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Revista de Ciências LIDERANÇA E INTELIGÊNCIA EMOCIONAL NO

Gerenciais CONTEXTO DA GESTÃO DE PESSOAS: UM


Vol. 14, Nº. 20, Ano 2010 ESTUDO DE CASO ATRAVÉS DO FILME ‘MESTRE
DOS MARES’

Fábio Pestana Ramos


Centro Universitário Claretiano
fabiopramos1@terra.com.br
RESUMO

O objetivo do artigo é demonstrar a relevância de fatores como o


desenvolvimento de lideranças e da inteligência emocional dentro das
organizações pelos gestores de pessoas, utilizando como instrumental
um estudo de caso baseado no filme ‘Mestre dos mares’, traçando
paralelos com a vida no mar a bordo dos navios militares ingleses até o
século XIX e a vivência nas empresas hoje; respondendo questões em
torno de como as organizações podem encontrar e criar líderes eficazes,
de quais as demandas específicas que as equipes impõe aos líderes ou
por que tantos líderes são também mentores ativos; pretendendo assim
possibilitar uma reflexão sobre o papel do líder nas organizações e dos
gestores de pessoas no fomento ao aparecimento destas lideranças.

Palavras-Chave: gestão de pessoas; liderança; inteligência emocional; Mestre


dos mares.

ABSTRACT

The article aims to demonstrate the relevance of factors such as


leadership development and emotional intelligence in organizations by
managers of people, using as an instrumental case study based on the
movie “Master and Commander: the far side of the word”, drawing
parallels with life at sea on board British naval vessels until the
nineteenth century and experiences in business today, answering
questions about how organizations can find and create effective
leaders, regarding the specific demands that teams require leaders or
why so many people are also mentors assets, endeavoring to allow for
reflection on the role of leader in organizations and managers of people
in promoting the emergence of these leaders.

Keywords: people management; leadership; emotional intelligence; Master


and commander.

Anhanguera Educacional Ltda.


Correspondência/Contato
Alameda Maria Tereza, 4266
Valinhos, São Paulo
CEP 13.278-181
rc.ipade@aesapar.com
Coordenação
Instituto de Pesquisas Aplicadas e
Desenvolvimento Educacional - IPADE
Artigo Original
Recebido em: 09/10/2009
Avaliado em: 25/07/2011
Publicação: 15 de março de 2012 49
50 Liderança e inteligência emocional no contexto da gestão de pessoas: um estudo de caso através do filme 'Mestre dos mares'

1. INTRODUÇÃO

Definida teoricamente como um processo interpessoal, dentro de um contexto


(MAXIMIANO, 2000); a liderança sempre foi considerada um dos temas mais importantes
da organização de pessoas em torno de objetivos.

A necessidade de liderança gerencial ocorre em todos os segmentos da


sociedade, atualmente é um fator essencial para um desempenho otimizado em empresas
com os mais diferentes interesses.

O líder “pode influenciar no estabelecimento da motivação de diversas maneiras,


de acordo com a necessidade ou tipo de pessoa componente do seu grupo, sendo que, este
necessita antes de liderar os outros, ser o exemplo maior e ser capaz de se autoliderar”
(FLORENTINO, 2005, p.06).

Neste sentido, antes de ser considerada, a partir do final século XIX, uma área
primordial da moderna administração, a liderança esteve desde os primórdios da
humanidade estritamente relacionada com a arte da guerra (LODI, 2003).

Antes do advento da modernização tecnológica, a qual passou a permitir


batalhas à distância, derrotar o inimigo na guerra convencional exigia coordenar esforços
e fazer os soldados trabalharem unidos.

As tropas melhor preparadas, aquelas que conseguiam sobrepujar os adversários,


não eram consideradas as mais numerosas ou treinadas mais intensamente e equipadas,
mas aquelas organizadas por uma liderança adequada (RAMOS, 2010).

Igualmente, nas empresas dos mais diversos segmentos, atualmente vence a


concorrência nem sempre a maior empresa, com ao mais bem pagos executivos ou com o
melhor produto. Só consegue aproveitar uma vantagem estratégica uma equipe articulada
no âmbito de uma liderança integradora.

No passado, vitórias e derrotas eram atribuídas aos generais comandantes,


responsabilizados diretamente pelos resultados alcançados: cobertos de honrarias e
medalhas quando bem sucedidos e executados quando perdiam uma batalha importante.

Não por acaso, os portugueses, tidos no século XVI como possuidores de uma
técnologia naval de ponta, detendo em suas fileiras os marinheiros mais experientes, nem
por isto deixavam de ser considerados fracos militaramente (RAMOS, 2000). Ironicamete,
neste período, Portugal foi motivo de piada entre ingleses, franceses e holandeses;
paradoxalmente expandindo seus negocios pelo mundo.

