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EXCELENTÍSSIMO SENHOR MINISTRO PRESIDENTE DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL –


PLANTÃO JUDICIÁRIO DO DIA 20 DE DEZEMBRO DE 2018

(PREVENÇÃO DO MIN. GILMAR


EMENTA
MENDES - 'Operação Furna da
Onça' - RCL 32.540/RJ e HC I - FATO NOVO SUPERVENIENTE – Oferecimento da
1
141.478/RJ) Denúncia pelo MPF cujos termos infirmam os
elementos utilizados pela Representação da Prisão
Preventiva e o Decreto Prisional impugnado –
Cláusula Rebus sic standibus

40
II – Da falta do requisito da

68
atualidade/necessidade para se decretar a prisão
com base na garantia da ordem pública e se evitar

:10 16
supostas reiterações de crimes – Fatos que teriam
ocorrido somente até meados do ano de 2010, há

:05 C
mais de 8 (oito) anos – Jurisprudência reiterada do

18 00 H
e. STF

III – Da Falta de Individualização do Decreto em


relação aos pacientes
-
01 700

IV – Da Exigência de fundamentação idônea para


que se afaste a incidência das Medidas Cautelares
diversas da prisão
3/2 10.
9-

1
2/0 .2

CARLO HUBERTH C.C. E LUCHIONE, advogado inscrito na OAB/RJ sob o n°


: 2 106

047.698, DANIELA LABORAGINE, advogada inscrita na OAB/RJ sob o nº 71.703 e GUSTAVO


NOGUEIRA SIQUEIRA, advogado inscrito na OAB/DF sob o nº 37.962, todos com escritório
profissional estabelecido à Avenida Rio Branco, nº 277, sala 1.701, Centro, nesta cidade,
Em por:

vêm, mui respeitosamente a presença de V. Exa., com fundamento no artigo 5º, LXVIII da
Constituição Federal, na Convenção Americana de Direitos Humanos, nos artigos 647 e
so

seguintes do Código de Processo Penal, e no art. 5º, inciso I, da Resolução nº 449/2010 do e.


STF, impetrar o presente
s
pre

HABEAS CORPUS com Pedido de Liminar


Im

em favor de LUIZ ALBERTO GOMES GONÇALVES, brasileiro, casado, engenheiro civil, inscrito
no CPF sob o nº 451.700.536-49, portador da carteira de identidade nº 42282/D CREA/MG,
residente e domiciliado na Rua Oscar Vidal, nº 293, apto. 903, CEP 36.016-290, Centro, Juiz

1
Em 10.12.2018 a Presidência do e. STF despachou (DOC. 01) nos autos da RCL 32.540/RJ – ‘Operação Furna
da Onça’ - e determinou a redistribuição daquele feito anteriormente distribuído para a Min. Carmem Lúcia
para a relatoria do Min. Gilmar Mendes por força da conexão (art. 69, RISTF) da ‘Operação Furna da Onça’ com
a ‘Operação Eficiência’, em curso na 7ª Vara Federal Criminal da Seção Judiciária do RJ: “Ante o exposto, na
forma regimental, determino a redistribuição deste feito ao Ministro Gilmar Mendes. (...) MIN. GILMAR
MENDES. Prevenção do Relator/Sucessor: MIN. GILMAR MENDES. Processo que justifica: HC 141478.
Justificativa legal: RISTF, art. 69, caput” (grifamos)
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de Fora, Minas Gerais, RJ, e CLÁUDIO FERNANDES VIDAL, brasileiro, casado, empresário,
inscrito no CPF sob o nº 193.457.206-34, portador da carteira de identidade M 351.625
SSP/MG, residente e domiciliado na Rua Alberto Pasqualine, nº 168, apto. 701, CEP 27.261-
310, bairro Vila Santa Cecília, Volta Redonda, RJ, em razão de constrangimento ilegal
imposto pelo i. Ministro Félix Fischer, do c. Superior Tribunal de Justiça, nos autos do
Inquérito nº 1.239/DF, com base nos fundamentos de fato e de direito a seguir aduzidos.

40
1) DA PREVENÇÃO DO MIN. GILMAR MENDES

68
Conforme narrado, a Presidência do e. STF ao apreciar pedido de redistribuição

:10 16
de feito no âmbito da Operação Furna da Onça (competência originária do e. TRF-2),
desdobramento da ‘Operação Lava Jato’ no Estado do RJ, afastou a distribuição por sorteio

:05 C
18 00 H
da Reclamação 32.540/RJ que havia ido para a relatoria da i. Min. Carmem Lúcia, e
determinou a redistribuição daquele feito para relatoria do Min. Gilmar Mendes por força da
-
conexão (art. 69, RISTF) entre as operações (originadas de desdobramentos da ‘Operação
01 700

Eficiência’ – Lava Jato do RJ – que processou e condenado o ex Governador Sérgio Cabral e


3/2 10.
9-

outros ex integrantes de seus governos).


2
2/0 .2

Pois bem, a presente ‘Operação Boca do Lobo’ é também desdobramento direto


: 2 106

da ‘Operação Eficiência’, com a única distinção de ter sido inaugurada junto ao c. STJ devido
à prerrogativa de foro do atual Governador do Estado/RJ. Do Decreto Prisional impugnado
Em por:

consta de forma inequívoca que a presente ‘Operação Boca do Lobo’ decorre diretamente,
dentre outras, da ‘Operação Eficiência’ (Lava Jato/RJ – 7ª Vara Federal Criminal/RJ), que foi o
so

substrato para que a Presidência do e. STF atestasse a prevenção do Min. Gilmar Mendes no
s

âmbito da ‘Operação Furna da Onça’:


pre
Im

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:10 16
:05 C
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Como se não bastasse, após o Decreto Prisional impugnado adveio o
-
01 700

oferecimento da denúncia pelo MPF (Doc. 02) no bojo da presente ‘operação’, sendo certo
que dentre os denunciados está exatamente o ex Governador Sérgio Cabral, atraindo, de
3/2 10.
9-

forma inequívoca, a prevenção do Min. Gilmar Mendes (art. 69, RISTF).


