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Viagem Astral

Quase todas as experiências "pós morte" recentes foram extremamente breves; se tivessem sido mais longas,
a morte real teria ocorrido. Mas no estado "fora do corpo" que não está ligado a condições de quase-morte, é
possível uma experiência mais longa. Se esta experiência for de duração suficiente, pode-se deixar o ambiente
imediato para trás e entrar em uma paisagem completamente nova, não apenas para um breve vislumbre de um
"jardim" ou de um "lugar luminoso" ou de uma "cidade celestial", mas para para uma "aventura" prolongada no
reino aéreo. O "plano astral" é, evidentemente, bastante próximo de cada homem, e certas experiências críticas (ou
técnicas mediúnicas) podem "projetar" o homem, fazendo-o entrar em contato com esse reino. Em um de seus
livros, Dr. Carl Jung descreve a experiência de um de seus pacientes, uma mulher que teve uma experiência "fora
do corpo" enquanto sofria um parto difícil. Ela enxergava os médicos e as enfermeiras ao redor dela, mas estava
ciente de que atrás dela havia uma paisagem gloriosa que parecia ser a fronteira de outra dimensão; sentia que
se ela se fosse naquela direção, deixaria essa vida - mas ela voltou para o corpo.

O Dr. Moody registrou várias dessas experiências, as quais chama de experiências de "fronteira" ou "limite"
(Life after Life, pp. 54-57).

Aqueles que induzem deliberadamente a experiência de "projeção astral" são muitas vezes capazes de entrar
nesta "outra dimensão". Recentemente, as descrições de certo homem sobre suas "jornadas" nesta dimensão
alcançaram certa fama, o que lhe permitiu estabelecer um instituto dedicado as experiências no estado "fora do
corpo". Um dos alunos deste instituto foi a Dra. Elizabeth Kubler-Ross, que concorda com as conclusões de Monroe
no que diz respeito a semelhança das experiências "fora do corpo" e do estado "pós-morte". Resumiremos aqui as
descobertas deste experimentador.

Robert Monroe é um executivo americano bem-sucedido de negócios (presidente do conselho de administração


de uma corporação multimilionária) e agnóstico quanto a religião. Suas experiências "fora do corpo" começaram
em 1958, antes de ter algum interesse na literatura ocultista, quando estava realizando seus próprios experimentos
de técnicas de aprendizagem de dados durante o sono; isso envolvia exercícios de concentração e relaxamento
semelhantes a algumas técnicas de meditação. Depois de iniciar esses experimentos, ele teve a experiência
incomum na qual parecia ter sido atingido por um feixe de luz, que lhe causou uma paralisia temporária. Após essa
sensação ter sido repetida várias vezes, ele começou a "flutuar" fora do corpo, e então começou a experimentar,
induzindo e desenvolvendo essa experiência. No começo de suas "viagens" ocultas, ele revela as mesmas
características básicas - uma meditação passiva, uma experiência de "luz", uma atitude de confiança e abertura
para experiências novas e estranhas, tudo em conjunto com uma visão prática da vida e ausência de consciência
profunda ou experiência do cristianismo - o que abriu para Swedenborg suas aventuras no mundo dos espíritos.

No início, as "viagens" de Monroe eram para locais reconhecíveis na terra - lugares próximos da terra, no
começo, e depois para lugares mais distantes - com algumas tentativas bem-sucedidas de trazer evidências reais
das experiências. Então ele começou a entrar em contato com figuras semelhantes a fantasmas, o primeiro
contato sendo parte de um experimento mediúnico (o "guia indiano" enviado pelo médium realmente veio até ele!,
p.52). Finalmente, ele começou a entrar em contato com paisagens estranhas aparentemente não mais terrestres.

Tomando notas detalhadas sobre suas experiências (que registrava assim que voltava para o corpo), ele
classificou todas essas como pertencendo a três "locais": "local I" é o "aqui-agora", o normal - o ambiente mundano.
"local II" é um ambiente "não-material", aparentemente imenso, com características idênticas às do "plano astral".
Esse local é o "ambiente natural" do "Segundo Corpo", como Monroe chama a entidade que viaja neste reino; tal
reino "interpenetra" o mundo físico, e suas leis são as do pensamento: "assim como você pensa, assim você é",
"semelhante atrai semelhante", para viajar é necessário apenas pensar em seu destino. Monroe visitou vários
"lugares" neste reino, onde viu coisas como um grupo de pessoas vestindo longas vestes em um vale estreito (p.
81) e uma série de pessoas uniformizadas que se chamavam "exército alvo" que esperavam por tarefas (p. 82). O
"local III" é uma realidade aparentemente terrestre que, no entanto, é diferente de qualquer coisa conhecida nesta
terra, com características estranhamente anacrônicas; os teosofistas provavelmente compreenderiam como apenas
uma parte mais "sólida" do "plano astral".

