Académique Documents
Professionnel Documents
Culture Documents
Tal lógica nos leva a perguntar: Então, por que não escolher um representante da lista
telefônica? Aliás, por que escolher alguém? Por que as pessoas simplesmente não
enviam uma carta pelo correio noturno a um computador parlamentar de contagem de
votos? A resposta leva a um con ito entre duas visões irreconciliáveis da verdade sobre
a democracia.
É por esta razão que, em 1934, disse Eliot que “as forças de deterioração são uma grande
massa rastejante e as forças de desenvolvimento são meia dúzia de homens“. Foi pouco
antes de uma grande massa de coletivistas utópicos marchar sobre uma Europa
obscura e sangrenta. Eles haviam sido direta e entusiasticamente eleitos ao poder por
maiorias democráticas e bem letradas. Hitler defendeu ferozmente seu nacional
socialismo como “a democracia mais verdadeira” (Berlim, 30 de Janeiro de 1937) e
descreveu a si mesmo como um “arquidemocrata”.
Qual é a resposta para esse con ito no coração da democracia, e por que vemos tantos
com instintos conservadores, de verdade absoluta, promovendo técnicas liberais, de
verdade relativa? Talvez a resposta seja que vivemos numa época em que nossos
representantes eleitos, em vez de atenderem a assuntos nacionais remotos, como
defesa, política scal e relações exteriores, estão invadindo os aspectos mais íntimos e
detalhados da vida local, privada, comercial, familiar e sexual, esgotando as energias do
povo através de impostos e dívidas. E é por isso que a democracia direta – uma espécie
de revolução de baixo para cima contra um sistema político de cima para baixo – parece
ser a única solução para nos livrar dessa tirania.
Em assuntos mais práticos, como níveis de tributação, este pode ser um mecanismo
seguro. Mas quando se trata de assuntos morais, como eutanásia, aborto, pena de
seguro. Mas quando se trata de assuntos morais, como eutanásia, aborto, pena de
morte, incursões homossexuais na família, e assim por diante, eu pre ro pensar que um
representante eleito tem o dever, primeiramente, de tornar sua própria consciência
conhecida antes de ser eleito. Depois disso, ele deve atuar com sua consciência – ou
renunciar se não puder fazê-lo. Para a própria democracia, a noção de que escolhas
profundamente morais devem ser moldadas diretamente pelas emoções do momento –
sentidas por um único eleitor ou por um milhão – é o caminho para o mundo relativista
autodestrutivo. É por isso que nesses momentos o poder político acaba ditando todos
os resultados.
Com efeito, as escolhas morais corretas, tanto na vida quanto na política, exigem
frequentemente que nós (ao contrário da visão laico-liberal dominante) escolhamos não
a favor, mas contra nossos próprios apetites e desejos no interesse de um bem maior.
Em outras palavras, devemos esperar que os cidadãos democráticos estejam mais
preocupados com a próxima geração do que com a próxima eleição, votando, portanto,
no piso mais alto, mesmo que isso contrarie seus interesses pessoais. Não pode haver
nenhum bem maior em um mundo moralmente relativista. É por isso que esse dilema
não poderá ser resolvido até que nossa civilização decida mais uma vez pensar estas
duas noções conflitantes de como a democracia – de como o cidadão – deve ser moral.
Compartilhe isso:
315
Relacionado
O Aborto e a Escravidão
COMENTÁRIO
NOME *
E-MAIL *
SITE
PUBLICAR COMENTÁRIO
This site uses Akismet to reduce spam. Learn how your comment data is processed.
This site uses Akismet to reduce spam. Learn how your comment data is processed.
Stay Connected
Categorias
Ensaios
Filosofia
Resenhas
Vídeos
Recent Posts
Do Verdadeiro e da
Verdade
14 de março de 2019
Digite seu endereço de e-mail para assinar este blog e receber notificações de novas publicações por
e-mail.
Endereço de e-mail
ASSINAR
ASSINAR
Calendar Archive
março 2019
D S T Q Q S S
1 2
3 4 5 6 7 8 9
10 11 12 13 14 15 16
17 18 19 20 21 22 23
24 25 26 27 28 29 30
31
« FEV
Epistemologia
Estética
Ética
Filosofia da Ciência
Filosofia da Linguagem
Filosofia da Mente
Psicologia
Filosofia da Religião
Filosofia Geral
Filosofia Política
História da Filosofia
Lógica
Metafísica
Espiritualidade
Espiritualidade
Siga-nos
Administradores
Ricardo Roveran
Lazaro Macedo
Vitor Matias
Parceiros