3
2/0 .2

Do exposto, a defesa respeitosamente pugna a que se determine a distribuição


: 2 106

dessa impetração por prevenção da relatoria do i. Min. Gilmar Mendes (em conjunto com o
HC nº 165.913/RJ) calcada em princípio de isonomia processual (Reclamação nº 32.540/RJ) e
Em por:

em atenção às regras de conexão disciplinas pelo Código de Processo Penal pelo art. 69, do
RISTF.
s so
pre

1.1) Da Competência do Plantão Judiciário/Sem embargo do HC nº 165.913/RJ já


distribuído em favor dos pacientes ao Min. Alexandre de Moraes (com liminar indeferida2)
Im

há FATO NOVO SUPERVENIENTE decorrente do oferecimento da denúncia pelo MPF no dia


19.12.2018 habilitando a competência do Plantão Judiciário com fulcro no art. 316, do
Código de Processo Penal

Como cediço, a cláusula rebus sic stantibus rege a imposição das medidas
cautelares e incide de forma vertical em sede de cautelar penal pessoal em virtude da

2
Doc. 03 – Decisão que indeferiu a Medida Liminar no HC 165.913/RJ da lavra do Min. Alexandre de Moraes
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premência em se observar sempre nessa seara o binômio necessidade/adequação (art. 282,


do CPP) para fins de que se decida a partir do princípio da proporcionalidade e da última
ratio que orienta a prisão preventiva. Da redação do art. 316 consta que: “O juiz poderá
revogar a prisão preventiva se, no correr do processo, verificar a falta de motivo para que
subsista, bem como de novo decretá-la, se sobrevierem razões que a justifiquem” (grifamos)

Com efeito, da narrativa acusatória aduzida pelo oferecimento superveniente da

40
denúncia se constatam dissonâncias substanciais junto aos fatos narrados a título de fumus

68
comissi delicti e periculum libertatis para o decreto de prisão que decorreram da anterior

:10 16
Representação do MPF pela prisão. Esse excerto do Decreto evidencia o que se alega:

:05 C
18 00 H
-
01 700
3/2 10.
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2/0 .2
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Em por:
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Constata-se que o Decreto motiva a prisão a partir do evento acerca de um


suposto repasse indevido por intermédio do paciente Luiz Alberto em favor do Governador
do Estado/RJ, no montante de R$ 1.000.000,00, que teria ocorrido em meados de 2008 e
2009. Além desse evento o Decreto ainda motiva que, segundo o colaborador Carlos
Miranda, esse personagem afirma ‘por ouvir dizer’ que a empresa JRO LTDA. pagaria uma
alegada ‘taxa’ de 5% junto aos contratos firmados com o Governo do RJ.

40
Pois bem, da exordial acusatória se verifica que esses fundamentos

68
utilizados pelo Decreto Prisional (a partir da própria Representação do MPF pela prisão

:10 16
preventiva) já decaíram por inteiro, atraindo a incidência do art. 316, do CPP, para efeito de

:05 C
reexame da idoneidade da prisão cautelar, e, por consectário lógico, a competência desse

18 00 H
Plantão Judiciário para que se examine a manutenção da higidez da prisão preventiva de
acordo com o relevante fato novo superveniente.
-
01 700

Ademais, constata-se que, ao invés de outros denunciados, os pacientes não


possuem contra si no bojo da denúncia superveniente imputações de lavagem de dinheiro
3/2 10.
9-

ou de corrupção ativa, fato que igualmente esvazia a idoneidade do Decreto Prisional na sua 5
2/0 .2

menção a um Relatório do COAF que indiciaria eventuais ‘suspeitas’ na movimentação


: 2 106

financeira da empresa JRO (cf. item 4.1 retro). Ocorre que da denúncia se observa que se
imputou um único evento de fraude licitatória (art. 90, Lei 8.666/93), que teria
Em por:

supostamente se dado no ano de 2010, e a acusação de pertencimento à ORCRIM. Da


Denúncia:
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Há ainda grave incongruência na denúncia quando essa menciona que os


3/2 10.
9-

pacientes estariam atrelados à ORCRIM em virtude de alegadamente participarem de um 6


2/0 .2

‘nicho’ voltado para a lavagem de dinheiro (sic) (cf. acima exposto pela exordial), mas,
: 2 106

contraditoriamente, sequer se imputa aos pacientes a autoria ou a participação em um


único crime de lavagem de dinheiro!
Em por:

Com efeito, a denúncia também nada refere acerca do suposto evento


so

referente ao alegado repasse do montante de R$ 1.000.000,00 ao Governador do RJ, assim


s

como sequer aborda o hipotético pagamento de uma alegada ‘taxa’ de 5% junto aos
pre

contratos firmados com o Governo do RJ, reiterando-se que ambos episódios mereceram
Im

destaque ao longo de todo o Decreto Prisional para sua fundamentação em face dos
pacientes.

Nesse sentido, decerto que elementos decisórios essenciais para o decreto de


prisão se afiguram atualmente inexistentes, o que, ante a cláusula rebus sic standibus,
habilita a que se supere o Indeferimento da Medida Liminar da lavra do Min. Alexandre de
Moraes, e, no bojo dessa impetração, se avalie a possibilidade, ou da liberdade plena, ou,

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subsidiariamente, da imposição de medidas cautelares penais diversas da prisão como


suficientes para o fim almejado pelo MPF.

Do exposto, a defesa respeitosamente pugna a que se reconheça a


competência do Plantão Judiciário em razão de relevante Fato Novo Superveniente, na
forma da exposição supra, para que se CONHEÇA da ordem de Habeas Corpus mediante
Juízo de apreciação da Medida Liminar.

40
68
:10 16
2) BREVE SÍNTESE

Na data de 29.11.2018 foi deflagrada a denominada ‘Operação Boca de Lobo’ no

:05 C
18 00 H
Estado do Rio de Janeiro, ocasião em que foi cumprido mandado de prisão preventiva em
face do atual Governador do RJ, Luiz Fernando ‘Pezão’, assim como de outros alvos, dentre
-
eles os ora pacientes, sócios da empresa JRO PAVIMENTAÇÃO LTDA. (Doc. 04 – Decreto de
01 700

Prisão – ATO COATOR – Doc. 05 – Representação do MPF pela Prisão Preventiva).


3/2 10.
9-

Desde 27.04.2018 que a Revista Veja já havia feito circular matéria jornalística
7
2/0 .2

que mencionava a empresa JRO no contexto do acordo de delação premiada de Hudson


: 2 106

Braga, ex-secretário de obras do Governo de Sergio Cabral, e tido como homem de confiança
do Governador Luiz Fernando ‘Pezão’3.
Em por:

As menções à empresa JRO foram reiteradas em 29.08.2018, quando o Telejornal


RJTV 2ª edição, da Rede Globo de Televisão, difundiu matéria jornalística tratando do
so

conteúdo da Colaboração Premiada do delator Carlos Miranda4, com menção a um alegado


s
pre

repasse indevido de R$ 1.000.000,00 (um milhão de reais) em favor do Governador ‘Pezão’ a


partir do requerente Luiz Alberto Gomes Gonçalves, ainda que não fosse juntado por Carlos
Im

Miranda qualquer tipo de prova ou indício de prova a esse respeito que não apenas a sua
palavra.