Depois de superar em grande parte o seu sentimento inicial de medo ao encontrar-se nesses reinos
desconhecidos, Monroe começou a explorá-los e descrever os muitos seres inteligentes que lá encontrou. Em
algumas "jornadas", encontrou amigos "mortos" e conversou com eles, mas, mais frequentemente, ele encontrou
seres impessoais estranhos que, às vezes, o "ajudaram", mas que muitas vezes não respondiam o seu chamado;
seres que davam vagas mensagens "místicas" que soavam como as comunicações dos médiuns, que podiam
apertar a sua mão, mas que provavelmente desejavam cravar um gancho na mão oferecida (p. 89). Alguns desses
seres ele reconheceu como "defensores": criaturas semelhantes a animais com corpos de borracha que facilmente
mudavam para formas de cães, morcegos ou seus próprios filhos (p. 137-140), e outros que provocavam e
atormentavam ele e simplesmente riam quando chamava (não pela fé, é verdade, mas apenas como outro
"experimento") o nome de Jesus Cristo (p. 119).

Não tendo fé própria, Monroe abriu-se às sugestões "religiosas" dos seres desse reino. Ele recebeu visões
"proféticas" de eventos futuros, que às vezes, de fato, aconteceram como ele viu (p. 145). Certa vez, quando um
raio de luz branco lhe apareceu nos limites do estado fora-do-corpo, ele o pediu por algumas respostas às suas
questões sobre este reino. Uma voz vindo do raio respondeu: Peça ao seu pai para lhe contar o grande segredo".
Na próxima oportunidade, Monroe rezou: "Pai, guia-me. Pai, diga-me o grande segredo" (p. 131-2). A partir de
tudo isso é óbvio que Monroe, apesar de permanecer "secular" e "agnóstico" em sua própria perspectiva religiosa,
entregou-se livremente para ser usado pelos seres do reino oculto (que, é claro, são demônios).

Tal como o Dr. Moody e outros investigadores neste reino, Monroe escreve que "em doze anos de atividades
não-físicas, não encontro nenhuma evidência para sustentar as noções bíblicas de Deus e a vida após a morte num
lugar chamado céu" (p. 116). No entanto, assim como Swedenborg, os teosofistas e os investigadores como o Dr.
Crookall, ele encontra no ambiente "não-material" que explorou "todos os aspectos que atribuímos ao céu e ao
inferno, que são apenas parte do local II" (p. 73). Na área aparentemente "mais próxima" do mundo material, ele
encontrou uma área cinza-negra povoada por "seres roedores atormentantes"; isto, ele pensa, pode ser a "fronteira
do inferno" (p. 120-121), ao invés da região "Hades" identificada por Dr. Crookall.

O mais revelador, no entanto, é a experiência de Monroe do "céu". Três vezes ele viajou para um lugar de
"paz pura", flutuando em nuvens mornas e suaves que eram dispersas por raios coloridos de luz que mudavam
constantemente, vibrando em harmonia com a música de coros sem palavras; havia seres sem nome ao redor no
mesmo estado, com os quais ele não tinha contato pessoal. Ele sentiu este lugar como seu "Lar" final, e ficou
sozinho por alguns dias após o fim da experiência (p. 123-5). Este "céu astral", é claro, é a fonte suprema do
ensinamento teosofista sobre a "agradabilidade" do outro mundo; mas quão longe está do verdadeiro ensinamento
cristão do Reino dos Céus, muito além desse reino aéreo, que em sua plenitude de amor, personalidade e presença
consciente de Deus tornou-se completamente distante dos incrédulos do nosso tempo, que não pedem nada mais
do que um "nirvana" de nuvens suaves e luzes coloridas! Os espíritos caídos podem facilmente fornecer essa
experiência de "céu"; mas somente a luta cristã e a graça de Deus podem elevar ao verdadeiro céu de Deus.
Em várias ocasiões, Monroe encontrou o "Deus" de seu paraíso. Este evento, diz ele, pode ocorrer em qualquer
lugar no "local II". "No meio da atividade normal, onde quer que esteja, há um Sinal distante, quase como
trombetas heráldicas. Todo mundo entende o Sinal calmamente, e com isso, todos param de falar ou o que quer
que se esteja fazendo. É o Sinal de que Ele (ou Eles) está vindo através de Seu reino.