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Segundo testemunhas contemporâneas dos fatos, quando atacavam, os


portugueses “arrancavam logo todos contra a praia, repartidos por duas ou três bandeiras
(...), mas o comando era puramente nominal (...), cada um, sem se importar nem de chefe
nem de camaradas, rompia avante, guiando-se (...) pelos próprios impulsos” (LOBO, 1987,
p.32-33).

Meras semelhanças como o contexto empresarial não são pura coincidência,


referimo-nos a um tipo de administração sem foco concentrado, que utiliza tecnologia de
ponto e conta com produção otimizada, porém, não alcança seus objetivos empresariais
por não contar com líderes capacitados.

Justamente a ausência de uma liderança capaz de organizar e cordeanar esforços


era responsável pela derrota das tropas portuguesas quando entravam em confronto com
adversários que tinham lideres mais adequados a determinados contextos.

Foi aliás uma atenção detida sobre o papel desempenhado pela liderança que fez
dos ingleses senhores absolutos dos mares no século XIX, propiciando a construção da
hegemonia no âmbito do terceiro re-ajuste sistêmico do sistema capitalista (ARRIGHI,
1996). A estruturação de uma hierárquia de comando, ocupada por homens escolhidos a
dedo, com perfil adequado para liderar, fez da frota naval inglesa um elemento de
pressão no cenário internacional da época (RAMOS, 2004).

O estudo da dinâmica da liderança, implantada pela Inglaterra em seus navios,


no século XIX, fornece valiosas lições para a gestão contemporânea de pessoas. Uma
realidade retratada por Hollywood em inumeras peliculas, mas nunca com maior ênfase do
que em “Mestres dos Mares: o lado mais distante do mundo” (Master and Commander: the far
side of the word), produzido em 2004 pela Twentieth Century Fox, dirigido por Peter Weir
e estrelando Russel Crowe no papel principal do capitão que lidera sua tripulação rumo
ao sucesso durante as guerras napoleônicas.

O filme aborda com maestria o papel da liderança na organização de talentos em


prol de objetivos maiores, que tornam os individuos pequenos diante do destino de um
grupo de trabalho, permitindo traçar paralelos com a vivência nas organizações
atualmente, ilustrando a relevância da inteligência emocional.

Certamente os ingleses do século XIX se quer imaginavam que um dia surgiria o


conceito de inteligência emocional, contudo, obviamente exigiram de seus lideres
militares caracteristicas que se encaixavam perfeitamente nos elementos que passariam a
ser considerdos essenciais a um bom líder no moderna Administração de Empresas, haja
vista a fidelidade histórica do filme “Mestre dos Mares” com a realidade que procura
retratar.

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2. A LIDERANÇA DO CAPITÃO JACK AUBREY E OS CINCO COMPONENTES DA


INTELIGÊNCIA EMOCIONAL

O titulo original do filme “Mestre dos Mares” em inglês, conduz ao ponto inicial da série de
vinte livros escritos por Patrick O’Brian, entre 1970 e 1999, na qual se basearam os
roteiristas para compor o enredo da pelicula.

Foram incorporandos fatos narrados em momentos distintos de cada uma das


obras para compor uma única e linear narrativa em Master and Commander. Remetendo ao
primeiro livro da série, o qual se passa em Port Mahón, em 1800.

Trata-se de uma base naval da marinha inglesa localizada em Minorca, a segunda


maior ilha do arquipélago das Ilhas Baleares localizada a leste da Espanha e oeste da
Itália. Um centro de treinamento britânico de elevada importância histórica no século XIX,
mas sobretudo uma escola de lideres, destinada a formar oficiais navais capazes de
gerenciar os navios da frota inglesa em alto mar e em situações adversas.

Esta caracteristica peculiar da cultura britânica conduz a questão da importância


das escolas de líderes contemporâneas, uma formação teorica é importante para
referenciar, depois, a prática. Simultanemente, lembra que as organizações deveriam ser
também centros de formação de novas liderenças, abrindo espaço para estágiarios e
trainees (NOE, 1986).

O capitão Jack Aubrey iniciou sua carreira neste ambiente, em data anterior ao
inicio das ações do filme (1805). Em 18 de abril de 1800, Aubrey era um jovem aspirante
em um porto sem navio, uma espécie de trainee, onde conhece Stephen Maturin, um
médico e filósofo naturalista. Estes dois personagens principais são ainda na ocasião dois
estranhos, a princípio unidos pelo gosto pela música.

Aubrey toca violino e Maturin violoncelo. Um forte indicativo simbólico da


relação que vai se estabelecer entre os dois. Cada um com seus talentos individuais e
únicos, mas que, quando unidos, permitem uma sinfonia que pode ser escutada por
todos, com espaço para aqueles que tocam outros instrumentos, desde que dispostos a
tocarem a mesma música.

