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2.

Ativismo Judicial

O ativismo judicial é o fenômeno que consiste na superação de limites, estabelecidos


aos juízes, no que diz respeito à sua atuação nas decisões judiciais. Ocorre através da
inobservância das divisões de competência determinada pela separação de poderes. São
decisões que ultrapassam as normas preexistentes bem como precedentes estabelecidos.

Carlos Alexandre de Azevedo Campos define ativismo judicial como:

o exercício expansivo, não necessariamente ilegítimo, de poderes políticos-


normativos por parte de juízes e cortes em face dos demais atores políticos,
que: (a) deve ser identificado e avaliado segundo os desenhos institucionais
estabelecidos pelas constituições e leis locais; (b) responde aos mais
variados fatores institucionais, políticos, sociais e jurídico-culturais presentes
em contextos particulares e em momentos históricos distintos; (c) se
manifesta por meio de múltiplas dimensões de práticas decisórias.

Para garantir uma definição imparcial desse fenômeno é necessário estabelecer uma
comparação da sua atuação entre os dois sistemas jurídicos (civil Law e common Law),
responsáveis por definir como se dará a aplicação do Direito no local onde é adotado.

A influência do ativismo judicial pode ser observada de diferentes formas nos dois
sistemas mencionados, por possuírem características distintas, os reflexos externados
por cada um deles em relação ao fenômeno também será diferenciado.

Ocorre que, nos países onde o sistema jurídico estabelecido é o civil Law, os
legisladores possuem papel determinante na solução dos casos concretos, uma vez que
são responsáveis por criar normas, preestabelecendo modelos de conduta e
comportamento e, com base nessa norma preestabelecida, julga-se uma situação futura.

Esse método, utilizado pelo Brasil, onde os casos são resolvidos dentro de um padrão
normativo, foi criado objetivando uma segurança jurídica através da ideia de que o
judiciário, atendo-se as leis já existentes, não cometeria excessos ou injustiças diante do
caso apresentado. Dessa forma, é característica latente no sistema do civil Law, a lei
como fonte de direito predominante.

Devido a esse ciclo sistemático, a atuação ativista dos juízes e cortes não é bem
recepcionada em razão da instituição de normas não razoáveis ou de aplicação
impossível na vida prática. A crítica é que sua atitude excedente não observa “as
necessidades e a realidade institucional do Legislativo, do Executivo e das relações
entre esses poderes”, pois eles somente criam, mas não aplicam a lei. Sendo esse um
dos reflexos do ativismo judicial no sistema do Civil Law.
Em contrapartida, no sistema do common Law, não há predeterminação legal a ser
aplicada nos casos concretos, esses eram julgados inicialmente com base nos costumes e
posteriormente, foi se utilizando decisões de casos passados, que deveriam ser aplicadas
da mesma forma em eventos semelhantes. Aqui, a atuação predominante é do judiciário
que detém autonomia no julgamento dos casos.

Contudo, não se deve confundir autonomia com liberdade, a ideia de segurança jurídica
ofertada pelo civil Law existe também nesse sistema. O juiz, apesar de não estar
subordinado a um texto normativo, assegura sua decisão com base nos costumes e na
jurisprudência, aí se evidencia a segurança jurídica, diante da vinculação da decisão dos
casos anteriores, sendo essa a principal fonte de direito do common Law.

Esse é o sistema utilizado em países como Inglaterra e Estados Unidos. Como sua
característica concede certa autonomia ao judiciário, a definição de ativismo judicial
nesse âmbito é muito mais positiva se comparado com o civil Law.

Segundo Elival da Silva Ramos (p.112):

“Nos sistemas de common Law se adota uma conceituação ampla de ativismo judicial,
que abarca desde o uso da interpretação teleológica, de sentido evolutivo, ou a
integração de lacunas em que o Poder Judiciário atua de forma juridicamente
irrepreensível,” [...].

Partindo-se dessa definição, tem-se como reflexo do ativismo judicial no common Law,
uma interpretação ampliativa da norma, que é utilizada para suprir as lacunas
normativas, adequar o texto constitucional às condições sociais contemporâneas,
suprimir omissões legislativas, buscando alcançar a maior finalidade do processo que é
a solução da lide.

Enquanto no common Law o ativismo judicial tem uma recepção positiva, devido sua
utilização como ferramenta na solução das lides, o civil Law utiliza a separação dos
poderes como fundamentação para a reprovação ao ativismo judicial.

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