"Não há nenhuma prostração aterradora ou seres caindo de joelhos. Em vez disso, a atitude é mais importante.
É uma ocorrência à qual todos estão acostumados e cumpri-la tem prioridade absoluta sobre tudo. Não há
exceções".

No Sinal, cada ser humano se deita ... com a cabeça virada para um lado para que não o vejamos enquanto
Ele passa. O propósito parece ser formar uma estrada viva sobre a qual Ele possa percorrer... Não há movimento,
nem mesmo pensamento, enquanto Ele passa...

"Nas diversas ocasiões em que presenciei isso, deitei-me junto com os outros. Na hora, o pensamento de agir
contrariamente era inconcebível. À medida que Ele passa, ouve-se um trovejante som musical e uma sensação de
radiante e irresistível força de extremo poder, que chega ao ápice nas nossas cabeças e desaparece à distância...
É uma ação tão habitual como o parar do semáforo em um cruzamento ocupado, ou esperar no cruzamento
ferroviário quando o sinal indica que o trem está chegando; você não está preocupado E ainda sinto o respeito
tácito pelo poder representado no trem de passagem. O evento também é impessoal.

"Será isso Deus? Ou o filho Dele? Ou Seu representante?" (p. 122-3).

Seria difícil encontrar, na literatura ocultista, um relato mais vívido do culto de satã em seu próprio reino por
seus escravos impessoais. Em outro lugar, Monroe escreve seu próprio relacionamento com o príncipe do reino em
que ele penetrou. Certa noite, alguns anos após o início de suas jornadas "fora do corpo", sentiu-se banhado pelo
mesmo tipo de luz que acompanhou o início dessas experiências, e sentiu a presença de uma força pessoal muito
forte, inteligente, que o deixou impotente e sem vontade própria. "Eu tive a nítida impressão de que eu estava
indissoluvelmente ligado a essa força-inteligência por lealdade, que sempre estivera, e que eu tinha missão a
cumprir aqui na terra." (p. 260-261). Em outra experiência semelhante com essa força ou "entidade" invisível
várias semanas depois, aquilo (ou eles) parecia entrar e "buscar" em sua mente, e então, "eles pareciam se
aproximar do céu, enquanto eu os chamava, implorando. Então eu tinha certeza de que sua mentalidade e
inteligência estavam muito além do meu entendimento. É uma inteligência impessoal e fria, sem nenhuma das
emoções de amor ou compaixão que respeitamos tanto ... Sentei-me e chorei, grandes soluços profundos, como
nunca tinha chorado antes, porque então eu sabia sem qualificação ou futura esperança de mudança que o deus
da minha infância, das igrejas, da religião em todo o mundo não era como adorávamos que ele fosse - que, pelo
resto da minha vida, eu "sofrerei" a perda dessa ilusão" (p.226). Dificilmente alguém poderia imaginar uma melhor
descrição do encontro com o diabo que tantos dos nossos contemporâneos ingênuos estão agora passando,
incapazes de resistirem por causa de seu afastamento do verdadeiro Cristianismo.

O valor do testemunho de Monroe sobre a natureza e os seres do "plano astral" é importante. Embora ele
próprio tenha se envolvido profundamente e realmente tenha entregue e submetido sua alma aos espíritos caídos,
ele descreveu suas experiências em uma linguagem direta, não oculta e de um ponto de vista humano
relativamente normal que faz do seu livro uma advertência persuasiva contra "experimentos" neste reino. Aqueles
que conhecem o ensinamento cristão ortodoxo do mundo aéreo, bem como do verdadeiro céu e inferno que estão
fora dele, só poderão convencer-se ainda mais da realidade dos espíritos caídos e do seu reino, bem como do
grande perigo de contactá-los, mesmo através de uma abordagem aparentemente "científica". Como observadores
cristãos ortodoxos, não precisamos saber quanto dessa experiência foi "real" e quanto foi resultado de espetáculos
e ilusões projetados para ele pelos espíritos caídos; o engano faz tanto parte do reino aéreo que não faz sentido
nem tentar desvendar suas formas precisas. Mas o que ele encontrou, o domínio dos espíritos caídos, não se pode
duvidar.

