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Políticas Públicas
n. 01/2018
Reforma da Previdência:
um guia para não-economistas
Instituto
Mercado Popular
2
O Instituto Mercado Popular é um laboratório de políticas públicas. Nossa missão é racionalizar e democratizar
o debate político e econômico no país, provendo alternativas políticas baseadas no estado da arte da evidência
científica, disseminando essas ideias entre a população e facilitando transformações que contribuam para uma
sociedade livre, aberta e justa.
Conselho Executivo
Carlos Góes (Presidente, licenciado), Luciana Nominato, Pedro Menezes, Irapuã Santana e Davi Lyra
(Presidente em exercício).
Departamento de Pesquisa
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Nemer, G.; Góes, C. (2018). “Reforma da Previdência: Um Guia para Não-Economistas”. Nota de Política
Pública n. 01/2018. São Paulo: Instituto Mercado Popular.
Reforma da Previdência: Um Guia 4% do PIB. Em 2016, gastou-se 13,1% do PIB
com essa rubrica.
para Não-Economistas • A Previdência já vem canibalizando outras
por Gabriel Nemer e Carlos Góes1 despesas do orçamento, uma vez que as
despesas com esta têm crescido em uma
SUMÁRIO EXECUTIVO velocidade maior que os gastos totais do governo
federal.
• A Previdência Social constitui o maior problema, • Em termos comparativos, a idade típica para
pelo lado da despesa, na presente estrutura alguém se aposentar por tempo de contribuição
fiscal brasileira. no Brasil (em geral, 50 anos para mulheres e 55
• Os vários mitos que contaminam o debate sobre anos para homens) é baixa, se comparada aos
a Previdência Social, como os que dizem que países membros da Organização para a
não há déficit ou que a idade mínima prejudica os Cooperação e Desenvolvimento Econômico
mais pobres, acabam por adiar a realização de (OCDE).
uma reforma inevitável por questões estruturais. • A diferença entre a idade de aposentadoria
• Um sistema previdenciário solidário, como o brasileira e aquela dos países da OCDE não se
brasileiro, depende de um equilíbrio explica por diferenças substanciais de sobrevida
demográfico, sendo tão mais sustentável quanto aos 65 anos.
maior a proporção de trabalhadores ativos vis-à- • Tornar equivalentes o tempo mínimo para
vis a população idosa. aposentadoria por tempo de contribuição e
• A fração de idosos na população tem aumentado aquela por idade tem um efeito progressivo, isto
de forma muito rápida em relação ao que foi é, promove maior equidade, porque os mais
observado em outros países. pobres majoritariamente já se aposentam por
idade.
• Em 1980, havia no Brasil 13 ativos para cada
idoso; em, 2018, esse número chega a 7,7 ativos • A aposentadoria por tempo de contribuição é
para cada idoso; em 2060, espera-se que essa desproporcionalmente concentrada nos
relação alcance 2,22 ativos para cada idoso. trabalhadores urbanos e formalizados dos
estados mais ricos. Essa é outra razão que
• Em sua projeção mais recente, o IBGE estima
explica porque tornar equivalente a idade mínima
que a População em Idade Ativa já esteja
de aposentadoria dos dois sistemas teria caráter
chegando próximo ao seu ápice – e começará a
progressivo.
cair em termos absolutos em 2033 –, enquanto a
população idosa deve continuar aumentando. • Os regimes de tributação especial, como os que
garantem impostos mais baixos a micro e
• Quando há mais gastos que receitas na conta da
pequenas empresas diminuem as receitas do
Previdência Social, o governo precisa tomar
governo, mas sua revogação, por si só, não
recursos de seu orçamento, como saúde,
resolveria a situação da previdência dos
assistência social e saneamento básico, para
trabalhadores do setor privado.
compensar o déficit previdenciário – em 2017, o
valor dessa compensação alcançou a 268,8 • De acordo com o texto da última proposta de
bilhões de reais. Reforma da Previdência, os servidores públicos
observarão exatamente as mesmas regras do
• Nenhuma das contas apresentadas pela
RGPS, com a diferença de o tempo mínimo de
Associação Nacional de Auditores Fiscais da
contribuição ser de 25 anos, contra 15 no caso
Receita (ANFIP) nega a existência de um déficit
do setor privado. Políticos passam a seguir as
na conta da Previdência Social, demonstrando
mesmas regras do RGPS.
em seus estudos que as receitas previdenciárias
são menores do que os benefícios • Como as propostas de reforma em discussão
previdenciários. contemporaneamente não são senão ajustes
• O Brasil é um país ainda jovem que tem marginais no sistema previdenciário, limitados
despesas previdenciárias equivalentes a um de ainda mais pela natureza do processo legislativo,
população idosa. A despeito de possuir apenas gestores públicos futuros terão,
7,4% de sua população acima de 65 anos, necessariamente, de revistar essas questões em
gastou 11% do PIB com a Previdência em 2014, novas reformas, sob a pena de insolvência da
ao passo que a despesa esperada era de menos máquina governamental.
