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MONTAGENS ELETRÔNICAS PARA QUEM

NÃO É TÉCNICO
Volume 2 – Circuitos eletrônicos básicos
Paulo Edson Mazzei
Edição revista e ampliada
Direitos autorais do texto original Copyright ©
2009-2013 Paulo Edson Mazzei
Todos os direitos reservados.
As marcas e nomes comerciais citadas nesse livro são de
propriedade dos seus respectivos donos e por eles registradas®.
Fotos onde não existe o copyright do autor são de propriedade das
entidades mostrada na própria legenda.
Para algumas fotos não foi possível identificar o autor, mas ele
tem todos direitos sobre essas fotos. Se isso ocorrer, por favor, entre
em contato conosco.
Nenhuma parte deste livro poderá ser utilizada, copiada ou
reproduzida em qualquer forma ou meio, sem a expressa autorização
do autor, sob as penas da lei.
Contato: radioeletronico@gmail.com
Dedicatória
Com carinho, para minha família, Rita, Xexa, Paulinho e Rô da
qual “roubei” horas para fazer esse livro.
As minhas ajudantes “caninas”, que permaneciam ao meu lado
durante as longas horas de montagem dos aparelhos mostrados e
descritos neste livro: Perola e Paloma (in memoriam).
Aos amigos que nos apoiaram nesse trabalho, que teve
algumas “paradas” por desanimo.

Ao grande amigo Gilberto Affonso Penna (in memoriam), Editor


das revistas “Antenna” e “Eletrônica Popular”, que sempre me
incentivou a publicar artigos técnicos e que recebeu meus primeiros
originais.
Apresentação

Umas palavras...
Escrevi esse livro para encorajá-lo a se aventurar na
montagem de pequenos aparelhos eletrônicos, geralmente divulgados
em revistas e livros técnicos da área.
Nos muitos anos de prática na área profissional e de ensino de
eletrônica, sempre me deparei com jovens e veteranos fascinados por
eletrônica, mas sem coragem para ir em frente e realmente realizar
alguma montagem.
As revistas técnicas de eletrônica, livros da área e milhares de
sites na Internet, despejam um grande volume de informações sabre
as mais variadas áreas da eletrônica, indo de pequenas fontes de
alimentação até equipamentos sofisticados como um verdadeiro
analisador de espectro feito em casa!
Entretanto, apenas uma pequena parte dessas informações
passa para o montador iniciante o que realmente deve ser feito,
iniciando-se com uma pequena descrição do circuito e indo até
detalhes finais como a calibração e uso. No meio dessa “via crucis”,
as informações são mínimas, mas de vital importância para a
iniciante. Como, por exemplo, desenhar o Iayout de uma placa de
circuito impresso, que é o terror e bloqueio de grande número de
montagens. Outros temas como leitura de diagrama esquemático,
Iayout e desenho de caixas para abrigar os pequenos projetos, uso
de equipamentos de teste, localização de falhas, quase nunca
aparecem. E a localização e substituição de componentes eletrônicos,
quando não se acha a indicada? Terrorismo puro...
Note bem que eu não “inventei” nada. O que faço nesse livro é
dar as dicas de como tomar “montáveI” um projeto de montagem.
Usei projetos meus feitos ao longo do tempo, alguns projetos de
amigos e outros de livros e revistas. Sempre dando os créditos ao
autor do projeto original.
Usei aqui um mínimo de teoria: só o necessário para explicar
algum detalhe muito útil de um componente ou circuito e
principalmente, na hora de possíveis substituições. Existem centenas
de bons livros no mercado que poderão ajudá-lo a se aprofundar na
parte teórica da eletrônica.
A linguagem usada em todo texto procurou ser adequada ao
principiante, fazendo com que você se sinta mais á vontade para
encarar a montagem de um aparelho eletrônico. Que me perdoem os
“amadores profissionais”...
Espero, com esse livro, ajudá-lo exatamente nos pontos
críticos mostrados acima. Aqui você vai encontrar o diagrama
esquemático bem desenhado, com identificação dos terminais de
semicondutores e outros, sugestões de layout para a confecção da
placa de circuito impresso, pontos críticos das montagens, sugestões
para a confecção da caixa que abrigará sua montagem, como testar
as partes, como funciona etc.
Não se assuste com os problemas relatados acima, pois
espero que nesse livro você não os encontre!
Entretanto, chega de palavras e mãos a obra! Nunca deixe o
ferro de soldar esfriar...!!

Por que um E-book?


O trabalho original de MONTAGENS ELETRÔNICAS PARA
QUEM NÃO É TÉCNICO terminou no ano de 2009 e virou um livro
com um grande numero de paginas, feito em uma gráfica rápida.
Esse tipo de livro ficou praticamente impossível de converter
para E-readers, e devido a sua grande extensão e quantidade de
desenhos. Com a chegada dos E-readers, tabletes, iPad, Kindle, etc.,
decidimos dividi-lo em volumes, para leitura nesses E-readers,
incluindo em cada um desses volumes os capítulos originais
pertinentes ao assunto.

Também aproveitamos essa divisão em volumes e fizemos


uma atualização dos conteúdos de cada capitulo, bem como melhor
apresentação das figuras e desenhos apresentados.
O importante é que foi mantida a ideia original que era ensinar
aos novatos na arte de montar pequenos aparelhos eletrônicos, como
fazer isso de uma forma que não houvesse uso de teorias, cálculos,
componentes eletrônicos difíceis, etc.
Fundamentalmente foi mantida a forma de “passo a passo”,
com a apresentação simplificada da teoria, diagramas esquemáticos,
desenho dos layouts das placas de circuito impresso (onde usadas),
técnicas de montagem, lista de materiais, substituições etc.

Os volumes que se seguem deverão conter os seguintes


assuntos (Nota: pode ser que devido à conversão para os E-readers,
esses assuntos possam variar ligeiramente). Veja quanta coisa boa
vem ai!
NOTAS AOS INICIANTES:
1. Em todos os volumes de MONTAGENS ELETRONICAS,
você vai encontrar referencias a modelos mais antigos
de componentes eletrônicos. Não, o livro não está
desatualizado. O fato é que o montador de pequenos
circuitos eletrônicos é bastante curioso e devido a isso
poderá desmontar aparelhos eletrônicos mais antigos
para retirada das peças e construção de outros
aparelhos, como mostrado ao logo desse livro!
2. Muitos componentes novos são caros e às vezes
encontrados somente em lugares específicos. Para que
você não desanime, desmonte rádios valvulados e
transistorizados, TV, etc., mais antigos, pois eles são
uma “mina” de componentes!!

OBSERVAÇÕES E CONDIÇÕES DE FORNECIMENTO


DESSE LIVRO
1. Os projetos aqui descritos têm como fonte de referência
livros, revistas, sites na Internet, manuais de fabricantes, normas
técnicas e experiência profissional do autor, conforme listados nas
“Referências” de cada capitulo. Essas pessoas, entidades, órgãos,
empresas, etc. são os proprietários desses projetos, marcas,
símbolos, aplicações, etc. Esses projetos são apresentados de forma
a enriquecer o hobby de montagem de pequenos aparelhos
eletrônicos, sem incentivar a comercialização dos mesmos.
2. Todo cuidado foi tomado para que as informações aqui
fornecidas fossem as mais corretas possíveis. Porem, não nos
responsabilizamos e nem garantirmos que os projetos montados por
você, vão funcionar da maneira descrita nesse livro. Em resumo, eles
são montados por sua própria conta e risco. Para nós, todos eles
foram montados e funcionaram. Sempre sugerimos que você consulte
as fontes de referência, como apoio.
3. Todos os projetos foram montados, testados e descritos
nesse livro com o intuito de ajudar as pessoas que querem entrar na
“arte da montagem eletrônica”. Não temos nenhum vinculo com
fabricante ou revendedor de componentes eletrônicos. Quando
mencionada determinada marca ou modelo, isso é feito como
exemplo de uso do componente ou material para uma determinada
aplicação. Todos componentes eletrônicos, peças, materiais,
ferramentas, etc., estavam disponíveis na época de publicação desse
livro (2009).
4. Quaisquer “Marca Registrada” ® ou Nome de Fantasia
mencionados em todo texto pertencem aos seus respectivos
proprietários. Procurei também mencionar todos os “Copyright” ©
possíveis e se algum não foi mencionado, foi por falta de informações
disponíveis na época. Estou à disposição para a devida alteração,
caso ocorra esse fato.
5. Não tenho como dar “consultas particulares” sobre as
informações fornecidas. Entretanto, perguntas serão respondidas via
e-mail, no endereço de e-mail no inicio do livro. O tempo de resposta
será o menor possível, dentro das atividades do autor.
6. Faltou alguma coisa nesse livro? Ótimo, sinal que você leu
com atenção: envie um e-mail para mim, com as sugestões. Você
encontrou alguma coisa errada? Por favor, informe via e-mail. Gostou
do livro? Recomende a outros...
7. E por fim...
Com certeza algum material desse livro vai ser copiado,
transcrito, colocado na Internet e imitado. Procure respeitar os
Direitos Autorais. Em caso de transcrição para outros textos ou
Internet, peça autorização e sempre mencione a fonte e o autor.
Se você cobiça o exemplar desse livro que você viu na
bancada de montagem de um amigo, não copie afinal eu gastei cerca
de quatro anos para fazê-lo e muitas horas foram roubadas do
convívio familiar para produzir os textos, desenhos, fotos, etc. que
você vê aqui.
Um grande abraço e mãos a obra! Aqueça o ferro de soldar!!
Índice
Capitulo 1
O DIAGRAMA ESQUEMÁTICO REAL
Capitulo 2
O CIRCUITO RETIFICADOR
Tipos de corrente elétrica
Circuitos retificadores
Circuitos retificadores de meia onda e de onda completa
Capitulo 3
AMPLIFICADORES
O que fazem os amplificadores
O transistor como amplificador de baixas frequências (áudio))
Capitulo 4
OSCILADORES
Introdução
O básico sobre osciladores
Osciladores a cristal
Recomendações para osciladores
Capitulo 5
RECEPTORES DE RÁDIO
Introdução
O sinal de rádio
Os tipos de modulação
O receptor a cristal
O receptor de conversão direta
O receptor super-heteródino
O receptor de FM
Construção de receptores de radio.
Capitulo 6
TRANSMISSORES DE RÁDIO
Introdução
Transmissores de sinais de rádio
O transmissor de CW – Continuous Wave - Telegrafia
O transmissor de AM
O transmissor de SSB
Construindo transmissores de rádio
Capitulo 7
ANTENAS
Introdução
A onda eletromagnética
As definições usadas para antenas
Materiais para antenas
A antena vertical
Antenas horizontais
A antena direcional tipo yagi
Outros tipos de antenas
Instalação de antenas
Ajuste de antenas
Capitulo 8
O CI NE602
Introdução
NE602: A pequena maravilha!
O circuito de entrada
O circuito do oscilador local
O circuito de saída
A alimentação para o NE602N
Uma aplicação simples para o CI NE602N
Lista de peças para o circuito do conversor.
Dicas sobre os componentes
Capitulo 9
O MICRO CONTROLADOR PIC
Introdução
O que são os micro controladores?
O hardware para a programação
O software para a programação do PIC
Um pequeno projeto com PIC.
Dicas
As “Protoboards” e as placas de circuito impresso para
protótipos.
Nota: Um índice descritivo completo, dos nove volumes,
em PDF, pode ser solicitado diretamente para o autor. Veja no
contato.
Capitulo 1
O DIAGRAMA ESQUEMÁTICO REAL
Introdução
O diagrama esquemático ou simplesmente “esquema” é um
desenho que, através de símbolos gráficos, mostra como os diversos
componentes de um circuito são interligados para desempenhar certa
função.
Não seria possível mostrar o desenho real de todos os
componentes de um circuito, daí a necessidade de mostrar os
diversos símbolos interligados. Esse mesmo tipo de representação é
usado em várias áreas, como no desenho de uma casa, onde as
paredes, portas, janelas, etc. são mostradas através de símbolos
específicos para as mesmas.
O diagrama em blocos
Com a complexidade cada vez maior dos circuitos eletrônicos,
o diagrama em blocos é uma ferramenta muito útil para mostrar o
funcionamento de um circuito. Neste diagrama, cada componente é
mostrado como um bloco. Algumas vezes o bloco ilustra uma série de
componentes que desempenham certa função no circuito. Nada
melhor do que um exemplo para mostrar este funcionamento. A
figura 1 mostra o diagrama em blocos de uma fonte de alimentação
regulada.
Na figura 1 são mostrados os diversos blocos que compõem
uma fonte regulada. Usa-se ainda, o desenho das formas de onda de
tensão (em vermelho), na saída de cada bloco. Logo abaixo de cada
bloco, temos os componentes eletrônicos principais que estão dentro
de cada bloco.
Figura 1 Diagrama em blocos de uma fonte regulada

O diagrama esquemático
O diagrama esquemático já usa os símbolos gráficos que
analisamos nos capítulos anteriores, para os diversos componentes
eletrônicos. Assim sendo, por exemplo, um transformador conectado
a um par de diodos retificadores é mostrado como o símbolo gráfico
do transformador, interligado aos diodos, através de fios. Analise a
figura 2, (a).
Note que fios, representados por linhas, só tem contato elétrico
quando unidos por um pequeno círculo preto. No diagrama os fios
podem se cruzar, e sem essa “bolinha” eles não têm nenhum contato
elétrico.