O "plano astral" também pode ser contactado (mas não necessariamente em um estado "fora do corpo")
através do uso de certas drogas. Experimentos recentes na administração de LSD em pessoas moribundas
produziram experiências muito convincentes de "quase-morte", juntamente com uma "retrospectiva condensada"
de toda a vida, visão de luz cegante, encontros com os "mortos" e com "seres espirituais" não-humanos e a
comunicação de mensagens espirituais sobre as verdades da "religião cósmica", "reencarnação" e similares. Dra.
Kubler-Ross também esteve envolvida nestas experiências.

É sabido que os xamãs de tribos primitivas entram em contato com o mundo aéreo dos espíritos caídos em
estados "fora do corpo", e uma vez "iniciados" nesta experiência podem visitar o "mundo dos espíritos" e comunicar
com seus seres. A mesma experiência era comum entre os iniciados dos "mistérios" do antigo mundo pagão. Na
vida de São Cipriano e Justina (2 de outubro), temos o testemunho de primeira mão de um ex-feiticeiro sobre suas
experiências neste reino:

"No Monte Olimpo Cipriano estudou todas as formas de artes diabólicas: dominou várias transformações
demoníacas, aprendeu a mudar a natureza do ar ... Neste lugar, viu uma infinita legião de demônios, com o príncipe
das trevas como líder; alguns ficaram diante dele, outros o serviram, outros clamavam louvores ao seu príncipe, e
alguns eram enviados ao mundo para corromper as pessoas. Aqui, ele também viu em suas formas falsas os deuses
e deusas pagãs, e também fantasmas e espectros diversos, cuja invocação ele aprendeu com um rigoroso jejum
de quarenta dias....Assim, ele se tornou um feiticeiro, mago e destruidor de almas, um grande amigo e escravo fiel
do príncipe do inferno, com quem ele conversou cara a cara, tendo recebido dele grande honra, como ele próprio
testificou. 'Acredite-me', ele disse, 'eu vi o próprio príncipe das trevas... eu o cumprimentei e seus anciãos ... ele
prometeu fazer-me um príncipe depois da minha partida do corpo e durante minha vida terrena me ajudar em tudo
... A aparência externa do príncipe das trevas era como uma flor. Sua cabeça estava coberta por uma coroa (não
real, mas fantasmagórica) feita de ouro e pedras brilhantes, o que fazia o espaço inteiro iluminado ao seu redor;
e sua roupa era surpreendente. Quando ele se voltava para um lado ou outro, todo aquele lugar tremia, uma
multidão de espíritos malignos de vários graus obedientemente se posicionavam a este trono. Eu me entreguei
inteiramente ao seu serviço naquele tempo, obedecendo a cada um de seus comandos" ( The Orthodox Word 1976,
n. ° 70, pp. 136-138).

São Cipriano não afirma explicitamente que ele teve essas experiências fora do corpo; de fato, parece que
feiticeiros e adeptos mais avançados não precisam deixar o corpo para conseguir contato pleno com o reino aéreo.
Swedenborg, mesmo descrevendo suas próprias experiências "fora do corpo", afirmava que a maior parte de seu
contato com espíritos se dava, pelo contrário, no corpo, mas com suas "portas de percepção" abertas ( Heaven and
Hell, seções 440-442). Ainda assim, as características desse reino, e as "aventuras" de alguém ali, são iguais, seja
"dentro" ou "fora" do corpo.

Um dos famosos feiticeiros pagãos da antiguidade (século II), ao descrever sua iniciação nos mistérios de Isis,
nos dá um exemplo clássico de experiência "fora do corpo", o contato com o reino aéreo, que poderia ser usado
para descrever algumas das experiências "fora do corpo" e "pós-morte" de hoje:

"Eu vou registrar (de minha iniciação) tanto quanto eu possa registrar licitamente para os não iniciados, mas
apenas na condição de que você acredite. Eu me aproximei dos próprios portões da morte e pus um pé no limiar
de Prosérpina, ainda assim fui autorizado a retornar, extasiado por todos elementos. À meia-noite, o sol brilhava
como se fosse o meio-dia. Eu entrei na presença dos deuses do submundo e dos deuses do mundo superior,
chegando perto e adorei-os. Bem, agora você já ouviu o que aconteceu, mas temo que você ainda esteja confuso."

