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REVISTA DE HISTÓRIA DA

UEG QUIRINÓPOLIS

Revista de História da UEG – Quirinópolis v.1 n. 8 - 2018 Quirinópolis-GO. Editora Kelps, 2018
EDUARDO JOSÉ REINATO
MARCOS VINICIUS RIBEIRO
WANDERLEIA SILVA NOGUEIRA
(EDITORES)

REVISTA DE HISTÓRIA DA
UEG QUIRINÓPOLIS

Goiânia-GO
2018
Copyright © 2018 by Revista de História da UEG Quirinópolis

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Capa: Lucas Clara Leão

REVISTA DE HISTÓRIA DA UEG-QUIRINÓPOLIS


CONTENDO OS TRABALHOS APRESESTADOS:
XX Semana de História
IV Congresso Regional de História UEG – campus Quirinópolis
Tempo, história e interdisciplinaridade: rupturas e possibilidades

Universidade Estadual de Goiás - Câmpus Quirinópolis


Equipe Técnica da Revista de História da UEG – Quirinópolis

Coordenadores responsáveis:
Eduardo José Reinato
Marcos vinicius Ribeiro
Wanderleia Silva Nogueira

Organização:
Eduardo José Reinato
Marcos vinicius Ribeiro
Wanderleia Silva Nogueira

CIP – Brasil – Catalogação na fonte


Biblioteca da Universidade Estadual de Goiás

Revista de História da UEG Quirinópolis: contendo os trabalhos:

XX Semana de História & IV Congresso Regional de História UEG-Câmpus Quirinópolis: Tempo, história
e interdisciplinaridade: rupturas e possibilidades /Universidade Estadual de Goiás – Campus Quirinó-
polis; organizadores: NOGUEIRA, Wanderleia Silva. REINATO, Eduardo José.RIBEIRO, Marcos Vinicus.2018

ISSN 2179-5703

1. História. Congressos, conferências, etc. 2. Ensino de História, Reforma. 3. Revolução

CDU: 94(817.3):37

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É proibida a reprodução total ou parcial da obra, de qualquer forma ou por qualquer meio, sem a autorização prévia e por escrito do autor.
A violação dos Direitos Autorais (Lei nº 9.610/98) é crime estabelecido pelo artigo 184 do Código Penal.

Impresso no Brasil
Printed in Brazil
2018
5

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Reitor
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Pró-Reitor de gestão e finanças
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Profª.  Maria Olinda Barreto
Pró-reitoria de Pesquisa e Pós-graduação
Profº. Drº. Ivano Alessandro Devilla
Pró-reitora de Extensão, Cultura e Assuntos Estudantis
Profº. Marcos Antônio Cunha Torres

CAMPUS QUIRINÓPOLIS
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Coordenação de Extensão e Assuntos Estudantis
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Coordenação de pesquisa e Pós-Graduação
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Coordenadora do curso de História
Wanderleia Silva Nogueira
6

Revista de História da UEG – Quirinópolis

Conselho Editorial
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Ms. Eduardo Henrique Barbosa de Vasconcelos – UFRGS/UEG
Dr. Eduardo José Reinato – PUC Goiás
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Ms. Marcos Vinicius Ribeiro - UEG
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Ms. Wanderléia Silva Nogueira- UEG
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Ms. ​João Oliveira Ramos Neto- IFGoiano
Dr. Luiz Antonio Sabeh –UFPR
Ms. Robson Mendonça Pereira - UEG
Dr. Rafael Saddi Teixeira - UFG
Dr. Victor Passuello - UEG
7

SUMÁRIO

11 APRESENTAÇÃO

13 LOS RETRATOS DE LA MUERTE: ARTEFACTOS DE LA MEMORIA


DE LA GUERRA “CRISTERA”
Amílcar Carpio Pérez

31 EL ARCHIVO HISTÓRICO DEL ARZOBISPADO DE YUCATÁN. SU


HISTORIA E IMPORTANCIA
Pbro. Lic. Héctor Augusto Cárdenas Angulo
Lic. Carlos Armando Mendoza Alonzo

47 CONDENA EN BRASIL POR LA CIDH EN EL CASO ESCHER y


OTROS: PONDERACIÓN, ARGUMENTACIÓN Y EL PRINCIPIO DE
LA PROPORCIONALIDAD PARA LA SOLUCIÓN MÁS ADECUADA
CARGNIN, Gecilda Facco

56 A HISTÓRIA DA ÁFRICA NOS LIVROS DIDÁTICOS DO ENSINO


FUNDAMENTAL DO PROJETO ARARIBÁ HISTÓRIA
Daniela da Silva Santos,
Daniel Precioso

74 O AUTISMO É COLORIDO: EXPERIÊNCIA COM A ARTE


EDUCAÇÃO NO ESPAÇO NÃO FORMAL
Fabricio da Silva Santos
Vera Regiane Brescovici Nunes

83 ANÁLISE HISTÓRICA DO CRIME DE SEDUÇÃO E RAPTO: O


CÓDIGO PENAL DE 1940
Cíntia Wolfart

91 ANTÔNIO GRAMSCI E OS ASPECTOS GERAIS DA VIOLÊNCIA


NA HISTÓRIA DO CAPITALISMO
Marcos Vinicius Ribeiro
8

103 ECONOMIA VERDE COMO INSTRUMENTO DE PROMOÇÃO


DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
Adriana Ferreira de Paula

121 OESTE BAIANO: UMA REGIÃO EM DESENVOLVIMENTO


Vera Regiane Brescovici Nunes

139
AGRICULTORA FAMILIAR E O PROGRAMA NACIONAL DE
ALIMENTAÇÃO ESCOLAR: uma análise da implementação no
município de Pedro Velho (RN)
Osmar Faustino de Oliveira
Marcos Vinícius da Silva
Washington Maciel da Silva

153
A RELIGIOSIDADE E O TEMOR NA IDADE MÉDIA:
REPRESENTAÇÕES E A CRENÇA NA POST-MORTEM
Paulo Henrique Ferreira
Washington Maciel da Silva

165 LAPINHA E REISADO DO SALTO


Cícero Félix de Sousa

174 O ABANDONO E AS FASES DA ASSISTÊNCIA À CRIANÇA


DESVALIDA NO BRASIL ENTRE OS SÉCULOS XVIII E XX
Dra. Roberta Aline Sbrana
Dra. Joana Corrêa Goulart

