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Sustentabilidade
Empresas adotam
dimensões ambiental
e social na gestão
Nesta edição
Editorial
Emissões
Evoluções nas legislações ambientais nem sempre são bem quistas.
Elas sempre embutem o risco do aumento nos tributos e restrições ao
desenvolvimento econômico. Com a Política Nacional sobre Mudança
do Clima não é diferente: um ato “amigável” ao futuro do planeta pode
não ser tão amigável ao crescimento do setor industrial.
Uma política mais ousada poderia incentivar o desenvolvimento de uma
economia de baixo carbono. Com 44% da sua matriz energética abaste-
cida por fontes renováveis e o potencial para liderar a química verde, res-
tringir a produção interna pode abrir espaço para a importação de bens
produzidos em países que emitem mais gases de efeito estufa, causan-
do um efeito adverso no objetivo de reduzir as emissões globais.
Capa: Unidade industrial da Oxiteno no Pólo
Há esperanças – afinal de contas, ela é verde e também a última que de Camaçari / Ary Diesendruck
Índice
18
que nenhum
negócio é tão
promissor
quando se
projeta o futuro
econômico do
país
98 Investimentos na Bacia de Santos atraem fornecedores à
Santos Offshore
101 PCIC BR reúne experiências práticas de engenharia
elétrica
102 ABB aposta na melhor exploração dos recursos
Sustentabilidade começa a moldar decisões de energéticos
investimentos 103 Oil & Gas Forum na Automation Fair
recorde de US$ 28 bi proteção especial “s”. Essa parte da série IEC 60079 apresenta a metodologia espe-
cífica para a avaliação e ensaio, bem como os requisitos para a marcação de equipa-
A balança comercial de produtos mentos elétricos, partes de equipamentos elétricos e componentes “Ex” com tipo de
químicos no Brasil deve registrar neste proteção “s”.
ano o maior deficit de sua história. De ja- Esta nova parte da IEC 60079 é aplicável a equipamentos elétricos que utili-
neiro até outubro, as importações soma- zam um método de proteção não coberto por outra norma da série, e também para
ram US$ 35,4 bilhões e as exportações equipamentos elétricos que utilizam um ou mais tipos de proteção normalizados,
chegaram a US$ 12,5 bilhões. Segundo quando o projeto e fabricação não estejam totalmente em conformidade com as
a Associação Brasileira da Indústria Quí- normas para os tipos de proteção. A IEC 60079-33 também modifica os requisi-
mica, o saldo negativo pode superar US$ tos gerais da ABNT NBR IEC 60079-0: o requisito desta norma deve ser prevale-
28 bilhões – superando o déficit registra- cente quando estiver em conflito com um requisito da ABNT NBR IEC 60079-0.
do no ano passado, de US$ 26,5 bilhões. A elaboração da respectiva Norma técnica brasileira ABNT NBR IEC 60079-33 está
O déficit, na avaliação da diretora de sob escopo da Comissão de Estudo CE 03:031.06 do Subcomitê SC-31 do Comitê
Comércio Exterior da Abiquim, Denise Brasileiro de Eletricidade, Eletrônica, Telecomunicações e Iluminação – Cobei.
Naranjo, resulta da combinação da desa-
celeração da demanda internacional por Mercado
produtos químicos e do reaquecimento
do mercado brasileiro. “Nesse contexto, Brasil aumenta tarifas de importação para resinas
é particularmente preocupante o aumen- O governo brasileiro aumentou temporariamente as tarifas de importação de 100
to do déficit em produtos de uso final, produtos, incluindo os polietilenos de alta densidade, de baixa densidade, linear de
que tem reprimido a demanda interna baixa densidade, policarbonato, etilenoglicol, e polibutadieno – elevando as tarifas
por produtos químicos de uso industrial para os produtos PE e EG de 14% para 20% e as tarifas de policarbonato de 16%
fabricados no país, sem que as empresas para 25%.
do setor tenham conseguido alavancar Apoiado pela Abiquim, mas criticado pela Associação Brasileira da Indústria
suas exportações e reposicionar seus do Plástico - Abiplast, o aumento segue decisão da Câmara Brasileira de Comércio
produtos no mercado internacional”. Exterior para fortalecer a economia local.
Manutenção Evento 1
Congresso da Abraman reforça Dia da Engenharia Alemã tem foco na
necessidade de qualificação da indústria química e petroquímica Felipe de Mattos Muci
mão de obra
O gerente executivo de Educação e Tecnologia do
Senai, Rolando Vargas Vallejo, afirmou, durante mesa
redonda realizada no 27º Congresso Brasileiro de Ma-
nutenção, que técnicos e tecnólogos são os profissionais
mais necessários na indústria brasileira atualmente. Se-
gundo Vallejos, as empresas têm atribuído a engenhei-
ros funções que devem ser exercidas por profissionais
com formações técnicas. “É necessário mostrar para as A mesa redonda “A química é inovação para uma vida sustentável” contou
empresas que elas precisam de técnicos e tecnólogos”. com o presidente da Henkel Mercosul, Julio Muñoz-Kampff; o presidente da
O Senai construirá 53 novos centros de ensino, in- Evonik Degussa do Brasil, Weber Porto, moderação do presidente-executivo
cluindo unidades móveis, caminhões e um barco, que da Abiquim, Fernando Figueiredo, o vice-presidente da Basf para a América
oferecerão infraestrutura para aulas e avaliações. Tam- do Sul, Antonio Lacerda, o presidente da Bayer, Theo van der Loo, e o Líder
bém serão criados 23 institutos de inovação e 38 de Global de Inovação e Tecnologia da Lanxess, Paul Wagner.
tecnologia.
Em sua quarta edição, o Dia da Engenharia Alemã, promovido
O gerente de Recursos Humanos da Refinaria
pela VDI-Brasil em parceria com a Câmara Brasil-Alemanha, discutiu
Getulio Vargas, Juarez Casnok, destacou o curso de
as tendências das indústrias química e petroquímica. O evento contou
formação de técnicos de manutenção promovido pela
com mais de 500 participantes. Segundo o presidente da VDI-Brasil,
Petrobras – que formou a primeira turma.
Edgar Horny, após a fase em que a transferência tecnológica da Ale-
Durante o Congresso, Alan John Poling, da Solo-
manha para o Brasil caracterizava o setor, hoje a inovação local é o
mon Associates, trouxe o tema “Reliability and Main-
grande trunfo para aproveitar todas as chances que o país oferece. O
tenance – RAM – The Path to World Class Perfor-
Dia da Engenharia Alemã 2012 demonstrou também que a transfe-
mance”; Laurent Tetard, da Mazars, falou sobre “How
rência de tecnologia é um caminho bilateral ao convidar a empresa
to conciliate industrial and finance world”. John Woo-
Braskem para contar a história de seu caminho na direção inversa,
dhouse – da TPWL e IAM - e José Antônio Conejo Ba-
quando essa multinacional brasileira chegou à Alemanha.
dilla, doICE, falaram a respeito da “PAS 55”, seguidos
de Afonso Sartorio, da Accenture, que discursou sobre
a Pesquisa da Gestão de Ativos.
Evento 2
Feira Química reune cadeia voltada ao
Plásticos setor químico
Estudo aponta macrotendências A Feira Química 2012
das embalagens até 2020 reuniu fabricantes de má-
quinas, equipamentos, aces-
Conveniência e Simplicidade; Estética e Identidade;
sórios, insumos e serviços
Qualidade e Novas Tecnologias; Sustentabilidade e Éti-
para todo o setor, atraindo
ca; e Segurança e Assuntos Regulatórios são os temas
consumidores finais, empre-
que deverão nortear a atuação da indústria de embalagens
sas do segmento petroquí-
nos próximos anos. Essa é a conclusão do estudo “Bra-
mico, química básica e quí-
sil Pack Trends 2020”, desenvolvido por uma equipe de
mica fina. Segundo o diretor
pesquisadores do Centro de Tecnologia de Embalagens
da feira, Igor Tavares, a pre- Química 2012: objetivo de promover troca
- Cetea e da Plataforma de Inovação Tecnológica do Ins-
sença de profissionais que de informações
tituto de Tecnologia de Alimentos - Ital, com o apoio da
atuam em empresas como
Associação Brasileira da Indústria do PET - Abipet.
3M, Braskem, Basf, Bayer, Rhodia, Lanxess, Dupont e Syngenta
De acordo com o estudo, também foi detectada a
eleva o nível dos negócios que são realizados durante esses três
preferência por produtos que consigam agregar prati-
dias de evento. “A Feira Química nasceu para abranger os diversos
cidade ao preparo e no momento do consumo, minimi-
setores que a química envolve, mas, sobretudo, para permitir que
zando uso de copos, talheres e outros utensílios, além
este crescente mercado tenha um ambiente para promover a troca
daqueles que sejam porcionados, com possibilidade de
de informações e experiência. Esperamos que este objetivo tenha
uso em fornos microondas.
sido atingido durante esses três dias de evento”.
A Tuper colocou em operação sua oitava unidade indus- – pouco mais da metade desse valor teve como destino a uni-
trial, em São Bento do Sul/SC, na qual foram investidos R$ dade de são Bento do Sul. Agora a empresa anunciou investi-
198 milhões. A Tuper Óleo e Gás, que abrigará o forneci- mentos de R$ 130 milhões para a construção de sete Pequenas
mento de tubos de aço API para o mercado de petróleo e Centrais Hidrelétricas em três rios da região nordeste de Santa
gás, tem capacidade anual para processar 180 mil toneladas Catarina, que deverão gerar 28 MW destinados ao consumo
de aço. próprio e fornecimento para terceiros.