Por esse motivo, a defesa constituída dos pacientes peticionou nos autos da PET.
7125 (Autos sob Sigilo – Rel. Min. Dias Toffoli) requerendo acesso formal ao Anexo 20 dos
termos de colaboração premiada de Carlos Miranda homologado pelo e. STF. Em

3
Em https://veja.abril.com.br/blog/radar/delacao-revela-pagamentos-mensais-de-r-100-mil-a-pezao/
4
Em https://globoplay.globo.com/v/6982667/
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31.08.2018 o i. Min. Dias Toffoli deferiu o acesso acima referido uma vez que já tinha
havido o vazamento daquele acordo. (Doc. 06)

O acesso visava que os pacientes pudessem colaborar com as investigações,


dispondo da contabilidade da empresa, prestando esclarecimentos, e disponibilizando os
computadores e demais arquivos relativos ao funcionamento da JRO, e, assim, evitar
eventuais medidas de força.

40
No dia de sua prisão o paciente Cláudio Fernandes Vidal ofereceu de imediato a

68
senha de seu aparelho de telefone celular, postura também adotada por seu filho, que

:10 16
apesar de não ser alvo da operação teve um aparelho celular de sua propriedade

:05 C
apreendido. (Auto de Apreensão e oitiva de Cláudio – Docs. 07/08 em anexo). Ademais, não

18 00 H
foi encontrada na residência do paciente Cláudio Fernandes Vidal quaisquer outros
elementos de prova eventualmente suspeitos, tendo sido apreendido apenas os 02 (dois)
-
01 700

aparelhos celulares citados.

O mesmo procedimento se deu quando da apresentação do paciente Luiz


3/2 10.
9-

Alberto, que viajava a trabalho no dia da operação e se apresentou espontaneamente no dia 8


2/0 .2

seguinte, quando prestou longo e detalhado depoimento à Polícia Federal e também


: 2 106

disponibilizou a senha de seu aparelho celular. (Docs. 09/10 – Auto de Apreensão e oitiva de
Luiz Alberto)
Em por:

A motivação para o decreto prisional, contudo, desatende aos princípios da


necessidade, adequação e proporcionalidade que regem a imposição de prisão preventiva
so

consoante as circunstâncias dos fatos imputados e dos termos da denúncia que veio depois
s
pre

a ser distribuída pelo MPF, senão, vejamos.


Im

3) DO CABIMENTO DO HABEAS CORPUS

O artigo 102, inciso I, alíneas ‘c’ e ‘i’ da Constituição da República prevê que:

Artigo 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda


da Constituição, cabendo-lhe:

I - processar e julgar, originariamente: (...)

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c) nas infrações penais comuns e nos crimes de responsabilidade, os


Ministros de Estado e os Comandantes da Marinha, do Exército e da
Aeronáutica, ressalvado o disposto no art. 52, I, os membros dos Tribunais
Superiores, os do Tribunal de Contas da União e os chefes de missão
diplomática de caráter permanente; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 23, de 1999) (...).

i) o habeas corpus, quando o coator for Tribunal Superior ou quando o


coator ou o paciente for autoridade ou funcionário cujos atos estejam
sujeitos diretamente à jurisdição do Supremo Tribunal Federal, ou se trate

40
de crime sujeito à mesma jurisdição em uma única instância; (Redação dada
pela Emenda Constitucional nº 22, de 1999)” (grifamos).

68
:10 16
Com esse fundamento o e. STF reconhece a sua competência para processar e

:05 C
julgar ordem de Habeas Corpus cuja autoridade apontada como coatora seja membro de

18 00 H
Tribunal Superior por intermédio de decisão monocrática em inquérito ou ação penal
originária5.
-
01 700

Do exposto, a defesa pugna pelo regular CONHECIMENTO da impetração.


3/2 10.
9-

3) DO DECRETO DE PRISÃO – ATO COATOR 9


2/0 .2

O decreto de prisão impugnado foi assim vazado em relação aos pacientes:


: 2 106
Em por:
s so
pre
Im

5
“EMENTA: I. STF: competência originária: habeas corpus contra decisão individual de ministro de tribunal
superior, não obstante susceptível de agravo. II. Foro por prerrogativa de função: inquérito policial. (...)
(grifamos) (HC 82507, Relator(a): Min. SEPÚLVEDA PERTENCE, Primeira Turma, julgado em 10/12/2002, DJ 19-
12-2002 PP-00092 EMENT VOL-02096-04 PP-00766). Também nesse sentido HC 105484, Relator(a): Min.
CÁRMEN LÚCIA, Segunda Turma, julgado em 12/03/2013, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-069 DIVULG 15-04-2013
PUBLIC 16-04-2013.
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FIM DO TRECHO RECORTADO 18


2/0 .2
: 2 106

4) DAS RAZÕES QUE INFIRMAM A IDONEIDADE DO DECRETO DE PRISÃO PREVENTIVA –


Cabimento de Medidas Cautelares Penais Menos Gravosas – Princípios da Adequação,
Necessidade e Proporcionalidade
Em por:

De saída, convém destacar que o Delegado Federal responsável pelas


so

investigações procedeu à análise escorreita de todo o acervo probatório angariado e em


s

relação aos pacientes não pugnou pela prisão preventiva, mas apenas pela prisão
pre

temporária (Doc. 11 - Representação da Autoridade Policial pelas cautelares penais).


Im

"(...) Em relação a outras pessoas, embora exista prova da autoria e


participação nos crimes, no cenário atual não foram demonstrados motivos
concretos aptos a justificar uma prisão preventiva, sendo em relação a
estes, se necessário, requeridas outras medidas pertinentes.” - Relatório
Delegado Federal, p. 223 - Grifos Nossos)

A manifestação da autoridade policial reitera a manifesta falta de


individualização do decreto prisional entre os mais variados alvos da investigação, o que se

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reforça pelos termos da denúncia ofertada em seguida retificando quase todas insinuações
antes agitadas pela Representação pela prisão preventiva formulada pelo MPF, na linha do
que já exposto pelo item 1.1 supra.

Como apontado, os ora pacientes, ao revés de outros investigados, não


detinham contra si as razões e os fundamentos para que se decretasse as suas prisões
preventivas, sendo adequada e proporcional a imposição de medidas cautelares diversas da

40
prisão (arts. 319 e 320, CPP).