O FENÔMENO-MARCA: A CENOGRAFIA E O ETHOS


185
DO DISCURSO PUBLICITÁRIO COMO CHAVES PARA A
COMPREENSÃO DO CONSUMO SIMBÓLICO DAS MARCAS
Nelson Soares

199
CRISTIANISMO PENTECOSTAL ESPETACULAR: MUDANÇAS
OPERADAS NA HISTÓRIA PROTESTANTE
Pedro Fernando Sahium
9

212 ASPECTOS ANTROPOLÓGICOS DO SISTEMA DE CRENÇAS


Gilson Xavier de Azevedo

229 APROXIMAÇÕES ENTRE RELIGIÃO OFICIAL E CATOLICISMO


POPULAR
Gilson Xavier de Azevedo
Simone Maria Zanotto
Janice Ap. de Azevedo Fernandes

239
EDUCAÇÃO FÍSICA X PSICOMOTRICIDADE: UM DUELO
OU UMA PARCERIA PARA SE TRABALHAR NA EDUCAÇÃO
INFANTIL?
Mayara Pereira dos Santos
11

APRESENTAÇÃO

Esta edição da Revista de História da UEG Campus Quirinópolis, traz uma


miscelânea de artigos que representam diversas pesquisas históricas coordenadas
por um grupo heterogêneo de historiadores. Tais artigos foram apresentados em
forma de comunicações coordenadas registradas durante a XX Semana de História
& III congresso Regional de História da UEG, evento que, tradicionalmente, tem
se dedicado a proporcionar espaços de debates democráticos que visam contribuir
para o desenvolvimento do pensamento cintífico e acadêmico nas várias áreas
contempladas pelo campo das Ciências Humanas.
O evento como um todo, bem como os artigos ora publicados, partiram
de uma abordagem que também é uma homenagem à principal matéria prima
do Historiador que se traduziu no seguinte eixo temático: Tempo, história e
interdisciplinaridade: permanências, rupturas e possibilidades. O conjunto
qualitativamente expressivo de debates que foram experimentados durante
o simpósio consolidaram este que é o principal evento na área de humanas
especialmente contemplada no campo da História em nossa região.
Os 27 autores e 18 artigos que seguem contribuíram para que pudéssemos
superar as distâncias que nossos acadêmicos encontram para participar de
fóruns orgânicos de discussão e intercâmbio e, de pesquisas no campo da ciência
Histórica. De certa forma, proporcionar periodicamente tais situações de contato
com a pesquisa histórica no recôndito sul goiano é contribuir para a integração do
pensamento cientifico. Além disso, proporcionamos três artigos de pesquisadores
mexicanos que introduzem o leitor ao universo da pesquisa histórica daquele país
e abrem caminho para a realização do III Simpósio Internacional de História da
UEG que será sediado em Quirinópolis no ano de 2019.
Como já nos alertou o historiador herudito Fernand Braudel, ao historiador:

(...) é necessário ir pela contra-encosta, reagir contra as facilidades de seu mis-


ter, não estudar apenas o progresso, o movimento vencedor, mas também seu
oposto, essa abundância de experiências contrárias que não foram quebradas
sem dificuldades.1

Portanto, não há caminho fácil para o historiador, pois somos parte de uma
ciência crítica que se contrói à contrapelo, na feliz expressão de Walter Benjamin.

1 BRAUDEL, Fernand. Escritos Sobre a História. 2ª. ed. São Paulo: Perspectiva, 1992. p. 117
12

Não se pode ignorar o fato de que a História se afirmou como campo do saber que
procura contrapor-se ao discurso do progresso inevitável. Somos historiadores e,
enquanto tais, estamos sempre a procura das dissonâncias do inevitável progresso
por que é justamente aí que residem as melhores histórias; aquelas que representam
os sabores e dessabores da vida cotidiana.
Segundo Benjamin, é na desconstrução do discurso sobre o progresso
que reside o grande encontro entre a história e a arte. Ao analisar o quadro de
Paul Klee Angelus Novus, Benjamin nos brindou com uma irretocável passagem
analítica sobre o tempo, a história e o exercício de sensibilidade absoluto de um
historiador que soube apreciar os melhores produtos do espírito humano.
Segundo Benjamin:

Há um quadro de Klee que se chama Angelus Novus. Representa um anjo que


parece querer afastar-se de algo que ele encara fixamente. Seus olhos estão es-
cancarados, sua boca dilatada, suas asas abertas. O anjo da história deve ter esse
aspecto. Seu rosto está dirigido para o passado. Onde nós vemos uma cadeia de
acontecimentos, ele vê uma catástrofe única, que acumula incansavelmente ruí-
na sobre ruína e as dispersa a nossos pés. Ele gostaria de deter-se para acordar os
mortos e juntar fragmentos. Mas uma tempestade sopra do paraíso e prende-se
em suas asas com tanta força que ele não pode mais fechá-las. Essa tempestade
o impele irresistivelmente para o futuro, ao qual ele vira as costas, enquanto o
amontoado de ruínas cresce até o céu. Essa tempestade é o que chamamos de
progresso.2

Em períodos de retrocesso da humanidade, tempos em que a intolerância


travestida de “progresso” parece se sobrepor a alteridade, a melancolia de
Benjamin se fortalece como uma chave de interpretação única de nosso tempo.
Tempo e história se fusionam em uma alquimia única e proposital para construir
o futuro na brecha do tempo presente e sobre os escombros do passado. Sejamos
o desafio aceito de sermos historiadores e produtores do conhecimento histórico,
mesmo em tempos em que a barbárie parece se sobrepor à humanidade.
Desejamos a todos uma excelente leitura!

Eduardo José Reinato


Marcos vinicius Ribeiro
Wanderleia Silva Nogueira

2 BENJAMIN, Walter. Obras Escolhidas. 7.ed. São Paulo: Editora Brasiliense, 1994. p.226.
13

LOS RETRATOS DE LA MUERTE: ARTEFACTOS DE LA


MEMORIA DE LA GUERRA “CRISTERA”