Percebamos neste ponto a analogia do funcionamento otimizado de equipes de


trabalho com grupos musicais, onde cada sujeito é responsável por instrumentos únicos,
que emitem sons distintos. Somente unidos por uma lidernça que rege a sinfonia, os
músicos conseguem desenvolver uma harmonia agradável aos ouvidos.

A história do primeiro livro, publicado originalmente em 1970, introduz estes


dois personagens e dá a Jack seu primeiro comando (uma promoção para Comandante)

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em uma pequena chalupa, HMS Sophie. Stephen aceita a posição de cirurgião na


embarcação, ocasião em que o leitor conhece também Pullings, Mowett, Lamb e
Babbington, figuras que se tornam permanentes na série de livros.

Neste meio tempo, Aubrey e Maturin tornam-se amigos e iniciam seus dialogos
que serão incorporados no filme “Mestre dos Mares”, ambos terminam fornando juntos o
perfil do líder perfeito, distribuindo os cinco componentes da inteligência emocional de
forma equilibrada. Um termina fazendo o contraponto do outro, sendo admirados pelos
marujos e oficiais subalternos por razões diferentes.

Jack Aubrey é literalmente o comandante do HMS Sophie, na tradição naval um


cargo mais politico e administrativo do que ligado propriamente as operações técnicas do
dia-a-dia a bordo ou ao bem navegar (RAMOS, 2011a).

Possuidor de uma rara detreza manual, está sempre subindo e descendo pelas
vergas, indo ao topo do mastro para observar seus homens trabalhando e, em muitos
casos, andando livremente entre eles, Aubrey é considerado também um mestre.
Personifica o líder que o senso comum diz “encostar a barriga no balcão”.

Neste último caso, é interessante notar que, na tradição marítima, o mestre é que
exercia as funções técnicas ligadas a prática da marinharia, possuindo uma função de
ligação entre os oficiais e os marujos, algo que Jack Aubrey dispensa em várias ocasiões.
Ele desenvolve uma relação direta com seus subordinados, nem por isto deixa de inspirar
respeito e manter uma certa distância (RAMOS, 2008).

Sendo ao mesmo tempo Mestre e Comandante, Aubrey demonstra uma extrema


capacidade de entender, controlar e modificar o estado emocional de seus homens. Faz
uso contínuo do que hoje chamamos os cinco componetes da inteligência emocional.

Para coordenar os esforços para conduzir um navio, o capitão precisa gerenciar


homens, aequipamentos e recursos. Sem os quais a força dos ventos e correntes marítimas
não deixa o navio sair do lugar. Igualmente, nas organizações, não basta perceber o
mercado, oferta e procura, as oportunidades, é necessário uma liderança que coordene
esforços para movimentar a empresa rumo aos seus objetivos.

O capitão Jack Aubrey possui consciência desta premissa, utilizando o auto-


conhecimento, reconhece e compreeende estados de espirito de si mesmo e os efeitos que
exercem sobre a tripulação, por isto procura transparecer uma auto-confiança inspiradora,
apesar de saber avaliar as situações de forma realista. Com a ajuda do cirurgião Maturin,
realiza uma auto-critica de seus atos, rindo de si mesmo e, com certa resistência, voltando
atrás quando necessário.

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Aubrey tem auto-controle sobre si mesmo, redireciona seus impulsos e hesitações


para momentos mais propícios, deixando as dúvidas para serem repensadas durante
conversas em particular com o amigo médico. Uma caracteristica raramente observada
dentro das organizações contemporâneas, onde atitudes impensadas desautorizam
liderança e liderados, espelhando incapacidade de manter sigilo.

Nestes momentos, fica evidenciada a propensão do capitão em pensar antes de


agir, sistematizando estratégias de ação que, quando colocadas em prática, não deixam de
estar abertas a sugestões e mudanças, conforme a necessidade do momento. Inspirando
confiança em seus liderados e mantendo a hierarquia.

Acima de tudo, o capitão possui alto grau de auto-motivação, tem paixão pela vida
no mar, ama o seu trabalho, independente do status de seu cargo. Agarrado nesta paixão,
busca os objetivos primordiais para Inglaterra, pensando em consequencias que não
afetaram diretamente seu navio, carreira ou tripulação, mas que poderiam atrapalhar os
interesses ingleses de forma global.

É o que, no filme, motiva Aubrey a perseguir o navio francês que rumava ao


oceano Pacífico e poderia desequilibrar o poderio dos efetivos militares na região, embora
suas ordens fossem apenas acompanhar os movimentos do inimigo até a costa brasileira.