Normalmente os diagramas esquemáticos são “lidos” da


esquerda para a direita e de cima para baixo. Note que a identificação
dos diversos componentes também segue essa rota.
Em (b) da figura 2, já são mostrados os componentes reais
interligados, num circuito que funciona.
Figura 2 Diagrama esquemático e interligação dos blocos

Em vários tipos de outros circuitos, além da fonte de


alimentação, existe mais uma convenção usada, para a alimentação,
baterias e caminho do sinal. Vamos ver a figura 3.
Quatro detalhes são importantes no diagrama da figura 3, já
que são quase o padrão para os desenhos de outros diagramas
esquemáticos:
a) A entrada de sinal (Microfone) é colocada à esquerda,
enquanto que a saída (Alto-falante) está à direita. O fluxo do sinal é
sempre da esquerda para a direita,

b) Os componentes são também numerados da esquerda para


a direita, de cima para baixo,
c) A alimentação do circuito, no caso uma bateria de 9V, é
colocada a direita. Quando usamos fonte de alimentação para
127/220V, ela costuma ser desenhadas a esquerda do circuito, e.
d) A linha que alimenta o circuito está com o mais (+) na parte
superior e como menos (-) na parte inferior. Note que todos os
componentes desenhados na linha marcada pela letra “A”, dentro da
seta, estão todos conectados ao polo positivo da bateria de 9V,
através da chave Ch1. Na linha marcada “B”, na base do diagrama,
os componentes ai desenhados, estão conectados a massa, terra ou
“ponto comum do circuito”.

Figura 3 Diagrama esquemático de um amplificador de áudio convencional.

Junto com o diagrama esquemático do projeto que você vai


montar, sempre é fornecida a lista de materiais, contendo as
especificações dos componentes usados.
Ela costuma listar:
a) Resistores, com valor, dissipação, tolerância;
b) Capacitores, com valor, tensão de trabalho, tipo de
construção (cerâmico, plástico, etc.);
c) Semicondutores, como diodos, transistores, circuitos
integrados, display, LED, com modelos e possível substituições;
d) Indutores, como transformadores, bobinas, choques de RF,
etc.;
e) Por fim Diversos, onde entram dados sobre a caixa para o
projeto (algumas vezes), fios, cabos, parafusos, fusíveis, etc.
Figura 4 Lista de Materiais, conforme é fornecida pelas revistas ou livros (a
maioria).
Para você ter uma ideia de uma lista de materiais real, veja a
figura 4, tirada do artigo “Montando o Receptor Simples e
Eficiente”, publicado na revista “Eletrônica Popular”.

a) a Lista mostrada refere-se ao circuito mostrado na Fig. 4 do


artigo mencionado.
b) No caso dos Semicondutores, são dados dois modelos que
podem ser usados e indica que equivalentes também funcionam.
c) Na relação de Resistores, já é indicado que todos eles são
de dissipação = 1/4 W (0,25W), com tolerância de 5%, do tipo
“carvão” (carbono).
d) No caso dos Capacitores, os tipos (de acordo com a
construção), são indicados no diagrama esquemático.
e) Os Diversos indicam as bobinas, que estão descritas no
texto do artigo. Demais diversos são: plaqueta de circuito impresso
(desenho fornecido), fios, solda, etc.
Agora tudo junto: Diagrama esquemático, figuras, lista de
materiais e texto,
Como será que tudo isso aparece num projeto real descrito em
uma revista, para ajudar o montador iniciante? Veja a figura 5, que é
uma página real de uma revista. (Mazzei, Paulo E. – ”Montando o
Receptor Simples e Eficiente PY2DJW”, Revista “Antenna - Eletrônica
Popular”, Vol. 114, no.3, Dez/98 – Rio de Janeiro, RJ).
Figura 5 Pagina completa da revista, com diagrama esquemático, lista de
materiais, etc.

Nessa figura o Diagrama Esquemático (com resistores e


capacitores no padrão norte-americano) é mostrado logo no topo da
página, indicado como “Fig. 4 - Diagrama esquemático do “Módulo
Misturador”. Note que no diagrama estão indicados os tipos dos
capacitores usados, como informado na Lista de Materiais (ver figura
4): os capacitores que tem um pequeno triângulo preto ao lado devem
ser do tipo “cerâmica, disco, 50 V” e os que têm um pequeno
quadrado ao lado devem ser do tipo “Stiroflex, 50V”
Nesse diagrama, note ainda:
► A saída do circuito, vai ao “1º Transformador de FI”, que
está descrito em outra parte do artigo.

► O circuito tem uma entrada, na base da figura, onde está


marcado “Sinal do Oscilador Local”.
► Junto ao diagrama é fornecido um desenho de TR1, para
ilustrar qual é a localização dos terminais do mesmo. Note que ele é
um transistor do tipo FET, com dupla porta (dual gate).
► Observe que nesse diagrama tem um símbolo novo para
você que é a antena: está conectado ao potenciômetro marcado “Rx”.
O desenho mostrado na fig. 5 da revista, “Sugestão para o
circuito impresso do módulo misturador (face do cobre, escala
1:1)” é o desenho da placa de circuito impresso. Mais detalhes sobre
essas placas você vai ver no capítulo apropriado. É também fornecido
outro desenho dessa placa, visto pelo lado dos componentes.
A Lista de Materiais já foi discutida na figura 4.
Por fim, o texto do artigo descreve “O MISTURADOR” em
seus detalhes, componentes usados, dicas de como substituir, etc.
Tudo isso numa linguagem simples, informativa e com detalhes
para o montador que vai repetir o projeto.
Capitulo 2
O CIRCUITO RETIFICADOR
Introdução
Basicamente existem três tipos de circuitos usados em
eletrônica: o retificador, o amplificador e o oscilador.
Nesse capítulo vamos analisar os conceitos básicos dos
circuitos retificadores que tem extensa aplicação nas fontes de
alimentação.
Tipos de corrente elétrica
As pilhas e baterias fornecem CC - Corrente Contínua que
circula em apenas uma direção num circuito elétrico e tem amplitude
constante.
A corrente que nós temos disponível em nossas residências,
nas tomadas na parede, é CA - Corrente Alternada, que circula em
duas direções e varia sua amplitude constantemente. Isso é chamado
de alternação e ocorre 60 vezes por segundo, para uma CA de
frequência igual a 60 Hz.
A CA é produzida em geradores, nas usinas hidroelétricas e
transportada até nossas residências, passando por estações
abaixadoras, até termos 127 ou 220 VCA em nossas residências.
Veja a figura 6.
Observa-se que a forma de onda de CC, na figura 6 tem um
valor (amplitude) que permanece constante em 7,5V. No caso da
forma de onda de CA, a corrente alterna a polaridade e o valor não é
constante.
O valor de tensão de 127 ou 220V que temos em nossas
residências é o “valor RMS”, como mostrado pela linha tracejada no
desenho da CA. O valor de pico ou valor máximo que a onda de CA
atinge em cada semiciclo, é calculado multiplicando-se o valor da
VRMS por 1,414, como na figura 6.
Figura 6 Formas de onda de CC e CA

Circuitos retificadores
Equipamentos eletrônicos usados pelo amador, como
amplificadores, receptores, transmissores, acessórios, etc.
geralmente não são alimentados diretamente pela rede de energia
elétrica de 127 ou 220 VCA.
Os circuitos desses equipamentos precisam de CC para
funcionar, com um valor de tensão bem menor, geralmente entre 3 e
28 volts, com correntes variando de algumas dezenas de miliampères
até dezenas de ampères.
Dai entra o circuito retificador, que transforma a Corrente
Alternada, em uma CC pulsante. Essa CC pulsante ainda não tem os
requisitos corretos para alimentar nenhum circuito eletrônico
convencional.
Para que tenhamos uma CC que possa ser usada, colocamos
no circuito um filtro, que nada mais é, na sua forma mais simples, um
capacitor de alto valor, do tipo eletrolítico. Analise a figura 7.
Figura 7 Retificador de meia onda.

Circuitos retificadores de meia onda e de onda completa


Em (a) da figura 7 é mostrado um retificador de meia onda,
constituído por um diodo retificador, conectado a um gerador de
127V. A tensão de entrada, fornecida pelo gerador é mostrada a
direita desse circuito. À esquerda, é mostrada a forma de onda de
saída, constituída de uma CC pulsante.
Em (b) da mesma figura é mostrado o mesmo circuito
retificador de meia onda, agora com um capacitor de filtro conectado
a saída, para “aplainar” a CC pulsante. Veja o resultado na forma de
onda a direita desse circuito.

Metade da onda de CA é cortada, quando o diodo está


polarizado inversamente e não conduz. Dai o nome “retificador de
meia onda”. No caso do capacitor eletrolítico de filtro que foi
adicionado, ele mantém a tensão próxima ao valor de pico, mas com
o tempo, ele se descarrega, até chegar outro semiciclo, onde o
capacitor novamente atinge o valor de pico da tensão.
O retificador de meia onda não é muito usado e no seu lugar é
usado o retificador de onda completa, que usa dois diodos, mas
precisa de um transformador de força ou potência com uma tomada
central no enrolamento, como mostrado na figura 8.
Figura 8 Circuito retificador de onda completa

Observando-se a forma de onda de saída do retificador de


onda completa, verifica-se que ela melhorou bastante uma vez que as
duas “metades” (semiciclos) do sinal de CA foram aproveitadas.
Outro circuito de retificador de onda completa que é bastante
usado é o circuito retificador de onda completa em ponte, que usa
quatro diodos. Nota-se que nesse caso, o secundário do
transformador de força não precisa ter uma tomada central, o que
barateia o custo total da fonte, já que o transformador costuma ser o
componente mais caro de uma fonte de alimentação.
Esse circuito em ponte é mostrado na figura 9 e a forma de
onda da tensão de saída é a mesma do circuito retificador de onda
completa que usa dois diodos. Os quatro diodos podem ser
encontrados já montados no mesmo invólucro, como mostrado no
desenho da figura 9.
Figura 9 Circuito retificador em ponte

No capítulo sobre FONTES DE ALIMENTAÇÃO, em


“PROJETOS”, você vai encontrar mais detalhes práticos e
construtivos sobre fontes de alimentação.
27/11/13 – pem – Ver 0
Capitulo 3
AMPLIFICADORES
Introdução
Provavelmente os circuitos amplificadores são os mais usados
em eletrônica.
Você vai encontrar amplificadores desde o rádio portátil, até
em sistemas de Home Theater, com amplificadores de vários canais.

Nesse capítulo você vai entrar em contato com amplificadores


de áudio (som), e amplificadores operacionais, usados em diversos
circuitos e instrumentos de medidas. Vamos ver também
amplificadores de áudio em forma de um CI – Circuito Integrado, que
tem uma grande gama de aplicações e facilita em muito a vida do
montador amador.
O que fazem os amplificadores
Vamos iniciar nossa análise de amplificadores pelos tipos que
usam transistores bipolares, que podem ser NPN ou PNP, como já
visto no capítulo específico sobre transistores.
Numa definição bem simples “um amplificador permite a
entrada de um sinal na sua entrada e permite que se obtenha um
sinal "aumentado” na sua saída”. Isso dentro de certos parâmetros
como ganho, fidelidade, distorção, eficiência, etc. Para efeito de
análise, pode ser considerado como um “bloco”, com entrada saída e
alimentação, como mostrado na figura 10.

Figura 10 Estágio amplificador


O transistor como amplificador de baixas frequências (áudio))
Os transistores bipolares podem ser usados em três tipos de
configurações, como ilustrado na figura 11. Note que o nome dado a
cada uma das configurações está de acordo com o elemento do
transistor que é comum à entrada e a saída do amplificador.

Figura 11 Configuração do transistor bipolar como amplificador

Os desenhos da figura 11 mostram polarizações simplificadas,


para testes, do transistor, nas três configurações: base comum,
coletor comum e emissor comum. Mas na prática, como são
polarizadas essas diversas configurações? Analise a figura 11 que
mostra circuitos reais do transistor como amplificador.
Figura 12 Polarizações típicas para transistores NPN.

Agora vamos ver para que servem os diversos componentes


usados num amplificador com transistor bipolar, NPN, em
configuração emissor comum, que é a mais comumente usada em
áudio frequências. Verifique isso na figura 13 .
Na figura 13, os resistores R1 e R2 formam um circuito divisor
de tensão, para fornecer a tensão de polarização correta para a
junção base/emissor. R3 é o resistor de emissor e dá estabilidade ao
circuito. Faz com que o circuito fique menos dependente do ganho
individual do transistor, ganho esse chamado de beta (β).
Figura 13 Componentes do circuito amplificador

No resistor de coletor, R4, é desenvolvida a tensão de saída do


circuito amplificador. Os capacitores C1 e C3 permitem a entrada e
saída do sinal de CA (sinal de áudio, que vai ser amplificado). O
capacitor de emissor, C2, em paralelo com R3, permite a passagem
livre do sinal de CA no resistor de emissor, R3.
Note que alguns dos componentes são ligados a massa (terra),
que é o ponto comum do circuito. Ai também são conectados as
massas (terras) dos sinais de entrada e o negativo da fonte de
alimentação de 12V. É outra forma de desenhar o circuito dessa
configuração, quando comparado com o desenho da figura 12.
Muitas vezes vamos precisar obter ganhos relativamente
elevados com um amplificador de áudio e nesse caso podemos usar
amplificadores com vários estágios de amplificação, como o ilustrado
na figura 14. Cada estágio de amplificação é representado por um
transistor e seus componentes associados. No caso, o amplificador
de áudio apresentado tem três estágios.
Figura 14 Amplificador de áudio de três estágios.