Na nova unidade passam a ser produzidos tubos de aço Outro projeto é o início da produção de andaimes tubu-
carbono para aplicações estruturais e de condução, com diâ- lares para o segmento da construção civil. Nesse caso, os in-
metros de até 13 3/8 polegadas e espessuras variando de 3mm vestimentos necessários serão superiores a R$ 3 milhões. O
até 16mm. Também serão fabricados tubos casing, que são presidente da Tuper, Frank Bollmann, também revelou que a
usados para revestimento de poços de petróleo. empresa está finalizando um plano para abrir uma subsidiária
Nos últimos dois anos, a Tuper investiu R$ 357 milhões da Tuper Comercial em Houston, nos EUA.
M
eses atrás a Oxiteno recebeu uma queixa inu- – e mais ainda, por que alguém gastaria seu tempo para re-
sitada de um vizinho de sua fábrica localizada clamar disso?
em Tremembé / SP: por que a empresa mantinha “Isso dá uma noção de o quanto a sociedade está atenta
uma lâmpada acesa no pátio durante o dia? A resposta era àquilo que geramos”, avalia o gerente de Qualidade, Saúde,
simples: defeito na fotocélula que acende automaticamente Segurança, Meio Ambiente e Responsabilidade Social da
a lâmpada. Consertar o equipamento, localizado a 60 me- Oxiteno, Claudemir Peres.
tros de altura seria um pouco complexo – só a montagem Em setembro, a Petrobras foi acusada duas vezes – pelo
do andaime demora um dia inteiro. Quando a reclamação Ministério Público Federal, por crime ambiental envolvendo
chegou, a ordem de serviço até já estava emitida. O que derramamento de óleo da Refinaria Duque de Caxias e con-
intrigou mesmo foi o questionamento. Por que alguém se taminação do rio Iguaçu, e pela Polícia Federal, pelo despejo
preocuparia com uma lâmpada que passa dia e noite acesa de água de produção separada do petróleo nos terminais. Uma
Operador em área cas para permitir que essas prioridades ganhem espaço nas
industrial da Oxiteno suas decisões. Investimentos que minimizem o consumo de
recursos foram gradualmente sendo adicionados aos plane-
jamentos das indústrias – primeiro eles vieram com a obri-
gatoriedade da legislação, e mais recentemente evoluíram
com as estratégias de eficiência. Agora as empresas estão
conferindo um caráter matemático à questão.
A Braskem, por exemplo, estruturou uma metodologia
dentro do software de gestão de projetos e portfólio para
pontuar cada projeto segundo seu impacto ambiental – por
essa metodologia, os projetos que representarem menor
consumo de recursos naturais ou menores emissões de resí-
duos e efluentes ganham uma pontuação extra.
“Não é uma nova forma de encarar o investimento, por-
que antes de implementarmos essa ferramenta, nosso in-
vestimento na melhoria das questões de saúde, segurança
e meio ambiente já vinha acontecendo. Essa ferramenta é
uma forma mais sistemática para considerar as dimensões
da sustentabilidade no processo decisório”, explica o diretor
de Desenvolvimento Sustentável da Braskem, Jorge Soto.
Os projetos desenvolvidos pela Oxiteno mesclam os cri-
térios de sustentabilidade dentro das ferramentas de Plane-
jamento da Qualidade do Produto - PQP, adotada da indús-
tria automobilística, e Front-End Loading - FEL, de gestão
de projetos – em cada etapa da FEL, há correlações com os
requisitos ambientais e de segurança e saúde ocupacional.
Na empresa, há dois documentos principais que orientam
o desenvolvimento de projetos – uma circular normativa e
um procedimento corporativo. A primeira aborda desde a
classificação do projeto e seus direcionamentos – o fluxo-
grama a ser adotado nos casos de produção de novos pro-
dutos ou a ampliação de uma planta – até a validação do
produto e do processo. O segundo, mais técnico, aprofunda
o detalhamento do projeto. “A concepção de gestão, nesse
modelo, não olha um projeto pensando em meio ambiente,
mas planeja de maneira integrada, para atender a todos es-
ses requisitos”, explica Claudemir Peres.
A Petrobras entrou para o grupo no ano passado, quando
começou a adotar a metodologia batizada internamente de Pro-
jeto SMS e Eficiência Energética em Projetos de Investimen-
to. Este ano, definiu as ferramentas para gestão que levam em
nota oficial para explicar que a água produzida junto com o consideração os aspectos de saúde, segurança, meio ambiente
petróleo nas plataformas é tratada e descartada de acordo com e eficiência energética – que já estão sendo aplicadas aos pro-
as resoluções 393 e 357 do Conselho Nacional de Meio Am- jetos identificados como prioritários. O pacote que dá suporte à
biente - Conama, no entanto, não foi suficiente para evitar que decisão para aprovação de um projeto de investimento deve ter
movimentos sociais, pescadores artesanais e comunidades im- um parecer técnico da área de SMES. No mais recente ranking
pactadas pela indústria do petróleo realizassem uma manifes- do Carbon Disclosure Project - CDP – uma organização não-
tação à frente da sua sede, no centro do Rio de Janeiro. governamental do Reino Unido voltada a temas ambientais – a
Compreender a dimensão que a sociedade passou a dar petroleira está classificada entre as empresas brasileiras que
ao conceito de sustentabilidade – e lidar com isso – é, sem apresentam a maior compreensão sobre os impactos das mu-
dúvida, um desafio. Um grupo de empresas já posicionado danças climáticas para seus negócios e que estão adotando me-
para enfrentar essa questão vem desenvolvendo sistemáti- didas como a redução das emissões de gases de efeito estufa.
rados. Neste sentido, os processos oxidativos e de separação Os ensaios de ozonização e POA foram realizados em um
por membranas são técnicas empregadas quando o reúso do reator fotoquímico de escala bancada, com volume útil de 2,5
efluente é tido como objetivo (SCHNEIDER, 2010). L e tubo interno de quartzo, onde foram inseridas lâmpadas
Os processos oxidativos avançados (POA) são tecnolo- UV-C germicidas nas potências de 15 W, 55 W e 95 W. As
gias promissoras para o tratamento de efluentes complexos, concentrações de ozônio utilizadas foram de 3 a 10 mgO3/L
como os efluentes industriais e de refinarias, sendo emprega- na fase gasosa. A vazão de gás utilizada (1 L/min) e o volume
dos com o intuito de remover poluentes orgânicos de difícil de efluente (2 L) adicionado ao reator foram os mesmos para
degradação. Os POA diferem dos processos oxidativos con- todos os ensaios. O tempo de reação foi de 60 minutos para
vencionais pela geração dos radicais hidroxila, que são espé- todos os ensaios sendo retiradas alíquotas a cada 10 minutos
cies radicalares com elevado poder oxidante podendo atuar de modo a acompanhar a remoção de matéria orgânica. Após
na conversão dos contaminantes em produtos menos tóxicos; o tratamento do efluente pela oxidação avançada o mesmo era
agir na quebra de moléculas orgânicas gerando subprodutos encaminhado para a etapa de osmose inversa visando reduzir
menos complexos que podem ser tratados biologicamente a concentração de sais do efluente, possibilitando seu reúso
ou, em condições ótimas, mineralizar a grande maioria dos em torres de resfriamento ou para geração de vapor em cal-
poluentes orgânicos, convertendo-os a dióxido de carbono deiras de alta pressão, por exemplo. Os testes de longa dura-
(CO2), água e íons inorgânicos. Os radicais hidroxila são ra- ção consistiram na permeação do efluente de modo contínuo
dicais com elevado poder oxidante, muito maior do que os por 150 horas de modo a avaliar a tendência da membrana
dos oxidantes mais comumente utilizados, como o cloro. para formação de biofilme, anotando-se o fluxo de permeado
Além disto, a capacidade dos POA de mineralizar diversos de tempos em tempos. Foram realizados testes de permeação
poluentes é favorecida pela natureza não seletiva destes radi- de longa duração para o efluente tratado pelos processos O3/
cais hidroxila, que permite a reação do radical com os mais UV e O3/H2O2/UV, na pressão de 30 bar. A figura 2.1 ilustra
variados compostos orgânicos. O radical hidroxila se destaca o reator fotoquímico utilizado, assim como a unidade de os-
também pela cinética de reação com os poluentes, apresen- mose inversa.
tando valores bastante elevados para a maioria dos compostos
orgânicos.
A osmose inversa é um processo de separação por mem-
branas muito utilizado quando se deseja reter solutos de
baixa massa molar, como os íons inorgânicos. Possui como
vantagens o fato ser um processo utilizado no tratamento
de águas residuárias, reter micro-organismos e compostos
orgânicos antropogênicos, serem sistemas compactos, além
de poder atingir mais de 90% de remoção de sólidos dis-
solvidos. Um dos maiores problemas encontrados na opera-
ção da osmose inversa é o controle das incrustações. Estas
incrustações são fenômenos indesejáveis no qual o fluxo Figura 2.1 – Reator fotoquímico e unidade de osmose inversa em escala
de permeado é reduzido, podendo inviabilizar os custos de bancada.
operação do processo.
3. Resultados e discussão
2. Materiais e métodos 3.1 Ozonização
O efluente foi coletado após filtros de areia situados na Inicialmente, realizou-se os ensaios de ozonização do
saída da unidade de biodisco da Refinaria Gabriel Passos (Re- efluente nas concentrações de O3 de 3, 6 e 10 mg/L, na ausên-
gap) – Petrobras, localizada em Betim, município brasileiro cia de irradiação. Os resultados obtidos após 60 minutos de
do estado de Minas Gerais. reação estão apresentados na tabela 3.1.