Mais uma lição valiosa para as organizações contemporâneas: líderes satisfeitos


com os desafios a sua frente são auto-motivados. Porém, esta caracteristica, somada a
paixão pelo trabalho, carece de outra, o líder precisa saber que é “parte integrante de um
sistema mais amplo de interações que envolvem variáveis das mais diversas”
(FLORENTINO, 2005, p.17).

Ainda pertinente ao componente auto-motivação, não bastasse seu


comprometimento com seu país e seus subordinados, Jack Aubrey continua sempre
otimista, mesmo diante do fracasso. Quando no filme perde o primeiro combate com os
franceses, pensa em uma nova maneira de confrontar novamente o navio Acheron, este
último com quantidade de tripulantes e poder de fogo superior ao HMS Surprise.

Para estimular os marujos a lutarem em desvantagem, o capitão Aubrey faz uso


da empatia, compreende a constituição emocional dos outros, tratando as pessoas de
acordo com as reações emocionais esperadas, formando e retendo talentos em um
ambiente repleto de diferenças culturais, com as quais ele lida com maestria, utilizando as
diferenças para unir ao invés de separar.

A despeito de primar pela manutenção e respeito a hierarquia, ele utiliza a


sociabilidade para administar e criar redes de relacionamento, encontrando na diversidade

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pontos em comum visando cultivar afinidades, contruindo equipes de trabalho com


lideranças próprias e integradas a estrutura maior que compõem a tripulação do navio.

Conceitos que, apesar de empiricamente presentes na estrutura da marinha


inglesa, começariam a ser desenvolvidos em teória somente na década de 1930, quando o
psicometrista Robert Thorndike, mencionou a possibilidade de que as pessoas pudessem
ter uma “inteligência social”, a habilidade de perceber estados internos, motivações e
comportamentos de si próprio e dos outros e de agir de acordo com essa percepção
(BRAD, 2002).

Em 1983, a investigação foi desdobrada através da teoria das inteligências


múltiplas, pensada por uma equipe da Universidade de Harvard, liderada pelo psicólogo
Howard Gardner (ANTUNES, 2002). Os pesquisadores identificaram e descreveram
originalmente sete tipos de inteligência nos seres humanos e obteveram um grande
impacto na educação da época.

Dividiram as inteligências em: Lógico-matemática, abrangendo a capacidade de


analisar problemas; Linguística, caracterizando-se pela maior sensibilidade para a língua
falada e escrita; Espacial, expressando a capacidade de compreender o mundo visual;
Musical, uma habilidade que iria além de tocar e compor, demonstrando capacidade de
enxergar padrões; Físico-cinestésica ou Corporal, a qual traduz-se na maior capacidade de
utilizar o corpo; Intrapessoal, a capacidade de se conhecer; e Interpessoal, a habilidade de
entender as intenções, motivações e desejos dos outros.

Inteligências vivamente presentes na personalidade do capitão Jack Aubrey, as


quais deveriam também ser desenvolvidas nas lideranças corporativas e, por sua vez,
trabalhadas pelos gestores de pessoas, pensadas no momento de recrutar e reciclar o
material humano disponível nas organizações.

É obvio que nem sempre uma unica pessoa consegue agregar todas as
inteligências em um mesmo grau de desenvolvimento, mas a junção de forças e
habilidades presentes em diferentes sujeitos constitui também tarefa de um bom líder. É
seu trabalho gerenciar as inteligências, inclusive para complemetar e aprimorar a sua
própria.

Um bom exemplo é o fato de que, embora alguns tipos de inteligência sejam


comuns entre os dois personagens principais da trama do filme “Mestre dos Mares”, dois
conceitos complementares aos sete originais, pensados mais recentemente, não estão no
rol de talendos de Aubrey, mas apenas de seu amigo: o médico Stephen Maturin.

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Justamente a inteligência Naturalista, tradução da sensibilidade expressa pelo


personagem para compreender e organizar os fenômenos e padrões da natureza. Além da
inteligência Existencial, a capacidade de reflexão filosófica sobre questões fundamentais
da existência humana, abordando inclusive problemas metafísicos (GARDNER, 2000). O
que é evidenciado em vários diálogos entre Aubrey e Maturin.

A sinergia entre os dois é tão intensa que, no segundo livro da série (Post
Captain), publicado em 1972, com fatos que teriam ocorrido também antes do enredo
retratado no filme; quando o então Comandante Jack Aubrey da Marinha Real Britânica
retorna à Inglaterra, em 1802, para tentar uma vida no campo e casar-se com a noiva
Sophia Williams; o médico Stephen Maturin acompanha o amigo na tentativa de viver em
terra firme.

A experiência não dura muito, pois em 1803 se iniciam as guerras napoleônicas,


um momento de crise retratado no terceiro livro da série (HMS Surprise), publicado em
1973, quando o já capitão Jack Aubrey recebe ordens do almirantado para assumir o
comando da fragata inglesa cujas peripécias são retratadas na película “Mestres dos
Mares”.