Amílcar Carpio Pérez1

Resumen: El presente artículo tiene como objetivo analizar la función social de las
fotografías posmortem que se difundieron entre un sector del catolicismo mexicano
durante el conflicto cristero entre los años de 1926-1929. La colección de fotografías
que se analizan corresponde a personas muertas a unas horas de su deceso ¿qué
función tenían estás imágenes en un conflicto armado con tintes religiosos? Cabe
destacar que esta práctica se difundió en otros países principalmente durante el siglo
XIX, aunque en México esta práctica tuvo poca difusión. Los retratos de la muerte
han cumplido una función diferente en los diversos países y periodos de la historia,
por ello, este trabajo busca explicar la función social de la fotografía posmortem
durante la guerra cristera en México. Asimismo, destacar su función como artefacto
de la memoria del catolicismo de la época.
Abstract: This article aims to analyse the social function of postmortem
photographs that if they spread among a sector of Mexican Catholicism during the
Cristero conflict between the years of 1926-1929. The collection of photographs
that are analyzed corresponds to people who died within a few hours of their death.
What function did these images have in a conflict armed with religious dyes? It
should be noted that this practice was disseminated in other countries mainly
during the nineteenth century, although in Mexico it had very little diffusion. The
portraits of death have fulfilled a different function in the various countries and
periods of history, for this reason, this work seeks to explain the social function of
postmortem photography during the Cristero War in Mexico. It also emphasizes
its function as an artifact of the memory of Catholicism of the time.
Palabras clave: Imagen, catolicismo, martirio, mentalidades, memoria

“Los retratos de la muerte durante la persecución religiosa de los años veinte:


artefactos de la memoria del martirio”
“La muerte no existe,
la gente sólo muere cuando la olvidan;

1 (Profesor-Investigador de tiempo completo en la Universidad Pedagógica Nacional Ajusco. Doctor en Humani-


dades (Área de Historia) por la Universidad Autónoma Metropolitana Iztapalapa. Licenciado en Historia por la
Escuela Nacional de Antropología e Historia (ENAH). Miembro del Sistema Nacional de Investigadores (SNI).
Miembro de la Comisión para el Estudio de la Historia de las Iglesias en América Latina (CEHILA-México). E-
mail ozomatli_acp@hotmail.com
14 Amílcar Carpio Pérez

si puedes recordarme, siempre estaré contigo.”


Isabel Allende Llona
(Eva Luna)

Los comportamientos del hombre ante la muerte han evolucionado a lo


largo de la historia. Como lo ha mostrado magistralmente el historiador Philippe
Aries en su texto ya clásico sobre la muerte en occidente, en donde sostiene que
estas actitudes han sufrido grandes cambios a lo largo del tiempo, modificándose
sustancialmente desde el siglo XX. (Aries, 2008)
De esta forma alrededor de la muerte se han construido un sin número
de ritos y tradiciones. Por ejemplo, en nuestro país se siguen celebrando el
día de muertos, tradición que ha evolucionado e incorporado elementos:
prehispánicos, hispanos cristianos y hoy incluso, en algunos hogares se integran
elementos propios del Halloween, debido a la influencia estadounidense en
nuestro territorio.
En estas líneas abordaré algunos elementos sobre una práctica que en la
actualidad nos puede parecer morbosa, malsana y escabrosa. Me refiero a las
fotografías postmortem. Hoy en día las fotografías de personas en su lecho de
muerte son una práctica distante. La muerte en la actualidad como lo señala Aries,
es una práctica privada e íntima, los familiares y amigos guardan por lo general la
imagen en vida de la persona fallecida.
En los últimos años la práctica y la facilidad de realizar una fotografía ha
provocado que se generen retratos de todo tipo: familiares, de pareja, de comida,
mascotas, momentos felices y extraordinarios, “selfies”, nuestra vida cotidiana,
etcétera; estamos frente a una sociedad acostumbrada a fotografiar todo, de lo más
importante a lo más vano y efímero. Nuestros perfiles en redes sociales constatan
esta afirmación; pero a pesar de ello, las imágenes explicitas de muertos aún nos
parecen inapropiadas, a pesar de ser escenas cotidianas en el contexto de violencia
prevaleciente en nuestro país.
Hace algunas décadas la práctica de fotografiar a los difuntos estaba
difundida en varias partes del mundo. En algunos países se siguió retratando a
los muertos hasta bien entrado el siglo XX. En México estas fotografías fueron
comunes para un sector de la sociedad todavía en la década de 1920.
Una de las primeras cuestiones que se desprenden al acercamos a esta
temática es la función que cumplían y el sentido que tenían estas imágenes, por
ello la primera pregunta a responder es ¿Por qué para un sector de la sociedad
mexicana estas fotos eran significativas?
LOS RETRATOS DE LA MUERTE: ARTEFACTOS DE LA MEMORIA DE LA GUERRA “CRISTERA” 15

Para responder esta pregunta hay que tomar en cuenta que las imágenes
han estado presentes en varios rituales religiosos y recientemente la fotografía
forma parte de ofrendas, altares, tumbas, cementerios, etcétera. A pesar de ello
los retratos en torno a la muerte pueden tener varios significados. Para Sánchez
Montealban estás imágenes:

…mantienen su valor de fijación de la realidad, de interés por el referente y, por


su puesto, su carácter sustitutivo y simbólico. Sustitutivo porque reemplazan a
la persona desaparecida y simbólico porque resumen y condensan valores de
personalidad, de lazos familiares o conceptuales, incluso. En ocasiones, como
un último recuerdo, las fotografías registran los últimos momentos de una vida,
o sirven como reconocimiento y el certificado de ello. De esta manera podremos
encontrar un numeroso ejemplo de imágenes consumidas en el entorno familiar
que se refieren e experiencias ritualizadas y religiosas sobre la muerte. (Sánchez,
2006, p. 332)

Hoy a pesar de que la muerte se ha privatizado y hay empresas orientadas


a cumplir con todos los servicios relacionados incluidos los de arreglos y
fotografías, la muerte sigue teniendo un fuerte vínculo espiritual y religioso. Por
ello, las fotografías postmortem que analizo en estas líneas son parte de un rito
más amplio de índole religioso e incluso ideológico.
Las preguntas principales que busco responder en esta investigación son:
¿qué función tuvo el fotografiar a los católicos muertos en México en la década
de los veinte y treinta del siglo pasado? ¿por qué la fotografía en estos años sirvió
como un artefacto de memoria de los católicos?