Em (a) da figura 14.6, é mostrado um amplificador de coletor


comum. Dois transistores interconectados em configuração Darlington
são mostrados no desenho (b). Em (c) é mostrado uma configuração
de transistores em par complementar.
O amplificador de operacional
Dentre os muitos tipos de CI lineares, os amplificadores
operacionais são os mais usados. Esses amplificadores têm duas
entradas e amplificam a diferença entre essas entradas.
Um Op Amp (amplificador operacional) muito comum, já
veterano, mas ainda funcionando, é o modelo 741. Esse CI tem vários
transistores e resistores internamente, num único “chip”. Veja o
desenho da figura 15 que mostra o circuito interno do 741. Note a
grande quantidade de transistores usados na sua construção.
Figura 15 Amplificador operacional 741.

Nos “Manuais de Amplificadores Operacionais”, de diversos


fabricantes, você vai encontrar dezenas de circuitos para as mais
diversas aplicações com esses amplificadores. A figura 16 ilustra
uma dessas aplicações, para um amplificador de áudio, que pode ser
usado para um microfone, por exemplo. O CI TL081 é semelhante ao
741 e é fabricado pela TEXAS INSTRUMENTS®.
No amplificador de áudio da figura 16, o negativo da fonte de
alimentação de 12V é conectado a massa. Os conectores de entrada
e saída são dos tipos usados para cabos blindados, como os
conectores tipo “RCA”, fêmeas. O potenciômetro de Ganho, R4,
permite o ajuste do ganho do circuito ou “volume”.
Figura 16 Pré-amplificador de áudio com amplificador operacional.

14.5 AMPLIFICADORES DE POTÊNCIA DE ÁUDIO

Os amplificadores de potência elevam o sinal a um nível


suficiente para acionar um alto-falante ou um par de fones. São
usados em receptores de radio, TV, FM e nos “receiver” usados em
HI-FI e Home Theater.
Com a disponibilidade de circuitos integrados amplificador de
potência é muito fácil para o montador amador construir
amplificadores de potência de áudio, com várias potências de saída
(medidas em Watts). Isso também facilita tremendamente a
elaboração da PCI, que se torna muito simples. Alguns fabricantes
desses CI costumam dar nos seus Manuais, os desenhos (layout) da
PCI.
A figura 17 mostra um exemplo de amplificador com
transistores de potência, do tipo plástico, que pode ser usado para um
amplificador de potência HI-FI de uso geral.
Figura 17 Amplificador de potencia com transistores Darligton

Na figura 17 o circuito mostrado pode fornecer várias


potências de saída, até aproximadamente 70W, com a substituição de
alguns componentes e dos transistores de saída Tr4 e Tr5. Esses
transistores são do tipo “Darlington” e tem seu diagrama interno
mostrado na mesma figura, a esquerda. Note que nos blocos
“Estabilização Térmica” e “Proteção Contra Curtos-circuitos”, existem
outros componentes eletrônicos, que formam esses circuitos.
Modernamente podemos usar CI de potência, que reduzem em
muito toda “mão de obra” para a construção e montagem de
amplificadores de potência.

Um CI de grande uso e utilidade, principalmente para a


montagem de pequenos receptores de áudio é o LM386, fabricado
pela NATIONAL®. Ele produz cerca de 0,3 W de saída quando
alimentado com 6V, numa carga de 4 ohms ou cerca de 0,8W numa
carga de 8 ohms quando a alimentação for 12V. A figura 18 mostra
detalhes do circuito de aplicação do mesmo.
Figura 18 Amplificador de áudio com CI LM386

Recomendações para amplificadores de áudio


a) Usar cabos de entrada blindados para que não haja
problemas de captação de zumbidos. Os circuitos de entrada
trabalham com sinais de baixo nível e tem altos ganhos nos seus
estágios amplificadores.
b) Cabo de saída grosso, conforme potência e distância do
alto-falante ou caixa acústica.
c) Aterramento conveniente do circuito, nos pontos
recomendados que geralmente são as entradas de sinal.
d) Fontes de alimentação reguladas e bem filtradas.
e) Conexões entre PCI e controles do painel, como volume,
tonalidade, chaves, etc. devem ser feitas com cabos blindados.
f) Transistores de potência e CI de potência, devem ser
montados em dissipadores de calor apropriados, conforme
recomendação do fabricante. Use pasta térmica e a ferragem
adequada.
27/11/13 – pem – Ver0
Capitulo 4
OSCILADORES
Introdução
Osciladores são muito usados em circuitos de rádio, TV, FM,
transmissores, etc. É importante que você conheça os modelos
básicos e que tipos de configuração eles podem ter.
O básico sobre osciladores
“Osciladores produzem oscilações” A afirmação é boba, mas é
verdadeira. Osciladores são circuitos que através de componentes
ativos (transistores e CI), produzem sinais, geralmente senoidais
(como a forma de onda da tensão de CA), para aplicações em rádio,
TV, transmissores, etc. Algumas aplicações exigem que osciladores
produzam sinais de forma “quadrada” ou mesmo “triangular”.
Os osciladores podem ser do tipo “LC”, indicando que eles
produzem a oscilação com circuitos LC = indutores (L) e capacitores
(C). O oscilador a cristal usa esse componente para produzir as
oscilações, como os usados em clock de computadores.
Quando um oscilador é ligado pela primeira vez,
instantaneamente ele começa a produzir oscilações. Entretanto, como
nenhum circuito é ideal, as perdas do próprio circuito fazem com que
ele pare de oscilar. Para que essas oscilações continuem,
indefinidamente, é necessário que usemos realimentação (feedback).
A realimentação é uma técnica, usada em muitos circuitos eletrônicos
e consiste na retirada de uma pequena amostra do sinal de saída e a
injeção dessa amostra na entrada do oscilador. Isso pode acontecer
com amplificadores de áudio e outros circuitos. Algumas vezes, esse
efeito é indesejável. Na realidade, osciladores são amplificadores com
a correta realimentação, do tipo positiva.
O circuito em blocos de um oscilador é mostrado na figura 19,
em (a). Note a realimentação da saída para a entrada.
Um tipo de realimentação, que você já conhece e tem efeitos
indesejáveis, é a que ocorre quando o alto-falante de um amplificador
de áudio é aproximado do microfone do mesmo amplificador. Ocorre
uma “realimentação acústica” que tem como resultado todos os
aqueles apitos e barulhos já conhecidos. Isso é mostrado em (b) da
figura 19.

Figura 19 Princípio de funcionamento do oscilador

O oscilador tipo “Hartley” é um circuito bastante usado e


facilmente construído. Outro tipo bastante usado é o tipo “Colpitts”.
Ambos são mostrados, de forma simplificada, na figura 20 .
Nos osciladores LC, de qualquer tipo, um problema sério que
ocorre e precisa ser contornado é o desvio de frequência em função
da temperatura, já que , já que isso afeta a frequência do sinal de
saída do oscilador.
Figura 20 Osciladores LC Hartley e Colpitts

O oscilador Colpitts é bastante usado e a figura 21 mostra um


circuito real, usando um transistor FET. Esse circuito é conhecido
como “OFV” ou Oscilador de Frequência Variável.
Figura 21 Oscilador Colpitts com FET

Os capacitores C3 e C4 fazem parte do circuito de


realimentação. C1 é um capacitor ajustável (trimmer) que permite
ajustar a faixa de operação do oscilador. C2 é um capacitor variável,
que varia a frequência do oscilador, dentro de certos limites.
L1 é um indutor que faz parte do circuito “LC” do oscilador.
Para melhor funcionamento, a bobina L1 deve ser montada dentro de
uma blindagem, que pode ser uma pequena caneca metálica,
aterrada. L2 é um choque de RF, que junto com C5 e R2, não permite
a passagem do sinal de RF para a massa. A CC tem livre caminho
nesse circuito.
O circuito do oscilador é alimentado com uma tensão de 9,1V,
que é conseguida através do diodo Zener D2 e do resistor R3.

Esse tipo de oscilador mostrado na figura 21 usa um capacitor


variável para ajuste da frequência de operação, o que pode se tornar
um problema na montagem. É um componente mecânico
relativamente grande, quando comparado com os outros
componentes do circuito. Além disso, algumas vezes é difícil de ser
encontrado.
Assim sendo, é mais fácil usar um diodo do tipo “varicap”, ou
diodo de capacitância variável, para substituir o capacitor variável.
Esse componente foi analisado no capítulo referente a Diodos.
Observe a figura 22, que é um oscilador tipo Hartley e usa um
varicap.

O diodo D1 é um varicap e pode ser usado o Motorola®


modelo MVAM115 ou o Philips® modelo BB112 ou BB212. Tr1 é um
transistor FET e um modelo que pode ser usado é o 2N4416A. D2 é
um diodo de sinal, do tipo 1N4148 ou 1N914. D3 é um diodo zener
para 6,2V, 0,5W.
A tensão marcada +12V (*), que alimenta o circuito do varicap,
deve ser muito bem filtrada e regulada e deve permitir uma variação
de 1 a 8V no diodo varicap, através do potenciômetro R2.

Figura 22 Oscilador Hartley com sintonia por diodos Varicap.

Note que esse potenciômetro é montado no painel do


equipamento onde você vai usar o oscilador. Agora, a frequência do
oscilador passa ser controlada pelo potenciômetro e não mais por um
capacitor variável, como nos circuitos anteriormente discutidos. O
trimpot (resistor ajustável) R3 ajusta esta variação da tensão que vai
ser aplicada ao diodo varicap.
Os valores de L1, C1, C2, etc., devem ser de acordo com a
frequência de oscilação.
Os demais componentes do oscilador, têm a mesma função
descrita para os componentes do circuito da figura 21.
Osciladores a cristal
Os cristais de quartzo já foram discutidos no Capítulo 10 e
eles substituem o circuito LC nos osciladores. O cristal tem uma
frequência fixa de oscilação, marcada no invólucro do mesmo e essa
frequência é extremamente estável.
A figura 23 ilustra um oscilador básico a cristal.

Figura 23 Oscilador básico a cristal

L2 é uma bobina de poucas espiras, enroladas sobre L1. Note


que L1 tem um núcleo de ferrite. O capacitor trimmer C2 permite o
ajuste da frequência de sintonia do sinal de saída, permitindo a
máxima tensão de saída.

Recomendações para osciladores


Como osciladores são circuitos que desempenham funções
importantíssimas nos equipamentos onde eles vão ser usados, você
deve seguir certas recomendações básicas ao montar um deles.
a) Nada de gambiarras com osciladores...
b) É importantíssima a estabilidade mecânica dos
componentes. Cuidado com a montagem mecânica, terminais
excessivamente longos, etc. Capacitores variáveis devem ser fixos a
PCI com parafusos e cantoneiras em L, além das soldas normais.
Bobinas também devem ser bem montadas mecanicamente e
blindadas com uma caneca metálica aterrada, quando o circuito
recomendar.
c) As tensões de alimentação devem ser muito bem reguladas
e filtradas. Sempre que possível, use reguladores de tensão de
pequena potência, como os da série 78LXX, descritos no capítulo
sobre esses componentes.
d) Minimize as variações de temperatura do ambiente, usando
sempre capacitores do tipo NP0. Capacitores de poliestireno
(stiroflex) são os melhores para aplicação em osciladores.

e) O indutor usado num circuito LC deve ter núcleo de ar. Se


você for usar um núcleo toroidal, escolha o correto, de acordo com o
fabricante. Toróides tipo “6" parecem ser os melhores.
d) Tanto transistores bipolares como FET podem ser usados
em circuitos osciladores. Prefira os FET, sempre que possível e aterre
a carcaça se ele tiver um terminal para isso.
28/11/13 – pem – Ver 0
Capitulo 5
RECEPTORES DE RÁDIO
Introdução
Agora, chegou a hora de juntarmos os três circuitos básicos
usados em eletrônica: retificador, amplificador e oscilador e ver como
eles funcionam para montar um receptor de rádio.
Receptores de rádio sejam eles de Ondas Médias - OM, de
Frequência Modulada - FM de TV, etc., sempre exercem uma
fascinação sobre o montador amador. Tanto é que as revistas
técnicas de eletrônica e os livros estão cheios de projetos, desde
receptores simples até mais elaborados, com várias funções.
O propósito desse capítulo é apresentar-lhe como funcionam
os receptores básicos e os circuitos mais comuns por eles usados.
Divirta-se...
O sinal de rádio
O sinal de RF - Rádio Frequência ou a “onda” de rádio é quem
transporta a informação que recebemos nos nossos receptores, em
forma de um som, uma imagem, um dado, etc.
Basicamente o sinal de rádio é composto de duas
componentes: a onda portadora (RF) e a envolvente, que é o sinal de
áudio ou a informação que é transportada. A onda portadora é gerada
em circuitos osciladores e sua frequência é definida de acordo com o
serviço usado. O serviço usado está definido dentro de faixas de
frequências, ilustrado na figura 24, (b).
A frequência do sinal de áudio e do sinal de RF é medida em
Hertz (abreviado Hz). Antigamente tínhamos ciclos por segundo para
essa unidade. Sinais de áudio estão na faixa de frequência, que
podemos ouvir, e vão de aproximadamente 16 Hz a 18 kHz. Os sinais
de RF podem ter frequências tão baixas como 100 kHz (100 x 103 Hz)
ou tão altas como um sinal de micro-ondas, na região de 10 GHz (10
x 109 Hz).
Um sinal de áudio de 1kHz, significa que ele oscila 1000 vezes
por segundo. Um sinal de uma estação de rádio amador em 144 MHz
significa que tem um sinal de RF que oscila 144 milhões de vezes por
segundo!
Observe a figura 24. Em (a) vemos um diagrama em blocos
básico de um transmissor. O sinal de áudio (informação) produzido
pelo microfone da cantora (1), é injetado no modulador. A saída do
modulador é injetada no oscilador (portadora), que faz com que o
sinal de áudio “module” o sinal de RF (2), como mostrado no ponto
marcado (4) no desenho. O sinal de RF pode ter, por exemplo, a
frequência de uma estação de AM - Amplitude Modulada, em 1,2 MHz
ou 1200kHz.