Conclusão sobre o Reino "Fora do Corpo"

Tudo o que foi dito aqui sobre experiências "fora do corpo" é suficiente para colocar as experiências de
"pós-morte" contemporâneas em sua perspectiva adequada. Deixe-nos resumir o que encontramos:

1. Essas são, pura e simplesmente, experiências "fora do corpo", algo bem conhecido, especialmente na
literatura ocultista que tem ocorrido com crescente frequência nos últimos anos em pessoas comuns que não
estão envolvidas no ocultismo. Essas experiências, no entanto, na verdade, não nos dizem quase nada do que
acontece com a alma após a morte, exceto que você sobrevive e é consciente.

2. O reino em que a alma entra imediatamente quando sai do corpo e começa a perder contato com o que
conhecemos como "realidade material" (seja após a morte ou em uma simples experiência "fora do corpo") não é
nem o céu nem o inferno, mas um reino invisível próximo da terra, que é chamado de variadas formas "plano
pós-morte" ou "plano bardo" (livro tibetano dos mortos), o "mundo dos espíritos" (Swedenborg e no espiritismo),
o "plano astral" (teosofia e a maior parte do ocultismo), "local II" (Monroe) - ou, na língua Ortodoxa, o mundo
aéreo do sub-céu onde os espíritos caídos habitam e ativamente enganam os homens para sua danação. Este
não é o "outro mundo" que espera o homem após a morte, mas apenas a parte invisível deste mundo que o
homem deve passar para alcançar o verdadeiro "outro" mundo do céu ou do inferno. Para aqueles que realmente
morreram e estão sendo conduzidos por anjos da vida terrena, este é o reino onde o Juízo Particular começa nos
"telônios" aéreos, onde os espíritos do ar revelam sua natureza real e sua hostilidade para com a humanidade;
para todos os outros, é um domínio de engano demoníaco nas mãos desses mesmos espíritos.

3. Os seres contatados neste reino são sempre (ou quase sempre) demônios, sejam eles invocados por
mediunismo ou outras práticas ocultas, ou encontrados em experiências "fora do corpo". Não são anjos, pois
estes habitam no céu e somente passam através deste reino como mensageiros de Deus. Não são as almas dos
mortos, pois essas habitam no céu ou no inferno e só passam por esse reino imediatamente após a morte no
caminho do julgamento por suas ações nesta vida. Mesmo os mais experientes nas experiências "fora do corpo"
não podem permanecer nesse reino por muito tempo sem o risco de separação permanente do corpo (morte), e
mesmo na literatura ocultista, raramente é descrito adeptos se encontrando.

4. Não deve-se confiar nas experiências neste reino, e certamente não devem ser tomadas como verdadeiras por
aquilo que aparentam ser. Mesmo aqueles com uma base sólida no ensinamento Cristão Ortodoxo podem ser
facilmente enganado pelos espíritos caídos do ar em relação a qualquer visão que possam ter; mas aqueles que
entram neste reino sem conhecimento disso e aceitam suas "revelações" com confiança não são mais do que
vítimas lamentáveis dos espíritos caídos. Pode ser questionado: o que dizer das sensações de "paz" e
"agradabilidade" que parecem ser quase universais no estado "fora do corpo"? E a visão da "luz" que tantos
enxergam? São enganos também?
Em certo sentido, talvez, essas experiências são "naturais" para a alma quando separada do corpo. Nossos
corpos físicos neste mundo caído são corpos de dor, corrupção e morte. Quando separada deste corpo, a alma
imediatamente se encontra em um estado mais "natural", mais próxima do estado que Deus intenciona para ela;
pois o "corpo espiritual" ressuscitado no qual o homem habitará no Reino dos Céus tem mais em comum com a
alma do que com o corpo que conhecemos na terra. Até mesmo o corpo com o qual Adão foi criado no início
tinha uma natureza diferente do corpo após a queda de Adão, sendo mais refinado e não sujeito a dores ou
sofrimentos.