A caracterização foi realizada através dos parâmetros de Tabela 3.1 – Resultados de ozonização do efluente industrial após 60
pH, condutividade, turbidez, demanda química de oxigênio minutos de ozonização e na ausência de irradiação
(DQO), carbono orgânico total (COT), absorbância no com- Remoções (%) 3 mg O3/L 6 mg O3/L 10 mg O3/L
primento de onda de 254 nm (ABS254), nitrogênio amoniacal COT 5 8 9
(NH4+) e sólidos suspensos totais (SST). Os resultados da ca- ABS254 53 67 66
racterização do efluente são apresentados na tabela 2.1. SUVA 53 64 62
Nestas condições operacionais, os resultados apresenta- da matéria orgânica foi novamente predominado pelo ataque
ram baixas remoções de COT. Este fato é justificado pela lite- direto do ozônio molecular.
ratura, visto que a ozonização raramente leva a mineralização Para a condição de operação com 6 mg O3/L foram obti-
dos compostos. Outro motivo responsável pela baixa remo- das baixas remoções de COT, apresentando um máximo de
ção de COT se deve ao fato do ozônio, no pH utilizado, gerar remoção de 21%, em média, para a lâmpada de 95 W. Foram
radicais hidroxila em quantidade menores, já que o mesmo obtidas boas remoções de cor, ABS254 e SUVA, em torno de
se decompõe completamente em radicais hidroxila somente 90% para o primeiro e 80% para os dois últimos. Apesar de
em pH básico, acima de valores de pH 10 (DEZOTTI, 2008; não mineralizar a matéria orgânica presente no efluente, o
LUCAS et al., 2010, SOUZA, 2010). Em pH neutro, como o processo O3/UV consegue degradar de certa forma esta maté-
do efluente industrial estudado, apenas em torno de 50% do ria orgânica ao ponto de gerar subprodutos menos complexos
ozônio dissolvido se decompõe em radicais hidroxila. Deste que, com um tratamento biológico, possam ser removidos
modo, o mecanismo de degradação predominante nas condi- (GONG et al., 2008).
ções empregadas neste estudo é a reação direta com o ozônio A utilização de maiores concentrações de O3 (10 mg/L)
molecular, que devido a sua seletividade não leva a mine- não apresentou bons resultados novamente, atingindo remo-
ralização dos poluentes. A redução de 60 % nos parâmetros ção de COT de 17%, em média, para a lâmpada de 95 W. Os
de ABS254 e SUVA sugere uma mudança nas características valores de remoção dos parâmetros cor, ABS254 e SUVA man-
do efluente, possivelmente tornando-o mais biodegradável tiveram-se em torno de 90% para o primeiro, e 75% para os
(GONG et al., 2008; GOTTSHALK et al., 2010). dois últimos, respectivamente. Os baixos valores de remoção
de COT evidenciam a característica recalcitrante dos com-
3.2 Processos Oxidativos Avançados - O3/UV e O3/H2O2/UV postos presentes na matriz aquosa do efluente, que o processo
O acoplamento dos processos de ozonização e radiação O3/UV não conseguiu degradar.
ultravioleta (O3/UV) foi utilizado no trabalho visando uma O aumento da concentração de O3, nas condições utiliza-
maior geração de radicais hidroxila, o que possibilitaria um das nesse estudo, causou uma remoção maior de COT, visto
aumento na remoção da matéria orgânica presente no efluen- que a maior concentração de ozônio na matriz aquosa repre-
te. Os valores de pH e condutividade do efluente permanece- senta uma maior decomposição de O3 em radicais hidroxila,
ram constantes durante todos os ensaios. A tabela 3.2 resume potencializada pela exposição do O3 à radiação ultravioleta. A
os valores de remoção dos principais parâmetros analisados concentração de O3 de 10 mg/L apresentou a mesma remoção
para os ensaios nas concentrações de 3, 6 e 10 mg/L. de COT que a concentração de 6 mg/L, possivelmente devido
Tabela 3.2 – Remoções de Cor, COT, ABS254 e SUVA para o processo a limitações de transferência de massa no reator, impedindo
O3/UV em diferentes condições de operação após 60 minutos de uma maior dissolução do O3 na matriz aquosa.
irradiação O aumento da intensidade de radiação UV teve impacto
Eficiência de remoção (%) positivo na remoção de COT. As lâmpadas de 55 e 95 W ren-
Potência da deram os mesmos valores de remoção de COT, sugerindo o
[O3]
Lâmpada Cor COT ABS254 SUVA emprego de um excesso de fótons no sistema, consequência
(mg/L)
UV-C (W) das baixas concentrações de O3 aplicadas no estudo.
3 15 78,0 ± 9,0 3,6 ± 0,6 56,3 ± 1,2 56,0 ± 3,0 Após a realização dos ensaios O3/UV foi determinada a me-
3 55 79,9 ± 13,5 11,5 ± 0,3 68,1 ± 4,2 64,0 ± 4,6 lhor condição de operação tendo como base a remoção de COT.
3 95 90,0 ± 2,0 10,9 ± 0,8 64,1 ± 3,2 60,1 ± 4,6
As maiores remoções de COT para o processo O3/UV foram ob-
6 15 89,0 ± 1,4 13,4 ± 0,4 74,7 ± 6,6 70,8 ± 7,5
tidas empregando-se a concentração de ozônio de 6 mg/L. Para-
6 55 93,1 ± 2,0 18,4 ± 2,7 84,0 ± 2,7 80,7 ± 2,2
lelamente, pode-se observar que a lâmpada de 95 W não rendeu
6 95 94,5 ± 4,0 21,4 ± 2,9 83,6 ± 1,5 79,1 ± 1,1
uma remoção de matéria orgânica significativa perante a lâmpa-
10 15 90,0 ± 1,0 10,6 ± 0,5 75,6 ± 0,3 73,6 ± 0,3
10 55 91,7 ± 0,6 16,5 ± 2,1 84,5 ± 0,1 81,9 ± 0,1
da de 55 W. Com isso, a condição experimental selecionada para
10 95 93,4 ± 1,5 17,3 ± 2,1 81,4 ± 2,1 77,7 ± 0,7 prosseguir as atividades experimentais foi a de concentração de
O3 de 6 mg/L e de intensidade de radiação de 55 W. Vale ressal-
Para a concentração de O3 de 3 mg/L foram obtidas baixas tar que mesmo a melhor condição de operação para o processo
remoções, para todas as lâmpadas UV-C utilizadas (15, 55 e O3/UV proporcionou baixas remoções de COT.
95 W), sendo estas remoções semelhantes às remoções obti- Visando uma maior remoção de COT e, consequentemen-
das quando apenas a ozonização foi empregada, sem a adição te, evitar maiores incrustações da membrana de OI foram re-
de luz ultravioleta. Estes resultados mostram que a adição de alizados ensaios empregando-se um maior tempo de reação
luz ultravioleta (mesmo em potências elevadas) não foi capaz (180 minutos) para o processo O3/UV e adição de peróxido
de decompor o ozônio em radicais hidroxila, possivelmente de hidrogênio nas proporções C:H2O2 de 1:1 e 1:2. A tabela
devido à baixa concentração de O3 dissolvido na matriz aquo- 3.3 resume os resultados obtidos para os ensaios realizados
sa. Adicionando-se este fato ao pH do efluente, em torno da a partir da melhor condição operacional observada na etapa
neutralidade, pode-se supor que o mecanismo de degradação de O3/UV.
Tabela 3.3 – Remoções de COT e ABS254 nos ensaios de ozonização com adição de peróxido ([O3] = 6 mg/L e Lâmpada UV-C de 55 W)
Eficiência de remoção (%)
Proporção
Processo Tempo de reação (min) COT ABS254
C:H2O2
O3/UV - 60 18 ± 3 84 ± 3
O3/H2O2/UV 1:1 60 42 ± 1 90 ± 1
O3/H2O2/UV 1:2 60 67 ± 1 92 ± 1
O3/UV - 180 50 ± 1 90 ± 1
O3/H2O2/UV 1:1 180 68 ± 1 92 ± 1
O3/H2O2/UV 1:2 180 80 ± 2 93 ± 1
A adição de H2O2 ao processo O3/UV promoveu resulta- no de 5,0, faixa recomendada para a utilização em equipamentos
dos bastante positivos no que tange a remoção de COT, para como a osmose inversa. Deve-se ressaltar que nesses ensaios (ta-
as duas proporções C:H2O2 de 1:1 e 1:2, resultando num au- bela 3.4) não foi obtida uma boa redução do SDI, no entanto para
mento na remoção de COT de 133% para a proporção C:H2O2 outras amostras foram obtidos resultados de SDI menores que 3.
de 1:1 e de 272% para a proporção C:H2O2 de 1:2. Estes re- Durante os ensaios de permeação da etapa de osmose in-
sultados estão de acordo com o disposto na literatura, já que versa foram analisadas as características da alimentação, do
o peróxido de hidrogênio proporciona uma maior geração de permeado e do concentrado, além do fluxo de permeado. To-
radicais hidroxila na matriz aquosa, aumentando o poder oxi- dos os ensaios de permeação foram realizados em triplicata.
dativo do sistema e, consequentemente, a eficiência na remo- Os parâmetros utilizados para a caracterização do efluente fo-
ção de COT. O processo O3/UV sem adição de peróxido tem ram pH, condutividade, COT e nitrogênio amoniacal. A figu-
sua cinética de reação favorecida com o aumento do tempo ra 3.1 ilustra o acompanhamento da condutividade e do COT,
de reação para 180 minutos, atingindo aumento em 178% na respectivamente, durante o ensaio de permeação nas pressões
remoção de COT, o que também já era esperado. de 30 e 25 bar e graus de recuperação de 0 – 25 %.