Figura 24 Transmissor de radio e espectro de frequências.

Esse sinal é amplificado, para atingir o nível de potência


necessário (4) e aplicado na antena transmissora, como em (5). A
partir dai o sinal é irradiado por todo espaço.
O desenho (b) da figura 24 mostra as faixas de frequências
que são explanadas na figura 25. Cada serviço de transmissão de
rádio, TV, FM, comercial, etc., tem uma faixa de frequências alocada.
FAIXA DESCRIÇÃO FREQUÊNCIAS
VLF Very Low Frequency … a 30kHz
Frequência Muito Baixa
LF Low Frequency 30 a 300 kHz
Frequência Baixa
MF Medium Frequency 300kHz a 3 MHz
Frequência Média
HF High Frequency 3 a 30 MHz
Frequência Alta
VHF Very High Frequency 30 a 300 MHz
Frequência Muito Alta
UHF Ultra High Frequency 300 MHz a 3 GHz
Frequência Ultra Alta
SHF Super High Frequency 3 a 30 GHz
Frequência Super Alta
EHF Extremely High Frequency 30 a 300 GHz
Frequência Extremamente Alta
Figura 25 Espectro de frequências por faixas utilizáveis.

Por exemplo, o serviço de FM para estações comerciais de


música e voz, pode transmitir na faixa de 88 a 108 MHz, estando,
portanto compreendido na faixa de VHF.

Os sinais de rádio ou “onda eletromagnética” viajam pelo


espaço, sem utilizar o ar como meio de propagação. Devido a isso,
podem alcançar grandes distâncias e serem recebidos em lugares
muito remotos.
No outro extremo, onde o sinal é recebido, acontece o
processo inverso: o sinal de áudio, que é a informação desejada, é
recuperado e a portadora (RF) é descartada. Veja a ilustração da
figura 26.
Nessa figura, que mostra um diagrama em blocos bem simples
de um receptor de rádio, a antena capta o sinal de rádio (1) que é
encaminhado para o circuito detector. A função do circuito detector é
“retificar“ o sinal de rádio, como mostrado no ponto (2), da figura 26.
Esse sinal detectado passa pelo filtro e na saída desse filtro já temos
a informação original (3), ou seja, o sinal de áudio.

O sinal de áudio na saída do filtro ainda é de pequeno nível e


precisa ser amplificado para poder acionar um alto-falante (4). Isso é
feito pelo circuito amplificador, que é o último bloco do receptor.

Figura 26 Diagrama em blocos simplificado de um receptor de radio

Nessa figura, que mostra um diagrama em blocos bem simples


de um receptor de rádio, a antena capta o sinal de rádio (1) que é
encaminhado para o circuito detector. A função do circuito detector é
“retificar“ o sinal de rádio, como mostrado no ponto (2), da figura 26.
Esse sinal detectado passa pelo filtro e na saída desse filtro já temos
a informação original (3), ou seja, o sinal de áudio.
O sinal de áudio na saída do filtro ainda é de pequeno nível e
precisa ser amplificado para poder acionar um alto-falante (4). Isso é
feito pelo circuito amplificador, que é o último bloco do receptor.
Os tipos de modulação
Os sinais de rádio podem ter vários tipos de modulação, ou
seja, a informação a ser transmitida pode modular de várias maneiras
a onda portadora.
Para o montador amador, os tipos de modulação que
interessam estão detalhados na figura 27. Note que as formas de
onda estão mostradas de forma simplificada.
Note que as designações usadas são sempre em inglês, o que
corresponde a:
- AM: Amplitude Modulada, usada hoje em dia nas estações
de radio comerciais de OM - Ondas Médias e OC - Ondas Curtas.

- FM: Frequência Modulada, usada para as estações de rádio


na faixa de FM, de 88 a 108 MHz. Usada também em comunicações
comerciais/profissionais entre empresas, na faixa de VHF e UHF.
- CW - Onda Contínua, usada para comunicação em
telegrafia, usando o Código Morse. De uso bastante restrito a
comunicações de radioamadores.

- SSB - Banda Lateral Única é um tipo de modulação usada


para aplicações comerciais entre empresas, uso militar,
radioamadores. Substituiu o AM usado anteriormente nesses tipos de
empregos.

Figura 27 Tipos de modulação e formas de onda

O receptor a cristal
Um dos primeiros receptores de rádio foi o de “cristal” que
usava como detector um cristal de galena. É um receptor muito fácil
de ser construído e não precisa de energia elétrica para funcionar: o
próprio sinal de rádio alimenta o mesmo. A potência fornecida não é
suficiente para acionar um alto-falante, mas é o suficiente para fones
de ouvido. É um excelente projeto para o montador amador, quando
se inicia na construção de pequenos receptores!
O circuito básico do receptor consiste de um indutor (L1), com
duas derivações, um capacitor variável (C1) que permite sintonizar as
estações, um diodo detector de germânio (o famoso cristal), um
capacitor de filtro (C2) e um par de fones de alta impedância.
O indutor tem duas derivações ou “tomadas”, onde são
conectadas a antena e o diodo detector. Veja a figura 28. Note que
um dos extremos do indutor ou bobina é conectado a terra, junto com
um dos terminais do capacitor variável.

Figura 28 Receptor de radio a cristal

Para um bom desempenho desse tipo de receptor é necessária


uma boa conexão a terra (solo) e uma antena de bom comprimento.
Quanto maior o comprimento e a altura da antena, melhor o
desempenho do receptor.
A antena capta os diversos sinais de rádio, e apenas um deles
é selecionado pelo conjunto de L1 e C1. Esse sinal da emissora que
foi selecionada é aplicado no diodo detector D1, que “detecta” o sinal,
usando apenas metade dele. O capacitor de filtro C2 desvia o sinal de
RF (portadora) para a terra, deixando apenas um pequeno sinal de
áudio passar, para acionar os fones.
Aconselho você a começar a suas montagens pelo ótimo
receptor descrito no link abaixo. É um exemplo de como fazer o
máximo, com um mínimo, sem desculpas para dizer “não achei as
peças....”. O site em questão é de nosso grande amigo Miguel Bartié,
grande radioamador de prefixo PY2OHH. Lá você vai encontrar
muitas e muitas coisas superinteressantes!
http://py2ohh.w2c.com.br/novato/mp0/mp0.htm
O receptor de conversão direta

Esse tipo de circuito ainda é usado em pequenos receptores de


rádio, principalmente para radioamadores, devido a sua simplicidade
e bom desempenho. O diagrama em blocos desse receptor é
mostrado na figura 29.

Figura 29 Diagrama em blocos de um receptor de conversão direta

No receptor de conversão direta, o sinal proveniente da antena


é detectado no circuito detector, junto com o sinal proveniente do
OFV - Oscilador de Frequência Variável. Depois de detectado o sinal
passa pelo filtro de áudio e é aplicado no amplificado de áudio, para
acionar um alto-falante.
As principais características desse tipo de receptor são:
a) Simplicidade de circuito, nos modelos pouco elaborados.
Facilidade de construção, com alguns cuidados básicos.
b) Possibilidade de irradiar um sinal, gerado no OFV, o que não
é desejável.
c) Grande sensibilidade à microfonia, necessitando de grande
estabilidade mecânica para os componentes do circuito. Cuidadoso
projeto do layout dos componentes (distribuição dos componentes na
montagem) na montagem deve ser executado.
d) Necessidade de um amplificador de áudio de alto ganho, o
que pode ser conseguido facilmente com CI.
e) Quando o receptor é alimentado através de uma fonte de
alimentação conectada a rede de energia elétrica de CA, podem
aparecer ruídos indesejáveis. Um cuidadoso projeto pode eliminar
esse problema.
f) Receptores de conversão direta, muito elaborados, podem
ser mais caros e complexos do que um receptor super-heteródino
(veja a seguir).
O receptor super-heteródino
Heterodinação é um processo pelo qual duas frequências (f1 e
f2) são combinadas num circuito, para na saída desse circuito
produzir a soma dessas frequências (f1+f2) e a diferença dessas
frequências (f1-f2).
Os receptores super-heteródinos são usados na maioria dos
receptores modernos, em rádio, TV, FM, profissionais, etc. A figura
30 mostra o diagrama em blocos simplificado de um desses
receptores.

Figura 30 Diagrama em blocos de um receptor super-heteródino

O receptor super-heteródino de conversão simples, como o


mostrado na figura 30, funciona da seguinte maneira:
a) Na antena temos presente, por exemplo, um sinal de rádio
de 7,00 MHz, que é amplificado a níveis corretos, pelo “Amplificador
de RF”.

b) Esse sinal é aplicado na entrada do circuito “Misturador”.


Esse circuito também recebe um sinal proveniente do circuito
“Oscilador Local”, que está operando em 7,45 MHz, ou seja, 455 kHz
acima do sinal de entrada do misturador, proveniente do amplificador
de RF. Para qualquer frequência de entrada do misturador, sua saída
é sempre 455 kHz, já que a frequência do oscilador local também
vária em sintonia com o sinal de RF da onda de rádio.
c) O sinal de RF de 455 kHz, é chamado de “Sinal de FI -
Frequência Intermediária”. Esse sinal á aplicado no circuito “Detector”
onde é demodulado, ou seja, é extraído o sinal de áudio do sinal de
RF. O sinal de RF é desacoplado e descartado.
d) Esse sinal de áudio passa por um amplificador de áudio,
com ganho suficiente para acionar o alto-falante.
A figura 31 mostra um circuito completo de um receptor super-
heteródino. Para efeito de desenho e explanações, esse circuito e um
dos mais simples que existe e ilustra um receptor de AM, Ondas
Médias

Figura 31 Circuito completo de um receptor super-heteródino para Ondas


Medias em AM

Os circuitos super-heteródinos são bastante usados nos


receptores modernos, inclusive nos profissionais. No caso dos
profissionais, temos os receptores de dupla conversão, ou seja, são
produzidos dois sinais de FI, o primeiro deles sempre numa
frequência maior. Devido a isso, existem também dois osciladores
locais.

Esses receptores mais elaborados usam filtros a cristal,


osciladores a cristal (maior estabilidade), indicação digital para a
frequência sintonizada, etc. Tem custo elevado e alto desempenho.
O receptor de FM
Os receptores para FM – Frequência Modulada, na faixa
comercial de 88 a 108 MHz, usam o princípio dos receptores super-
heteródinos, mas trabalham com sinais de FM.

Os circuitos eletrônicos usados num receptor super-heteródino


de AM são os mesmos usados num receptor de FM, com as
seguintes alterações:
a) A detecção do sinal, é feita por um circuito “discriminador de
FM”, com dois diodos.
b) O amplificador de FI trabalha na frequência de 10,7 MHz e
isso significa que o oscilador local no receptor de FM está com uma
frequência de 10,7 MHz acima da frequência do sinal de rádio de FM.
c) Para a faixa de emissoras comerciais, a frequência de FM é
de 88 a 108 MHz. Para comunicações profissionais e de amadores, o
FM é usado acima de 30 MHz.

Construção de receptores de radio.


Na sua “garimpagem” de circuitos em revistas e livros,
certamente você vai encontrar vários circuitos de receptores de rádio,
desde o receptor a cristal, até modelos mais sofisticados, com
indicação digital, filtros, circuitos mais modernos para os osciladores,
etc.
Na maioria das vezes os componentes para essas montagens
vão ser difíceis de encontrar no mercado nacional. Entretanto,
desmontando antigos receptores transistorizados, de rádio e TV, você
poderá obter vários componentes para as suas montagens. Várias
dicas são fornecidas na seção de “PROJETOS” dessa série.
Após a montagem, um receptor de rádio do tipo super-
heteródino, precisa de uma calibração dos seus circuitos, feita através
de bobinas e capacitores ajustáveis trimmer. Para isso, é necessário
algum tipo de equipamento de medida, como um gerador de sinais de
RF e um multímetro. Isso não deve ser um empecilho para o
montador amador uma vez que vários equipamentos de medidas
simples podem ser construídos para esses ajustes.
Entretanto, não desanime pois vou descrever diversos
receptores na seção de “Projetos”. Viste o link dado anteriormente e
você vai ver que já dá para você ir pensando em algo. Como eu disse
na Apresentação desse Volume, “Aqueça o ferro de soldar”!
Capitulo 6
TRANSMISSORES DE RÁDIO
Introdução
Talvez até mais do que os receptores, os transmissores de
rádio exercem uma grande fascinação sobre o montador amador.
Veja-se a enorme quantidade de circuitos dos famosos
“transmissores espião”, que usam a faixa de FM para a recepção de
seus sinais, e são publicados em revistas e livros técnicos de
eletrônica para o montador.
A ideia desse capítulo é passar para você os princípios básicos
sobre a transmissão de rádio e os circuitos básicos de um
transmissor.
Transmissores de sinais de rádio
A figura 32 mostra o princípio de transmissão de um sinal de
áudio, com um transmissor de AM.

Figura 32 Transmissor de radio em AM, simplificado.

