Vous êtes sur la page 1sur 7

VOZ DO QUE CLAMA NO DESERTO

Lucas 3.

“Voz do que clama no deserto: Preparai o caminho do Senhor, endireitai


as suas veredas”. Lucas 3.4

INTRODUÇÃO

“Voz do que clama no deserto” será uma exposição bíblica de Lucas 3.


Veremos como João Batista proclamou a mensagem de Deus. Veremos
sua sinceridade e intrepidez em confrontar o pecado. Veremos as
consequências do arrependimento e da fé, bem como as trágicas
punições para a rebeldia, incluindo o inferno de “fogo”. Perceberemos
que a genuína salvação é evidenciada por boas obras. Por fim, faremos
algumas aplicações e um apelo em se observar a lição.

I – CONTEXTO HISTÓRICO, POLÍTICO E RELIGIOSO DA PREGAÇÃO


DE JOÃO BATISTA (vv 1-2)

1) A historicidade da religião verdadeira. (v.1)

O evangelista Lucas é criterioso em sua pesquisa sobre o


evangelho e detalhista em sua apresentação. No terceiro capítulo do
evangelho que leva seu nome, ele inicia com a menção do momento
histórico em que se iniciou a pregação de João Batista, precursor de
Jesus Cristo.
É curioso notar que o cristianismo não se recente de mostrar que
é uma religião histórica, cravada na realidade da humanidade. Não é
uma filosofia, apenas, ou uma hipótese imaginada na mente de algum
suposto sábio. Não! Essa religião, diferentemente de muitas outras, se
expõe ao escrutínio do cientista e à investigação do intelectual, ou seja,
ela é passível de se ver na realidade por meio da História humana.
Isso não significa que as pessoas crerão ou haverá provas
científicas acerca de Deus, mas que toda a religião está firmada na
história e na vida da humanidade indiscutivelmente. Abraão, Isaque,
Jacó, José, Davi, Salomão, Maria, Jesus, Pedro, Paulo e muitos outros
são personagens históricos, reais. Suas vidas e obras revelaram um
grande propósito de Deus para a salvação da humanidade.
Tal informação nos dá credibilidade de que não estamos crendo e
confiando simplesmente num conto de fadas, mas em testemunhos
reais, numa existência, de fato, da obra de Deus entre os homens.
O apóstolo Paulo chegou a elogiar a Igreja aos Tessalonicenses
porque “tendo vós recebido a palavra que de nós ouvistes, que é de
Deus, acolhestes não como palavra de homens, e sim como, em verdade
é, a palavra de Deus, a qual, com efeito, está operando eficazmente em
vós, os que credes.” (1 Tessalonicenses 2.13).
Muitas religiões tiveram seu início em mitos e lendas; na
imaginação dos seus autores. O que o apóstolo enaltece é que os
Tessalonicenses compreenderam que não era assim com a verdadeira
religião.

2) Importância de se conhecer e compreender a época, o contexto e a


sociedade em que se vive. Não somos alienados. (vv. 1-2).

Lucas mostra entendimento sobre o contexto de sua época, ou


seja, ele sabe quem são os governantes em cada esfera: política e
religiosa. Igualmente ele sabe sobre o caráter de cada um e suas
atuações. O evangelista é informado e se constitui exemplo para os
cristãos sobre a importância de não viver “alienado”. A ideia do texto
pode-se aplicar para mostrar que somos cidadãos do céu e da terra.
Logo, nossa cidadania terrena não pode ser esquecida. Uma vez que
nossa atuação, e do cristianismo, se dá na história, como vimos
anteriormente, temos que conhecer nossa história e se integrar a ela
como partícipes.
Tal conhecimento contextual traz subsídio até mesmo para a ação
pessoal e da Igreja. Com o conhecimento histórico, político e social de
nossa nação percebemos as incongruências, calamidades e a loucura do
homem sem Deus. É neste espaço crucial que o evangelho deve entrar,
ser proclamado para glória de Deus.

3) A condição moral da época refletida por seus governantes.


(vv. 1-2).

