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VIII SEMINÁRIO NACIONAL DE

HISTÓRIA DA MATEMÁTICA
05 a 08 de abril de 2009
Belém – Pará – Brasil
ISBN – 978-85-7691-081-7

CP 08
Uma proposta de uso da história da Matemática no ensino de equações do 1° grau

Anderson Portal Ferreira


UEPA/PA
andersonpferreira@yahoo.com.br
Diego da Silva Godinho
UEPA/PA
pradizer@hotmail.com
Igor Neves de Souza
UEPA/PA
Corugito_uepa@yahoo.com.br
Marcelo Félix Martins Torres
UEPA/PA
torres_uepa@yahoo.com.br
Pollyanna de Almeida Pantoja
UEPA/PA
pollyannamat@yahoo.com.br
Vagner Viana da Graça
UEPA/PA
vagnergraça@yahoo.com.br

Resumo
Este artigo tem como objetivo principal, lançar aos professores e educadores matemáticos uma proposta de
ensino de equações do 1° grau utilizando como metodologia de ensino a história da matemática, por
entendermos que a história da matemática enquanto metodologia de ensino representa tanto para o professor
quanto para o aluno uma forma de resolver os problemas a partir de definições e dificuldades, que surgem e
surgiram próprias do conceito ( SOUSA, 2008). Aqui a história passa a ser compreendida como um ponto
de partida para aquisição dos métodos de resolução das equações do primeiro grau e para compreensão da
realidade estudada, tendo como base a construção histórica das equações do primeiro grau.

Palavras-chaves: história da matemática, equações do 1º grau e atividade de ensino.

S N H M – 2009 1
ISBN – 978-85-7691-081-7
VIII SEMINÁRIO NACIONAL DE
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A História da Matemática como metodologia de ensino

(PCN Matemática,42)

A busca por novas metodologias para melhora do processo ensino-aprendizagem, envolve a maioria
dos professores e com os professores de matemática, isto não é diferente. O uso didático de história da
matemática surge como mais uma forma, não apenas como motivação para criar disponibilidade ao
aprendizado, como também para a compreensão dos conteúdos abordados.
A história da matemática levanta questões relevantes e fornece problemas que podem motivar,
estimular e atrair o aluno. Desenvolve nos alunos a capacidade matemática, o crescimento pessoal e
habilidades como a leitura, escrita, procura por fontes e documentos, análise e argumentação. Os alunos
podem identificar que, além dos conteúdos, a matemática possui forma, notação, terminologia, métodos
computacionais, modos de expressão e representações.
Os professores podem identificar que algumas dificuldades que surgem na sala de aula hoje já
apareceram no passado, além de constatar que um resultado aparentemente simples pode ser fruto de uma
evolução árdua e gradual.

(PCN Matemática,42)

A história pode evidenciar que a matemática não se limita a um sistema de regras e verdades rígidas,
mas é algo humano e envolvente. Articula diferentes domínios da matemática, assim como inter-relacionar a
matemática e outras disciplinas (geografia, história, língua portuguesa). Humaniza a matemática,
apresentando suas particularidades e figuras históricas.
Desse modo, a historia da matemática é elemento fundamental para se perceber como teorias e
práticas matemáticas foram criadas, desenvolvidas e utilizadas num contexto específico de sua época.
O ensino das equações do primeiro grau
De acordo com os PCNs: “ O estudo da álgebra constitui um espaço bastante significativo para que o
aluno desenvolva e exercite sua capacidade de abstração e generalização”(PCNs, 1998, p.115). Contudo,
quando olhamos para as salas de aulas brasileiras encontramos alunos com uma forte aversão as incógnitas,
sendo o aspecto de generalização contido nestas não sendo satisfatoriamente compreendidas pela maior
parte dos educandos. Segundo Zanere 2006, este quadro se estabelece dentro da maioria das salas de aulas
brasileiras, devido a álgebra ser apresentada para os alunos como um estudo de manipulações rotinizadas,
abstrata, mecanizada e descontextualizada do mundo fora da escola. Assim a álgebra não faz sentido para
esses alunos.

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No Brasil o estudo sistematizado da álgebra se inicia no 7°ano do ensino fundamental, com o
conteúdo de equações do 1° grau com uma incógnita e é desde esse inicio, que a aprendizagem apresenta
problemas, pois o exacerbado foco que se dá na algoritmização das técnicas de resolução não permite, na
maioria das vezes, a compreensão no aluno sobre o que é a incógnita, o principio da equivalência, o
principio aditivo e o multiplicativo, então cabe ao aluno fazer em muitos casos uma série de exercícios que
visam fixar o algoritmo e não os conceitos da equação.
Para Fiorentini et al. (1993), o ensino de equações do 1° grau com uma incógnita, deve priorizar
semântica e não a sintaxe, ou seja, priorizar o conceito ao invés da linguagem da equação do 1° grau. Desta
forma podemos dar uma maior significação as equações do 1° grau se elas forem trabalhadas a partir de suas
idéias e conceitos subjacentes e não simplesmente pela sua linguagem letrista que muito pouco expressam o
que realmente é a álgebra e as equações do 1° grau.
Assim construir a idéia de incógnita, de igualdade, de equivalência, dos princípios aditivos e
multiplicativos dentro de uma perspectiva histórica e de evolução dos métodos de resolução das equações
do 1° grau, parece está afinado com as idéias estabelecidas por Fiorentini et al. (1993), uma vez que esta
abordagem prioriza o conceito e não pura e simplesmente a linguagem algébrica.