Portanto, a reação de O3/UV com a adição de H2O2 na
proporção de C:H2O2 de 1:2 e um tempo de reação de 180
minutos proporcionou grande remoção de matéria orgânica
(80% de remoção de COT e 93% de remoção de ABS254) e um
aumento de 515% na eficiência de remoção de COT quando
comparado com o processo O3/UV realizado com 60 minutos
de reação. Estes resultados comprovam que a oxidação via
radical •OH é muito mais eficiente para este efluente do que Figura 3.1 – Valores de condutividade e COT da corrente de permeado
a reação via ozônio molecular para a remoção de COT, ainda para os ensaios de permeação ( ) P = 30 bar ( • ) P = 25 bar.
que pequenas quantidades de peróxido de hidrogênio tenham Os ensaios de permeação renderam remoções de 95 % de COT
sido adicionadas. Este efluente foi então encaminhado para a e condutividade e redução de nitrogênio amoniacal de 73 % para a
etapa de OI. pressão de 25 bar. Já com a pressão de 30 bar, houve remoção de
96 % para condutividade, 88 % para COT e 77 % para NH4+, va-
3.3 Osmose Inversa lores obtidos para o grau de recuperação (R) de 25 %. O fluxo de
De modo a avaliar a redução do potencial incrustante do permeado se manteve relativamente constante durante os ensaios,
efluente, foram realizados ensaios de Índice de Densidade em torno de 95 L.h-1.m-2. A tabela 3.5 apresenta as características
de Sedimentos (SDI) para o efluentes tratado pela etapa de das correntes de alimentação, permeado e concentrado para os en-
oxidação avançada e para o efluente biotratado, visando sua saios nas pressões de operação de 25 e 30 bar.
posterior utilização na etapa de osmose inversa. O SDI15 do Tabela 3.5 – Características da alimentação, permeado e concentrado
efluente foi de 5,9 ± 0,1 (pH = 7,5 e T = 25 ºC) o que indica a para o ensaio de osmose inversa nas pressões de 25 e 30 bar e
necessidade de um pré-tratamento antes da etapa de osmose R = 25% com efluente pós-O3/H2O2/UV e irradiação por 180 minutos
inversa (MOSSET et al., 2008; DIAS, 2011). Os resultados
Pressão COT NH4+
de SDI15 dos efluentes tratados pelos processos O3/UV e O3/ pH λ (μS/cm)
(bar) (mg/L) (mg/L)
H2O2/UV estão rapresentadas na tabela 3.4. Alimentação 7,2 ± 0,5 1314 ± 152 4,1 ± 0,3 1,04 ± 0,09
Permeado
Tabela 3.4 – Resultados de SDI15 do efluente após tratamento oxidativo 25 (R = 25%) 6,0 ± 0,7 58 ± 23 0,2 ± 0,1 0,26 ± 0,01
Proporção Tempo de Concentrado 7,6 ± 0,1 1707 ± 1 3,3 ± 1,0 0,49 ± 0,02
Processo pH T (ºC) SDI15
C:H2O2 reação (min) (R = 25%)
O3/UV - 180 7,7 25 4,9 ± 0,1 Alimentação 7,5 ± 0,1 1184 ± 15 4,0 ± 0,3 0,52 ± 0,17
O3/H2O2/UV 1:2 180 8,3 25 5,3 ± 0,1 Permeado (R 7,9 ± 0,1 42 ± 8 0,5 ± 0,3 0,12 ± 0,05
30 = 25%)
Concentrado 7,7 ± 0,1 1643 ± 103 4,2 ± 0,4 0,37 ± 0,09
Os resultados obtidos de SDI15 apresentaram valores em tor- (R = 25%)
As características do efluente gerado foram analisadas Após os ensaios de osmose inversa foi feita a microsco-
após a etapa de osmose inversa visando sua possibilidade de pia de epifluorescência das membranas de modo a analisar as
adequação aos padrões requeridos para o reúso industrial. A células vivas e mortas no biofilme. Nestes ensaios, as células
etapa de osmose inversa forneceu efluente apto para reúso vivas ficam coradas de verde e as células mortas, de vermelho.
nas condições mais exigentes, como caldeiras de alta pressão, Foi realizada a microscopia de epifluorescência do efluente
como mostrado pela tabela 3.6. biotratado e do efluente pré-tratado pelo processo O3/H2O2/UV
(figura 3.3).
Tabela 3.6 Comparação entre os parâmetros de qualidade do efluente
gerado através do acoplamento POA-OI e os requeridos para o reúso
em caldeiras de alta pressão
Efluente Efluente após Efluente após Caldeira de
Parâmetro
biotratado etapa de POA etapa de OI Alta Pressão
pH 6,73 - 7,61 7,3 - 8,2 7,9 ± 0,1 8,2 - 9,0
Condutividade
1127 - 1953 1368 - 1463 42 ± 8 60
(μS/cm)
Turbidez
0,02 - 0,26 - - -
(UNT)
DQO (mg/L) 39 - 81 - - 1
COT (mg/L) 12,2 - 16,6 3,2 - 4,8 0,5 ± 0,3 -
ABS254 0,33 - 0,39 0,026 - 0,030 - -
Amônia (mg/L) 1 - 17 3 - 17 0,12 ± 0,05 1
SST (mg/L) 7 - 57 - - 0,5
concentração de amônia no meio, gerada pela reação do ozônio DIAS, I. N., 2011, MBBR Acoplado a Filtro Lentro de Areia e a Osmose
Inversa para o Tratamento de Efluente da Indústria de Petróleo Visan-
com os compostos nitrogenados presentes. Os melhores resulta-
do Reuso, Dissertação de Mestrado, COPPE/UFRJ, Rio de Janeiro, RJ,
dos de remoção de COT foram obtidos para o processo O3/UV Brasil.
com concentração de ozônio de 6 mg/L e lâmpada de 55 W. A GONG, J., LIU, Y., SUN, X., “O3 and UV/O3 Oxidation of Organic Consti-
adição de H2O2 na proporção molar C:H2O2 de 1:2 aumentou tuents of Biotreated Municipal Wastewater”, Water Research, n. 42, pp.
1238-1244, 2008.
consideravelmente a eficiência do processo, caracterizando esta GOTTSCHALK, C., LIBRA, J. A., SAUPE, A., Ozonation of Water and
como a condição escolhida para a etapa de osmose inversa. Waste Water – A Practical Guide to Understand Ozone and its Appli-
A análise do Índice de Densidade de Sedimentos (SDI) do cations, 2 ed. WILEY-VCH Verlga GmbH & Co. KGaA, Weinheim,
2010.
efluente tratado pelos processos O3/UV e O3/H2O2/UV apresen- LUCAS M. S., PERES J. A., PUMA G. L., “Treatment of Winery Wastewater
tou valores dentro da faixa aceitável para operação em equipa- by Ozone-based Advanced Oxidation Processes (O3, O3/UV e O3/H2O2/
mentos de osmose inversa. O valor de SDI do efluente bruto se UV) in a Pilot-scale Bubble Column Reactor and Process Economics”,
Separation and Purification Technology, n. 72, pp. 235-241, 2010.
apresentou fora desta faixa, caracterizando a necessidade da eta- MANCUSO P. C. S. & SANTOS H. F., Reúso de Água, 1 Ed. Manole, Ba-
pa de oxidação avançada anterior a processo com membranas. rueri, SP, 2003.
Foi observada queda do fluxo de permeado durante os en- MIERZWA, J.C., HESPANHOL, I., Água na indústria - Uso racional e reú-
so., In: Oficina de Textos, São Paulo, 2005
saios de osmose inversa, indicando a formação de incrustações MOSSET, A., BONNELYE, V., PETRY, M. et al., “The Sensitivity of SDI
na membrana. A formação de biofilme na membrana foi eviden- Analysis: from RO Feed Water to Raw Water”, Desalination, n. 222, pp.
ciada pela microscopia de epifluorescência para ambos os pro- 17-23, 2008.
SCHNEIDER, E.E., 2010, Avaliação de um Reator de Leito Móvel com
cessos, porém, a queda de fluxo de permeado foi muito menos Biofilme Para Tratamento de Efluente da Indústria do Petróleo, com
acentuada quando o processo O3/H2O2/UV foi aplicado prelimi- Posterior Ozonização Acoplada a Carvão Ativado Granular com
narmente. Os ensaios de osmose inversa apresentaram ótimos Biofilme, Dissertação de Mestrado, COPPE/UFRJ, Rio de Janeiro,
RJ, Brasil.
resultados de remoção de condutividade, nitrogênio amoniacal e
SCHON, H. K., VIGNESWARAN, S., KIM, IN S. et al., “Fouling of Ul-
carbono orgânico total, adequando o efluente aos padrões de reú- trafiltration Membrane by Effluent Organic Matter: A Detailed Charac-
so mais exigentes, como para geração de vapor em caldeiras. terization using Different Organic Fractions in Wastewater”, Journal of
Membrane Science, n. 278, pp. 232-238, 2006.
