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1.1. Introdução
O controle químico de doenças de plantas é, em muitos casos, uma medida bastante eficiente e
economicamente viável para se garantir as altas produtividades e a qualidade da produção.
Variedades de plantas cultivadas, interessantes pelo bom desempenho agronômico e pela preferência
dos consumidores, geralmente aliam uma certa vulnerabilidade a agentes fitopatogênicos.
O controle químico de doenças de plantas é praticado com maior intensidade nos países
economicamente mais desenvolvidos, onde a agricultura é tecnologicamente mais avançada, com aplicação de
mais insumos e previsão de melhores colheitas.
Entretanto, o controle químico não deve ser considerado como alternativa única para o
controle das doenças, mas sim deve estar integrado junto a um sistema de manejo que visa a adoção das
outras práticas já vistas. No entanto, apesar dos esforços de obtenção de cultivares resistentes para as
doenças mais destrutivas de muitas culturas importantes como alho, amendoim, batata, cebola, feijão, maçã,
morango, soja, tomate, dentre outras, ainda não se pode abrir mão do controle químico para se obter uma
produção econômica e estável.
Os inseticidas, acaricidas e herbicidas, não tendo ação direta sobre os agentes infecciosos mais
importantes (fungos, bactérias, vírus e nematóides), não são muito utilizados no controle de doenças.
Os Fungicidas e bactericidas constituem um grupo com propriedades químicas e biológicas muito
variáveis, podendo envolver vários princípios de controle em função da natureza do produto, da época e
metodologia de aplicação e do estádio de desenvolvimento epidemiológico da doença. Por exemplo, um
biocida, como o brometo de metila, só pode ser aplicado de modo erradicante e num ambiente sem o
hospedeiro; só fungicidas sistêmicos têm potencial curativo; fungicidas protetores podem atuar também de
maneira erradicante e sistêmica.
O grupo mais importante de pesticidas utilizados para o controle de doenças de plantas é o dos
fungicidas.
O emprego de fungicidas no controle de doenças de plantas envolve um ou mais princípios de controle
estudados anteriormente, dependendo da época e metodologia de aplicação, da natureza da doença e do
fungicida.
Baseando-se no princípio em que se fundamenta predominantemente a sua aplicação, os fungicidas
envolvem:
Proteção – os fungicidas são aplicados na superfície de plantas suscetíveis sadias com o fim de impedir
a ocorrência da doença;
Erradicação - as substâncias atuam diretamente sobre o patógeno, na fonte de inóculo ou no
hospedeiro doente com a finalidade de reduzir ou minimizar o inóculo primário dos patógenos;
Imunização – consiste na aplicação de substâncias em plantas suscetíveis sadias com o fim de torná-
los imunes às doenças;
Quimioterapia – baseia-se na aplicação de substâncias em suscetíveis doentes com o fim de curá-los.
a) 1ª Geração
Fungicidas inorgânicos protetores e alguns com ação erradicante. Quanto à natureza química,
destacam-se os fungicidas à base de enxofre e cobre, amplamente utilizados na agricultura. Os fungicidas à
base de mercúrio, inorgânicos ou orgânicos, utilizados em larga escala nas primeiras décadas do século XX, e
hoje proibidos, fazem parte dessa geração.
b) 2ª Geração
Fungicidas protetores orgânicos introduzidos no controle de doenças de plantas a partir da década
de 1940. Constitui o conjunto de fungicidas atualmente mais utilizados no controle de doenças de plantas,
possuindo largo espectro de ação. Os principais grupos de fungicidas dessa geração são: ditiocarbamatos,
nitrogenados heterocíclicos, dinitrofenóis, fenóis halogenados, nitro-benzeno halogenados, compostos diazo,
nitrilas, guanidinas, orgânicos a base de enxofre, derivados de antraquinona e acetamida.
c) 3ª Geração
Fungicidas sistêmicos, como thiabendazole e de alguns antibióticos. Entretanto, o grande impulso
no uso de fungicidas sistêmicos teve início com a descoberta do carboxin e do benomyl, no fim da década de
1960. Os fungicidas sistêmicos pertencem a uma classe de produtos diferentes dos existentes nas gerações
anteriores, pois são muito específicos no modo de ação e tóxicos a baixas concentrações. Os principais grupos
de fungicidas dessa geração são: carboxamidas, benzimidazóis, dicarboximidas, inibidores da biossíntese de
esteróis, inibidores de oomicetos, inibidores da biossíntese de melanina, fosforados orgânicos e antibióticos.
Tratamento de solo
Os fungicidas de solo são essencialmente erradicantes e, em muitos casos, protetores. O
sucesso dos fungicidas desse grupo está sujeito a uma série de fatores, alguns dos quais muito mais complexos
do que aqueles que atuam sobre os fungicidas das partes aéreas das plantas, isso porque, o fungicida terá que
atuar num ambiente complexo onde está sujeito a sofrer interações físico-químicas e biológicas (maiores
detalhes foram vistos na seção sobre o princípio de controle da erradicação).
Tratamento de sementes
Os fungicidas de sementes visam eliminar os patógenos transmissíveis por sementes ou proteger sementes e
plântulas contra patógenos do solo (veja maiores detalhes no módulo sobre tratamento de sementes).
Tabela 5 – Principais fungicidas erradicantes ou de contato
PRODUTO CARACTERÍSTICAS
Brometo de metila Produto gasoso aplicado sob cobertura plástica mantida por 24 a 48
horas. Esperar 7 dias antes do plantio.
Cúpricos Calda Deve ser usada logo após seu preparo. As dosagens das
bordaleza formulações variam de 0,5 a 1,3 kg de cada componente
para 100 litros de calda. Pode ser fitotóxica a
cucurbitáceas, rosáceas, solanáceas e crucíferas,
particularmente em tecidos jovens e em baixas
temperaturas. Tem sido pouco utilizada devido ser
trabalhosa de preparar
Compostos aromáticos Chlorothalonil Fungicida de amplo espectro com boa atividade contra
oomicetos (Phytophthora spp.), ascomicetos
(Botryotinia, Mycosphaerella, Dydimella),
basidiomicetos (ferrugens) e fungos imperfeitos
(Alternaria solani e Colletotrichum gloeosporioides).
Apresenta boa persistência, apesar da considerável
remoção inicial do depósito pela chuva.