Na figura 17.1, observe:


a) o sinal de áudio (1), produzido pelo microfone, é injetado na
entrada do modulador. Esse circuito amplifica o sinal de áudio a
níveis adequados para modular (3) o sinal de RF, que é a portadora
(2). Modular é o processo pelo qual um sinal de áudio é sobreposto a
um sinal de RF. O sinal de RF serve de portadora ao sinal de áudio.
Observe as formas de ondas dos sinais da figura.
b) O sinal de áudio se junta ao sinal de RF e já formam a “onda
de rádio (4)”, pronta para ser recebida por um receptor de rádio. É
uma portadora modulada.

c) Como esse sinal tem potência ainda pequena para ser


aplicado numa antena, ele é amplificado pelo amplificador de RF, até
os níveis adequados, que podem ser de alguns watts a milhares de
watts em emissoras comerciais de rádio, FM e TV.
Os sinais de rádio viajam pelo espaço a uma velocidade de
aproximadamente 300.000 km por segundo! Esses sinais podem ser
refletidos por camadas ionizadas no espaço e pela própria superfície
da terra. Isso permite que você sintonize estações de todo o mundo,
que operem em frequências de até 30 MHz. Acima dessa frequência,
em VHF, UHF, etc., os sinais de rádio vão para o espaço. Condições
especiais de propagação permitem, às vezes, que sinais de VHF,
como os de emissoras de TV e FM viajem centenas de quilômetros.
Lembre-se de que os sinais de rádio podem assumir várias
formas, conforme o tipo de transmissão: AM, FM, SSB, CW, etc. Para
cada um desses sinais de rádio, é preciso um tipo de transmissor e o
mais simples de todos é o transmissor de CW.
O transmissor de CW – Continuous Wave - Telegrafia
Um diagrama em blocos ilustra a constituição básica de um
transmissor de CW, como pode ser visto na figura 33.
Em (a) da figura 33, é mostrado o diagrama em blocos do
transmissor de CW com cristal e em (b) é dado um exemplo do
circuito mais simples que pode ser usado.
O transistor NPN Tr1 oscila e ao mesmo tempo dá uma
pequena amplificação ao sinal gerado pelo cristal (Xtal), que oscila na
frequência de saída do sinal de RF.
L2 e L3 acoplam o sinal de saída à antena. J1 permite a
conexão do manipulador ou chave, que vai fechar e abrir de acordo
com a convenção dos sinais do código Morse. Os demais
componentes fazem as polarizações necessárias ao funcionamento
do transistor Tr1.

Figura 33 Transmissor de CW a cristal

O transmissor mostrado na figura 33 ainda sofre de alguns


problemas para ser usado como um bom transmissor de CW.
Entretanto, se for adicionado a esse circuito mais um estágio,
chamado de isolador/amplificador (buffer), esse circuito já funciona
bem.
Esse circuito é mostrado na figura 34.
Figura 34 Transmissor de CW com estágio isolador/amplificador.

Os transmissores de CW podem ser mais elaborados, com


mais estágios como multiplicadores de frequência, misturadores,
filtros, OFV (Oscilador de Frequência Variável), etc.
O transmissor de AM
O transmissor de AM - Amplitude Modulada, é mostrado, de
maneira simplificada, na figura 35. Em (a) é mostrado o diagrama em
blocos e em (b) parte do circuito eletrônico, com modulador e
amplificador de RF.
O modulador nada mais é que um amplificador de áudio com
potência suficiente para modular o sinal de RF. Na saída do
modulador usam-se comumente um par de transistores e um
transformador de saída, num circuito conhecido como “push-pull”.
Esse transformador tem seu secundário conectado ao circuito do
amplificador de RF. Nesse secundário do transformador de
modulação também é conectada a tensão de alimentação do
amplificador de RF, marcada “+V” no desenho.
O amplificador de RF é comum e alimentado também pela
tensão +V. Note que o circuito modulador faz com que a amplitude do
sinal de RF de saída varie, produzindo então um sinal de AM.

Figura 35 Diagrama simplificado do transmissor de AM

17.5 O TRANSMISSOR DE FM

FM - Frequência Modulada, requer um novo circuito para que o


sinal de áudio module a portadora. Isso é mostrado no diagrama em
blocos do desenho (a), figura 36
Figura 36 Diagrama simplificado de um transmissor de FM

No circuito eletrônico, mostrado em (b), a modulação é feita


pela introdução do sinal de áudio num diodo de capacitância variável
ou varicap, D1. Como esse diodo varia sua capacidade em função da
tensão aplicada ao mesmo, ao ser aplicada uma tensão de áudio ele
varia sua capacidade em função desse sinal. Com isso, varia a
frequência de oscilação do cristal oscilador, produzindo o sinal de FM.
O diodo zener D2, estabiliza a tensão que alimenta o varicap.
O sinal de saída no circuito LC é aplicado a estágios seguintes.

O transmissor de SSB
Os sinais de SSB - Single Side Band, ou Banda Lateral Única,
são gerados de uma maneira totalmente diferente e bem mais
complexa do que os métodos analisados até agora.
Vamos analisar a figura 37, que mostra o diagrama
simplificado em blocos (a) de um transmissor de SSB, com filtro a
cristal. O circuito do oscilador a cristal está em (b), do modulador
balanceado em (c) e do filtro a cristal no desenho (d).
Figura 37 Diagrama em blocos e circuitos simplificados de um transmissor de
SSB

O oscilador a cristal tem dois cristais que permitem trocar o


sinal de SSB, para USB (Upper Side Band - Banda Lateral Superior)
ou para LSB (Lower Side Band - Banda lateral Inferior). Isso é feito
pela chave Ch1. O sinal de saída do oscilador a cristal é injetado no
modulador balanceado.
Esse modulador é mostrado em (c) e é composto de 4 diodos e
componentes associados. A saída do modulador balanceado é
aplicada no filtro de banda única.
Esse filtro seleciona uma das duas bandas do sinal: superior
ou inferior, conforme determinado pela chave Ch1, do oscilador a
cristal. Como o filtro a cristal usa componentes de precisão,
normalmente ele é comprado pronto e ajustado, já na frequência
desejada.
A seguir, a saída do filtro a cristal é injetada na entrada do
amplificador de RF, já USB ou LSB. O amplificador eleva o sinal de
SSB a níveis suficientes para ser transmitido.
Construindo transmissores de rádio
Transmissores de rádio têm circuitos complexos e muitas
vezes são difíceis de serem construídos pelo montador amador,
principalmente devido:
a) Complexidade dos circuitos
b) Dificuldade de se encontrar os componentes adequados.
c) Necessidade de equipamentos de medidas de alto custo
para o seu ajuste.

Entretanto, existem circuitos de transmissores de pequena


potência, principalmente em CW, que podem ser montados pelo
montador amador, como poderá ser visto mais para frente em outros
volumes deste livro.
Capitulo 7
ANTENAS
Introdução
As antenas permitem que o sinal de rádio seja emitido para o
espaço pelos transmissores e recebidos pelos receptores.
Inúmeros são os tipos de antenas usados e muitos podem ser
construídos pelo montador amador, com materiais simples e
ferramentas comuns. A antena é um dos mais importantes elementos
num sistema de comunicações.
A onda eletromagnética
Vamos ver algumas propriedades básicas das ondas de rádio e
as frequências usadas, para que nossa análise de antenas possa se
tornar mais simples.
a) O sinal de rádio: O sinal de rádio é constituído de dois tipos
de campos: o elétrico e o magnético, que estão a 90° um do outro,
como mostrado graficamente na figura 38. Esse sinal recebe o nome
de “onda eletromagnética” devido aos dois campos.
b) Velocidade: A onda eletromagnética viaja a cerca de
300.000 km por segundo, no vácuo. Essa velocidade pode ser escrita
matematicamente como

v=f/λ
Onde v = velocidade em m/s
f = frequência em Hz
λ = comprimento de onda em m (λ = lambda)
O comprimento de onda λ de qualquer onda eletromagnética
pode ser determinado desta fórmula. Por exemplo, um sinal de rádio
cuja frequência é 10 MHz, tem um comprimento de onda de 30
metros.

Figura 38 Representação da onda eletromagnética

c) Frequência: É o número de ciclos completados em 1


segundo. Medida em Hz/s. Ver figura 39.
d) Polarização: É definida como a direção das linhas de força
do campo elétrico. Se essas linhas de força são perpendiculares a
terra, a polarização é vertical, caso contrário a polarização é
horizontal.
e) Propagação: Uma onda eletromagnética pode ser
classificada em ionosférica, troposférica e terrestre.
De uma maneira em geral, as ondas eletromagnética até 30
MHz podem ser refletidas e voltam a terra. Por isso elas se propagam
por todo planeta, permitindo a recepção de sinais de estações de
rádio longínquas. As ondas terrestres, geralmente de baixas
frequências, formam um dos componentes dos outros dois tipos de
onda e viajando na superfície da terra podem ser recebidas até
alguns quilômetros do ponto de origem.
A propagação das ondas de rádio depende de vários fatores,
entre eles: horário do dia e da noite, número de manchas solares,
frequência da onda, fenômenos atmosféricos, etc. As ondas
eletromagnéticas de VHF e acima, só são refletidas de volta a terra
em condições especiais. Por isso não é possível receber estações de
FM e TV de outros países, em condições normais.
As relações entre tempo, frequência e comprimento de onda
estão mostradas na figura 39.

Figura 39 Relações entre tempo, frequência e λ.

As definições usadas para antenas


Antes de prosseguirmos, vamos dar as seguintes definições
básicas usadas no estudo de antenas.
a) Polaridade: Refere-se de como a antena é posicionada em
relação ao plano da terra: vertical ou horizontal. Ver figura 40, (a) e
(b).
b) Ganho: É medido em decibéis e dá uma relação de ganho
da antena, quando comparado com uma antena padrão que pode ser
o irradiador isotrópico ou um dipolo.
c) Decibel: Abreviado dB (décima parte do Bell), é uma
unidade de medida usada para definir o ganho de antenas. É usado
para comparar um nível de potência com outro. Por exemplo, uma
antena que tem o ganho de potência duas vezes maior que outra tem
na realidade um ganho de 3dB. Veja essas relações para alguns
valores, na tabela 1.
Relação de dB Relação de dB
potencia potencia
0,10 -10 1,00 0
0,13 -9 1,26 1
0,16 -8 1,58 2
0,20 -7 2,00 3
0,25 -6 2,50 4

0,32 -5 3,16 5
0,40 -4 4,00 6
0,50 -3 5,00 7
0,63 -2 6,30 8
0,79 -1 8,00 9
1,00 0 10,00 10
Tabela 1 – Relações entre potencias e decibéis.
No caso de antenas, os padrões de referência mais comuns
usados são o dBi - ganho sobre a antena isotrópica e o dBd - ganho
sobre a antena dipolo de ½ λ (meia onda).O ganho em dBi é igual ao
ganho em dBd mais 2,15.
Quando nos referimos a “ganho”, no caso de antenas, não
queremos dizer que a antena “amplifica” um sinal irradiado pela
mesma, mas sim que concentra mais o sinal numa determinada
direção, devido a construção dos seus elementos.
d) Verticais e direcionais: Para simplicidade de estudos, as
antenas podem ser classificadas em dois tipos básicos: antenas
verticais e antenas direcionais.
As antenas verticais ou “omnidirecionais”, irradiam seu sinal
num plano de 360° ao redor da antena e são polarizadas
verticalmente. As antenas direcionais irradiam seu sinal apenas numa
determinada direção e são polarizadas horizontalmente (na maioria
das aplicações). Ver desenhos (a) a (d), com o campo
eletromagnético ao redor das antenas.
No conceito de antena ideal, é usado o chamado irradiador
isotrópico, que irradiaria em todos as direções. O irradiar isotrópico é
teórico, não existindo na prática e é usado com referência para a
medida e especificação do ganho de antenas (dBi).
e) Impedância: É a relação entre a tensão e a corrente de RF
passando por um condutor. A impedância da antena, medida em
ohms, é muito importante, pois informa como ela deve ser conectado
ao transmissor, para que haja máxima transferência de energia.
Normalmente as antenas têm impedância nominal de 50 ohms bem
como a saída dos transmissores tem essa impedância. Assim sendo,
usa-se um cabo coaxial de 50 ohms para conectar essa antena ao
transmissor. Existem ainda cabos coaxiais de 75 ohms, como os
usado em sinais de vídeo. Ver desenho (e), figura 40.
f) Lóbulo de irradiação: É uma representação gráfica de
como sinal se distribui no espaço, ao redor da antena, ao ser
irradiado pela mesma. Ver figura 40, desenho (f).
g) ROE: A Relação de Ondas Estacionárias indica qual a
diferença de impedância de um determinado ponto ao ponto de 50Ω
em uma antena em relação a outro ponto. Em inglês a sigla usada
para ROE é VSWR. Quanto mais alta a ROE de uma antena, maior
as perdas do sinal a ser transmitido. Se aceita como máxima ROE um
valor de 1,5: 1. Veja figura 40, desenho (e), onde a ROE é igual a
1:1.
Figura 40 Definições usadas para antenas.

Materiais para antenas


A grande maioria das antenas são feitas de tubos de alumínio,
cujo diâmetro pode variar de 1/4" (6,35mm) a 2 ou 3" (50 a 75mm),
dependendo da frequência de operação da antena, tipo, número de
elementos, etc. Geralmente antenas para VHF e UHF são feitas de
varetas de alumínio, com diâmetro em torno de 1/4" (6,35mm) ou
3/16” (4,8mm)
Antenas do tipo dipolo de ½λ, para HF (3 a 30 MHz) costumam
ser feitas de fio de cobre, devido ao seu grande comprimento.

