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MAAR, Wolfgang Leo. O que é Política Educacional?. São Paulo: Editora


Brasiliense, 2006.

A instrumentalização do Povo: Politicamente.

Suélen Rita Andrade Machado1


Elaise Mara Ferreira Crepaldi2

O presente escrito refere-se a obra supracitada, na qual o autor teceu uma


concisa apresentação e organização do conjunto textual. Atualmente, Wolfgang Leo
Maar, é professor titular concursado na Universidade Federal de São Carlos (2004),
onde leciona desde 1979. Estudou na Escola Politécnica-USP e fez Graduação em
Filosofia pela Universidade de São Paulo, Mestrado e Doutorado em Filosofia pela
Universidade de São Paulo (1988). Pós-doutorado na Universität Kassel - Alemanha
(1992; 2000-2001; 2003). Tem experiência na área de Filosofia e Teoria Política, com
ênfase em História da Filosofia Contemporânea, principalmente nos seguintes temas:
Idealismo Alemão, Dialética, Marx e Marxismo, Teoria Crítica, Adorno, Habermas,
Teorias Políticas Contemporâneas. Tradutor do alemão.
Nesta edição do livro, podemos encontrar a primeira publicação desta literatura,
datada em 1982, sendo direcionada a sociedade brasileira que até então vivia um
período complexo em seu cenário histórico, no qual a Ditadura Militar exercia um
intenso poder político, econômico e social, censurando coercitivamente todos os tipos
de práticas diverso-comunicativas. Com esta publicação, Maar (2006), oportunizou
aos brasileiros uma instrumentalização cientifico político. Conhecimento este,
possibilitado a sociedade, graças as lacunas de abertura da censura brasileira e o
fervente momento crítico no sentido político, econômico e social no qual permitiu a
inserção de literaturas materialistas de cunho cientifico em nossa educação, assim
como outras.
Outro fator relevante a se destacar é a participação do autor em distintos
momentos históricos, seja na política estudantil até ser preso por ocasião da
decretação do Ato Institucional nº. 5, em 1968. Seja intensamente da vida sindical
(greves nacionais de professores, conferencias nacionais da classe trabalhadora),

1 Aluna do Segundo Ano de Pedagogia Noturno da UNESPAR/ Campus de Campo Mourão.


2 Professora DR lotada no Colegiado de Pedagogia da UNESPAR/ Campus de Campo Mourão.
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participação também no Movimento pela Anistia até a campanha das Diretas Já, se
dedicando à discussão e elaboração de propostas de reforma educacional e
universitária, seja em prol da luta de classes, seja no plano partidário.
Em síntese, em seu livro O que é política educacional? (2006), o autor fala
sobre a questão da política a partir de uma retomada histórica ocidental e da gênese
da politização na sociedade. Com fundamento nas bases ontológicas da sociedade e
suas dimensões cientificas, religiosas e senso comum, oferecendo aos profissionais
do ensino e aos leigos, instrumentos sólidos que auxiliam na incorporação dos
pressupostos da política e da instituição política. Assim, indica e esclarece
pressupostos fundamentais a compreensão do fazer política.
Primeiramente, o autor apresenta a obra, teorizando que o termo política em si
é muitas vezes incompreendido, situando o real momento histórico do Brasil em
termos de Ditadura e o avanço para democratização e Diretas Já. Destaca que a
política surge inerente a história e sofre constante transformação, e muitas vezes é
entendida como poder, para se atingir o poder, e as eleições: ato confirmador ou
transformardor?
Posteriormente, fala do sentido da política e das políticas, a variedade de
facetas que definem o poder político supremo, da esfera da política institucional que
envolve as esferas da política da Igreja, sindicatos trabalhistas e feministas,
movimentos de homossexuais etc. Todas as atividades que se referem ao povo, ou a
determinadas mobilizações é política. O autor também discute em outro capítulo,
denominado por ele de o poeta e o libertador, sobre a questão da política ser um mal
necessário, um instrumento de precisão da vida em sociedade, se apoiando nas ideias
marxistas. Algo que torna o subjetivo diferente, não alienado, pois o sujeito da política
é o homem, embora a política seja o manifesto da luta de classes.
Subsequentemente, Maar (2006), constrói uma visão histórica, do significado
da política ao longo do processo histórico, seguindo um trajeto, do modo de produção
de cada tipo de sociedade. Iniciando com a atividade política de gregos e romanos,
uma retomada da ideia da polis – cidade Estado Grega, de Platão, Aristóteles, na
interpretação da República, citando que a política era algo do intelectual, permitida
pelo ócio. E dos romanos, quanto ao poderoso império que entrou em decadência por
não se suprir-se, a política ficava em diversos poderes, como da Igreja e da Nobreza.
Apresenta em sequência, as ideias de Maquiavel, “o príncipe”, na qual distingue
o poder do Estado do Governo, e divide os poderes em: Executivo, Legislativo e
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Judiciário, com acessibilidade a burguesia. Neste sentido, apresenta as ideias de Marx


quanto as classes, a produção do homem na história, a relação existente entre política
e as classes, moldadas a partir do tendencioso capital. A lógica exercida a atividade
política e suas ramificações, incumbida ao Estado e desfrutada no cotidiano, na
contemporaneidade Brasileira, retratando o Estado e seus objetivos, os meios
políticos de força e consenso, suas condições em relação a organização e mobilização
de sindicatos e movimentos sociais e cotidiano que são as bases da política.
Retoma ideias da política e da representação eleitoral, como uma conexão a
diversidade que envolve política, cultura e ideologia, que se relacionam de forma
muitas vezes conturbada, quando por exemplo, a cultura manifesta sua função política
e quando a política permite uma missão civilizatória ao que compreende ela
criticamente.
A teoria de apoio a obra apresentada por Maar (2006), é Materialismo História
Dialético de Karl Marx, uma abordagem metodológica ao estudo da sociedade, da
economia e da história. Em síntese, a teoria marxista, na qual se atribui a explicação
de toda a história das relações humanas por meio de fatos materiais. O estudo da
sociedade é abordado de forma metodológica, assim como de sua economia. No
entanto, o autor, se coloca em caráter de consideração para com todas as correntes
filosóficas, as respeitando e influindo contribuições sociais e políticas.
Como considerações finais, é indispensável mencionar o fato de que o autor
deixa explicito que o ato de politizar não é trivial, depende do contexto econômico e
político vigente, depende de métodos, da ciência, da religião e do senso comum,
enfim, exige muitos aspectos para sua composição. Deste modo, Maar (2006), ciente
da proximidade final da ditadura militar, pela perca das essências básicas, ao analisar
a natureza na qual a sociedade brasileira se inseria mais precisamente a sua carência
e dependência de uma educação baseada no tecnicismo estadunidense.
Maar (2006), propaga então no Brasil ideias que revolucionariam o campo do
conhecimento e pensamento crítico. Uma questão importante, é a questão das
edições de publicações, na qual o autor acrescenta novas informações históricas e a
cada seção faz conexão com as ideias subsequentes. Por fim, a política não emerge
só da questão burocrática que nós conhecemos, vai muito mais além, se relaciona
com as diversas esferas da sociedade e suas relações estabelecidas pelo capital.

Palavras-Chave: Política. Instituição Política. Luta de Classes.

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