao.org/documents/show_cdr.asp?url_file=/docrep/007/x3996p/x3996p0i.htm
http://www.campus.fortunecity.com/yale/757/solos.htm