Outros materiais usados para as ferragens das antenas, como


parafusos, abraçadeiras, grampos em “U”, etc. devem ser de material
que resista a ação do tempo, como latão e aço inox.
Isolantes usados em antenas podem ser de plástico do tipo
nylon, poliacetal, fibra de vidro, etc. Fenolite e outros materiais
similares podem ser usados pelo montador amador Madeira muita
bem seca e reta, em alguns casos, pode ser usada, mas deve
receber um bom tratamento contra umidade, com várias demãos de
verniz de alta qualidade. Um material muito útil que pode ser usado
são tubos de PVC usados em instalações hidráulicas, desde que a
construção da antena permita.
A antena vertical
A antena vertical mais simples que existe é a antena de 1/4λ
(um quarto de onda), mostrada na figura 41. Ela é constituída de um
elemento irradiador vertical cujo comprimento é 1/4λ e de quatro
elementos montados na base do elemento vertical, num ângulo de
45E com esse elemento, também de 14/ λ. A impedância dessa
antena é de cerca de 50Ω e deve ser alimentada com um cabo
coaxial com essa impedância. Veja mais informações sobre cabos
coaxiais no Capítulo 10, “Fios e cabos”, do Volume 1 desta série.
Essas antenas, têm um conector coaxial na base das mesmas,
onde é conectado o cabo coaxial. Note que o condutor central do
cabo coaxial é conectado ao elemento vertical de 1/4λ, montado no
isolador. A malha do cabo coaxial deve ser conectada aos 4
elementos do plano de terra, também com comprimento de 1/4λ.
O cálculo básico dessas antenas é:
Comprimento do irradiador = 71,25/f (1)

Onde f = frequência em MHz.


Uma antena vertical de 1/4λ, para operar em 30 MHz, teria:
71,25/30 = 2,375 m
para o elemento irradiante e para os 4 radiais do plano de
terra.
Figura 41 Antena vertical de 1/4 de onda (λ).

O dipolo de ½λ também pode ser usado na posição vertical,


ficando como mostrado na figura 42. Essa antena é constituída de
um elemento irradiante de ½λ, dividido ao meio, onde é conectado o
cabo coaxial que vem do transmissor.
Para VHF e UHF, o dipolo de meia onda pode ser feito de
tubos de alumínio, suportados por um isolador central, que pode ser
um pedaço de tubo de PVC, como mostrado em (a) da figura 42.
Para frequências menores, o dipolo já fica com comprimentos difíceis
de serem construídos com tubos de alumínio, Nesse caso, podemos
usar fio de cobre, como mostrado em (b) da mesma figura. Note que
nos extremos do elemento irradiante, temos isoladores e mais um
pedaço de fio ou cordinha de nylon que suporta o dipolo na posição
vertical.
Figura 42 Antena dipol0o de 1/2 λ .

O cálculo básico para o dipolo de ½λ, para antenas de fio de


cobre, até 30 MHz, é:
Comprimento do irradiador = 142,5/f (2)

Onde f = frequência em MHz


Um dipolo de meia onda, para a frequência de ondas curtas de
6 MHz, teria:
142,5/6 = 23,75m
O ganho da antena vertical de 1/4λ é de 1dB e o ganho da
antena vertical constituída de um dipolo de ½λ é de 2,15 dB sobre a
antena vertical de 1/4λ.
Antenas horizontais
A antena horizontal mais simples é o dipolo de ½λ, montado
com isoladores nos extremos ou feito de tubos de alumínio e
montados pelo centro. Até frequências de 30 MHz usam-se fios de
cobre e a fórmula (2) pode ser usada para cálculo do seu comprimento.
Esse dipolo tem uma impedância característica de 75Ω e deve ser
alimentado com cabo coaxial desse valor, como mostrado na figura
43.

Figura 43 Construção da antena de 1/2 λ .

O ganho da antena dipolo de ½λ é o mesmo,


independentemente se ela opera vertical ou horizontal: 2,15 db sobre
a antena vertical de 1/4λ.
Quando precisamos de ganho, usamos a antena Yagi, que,
basicamente, consta de um elemento excitador e de um elemento
refletor. Elementos adicionais chamados elementos diretores podem
ser colocados, aumentando o ganho da antena Yagi. As antenas Yagi
podem também operar na vertical, introduzindo ganho nesse tipo de
polarização.

A figura 44 mostra uma antena yagi de 5 elementos, incluindo


o elemento excitador e o elemento refletor. O ganho da antena yagi
depende mais do comprimento da gôndola (boom) da antena, do que
do número de elementos da mesma.
A antena direcional tipo yagi
Figura 44 Antena yagi de 5 elementos e gamma match.

A antena Yagi mostrada na figura 44 tem 5 elementos: um


refletor, um excitador e três diretores. A gôndola ou “boom”, sustenta
os elementos e tem contato elétrico e mecânico com os elementos.
Em alguns modelos os elementos pode ser isolados da gôndola.
Como a impedância desse tipo de antena não é 50Ω, é
necessário um dispositivo casador de impedância, para que ela possa
ser ligada a um cabo coaxial de 50Ω. Esse dispositivo é mostrado no
detalhe da figura 44

O gamma match é constituído de dois tubos, telescopados,


mas isolados um do outro e de um cursor que desliza pelo elemento
excitador e tubo mais grosso do gamma match. O ajuste da antena é
feito nesses elementos “telescopados” do gamma match e no cursor,
com ajuda de instrumentos de medida.
Outros tipos de antenas
Existe uma enorme variedade de antenas para todos tipos de
serviços; radiodifusão em AM e FM, TV, comercial, amador,
profissional, dados, satélites, micro-ondas, etc.
Não é escopo desse livro descrevê-las mas você pode ver o
formato físico de algumas dessas antenas na figura 45.

Figura 45 Tipos de antenas que podem ser usadas em HF, VHF, UHF, etc.
Instalação de antenas
A instalação e ajuste de antenas por amadores pode ser
perigosa! Procure ajuda especializada.
Na instalação de antenas, a segurança deve vir em primeiro
lugar! Você terá que subir em torres ou telhados e sempre é bom
pedir ajuda de outras pessoas, principalmente de quem tem
experiência nesse tipo de trabalho.
Quando uma antena for instalada numa torre , o instalador
deve usar os equipamentos de segurança necessários, como cinto de
couro, capacete, etc. Não é trabalho para amadores, principalmente
se a antena for um tipo direcional, como uma yagi de grande porte.
Alguns fabricantes (USA) costumam enviar normas de segurança e
de instalação para suas antenas. Essas normas devem ser
rigidamente seguidas e nada de improvisações!
Um cuidado muito especial ao se instalar antenas, é que as
mesmas e acessórios como torres e mastros fiquem bem longe de
linhas de energia elétrica. Uma queda da antena, torre ou mastro,
sobre uma linha de energia elétrica, pode causar sérios acidentes e
até a morte!
Antenas de fio, como dipolos e similares, podem ser instaladas
em mastros ou postes de madeira, como os feito de eucalipto, desde
que secos, sem rachaduras e pintados. Nesse caso, roldanas podem
ser afixadas no extremo superior de cada poste e quando o poste for
içado, ele leva a roldana e cordas de nylon já no lugar. Daí, todo
trabalho restante poderá ser feito do chão, sem necessidade de
escadas ou subidas ao poste.
Outro cuidado muito especial é com o aterramento de
antenas, torres e mastros. O aterramento é necessário e se você não
souber como fazê-lo, consulte um bom eletricista que possa ajudá-lo!
Um aterramento bem feito é a sua segurança, do seu equipamento e
da sua residência. Veja manuais de aterramento fornecidos por
alguns fabricantes de antenas (USA).
Antenas para FM, TV e antenas yagis de pequeno porte, para
frequências comercias e de radioamadores (VHF e UHF) podem ser
instaladas em mastros metálicos aterrados, adquiridos já pronto em
lojas especializadas. São mastros do tipo telescópicos, que permitem
fazer a maior parte do trabalho, no solo. Esses mastros devem ser de
boa qualidade, mecanicamente fortes, com terminais para
estaqueamento do próprio e devem ter uma camada de tinta ou outra
proteção contra a ferrugem.
Normalmente, quando um artigo em um livro ou revista
descreve a construção de uma antena, o autor costuma dar
instruções e dicas de instalação.
Ajuste de antenas
Na grande maioria das antenas que o montador amador vai
construir, vai ser necessário um ajuste para que a mesma tenha os
parâmetros requeridos, para correto funcionamento.
Um ajuste perfeito requer uma gama muito grande de caros e
complexos equipamentos de medidas. Entretanto, o montador
amador pode ajustar bem uma antena, para esse tipo de uso, desde
que tenha em mãos um medidor de ROE. Para sua sorte, um
medidor de ROE de razoável precisão pode ser construído com
alguns poucos componentes, como é descrito nos capítulos sobre
“PROJETOS”.
a) Casamento de impedâncias
Normalmente um transmissor de rádio é “casado” a linha de
transmissão através de circuitos ressoantes LC que estão localizados
na sua saída. Os modernos transmissores e transceptores, não tem
esse ajuste que é feito na fábrica. Esse ajuste é feito para que a
impedância de saída do transmissor seja 50Ω, pois ai vai ser
conectado um cabo também de 50Ω, o que é padrão na indústria.
Como o cabo coaxial, ou linha de transmissão também tem
50Ω, nesse ponto o “casamento de impedâncias” é perfeito. Veja a
figura 40, desenho (d).Esse cabo coaxial vai para a antena que
também deve ter sido ajustada para impedâncias em torno de 50Ω.
b) A carga “fantasma”
Um dos acessórios de grande utilidade para o amador, no
ajuste de transmissores, é a carga fantasma que simula uma
impedância de 50Ω. Essa carga fantasma pode ser um resistor de
50Ω, não indutivo (que não tenha nada de indutância), que possa
suportar a potência do sinal de RF a ela aplicada. A carga fantasma
também pode ser construída pelo montador amador.
Quando conectamos uma carga fantasma a saída do
transmissor, temos uma situação ideal de casamento de impedâncias,
como mostrado na figura 46, (a).
c) A ROE
Num sistema de transmissão real, nem sempre a antena tem
uma impedância de 50Ω, fazendo então com que parte do sinal
fornecido pelo transmissor volte para o mesmo, após circular pelo
caminho cabo-antena-cabo. Quando isso ocorre, dizemos então que
temos alguma ROE no sistema de transmissão, cujo valor é maior,
quanto maior a ordem de descasamento dos componentes desse
sistema.
Vamos assumir que no nosso sistema conectamos agora uma
antena de 100Ω, como ilustrado no desenho (c) da figura 46. Nessa
situação, vamos ter uma onda refletida na linha de transmissão, como
mostrado na mesma figura.

A ROE (em inglês SWR) é uma relação entre a potência


transmitida e a potência refletida. Essa relação especifica o grau em
que ocorre o descasamento de impedâncias entre a linha de
transmissão (cabo coaxial) e a antena (carga).
Quando a ROE é de 1,0:1, um casamento perfeito de
impedância existe no sistema. Se a ROE medida é de 1,5:1, 4% da
potência transmitida é refletida pela carga, significando que 96% da
potência no final da linha de transmissão, alcançou a antena.
Figura 46 Casamento de impedâncias e ROE numa antena.

d) O medidor de ROE
Esse pequeno medidor, de grande utilidade no ajuste de
antenas, simplesmente lê a potência transmitida e a potência
refletida, permitindo-se obter a relação entre as duas, ou seja, a ROE.
No capítulo sobre “PROJETOS” você vai aprender a construir um
medidor de ROE.
28/11/13 – pem – Ver 0
Capitulo 8
O CI NE602
Introdução
O Circuito Integrado NE602 e suas versões, é um daqueles CI
que quase “faz de tudo” para quem quer construir receptores de rádio,
transmissores, geradores, osciladores, etc. Devido a grande
versatilidade desse CI, um capítulo está sendo dedicado ao mesmo.
Nos capítulos sobre Projetos, vai ser possível ver como o NE602
poderá ser usado em diversas montagens.
NE602: A pequena maravilha!
Inicialmente o circuito integrado NE602 foi desenvolvido para
uso em sistemas de comunicação de baixa potência, particularmente
telefonia celular, pela Signetics® (PHILIPS COMPONENTS®), como
um MISTURADOR DUPLO BALANCEADO e OSCILADOR LOCAL.
Tudo isso num invólucro plástico comum de 8 pinos (DIL) ou num
invólucro miniatura também de 8 pinos SMD (surface mount device -
montagem de superfície).
Já existem versões mais elaboradas do NE602 que são as
NE602AD e NE602AN, SA602NE, etc. A figura 47 mostra o invólucro
de 8 pinos, NE602N, plástico, DIL, que é o mais comum e fácil de ser
encontrado.

O MISTURADOR DUPLO BALANCEADO (MIXER) trabalha


até 500 MHz enquanto que o OSCILADOR LOCAL (OSCILLATOR)
vai até 200 MHz, abrindo aí um caminho enorme para inúmeros
projetos nas frequências de HF e VHF. Conforme a figura 47, o pino
8 corresponde ao +Vcc que não deve ultrapassar 7 VCC enquanto o
pino 3 do NE602N corresponde a terra. As entradas e saídas do
NE602N vão ser descritas adiante, conforme os seus circuitos,
aplicações e possibilidades de usos em outros equipamentos.
O CI NE602N vem sendo usado já há vários anos por
amadores, em diversas montagens, como podem ser vistos em
artigos em revistas internacionais. Uma pesquisa na Internet também
mostrará vários circuitos que usam esse CI.