Ao conhecer as figuras de autoridade, e descrevê-las, Lucas deixa


transparecer, nas entrelinhas, o contexto moral em que vivia. Assim,
exercendo a autoridade máxima no império romano temos Tibério
César. O pastor e escritor cristão J. C. Ryle comenta sobre esta
passagem que “Pouco ou nada sabemos de Tibério e Pôncio Pilatos, de
Herodes e de seu irmão, de Anás e Caifás, a não ser que eram iníquos.
Parece-nos que a terra estava entregue às mãos dos perversos (Jó
9,24)”1.
O mundo naquela época não estava em melhores condições
morais e espirituais do que hoje. Pelo contrário, estava pior. Contudo, a
iniquidade dos homens não foi motivo para exclusão da mensagem
divina, pelo contrário, se cumpriu a palavra que diz “onde abundou o
pecado, superabundou a graça” (Romanos 5.20).

1 RYLE, J. C. Meditações no evangelho de Lucas. São Paulo: FIEL, 2013.


4) Deus não fica sem testemunho. João Batista é chamado. (v. 2).

Deus não ficou sem testemunho em nenhum momento da


história. Assim, o profeta João Batista foi conclamado para ser a voz do
Senhor naqueles dias. Sua pregação foi rica e empolgante, cheia de
sinceridade e intrepidez.
Notemos que o início do Novo Testamento é marcado pelo retorno
da voz profética que estava em silêncio por 400 anos. Assim, Deus
rompeu o silêncio com a mensagem do evangelho para o povo, ou seja,
uma mensagem de esperança e salvação.
Ninguém poderá chegar diante de Deus e alegar que não o
conhecia, que nunca teve a revelação de Deus, pois o Senhor sempre
falou ao homem e sempre deu testemunho de sua vontade. “Porquanto
o que de Deus se pode conhecer neles se manifesta, porque Deus lho
manifestou. Porque as suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo,
tanto o seu eterno poder, como a sua divindade, se entendem, e
claramente se vêem pelas coisas que estão criadas, para que eles
fiquem inescusáveis” (Romanos 1:19,20).

II – CONVERSÃO: ARREPENDIMENTO E FÉ

1) A solução para uma sociedade corrupta é arrependimento e


conversão a Deus. (v. 3).

João Batista poderia falar de política, fazer ‘revolução armada’,


criar uma ‘ONG’, ou coisa do gênero. Contudo, o mais importante fator
de transformação da vida do indivíduo e da sociedade é o evangelho.
Antes de toda transformação externa, deve haver uma transformação
interna.
O chamado do evangelho é nesse sentido. Convidando o homem a
um acerto consigo mesmo e com Deus. Uma proposta de libertação do
velho homem, preso aos vícios. É um convite à reconstrução da paz com
Deus.

2) É impossível a conversão sem arrependimento. (v. 3).

A mensagem parece ser pesada quando se enfatiza o


arrependimento. Mas, o fato é que sem arrependimento não é possível a
conversão, a salvação. Arrependimento significa que a pessoa se
reconheceu pecadora e quer mudar sua disposição. Percebeu seus
graves pecados contra Deus e os homens. Se enquadrou como devedora
naquelas famosas listas bíblicas sobre os pecados e mazelas humanas,
quando proíbe o assassinato, o adultério, a mentira, o orgulho, a
cobiça, a embriaguez, a falta de amor para com o próximo, além de
muitas outras coisas; e, o principal, a falta de honrar ao Senhor Deus
Todo-Poderoso, criador, dono e detentor da Terra e dos Céus! Caso o
homem não se enxergue terrivelmente pecador nestes quesitos, como
poderá querer um salvador?

3) É impossível a conversão sem fé.

Por outro lado, não é somente o arrependimento que está em jogo


na conversão, mas igualmente a necessidade de fé. O texto não deixa
claro o que é evidente para o cristianismo, a necessidade de se
depositar a fé em Jesus Cristo. Contudo, o judeu, para quem a
pregação foi dirigida, tinha seu objeto de fé traçado. Na verdade, eles
deveriam aguardar o Messias, que os livraria. Assim, sua fé, confiança
objetiva, estava em Deus e no seu Messias, o redentor.
A fé bíblica do Novo Testamento nos convida a crer na
mensagem de que necessitamos realmente de Deus, do perdão dos
pecados, da remissão, e da vida eterna. Por outro lado, a fé é
igualmente uma confiança na pessoa de Jesus Cristo, ao ponto de se
lançar aos seus braços e entregar a vida a Ele. É atender ao convite de
Jesus quando disse: “Vinde a mim...e eu vos aliviarei”. (Mateus 11.28).