A proposta
Nossa proposta de atividade de ensino busca desenvolver com o aluno os conceitos subjacentes as
equações do 1° grau bem como as idéias pertinentes nos seus métodos de resolução, dentro de uma
perspectiva histórica. Assim, a atividade de ensino ou atividade de aprendizagem aqui sugerida, segue a
idéia de atividade de ensino defendida por Sousa 2008, pois “deve permitir aos envolvidos no processo,
aprender a pensar criando conceitos num movimento semelhante ao da dinâmica da criação conceitual na
história do conceito”.
A atividade aqui sugerida visa abordar o conteúdo de equações do 1º grau com uma incógnita, onde
buscaremos evidenciar para o aluno, do ponto de vista histórico e matemático, a origem e os seus métodos
de resolução.

Atividade

a).Titulo: Descobrindo os métodos de resolução das equações de 1° grau


b).Objetivo: Possibilitar ao aluno a construção do conceito de equação a partir do contexto histórico
que evidenciou seu surgimento e suas formas de resolução.
c).Procedimentos Metodológicos.
1º Passo: Iniciaremos o conteúdo em questão, com algumas expressões numéricas, onde os alunos
deverão calcular o valor numérico de cada expressão.
Objetivo:
Avaliar o domínio dos alunos no que se refere às operações aritméticas dentro do conjunto dos
racionais;
2° Passo: Em seguida será proposto aos alunos a seguinte questão: e se conhecêssemos o resultado
mas não conhecêssemos algum ou alguns desses valores, o que faríamos para que a igualdade fosse
verdadeira?
O professor deve neste momento levantar questões e situações atuais e históricas, onde isso pode
ocorrer. As questões históricas aqui levantas, podem ser as do Papiro de Rhind e da idade de Diofante.
3º Passo: Apresentaríamos aos alunos um pouco sobre a contribuição de Diofante ressaltando o seu
papel na resolução deste tipo de problema, dentro da antiguidade Clássica. Além disso, situar historicamente

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o papiro de Rhind, mostrando aos alunos a preocupação em diferentes tipos de civilizações este tipo de
problema.
4° Passo: Formalizar neste momento, a partir dos exemplos dados a idéia de equação;
Objetivos:
Familiarizar o aluno com a idéia de uma incógnita para valores desconhecidos;
Familiarizar os alunos com a idéia de igualdade;
5º Passo: Retornar aos problemas apresentados, mostrando a eles a necessidade de resolução destes,
apresentado como uma tentativa inicial e sistematizada o método da falsa posição, utilizado pelos
babilônicos e egípcios e em grande parte das antigas civilizações, mostrando ao aluno como este método é
explorado.
Objetivos
Levar o aluno a perceber a necessidade de se criar métodos para resolução das equações;
Levar o aluno a compreensão e utilização do método;
Levar o aluno a perceber que para os tipos de problemas estudados por esta sociedade o método era
bem prático;
6º Passo: Enunciar o problema da idade de Diofante e auxiliar os alunos na resolução utilizando o
método abordado, em seguida os alunos resolverão alguns exercícios para se familiarizarem com o método.
7° Passo: Após os alunos conhecerem bem o método, serão repassados a estes problemas e exercícios,
onde a utilização do método não contribui efetivamente para sua resolução, deixando assim claro ao aluno a
necessidade de se obter um método mais eficiente.
Objetivos:
Levar o aluno a compreender, a existência de mais de uma forma de resolução de equações, cabendo a
ele a escolha do método de acordo com o problema;
Levar os alunos a compreenderem escolher valores aleatórios, em alguns casos, é extremamente
trabalhoso e nem sempre conduz de maneira prática a resolução do problema;
8° Passo: Apresenta-se aos alunos o método da igualdade ou “método da balança” na resolução de
equações.
Objetivos:
Explicitar ao aluno, a idéia de igualdade presente nas equações;
Mostrar a eficiência do método em equações variadas;
Levar o aluno a compreensão dos principio aditivo e multiplicativo;
9° Passo: Resolução de problemas e exercícios que utilizem o método, para aprendizagem e fixação
do mesmo pelos alunos;
10° Passo: Mostrar aos alunos que embora eficiente, dependendo da equação que se trabalha, o
método da igualdade deixa a resolução muito longa, fazendo com que os alunos entendam a necessidade de
se simplificar esta idéia e a linguagem matemática, nele envolvida.
Objetivo
Levar o aluno a perceber que por mais válido que seja o método, a linguagem matemática envolvida
deve ser simplificada, para tornar a resolução mais prática;
11° Passo: Apresentaríamos neste momento ao aluno as contribuições e um pouco da vida dos
matemáticos que visaram simplificar este método, destacando Leonard di Pisa, François Vieté e René
Decartes.