68
Como cediço, com a entrada em vigor da Lei nº 12.403/11, o caráter de última

:10 16
ratio da prisão preventiva em nosso ordenamento foi endossado pela via da legislação

:05 C
ordinária, consubstanciando-se que deve antes haver um exame criterioso acerca da

18 00 H
adequação, necessidade e proporcionalidade da prisão preventiva a partir das cautelares
penais diversas da prisão previstas pelos artigos 319 e 320 do CPP.
-
01 700

O princípio da proporcionalidade (última ratio da prisão preventiva) deve


3/2 10.

orientar a atividade judicante quando o fim visado pela gravosa medida se perfaz ineficaz em
9-

relação ao meio adotado. Antônio Magalhães Gomes Filho ensina que: 19


2/0 .2
: 2 106

“Mesmo se admitidos esses fins legítimos da prisão cautelar, em face da


presunção de inocência, é preciso acrescentar que na ordem constitucional
qualquer medida de restrição a direitos fundamentais – no caso, o direito à
Em por:

liberdade -, deve ser proporcional aos objetivos desejados. (...) Nesse


aspecto, a concreta verificação da justa medida insere-se naquele sistema
de freios e contrapesos que a doutrina processual reclama para a efetivação
so

das cautelas em geral”6. (grifamos).


s
pre

Nesse exame devem ser consideradas as posturas colaborativas dos pacientes,


que visam há meses tentar prestar os esclarecimentos devidos nos autos das apurações. O e.
Im

Tribunal Regional Federal da 2ª Região aponta que a postura colaborativa dos


investigados/réus para fins de apuração dos fatos constitui elemento de valoração para que
se avalie a necessidade efetiva da prisão preventiva.7

6
Em Medidas Cautelares no Processo Penal, ed. RT, SP, 2012, p. 25 e 26.
7
“Se há elementos dos quais se extrai a convicção de que os réus estão assumindo uma postura de
colaboração com os trâmites da ação penal e, de outra parte, a necessidade das prisões não está plenamente
evidenciada, deve prevalecer o direito constitucional à liberdade, até que haja condenação após o
desenrolar de toda a instrução, sendo que, em razão do caráter transitório da prisão preventiva, nada impede
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De outra via, foi ainda determinado o bloqueio em conta bancária titularizada


pela empresa JRO LTDA., o sequestro de imóveis e a indisponibilidade de ativos em nome
dos pacientes e da empresa JRO LTDA. (Doc. 12), além de outras medidas cautelares penais
em face da empresa e daqueles, o que mitiga o menos nesse momento a plausibilidade da
prisão preventiva para a garantia da instrução processual segundo a jurisprudência do e. STF:

“Tendo o Juiz da causa autorizado a quebra de sigilos telefônicos e

40
determinado a realização de inúmeras buscas e apreensões, com o intuito
de viabilizar a eventual instauração da ação penal, torna-se desnecessária a

68
prisão preventiva do paciente por conveniência da instrução penal.
Medidas que lograram êxito, cumpriram seu desígnio.”8. (grifamos).

:10 16
Muito menos o fundamento a respeito da "necessidade" de "recuperação" dos

:05 C
valores que teriam sido auferidos se prestaria para o Decreto. Consoante já assentou o I.
18 00 H
Ministro Dias Toffoli a motivação não prospera na medida em que:
-
"(...) não haver sido localizado o produto do crime não constitui
01 700

fundamento idôneo para a decretação da prisão preventiva para garantia


da ordem pública, haja vista que se relaciona ao juízo de reprovabilidade da
3/2 10.
9-

conduta, próprio do mérito da ação penal. A prisão preventiva não pode ser
utilizada como instrumento para compelir o imputado a restituir valores 20
ilicitamente auferidos ou a reparar o dano, o que deve ser objeto de outras
2/0 .2

medidas cautelares de natureza real, como o sequestro ou arresto de bens


: 2 106

e valores que constituam produto do crime ou proveito auferido com sua


prática . A prisão preventiva para garantia da ordem pública seria cabível, em
tese, caso houvesse demonstração de que o reclamante estaria transferindo
Em por:

recursos para o exterior, conduta que implicaria em risco concreto da prática


de novos crimes de lavagem de ativos. Disso, todavia, por ora, não há notícia
[...]."9 (grifamos).
s so
pre

O I. Ministro Rogério Schietti na mesma linha já asseriu que: "não se afigura


idôneo o fundamento de que o paciente não estaria colaborando com a instrução
Im

processual, sem a devida individualização de sua conduta, máxime porque a colaboração

que novos fatos ocorridos no curso do procedimento autorizem e determinem o restabelecimento das prisões.
(TRF da 2ª Região – RSE 2007.50.01.011383-8 - Relator(a): Des. ANDRÉ FONTES - Julgamento: 24/08/2011 -
Órgão Julgador: Segunda Turma Especializada).
8
(STF - HC 95009 / SP - Relator(a): Min. EROS GRAU - Julgamento: 06/11/2008 - Órgão Julgador: Tribunal
Pleno).
9
(MC na Rcl n. 24.506/DF, DJe 1º/7/2016).
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do investigado/acusado não lhe é exigível e muito menos pressuposto de uma persecução


criminal."10 (grifamos).

Como se não bastasse, consoante já referido pelo item 1.1 supra, o Decreto
impugnado motiva substancialmente a prisão a partir do evento acerca de um suposto
repasse indevido por intermédio do paciente Luiz Alberto em favor do Governador do
Estado/RJ11. Além desse evento o Decreto ainda aduz que, segundo o colaborador Carlos

40
Miranda, a empresa JRO LTDA. pagaria uma alegada ‘taxa’ de 5% junto aos contratos

68
firmados com o Governo do RJ.

:10 16
Não obstante, da exordial acusatória se verifica que esses fundamentos

:05 C
18 00 H
utilizados pelo Decreto Prisional (de acordo com Representação do MPF pela prisão
preventiva) já decaíram por inteiro, permitindo-se o reexame da idoneidade da prisão
-
cautelar nessa via mandamental. (art. 316, CPP) Constata-se também que, ao invés de outros
01 700

denunciados, os pacientes não possuem contra si no bojo da denúncia superveniente


3/2 10.

imputações de lavagem de dinheiro ou de corrupção ativa.