Mais uma vez, Maturin acompanha o amigo, assumindo o posto de cirurgião-


chefe do navio, complementando a inteligência emocional do capitão e, indiretamente,
ajudando a solucionar as muitas crises vividas a bordo do HMS Surprise, fornecendo
suporte a liderança de Jack Sortudo. Assim apelidado por seus homens exatamente devido
a sua capacidade de superar obstáculos, aos olhos dos marujos, intransponíveis, vencidos
através da coordenação adequada dos esforços dos tripulantes.

3. COMO AS ORGANIZAÇÕES PODEM ENCONTRAR E CRIAR LÍDERES


EFICAZES?

Sendo a liderança uma variável de suma importância para a obtenção dos objetivos
organizacionais em todo o mundo, já que por meio da persuasão, os colaboradores podem
atingir os resultados almejados e benéficos ao grupo, nada mais natural do que uma
crescente preocupação com a colocação de líderes eficazes em pontos chaves dentro da
hierarquia de trabalho (RAMOS, 2011b).

No entanto, como demonstra a oposição entre o modelo de liderança


representado pelo capitão Jack Aubrey e o aspirante Hollom, nem sempre uma formação
acadêmica garante o bom desempenho do líder. No caso específico, ambos haviam

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passado pela escola de formação representada pela base naval de Port Mahón. No
entanto, somente o capitão Jack Aubrey podia ser considerado um líder eficaz.

O que conduz a perguntar até que ponto a liderança pode ser de fato
desenvolvida no ambiente meramente teórico. Nas marinhas do mundo todo, o contexto
da faina maritima, tradicionalmente presente desde o século XV, ditava que não bastava
possuir conhecimentos técnicos para ser um bom líder (RAMOS, 2008).

Entre os ingleses, a hierarquia naval exigia um longo percurso empirico dos


aspirantes até chegar ao topo da hierarquia no navio. Precisavam possuir o conhecimento
acâdemico: saber observar os astros com instrumentos adequados para determinar a
posição da embarcação no globo, ler e interpretar a cartografia, gerenciar aspectos
burocraticos, manejar artilharia, etc. Todavia, além disto, precisavam estar familiarizados
com a rotina diária a bordo, necessitavam demonstrar capacidade de interagir com a
tripulação e julgar talentos para delegar poderes (RAMOS, 2004).

Depois de passarem um período nos bancos escolares, em terra firme, na base de


Port Mahón, os aspirantes serviam a bordo de um navio de guerra para aprenderem a arte
da liderança na prática, momento em que desenvolviam competências, supervisionados
pelo capitão da embarcação (REDIKER, 1987).

Estes aspirantes tinham lições práticas com o capitão e eram constantemente


testados. Eles procuravam se preparar para os exames para tenente, o qual era realizado a
bordo do navio, em condições reais, submetidos a critérios variáveis sob parâmetros
julgados pertinentes pelo capitão (RODGER, 1998). O dententor deste último cargo era
então a autoridade máxima e absoluta, a quem cabia julgar o desenvolvimento do
potencial de cada candidato a tenente.

Devido a critérios tão elásticos, como mostra o filme “Mestre dos Mares” haviam
aspirantes que permaneciam neste posto aos trinta anos de idade, como é o caso do
personagem representado pelo ator Lee Ingleby (aspirante Hollom); assim como existiam
tenentes com apenas quinze anos de idade, tal como o personagem de Max Benitz
(tenente Peter Myles Calamy), o qual morre no final do filme liderando uma equipe de
marujos na abordagem ao navio francês.

Os novos lideres eram conduzidos pelos mais experientes, criados, mas,


simultaneamemente, selecionados entre inumeros canditados. Cabia ao capitão identificar
os aspirantes com maior potencial e promovê-los a tenente, um processo que dava
continuidade a uma seleção que envolvia as provas que permitiam o ingresso na
acadêmia de oficiais e os exames teóricos em Port Mahón, os quais já haviam excluido os
menos aptos.

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Entretanto, era a bordo do navio que ocorria o verdadeiro processo seletivo, o


capitão tinha, inclusive, autonomia para promover um simples marujo ao posto de
aspirante, desde que julgasse este ato justificado, encaminhando o escolhido para o centro
de formação teórica da marinha inglesa, para que depois pudesse retornar novamente à
embarcação e tentar galgar a posição de tenente (RODGER, 1986).

Transpondo o procedimento da marinha inglesa do século XIX para as


organizações hoje, o gestor de pessoas, ao selecionar candidatos com elevado potencial
para compor uma equipe de trabalho, deveria ter em mente que este é apenas o primeiro
passo na criação de uma nova liderança (MOTTA, 1997).