1
Gabriel Nemer é analista júnior do Instituto Mercado Popular.
Carlos Góes é Pesquisador-Chefe do Instituto Mercado Popular.
4
futuro, em situações de idade avançada, invalidez ou F IGURA 3. PIRÂMIDE ETÁRIA DO BRASIL, 2060
(Em % da população total, por faixa de idade)
doença. 90+ anos Mulheres 0,7% 1,6%
85 a 89 anos 1,0% 1,5%
Homens
80 a 84 anos 1,7% 2,3%
75 a 79 anos 2,4% 3,0%
70 a 74 anos
DESAFIOS DEMOGRÁFICOS PARA A 65 a 69 anos 3,1%
2,8% 3,2%
3,4%
60 a 64 anos 3,4% 3,6%
SUSTENTABILIDADE PREVIDENCIÁRIA 55 a 59 anos 3,5% 3,6%
50 a 54 anos 3,4% 3,4%
45 a 49 anos 3,2% 3,2%
40 a 44 anos 3,1% 3,0%
35 a 39 anos 3,0% 2,9%
O Brasil tem passado por uma transição demográfica, 30 a 34 anos
25 a 29 anos
2,8% 2,8%
2,7% 2,6%
em que a população idosa como uma fração da 20 a 24 anos 2,6% 2,5%
15 a 19 anos 2,5% 2,4%
população brasileira tem aumentado constantemente 10 a 14 anos 2,3% 2,2%
5 a 9 anos 2,2% 2,1%
e a parcela de jovens tem caído. Em 1980, estrutura 0 a 4 anos 2,1% 2,0%
etária tinha uma cara de pirâmide clássica: a base bem Fonte: IBGE
larga, denotando um grande número de jovens; o corpo
mais estreito e um topo bem fino, indicando pouca A fração de idosos na população tem aumentado de
prevalência de idosos e uma população ainda longe do forma muito mais rápida do que foi observado em
envelhecimento. Em 2010, a base da pirâmide se outros países. O Brasil levará 21 anos para completar
achatou e o corpo ganhou em tamanho, já sinalizando uma transição demográfica que a França fez em quase
certo envelhecimento da população e relativa diminuição 120. Ademais, o processo de envelhecimento brasileiro
do número de jovens. Porém, a figura ainda se será 4x mais rápido que o sueco e 3x mais rápido que o
assemelha a uma pirâmide, e o cume continua bem americano. Se a transição brasileira fosse tão lenta
pequeno. Em 2060, de acordo com projeções do IBGE, quanto a desses outros países, haveria mais tempo para
haverá ocorrido uma inversão completa. A base da uma reforma mais gradual. Como a transição tem sido
pirâmide demográfica brasileira tornar-se-á mais estreita, mais rápida, a correção do sistema previdenciária
ao passo que o ápice ficará mais largo. Em 1980, 4,5% também precisa ser mais rápida.
da população brasileira eram considerados idosos (+65
anos). Em 2010, os idosos eram 7,6% da população. Em F IGURA 4. VELOCIDADE DE E NVELHECIMENTO DA POPULAÇÃO
(Anos para que a população acima de 65 anos aumente de 7% para 14% do total)
2060, cerca de 26,7% dos brasileiros o serão. Em 80 Singapura (2000 - 2019)
Colômbia (2017 - 2037)
anos a participação dos idosos na população total se Brasil (2011 - 2032)
6x mais
Tailândia (2003 - 2025)
rápido!
multiplicará por seis. Sri Lanka (2004 - 2027)
Tunísia (2008 - 2032)
Jamaica (2008 - 2033)
F IGURA 1. PIRÂMIDE ETÁRIA DO BRASIL, 1980 Japão (1970 - 1996)
(Em % da população total, por faixa de idade) China (2000 - 2026)
Azerbaijão (2000 - 2041)
80+ anos Mulheres 0,2% 0,3% Espanha (1947 - 1992)
75 a 79 anos Homens 0,3% 0,4% Reino Unido (1930 - 1975)
70 a 74 anos 0,6% 0,7% Polônia (1966 - 2013)
Hungria (1941 - 1994)
65 a 69 anos 0,9% 1,0% Canadá (1944 - 2009)
60 a 64 anos 1,1% 1,2% EUA (1944 - 2013)
55 a 59 anos 1,4% 1,4% Austrália (1938 - 2011)
50 a 54 anos 1,7% 1,7% Suécia (1890 - 1975)
França (1865 - 1980)
45 a 49 anos 1,9% 2,0%
40 a 44 anos 2,3% 2,3% 0 20 40 60 80 100 120 140
35 a 39 anos 2,6% 2,7%
30 a 34 anos 3,3% 3,3% Fonte: National Institute on Aging, EUA.