9-

21
2/0 .2

Da denúncia se observa que se imputou um único evento de fraude licitatória


: 2 106

(art. 90, Lei 8.666/93), que teria supostamente se dado no ano de 2010, e a acusação de
pertencimento à ORCRIM por intermédio de um indecifrável envolvimento numa hipotética
Em por:

lavagem de dinheiro, por mais que esse crime não fosse sequer imputado pela denúncia aos
pacientes. Há, concessa venia, grave vício de motivação junto ao Decreto por falta de sua
so

individualização, exigência reiterada pela jurisprudência dos Tribunais Superiores. 12.


s
pre

10
(HC 349.818/SP, Rel. Ministro ROGERIO SCHIETTI CRUZ, SEXTA TURMA, julgado em 17/05/2016, DJe
Im

24/05/2016).
11
no montante de R$ 1.000.000,00, que teria ocorrido em meados de 2008 e 2009
12
Inexistência de individualização da conduta dos pacientes quanto ao periculum libertatis. Ausência de
demonstração do vínculo entre uma conduta imputável aos réus e a situação de perigo para a genuinidade
da prova. Hipótese de mera conjectura. Inexistência de base empírica idônea." (HC 137066, Relator(a): Min.
DIAS TOFFOLI, Segunda Turma, julgado em 21/02/2017, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-047 DIVULG 10-03-2017
PUBLIC 13-03-2017)
“(...) 4. Na espécie, a ordem de prisão carece de fundamentação idônea, pois deteve-se, sob o pretexto
genérico de resguardar a ordem pública, a fazer alusões acerca da gravidade abstrata dos crimes praticados
SEM ALUSÃO À INDIVIDUALIZAÇÃO DA PARTICIPAÇÃO DO PACIENTE, que é primário, tem residência fixa e
trabalho fixos, não atendendo, assim, às exigências contidas no art. 312 do Código de Processo Penal,
caracterizando, portanto, o alegado constrangimento ilegal.” HC 244.448/PE, Rel. Ministro MARCO AURÉLIO
BELIZZE, QUINTA TURMA, julgado em 28/08/2012, DJe 09/10/2012.
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Ademais, dos tipos penais imputados pela denúncia se tem que quanto ao
crime do art. 90, da Lei 8.666/9313 as penas variam de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, ao passo
que o crime do art. 2º, caput, c/c § 4º, II, da Lei 12.850/13 comporta penas entre 3 (três) e 8
(oito) anos de reclusão, somada à causa de aumento do § 4º.14

Em se tratando de acusados primários e de bons antecedentes, na hipótese


remota de advir um édito condenatório se pode avaliar que o eventual patamar de pena não

40
atingiria mais de 8 (oito) anos exigidos pela lei penal para o regime inicial fechado.15 Com

68
efeito, não se desconhece o permissivo constante do art. 33, § 3º, do CP 16, todavia, em

:10 16
atenção à primariedade, bons antecedentes, e da em tese participação de menor

:05 C
importância dos pacientes em relação aos demais denunciados a partir dos próprios termos

18 00 H
da denúncia pode-se igualmente atentar que o hipotético regime inicial de pena não
atingiria o fechado.
-
01 700

Nesse contexto há de observar o princípio da homogeneidade para fins de


prisão preventiva, uma vez que:
3/2 10.
9-

22
2/0 .2

"[...] 'De acordo com o princípio da homogeneidade, corolário do princípio


da proporcionalidade, mostra-se ilegítima a prisão provisória quando a
: 2 106

medida for mais gravosa que a própria sanção a ser possivelmente


aplicada na hipótese de condenação, pois não se mostraria razoável
Em por:
so

5. Habeas corpus parcialmente conhecido e nessa extensão concedido, para o fim de revogar a custódia
s

preventiva do paciente, se por outro motivo estiver preso.


pre

13
Art. 90. Frustrar ou fraudar, mediante ajuste, combinação ou qualquer outro expediente, o caráter
competitivo do procedimento licitatório, com o intuito de obter, para si ou para outrem, vantagem decorrente
da adjudicação do objeto da licitação:
Im

Pena - detenção, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.


14 o
Art. 2 Promover, constituir, financiar ou integrar, pessoalmente ou por interposta pessoa, organização
criminosa (...) Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa, sem prejuízo das penas correspondentes às
o
demais infrações penais praticadas. § 4 A pena é aumentada de 1/6 (um sexto) a 2/3 (dois terços): (...)
II - se há concurso de funcionário público, valendo-se a organização criminosa dessa condição para a prática de
infração penal;
15
Art. 33 - A pena de reclusão deve ser cumprida em regime fechado, semi-aberto ou aberto. A de detenção,
em regime semi-aberto, ou aberto, salvo necessidade de transferência a regime fechado.(...) § 2º - As penas
privativas de liberdade deverão ser executadas em forma progressiva, segundo o mérito do condenado,
observados os seguintes critérios e ressalvadas as hipóteses de transferência a regime mais rigoroso:
a) o condenado a pena superior a 8 (oito) anos deverá começar a cumpri-la em regime fechado;
16
(...) § 3º - A determinação do regime inicial de cumprimento da pena far-se-á com observância dos critérios
previstos no art. 59 deste Código.
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manter-se alguém preso cautelarmente em 'regime' muito mais rigoroso do


que aquele que ao final eventualmente será imposto' [...]". (grifamos)17

Nessa linha, diante de todas as circunstâncias já apontadas, se impor a prisão


preventiva (regime fechado) sem atenção ao binômio necessidade/adequação seria
desatender a viabilidade de medidas cautelares penais diversas da prisão, inclusive o
afastamento da função empresarial, na linha da jurisprudência reiterada do e. STF e do c.

40
STJ:

68
"(...) Além disso, a atuação do grupo criminoso supostamente integrado pelo

:10 16
paciente estaria ligada à gestão estadual anterior. A jurisprudência do STF
registra precedentes considerando indicativos da desnecessidade de

:05 C
manutenção da prisão preventiva o afastamento da gestão pública de

18 00 H
grupo político do qual o imputado fazia parte, ou o afastamento do
imputado de cargo público, em crimes contra a administração pública, e o
afastamento de funções de direção da sociedade, em crimes societários
(STF: HC 137.728, Rel. Min. Edson Fachin, Redator para acórdão Min. Dias
-
01 700

Toffoli, julgado em 2.5.2017 e HC 127.186, Rel. Min. Teori Zavascki, julgado


em 28.4.2015, e STJ: HC 380.325, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura,
Sexta Turma, julgado em 14.2.2017)."18 (grifamos)
3/2 10.
9-

23
2/0 .2

Contudo, há vício no Decreto em relação aos pacientes porque a motivação é


: 2 106

extremamente vaga e lacônica quanto ao cabimento ou não das medidas cautelares


diversas da prisão (artigos 319 e 320 do CPP). Em um único parágrafo o decreto (item 112)
Em por:

menciona que as cautelares seriam insuficientes, mas o faz sem qualquer tipo de
s so
pre

17
(...) 4. Habeas corpus não conhecido. Ordem concedida de ofício para assegurar aos pacientes a liberdade
provisória, mediante aplicação das medidas cautelares previstas no art. 319 do CPP.
(HC 466.356/SP, Rel. Ministro REYNALDO SOARES DA FONSECA, QUINTA TURMA, julgado em 18/10/2018, DJe
Im