Los retratos de la muerte en México: antecedentes

La práctica de tener un último recuerdo de una persona recién difunta


es muy antigua como lo atestiguan las máscaras mortuorias o las pinturas
encontradas principalmente en Occidente. Por ejemplo, desde el siglo XVI, en
Europa se realizaron pinturas postmortem, principalmente a religiosos y niños.
(Aries, 2008)
La fotografía irrumpió en el siglo XIX como uno de los inventos más
llamativos de la humanidad, la posibilidad de capturar una escena de la vida
significó un gran avance. Varios especialistas datan la aparición de este invento en
1839 con el sistema de obtención de imágenes del francés Louis Daguerre (1787-
1851). La fotografía se fue ganando terreno entre los diversos grupos sociales,
su costo más accesible en comparación de las pinturas posibilitó que incluso las
16 Amílcar Carpio Pérez

clases menos favorecidas aspiraran a tener una foto propia, de la familia o de un


ser querido. Por ello, en un tiempo relativamente corto, la fotografía modificó
algunas prácticas cotidianas y religiosas, por ejemplo los ritos funerarios.
Las fotografías postmortem surgen en Francia en el siglo XIX. Se le conoció
como el “último retrato”, y tenía la función de ser un artefacto de memoria, que
conservaba el recuerdo de un ser querido; en el caso de los niños, servía como
recordatorio a las familias de que en el cielo tenían un angelito.
En México tenemos noticias de que esta práctica ya se llevaba a cabo en
algunas familias desde finales del siglo XVIII y en el caso de la fotografía ya
estaba presente a mediados del siglo XIX. Por ejemplo, en una nota publicada en
el periódico Monitor Republicano de 1855 se anuncia lo siguiente: “Fotógrafos
mexicanos agregados a la Sociedad Fotográfica de París ofrecen retratos sobre
papel… Los retratos de muertos, enfermos o de las personas que no se quieran
molestar, iremos a su domicilio mediante un aumento en el precio, el cual será
amigablemente fijado.” (en Bringas, 2014, p. 66)
Al parecer en este periodo esta práctica era común sobre todo en las
principales ciudades del país, y como lo señala la escritora Sara Bringas, “Y es
que de París había llegado la costumbre de fotografiar muertos, por lo que tales
imágenes no eran consideradas morbosas en aquella época en la que dominaba la
ideología del Romanticismo” (Bringas, 2014, p. 66)
De esta forma las fotografías posmortem en México no son raras y existen
colecciones que aún se conservan en algunos archivos del país. Por ejemplo,
las fotografías de Romualdo García Torres, nacido en el año de 1852 en Silao,
Guanajuato y falleció en 1930. Romualdo García se dedicó como fotógrafo desde
1887 cuando abrió públicamente su estudio. Sus fotografías conservadas hasta hoy
son principalmente de retratos de gelatina sobre vidrio de entre 1906 y 1914.  Como
un ejemplo de esta colección tenemos las fotos de los llamados “angelitos” o de
la “muerte niña”; hay que tomar en cuenta que durante estos años la mortandad
infantil era muy alta entre los menores de cinco años, aproximadamente el 30
% de los niños fallecía por enfermedades como viruela, cólera, diarrea, fiebre y
pulmonía. (Bringas, 2014, p. 66)
Desde mediados de siglo XIX las fotografías de niños eran una forma de
recordar y celebrar la llegada de un angelito al cielo: de acuerdo con la tradición
católica los niños que morían bautizados, sin pecado original, van al cielo: “…y a
quienes no habían recibido ese sacramento se les enterraba con los ojos abiertos
para que vieran a Dios y su gloria, pero tendrían que reposar su alma en el Limbo”
(Bringas, 2014, p. 67)
LOS RETRATOS DE LA MUERTE: ARTEFACTOS DE LA MEMORIA DE LA GUERRA “CRISTERA” 17

En estas fotografías se podían apreciar tres formas distintas de presentación:


a) como angelitos b) como si estuvieran vivos c) o simulando su llegada al cielo.
Las fotografías de los niños muertos tenían una función social muy clara en estos
años a decir de Sara Bringas: “…preservar el recuerdo de un ser querido, en una
mezcla de dolor, placer y nostalgia. Sin duda, este tipo de imágenes ayudaban
a mitigar la pena y en muchas ocasiones se convirtieron en motivo de culto.”
(Bringas, 2014, p. 68)
Por lo anterior la noción de artefacto de memoria es fundamental para
entender esta práctica. Se considera que la memoria colectiva de un grupo queda
fija en sus miembros por medio de los marcos sociales y de los artefactos de la
memoria. Por artefacto debemos entender:

“Que son objetos producidos por el hombre con clara intención de recordar,
esto es, que los artefactos son una especie de almacenes de acontecimientos
significativos que permiten comunicar a posteori lo que aconteció en tiempos
pretéritos. En esta tesitura que los artefactos otorgan un sentido al pasado expe-
rimentado por una colectividad o sociedad. La idea de los artefactos es que per-
duren y que en un futuro comuniquen situaciones significativas para un grupo
o sociedad. Los artefactos tienen una larga historia y de acuerdo con su tiempo
y condiciones se van modificando, pero no así su intención que siempre es co-
municar para no caer en el olvido.” (Mendoza, 2015, p.79)

A continuación, voy a describir una colección de fotografías postmorten


diferente a las arriba mencionadas, así como explicar el contexto y la función
social que cumplieron, me refiero a las fotografías de católicos muertos durante el
periodo conocido en México como la: Guerra Cristera.

Contexto de la guerra cristera: el discurso social del martirio

Entender el contexto en el que se desarrolla una práctica colectiva es


fundamental, es el lienzo sobre el cual se plasman posteriormente los trazos más
gruesos y los detalles más finos de la narración histórica. De esta forma nuestro
contexto abarca desde 1914 cuando en México comienza un periodo de roces entre
la Iglesia y el Estado, que tuvo su clímax con el conflicto de 1926-1929 conocido
como la “guerra cristera” y que se prolongó en algunas regiones hasta finales de los
años treinta. Este conflicto género que seguidores de ambos bandos se radicalizaran,
dando ocasión para que la Iglesia desarrollara un discurso de persecución.
Después de algunos roces durante el periodo posrevolucionario entre la
Iglesia y el Estado, en los primeros años de la década de los veinte, siendo presidente
18 Amílcar Carpio Pérez