Somente dentro da organização, internamente, vivenciando suas especificidades,


é possivel desenvolver as potencialidades necessárias à instituição, encontrando o ponto
de equlibrio necessário ao bom desempenho e eficácia da equipe de trabalho. O que exige
operações em conjunto envolvendo o gestor de pessoas e as mais diversas lideranças já
presentes na organização (BECKHARD, 1969).

Não sendo o caso de uma liderança que tenha surgido espontaneamente no


interior de um grupo de trabalho, é preciso ambientar os novos colaboradores com os
antigos. É preciso instigar e possibilitar situações que permitam surgir novos elementos
que demonstrem aos envolvidos a relevância da liderança assumida pelo colaborador
incorporado à organização, justificando racionalmente a escolha do gestor de pessoas para
otimizar determinada tarefa.

O gestor de pessoas deve assumir a função desempenhada no filme pelo capitão


Jack Aubrey, encaminhando sujeitos com potencial de liderança para conviver com outros
que já atuam como líderes, testando e colocando a prova estes sujeitos, estimulando sua
interação com subordinados para que ele próprio possa aprender com seus erros e
aprimorar sua liderança empiricamente.

Como lembra Chiavenato (2005, p.345), a liderança tem se tornado cada vez mais
importante para organizações no contexto atual, pois “representa a maneira mais eficaz
de renovar e revitalizar as organizações e impulsioná-las rumo ao sucesso e à
competitividade (...) sem liderança, as organizações correm o risco de vagar ao léu e sem
uma direção definida nas organizações”.

Neste sentido, cabe ao gestor de pessoas fazer aspirantes se tornarem tenentes,


assim como, igualmente, é sua obrigação observar com a atenção os marujos, entre eles
também podem existir indivíduos com potencial para tornarem-se aspirantes, galgando
novas e maiores posições.

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Existe atualmente uma tendência, nas organizações, para aproveitar o pessoal


operacional em cargos gerenciais, submetendo os colaboradores às chamadas
universidades coorporativas ou custeando educação superior para aqueles que demonstrem
potencial para funções administrativas (DRUCKER, 1998).

Obviamente, selecionar elementos externos a organização ou promover os


colaboradores antigos é uma solução em concordância com as especificidades de cada
instituição e de seus respectivos setores internos, a exemplo do que acontecia a bordo de
cada classe de navio pertencente à frota inglesa.

As equipes exigem demandas diferentes e, portanto, também diferentes modelos


de liderança. Uma questão que despertou a atenção dos países com tradição marítima
como a Inglaterra, desde o século XV, e que, com propriedade, continua a preocupar os
gestores de pessoas contemporaneamente.

4. QUAIS SÃO AS DEMANDAS ESPECÍFICAS IMPOSTAS AOS LÍDERES PELAS


EQUIPES?

A bordo dos navios, o bem navegar exigia uma série de operações técnicas simultaneas.
Mais do que trabalho em equipe, trabalho coordenado entre equipes era necessário para
conduzir uma embarcação a vela entre os século XV e XIX. Os navios de guerra ingleses,
como HMS Surprise do capitão Jack Aubrey, tinham a bordo cinco estruturas hierárquicas
em paralelo e interdependentes.

Havia uma estrutura burocrática e de suporte que envolvia o capitão e seus


principais oficiais, teoricamente gerenciando as demais estruturas, responsável pelo
registro do diário de bordo e controle sobre os víveres, armas e munições; além de uma
equipe médica e outra encarregada pela preparação dos alimentos (RAMOS, 2002).

Um grupo técnico que governava a marcha do navio, com grumetes na base,


seguidos de marujos, cabos, guardiões, contra-mestres e mestres, respectivos aprendizes,
todos subordinados aos oficiais que também faziam parte do aparelho burocrático.

Um outro grupo técnicos composto de calafates, carpinteiros, tanoeiros e


aprendizes; encarregado da manutenção e reparo da embarcação e seus aparelhos
(RAMOS, 1999).

Uma equipe de bombardeiros, responsáveis pelo manuseio dos canhões,


comandados por um condestável e, inclusive, responsável pela fabricação da polvora
(RAMOS, 2006). E uma guarnição de soldados comandada pelo capitão Howard, lider dos
artilheiros.

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Cada uma destas estruturas, possuia subdivisões e caracteristicas próprias, com


lideres a quem, no filme “Mestres dos Mares”, o capitão Jack Aubrey delegava poderes,
exigindo um modelo de liderança que não correspondia necessariamente ao exemplo
fornecido pelo personagem de Russell Crowe.