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Líquidos. 1 ed. Rio de Janeiro, E-papers Serviços Editoriais Ltda, 2008. UFRJ, Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
origem natural, caso a CNEN entenda que a referida norma é de Garantia da Qualidade aplicável ao sistema de proteção
aplicável à gestão de tal material radioativo. radiológica”, sem especificar, ou ao menos conceituar no
Quanto ao subitem 5.3.1, percebe-se que este exige a item 3 da Norma, em que consistiria tal programa, o que
obtenção de prévio ato administrativo da CNEN, a partir da certamente pode trazer dificuldades na aplicação da norma
mera “intenção” de se utilizar radiação ionizante em âmbito e poderia ser objeto de uma definição normativa sobre seu
industrial, o que também não parece adequado para a hipótese conteúdo mínimo.
de ocorrência de material radioativo de origem natural nas Outro dispositivo que poderia ser objeto de revisão por
atividades de exploração e produção de petróleo. parte da CNEN está disciplinado no subitem 5.6.1, alínea ‘b’,
Tal assertiva se justifica pelo mesmo fundamento utiliza- ao prever que o titular da instalação deve determinar a mag-
do para ao subitem 5.1 acima, posto que na maior parte das nitude das exposições ocupacionais “normais” em todos os
vezes a identificação da radiação associada ao petróleo so- estágios envolvidos, o que não se mostra adequado para a hi-
mente ocorre ao longo do processo produtivo, situação que pótese de material radioativo de origem natural, proveniente
impossibilita que o gestor da unidade obtenha, previamente da atividade de exploração e produção de petróleo, na medida
ao início da atividade de E&P, ato administrativo da CNEN em que nem sempre o titular da instalação consegue determi-
regularizando a prática, o que, embora não dispense a organi- nar a magnitude prevista para a exposição ocupacional logo
zação de obtê-lo posteriormente, sujeita a mesma a eventual no início da atividade, já que a concentração de radionuclí-
aplicação de sanções e a desconformidades em seu SGSSO. deos pode variar de poço para poço e ao longo do próprio
Sendo assim, sugere-se, como ponto de melhoria, que seja processo produtivo.
criado subitem próprio, prevendo prazo específico para que o Sendo assim, entende-se que deveria ser adequada a alí-
gestor da unidade requeira junto a CNEN ato administrativo nea ‘b’ do subitem 5.6.1, de modo a prever que na ocorrência
correspondente, quando houver a identificação de ocorrência de material radioativo de origem natural, a magnitude da ex-
de material radioativo de origem natural ao longo do proces- posição ocupacional será estimada, por exemplo, com base
so produtivo de E&P, caso a CNEN entenda que a referida nos valores identificados durante um período determinado de
norma seria aplicável para a gestão de material radioativo de tempo para aquele poço ou mesmo em casos análogos (de po-
origem natural. ços localizados na mesma região geográfica), caso a CNEN
Acrescente-se, por outro lado, que a Norma não estabele- entenda que a referida norma seria aplicável para a gestão de
ce qual seria o procedimento a ser seguido pelo gestor onde material radioativo de origem natural.
haja a ocorrência de material radioativo, nem deixa claro qual Por fim, o último dispositivo que poderia ser revisto diz
a espécie de ato administrativo que deve ser expedido pela respeito ao subitem 5.7.4, que estabelece que o titular da ins-
CNEN para a hipótese, fazendo referência, tão somente, à talação deverá obter, previamente ao início dos trabalhos, o
“obtenção das licenças, autorizações ou quaisquer outros atos histórico de exposição ocupacional dos empregados tercei-
administrativos pertinentes, de acordo com Normas aplicá- rizados, o que pode não ser possível na hipótese material ra-
veis da CNEN”, o que certamente traz insegurança jurídica dioativo de origem natural proveniente da atividade de explo-
ao administrado e dificuldades na aplicação da Norma pela ração e produção de petróleo, na medida em que, como dito
Administração Pública. anteriormente, nem sempre é possível identificar de plano que
No que tange à espécie de ato administrativo que deve aquele campo de petróleo está associado a radiação ionizante,
ser obtido pelo administrado importa mencionar que, sob o já que a própria ocorrência de tais radionuclídeos pode não
ponto de vista jurídico, é muito importante que a CNEN o estar presente em todos os poços de petróleo.
defina previamente, diante da diferença de alcance de cada No mesmo sentido, entende-se que deveria ser adequado
um deles. o subitem 5.7.4, de modo a prever que na ocorrência de ma-
Pelo conteúdo da Norma CNEN-NN 3.01, parece que pre- terial radioativo de origem natural, o titular da instalação, em
enchidos os requisitos descritos na Norma pelo administrado, prazo determinado, exigirá do empregador o histórico das ex-
especialmente de proteção radiológica (justificação, limitação posições ocupacionais dos terceirizados expostos a tal agente,
da dose individual e otimização), este possui o direito subjeti- caso a CNEN entenda que a referida norma seria aplicável
vo à obtenção do ato administrativo que viabiliza a utilização para a gestão de material radioativo de origem natural.
de radiação ionizante em nível industrial, cuja natureza jurí-
dica consiste em uma licença. Conclusão
No que tange ao subitem 5.3.4, percebe-se que faltam Diante de todo o exposto percebe-se que o tema tratado
critérios objetivos, definidos na norma, relacionados à estru- neste artigo guarda relação estreita com a proteção da vida e
tura de proteção radiológica que pode vir a ser exigida pela saúde do trabalhador que presta serviços em locais onde haja
CNEN, o que representa outro ponto de melhoria da norma, a ocorrência de radiação ionizante.
de modo a dar maior segurança jurídica em sua aplicação. Realizada a contextualização dos aspectos técnicos e le-
Quanto ao subitem 5.3.8, alínea ‘r’, a norma prevê que gais da saúde e segurança do trabalhador exposto à radiação
deve ser fornecido pelo titular da instalação um “Programa ionizante de uso industrial ou proveniente de materiais radio-
ativos de origem natural, foi trazido um panorama geral sobre CARDOSO. Eliezer de Moura Radioatividade Apostila educativa da
o tema no país, identificando-se que as radiações ionizantes Comissão Nacional de Energia Nuclear..Disponível em: www.
têm ampla aplicação no âmbito industrial, visando controlar cnen.gov.br.
a qualidade/segurança de determinados equipamentos fixos. CHERRY, R. N. Enciclopedia de Salud y Seguridad en el Trajo. OIT,
Por outro lado, foi exposto que a radiação ionizante tem po- Espanha, 2001. Disponível em: http://www.mtas.es/insht/En-
tencial para causar alteração nos tecidos e órgãos dos traba- cOIT/Index.htm. Acesso em: 10 out. 2007.
lhadores expostos, os quais também podem ser transmitidos FIGUEREDO, G. P. Direito Ambiental e a Saúde dos Trabalhadores.
hereditariamente. São Paulo: RT, 2006.
Por fim, verificou-se que a Norma CNEN-NN 3.01 neces- FRYSINGER, Steven. An integrated environmental information sys-
sita de uma série de melhorias para sua aplicação aos mate- tem (IEIS) for corporate environmental management. Advances
riais radioativos de origem natural, visando dar maior segu- in Environmental Research. Nova York, n. 5, p. 361-367, 2001.
MILARÉ, Edis. Direito do Ambiente. 3 ed. São Paulo: Editora Re-
rança jurídica nas relações entre o Estado e os administrados
vista dos Tribunais, 2004.
assim como evitar dúvidas na interpretação de seus dispositi-
ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL DO TRABALHO – OIT. En-
vos, para a plena proteção da integridade física dos trabalha-
ciclopédia de Saúde e Segurança no Trabalho. 4a ed. Genebra:
dores expostos e conformidade legal da empresa.
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mas/mostra-norma.asp?op=301. Acesso em: 13 out. 2008. Editora Aquariana, 2001.
Determinação da concentração
de HPAs presentes em gases de
combustão oriundos da queima de
gás natural e biomassa
Faria, A. P. S.; Ulson de Souza, A. A.; Guelli U. SOUZA, S. M. A.
UFSC - Programa de Pós-graduação em Engenharia Química – Laboratório de Transferência de Massa
ximadamente 63 minutos. Foram injetados 2 μL de amostra início e no final da queima. Enquanto a concentraçao do
no modo splitless, utilizando nitrogênio como gás de arraste. fenantreno diminuiu, a concentração do criseno aumen-
Os compostos foram quantificados com o auxílio de curvas tou, podendo-se dizer que nas condições finais de queima
de calibração construídas a partir de injeções de diferentes a produção de criseno é favorecida, colocando a lenha
concentrações de padrão interno. O limite de quantificação cada vez mais em desvantagem em relação ao gás natural,
foi de 75 μg/L. pois o criseno é um composto altamente carcinogênico,
As concentrações encontradas a partir das análises no GC/ segundo Netto et al. (2000). Este comportamento pode
MS são as concentrações do extrato obtidos a partir do proce- ser atribuído à temperatura do forno que mudou durante
dimento de clean-up. Desta forma, esta concentração foi cor- o processo, devido à redução do combustível alimentado,
rigida para o gás analisado, pois a concentração do extrato é tornando a queima mais incompleta, e segundo Massone
a massa total do analito contida em 1 mL de extrato, devendo (2004) apud Simoneit (1985), a temperatura de queima
ser corrigida para o volume de gás. influencia na produção de compostos mais pesados. A
concentração final do gás para os dois combustíveis está
Resultados e discussão apresentada na tabela 2.