Álvaro Obregón (1920-1924) hubo una cierta conciliación con la Iglesia católica.
Obregón le permitió a la Iglesia y a las organizaciones católicas hacer algunas
manifestaciones públicas a pesar de la vigencia de una constitución de corte laico,
por ejemplo, la celebración de la coronación de la Virgen de Zapopan el 16, 17
y 18 de enero de 1921, que sirvió entre otras cosas para mostrar la capacidad de
movilización que tenía el clero.
Tal vez la dificultad más grave que enfrentó la Iglesia durante el gobierno
de Obregón, fue la expulsión del país del delegado apostólico Ernesto Filippi, por
haber asistido a la colocación de la primera piedra en el monumento de Cristo
Rey en el cerro del Cubilete. Aunque después Obregón se encargaría de que este
episodio no tuviera mayores complicaciones, permitiendo que para 1924 llegara a
México un nuevo delegado apostólico. Se puede decir que durante el gobierno de
Obregón se vivieron incidentes menores y estuvo lejos del hostigamiento de los
años anteriores. (Carpio, 2006, p. 62)
La relativa calma no sobrevivió a la salida de Obregón de la presidencia,
el sucesor Plutarco Elías Calles, era de fuerte tendencia anticlerical. Pronto
se multiplicaron los gobernadores que, en busca de ganarse la confianza del
presidente, siguieron sus tendencias hasta pasar de los discursos a los actos.
Ejemplo de ello fueron los gobernadores de Hidalgo, Jalisco, Colima, Chiapas,
Tabasco y Yucatán. Desde enero de 1926, Calles demostró que su política no iba
a ser la de Obregón, por lo que hizo aprobar en el Congreso la ley reglamentaria
del art. 130° de la Constitución y reformó el Código Penal para poder aplicar
la Constitución en los estados. (Rius, 1960, p. 59) Con esta ley de 33 artículos,
conocida como ley Calles reinició el conflicto que se extendería en su primera fase
hasta 1929, y que es conocido como el conflicto más grave en materia religiosa de
la primera mitad del siglo XX en México.
El 4 de febrero de 1926, el periódico El Universal, publicó una entrevista
al arzobispo de México, Mons. Mora y del Río, en donde decía: “El episcopado,
clero y católicos, no reconocemos y combatiremos los artículos 3, 5, 27 y 130 de la
Constitución vigente.” En algunos círculos se aseguraba que esta entrevista había
sido preparada por el gobierno. (Rius, 1960, p. 59) De cualquier manera Calles
interpretó las declaraciones del arzobispo como un reto hacia su gobierno y contra
la revolución. El 11 de febrero, ordenó a los gobernadores que reglamentaran el
artículo 130°, al mismo tiempo el secretario de gobernación, Adalberto Tejada,
expulsó a los primeros sacerdotes extranjeros. El 13 de febrero, se ordenó la
aplicación de los artículos 5° y 27° y en los días posteriores se empezaron a aplicar
las leyes en San Luís Potosí, Puebla, Jalisco y el Distrito Federal. El 20 de febrero,
LOS RETRATOS DE LA MUERTE: ARTEFACTOS DE LA MEMORIA DE LA GUERRA “CRISTERA” 19

Monseñor Ruiz y Flores, arzobispo de Michoacán, hacía una violenta protesta


por esta situación. El 22 del mismo mes se publicaba el nuevo reglamento de
enseñanza en donde quedaban inexistentes las escuelas católicas y hacia finales de
febrero, Calles ordenaba a los gobernadores aplicar la Constitución a toda costa.
(Meyer, 2000, pp. 241-244)
La situación se mantuvo en los tres meses siguientes. En marzo 202
sacerdotes extranjeros habían sido expulsados y cerrados 83 oratorios, 118
colegios y 83 conventos. Los gobernadores tomaron diferentes posturas ante
este problema religioso, algunos trataron de evitar los enfrentamientos con la
población católica optando por solucionar los problemas a nivel local como en
Guerrero, Veracruz, Coahuila, San Luís Potosí y Michoacán; sin embargo, en
estados como Zacatecas, Puebla, Pachuca, Tabasco y Colima hubo enfrentamientos
entre católicos y autoridades. Por ejemplo, en Colima la Liga Nacional en Defensa
de la Libertad Religiosa promovió el boicot contra el comercio establecido y la
suspensión del culto; situación que obligó al gobierno a declarar su decisión de
mitigar la aplicación de la ley a cambio de suspender el boicot. El 21 de abril
los obispos publicaron con la aprobación de Roma, una carta pastoral colectiva,
donde pedían la reforma de la constitución específicamente los artículos 3° y 130°.
Esto fue considerado por el gobierno como una provocación y como respuesta el
10 de mayo el delegado apostólico Mons. Caruna fue expulsado del país. El dos
de julio el Papa por medio del cardenal Gaspirri dio a conocer su opinión sobre
la situación en México y en la cual condenaba al gobierno: “bajo la apariencia
hipócrita de la pretendida legalidad, quienes dirigen el gobierno practican una
persecución real contra la religión católica(...) ”(Meyer, 2000, pp. 246-248) Ese
mismo día apareció en el Diario Oficial un decreto presidencial que reformaba
el Código Penal, en donde se establecían como delitos actividades relacionadas
con el culto, la enseñanza y la prensa. Semanas después el 23 de julio se publicó el
reglamento sobre la obligatoriedad del laicismo de la enseñanza en las escuelas.
Por su parte la jerarquía católica pasó de las advertencias a los hechos, el
25 del mismo mes ocho arzobispos y veintiocho obispos en una carta colectiva
condenaban el anticlericalismo callista: “así, pues siguiendo el ejemplo que nos
da el santo Padre, ante Dios, protestamos contra ese decreto; protestamos ante
las naciones civilizadas del mundo. Con la ayuda de Dios y vuestra cooperación,
trabajaremos por conseguir la reforma de ese decreto y de los artículos
antirreligiosos de la Constitución, y no renunciaremos antes que nuestros
esfuerzos hayan sido coronados por el éxito.” Y ordenaban que los sacerdotes
suspendieran actividades en las iglesias de toda la República, dejándolas abiertas
20 Amílcar Carpio Pérez