29/10/2018)
18
"(...) Perigo que a liberdade do paciente representa à ordem pública ou à aplicação da lei penal pode ser
mitigado, no caso, por medidas cautelares menos gravosas do que a prisão. 6. Concessão da ordem para
substituir a prisão preventiva decretada em desfavor do paciente por medidas cautelares diversas da prisão,
na forma do art. 319 do CPP." (HC 147192, Relator(a): Min. GILMAR MENDES, Segunda Turma, julgado em
18/12/2017, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-035 DIVULG 22-02-2018 PUBLIC 23-02-2018)
NO ÂMBITO DO C. STJ O MESMO ENTENDIMENTO A RESPEITO DO AFASTAMENTO DO SERVIDOR COMO
MEDIDA PENAL MENOS GRAVOSA: "Entretanto, é fato que os atos imputados são graves, trazendo prejuízos
concretos e evidentes às vítimas diretamente envolvidas, além de danos severos - ainda que menos
manifestos - aos demais destinatários da atuação pública. Desse modo, é necessário equilibrar a proteção
dos direitos do paciente com os interesses da população, garantindo que as medidas cautelares sejam
suficientes para obstar a reiteração de atos ilícitos" (HC 451.346/PR, Rel. Ministro REYNALDO SOARES DA
FONSECA, QUINTA TURMA, julgado em 04/09/2018, DJe 13/09/2018)
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individualização em relação às variadas condutas imputadas aos pacientes e os demais


alvos, que, como visto, são inteiramente díspares no tempo, meio e modo. Do decreto:

40
68
O i. Min. Rogério Schietti refere que é imprescindível a manifestação

:10 16
devidamente fundamentada para se afastar a incidência das cautelares penais:

:05 C
18 00 H
“(...) 5. A reforma trazida pela Lei n. 12.403/2011 abandonou o sistema
bipolar - prisão ou liberdade provisória - e passou a trabalhar com várias
alternativas à prisão, cada qual adequada a regular o caso concretamente
examinado, sendo cogente ao juiz natural da causa observar, nos moldes do
-
01 700

art. 282 do CPP, a adequação da medida à gravidade do crime, às


circunstâncias do fato e às condições pessoais do indiciado ou acusado.
3/2 10.
9-

6. No caso vertente, as instâncias ordinárias omitiram-se acerca da


cominação dos instrumentos alternativos à prisão, dispostos nos arts. 319 e 24
2/0 .2

320 do CPP, não obstante requerimento nesse sentido. (...)


: 2 106

7. Habeas corpus não conhecido. Ordem concedida de ofício, apenas para


determinar a análise acerca da aplicação das medidas cautelares diversas
da prisão.”19. (grifamos).
Em por:

Do exposto, se afigura que, para além da denúncia ofertada por si só já ter


so

infirmado quase todos os fundamentos da prisão decretada antes do oferecimento da


s

exordial, evidenciando ainda mais o vício de falta de individualização entre os vários alvos da
pre

investigação, extrai-se ainda que as circunstâncias dos ora pacientes exigia também uma
Im

motivação suficiente (art. 93, IX, CF/88) para efeito de se afastar a imposição de medidas
cautelares diversas da prisão (inclusive o afastamento da atividade empresarial, na linha de
precedentes do e. STF e do c. STJ), ambos fatores que inquinam a higidez do Decreto
impugnado.

19
HC 282.727/AM, Rel. Ministro ROGERIO SCHIETTI CRUZ, SEXTA TURMA, julgado em 03/04/2014, DJe
04/09/2014.
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4.1) DA AUSÊNCIA DE CONTEMPORANEIDADE ENTRE OS FATOS IMPUTADOS AOS


PACIENTES – MAIS DE 08 (OITO ANOS ENTRE O ÚLTIMO FATO E A DATA DA PRISÃO20/ Falta
de Individualização do Decreto para Motivar que a ORCRIM estaria em tese em atividade
em relação aos pacientes

No que se refere aos pacientes, os parágrafos 74 e seguintes do decreto citam


que “a partir do ano de 2007 até pelo menos 2014, a empresa J.R.O PAVIMENTAÇÃO LTDA

40
(...) pagou vantagem indevida de 5% dos valores relacionados ao pagamento de contratos
firmados com o Governo do Estado do Rio de Janeiro.”

68
:10 16
Menciona também que “no final do ano de 2008 ao início de 2009” o

:05 C
colaborador Carlos Miranda, por ordem de Sérgio Cabral Filho, teria pago vantagem indevida

18 00 H
de R$ 1.000.000,00 (um milhão de reais) ao Governador ‘Pezão’ por intermédio do paciente
Luiz Alberto Gonçalves. E que no mesmo período final de 2008 o paciente Luiz Alberto teria
-
01 700

recebido de ‘Pezão’ a vantagem indevida de R$ 500.000,00 (quinhentos mil reais), de Carlos


Miranda, a pretexto de alegado distribuição de lucros da ORCRIM.
3/2 10.
9-

25
2/0 .2

Aduz ainda que “entre janeiro e fevereiro de 2009” Sérgio de Castro Oliveira
: 2 106

(‘Serjão’) teria pago vantagem indevida ao paciente Luiz Alberto em 03 (três) ocasiões
distintas também sob o hipotético pretexto de distribuição de lucros. Ao final, o Decreto cita
Em por:
s so
pre
Im

20
A c. 2ª Turma do Supremo Tribunal Federal, em voto da lavra do saudoso Ministro Teori Zavascki, já
determinou a revogação da prisão preventiva decretada no âmbito da "Operação Lava Jato" do Paraná por
ausência de contemporaneidade, assentando que: “(...) As únicas condutas delituosas concretamente
apontadas remontam ao período de março de 2009 a março de 2012. O que há, na verdade, é presunção,
sem fundamentação idônea, de que o paciente seguirá a cometer crimes, o que não é admitido pela
20
jurisprudência desta Corte como fundamento para a decretação da custódia cautelar” . Nessa linha, o E. STF
ressalva ainda que: "A custódia processual do indivíduo desafia a aferição da atualidade do risco que a
legitima" (HC 130636, Relator(a): Min. TEORI ZAVASCKI, Segunda Turma, julgado em 15/12/2015, PROCESSO
ELETRÔNICO DJe-095 DIVULG 11-05-2016 PUBLIC 12-05-2016).
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uma licitação no âmbito da Secretária de Obras do Estado/RJ ocorrida em 2010 na qual teria
havido alegado favorecimento à empresa JRO21.