25 a 29 anos 4,0% 4,0%
20 a 24 anos 4,8% 4,7%
15 a 19 anos 5,6% 5,5% Em 1950, a idade mediana da população brasileira era
10 a 14 anos 5,9% 5,8%
5 a 9 anos 6,3% 6,1% de 19 anos, segundo dados da Divisão de População
0 a 4 anos 7,1% 6,8%
das Nações Unidas. Em 2100, espera-se que esta será
Fonte: IBGE de 51 – valor similar à idade mediana da população
F IGURA 2. PIRÂMIDE ETÁRIA DO BRASIL, 2010 japonesa (52 anos) e acima da idade mediana da
(Em % da população total, por faixa de idade) populações americana (45 anos) e sueca (46 anos).
90+ anos Mulheres
85 a 89 anos
0,1%
0,1%
0,1%
0,2%
Ainda segundo as Nações Unidas, em 2100 cerca de
Homens
80 a 84 anos
75 a 79 anos
0,3%
0,5%
0,5%
0,7%
33,5% da população brasileira será idosa, contra 35,5%
70 a 74 anos
65 a 69 anos
0,8% 1,0% no Japão, 29,4% na Suécia e 27,9% nos EUA. O Brasil
1,1% 1,3%
60 a 64 anos 1,5% 1,7% envelhecerá de tal forma que, em poucas décadas, se
55 a 59 anos 2,0% 2,2%
50 a 54 anos 2,5% 2,7% tornará um país de estrutura demográfica similar ou ainda
45 a 49 anos 3,0% 3,1%
40 a 44 anos 3,3% 3,4% mais envelhecida que a dos países desenvolvidos.
35 a 39 anos 3,6% 3,6%
30 a 34 anos 4,1% 4,1%
25 a 29 anos 4,6% 4,5%
20 a 24 anos 4,5% 4,4%
15 a 19 anos 4,5% 4,3%
10 a 14 anos 4,5% 4,3%
5 a 9 anos 4,4% 4,2%
0 a 4 anos 4,1% 4,0%
Fonte: IBGE
6
F IGURA 5. I DADE MEDIANA, 1950-2100 2050, haveria apenas 143 milhões de brasileiros em
(Em anos) idade ativa.
55
F IGURA 7. PROJEÇÕES POPULACIONAIS PARA 2050, FEITAS EM
45 DISTINTOS ANOS (Em milhões, por ano de projeção)
300
65 anos ou mais 15 a 64 anos (PIA) até 14 anos
35 250
48,9
200 51,3
25
Brasil Japão 150
Suécia EUA 164,5
Colômbia 100 143,2
15
1950
1955
1960
1965
1970
1975
1980
1985
1990
1995
2000
2005
2010
2015
2020
2025
2030
2035
2040
2045
2050
2055
2060
2065
2070
2075
2080
2085
2090
2095
2100
50
Fonte: Divisão de População das Nações Unidas. 46,3
31,8
0
projeção para 2050 feita em 2004 projeção para 2050 feita em 2013
A implicação dessa mudança demográfica para a
Previdência Social é capturada pelo aumento um Fonte: IBGE.
70 5
Fonte: IBGE.
1980
1985
1990
1995
2000
2005
2010
2015
2020
2025
2030
2035
2040
2045
2050
2055
2060
A transição demográfica brasileira tem sido mais Fonte: Projeção populacional do IBGE, 2013
rápida do que o previsto pelo IBGE. Em 2004, o IBGE
previa que, em 2050, o Brasil tivesse uma População em O bônus demográfico, por sua vez, terminará em
Idade Ativa 164 milhões. Nove anos mais tarde, em 2013, torno de 2022, quando a razão de dependência total
as projeções atualizadas do IBGE estimavam que, em (o número de crianças somado ao número de idosos
como fração da População em Idade Ativa – entre 15
7
e 64 anos) atingirá um mínimo de 43,4%. A partir daí a F IGURA 10. R ESULTADO DA PREVIDÊNCIA FEDERAL, 2003-2017
(Em R$ bilhões de 2017)
razão de dependência total passará a crescer puxada 0
principalmente pela razão de dependência de idosos. As
taxas crescentes de crescimento da população idosa -50
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
2012
2013
2014
2015
2016
2017
75% 70%
Razão de dependência total, eixo esquerdo
Razão de dependência (crianças), eixo direito
70% Razão de dependência (idosos), eixo direito
60%
Fonte: Secretaria de Previdência Social, RREO.
65% 50%
60% 40%
Quando há mais gastos que receitas na conta da
Previdência Social, o governo precisa tomar recursos
55% 30%
de seu orçamento – de áreas como saúde,
50% 20%
assistência social e saneamento básico – para
45% 10% compensar o déficit previdenciário. Em 2017, o valor
Fim do bônus demográfico
40% 0% dessa compensação chegou a 268,8 bilhões de reais
(RGPS = 182,5 bilhões; RPPS = 86,3 bilhões).