4) Arrependimento e fé são os lados da mesma moeda “conversão”.

Assim, podemos concluir que fé e arrependimento são os lados de


uma mesma moeda. A conversão simplesmente não ocorrerá caso esses
dois elementos não aconteçam simultaneamente. Por isso, pregar o
evangelho significa mostrar a necessidade de arrependimento e de fé.
Ou seja, é importante mostrar o lado negativo e positivo. Negativo no
sentido de desnudar o homem, positivo no sentido de vestir-lhe com
roupas limpas.
O pastor e escritor cristão, Augustus Nicodemus, nos conta uma
história que ouviu quando estava na África do Sul, por causa de seus
estudos, e que serve de ilustração para a importância da congruência
entre arrependimento e fé.
Lá, ouvimos uma história interessante. Uma senhora Zulu idosa
converteu-se a Cristo e vinha regularmente a todos os cultos. Todos
estavam muito felizes por ela, mas havia um pequeno problema: há
anos ela não tomava banho. Aquilo começou a criar um problema, pois
quando ela entrava no local das reuniões, seu mau cheiro perturbava a
todos. Todo mundo sabia que ela havia chegado. As senhoras Zulus
crentes resolveram tomar uma providência: reuniram-se, fizeram uma
festa para ela, e lhe deram um vestido novo de presente, dizendo que
gostariam muito de vê-la com o vestido novo na reunião seguinte. Ela
ficou muito feliz e prometeu que na próxima reunião viria trajada assim.
E de fato veio. Na reunião seguinte chegou de vestido novo, mas quando
entrou e sentou-se, o velho e conhecido mau cheiro estava lá. Ela
simplesmente vestira o novo vestido por cima dos trapos!2

III – SINCERIDADE E INTREPIDEZ NA PREGAÇÃO DE JOÃO


BATISTA (v. 7-8)

João Batista foi firme em suas palavras. Sincero quanto ao estado


deplorável do povo e intrépido para ter coragem de confrontá-los.
Chegou a chamá-los de raça de víboras. Expos o pecado do povo
almejando alcançar algum arrependimento.
Notemos que isso não foi simplesmente uma ofensa descabida,
mas uma verdade que deveria ser exposta.
A maior ofensa que um homem pode promover é o engano quanto
às realidades espirituais que podem condenar o ser humano ao inferno!
Isso sim é uma grande ofensa!
Possivelmente alguns estavam preparados para responder à
mensagem de João Batista. Evidente que nem todos concordaram. Nem
todos a aceitaram. Sempre haverá os incrédulos.

1) O perigo da confiança na religiosidade. (vv. 7-8).

João conjectura que alguns o retrucariam confiantes no fato de


serem filhos de Abraão. Ou seja, vemos a indicação de uma espécie de
orgulho religioso ou confiança na religiosidade. Alguns pensavam que o
simples fato de serem descendência de Abraão lhes dava uma espécie
de blindagem contra o mal e salvação automática. Ledo engado.
A confiança religiosa não traz garantia de salvação de fato, foi o
que João Batista frisou afirmando que ser descendência de Abraão
nada significava de especial, pois até mesmo pedras poderiam ser
suscitadas descendência de Abraão. O importante, então, seria o
homem alcançar a verdadeira conversão ao Senhor. Um encontro
pessoal de mudança de vida.

IV – O PERIGO DO INFERNO (v 9).

O destino final de “toda árvore que não produz fruto” é o fogo.