Nesse sentido, a "paz" e a "agradabilidade" da experiência fora do corpo podem ser consideradas reais e
não um engano. O engano entra em jogo, no entanto, no instante em que se começa a interpretar essas
sensações "naturais" como algo "espiritual" - como se essa paz fosse a verdadeira paz de reconciliação com
Deus, e essa "agradabilidade" como se fosse o verdadeiro deleite espiritual do céu. Assim, de fato, é como as
pessoas podem interpretar suas experiências de "fora do corpo" e "pós-morte", devido a falta de verdadeira
experiência e consciência espiritual. Que isto é um erro pode ser visto pelo fato de que mesmo os mais rudes
incrédulos têm a mesma experiência de agradabilidade quando "morrem". Nós já vimos isso em um capítulo
anterior no caso dos hindus, de um ateu e de um suicídio. Outro exemplo impressionante é o do romancista
britânico agnóstico, Somerset Maugham, que, quando teve uma breve experiência de "morte", antes da morte
real aos 80 anos de idade, experimentou primeiramente uma luz cada vez maior e "então a sensação mais
intensa de libertação", como descreveu em suas próprias palavras (veja Allen Spreggett, The Case for
Immortality, 1974, página 73). Esta experiência não foi nem um pouco espiritual; foi mais uma experiência
"natural" em uma vida que terminou em descrença.

Como uma experiência sensível ou "natural", portanto, parece que a morte é de fato agradável. Essa
agradabilidade pode ser experimentada igualmente por alguém cuja consciência está limpa diante de Deus, e por
alguém que não acredita profundamente em Deus ou na vida eterna e, portanto, não tem consciência de como
ele pode ter desagradado a Deus durante a vida. Uma "morte ruim" é vivida, como um escritor disse bem,
apenas por "aqueles que sabem que Deus existe e, no entanto, viveram suas vidas como se não Ele não
existisse" - ou seja, aqueles cujas consciências os atormentam e que contrapõem sua dor com o "prazer" natural
da morte física. A distinção entre crentes e incrédulos ocorre, assim, não no momento da própria morte, mas
depois, no Juízo Particular. A "agradabilidade" da morte pode ser real o suficiente, mas não tem conexão
necessária com o destino eterno da alma, que pode muito bem ser um destino de tormento.

Isso ainda mais é verdadeiro em relação à visão de "luz". Esta também pode ser algo simplesmente natural -
um reflexo do verdadeiro estado de luz para o qual o homem foi criado. Se assim for, é um grave erro dar o
significado "espiritual" que o espiritualmente inexperiente invariavelmente dá. A literatura ascética Ortodoxa é
cheia de advertências quanto a confiança em qualquer tipo de "luz" que possa aparecer; e quando alguém
começa a interpretar tal luz como um "anjo" ou mesmo como "Cristo", fica claro que esse já caiu em engano,
tecendo uma "realidade" a partir da própria imaginação, mesmo antes dos espíritos caídos começarem seu
próprio trabalho de engano.

Também é "natural" para a alma, separada do corpo, ter uma consciência aumentada da realidade e exercer
o que agora é chamado de "percepção extra-sensorial" (PES). É um fato óbvio, observado tanto na literatura
Ortodoxa como nas investigações científicas modernas, de que a alma logo após a "morte" (e até antes da
morte) vê coisas que aqueles que estão ali presentes não vêem; sabe quando alguém está morrendo à distância,
etc. Um reflexo disso pode ser observado na experiência que o Dr. Moody chama de "visão do conhecimento",
quando a alma parece ter uma "iluminação" e ver "todo o conhecimento" diante dela (Reflection on Life after
Life, p. 9-14). São Bonifácio descreve a experiência imediata pós-morte do "monge de Wenlock", assim: "Ele
sentiu-se como um homem que via e estava bem acordado, cujos olhos tinham sido velados por uma cobertura
densa e, de repente, o véu foi removido e tudo aquilo que antes era invisível, velado e desconhecido ficou claro.
Assim, com ele, quando o véu da carne foi posto de lado, todo o universo pareceu reunir-se diante de seus olhos
de modo que viu todas as partes da terra, todos os mares e povos "(Emerton, Letters of St. Boniface , p. 25).