Figura 47 Circuito interno do CI NE602N

A figura 48 ilustra, de uma maneira geral, as diversas


conexões ao CI NE602N.

Figura 48 Circuitos para alimentação do CI NE602N

O circuito de entrada
Verificando as figuras 47 e 48, é possível ver que a entrada do
NE602N é feita nos pinos 1 e 2. Ai devem ser conectados os
componentes associados dos possíveis circuitos de entrada., como
mostrados na figura 49. Dependendo da aplicação, o usuário escolhe
o mais indicado.
O circuito mostrado em (A) da figura 49 é usado para
aplicações de alta impedância de entrada ou para circuitos não
sintonizados. O sinal a ser ai aplicado deve ser menor do que 200mV.
Em (B) da mesma figura é mostrado um circuito diferencial não
sintonizado, com o uso de um transformador de RF (L1, L2) que não
é sintonizado no sinal de entrada.

Figura 49 Conexões do circuito de entrada do CI NE602N

Para L1 e L2, podem ser usados transformadores de FI


(Frequência Intermediária) usados em receptores de FM, na
frequência de 10,7 MHz. Esses transformadores são fáceis de serem
adquiridos ou podem ser retirados de receptores de FM “pifados”. É
importante notar que esses transformadores de FI tem um pequeno
capacitor no enrolamento secundário (L2), geralmente localizado do
lado de fora do transformador. Na base plástica do mesmo existe um
pequeno rebaixo e ai costuma estar esse capacitor, que deve ser
retirado. Para isso, deve ser usada uma pequena chave de fenda ou
algo semelhante, para destruir o capacitor já que vai ser impossível
retirá-lo sem danificá-lo.

Alternativa é construir esse transformador, usando um núcleo


toroidal do tipo T-50-2 ou T-50-6, como os fabricados pela Amidon®.
Nesse núcleo toroidal são enroladas cerca de 4 espiras para o
primário e cerca de 20 espiras para o secundário, com fio esmaltado
no. 26 AWG.

Uma terceira alternativa é usar transformadores do tipo usado


em receptores de rádio de ondas curtas. São transformadores
construídos em forma de pequenas canecas metálicas, muito
parecidas com os transformadores miniaturas de FI. A TOKO® fabrica
diversos modelos no Brasil. No exterior pode ser achada uma grande
variedade em lojas que vendem componentes eletrônicos via Correio.
Essas mesmas dicas dadas acima, para L1 e L2, podem ser
usadas para o circuito (C) da figura 49.O capacitor C1 é um capacitor
variável que faz a sintonia no circuito de entrada do NE602N. Note
que C1 deve ser isolado da terra.
Quando C1 precisa ser aterrado, pode então ser usado o
circuito ilustrado em (D) da figura 49.
Um grande problema para o montador amador ou hobista é
encontrar capacitores do tipo variável. Receptores antigos, são
excelentes fontes desses capacitores, quando ainda em bom estado.
Para contornar esta dificuldade, usa-se o diodo de capacitância
variável, VARICAP, para a sintonia do circuito de entrada do NE602N.
Isso é mostrado na figura 50.
Figura 50 Sintonia dos circuitos de entrada do NE602, com diodo Varicap.

Com relação ao circuito da figura 50, notar:


a. Vsintonia é a tensão aplicada ao VARICAP e deve ser muito
bem estabilizada e filtrada.
b. Os potenciômetros usados para sintonia, R2 e R3, devem
ser lineares, de boa qualidade.
c. O Diodo MV209 é um VARICAP, da MOTOROLA®. Tipos
semelhantes podem ser utilizados.
d. C1 é um capacitor do tipo “trimmer” (ajustável), de 47 pF,
que faz a sintonia da faixa a ser coberta pelo circuito de entrada.

e. Para L1 e L2, usam-se as dicas dadas anteriormente.


O circuito do oscilador local
A finalidade do oscilador local é gerar um sinal de RF que
misturado ao sinal de entrada do NE602 produza um sinal de saída
que possa ser trabalhado para a retirada da informação aí contida. O
sinal produzido pelo oscilador local vai ser misturado com o sinal
proveniente do circuito de entrada, num processo chamado
Heterodinação, produzindo um terceiro sinal que costuma ser
chamado de frequência intermediária. Esse processo é o usado nos
receptores de radio “heteródinos” .
Vários tipos de circuitos de oscilador local podem ser usados
com o CI NE602N, como ilustrado na figura 51.

Figura 51 Circuitos do Oscilador Local do CI NE602N

A figura 51 (A) mostra um circuito oscilador a cristal de quartzo


(XTAL) que oscila em frequência fixa determinada pelo cristal. Este
circuito geralmente é usado em frequências de até cerca de 20 MHz.
Os capacitores aí usados devem ser estáveis, como os de
polipropileno (stiroflex), mica ou disco cerâmico tipo NP0. Os valores
(aproximados) desses capacitores são proporcionais à frequência de
operação de acordo com as equações abaixo:
C1 = 100/√f [1] e
C2 = 1000/√f [2]
onde: C = capacitância em pF (valores podem ser
aproximados)

f = frequência de oscilação em MHz


Nesse mesmo circuito ilustrado em (A) o oscilador local a
cristal pode ter sua frequência variada, dentro de uma pequena
margem de frequência, colocando-se um capacitor ajustável (trimmer)
de aproximadamente 30 pF em série com o cristal.
O circuito da figura 51 (B) ilustra um oscilador local a cristal,
para frequências mais altas, usando-se um cristal do tipo ”overtone”.
Pode-se obter um sinal de alta frequência, usando-se cristais de
terceiro sobretom, da ordem de 25 a 50 MHz. A bobina L1 é ajustada
para a frequência do terceiro sobretom. Os valores que podem ser
usados são indicados abaixo:

COMPONENTE VALOR
C1 5,6pF
C2 22pF
C3 1nF
Xtal 25 a 50 MHz, 3º. sobretom
Já o circuito (C) da figura 51 contém um oscilador de frequência
variável (VFO) do tipo Colpitts. O ajuste de frequência é feito através
do capacitor variável C3. O capacitor C4 impede que o pino 6 seja
aterrado através da indutância de L1. Esse capacitor tem um valor em
torno de 10 nF. Os valores de C1 e C2 são calculados de acordo com
as equações dadas [1] e [2]. O capacitor C3 e o indutor L1 devem ter
sua frequência de ressonância na frequência de operação do VFO.
Como no caso do circuito de entrada do NE602, também se
recomenda para o oscilador local um circuito oscilador com Varicap
como pode ser visto na figura 52. Nesse circuito, o potenciômetro R2
ajusta a tensão que vai ser aplicada ao diodo Varicap D1, fazendo
com que sua capacidade varie, alterando assim a frequência de
oscilação do circuito. Essa frequência de oscilação é determinada,
principalmente, por C5, L1 e D1.
Figura 52 Oscilador local com Varicap

O circuito de saída
No circuito de saída do CI NE602 obtém-se a frequência de FI,
de onde será retirada a informação do sinal.
Um circuito de saída não sintonizado é mostrado no desenho
(A) da figura 53. Um capacitor, em qualquer um dos pinos 4 ou 5 do
CI, acopla o sinal de saída ao resto do circuito.
Figura 53 Circuitos de saída do CI NE602N.

Um transformador de FI comum pode ser usado na saída do


circuito mostrado em (B) da figura em discussão. A frequência de
operação desse transformador costuma ser de 455 kHz para AM e de
10,7 MHz para FM. Isso é importante pois num circuito heteródino, o
sinal de saída do CI precisa estar na frequência desse transformador
usado. Mais detalhes sobre os receptores do tipo heteródino foram
analisado no “Capítulo 5 – RECEPTORES DE RÁDIO”.
O circuito mostrado em (C) da figura 53 é usado em circuitos
de VHF e tem um dos extremos da saída aterrado. O valor da
frequência de sintonia é determinado pelo indutor L1 em conjunto
com os capacitores C1, C2 e C3.
Já um circuito muito prático e simples, sem ajustes de bobinas
ou capacitores é mostrado no desenho (D) da figura 53. Esse circuito
usa um filtro cerâmico, FL1, do tipo usado no canal de FI de
receptores de rádio AM (455 kHz) ou FM (10,7 MHz), que não precisa
de nenhum ajuste. O capacitor C1, de 4,7 nF, é opcional.

É importante notar que toda vez que mencionamos filtros


cerâmicos usados em FI, é necessário que o processo de
Heterodinação ocorrido no CI NE602 proporcione uma das
frequências padrão dos filtros. Essa situação, imprescindível para o
bom funcionamento de um receptor do tipo heteródino, é mostrada na
figura 54

Figura 54 Princípios de Heterodinação.

A alimentação para o NE602N


A pequena tensão de alimentação do NE602N pode ser obtida
de diversas maneiras como descritas a seguir. Notar que o pino 8,
Vcc do CI NE602N sempre é desacoplado por um capacitor de 1 a 10
nF, montado o mais perto possível do corpo do CI. Terminais curtos
devem ser usados nos circuitos de RF.
► Para tensões de 4,5 a 8 Vcc a corrente é de cerca de 2,4 a
2,8 mA. Um resistor de 150 Ω é colocado em série com Vcc. Ver (A)
na figura 55.
► Para tensões de 9 Vcc, como de uma bateria comum, o
resistor em série deve ser de 1 a 1,5kΩ, como pode ser visto em (B)
da figura 55
► Quando você usar o NE602N com uma tensão superior a 9
Vcc e essa tensão não for muito estável recomenda-se o uso de uma
fonte regulada de baixa corrente, com diodo zener (ver figura 55, (C).
Figura 55 Alimentação do CI N E602N.

Para a alimentação do NE602N o ideal é usar um regulador de


tensão integrado como o popular 78LXX (baixa corrente), onde XX
pode ser 5V, 6V, 8V. Esse circuito, com um regulador de três pinos é
o mais recomendado pois pode-se alimentar o restante do circuito de
um receptor/amplificador , por exemplo, com uma tensão maior
enquanto que o NE602N tem seu regulador próprio. A figura 56
ilustrou essa situação, para uma tensão da fonte de alimentação de
12 VCC, mostrando ainda as conexões aos circuitos de entrada,
saída e oscilador local do NE602N. Como a corrente do NE602N é
muito pequena, não existe aquecimento no regulador 78L05.
Maiores detalhes técnicos sobre o CI Signetics®, bem como
folhas de especificações (data sheets) você pode encontrar no
escritório da PHILIPS COMPONENTS®.
Uma aplicação simples para o CI NE602N

AVISO: Esse pequeno conversor foi colocado aqui para já


adiantar alguma referencia de montagem para você. Se você
acha que ainda é cedo para fazê-lo, não se preocupe, pois logo
você se tornará um expert e poderá montá-lo facilmente! Se
você quiser insistir, e já tem alguma pratica de componentes e
soldagem, vá em frente! Procure ajuda de um radioamador de
sua cidade pois ele tem uma certa experiência de montagem e
são bastante prestativos com os novatos. Boa sorte!
Antes de colocar mãos a obra para a montagem do primeiro
equipamento usando a pequena maravilha, é importante passar
algumas dicas de circuitos simples que terão grande utilidade nas
suas experiências com o NE602N. Os aspectos técnicos dos circuitos
aqui apresentados não serão extensivamente discutidos pois a ideia é
fornecer dicas para você começar as suas pesquisas com o uso do CI
NE602N em vários circuitos de receptores, conversores, osciladores,
etc.

A figura 56 mostra o circuito de um conversor que pode servir


para várias faixas de frequência, desde que você use os
componentes apropriados. Mais para frente serão apresentadas dicas
para os indutores, capacitores e demais componentes. Esse
conversor é um circuito muito usado e faz com que um receptor
comum, de AM, Ondas Médias, de pouca cobertura de frequências,
se torne um receptor multifaixas. Ou ainda, permite ouvir aquela faixa
de frequências que você gosta, em um receptor de OM (Ondas
Médias), por exemplo. Este receptor comum é ligado na saída do
conversor e recebe a frequência na saída do NE602. Para você saber
quais serão as frequências de conversão, verifique a figura 57 que é
um exemplo quando se usa um radio comum, de Ondas Médias,
sintonizado em 1.000 kHz ou 1 MHz.
Figura 56 Circuito completo de um conversor de frequências usando o CI
NE602N.

Frequência a ser Frequência do Frequência de


recebida cristal saída para o radio
Faixa de 3,5 a 4,5MHz 1,0MHz
3,8MHz
Faixa de 7 a 7,3MHz 8,0MHz 1,0MHz
Faixa de 14 a 15,0MHz 1,0MHz
14.35MHz
Figura 57 – Dados do circuito para receber as frequências
desejadas.
Lista de peças para o circuito do conversor.
a) Semicondutores:
CI1 = Circuito Integrado NE602AN
CI2 = Circuito Integrado Regulador de Tensão 78L05 - 5V, 100
mA
b) Capacitores:
C1 = 50 pF, ajustável (trimmer), miniatura
C2 = 0,047 µF disco cerâmico ou poliester, 50 V, miniatura.
C3 = 0,047 µF disco cerâmico ou poliester, 50 V, miniatura.
C4 = 50 pF, ajustável (trimmer), miniatura
C5 = 27 pF, disco cerâmico, 50 V
C6 = 1 µF, eletrolítico ou tântalo, 15V
C7 = 68 pF, disco cerâmico, 50 V

C8 = 50 pF, ajustável (trimmer), miniatura


C9 = 1 µF, eletrolítico ou tântalo, 15V
c) Indutores:
T1 = Transformador de entrada (bobina de antena)
T2 = Transformador de saída (bobina de FI)
d) Resistores
Não usa nenhum
e) Diversos:
XTAL = Cristal oscilador de quartzo na frequência apropriada

J1, J2 = Conectores tipo RCA, fêmea, para painel.