O que não impedia um carpinteiro de atuar, durante uma batalha, como soldado;
ou um marujo, em caso de necessidade de reparo rápido do navio, como carpinteiro;
sendo supervisionados por lideres com estilos diferentes ao que estavam normalmente
habituados em cada ocasião.

A compexidade da estrutura hierarquica a bordo dos navios de guerra ingleses,


neste sentido, lembra e remete ao organograma e fluxograma das organizações
contemporâneas. Frente ao mercado competitivo, as organizações necessitam de muitas
pessoas trabalhando juntas, dividindo o mesmo ambiente, em atividades distintas e níveis
hierárquicos diferentes, em muitos casos transitando entre setores (BRIDGES, 1995).

Justamente atuando nesse processo, a liderança termina sendo definida conforme


a necessidade do grupo para conseguir atingir objetivos organizacionais, remetendo a um
debate clássico em torno da conceituação de líder e gerente, para alguns autores
concepções de difícil separação, já que um aspecto precisa do outro.

A respeito das diferenças entre gerenciamento e liderança, existe um


relacionamento próximo entre ambos os conceitos, no que se refere à atuação em
organizações, e não é fácil separá-los como atividades distintas. Para ser um gerente eficaz
é necessário exercitar papéis de liderança.

O que significa que todo gerente precisa ser um líder, mas nem todo líder é um
gerente. A liderança é apenas um dos papéis gerenciais. Para Chiavenato (2005), o
executivo moderno precisa demonstrar um balanço e foco sobre processos
organizacionais, nomeada como gerência, e uma genuína preocupação com as pessoas,
portanto liderança.

Pensando assim, conforme a necessidade da equipe, além do papel gerencial,


caberia à liderança sondar o perfil de seus colaboradores. Sendo necessário que o líder
tenha sua inteligência emocional desenvolvida para conciliar as expectativas do mercado
com os objetivos organizacionais e os interesses dos colaboradores (HAMMER, 1990).

Um líder eficaz é aquele que consegue se comunicar com seus subordinados,


satisfazendo suas necessidades particulares e profissionais, estimulando, sem
necessariamente forçar ações, influenciando o comportamento das pessoas para otimizar a
produção nas organizações, administrando conflitos.

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Dentro deste contexto, grande parte dos líderes eficazes são formadores de
valores, despertando nos colaboradores uma necessidade de aprendizagem, uma
admiração pela figura do líder e sua lealdade inabalável ao compromisso ético assumido
mutuamente (NASH, 2001). O que implica no estabelecimento de uma relação entre
liderança e o papel desempenhado pelo individuo que exerce a função de mentor ativo
dos membros da organização.

5. POR QUE TANTOS LÍDERES EFICAZES TAMBÉM SÃO MENTORES ATIVOS?

O emblemático exemplo fornecido pelo capitão Jack Aubrey, no filme “Mestre dos Mares”,
demonstra como líderes eficazes são também mentores ativos. O que significa dizer que
não encaram os mais jovens como concorrentes, mas como pessoas que podem
complementar o próprio desempenho, com quem podem aprender ao ensinar. Um trainee
ou estagiário deveria ser visto como um possível substituto para o seu mentor.

É por isto que a tentativa de definição do conceito de mentor é um objetivo


frequente em trabalhos da área. A complexidade e diversidade do papel, a pluralidade de
suas funções, as diferentes conotações e representações associadas são inevitavelmente
apontadas e geram discussões.

Alguns autores preocupam-se bastante com a definição mais precisa do termo,


justificando a falta de precisão como geradora de confusões no exercício da tarefa (BRAD,
2002). Outros autores, reconhecendo e aceitando a pluralidade inerente ao papel do
mentor, procuram afirmar suas diferentes funções como presentes na prática e,
fundamentalmente, correlacionando-se com a satisfação do sujeito em sua atividade
(RAMANAN, 2002, p.336-341).

Historicamente, o termo mentor tem origem na mitologia grega e foi retirado do


clássico A Odisséia de Homero. Na obra, Mentor era o sábio e fiel amigo de Ulisses, rei de
Ítaca. Quando Ulisses partiu para a Guerra de Tróia, ele confiou a Mentor o seu filho
Telêmaco e sua esposa Penélope.

Mentor foi responsável pela educação da criança, a formação de seu caráter, seus
valores e sabedoria. Sua presença era particularmente importante quando decisões
práticas eram necessárias em Ítaca ou quando escolhas críticas tinham de ser feitas. Foi
por isto uma importante figura de transição na vida de Telêmaco durante sua jornada da
infância à maturidade (HOMERO, 2009).

Devido à tradição fundada por Mentor, na antiguidade, o termo passou a


denotar um orientador que conduz o pupilo ao amadurecimento e sabedoria, com

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amizade, cuidando da educação, preparando o iniciante para que avance e se desenvolva


dentro da carreira escolhida. O que envolvia a criação de um clima de colaboração,
proteção mútua, superação de desafios e a construção de uma ética aplicada à profissão.