Objetivo:
Mostrar aos alunos a evolução e a necessidade desta evolução na linguagem algébrica;

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12° Passo: Mostra-se aos alunos como possivelmente foi feito esse processo de simplificação e
apresenta-se o método das operações inversas.
Objetivos:
Levar aos alunos a entenderem o método das operações inversas como uma necessidade para tornar a
resolução das equações em algo mais prático e igualmente eficiente;
Levar os alunos a compararem os métodos da igualdade e das operações inversas;
Levar os alunos a compreenderem a simplificação feita no método das operações inversas;
Explicitar aos alunos os princípios aditivos e multiplicativos contidos no método;
13° Passo: Resolução de problemas e exercícios que utilizem o método, para aprendizagem e fixação
do mesmo pelos alunos;

d).Avaliação
A avaliação da atividade será feita durante o desenvolvimento da mesma e ao término do conteúdo
abordado, através de exercícios e problemas onde se verificará a habilidade dos discentes na resolução de
problemas variados empregando os métodos abordados e os princípios que regem a equação do 1° grau.

Considerações Finais
A sugestão dessa atividade visa em dar a professores e educadores matemáticos mais um instrumento,
ou melhor, proposta de abordagem do ensino de equações do 1° grau dentro de uma abordagem histórica e
significativa para aprendizagem do aluno. Entretanto entendemos que esta não é algo pronto ou acabado
cabendo a cada docente flexibilizá-la de acordo com as necessidades reais de sua classe. Sendo assim a
nossa a nossa proposta consiste em uma que visa quebrar a forte dicotomia entre o que é ensinado pelos
professores e o que tem sido aprendido pelos alunos, se consolidado assim como uma tentativa de melhoria
no ensino de equações do primeiro grau.
Para que esta proposta possa ser melhor aproveitada pelos docentes, faz-se necessário que estes
tenham uma postura de professores pesquisadores, onde os mesmos deverão procurar nas mais diversas
fontes de pesquisa os tópicos de história aqui sugeridos para o desenvolvimento do conteúdo, afinal
pesquisa e investigação são propostas atreladas ao uso da história da matemática em sala de aula.
Por fim, consideramos que o uso consciente, planejado, estudado e adequado de história da
matemática em sala de aula é perfeitamente viável dentro do ensino de equações do 1° grau e em muito
contribui para aprendizagem do alunado, no entanto a forma como a história da matemática é aqui abordada
e utilizada, é mais um caminho na tentativa de se melhorar o ensino-aprendizagem deste conteúdo, e não o
único.

Referências Bibliográficas

BOYER, Carl Benjamin. História da Matemática. 1ª reimpressão. Ed. Da Universidade de São Paulo. São
Paulo, 1974.
Parâmetros curriculares nacionais : Matemática – 5ª á 8ª. Secretária de Educação Fundamental –
Brasília: MEC. pág 42 á 43 Ano: 1998.
PEREIRA, Maria Ângela & Souza, Ana Lúcia C. P. Tendências em educação matemática em um curso
de extensão universitária. Disponível em: <<
http://www.sbmac.org.br/eventos/cnmac/cd_xxviii_cnmac/resumos%20estendidos/analucia_souza_SE5.pdf
>> Acesso 23/11/2008 ás 22:30
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Belém – Pará – Brasil
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PINEDO,Christian José Quintana. Breve história da solução de equações. Disponível em: <<
http://www.br.geocities.com/christianjqp/artigos/equacoes.pdf>> Acesso em 23/11/2008 ás 22h40min
RODRIGUES, Hélio de Oliveira & Silva, José Roberto da. Uma proposta de ensino para as equações do
2º grau utilizando como recurso didático o geoplano. Disponível em: <<
www.sbem.com.br/files/ix_enem/Minicurso/Trabalhos/MC06193102434T.doc ->> Acesso em 20/15/2005
ás 15h e 20min.
SOUSA, Maria do Carmo de. Quando a história da matemática passa a ser metodologia de Ensino.
Disponível em: << www.alb.com.br/anais16/sem15dpf/sm15ss02_04.pdf>> Acesso em 15/11/2008 ás
22h13min
ZENERE, Liziane Cristiane Sonda. Álgebra: como encontrar o “x”da questão?. Disponível em: <<
ccet.ucs.br/eventos/outros/egem/relatos/re03.pdf> Acesso as 23h30min 14/11/2008

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