Fonte: IBGE, Projeção Populacional de 2013.
F IGURA 11. GASTOS COM P REVIDÊNCIA E POPULAÇÃO IDOSA, 2014 Tabela 2. Despesas do Governo Central, 2016-17
(Em porcentagem do PIB e porcentagem da população total, respectivamente)
18% (Em bilhões de reais correntes)
Gastos com Previdência (% do PIB)
16%
Brasil Alemanha Japão
y = 0,5249x - 0,0035
2016 2017 Variação
14%
México Colômbia
R² = 0,5662
Total 1249,4 1279,0 29,6 ↑
12%
RGPS 507,9 557,2 49,3 ↑
RPPS 110,8 123,5 12,7 ↑
10% Dada sua população
idosa, o Brasil
BPC/LOAS 49,0 53,7 4,7 ↑
8% deveria ter gasto,
em 2014, 3,6% do
Resto 581,8 544,6 -37,2 ↓
6% PIB com Previdência
Fonte: Cálculo dos autores com dados da STN e RREO.
4%
2%
0%
0% 5% 10% 15% 20% 25% 30% POR QUE ALGUMAS ASSOCIAÇÕES DE CLASSE E
População acima de 65 anos (% do total)
ACADÊMICOS DIZEM QUE NÃO HÁ DÉFICIT?
Fonte: Banco Mundial e BSPN
-5%
O principal sustentáculo do argumento é que se
-10% forem considerados como receitas da Seguridade
Social aquelas retiradas pela Desvinculação das
-15%
Despesas Receitas Saldo Receitas da União4, não haveria déficit na Seguridade
-20% Social – o que é factualmente incorreto. Em 2016, a
2018
2020
2022
2024
2026
2028
2030
2032
2034
2036
2038
2040
2042
2044
2046
2048
2050
2052
2054
2056
2058
2060
2006
2007
2008
2009
2010
2011
2012
2013
2014
2015
2016
2
ANFIP. (2016) Análise da Seguridade Social 2015. Brasília: ANFIP. federais vinculados por lei a fundos ou despesas”, segundo glossário
3
Ibidem. pp. 28-29 do Senado Federal.
4
“A Desvinculação de Receitas da União (DRU) é um mecanismo que
permite ao governo federal usar livremente 20% de todos os tributos
9
Para chegar ao seu resultado de superávit da Econômico (OCDE). Ademais, metade dos países da
Seguridade Social, a ANFIP não somente “devolve” OCDE está aumentando sua idade de aposentadoria. Na
os recursos da DRU à Seguridade, como também Dinamarca a idade mínima vai a 74 anos para pessoas
exclui todos os gastos do Governo Federal com os que entraram no mercado de trabalho aos 20 anos em
servidores públicos aposentados da conta – uma 2016. Adicionalmente, que do total de 9 países que ainda
despesa superior a 110 bilhões de reais em 2016. É tinham diferença de idade de aposentadoria entre
por meio da combinação desses dois elementos: a homens e mulheres (são eles: Eslovênia, Turquia,
retirada dos gastos com os servidores públicos República Tcheca, Áustria, Reino Unido, Polônia, Suíça,
aposentados da conta somada à reincorporação das Itália e Israel), apenas 4 ainda terão alguma diferença no
receitas da DRU, é que os cálculos da ANFIP futuro: Polônia, Suíça, Turquia (neste caso, só para
conseguiam transformar, até 2015, um déficit de mais de pessoas que entraram no mercado de trabalho em 2016;
150 bilhões de reais em um pequeno superávit. a diferença inexistirá a partir de 2028) e Israel. Embora
tal ponto tenha sido excluído da proposta de reforma
brasileira atual, assunto que será discutido mais à frente.