Dentro da máxima socrática “só sei que nada sei” (quanto mais aprendo, percebo
possuir apenas uma fração do conhecimento possível), o mentor assumiria uma postura
de humildade, aberto a aprender com o pupilo (PLATÃO, 1994). Procurava desenvolver
uma parceria ativa que ajudava o pupilo a alcançar seus objetivos tanto pessoais quanto
profissionais e, assim, terminava também alcançando suas metas nas duas esferas.

Dentro do contexto naval inglês, do século XIX, era exatamente esta postura que
o capitão adotava. Uma tradição de formação de novos quadros dentro das estruturas
hierárquicas a bordo da embarcação, presente em todo o universo marítimo, desde a
construção dos navios, nos estaleiros, passando pelo pessoal de apoio em terra.

Procedimento adotado e conservado nas Corporações de Oficio medievais, com


segredos profissionais passados de pai para filho, depois transposta pelos portugueses
para a construção de suas naus e caravelas no século XV e XVI. Um padrão de conduta
adotado pelos holandeses no século XVII e pelos ingleses no século XVIII.

Atualmente, aplicado ao contexto das organizações, a função de Mentoring


evoluiu da distribuição desigual de poder, entre supervisores e empregados, para uma
marcante presença do papel da figura paterna, terna e ao mesmo tempo rígida.

Destarte, os líderes, ao incorporarem a função de mentores ativos, passaram a


auxiliar os colaboradores a desempenhar bem suas funções, desenvolvendo suas carreiras;
ajudando a sistematizar idéias de forma ética, expandindo relações interpessoais e a visão
de mundo (MAXIMIANO, 2000).

O que beneficia a organização e, a reboque, todos os colaboradores e o próprio


líder mentor. Ao impulsionar a carreira de seus subordinados, o líder contribui para o
crescimento da organização e, portanto, também alavanca sua própria carreira.

6. CONCLUSÃO

Todas as pessoas pertencentes à organização enquadram-se como os tripulantes do HMS


Surprise. Estão todas no mesmo barco, com seus destinos atrelados ao da embarcação:
afundando o navio, naufragam junto e morrem afogadas; mas vencendo uma batalha
após a outra, podem ganhar a guerra e voltar para casa repletos de riquezas e glórias,
sendo recebidos em qualquer outro navio como heróis.

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Neste sentido, a rotina a bordo dos navios militares ingleses, conforme fornece
exemplo valioso o filme “Mestres dos Mares: o lado mais distante do mundo”, deve servir de
parâmetro para que os gestores de pessoas repensem posturas.

O ambiente empresarial, no âmbito do mundo globalizado, precisa que líderes


eficazes sejam incorporados às organizações, cabendo aos gestores de pessoas, selecionar
e fomentar o aparecimento de capitães como o personagem Jack Aubrey ou seu alter-ego
o médico Stephen Maturin.

Somente com líderes capazes de exercitar as múltiplas inteligências emocionais,


gerenciando suas tripulações organizacionais, as empresas podem inovar e tentar vencer
o acirramento da concorrência na era da informação.

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Fábio Pestana Ramos


Possui Bacharelado e Licenciatura Plena em
Filosofia pela Universidade de São Paulo, MBA em
Gestão de Pessoas pela UNIA/Anhanguera e
Doutorado em Ciências (História Social) pela USP.
Já atuou como docente na PUC de Campinas,
Fundação Santo André, Faculdades Associadas
Campos Sales e como professor titular na Uniban.
Nesta última, foi coordenador dos cursos de letras
e pedagogia, fazendo parte do corpo docente do
mestrado em educação. Exerceu também atividade
de ensino em outras grandes universidades
particulares e como pesquisador da Fapesp.
Atualmente é professor na graduação e pós-
graduação no Ceuclar (Centro Universitário
Calretiano), Unimonte (Centro Universitário
Monte Serrat) e outras universidades privadas.
Colabora com rádios, revistas e jornais. Tem
experiência na área de Educação, História,
Filosofia, Sociologia e Antropologia; com intensa
atividade de pesquisa e passagens por arquivos
históricos no Brasil e na Europa. Já recebeu pelos
seus trabalhos uma menção honrosa da USP, o
prêmio Jabuti e o prêmio Casa Grande e Senzala.
Possui farto volume de publicações em revistas
Acadêmicas e na mídia impressa de grande
circulação; é autor, entre outros, dos livros: “Por
mares nunca dantes navegados”, “No tempo das
Especiarias” e “Naufrágios e Obstáculos”,
amplamente citados pela imprensa e utilizados
como material didático em nível superior. Desde
2010 edita a revista técnico científica on-line Para
entender a história...

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