Dicas sobre os componentes
A grande maioria dos componentes do circuito do conversor é
facilmente encontrável. Entretanto, algumas dicas vão ajudá-lo a usar
parte da sua sucata ou da sucata de componentes de um amigo
radioamador que também é dos que “não deixam o ferro de soldar
esfriar”.
Os CIs NE602N e 78L05 podem ser encontrados em lojas de
componentes na Internet. Aqui no Brasil ou no exterior. Além disso,
qualquer loja de componentes tem o 78L05. Talvez o NE602N seja
uma figurinha mais difícil, mas ainda resta a compra no exterior:
econômica, rápida e indolor. Veja a pinagem correta dos CIs na
figura 57, desenho (A) e (B).

Os transformadores T1 e T2 são do tipo FI (Frequência


Intermediária), montados em pequenas canecas. Normalmente
podem ser usados os transformadores de FI de receptores de FM,
com frequência de 10,7 MHz, para recepção de sinais próximos a
essa frequência. Ver figura 57 (D). A dica é remover o pequeno
capacitor que costuma ficar em paralelo com o enrolamento
secundário, como já descrito. Uma alternativa é enrolar a própria
bobina L1/L2 e L3/L4, em núcleos toroidais, que são achados no país.
Estes núcleos, de fabricação da AMIDON® (USA), já tem uma tabela
que permite enrolar facilmente a bobina para a indutância necessária.
Ver a figura 57 (E).
O Xtal , figura 57 (F) pode ser mandado cortar, para qualquer
frequência que se deseje. Uma alternativa que podemos usar barata
e fácil é usar os cristais de computadores, que podem ser achados
em diversas frequências. Faça uma visita a uma loja que repara
microcomputadores e você certamente achará vários deles em placas
mãe de micros, placas de redes, etc. Se a frequência desejada não
for exatamente à encontrada mas próxima não se desespere: basta
estudar novamente a figuras 56 e você verá que o receptor de OM
que você vai usar pode ser ajustado para outras frequências para
receber o sinal desejado!
Figura 57 Componentes usados no conversor com NE602N.

Os capacitores não têm maiores problemas para ser


encontrados. Os trimmers podem ser os tipos de “folha”, miniatura,
como mostrado em (C) da figura 57. Os trimmers7 da “DAU®”,
fabricados no Brasil, tem valores em função da cor das folhas que
isolam as placas do mesmo e no caso de aprox. 50 pF a cor é
“incolor”.
O conversor descrito não entra em muitos detalhes
construtivos, placa de circuito impresso, sistema de montagem, etc. É
mais um circuito ilustrativo das dicas de uso do CI NE602N. Também
é para você realizar alguma pesquisa em relação às frequências que
você deseja, componentes, dicas de adaptação de componentes
específicos como indutores, capacitores, cristais, etc. Uma excelente
referência para montagem de circuitos como esse descrito e outros é
o ARRL® Handbook pois lá tem dicas valiosas sobre a construção de
bobinas com Toróides, capacitores, etc. Também procure ai a tabela
de enrolamento de toróides com núcleos da AMIDON®. Procure na
Internet e você vai ficar surpreso com a quantidade de dicas que
poderá retirar dos projetos existentes e usar nos circuitos de
alimentação, entrada, saída, etc. do NE602N!
30/11/13 – pem – Ver 0
Capitulo 9
O MICRO CONTROLADOR PIC
Introdução
Hoje em dia já existem centenas de equipamentos eletrônicos,
desde aparelhos para entretenimento até equipamentos profissionais,
que tem micro controladores embutidos internamente, para controlar
uma grande variedade de funções.
O uso de micro controladores permite a construção de
equipamentos eletrônicos mais poderosos no desempenho de suas
funções, mais baratos e mais simples. Por incrível que possa parecer
os projetos desses aparelhos tornam-se mais simples com o uso de
micro controladores.
O que são os micro controladores?
Um micro controlador é um “pequeno computador” que recebe
dados, toma decisões e efetua cálculos baseados nestes dados e
depois executa alguma tarefa. Normalmente eles são apresentados
na forma de um Circuito Integrado e os modelos mais usados tem a
forma de um CI de 18 pinos, como por exemplo, o PIC16F84, da
MICROCHIP®.
Na realidade, os PICs da MICROCHIP® (USA) são os mais
populares e este fabricante tem vários modelos, dependendo dos
programas que eles podem comportar (número de linhas), quantidade
de dispositivos internos, quantidade de dados a serem manipulados,
etc.
Internamente os PICs possuem todos os dispositivos típicos de
um microprocessador de um computador normal:
► CPU (Central Processor Unit), que é a Unidade Central de
Processamento,
► Memória PROM (Programable Read Only Memory), que é
uma Memória programável somente para leitura,
► Memória RAM (Random Access Memory) que é uma
Memória de acesso casual,

► Uma série de Linhas I/O (Input/Outuput) para receber


sinais de sensores externos ou acionar/controlar dispositivos
externos,
► Uma série de circuitos auxiliares para o funcionamento do
PIC, como gerador de clock, bus, contadores, etc.
A figura 58 mostra, em blocos e de maneira simplificada, como
são os dispositivos típicos dentro de um PIC.

Figura 58 Blocos internos do PIC 16F84 (simplificado)

O micro controlador funciona baseado num conjunto de


instruções (um programa), que vai determinar como o mesmo vai
converter os sinais de entrada em sinais de saída. Isso pode ser feito
de uma infinidade de maneiras!
Nas entradas do micro controlador podem ser conectadas
chaves, teclados, sensores (temperatura, pressão, etc.) interligados
através de um conversor Analógico/Digital. Nas entradas também
podem ser conectados dados provenientes de uma porta serial ou
paralela, proveniente, por exemplo, de um microcomputador PC.
As saídas dos micro controladores podem acionar diversos
tipos de dispositivos, gerar sons ou mesmo produzir dados para o
controle de outros dispositivos. Informação sob a forma de texto pode
ainda ser exibida num display LCD (cristal líquido).

Os micro controladores são programados através de um


programador especial. Alguns micro controladores são apagados por
um “apagador” de luz ultravioleta. A MICROCHIP® fabrica uma série
de PICs que são eletricamente programados e apagados, tornando
essas tarefas extremamente simples.
O hardware para a programação
Antes de o PIC ser usado em qualquer tipo de circuito, ele
precisa ser programado para desempenhar as tarefas definidas.
Essa programação é feita por especialistas da área, apesar de
vários amadores já trem desenvolvido essa habilidade. Em artigos de
montagem com PICs, descritos em revistas, livros e Internet,
costuma-se fornecer o programa (código fonte) já pronto para
carregar no PIC.
Os programadores para PIC são vendidos comercialmente ou
podem ser montados por um amador com conhecimentos suficientes.
Também são encontrados sob a forma de kits, para montagem. Na
realidade o circuito do programador é simples e apenas como
exemplo, um deles é mostrado na figura 59. Esse circuito foi baseado
no “LUDIPIPO” 1.0 programmer for PIC16C84, de Ludwig Catta.
O circuito da figura 59 é alimentado pela porta serial do
microcomputador. O CI1 deve ser montado em um soquete DIP de 18
pinos, de boa qualidade, já que o CI pode ser colocado e retirado
várias vezes. Melhor seria o uso de um soquete do tipo ZIF (zero
insertion force), mas de custo bem maior.
O programador vai conectado ao microcomputador através de
um cabo serial o mais curto possível.
Figura 59 Circuito de um programador para o PIC16F84

O software para a programação do PIC


O programa que é carregado no PIC é feito em linguagem de
máquina. De uma maneira em geral, é muito difícil escrever um
programa diretamente em linguagem de máquina.
Esse problema é contornado pelos programadores, que
escrevem primeiramente o programa numa linguagem de alto nível
(como BASIC ou C) ou em assembler. A seguir, esse programa é
compilado para converter o código do mesmo em linguagem de
máquina, que o micro controlador PIC poderá entender. Examinando-
se a extensão do nome do arquivo, pode-se saber que código foi
usado:
● HEX = linguagem de máquina que pode ser carregado
diretamente no PIC
● ASM = Assembler, precisam ser convertidos em HEX
antes de serem usados
● C, H = arquivos escritos em C. Precisam ser
compilados antes de serem usados
● BAS = arquivos escritos em BASIC, precisam ser
compilados
A ferramenta mais popular para converter uma linguagem em
arquivos HEX está disponível no site da MICROCHIP®. Chama-se
MPASM e é fácil de ser usada.

Vai ser preciso também um programa para carregar os


arquivos HEX no PIC. Um programa muito popular para isso é o PIX.
Um pequeno projeto com PIC.
Para que se possa ver a simplicidade de um projeto com um
PIC, é mostrado a seguir um circuito que gera sinais audíveis para o
código Morse O código Morse é um sistema de comunicação muito
usado por radioamadores, que consiste na transmissão de pontos e
traços, formando assim letras.
Por exemplo, a letra “a” consiste de um ponto e de um traço.
Para a memorização desse código, o ponto tem o som de “di” e o
traço tem o som de “da”. Assim, a letra “a” tem o som de di-da. A letra
“p” é

. ___ ___ . = di-da-da-di


O circuito mostrado na figura 60 permite que o PIC gere sinais
randômicos (avulsos) de letras completas, para treinamento na
recepção desses sinais.
Os pinos RB0 e RB1 estão configurados como saídas e ai tem
conectado um LED e um alto-falante do tipo piezelétrico (buzzer).
Através da saída RB0, o PIC acende o LED e através da saída RB1
ele produz sons no pequeno alto-falante.
A alimentação do PIC é de 5V e é facilmente conseguida com
um regulador de tensão do tipo 7805. Essa tensão sempre é aplicada
no pino 14, nomeado “VDD”. A conexão a terra é feita no pino 5,
nomeado “Vss”.
Para que o PIC funcione corretamente, ele precisa de um sinal
de clock (relógio), que é conectado aos pinos OSC1 e OSC2. Existem
três alternativas para se conseguir este sinal de clock:
Figura 60 Circuito gerador de código Morse.

a. No desenho "A” da figura 60 é mostrado a maneira mais


simples que consiste num circuito temporizador RC. A desvantagem
desse circuito é a falta de estabilidade para aplicações mais críticas e
profissionais. Por exemplo, se o PIC vai acender somente o LED,
para uma indicação visual, esse tipo de circuito é suficiente.
b. Uma alternativa, mais profissional e segura é usar um cristal
oscilador de quartzo4 nos pinos OSC1 e OSC2, como ilustrado em (B)
da figura 20.3. Esses cristais podem ser do tipo usado em placas de
microcomputadores e tem custo reduzido.
c. Uma terceira alternativa, mais econômica que o cristal
oscilador de quartzo é usar um ressonador cerâmico, que já é
mostrado conectado ao PIC no circuito da figura 60. Esses
ressonadores são encontrado no comércio comum de componentes.
A montagem do circuito da figura 60 pode ser feita numa PCI
(Placa de Circuito Impresso) feita especialmente para o projeto ou
mesmo numa “breadboard” que não precisará de solda. A
“breadboard” é mais aconselhada pois o circuito poderá sofrer
alterações. Depois de tudo funcionando, desenha-se o layout final da
PCI.

Dicas
O uso de micro controladores, do tipo PIC, abre um grande
campo de pesquisa e aplicações, não só para o profissional como
também para o montador amador.

Os PICs já são encontrados em circuitos eletrônicos de


entretenimento, automotivos, de automação e controle, de
telecomunicações, de medicina, etc.

Já existem várias empresas3 no pais que dão treinamentos em


micro controladores PIC e comercializam kits de programadores, etc.
Mais ainda, muitas deles já vendem kits para implementação de
projetos, o que permite realizar uma série de experiências.
O hardware de qualquer projeto torna-se bem mais simples
com o uso de PICs e o software praticamente implementa um infinito
número de ações.
Nunca seria pretensão deste capítulo dar conhecimentos para
a implementação de projetos com PIC. A ideia foi mais de uma
apresentação do PIC e também de mostrar a “ponta do iceberg”.
O importante é começar, fazendo cursos, lendo livros
pesquisando na Internet (centenas de sites...) e principalmente,
montando e programando circuitos com PIC.
Como curiosidade, e para que a dificuldade com hardware não
seja um empecilho, são mostradas nas duas figuras a seguir, figura
61 e figura 62, uma solução de montagem “caseira” com PIC, tirada
de um site na Internet.
Figura 61 Montagem "caseira" de um circuito com PIC (visto do lado dos
componentes)

Figura 62 Montagem "caseira” do mesmo circuito com PIC (visto pelo lado do
cobre da placa de circuito impresso tipo breadboard)
As “Protoboards” e as placas de circuito impresso para
protótipos.

Este assunto caberia bem nas descrições de tios de montagens mas


caso você já resolva “por as mãos na massa”, essas placas permitem
pequenas montagens, sem necessidade de soldar nada! As
“Protoboards” são placas de plástico, com centenas de contato, onde
você pode fazer suas montagens encaixando os componentes
eletrônicos e interligando-os com pequenos pedaços de fios rígido,
isolados. Veja fotos nas figura 63 e 64.

Figura 63 Montagem em Protoboards

Figura 64 Protoboard comercial da ICEL® - Copyright©ICEL.

29/11/13 – pem – Ver 0

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