Em relação à suposta vantagem indevida de 5% e ao evento do suposto repasse


de R$ 1.000.000,00 ao Governador do Estado/RJ a impetração já exauriu essas insinuações,
que não foram sequer objeto da denúncia ofertada após o Decreto Prisional, motivo pelo

40
qual por economia processual a defesa remete aos respectivos itens.

68
:10 16
Portanto, pode se situar que o suposto envolvimento dos pacientes por
intermédio da empresa JRO estaria adstrito no tempo a até o ano de 2010. (licitação no

:05 C
âmbito da Secretária de Obras do Estado/RJ)
18 00 H
Tampouco o Relatório de Inteligência Financeira do COAF em relação aos
-
01 700

pacientes e à JRO revela qualquer indício de eventual contemporaneidade sobre os fatos


narrados porque ele se limita a apontar para “operações suspeitas” entre os anos de 2015 e
3/2 10.
9-

2018, e movimentações de quantias em espécie entre 2004 e 2016. 26


2/0 .2
: 2 106

As ditas ‘operações suspeitas’ são extremamente vagas e genéricas, razão pela


qual sequer foram individualizadas, especificadas e utilizadas pelo MPF em seu
Em por:

requerimento de prisão preventiva, e, por efeito, foram abordadas apenas an passant pelo
decreto prisional, sendo certo que conforme já ressaltado SEQUER INEXISTIU NA
so

DENÚNCIA DE LAVAGEM DE DINHEIRO CONTRA OS PACIENTES!!


s
pre
Im

21

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Com efeito, por certo que o acervo probatório angariado junto ao COAF e pela
colaboração de Carlos Miranda (alegado repasse de 1 milhão de reais ao Governador do
Estado/RJ através do paciente Luiz Alberto, em atividade em tese de lavagem de dinheiro)
eram insuficientes para a acusação por lavagem de dinheiro a título de justa causa penal,
ocasião em que as simples ‘suspeitas’ não habilitam o lastro probatório mínimo exigido para
o oferecimento da denúncia. Contudo, o Decreto impugnado também lança mão do

40
Relatório do COAF, ainda que esse não tivesse possibilitado nem o oferecimento da

68
denúncia por lavagem:

:10 16
:05 C
18 00 H
-
01 700
3/2 10.
9-

27
2/0 .2
: 2 106
Em por:

O Prof. Aury Lopes Jr. discorre a respeito do fumus comissi delicti para a
decretação da prisão preventiva e ressalta a necessidade de um juízo certeiro de
so

probabilidade acerca daquele dada a excepcionalidade que rege essa medida, verbis:
s
pre

"(...) Partindo do art. 312, verifica-se que o fumus commissi delicti é o


Im

requisito da prisão preventiva, exigindo-se para sua decretação que existam


'prova da existência do crime e indícios suficientes de autoria'. Mas esse é um
conceito por demais relevante para ficarmos apenas com a letra da lei, que
pouco diz, exigindo uma interpretação sistemática e constitucional.
A fumaça da existência de um crime não significa juízo de certeza, mas de
probabilidade razoável. A prisão preventiva deve ter por base “la razonada
atribución del hecho punible a una persona determinada”.
É, antes de tudo, uma prognose sobre a questão de fundo, uma metáfora que
designa os sintomas de uma situação jurídica (no léxico goldschmidtiano).
O fumus commissi delicti exige a existência de sinais externos, com suporte
fático real, extraídos dos atos de investigação levados a cabo, em que por
meio de um raciocínio lógico, sério e desapaixonado, permita deduzir com
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maior ou menor veemência a comissão de um delito, cuja realização e


consequências apresentam como responsável um sujeito concreto. (...)
Para a decretação de uma prisão preventiva (ou qualquer outra prisão
cautelar), diante do altíssimo custo que significa, é necessário um juízo de
probabilidade, um predomínio das razões positivas. Se a possibilidade basta
para a imputação, não pode bastar para a prisão preventiva, pois o peso do
processo agrava -se notavelmente sobre as costas do imputado.
A probabilidade significa a existência de uma fumaça densa, a
verossimilhança (semelhante ao vero, verdadeiro) de todos os requisitos
positivos e, por conse quência, da inexistência de verossimilhança dos

40
requisitos negativos do delito." (grifamos)22

68
Ora, se o Relatório do COAF , aliado à Colaboração de Carlos Miranda sobre uma

:10 16
alegada lavagem de dinheiro atribuída ao paciente Luiz Alberto em benefício do Governador

:05 C
do Estado/RJ, não se constituíram em justa causa penal para o oferecimento de denúncia

18 00 H
por esses fatos (crime de lavagem de dinheiro), dada a similitude dogmática entre os
standards probatórios para a prisão preventiva e a justa causa penal exigida para o
-
01 700

oferecimento da denúncia se constata que a motivação do Decreto vinculada ao Relatório do


COAF também é essencialmente insubsistente.
3/2 10.
9-

28
2/0 .2

Ademais, consoante os termos do Decreto Prisional, a hipotética


: 2 106

contemporaneidade dos fatos imputados estaria diretamente adstrita à movimentação


‘suspeita’ da empresa JRO entre 2016 e 2018. Todavia, na medida em que essas meras
Em por:

‘suspeitas’ foram afastadas pelo próprio MPF em sua denúncia se pode antever que inexiste
qualquer contemporaneidade entre o fato especificamente imputado pela denúncia
so

(alegada fraude licitatória ocorrida no ano de 2010) e o Decreto Prisional, o que esvazia a
s

legitimidade daquele.
pre
Im

Como se não bastasse, o decreto (item 97) busca fixar a contemporaneidade da


ORCRIM (suposta atividade em vigor daquela ainda em 2018) junto apenas ao Governador
do Estado/RJ (sem qualquer vínculo com os pacientes – nova ausência de individualização
das condutas) a partir de um diálogo interceptado entre o Governador e um indivíduo de
nome Ricardo no dia 24.07.2018 que se refere exclusivamente a uma alegada ingerência do

22
em Direito Processual Penal, ed. Saraiva, 2016, 13ª ed., p. 340
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Governador na Secretária de Administração Penitenciária/RJ após uma fiscalização do MP/RJ


na cela do ex Governador Sérgio Cabral.

Portanto, além da contemporaneidade dos fatos em relação aos pacientes


estar claramente situada em até o ano de 2010, no que tange apenas ao Governador do
Estado/RJ, cuja motivação o decreto estende de forma vaga e genérica para os pacientes

40
(sem atender à individualização das condutas), resta ainda apontado que a menção pela

68
qual a dita ORCRIM por ele chefiada estaria em atuação no de 2018 se limita em um diálogo

:10 16
que não guarda qualquer tipo correlação com os pacientes.