Ao excluir o Regime Próprio dos servidores públicos,
sendo este fortemente deficitário, o efeito líquido é
F IGURA 14. IDADE ATUAL DE APOSENTADORIA PARA PESSOAS QUE
aumentar o resultado da Seguridade. É desnecessário COMEÇARAM A TRABALHAR AOS 20 ANOS
dizer que a exclusão dos servidores da conta que a 75
Idade de aposentadoria Adicional para homens (quando diferente)
ANFIP faz não significa que os gastos do governo com 70
eles desapareçam. 65
60
Tabela 3. Resultado da Seguridade Social, 2015
55
(Em bilhões de reais correntes)
50
Descrição Dados ANFIP Explicação
oficiais 45
Islândia
Grécia
Áustria
EUA
Portugal
Israel
Noruega
Coréia do Sul
Japão
Hungria
Reino Unido
Nova Zelândia
Itália
Eslovênia
Eslováquia
França
Letônia
Suíça
Bélgica
Finlândia
Suécia
Luxemburgo
Rep. Tcheca
Estônia
Dinamarca
Espanha
Brasil
Chile
Irlanda
Turquia
Canadá
México
Alemanha
Polônia
Austrália
Holanda
Receitas (I) 627,2 694,2
Arrecadação Previdenciária 350,3 352,6
Contribuição Social sobre o
47,8 59,7 Além de
Lucro Líquido (CSLL) adicionar a Fonte: OCDE e INSS. Nota: O dado para o Brasil se refere à aposentadoria por tempo de
contribuição
Cofins 160,8 200,9 DRU às
PIS/Pasep 25,6 52,9 receitas, a F IGURA 15. IDADE FUTURA DE APOSENTADORIA PARA PESSOAS QUE
Contribuição Previdenciária ANFIP exclui COMEÇARAM A TRABALHAR AOS 20 ANOS
dos Servidores Públicos 29,5 0,0 do cálculo 75
Idade de aposentadoria na Dinamarca vai a 74 anos
(CPSS) todos os 70
gastos com
Outras receitas 13,3 28,2 aposentados 65
Despesas (II) 793,7 683,1 da União, 60
Benefícios previdenciários 438,3 436,1 um gasto de 55
(RGPS) mais de 100
bilhões de 50
Benefícios assistenciais 42,7 41,8 Idade de aposentadoria Adicional para homens (quando diferente)
Inativos da União (RPPS) 104,1 0,0 reais em 45
Islândia
Grécia
Áustria
Noruega
Israel
EUA
Portugal
Japão
Coréia do Sul
Nova Zelândia
Hungria
Reino Unido
Itália
Eslovênia
Suíça
França
Bélgica
Suécia
Letônia
Finlândia
Eslováquia
Luxemburgo
Rep. Tcheca
Estônia
Espanha
Chile
Alemanha
Irlanda
Dinamarca
Turquia
Polônia
Canadá
México
Austrália
Holanda
2015.
Benefícios FAT 48,2 48,2
Demais despesas 160,4 157,0
Resultado (I - II) -166,5 11,2
Fonte: Cálculo dos autores com dados da SOF e da ANFIP.
Fonte: OCDE
Para os anos de 2016-2017, mesmo com todos esses
Uma das oposições ao aumento da idade mínima de
procedimentos de cunho duvidoso, a própria ANFIP
aposentadoria, algo necessário ao equilíbrio do
já reconhece um déficit da Seguridade. Isso ocorreu
sistema previdenciário à medida que a população
pela piora substancial no resultado do RGPS, cujo déficit
envelhece, é que em alguns estados brasileiros a
em 2016 e 2017 superou as receitas desvinculadas pela
expectativa de vida é de 66 anos. O erro nessa análise
DRU.
é utilizar a expectativa de vida ao nascer, um valor muito
influenciado por pessoas que jamais receberão um
IDADE MÍNIMA DE APOSENTADORIA AOS 65 ANOS centavo sequer da Previdência, especialmente no que
E SUA RELAÇÃO COM A EXPECTATIVA DE VIDA tange à mortalidade infantil e violência nas cidades.
homens. A incompreensão da diferença entre esses dois mulher brasileira que chegue aos 65 vive até 85 anos,
dados é o que leva muitos a acreditar que, com a contra 86 anos no caso da mulher americana ou 86,5 no
mudança idade mínima, o brasileiro “vai trabalhar até caso da mulher norueguesa. No caso masculino, os
morrer sem se aposentar”. Tal cálculo é feito pelo IBGE homens brasileiros que chegam aos 65 devem viver até
e publicado todos os anos (referente ao ano anterior) na 81,8 anos contra 83,5 no caso belga ou 83,3 no caso dos
chamada Tábua de Mortalidade. O salto na expectativa homens alemães.
de sobrevida quando se passa de zero (nesse caso, a
F IGURA 18. E XPECTATIVA DE SOBREVIDA AOS 65, 2015-2020
expectativa de vida ao nascer) para um ano explica-se (Em anos, por sexo)
pelo fato de, ao superar os riscos de morte da primeira 95
Mulheres Homens
infância, um indivíduo ganha em expectativa de
90
sobrevida.
F IGURA 16. E XPECTATIVA DE SOBREVIDA EM DISTINTAS IDADES, 2016 85
(Em anos, para cada horizonte de idade, por sexo)
80
Homens Mulheres
90
75
85 anos
Arábia Saudita
Suécia
Chile
Holanda
Irlanda
França
Eslovênia
México
Rússia
Suíça
Noruega
Áustria
Espanha
Alemanha
África do Sul
Portugal
EUA
China
Japão
Finlândia
Polônia
Austrália
Bélgica
Israel
Dinamarca
Turquia
Letônia
Canadá
Estônia
Brasil
Luxemburgo
Reino Unido
Índia
Itália
Islândia
Coréia do Sul
Grécia
Rep. Tcheca
Hungria
Eslováquia
Nova Zelândia
Argentina
Indonésia
86
82
82 anos
78
Fonte: Divisão de Populações das Nações Unidas.