Para a análise dos gases provenientes da queima do gás Comparando-se os resultados obtidos para os dois
natural, os picos encontrados no cromatograma ficaram abai- combustíveis, através da tabela 2, observou-se que a pro-
xo do limite de quantificação, no entanto era possível identi- dução de HPAs a partir da queima da lenha é superior a do
ficá-los. Desta forma, como foi observado durante os testes gás natural, corroborando com os resultados de Massone
de quantificação e identificação com os padrões que o limite (2004) apud Simoneit (1985) e Lopes et al. (1996). Portan-
de quantificação era de 75 μg/L e abaixo de 50 μg/L não era to, o gás natural apresenta-se como um combustível mais
mais possível identificar os picos, conclui-se que a concen- limpo, gerando menos prejuízos à saúde humana e ao meio
tração do extrato injetado esteja entre estes valores. A análise ambiente que a lenha.
dos gases provenientes da lenha apresentou uma recuperação
de 82%. Nestes não foi identificada a presença de fluoreno, Tabela 2. Concentração final do gás para os dois combustíveis
no entanto foram encontrados os outros três HPAs em uma HPA Cgás-GN(ng/L) Cgás-Lenha (ng/L)
concentração bastante elevada. A tabela 1 apresenta as con- Fluoreno I/NQ* NI**
centrações no extrato de cada um dos quatro HPAs para os Fenantreno I/NQ* 1,27
gases de combustão provenientes da lenha em cada uma das Benzo(a)antraceno I/NQ* 15,3
amostras realizadas. Criseno I/NQ* 34,3
I/NQ*: Identificável, porém abaixo do limite de quantificação; NI**: Não
Tabela 1. Concentração do extrato de cada amostra retirada do forno à identificado
lenha
Conclusões
HPA C extrato −1 (μg/L) C extrato − 2 (μg/L) Através dos resultados obtidos neste trabalho, pode-se
Fluoreno NI* NI* concluir que o gás natural produz compostos mais leves e
Fenantreno 204,5 28,0 em uma concentração menor, enquanto a lenha, por se tratar
Benzo(a)antraceno 1.421,3 1.363,75 de um combustível mais pesado, tem como produtos de sua
Criseno 3.042,06 3.207,96 combustão poliaromáticos de maior massa molecular. Outro
NI*: Composto não identificado fator importante observado foi a influência das condições
de operação dos fornos. Os fornos operando com gás natu-
Analisando-se a tabela 1, observa-se que há uma dife- ral possuem uma maior estabilidade de operação, o que não
rença entre as concentrações do fluoreno e criseno entre gera oscilações nas concentrações de seus produtos de quei-
a primeira amostra realizada e a segunda. Tal comporta- ma. Por outro lado, os fornos à lenha, por serem abastecidos
mento é explicado pelo fato de que, nos fornos a lenha, com combustível de forma intermitente e não contínua, es-
o combustível é abastecido a cada duas horas, diferente- tão constantemente variando suas condições de combustão e,
mente dos fornos a gás natural, onde os bicos injetores consequentemente, seus produtos de queima, podendo gerar
fornecem combustível de forma contínua. Quando foi compostos extremamente tóxicos à saúde humana e ao meio
realizada a primeira análise, fazia aproximandamente 45 ambiente.
minutos que o forno havia sido abastecido com lenha. A
segunda análise foi realizada cerca de 35 minutos após a Agradecimentos
primeira, já no fim da batelada de lenha colocada. Portan- Agradecimentos especiais ao IBP, órgão financiador des-
to, a primeira amostra foi retirada na metade do ciclo de te projeto, ao PRH 009/MECPETRO/ANP, assim como ao
queima, enquanto a segunda, no fim do ciclo, justifican- laboratório de Transferência de Massa – LABMASSA, da
do a diferença entre as concentrações do fenantreno no Universidade Federal de Santa Catarina, onde foram realiza-
dos todos os ensaios e experimentos viabilizando a realização hidrocarbonetos policíclicos aromáticos (HPAS) e seus
deste trabalho. derivados nitrados (NHPAS): Uma revisão metodológica.
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lipe V.; OLIVEIRA, Anabela
S.; BAREK, Jiri. Avaliação
da contaminação humana por
Impacto da configuração do
regenerador e das variáveis do
FCC nas emissões de NOX
William Richard Gilbert - Petrobras/Cenpes Rodrigo Gobbo – Petrobras/SIX
nas etapas iniciais da queima do carbono do coque e em con- queima do coque gerando a maior parte da energia necessária
dições de combustão parcial é um forte redutor de NOx. Na para a vaporização da carga e para as reações endotérmicas de
combustão parcial, a baixa concentração de O2 faz com que craqueamento. A separação do catalisador dos produtos ga-
as espécies reduzidas de nitrogênio (NH3 e HCN) sobrevivam soso do reator e do regenerador é feita com a ajuda de pares
ao regenerador do FCC e sejam oxidadas na caldeira de CO. de ciclones. Analisadores em linha medem em tempo real a
Promotores de combustão, utilizados para oxidar CO a CO2 composição do gás de combustão antes e depois da caldeira
em unidades de combustão total e reduzir a pós-queima de de CO e pontos de amostragem do catalisador gasto e regene-
CO, interferem com o equilíbrio do sistema reacional normal- rado permitem que amostras sejam recolhidas para a medida
mente levando a um aumento do NOx. do teor de carbono no catalisador. A figura 2 apresenta um
desenho esquemático do conjunto conversor e detalhes dos
internos de regenerador avaliados na série de testes. Das três
opções de interno de regenerador testadas, o simples estágio
(figura 2 - A) representou a configuração padrão da unida-
de; o duplo estágio com recheio (figura 2 – B) foi montado
para avaliar a patente US 6503460 de 2003 da Kellogg [Mil-
Figura 1 – Mecanismo de formação de NOx no regenerador do FCC ler 2003] e o cartucho de dois estágios em paralelo (figura 2
– C) a configuração do modelo Kellogg Orthoflow F [Murcia
Unidades de combustão total costumam ter emissões de 1992], utilizada nas três refinarias da Petrobras de mais alta
NOx mais baixas do que as unidades de combustão parcial. emissão de NOx pelo FCC. Na configuração com recheio a
Nas unidades de combustão total as estratégias de controle porção superior do leito representava aproximadamente 70%
mais usadas se baseiam no controle do excesso de O2 e da do- do volume total e na configuração de dois estágios paralelos
sagem aditivos de promoção de combustão ou na utilização de o primeiro estágio representava 80% do volume do total. A
promotores de combustão de baixo NOx [Davey 2000]. Em temperatura da caldeira de CO foi controlada pela queima de
unidades de combustão parcial, o avanço da queima, quando gás combustível complementar, contendo tipicamente 35%v
possível, consegue algumas vezes reduzir o NOx da caldeira H2, 35%v C1, 20%v C2 e 10%v C3+.
de CO [Altrichter 1991]. Tanto na combustão total, quanto na
combustão parcial é possível usar acessórios específicos para
o abatimento de NOx, como lavadores de gases com injeção
de ozônio [Niccum 2002] e sistemas SCR (Selective Catalytic
Reduction) [Niccum 2002]. Estes equipamentos exigem, po-
rém, investimento significativo, geram custos operacionais e
podem reduzir a confiabilidade da unidade. Portanto, só são
usados em último caso.
Um melhor conhecimento do problema do NOx do FCC
através dos testes na unidade multipropósito da SIX auxilia-
rão a Petrobras no esforço de redução do impacto ambiental
das suas operações de refino.
Desenvolvimento
A unidade multipropósito de FCC consiste de um Riser
de 18m de altura e 5cm de diâmetro, que desemboca num Figura 2 – Diagrama esquemático da unidade multipropósito e das
vaso separador de 400L, que por sua vez descarrega o cata- configurações de recheio utilizadas nos experimentos.
lisador gasto num vaso regenerador de 1000L. A vazão de
carga típica é de 200kg/h de GOP ou 100kg/h de RAT e o A tabela 1 e a tabela 2 apresentam um resumo das prin-
inventário de catalisador é de 400kg. A unidade dispõe de um cipais propriedades das cargas e dos catalisadores utilizados
sistema de controle adiabático, que mantêm um diferencial nos estudos. O catalisador Cat-G e a carga GOP+ODES foi
de temperatura nulo nas paredes dos vasos dos principais fornecida pela unidade de processamento de GOP operando
equipamentos, evitando a perda de calor para o ambiente. O em combustão parcial e o catalisador Cat-R e a carga RAT
sistema de controle adiabático permite que a unidade repro- pela unidade de resíduo operando em combustão total. O
duza de forma fiel os efeitos térmicos observados nas unida- catalisador Cat-G era isento de promotor de combustão e o
des comerciais. A circulação de catalisador é controlada por catalisador Cat-R tinha uma quantidade considerável de pro-
uma válvula corrediça atuada pelo controle de temperatura motor, caracterizada pelo teor de platina mostrado na tabela
do Riser, exatamente como numa unidade comercial. O cata- 2. Condições operacionais foram escolhidas de forma a si-
lisador é regenerado pela injeção de ar no regenerador para a mular as unidades comerciais de referência. Na operação em
combustão total a temperatura de reação foi de 540°C, a tem- ratura de reação foi de 550°C, a temperatura de regeneração
peratura de regeneração variou de 690°C a 730°C. O excesso variou entre 670°C e 720°C, a relação CO2/CO variou entre
de O2 no gás de combustão foi variado para avaliar o impacto 1.5 e 3.0, a temperatura de queima da caldeira de CO foi de
desta variável. Na operação em combustão parcial a tempe- 1000°C e o excesso de O2 na caldeira de CO de 3%.