y bajo el resguardo de los fieles. Al día siguiente de esta publicación, Calles declaró
al corresponsal de los periódicos de la cadena Herast: “naturalmente que mi
gobierno no piensa siquiera suavizar las reformas y adiciones del código penal,
que han tomado como pretexto líderes políticos católicos y malos prelados en
nuestro país, para oponerse a la obra reconstructiva y revolucionaria social que
estamos llevando a cabo, y cada nueva manifestación de animosidad u oposición,
o estorbo a las tareas administrativas de mi gobierno, se traducirá forzosamente
en nuevas medidas de represión para quienes no acaten o desconozcan las leyes
de México(...)” (Meyer, 2000, pp. 262-267)
En efecto días después de conocer la publicación de la jerarquía, el presidente
por medio de la circular 103 de la Secretaría de Gobernación, estableció que se
tomaran las disposiciones necesarias para que las leyes fueran cumplidas y resolvió
que en cuanto un sacerdote abandonara una iglesia, las autoridades la retomaran
para después entregarla a una comisión de 10 vecinos, nombrados por las
autoridades, previo inventario de los objetos. Pero como los obispos prohibieron
a los católicos participar en dichas comisiones el choque se hacía evidente. La
suspensión del culto y los inventarios en las iglesias, entre otras cosas, provocaron
los primeros levantamientos de una lucha que se prolongaría hasta 1929. La
revolución renovó el anticlericalismo que en buena medida había sido superado
durante el porfiriato; se puede decir que de 1914 a 1938 se viven constantes roces
entre la Iglesia y el Estado, inclusive algunos alcanzan enfrentamientos violentos
entre 1926 -1929; aunque también hubo una relativa tranquilidad durante el
gobierno de Obregón. Para algunos revolucionarios la Iglesia era un competidor
que había que eliminar, era un enemigo insoportable, un competidor al que se
debía eliminar para tener el control de la sociedad.
Durante la guerra cristera se vivieron excesos provocados por algunos
partidarios de ambos bandos involucrados. Para la tradición católica los que
mueren en defensa de su fe son considerados mártires en la mayoría de los casos,
por su parte el Estado reconoce los sacrificios hechos por la Nación al situar a sus
muertos en el panteón de la patria como héroes.
El martirio fue una de las imágenes más recurrentes durante estos años y
se difundió por medio de distintos documentos e imágenes. En un contexto de
roces entre la Iglesia y la autoridad civil, el catolicismo recupera la situación de
persecución vivida en el alba del cristianismo, periodo recordado por la aparición
de los primeros mártires de la Iglesia. En México durante la guerra cristera se
dio un contexto favorecedor para que la Iglesia reconociera el sacrificio de sus
defensores.
LOS RETRATOS DE LA MUERTE: ARTEFACTOS DE LA MEMORIA DE LA GUERRA “CRISTERA” 21

El catolicismo en general exaltó el discurso del martirio, en un inicio fue


una adaptación de los testimonios existentes sobre los mártires de los primeros
siglos. Posteriormente este discurso fue adecuado a la realidad mexicana, y al
transcurrir de los años sirvió al catolicismo como ejemplo que quedó marcado
en la memoria colectiva; la Iglesia proyectó el martirio en la imagen de santidad
mexicana del siglo XXI, manteniendo la continuidad de este discurso hasta el día
de hoy.
En las historias que narran la vida de los primeros cristianos es común
encontrar las palabras lapidado, decapitado, crucificado, calcinado, etcétera
vinculadas al motivo de su muerte. Esta situación produjo entre los cristianos la
exaltación del martirio, imitando la forma en que murió Jesús como testimonio
de fe. En general este lenguaje lo encontramos en el lenguaje dominante durante
el conflicto religioso en México de las primeras décadas del siglo XX. (Santagada,
2006, p. 450) Por mártir debemos entender: “la persona que sufre la muerte
por causa de su fe. A menudo por negarse a renunciar a ella. El término… se
aplicó… a aquellas personas cuyo testimonio a favor de su fe les había acarreado
la muerte o algún tipo de persecución. A partir del siglo II, los mártires recibieron
honores especiales en las iglesias, y los aniversarios de su muerte empezaron a ser
celebrados como la fiesta de su natalicio.” (Browker, 2006, p. 418)
Las fotografías postmortem de cristeros durante estos años forman parte
del discurso social católico de la época y tenían como objetivo resaltar la imagen
de martirio y de persecución de la época. Son un artefacto de memoria que fijo el
ideal de buen cristiano que se difundió en México a causa del conflicto religioso.

Retratos de la muerte: fotografías postmortem (1926-1929)

En la actualidad las imágenes son empleadas como fuente para el análisis


del pasado sin mayores problemas. Jacques Le Goff señala en el prólogo de la
famosa obra del historiador francés Marc Bloch, Los Reyes Taumaturgos, que la
imagen era reveladora y tenía una mayor importancia de la que se le había dado
hasta ese momento, “su relación con los textos, su lugar en el funcionamiento
de las diversas sociedades históricas, su estructura y su localización deben ser
cuidadosamente estudiados.” (Bloch, 2006, p. 44) Peter Burke ha profundizado en
la metodología para el estudio de la imagen, y destaca que esta fuente complementa
la información aportada por los documentos escritos, pero su testimonio resulta
valioso en temas donde los textos son escasos, como es el caso de la “visión de los
acontecimientos desde abajo o en los cambios de sensibilidad… muestran ciertos
22 Amílcar Carpio Pérez

aspectos del pasado a los que otro tipo de fuente no llegan.” (Burke, 2001, pp. 235-
239) Aunque una imagen puede ser polisémica y ambigua, es incuestionable que
es un testimonio que muestra, “el ordenamiento social del pasado y sobre todo de
las formas de pensar.” (Burke, 2001, pp. 235-239) De esta manera la imagen debe
ser situada en contextos particulares (culturales, materiales, políticos, etcétera),
para su mejor comprensión.
Hablando específicamente de las funciones de la imagen vinculados a
procesos religiosos, Burke señala los siguientes usos: como adoctrinamiento,
objeto de culto, estímulo para la meditación y como arma en los debates. En el
caso de las imágenes que seleccioné para este apartado, que muestran escenas
explicitas con muertos y que se relacionan con el martirio durante la persecución
religiosa, hablamos de que pudieron ser usadas como un arma en los debates de
la época. Fueron empleadas para difundir el sacrificio hecho por los católicos
frente a sus enemigos, forman de un discurso que iba encaminado a resaltar una
supuesta persecución de corte religioso.
Es recurrente a lo largo de la historia, cuando la Iglesia se encuentra en
conflicto con alguna autoridades civiles, donde la disputa de sus privilegios estén
en juego, asume dicho conflicto como un problema de persecución religiosa,
aunque el problema principal sea por cuestiones políticas y por delimitar su
poder e influencia terrenal. Por ello durante el conflicto cristero, dentro amplios
sectores del catolicismo, sus muertos fueron equiparados a los primeros mártires
del cristianismo, situación que propició un periodo de mártires. La imagen del
mártir se volvió clave para sustentar la idea de persecución religiosa, de esta forma
el martirio se volvió una bandera ideológica y política para el catolicismo. “El
catolicismo en general exaltó el discurso del martirio que en un inicio fue una
adaptación de los testimonios existentes sobre los mártires de los primeros siglos.
Con posteridad este discurso se adecuó a la realidad mexicana y, al transcurso
de los años, sirvió a algunos sectores del catolicismo como ejemplo que quedó
marcado en la memoria colectiva…” (Carpio, 2016, pp. 63-64)
Durante los años del conflicto cristero existió un discurso social dominante
entre los católicos, a través de oraciones, discursos, imágenes, sermones, folletos,
prensa, libros, etcétera, la idea de persecución y martirio fue ampliamente
difundida. Las fotografías posmortem que a continuación revisamos forman
parte de este discurso social de la época.
En cuanto a cómo interpretar una imagen, Burke señala que hay tres
niveles a considerar: 1) Descripción preiconográfica, que consiste en identificar
los elementos u objetos que conforman una imagen (descripción); 2) Análisis
LOS RETRATOS DE LA MUERTE: ARTEFACTOS DE LA MEMORIA DE LA GUERRA “CRISTERA” 23

iconográfico, se refiere al “significado convencional” que se le ha dado a la imagen