74
Ao incorporar a melhora na expectativa de sobrevida
70 brasileira, espera-se que a média nacional convirja
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 70 75 80
para aquela dos países mais ricos. Espera-se que, nos
Fonte: IBGE. Nota: A expectativa de sobrevida indica à qual idade espera-se que
um indivíduo chegue dado que ele tem X anos. próximos 12 anos, a esperança de sobrevida aos 65 anos
seja incrementada em um ano adicional, segundo
A expectativa de sobrevida aos 65 anos varia pouco projeções do IBGE.
entre estados brasileiros, porque as diferenças
estaduais de expectativa de vida ao nascer explicam- F IGURA 19. E XPECTATIVA DE SOBREVIDA AOS 65 ANOS, 2000-30
(Em anos, por região)
se, em grande medida, por taxas de mortalidade 90
infantil e juvenil muito diferentes. Em todos os estados
a expectativa de sobrevida aos 65 anos é superior a 15
anos, o que indica que se espera que, em média, um 85
Santo) é de apenas quatro anos. Portanto, é incorreto Brasil Norte Nordeste Sudeste Sul Centro-Oeste
afirmar que um trabalhador brasileiro vá trabalhar até a
75
morte se a idade mínima para aposentadoria for elevada
2000
2005
2015
2020
2030
2010
2025
a 65 anos.
Fonte: IBGE. Nota: a expectativa de sobrevida corresponde à idade a qual se espera
F IGURA 17. E XPECTATIVA DE SOBREVIDA AOS 65 ANOS, 2016 que um indivíduo chegue.
BRASIL
PI
PA
MA
SE
PE
PB
MT
MS
PR
MG
SC
SP
ES
RO
RR
AM
AL
CE
AC
BA
AP
RJ
RN
RS
DF
A diferença entre a idade mínima brasileira e aquela Cerca de 15,3% das aposentadorias por tempo de
dos países da OCDE não se explica por diferenças contribuição concedidas em 2016 foram para
substanciais de sobrevida aos 65 anos. A diferença de pessoas de até 49 anos de idade – entre mulheres, 1
expectativa de sobrevida não é muito grande. Uma em cada 5 aposentadas nessa modalidade tinha
11
menos de 50 anos. Em nenhum dos países da OCDE F IGURA 21. RGPS: APOSENTADORIAS, EM FAIXA DE SALÁRIO MÍNIMO,
existem aposentadorias em idade tão precoce. POR TIPO (Número total de aposentadorias, por tipo)
12.000.000
Aposentadorias por idade
FIGURA 20. D ISTRIBUIÇÃO DAS NOVAS APOSENTADORIAS POR TEMPO DE Aposentadorias por tempo de contribuição
CONTRIBUIÇÃO CONCEDIDAS, 2016 (Como % do total de cada sexo, por grupos de idade) 10.000.000
50%
15,3% das aposentadorias
Homens Mulheres
8.000.000
por tempo de contribuição
40% concedidas em 2015 foram
para pessoas com até 49 6.000.000
30% anos. Homens = 12%;
Mulheres = 20%
4.000.000
20%
2.000.000
10%
0
0% Até 1 1a2 2a3 3a4 4a5 5a6 6a7 Acima
de 7
35 a 39 anos
40 a 44 anos
45 a 49 anos
50 a 54 anos
55 a 59 anos
60 a 64 anos
65 a 69 anos
70 a 74 anos
75 a 79 anos
80 a 84 anos
85 a 89 anos
Fonte: Boletim Estatístico da Previdência Social (BEPS).
previdenciário muito similar a uma aposentadoria para Fonte: Boletim Estatístico da Previdência Social (BEPS).
F IGURA 23. RGPS: PROPORÇÃO DE APOSENTADORIAS POR TC, 2017 A proposta mais recente garante 60% de reposição,
(Como percentual do total de aposentadorias do RGPS)
50% 46%
isto é, de aposentadoria como porcentagem do
45%
46%
42%
Quase metade das salário médio de contribuição – uma reposição em
40% aposentadorias em
40%
SP e RJ são por TC linha com a média da OCDE, de 63,2%. A partir desse
35% 32% 31%
30%
ponto, há um escalonamento da taxa de reposição até
30% 1 em cada 25
27%
26%
aposentadoria
chegar aos 40 anos de contribuição. Entre 15 e 25 anos
25%
20%
21%
19%
s em Rondônia de contribuição, cada ano a mais garante 1 p.p. a mais
são por TC
15%
16% 16% 15%
15% 14%
13% 13%
12%
de taxa de reposição; nos 5 anos seguintes, entre 26 e
10%
11% 11%
9% 9%
6% 5%
30, um ano a mais de contribuição adiciona 1,5 p.p. de
5%
5% 4% 4%
reposição; posteriormente, entre 31 e 35 anos de
0% contribuição, ganha-se 2 p.p. de reposição para cada ano
GO
MS
MT
MG
MA
PI
TO
SP
ES
PE
SC
SE
PR
PB
PA
RJ
DF
BRASIL
AL
RS
BA
RN
CE
AP
AC
RR
AM
RO
adicional de contribuição; por fim, entre 36 e 40 anos,
Nota: TC = Tempo de contribuição. Fonte: Boletim Estatístico Regional da recebe-se 2,5 p.p. a mais de reposição para cada ano
Previdência Social.