Tabela 1. Propriedades das cargas
d20/4 Nitr.Básico Enxofre Nitrogenio Viscosidad@100°C DS T50% MRCC
mg/kg %p %p cStk °C %p
GOP 0.940 1281 0.63 0.35 16.57 471 1.4
GOP+ODES 0.941 1291 0.68 0.36 22.09 486 2.0
RAT 0.950 1439 0.44 0.39 53.05 523 7.0
Tabela 2. Propriedades dos catalisadores
Atividade MAT SA BET RE2O3 V Ni Pt
%p m2/g %p ppm ppm ppm
Cat-R 72 144 3.49 5656 5080 1.2
Cat-G 71 143 2.69 1914 2962 ---
Os casos de regeneração em dois estágios merecem uma regenerador e o excesso de O2 no gás de combustão; não sendo
análise mais cuidadosa (figura 3). No caso do recheio (figura possível perceber nenhuma influência significativa da carga ou
3A), o catalisador gasto frio (~530°C) é distribuído na seção su- da configuração do regenerador sobre as emissões de NOx. Em
perior do leito e queima em baixo excesso de O2. O CO liberado seguida foi feito outro experimento utilizando a configuração
no topo do leito, dependendo do volume da porção superior do Simples Estágio, catalisador Cat-R (com promotor) e carga RAT.
leito, tem pouco tempo para reagir e pode escapar para a fase di- O nível de NO no gás de combustão aumentou quatro vezes em
luída e queimar lá se houver O2 em excesso. A queima do CO na relação à curva do catalisador Cat-G e reproduziu com precisão
fase diluída (pós-queima), onde a capacitância térmica é menor, o nível de NO observado na unidade comercial de referência. Ao
provoca um grande aumento da temperatura e coloca em risco os trocar a carga de RAT para GOP, mantendo o mesmo catalisador
equipamentos nas linhas de saída dos gases do regenerador. No Cat-R, repetiram-se os altos níveis de NO observados com a car-
topo do leito do regenerador com recheio, o alto teor de CO inibe ga RAT. No experimento realizado com catalisador Cat-R, carga
a formação de NOx. Da seção superior do leito o catalisador par- RAT e configuração de recheio, o nível de NO foi reduzido para
cialmente regenerado passa para a seção inferior onde a queima a metade do valor observado para o mesmo par carga-catalisador
num ambiente rico em O2, resultando numa queima eficiente do e configuração simples estágio, confirmando a expectativa de re-
coque residual. O NOx formado nesta seção é obrigado a passar dução do NO no ambiente pobre de O2 existente na porção do
pela seção superior onde é reduzido pelo CO. leito acima do recheio. A temperatura da porção do leito de cata-
No caso dos dois estágios paralelos (figura 3B), o catalisa- lisador acima do recheio em todos os testes de combustão total
dor gasto frio entra no primeiro estágio e queima num ambiente foi cerca de 15°C mais alta do que a da porção abaixo do recheio,
rico em CO e pobre em O2. O catalisador parcialmente regene- uma indicação de uma substancial queima de CO naquela seção
rado passa do primeiro estágio para o segundo onde a queima (a queima de CO libera 2/3 da energia da queima do coque).
é completada num ambiente rico em O2. Os gases efluentes do
primeiro e do segundo estágio só se misturam na fase diluída, 200
80
40
0
0 .0 1 .0 2 .0 3 .0 4 .0 5 .0 6 .0
O2 %
40
TFD=730°C
do a temperatura do regenerador foi reduzida atrasando ainda
20 mais a queima do CO.
0
350
-2 0 R EF
300
0 .6 0 .7 0 .8 0 .9 1 .0 1 .1 1 .2 1 .3 1 .4
Ve lo cid a d e S u p e rficia l m /s 250
200
NO ppm
Figura 5 – Magnitude da pós-queima nos testes de combustão total em 150
função da velocidade espacial dos gases no regenerador. Legenda: 100
Simples estágio, catalisador Cat-R, carga RAT; Simples estágio, 50
catalisador Cat-R, carga GOP; Simples estágio, catalisador Cat-G,
0
carga GOP; Recheio, catalisador Cat-G, carga GOP, T. Regenerador 1 .0 1 .2 1 .4 1 .6 1 .8 2 .0
730°C, Recheio, catalisador Cat-G, carga GOP, T. Regenerador 690°C C O 2 /C O
Os testes em combustão parcial (figura 6) confirmaram emissões de NOx destas unidades seria melhorado subs-
a experiência industrial de níveis mais altos de NO no gás tancialmente.
de combustão comparados à combustão total. As emissões de
NO foram um pouco mais baixas do que às da unidade co- 200
180
mercial de referência. Não houve influência da configuração
160
do regenerador, porém, houve uma aparente piora do nível 140
NO ppm
de NO quando a carga foi trocada de GOP+ODES para GOP. 120
100
Esta piora não era esperada, uma vez que as cargas não eram 80
substancialmente diferentes e novos experimentos serão ne- 60
cessários para confirmar este efeito. Em relação às pós-quei- 40
20
ma (figura 7), a configuração de Duplo Estágio apresentou 0
em média valores mais altos do que o Simples Estágio. Con- 0.0
1 0.2 2 0.4 3 0.6
4 5 0.8
6 7 1.0
10 1.2 20 1.4
firmando a expectativa de risco de pós-queima, mesmo na CO2/CO
combustão parcial, pela mistura dos gases de combustão do
primeiro e segundo estágio, respectivamente rico em CO e Figura 8 – Transição das emissões de NO do FCC operando com uma
rico em O2. caldeira de CO na medida em que a relação CO2/CO passa de um nível
alto (combustão total) para um nível baixo (combustão parcial). Condições
operacionais: Catalisador Cat-G, carga GOP, configuração Simples estágio
40
e caldeira de CO operando com 3% de excesso de ar e 1000°C de
30
temperatura
20
10 Conclusão
Pós-queima °C
0
A adaptação da unidade experimental multipropósito de
-1 0
FCC da Petrobras/SIX viabilizou o estudo do impacto de uma
-2 0
-3 0
série de parâmetros de processo sobre as emissões de NOx e
sobre o desempenho geral do regenerador.
-4 0
670 680 690 700 710 720 730 Na operação em combustão total o principal fator deter-
T .R e g e n e ra d o r °C minante do nível de NO, além do excesso de O2, foi o promo-
tor de combustão do catalisador. O uso do recheio estruturado
Figura 7 – Pós-queima nos testes de combustão parcial em função da dividindo o regenerador em duas seções foi capaz de abaixar
temperatura do regenerador. Legenda: Simples estágio, Duplo o nível de NO do gás de combustão em 50%, porém, trouxe
estágio junto a ameaça de agravamento da pós-queima de CO na fase
diluída do regenerador.
Em dois dos testes de combustão parcial, o teor de amônia Na combustão parcial os impactos das variáveis de pro-
no gás de combustão antes da caldeira de CO foi medido, cesso do conversor (carga, configuração, etc.) foram peque-
pela absorção de amônia numa solução ácida e posterior ti- nos. O excesso de oxigênio da caldeira de CO foi a variável
tulação. A amônia medida no gás representou 2% e 5% do preponderante nas emissões de NOx. Foi detectada a presen-
nitrogênio da carga, mesma ordem de grandeza do percentual ça de amônia no gás de combustão antes da caldeira de CO,
de nitrogênio da carga transformado em NO; o que confir- confirmando o mecanismo de formação de NOx pela queima
mou o mecanismo de formação de NO na caldeira de CO a dos precursores na caldeira. Na operação do conjunto FCC-
partir de precursores (amônia) presentes no gás efluente do caldeira de CO ocorre uma transição de NOx baixo para NOx
regenerador. alto quando a relação CO2/CO cai abaixo de 4.
Para mapear a transição das emissões de NOx no re-
generador da combustão total para combustão parcial, a Referências
unidade foi operada com a caldeira de CO em funciona- ALTRICHTER, D. M. Process for the reduction of NOx in an FCC re-
mento e o excesso de O2 do regenerador foi reduzido pro- generation system by select control of CO oxidation promoter in the
regeneration zone. US Pat 5,021,144. Jun 4 (1991).
gressivamente. A medida do NO no gás de combustão após DAVEY S.W., Environmental catalytic cracking technology. PTQ / Q2,
a caldeira de CO mostrou uma transição de NOx baixo 2000, www.eptq.com.
para NOx alto quando a relação CO2/CO era reduzida para MILLER, R., YANG, Y.L., Staged Catalyst Regeneration in a Baffled
menos do que 4 (figura 8). Existe, portanto um limiar de Fluidized Bed; US 6,503,460; January 2003.
concentração de CO abaixo da qual a reação de oxidação MURCIA, A., Numerous changes mark FCC technology advance.
O&GJ Special, May 8, 1992.
de NH3 é inibida. Se este limiar puder ser deslocado para
NICCUM, P.K., FCC flue gas emission control options. AM-02-27,
valores ainda mais baixos da relação CO2/CO, de forma a NPRA Annual Meeting, San Antonio, March, 2002.
se aproximar dos valores típicos das unidades comerciais PETERS, A.W., WEATHERBEE, G., ZHAO, X., Origin of NOx in the
que operam em combustão parcial, o problema das altas FCCU regenerator. Fuel Reformulations, pg. 45. May/June 1995.
Essas frequências são determinadas por meio dos fluxo- estudo ambiental desenvolvido para a atividade. Os resulta-
gramas de processo das unidades de perfuração/produção dos do mapeamento são integrados aos da modelagem para o
(Process Flow Diagrams – PFD, Pipingand Instrumentation cálculo da probabilidade de o CVA ser atingido por óleo, em
Diagrams - P&ID’s, General Arrangement, etc), onde se bus- cada faixa de volume.
ca definir os componentes envolvidos em cada sistema sob
análise e, a partir daí, extrair de bancos de dados as respecti- 2.3. Modelagem de óleo
vas taxas de falha. Estudos de modelagem numérica de transporte de óleo no
Destaca-se que, de forma a atender ao preconizado na Re- mar representam importante ferramenta de avaliação de áreas
solução Conama 398/2008, as hipóteses acidentais referentes com potencial de serem atingidas em casos de derrame. Além
a cada um dos sistemas analisados são divididas em três fai- disso, o cálculo do tempo de chegada e o volume de óleo em
xas (figura 2) de volume de óleo liberado. Após isso, as frequ- uma dada área são subsídios para a elaboração de ações de
ências são somadas por faixa de volume de categoria. contingência. Para que a modelagem de óleo possa ser reali-
zada deve-se desenvolver o modelo hidrodinâmico, de forma
a representar as condições ambientais da região principal-
mente em termos de correntes marinhas e fenômenos a elas
associados. A partir daí é que são realizados os estudos de
Figura 2. Faixas de Volume utilizadas na ARA (conforme Resolução transporte dos poluentes (como o óleo), em modelos compu-
Conama 398/08). tacionais específicos, que consideram os agentes que atuam
no intemperismo do óleo no ambiente.