:05 C
Além disso, o item 98 do decreto menciona apenas o Governador do
18 00 H
Estado/RJ como alguém eventualmente disposto a dispor ou a dissipar eventuais valores
desviados23, deixando de individualizar esse hipotético risco em relação aos pacientes,
-
01 700

ainda que contra eles o decreto tenha suscitado os pressupostos da garantia da instrução
criminal e da aplicação da lei penal, motivo pelo qual por mais esse vício a decisão
3/2 10.
9-

impugnada peca por não ter individualizado as condutas de cada um dos investigados. Por 29
2/0 .2

outro lado, já se demonstrou que foram determinadas várias medidas constritivas de


: 2 106

patrimônio contra os pacientes e a empresa JRO, algumas delas já efetivadas.


Em por:

Em suma, (i) o decreto não individualiza condutas distintas imputadas a uma


vasta gama de denunciados, cujas acusações são essencialmente distintas quanto ao tempo,
so

tipos penais, meio e modo, (ii) busca apontar uma contemporaneidade em relação à
s
pre

ORCRIM no ano de 2018 a partir apenas do Governador do Estado/RJ e um diálogo


manifestamente estranho aos pacientes; (iii) não motiva em relação aos pacientes porque as
Im

23

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cautelares penais diversas não seriam proporcionais e adequadas, e, por fim, (iv) se abstém
de valorar que os fatos imputados aos pacientes teriam se exaurido por inteiro em meados
do ano de 2010, há 8 (oito) anos, data do único fato concreto imputado pela denúncia
(alegada fraude licitatória), sem notícia de eventual reiteração delitiva, o que rechaça o
requisito essencial da contemporaneidade exigido, na linha da jurisprudência remansosa dos
Tribunais Superiores.

40
5) DOS PACIENTES

68
:10 16
O paciente Cláudio Fernandes Vidal atualmente conta com 62 (sessenta e dois)
anos de idade, possui reputação ilibada, foi empresário por toda a sua vida sem qualquer

:05 C
18 00 H
mácula, nunca foi indiciado, investigado ou processado criminalmente ao longo de toda a
sua via e tem família bem estruturada e constituída. Já Luiz Alberto Gomes Gonçalves tem 56
-
(cinquenta e seis) anos, também dispõe de reputação ilibada, sempre exerceu atividade
01 700

econômica lícita, nunca sofreu qualquer tipo de persecução penal e possui família
3/2 10.
9-

estruturada e devidamente constituída. (Doc. 13 – Certidões Negativas)


30
2/0 .2

Nas hipóteses em que se pode vislumbrar a falta de motivação idônea para a


: 2 106

prisão preventiva a primariedade, os bons antecedentes, a profissão certa, a reputação


ilibada, além do domicílio fixo e a constituição de família podem ser considerados em
Em por:

favor da liberdade, consoante a jurisprudência sedimentada do c. STJ:


so

“PROCESSUAL PENAL. HABEAS CORPUS SUBSTITUTIVO DE RECURSO


PRÓPRIO. HOMICÍDIO QUALIFICADO, ROUBO E ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA.
s
pre

(...) 6. Não sendo apontados quaisquer elementos concretos a justificar a


segregação provisória e considerando a primariedade e os bons
antecedentes do réu, deve-lhe ser permitido responder ao processo em
Im

liberdade. (...)”24. (grifos nossos).

6) DO PEDIDO

De todo o exposto, os pacientes, por intermédio de seus advogados infra-


assinados, respeitosamente, REQUEREM seja:

24
HC 390.794/PB, Rel. Ministro RIBEIRO DANTAS, QUINTA TURMA, julgado em 10/10/2017, DJe 17/10/2017.
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A. CONCEDIDA MEDIDA LIMINAR NA ORDEM DE HABEAS CORPUS,


para que a paciente aguarde em liberdade (ou, subsidiariamente,
submetido à medida cautelar diversa da prisão – artigos 319 e 320,
ambos do Código de Processo Penal, inclusive o afastamento da
função empresarial), até o julgamento de mérito da impetração,
diante da presença dos elementos autorizadores para a Tutela de

40
Urgência, o Periculum in Mora e o Fumus Boni Iuris, na forma de

68
toda a exposição supra;

:10 16
B. No julgamento de MÉRITO, que seja CONCEDIDA A ORDEM DE

:05 C
HABEAS CORPUS, ratificada a medida liminar, acaso deferida, para
18 00 H
que seja revogada a prisão preventiva por vício de fundamentação
(artigo 93, IX da CRFB/88), assegurando-se a liberdade plena, ou,
-
01 700

subsidiariamente, a imposição de medida(s) cautelar(es) diversa(s)


da prisão – artigos 319 e 320, do Código de Processo Penal,
3/2 10.
9-

inclusive o afastamento da função empresarial. 31


2/0 .2
: 2 106

C. Por oportuno, requerem os impetrantes a devida intimação e


cientificação da data da Sessão de Julgamento do presente
Em por:

mandamus com antecedência mínima de 48 (quarenta e oito)


horas.
so

Termos em que, P. Deferimento.


s
pre

Rio de Janeiro, 20 de dezembro de 2018.


Im

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LUCHIONE CUEVA E LUCHIONE,


email=aline@luchioneadvogados.adv.br
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CARLO HUBERTH C. C. LUCHIONE DANIELA LABORAGINE


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GUSTAVO NOGUEIRA SIQUEIRA


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Rol de Documentos em anexo:

 Doc. 01 - RCL 32.540/RJ – STF (Prevenção);

 Doc. 02 – Denúncia MPF;

 Doc. 03 – Decisão que indeferiu a Medida Liminar no HC 165.913/RJ da lavra do Min.


Alexandre de Moraes

 Doc. 04 – Decreto de Prisão (ATO COATOR);

40
 Doc. 05 – Representação do MPF pela Prisão Preventiva;

68
:10 16
 Doc. 06 - Decisão Min. Dias Toffoli deferindo o acesso ao anexo 20 da Colaboração
Premiada de Carlos Emanuel de Carvalho Miranda;

:05 C
 Doc. 07 - Auto de Apreensão de Cláudio Fernandes Vidal;
18 00 H
 Doc. 08 – Oitiva de Cláudio Fernandes Vidal;
-
 Doc. 09 - Auto de Apreensão de Luiz Alberto;
01 700

 Doc. 10 - Oitiva de Cláudio Fernandes Vidal de Luiz Alberto;


3/2 10.
9-

 Doc. 11 - Representação da Autoridade Policial pelas cautelares penais; 32


2/0 .2

 Doc. 12 – Determinação do sequestro de imóveis e a indisponibilidade de ativos em


: 2 106

nome dos pacientes e da empresa JRO LTDA.;

 Doc. 13 - Certidões Negativas;


Em por:
s so
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