adicional de contribuição, chegando-se no limite de 100%
F IGURA 24. PROPORÇÃO DE APOSENTADORIAS POR TC, 2017 E PIB PER de reposição.
CAPITA, 2015 (Em R$ e em % do total de aposentadorias do RGPS, por estado)
60% F IGURA 25. T AXA DE REPOSIÇÃO DA NOVA PROPOSTA DE REFORMA DA
PREVIDÊNCIA (Como fração do salário médio de contribuição, por tempo de contribuição)
Proporção de aposentadorias por TC (em %)
20% 80%
10% 75%
R² = 0,6449 70%
0%
R$ 5.000,00 R$ 20.000,00 R$ 35.000,00 R$ 50.000,00 65%
PIB per capita
Fonte: IBGE e Boletim Estatístico Regional da Previdência Social. Elaboração: Gabriel Nemer Tenoury. 60%
Notas: 1) TC = Tempo de contribuição. 2) O Distrito Federal foi excluído por ser um outlier em PIB per 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40
capita. 3) Tamanho das bolhas são proporcionais à população de cada estado
Tempo de contribuição, em anos
contribuição, com 65 anos de idade mínima para homens Fonte: Anuário Estatístico da Previdência Social 2016.
e 62 para mulheres, a contribuição de 40 anos é
necessária para ter acesso à aposentadoria integral, isto A taxa de reposição mínima proposta na Reforma
é, recebendo 100% da média dos salários de Previdenciária brasileira é mais alta que na maioria
contribuição. dos países da OCDE. A taxa de reposição mínima
proposta é próxima àquela existente na Dinamarca e
13
mais alta que os outros países escandinavos, como FIGURA 28. DÍVIDA ATIVA PREVIDENCIÁRIA: ABRIL, 2017
Suécia, Finlândia e Noruega. (250 maiores devedores, em bilhões de reais correntes )
80%
Dívida total dos 250 maiores
7% devedores: R$51,4 bilhões
60%
Dívida recuperável dos 250
40% 67% maiores devedores: R$34,4
4%
bilhões
20%
0%
Japão
Rep. Tcheca
Israel
Reino Unido
Finlândia
Portugal
Grécia
Rússia
Irlanda
França
Luxemburgo
México
EUA
Suécia
Eslovênia
Indonésia
Argentina
África do Sul
Alemanha
Canadá
Letônia
Bélgica
BRASIL
Áustria
Polônia
Estônia
Eslováquia
Hungria
Índia
Chile
Coréia do Sul
Dinamarca
Itália
Turquia
Noruega
Islândia
Arábia Saudita
Nova Zelândia
Holanda
Austrália
Suíça
OCDE
China
Espanha
Fonte: Cálculos dos autores com dados da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN)
rural e R$250 milhões para outros tipos de benefícios mandato eletivo, ou de emprego público, aplica-
fiscais. se o regime geral de previdência social.
F IGURA 30. R ESULTADO DO RGPS, 2007-2017 Ao analisarmos os dados de gasto per capita nos
(Em R$ bilhões de 2017)
100
regimes público (RPPS) e privado (RGPS), notamos
que os servidores públicos têm um déficit per capita
50 maior. Enquanto um aposentado do setor público custa,
0 em média, R$112.751 anuais ao erário, um aposentado
-36 -43 -38
-21 -25 -27 -29 do setor privado exige R$17.402 de dispêndio. O déficit
-50 -49
-56 per capita também é muito maior entre os servidores:
-100 -110
R$78.526 contra R$5.130 na iniciativa privada.