Algumas almas parecem ser naturalmente sensíveis a experiências semelhantes, mesmo quando ainda estão
no corpo. São Gregório, o Grande, observa que "às vezes é através de um poder sutil próprio que as almas
podem prever o futuro", em contraste àqueles que preveem o futuro pela revelação de Deus ( Dialogues, IV, 27,
p.219). Mas tais "psíquicos" invariavelmente caem em engano quando começam a interpretar ou desenvolver
esse talento, que pode ser usado corretamente apenas por pessoas de grande santidade e (claro) de crença
Ortodoxa. O "psíquico" americano Edgar Cayce é um bom exemplo do perigo da "PES": uma vez que descobriu
que ele possuía um talento em dar diagnóstico médico preciso em um estado de transe, ele começou a confiar
em todas as mensagens recebidas neste estado e acabou considerando-se um profeta do futuro (às vezes com
erros espetaculares, como em relação a um cataclismo da costa oeste que não ocorreu em 1969), oferecendo
leituras astrológicas e rastreando as "vidas passadas" dos homens em "Atlântida", no Antigo Egito e em outros
lugares.

As experiências "naturais" da alma quando é sensível (em especial) ou separada do corpo - sejam elas
experiências de "paz" e agradabilidade, luz ou "PES" - são, portanto, apenas a "matéria-prima" da consciência
aumentada da alma; tais experiências nos dão (devemos dizer novamente) poucas informações positivas sobre o
estado da alma pós-morte, e muitas vezes conduzem a interpretações infundadas do "outro mundo", bem como
ao contato direto com os espíritos caídos (cujo reino é este). Tais experiências são todas do mundo "astral" e não
têm em si mesmas nada espiritual ou celestial; mesmo quando a experiência em si é real, as interpretações que
lhe são dadas não são confiáveis.

5. Pela própria natureza das coisas, um conhecimento verdadeiro do reino aéreo dos espíritos e suas manifestações
não pode ser adquirido apenas pela experiência. O ostentamento de todos os ramos do ocultismo de que seu
conhecimento é certo porque se baseia na "experiência" é precisamente o defeito fatal de todo o "conhecimento"
oculto. Em vez disso, as experiências deste reino, por ocorrerem no reino aéreo e por muitas vezes serem
produzidas por demônios com a intenção de enganar e destruir as almas dos homens, são, por sua própria natureza,
ligadas a delusão, além do fato de que o homem, não estando em casa neste reino, nunca pode se orientar
completamente nele e ter certeza de sua realidade como pode ter do domínio material. A doutrina budista (expressa
no livro tibetano dos mortos) é certamente correta quando fala da natureza ilusória das aparências do "plano
bardo"; mas é incorreta quando conclui disto, com base apenas na experiência, que não há uma realidade objetiva
por trás dessas aparências. A realidade deste reino invisível não pode ser conhecida por aquilo que realmente é, a
menos que isso seja revelado por uma fonte superior e exterior a ela.

A abordagem contemporânea deste reino por meio da experimentação pessoal e / ou "científica" está, pela
mesma razão, sujeita a resultar em conclusões enganosas e ilusórias. Quase todos os pesquisadores
contemporâneos aceitam ou, pelo menos, são bastante simpáticos ao ensinamento ocultista em relação a esse
reino pela única razão de que este é baseado na experiência, que também é a base da ciência. Mas a "experiência"
no mundo material é algo bastante diferente da "experiência" no reino aéreo. A matéria-prima que está sendo
experimentada e estudada em um caso é moralmente "neutra", e pode ser estudada objetivamente e verificada
por outros; mas, no outro caso, a "matéria-prima" é oculta, dificilmente compreensível e, em alguns casos, tem
"vontade própria" - a vontade de enganar o observador. Por esse motivo, investigações sérias como essas do Dr.
Moody, Dr. Crookall, Drs. Osis e Haraldsson, e da Dra. Kubler-Ross quase inevitavelmente acabam sendo usadas
para espalhar idéias ocultas, que são as idéias "naturais" a serem extraídas de um estudo do reino oculto aéreo.
Somente com a idéia (que se tornou rara hoje) de que existe uma verdade revelada que está acima de toda a
experiência, esse reino oculto pode ser iluminado, sua verdadeira natureza reconhecida e ser feito um
discernimento entre esse reino inferior e o reino superior do céu.

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