Uma ilustração para o resultado do homem se manter em rebeldia
contra Deus. O evangelho é uma ‘faca de dois gumes” alguns dizem, no
sentido de que oferece a salvação, mas ao mesmo tempo mostra a
condenação. Jesus Cristo falou do caminho estreito e do caminho largo.
No Antigo Testamento Moisés conclamou o povo a escolher o caminho
da bênção ou da maldição.
O inferno existe! É uma realidade e será o destino de punição
para os rebeldes. A dura mensagem é ocultada em nossa sociedade
humanista. Mas, não o foi por João Batista, por Jesus Cristo, pelos
Apóstolos, discípulos e cristãos sinceros. É um futuro terrível para
quem não lavar suas vestes no sangue do cordeiro, mas é uma
realidade e devemos alertar as pessoas quanto a tais consequências.
2 LOPES, Augustus Nicodemus. Cheios do Espírito. São Paulo: Editora Vida, 2007.
Claro que a conversão não deve ser motivada pelo medo, ou pelo
desejo de escape do inferno, mas sim pelo honesto desejo de honrar a
Deus; mas nem por isso, ou seja, por causa dos mal-entendidos,
devemos deixar de falar a mensagem.

V – O ARREPENDIMENTO É EVIDENCIADO POR BOAS OBRAS (vv


11-14).

Diante da exposição de João Batista, muitos perguntaram sobre o


que haveriam de fazer?

1) Obras não salvam, mas são consequências inevitáveis da nova vida


com Deus.

A resposta foi resumidamente que deveriam praticar o bem. Não


pensemos que João esteja aqui ensinando salvação por obras, nada
disso. Pois em momento algum da história a salvação se deu por esse
meio, e o profeta o sabia muito bem. Ademais, não se contradiria com a
posterior palavra de Paulo que disse: “pela graça sois salvos, por meio
da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus. Não vem das obras, para
que ninguém se glorie” (Efésias 2.8-9).
Contudo, a verdadeira salvação sempre traz consigo a evidência
de boas obras. “Porque somos feitura sua, criados em Cristo Jesus para
as boas obras, as quais Deus preparou para que andássemos nelas”.
(Efésias 2.10).

APLICAÇÃO

I – Precisamos estar conscientes de nosso contexto de vida. Contexto


histórico, político e religioso. Isso é importante para nossa vida e fé. Não
vivemos num vácuo. Nossas ações e práticas estão dentro de uma
realidade histórica. Dentro de problemas da nação, da cidade, do bairro,
etc. Imagine se você recebesse a missão que Lucas teve de escrever
acerca da fé e tivesse que trabalhar com tais detalhes e informações.
Como o faria se não tivesse conhecimento? Não devemos fazer uma
dicotomia e pensar que tais coisas sejam do maligno. Temos sim que
estar bem informados. Sermos sábios e conhecedores do nosso tempo e
época. Com uma condição: de não conformarmos com este mundo!

II – A conversão é a ação conjunta do arrependimento e da fé. Não


esqueçamos isso em nossas vidas. Façamos um exame para vermos se
realmente nos arrependemos ou se realmente temos a genuína fé em
Deus. Caso um desses elementos esteja em falta estaremos capenga.
Por outro lado, é importantíssimo pregarmos o evangelho de modo
completo. A mensagem do arrependimento não pode ser excluída por
conta de escrúpulos humanos.

III – Nossa pregação deve ser sincera e com intrepidez. Não podemos
ficar escondendo ou maquiando o pecado. Por outro lado, precisamos
de força e coragem para, com destemor, proclamar a mensagem de
Deus. Muitas vezes a mensagem realmente é forte, chocante, mas
importante para colocar o homem orgulhoso no seu devido lugar.

IV – Não se deve esconder o destino final dos rebeldes. O inferno é real.


Muitos estão indo para lá por falta de terem sido confrontados pelo
evangelho. É um grande pecado esconder das pessoas uma perdição tão
terrível que as espera caso não se “consertem” com Deus.

V – O arrependimento é evidenciado por boas obras. É inaceitável se


dizer crente e viver no pecado, no escândalo, na velha vida pecaminosa.
Simplesmente isso não se coaduna com a mensagem bíblica. Vigiemos
para que não sejamos pedras de tropeço e motivo de escândalo. Que
nosso arrependimento seja sincero e, de fato uma mudança radical no
proceder!

APELO

Que estas sublimes realidades pregadas há tanto tempo pelo profeta


nos alcancem e sejam acalentadas em nosso coração.
Que sejamos confrontados, sim, pela Palavra de Deus e que haja
mudança em nosso ser.
Que sejamos pregadores com os mesmos princípios seguidos por João
Batista, que foi fiel em proclamar a mensagem do Senhor em todos os
seus aspectos.

Deus seja louvado.

Vous aimerez peut-être aussi