(por ejemplo reconocer la imagen de la Virgen de Guadalupe, y no sólo ver en
ella una imagen mariana más); 3) Interpretación iconológica, entendida como el
significado intrínseco, “…los principios subyacentes que revelan el carácter básico
de una nación, una época, una clase social, una creencia religiosa o filosófica.”
(Burke, 2001, pp. 45-46)
Varias imágenes de la época son muy graficas respecto a estos temas y por
diferentes medios se difundió este lenguaje, por ejemplo, a través de panfletos y
fotografías que exaltaban la muerte y el martirio de algunos cristeros y sacerdotes.
Hay que señalar que este tipo de material fue creado y difundido por el catolicismo
en general: laicos y miembros de la Iglesia.
Las imágenes usadas a continuación forman
parte de la colección documental Aurelio R. Acevedo,
del Archivo Histórico de la UNAM (colección en
línea: http://www.iisue.unam.mx/ahunam/banco-
imagenes/galerias/Aurelio_R_Acevedo)
La primera imagen es una muestra del
discurso social de la época donde el martirio estaba
en el centro de las ideas que circulaban en medios
católicos. El folleto titulado El soldado de ¡Cristo Rey!,
destaca la imagen de un laico, a quien se le atribuyen
las siguientes palabras antes de ser fusilado: “Ustedes
son soldados de un mal gobierno. Yo soy soldado
de ¡Cristo Rey¡”. No tenemos el nombre de este
personaje, pero sabemos la intensión de estos folletos: dar a conocer la persecución
que sufren.
El folleto anterior es
de los llamados mártires
de León, en el fondo, en la
parte superior aparece una
fotografía de un paisaje,
que supongo corresponde
a Zamora, lugar donde
fueron martirizados. El
elemento más importante
se encuentra en el centro
en la parte inferior, se
24 Amílcar Carpio Pérez

encuentran los cuerpos sin vida de cuatro personas recostadas en el suelo, visten
traje sastre y se alcanza a percibir el año 1927, resaltando la fotografía después de
sus muertes.
Las siguientes imágenes representan una escena similar, la muerte del
padre Gumersindo Sedano. En la primera imagen se lee el título “mártir de ciudad
Guzmán”, además se señala que el cadáver fue expuesto al público por los soldados
del Presidente Calles. En ambas fotografías se aprecian rastros de lodo o sangre en
su rostro y ropa. En la segunda fotografía se aprecia una nota pegada a su cuerpo a
la altura de sus rodillas que dice: “Este es el Sr. Cura Sedano.” Es posible que en el
caso de esta imagen haya sido tomada por sus mismos ejecutores y difundida para
desalentar a los cristeros. Aunque posteriormente se aprovechó para ser usada
como propaganda por los católicos por eso se destaca en el folleto la idea de dar a
conocer la horrible persecución que sufren.
En la siguiente
fotografía se distingue
el cuerpo de una
persona en lo que
parece un velorio. En
el fondo se aprecian
algunos rostros al
parecer de niños
contemplando el
cuerpo. El difunto tiene
algunos elementos
relacionados con el
martirio, como lo es
una flor roja cerca de
su rostro, que se relaciona con la sangre derramada; además varias flores blancas
alrededor del cuerpo en señal de pureza y la inocencia de alma, además en este
contexto resalta la situación de la muerte. El cuerpo está cubierto por una túnica,
lo que nos hace suponer que se trata de un sacerdote, sabemos por su clasificación
en el archivo que es en Veracruz. Resalta un cáliz cerca de su rostro lo que puede
representar la reafirmación de la fe cristiana y de la redención. En la cabecera se
aprecian dos banderas, una colocada su lado izquierdo, al parecer es la bandera
tricolor con la imagen de la virgen de Guadalupe en el centro, y otra colocada a
su lado derecho una bandera con la siguiente inscripción: sacramentum pietatis †
maritatis (sacramento de bondad † casamiento).
LOS RETRATOS DE LA MUERTE: ARTEFACTOS DE LA MEMORIA DE LA GUERRA “CRISTERA” 25

En las siguientes
imágenes podemos
observar el cuerpo de
católicos en su lecho
de muerte; un laico y
un presbítero. En las
imágenes nuevamente
son evidentes algunos
elementos simbólicos
que se relacionan
con el martirio. Por
ejemplo, en ambas
imágenes en la parte inferior de las fotografías y sobre el cuerpo de los difuntos,
se distinguen algunas palmas. Las palmas son el símbolo que usó la Iglesia de
los primeros siglos del cristianismo para representar la victoria del cristianismo
sobre la muerte; asimismo es un atributo que representa a los mártires cristianos.
También se pueden apreciar
las flores blancas rodeando
el ataúd en ambos casos. En
el caso de la segunda foto
se alcanza a leer: PBRO.
ÁNGEL MARTÍNEZ
MARTIRIZADO EN
PUEBLO NUEVO,
GUANAJUATO.
En la siguiente fo-
tografía se lee: BRIGIDO
GONZALEZ. Se aprecia
el cuerpo de un católico
muerto sobre una cama.
Como en las anteriores
imágenes se aprecian dos
elementos principales: las
flores blancas que cubren
totalmente todo el cuerpo,
las flores están colocadas en
desorden, dejando al des-
26 Amílcar Carpio Pérez

cubierto sólo el rostro. Asimismo, a la altura del estómago se distinguen algunas


palmas, en referencia al martirio.

En la siguiente imagen se observa el cuerpo


sin vida de un católico. Nuevamente los elementos
que destacan son las flores blancas que cubren el
cuerpo, envuelto en una sábana blanca. En la cabecera
del cuerpo se encuentra una imagen de la virgen de
Guadalupe. Se lee en la imagen el siguiente nombre:
PORFIRIO MORENO.

