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Jato
RAQUEL LANDIM
DE SÃO PAULO
NICOLA PAMPLONA
DE DO RIO
29/03/2016 02h00
Desde que foram alvejadas pela Operação Lava Jato, há pouco mais de dois anos, a Petrobras e suas subsidiárias demitiram 169,7 mil
pessoas.
O corte já representa o equivalente a 61% da equipe atual, que estava em 276,6 mil em fevereiro de 2016.
Em dezembro de 2013, eram 446,3 mil pessoas –de cada 10 trabalhadores empregados antes da Lava Jato, 4 foram dispensados (veja
quadro com a evolução do número de vagas na pág. A20).
Os dados foram compilados pela Folha, a partir de dados apresentados ao conselho de administração da estatal e da pesquisa nos
relatórios publicados pela empresa nos últimos 12 anos.
Os números mostram que, em meio à euforia das enormes reservas do pré-sal, a estatal saiu de 198,9 mil funcionários em 2004 para o
recorde de 446,3 mil em 2013.
RESSACA
Os cortes começaram ainda em 2014, último ano da gestão Graça Foster, quando 74,3 mil perderam o emprego, e se intensificaram
sob comando de Aldemir Bendine, que cortou 95,4 mil até fevereiro deste ano.
A Petrobras disse por meio de nota que "está reduzindo seu nível de investimento e gasto operacional, o que acaba refletindo na
contratação de serviços e em ajuste nos empregados próprios".
Uma análise dos cortes mostram que 85% das demissões ocorreram entre prestadores de serviço que realizavam obras para a
companhia. Esse contingente caiu de 175,8 mil pessoas em dezembro de 2013 para apenas 30,8 mil em fevereiro de 2016.
A Petrobras foi obrigada a cortar drasticamente os investimentos para preservar seu caixa e tentar reduzir suas dívidas, que giram hoje
ao redor de US$ 100 bilhões.
Além disso, grandes obras foram paralisadas ou reduzidas com as denúncias de pagamento de propina pelas empreiteiras a ex-
funcionários da empresa e a políticos.
AS DEMISSÕES NA PETROBRAS PÓS-LAVA JATO - Demissões, em mil pessoas
REESTRUTURAÇÃO
Os cortes de funcionários não devem parar por aqui. Segundo a Folha apurou, a Petrobras finaliza uma reestruturação que deve ser
analisada pelo conselho de administração nesta quarta (30).
Os cargos executivos podem ser reduzidos em 40%, o que vai provocar demissões e redução de despesas, como viagens ou aluguéis.
A estatal está devolvendo uma de suas sedes no Rio e prédios em outros Estados.
O corte vai atingir empregados próprios e terceirizados administrativos e de operação, áreas em que até agora as demissões foram
tímidas.
O contingente de pessoal próprio caiu 8,7%, para 78,6 mil pessoas, entre dezembro de 2014 e fevereiro de 2016. No mesmo período, a
redução nos terceirizados das áreas administrativas e de operação foi de 9,3%.
A área administrativa, segundo funcionários que trabalham na empresa, ouvidos pela Folha, sofre de inchaço por causa da pressão de
partidos políticos pela contratação de apadrinhados.
A Lava Jato também sustenta que o ex-ministro José Dirceu e ex-funcionários cobravam propinas de recrutadoras de recursos
humanos, como Hope e Personal.
Segundo a investigação, quanto mais recepcionistas, seguranças, jornalistas e outros profissionais eram empregados, maior era o valor
dos contratos, e maior a propina mensal dos corruptos.
Endereço da página:
http://www1.folha.uol.com.br/mercado/2016/03/1755010-pos-lava-jato-petrobras-ja-demitiu-170-mil-funcionarios.shtml
Links no texto:
http://fotografia.folha.uol.com.br/galerias/37042-veja-a-cronologia-do-inferno-astral-da-petrobras#foto-534465
redução de despesas
http://www1.folha.uol.com.br/mercado/2016/03/1752515-petrobras-nao-distribui-dividendos-e-plr-para-funcionarios.shtml
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