-139
-150
Renúncias RGPS Resultado sem renúncias
Tabela 5. Resumo da Previdência Social, 2016
-200
(Saldo por regime e per capita)
Beneficiários Receitas Despesas Saldo
2007
2008
2009
2010
2011
2012
2013
2014
2015
2016
2017
(pessoas) (R$) (R$) (R$)
TOTAL Valor (R$ milhões) 30,17 milhões 391.763 618.649 -226.886
Fonte: Secretaria de Previdência. Nota: O dado para renúncias de 2009 é uma média dos
anos adjacentes. Inflator: IPCA (RGPS +Per capita anual (R$) - 12.987 20.508 -7.521
RPPS) % do PIB - 6,3% 9,9% -3,6%
Em última instância o equilíbrio do sistema RGPS Valor (R$ milhões) 29,18 milhões 358.137 507.871 -149.734
TOTAL Per capita anual (R$) - 12.272 17.403 -5.131
previdenciário precisa ser mantido com um aumento % do PIB - 5,7% 8,1% -2,4%
de receitas previdenciárias e redução de despesas RGPS Valor (R$ milhões) 19,76 milhões 350.217 396.561 -46.344
previdenciárias planejadas, não havendo uma URBANO Per capita anual (R$) - 17.720 20.065 -2.345
% do PIB - 5,6% 6,3% -0,7%
fórmula mágica que resolva o desequilíbrio atual. A RGPS Valor (R$ milhões) 9,42 milhões 7.920 111.310 -103.390
revisão de regimes tributários especiais e a cobrança da RURAL Per capita anual (R$) - 841 11.817 -10.976
dívida ativa da Previdência são importantes e podem % do PIB - 0,1% 1,8% -1,6%
RPPS Valor (R$ milhões) 0,98 milhões 33.626 110.777 -77.152
contribuir marginalmente para resolução do problema, TOTAL Per capita anual (R$) - 34.225 112.752 -78.527
mas sem uma revisão mais ampla, que considere a % do PIB - 0,5% 1,8% -1,2%
RPPS Valor (R$ milhões) 0,68 milhões 30.696 73.779 -43.082
mudança demográfica brasileira, o equilíbrio vai ser CIVIL Per capita anual (R$) - 44.907 107.933 -62.942
alcançado. % do PIB - 0,7% 1,7% -1,0%
RPPS Valor (R$ milhões) 0,30 milhões 2.930 36.999 -34.069
MILITAR Per capita anual (R$) - 9.800 123.771 -113.971
% do PIB - 0,0% 0,6% -0,5%
ASPECTOS DA REFORMA DA PREVIDÊNCIA QUE Fonte: Cálculos dos autores com dados do Boletim Estatístico de
ATINGEM O FUNCIONALISMO PÚBLICO E Pessoal, Boletim Estatístico da Previdência Social e Relatório
POLÍTICOS Resumido de Execução Orçamentária.
2023
2028
2033
2038
2043
2048
2053
2058
Portanto, a conclusão é que a geração atual de tempo de contribuição e benefício à medida que a
servidores públicos – que em grande medida expectativa de sobrevida aumenta.
ingressou na carreira antes de 2013 – ainda tem
grandes privilégios em relação aos trabalhadores do
Há outras distorções a serem abordadas em reformas
setor privado, mas os que entraram após essa data,
futuras, como a questão do funcionalismo público
não. Os privilégios dos servidores públicos podem ser
pré-2003/2013, a reforma do RPPS militar, o déficit da
alvo de debates de política pública na busca da equidade,
previdência rural e a vinculação automática de
mas o problema previdenciário para a geração futura de
aposentadorias ao salário mínimo. Como as propostas
servidores já estava relativamente bem solucionada
de reforma em discussão contemporaneamente não são
pelas reformas aprovadas nos governos Lula e Dilma.
senão ajustes marginais no sistema previdenciário,
limitados ainda mais pela natureza do processo
legislativo, gestores públicos futuros terão,
CONCLUSÕES necessariamente, de revistar essas questões em novas
As mudanças demográficas que o Brasil enfrenta reformas, sob a pena de insolvência da máquina
somadas à estrutura do sistema previdenciário governamental.
brasileiro tornam inevitáveis reformas
previdenciários no presente e no futuro. O aumento
da expectativa de sobrevida da população aos 65 anos AGRADECIMENTOS
significa que cada beneficiário vai passar mais tempo
recebendo benefícios e que haverá menos trabalhadores
Os autores agradecem a Manoela Scott, pela ajuda na
para sustentar os aposentados.
coleta de dados das projeções populacionais; Pedro
Fernando Nery, por suas sugestões e opiniões acerca de
O envelhecimento brasileiro não é de conhecimento dados desta Nota de Política Pública; Gino Olivares,
da população brasileira; trata-se de uma ameaça Rogerio Monteiro e Claudio Lucinda, pelas sugestões no
invisível, como afirmado por Paulo Tafner e Fabio que tange alguns gráficos desta NPP; Luan Sperandio,
Giambiagi5. Contudo, é necessária a consciência que o pela revisão textual e ortografia, bem como toda a equipe
Brasil não está preparado para os desafios da transição do Instituto Mercado Popular. Eventuais erros e omissões
demográfica. são inteiramente de nossa responsabilidade.
5
GIAMBIAGI, Fabio; TAFNER, Paulo. Demografia: a ameaça
invisível. 2010