En la siguiente imagen se destaca en el centro el


cuerpo sin vida recostado sobre un camastro cubierto
con una sábana blanca con flores blanca; el difunto
está vestido con una
camisa blanca y con las
manos juntas agarrando
un crucifijo. En cada
una de las esquinas
se encuentran velas
encendidas y en la parte
inferior se aprecia un
ramo de flores blancas. A
un costado se encuentra
LOS RETRATOS DE LA MUERTE: ARTEFACTOS DE LA MEMORIA DE LA GUERRA “CRISTERA” 27

un adolescente, sereno con la mirada hacia el frente. Al fondo destaca un


estandarte de la imagen de Jesucristo.

En la siguiente imagen se aprecia un cuerpo sin vida dentro de un ataúd,


vestido totalmente blanco y a la altura
de sus pies un ramo de flores blancas.
Atrás un crucifijo en el centro. Resalta
la imagen de un niño vestidos de blanco
recargado en el ataúd, sosteniendo una
vela encendida en su mano izquierda.

En la siguiente fotografía se aprecia


a dos hombres y una mujer sosteniendo
el cuerpo de un hombre muerto, vestido
y calzado de blanco. A un costado de la
mujer se encuentra un niño no mayor
de tres años. La escena de fondo destaca
una pared de adobe y detrás las ramas de
un árbol; además contiene un texto que
indica el posible lugar donde ocurrió
este hecho: “Jesús López, Puruandiro
Michoacán”
Otro tipo de imágenes que circularon
en medios católicos son las llamadas: Galería
de mártires mexicanos. Estas son imágenes
compuestas por varias escenas donde se
destacan varios elementos que remiten a
una simbología que recupera el martirio y la
persecución como eje del mensaje. Por ejemplo,
en la siguiente imagen se puede apreciar en
el centro la escena de un sacerdote con las
manos juntas como en oración, frente de él,
un pelotón de soldados listos para disparar: la
imagen corresponde a un fusilamiento. En los
extremos de la parte superior de la fotografía se
aprecian el rostro de dos católicos en su lecho
de muerte, corresponde a Luís Segura Vilchis
28 Amílcar Carpio Pérez

y Miguel Agustín
Pro, implicados en un
atentado contra la vida
del presidente electo
Álvaro Obregón. En
el extremo izquierdo
inferior se aprecia la
imagen de los mártires
de Zamora (imagen
analizada líneas atrás).
En el extremo derecho
inferior se muestra
una escena donde se
destaca la línea férrea, y del lado izquierdo postes del cableado eléctrico, donde
se distingue la silueta de personas ahorcadas. En el centro de la imagen resalta
la figura de Jesucristo con los brazos extendidos, asimismo en los bordes es
notorio varios elementos como las palmas y las flores. El mensaje de persecución
y martirio a partir de la muerte es muy claro en esta imagen.

Conclusión

Las anteriores fotografías sólo cobran sentido si entendemos el contexto en el


que fueron realizadas. En México los conflictos Iglesia-Estado han sido constantes
a lo largo de la historia, teniendo momentos álgidos donde los conflictos han
llegado a las armas. Grupos radicales han existido en ambos bandos por ejemplo,
conservadores, liberales, revolucionarios, cristeros, etcétera.
Desde 1914 la Iglesia católica consideró la existencia de un ambiente de
persecución religiosa, debido a las medidas tomadas por algunos gobiernos civiles en
los diferentes estados del país. Pero en su mayoría las medidas fueron encaminadas a
limitar la acción social y política de la Iglesia, y en muy pocos casos atentaron contra
la fe y religiosidad de los católicos. Por ejemplo, durante el gobierno de Plutarco Elías
Calles se intentó limitar el número de sacerdotes y las muestras púbicas de religiosidad,
esto fue considerado por la Iglesia como una muestra de anticlericalismo y a través de
diversos medios de comunicación respondió acusando al gobierno de tirano, incluso
llamando a Calles “el Turco” por demostrar un supuesto odio al catolicismo. Al paso de
los meses este conflicto involucró al pueblo creyente y dio inicio al conocido conflicto
Cristero que en términos estrictos se extendió de 1926 a 1929.
LOS RETRATOS DE LA MUERTE: ARTEFACTOS DE LA MEMORIA DE LA GUERRA “CRISTERA” 29

Por lo anterior, la Iglesia católica encontró un contexto propicio para


difundir la idea de persecución como en los primeros siglos del cristianismo. En
diferentes épocas la Iglesia ha recurrido a resaltar el discurso de persecución y
martirio, discurso de se difunde a través de textos, oraciones, sermones, noticias,
en imágenes, etcétera. Durante la Cristiada fueron considerados como mártires la
mayoría de los católicos que murieron durante el conflicto. Dentro de la tradición
católica hablar de martirio nos remite por un lado a la persona que lo sufre y
por el otro a quienes lo ejecutan. Para la Iglesia un mártir debe reunir una serie
de particularidades, sobre todo el mártir es un testigo de Dios, es un modelo
a seguir por su conducta, debe de aceptar su martirio y en ningún momento
oponerse a su muerte. Pero existe otra tipología del martirio si recuperáramos
una propuesta de análisis que nos permita entender esta problemática desde un
enfoque sociohistórico. Para la historiadora Marisol López Menéndez, el mártir
forma parte de una narrativa redentora creada por algún grupo con agendas
políticas sociales diversas, por ello el martirio se politiza y moviliza a distintos
sectores con intereses diversos como: “los asistentes a procesiones, los que piden
favores, los que manifiestan su afinidad con la causa que se concibe como la razón
por la que la persona en cuestión ofrendo su vida.” (López, 2015, pp.5-6) De esta
forma la narrativa juega un papel importante en la construcción del martirio, y
por lo mismo se deben considerar tres elementos: el mártir, sus seguidores que
desarrollan una serie de narrativas exaltando el martirio y el statu quo sobre el que
recae la imagen del tirano.
Para la jerarquía eclesiástica la narrativa del martirio está orientada a
presentar a un testigo de fe, ante las injusticias de las autoridades civiles. Por lo
anterior, las fotografías postmortem analizadas en este texto buscan a través de la
imagen del mártir hacer una denuncia, y por lo mismo politizan e ideologizan el
conflicto: un mártir es un testigo político que reivindica la postura de la jerarquía
de la Iglesia durante el conflicto cristero.
Las fotografías postmortem de la Cristiada fueron usadas como artefactos
de la memoria para recordar la persecución sufrida por los católicas: es un
recordatorio de sacrificio que se ha repetido desde los primeros siglos del
cristianismo. Formaron parte de un discurso social de la época y fueron usadas
para reafirmar la imagen de una Iglesia mexicana perseguida, y resaltó la muerte
como resultado de la persecución del Estado.
30 Amílcar Carpio Pérez

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