2.2. Componentes Ambientais e Tempo de No que diz respeito à modelagem de óleo, um dos prin-
Recuperação cipais pontos a serem destacados é o fato de que em estudos
Para o cálculo do Risco Ambiental é necessário identificar próximos à costa, quando o toque ocorre em período inferior
os CVA e o estabelecer os tempos de recuperação. O tempo a 60 horas, é necessária a realização de estudos com maior
de recuperação é aquele em que um CVA, após ser atingido, grau de refinamento e, consequentemente, mais complexos.
levaria para se recompor aos níveis anteriores à exposição Nestes casos, deve-se considerar a influência de fenômenos
por óleo. Ele é essencial para o cálculo da tolerabilidade e é associados a ambientes costeiros (marés, por exemplo) cujas
buscado em referências bibliográficas. escalas espaço-temporais são reduzidas em relação aos estu-
De acordo com as determinações do Ibama no TR para dos offshore.
o Licenciamento Ambiental de Atividades Offshore, os CVA A figura 3 apresenta um caso hipotético de vazamento de
devem: óleo na Bacia de Campos. Usualmente, neste tipo de estu-
• Ter presença significativa na área afetada; do é empregado um grid de 2,5 x 2,5km e um intervalo de
• Ser vulnerável à poluição/contaminação por óleo; tempo de 20 minutos, os quais são considerados suficientes
• Atender os seguintes critérios: para representar as variações espaciais e temporais inerentes
Ser relevante (e não apenas financeiramente) para a co- à região de interesse. Um maior refinamento levaria aumento
munidade local; do custo computacional necessário para modelar o caso, re-
Ter um interesse nacional ou internacional; sultando no aumento de elaboração do estudo.
Ter importância ecológica.
e, mais uma vez, pode impactar no tempo necessário para a elaborados para subsidiar as licenças ambientais serem feitos
elaboração do estudo. A figura 4 apresenta um caso hipotético em um período muito anterior ao início das atividades. Desta
de vazamento de óleo na Baía de Guanabara, onde o grid e o forma, em alguns casos o operador ainda não possui um con-
intervalo de tempo do modelo foram ajustados para represen- trato com a unidade, fato que dificulta a obtenção de informa-
tar toda a variação costeira. ções específicas e leva à adoção de conceitos genéricos.
Outro ponto que dificulta a aproximação à realidade opera-
cional diz respeito aos bancos de dados dos quais são extraídas
as taxas de falha dos componentes constituintes de cada sis-
tema. Os bancos de dados contemplam, para a obtenção dos
dados estatísticos, unidades construídas em diferentes épocas.
Assim sendo, uma vez que se esteja analisando uma unidade
nova, a qual possua dispositivos modernos de segurança, e se
considere as taxas de falha obtidas a partir de bancos de dados,
Figura 4. Caso hipotético de vazamento de óleo na Baía de Guanabara a determinação da ocorrência de um dado evento poderá ser
ilustrando o grid empregado (ilustração à esquerda) e o resultado da muito conservadora. Adicionalmente, em função da escassez
probabilidade do óleo (ilustração à direita). Na ilustração da direita de bancos de dados específicos para processos offshore, muitas
apresenta-se em vermelho o CVA Manguezais. taxas de falhas são obtidas a partir de bancos de dados genéri-
cos aplicáveis a instalações industriais.
2.4. Integração dos três pilares: risco ambiental Nota-se que o trabalho em conjunto com o operador é de
Um dos pontos mais desafiadores da metodologia é a correla- suma importância para a determinação de frequências mais
ção e integração dos seus três pilares: Risco Operacional, Modela- próximasda realidade operacional, o que propiciará a obten-
gem Numérica e Recursos Ambientais (Componentes Ambientais ção de resultados relativos à tolerabilidade mais próximos à
e Tempo de Recuperação). A integração dessas áreas caracteriza realidade. Ainda, este fato influencia também o tempo neces-
a abordagem de análise de risco ambiental, que irá conduzir ao sário para a elaboração do estudo.
índice de tolerabilidade, objetivo do estudo da ARA. A abordagem da ARA conecta resultados para a Avaliação
O risco ambiental (RAcomp(x)) é o risco de um CVA ser atin- de Risco, até agora focada em falhas de operação de equi-
gido dentro de uma faixa de volume específico. pamentos e procedimentos implementados, para os recursos
Logo, o RAcomp(x) = Ftotal-y x Prob(x), onde F é a frequência ambientais na região e no entorno do local onde a atividade
global dos cenários acidentais na faixa de volume; Prob(x) é a será desenvolvida, e que, portanto, podem sofrer impacto.
probabilidade global de o óleo atingir o CVA-x para uma certa Então, o operador pode intervir em sua atividade (escolhendo
faixa de volume e cenário sazonal; e y é a faixa de volume. o cenário sazonal mais adequado considerando os resultados
Depois do cálculo do Risco Ambiental, o próximo passo é dos riscos ambientais- inverno/verão para operar ou selecio-
determinar se o valor do risco é considerado tolerável, ou se o nar plataformas/ unidades com características específicas,
tempo de recuperação do CVA é negligenciável se comparado como casco duplo, que podem exercer uma grande influência
com o tempo de recorrência do dano. sobre os resultados finais), a fim de proteger os CVA mais
Assim, a presença de um determinado empreendimento vulneráveis.
pode ser considerada tolerável, se o tempo de recuperação
dos componentes ambientais for insignificante comparado 3.2. Componentes Ambientais e Tempo de
com o período de recorrência do dano esperado. A tolerância Recuperação
ao risco pode ser entendida como um limite em que os riscos No que diz respeito à identificação dos CVA e o estabeleci-
são aceitáveis. No evento de risco intolerável,os procedimen- mento de períodos de recuperação, é importante ressaltar que
tos e as instalações que originaram o quadro de riscos e cená- seu estabelecimento é, reconhecidamente, um dos itens mais
rios acidentais serão revistos. discutíveisda ARA, inclusive para a comunidade científica. As
questões são concentradas em informações sobre como a co-
3. Desafios e oportunidades munidade foi composta antes do impacto ocorrer. Além disso,
3.1. Risco operacional estabelecer quando a comunidade ou o ecossistema pode ser
No que diz respeito ao Risco Operacional, dada a relevân- considerado recuperado, é um artigo de discussão constante
cia das frequências das hipóteses acidentais analisadas para entre cientistas sendo objeto de estudos em todo o mundo.
o cálculo do Risco Ambiental, é necessário adoção de pre- Estudos prévios sobre as espécies que vivem na região
missas que possibilitem tornar a avaliação dos sistemas mais impactada são de extrema importância, pois algumas ques-
próxima da realidade operacional da unidade. Para tal, é ne- tões que devem obrigatoriamente ser respondidas se baseiam
cessário que a análise dos sistemas seja realizada em conjunto nessas informações, tais como: época de reprodução da es-
com membros do corpo operacional da unidade. Este ponto pécie, assim como o número de períodos reprodutivos por
muitas vezes representa um desafio em virtude de os estudos ano, número de filhotes que nascem, quantos animais foram
perdidos com o vazamento e tamanho da população anterior. Tabela 3. Oportunidades para cada pilar da ARA.
Além disso, é preciso ter informações posteriores ao vaza- Pilares da Oportunidades
mento, como: quantos indivíduos sobraram? ARA
São de extrema importância que se realizem mais estudos a) Conectar os resultados da análise de ris-
de base para que seja possível se estabelecer apropriadamente cos com os recursos ambientais na região
valores de tempo de recuperação, com foco em espécies do onde a atividade será desenvolvida e no
litoral brasileiro. Enquanto tais informações não estão dispo- seu entorno;
Risco
níveis, estimam-se valores bastantes conservadores para as b) Permitir que os operadores identifiquem
Operacional
comunidades e ecossistemas possíveis de serem impactados. sistemas críticos dentro das unidades que
possam ser modificados acrescentando ga-
3.3. Modelagem de óleo rantias, por exemplo, a fim de ajudar a di-
No que diz respeito à modelagem de óleo, o aspecto mais minuir o valor de risco.
desafiador reside no modelo hidrodinâmico. A resolução da gra- c) Particularmente em estudos offshore, a
de precisa ser o mais resoluto possível para representar todas as maior precisão dos resultados para re-
Modelagem de
variabilidades – temporal e espacial – presentes no estudo da giões costeiras pode oferecer subsídios
Óleo
área. No entanto, é sempre necessário levar em consideração o para o Plano de Emergência Individual,
custo computacional x qualidade dos resultados desejados. por exemplo.
Particularmente em estudos offshore, a maior precisão dos i) Promover estudos da biologia das espécies
resultados para regiões costeiras pode oferecer subsídios para Componentes que vivem na área que pode ser potencial-
o Plano de Emergência Individual, por exemplo. Ambientes mente impactada;
Finalmente, as tabelas 2 e 3 resumem os desafios enfren- e Tempo de j) Promover estudos de impacto de óleo em
tados e oportunidades que podem surgir a partir do desenvol- Recuperação espécies normalmente encontradas na costa
vimento da ARA. brasileira.
Tabela 2. Desafios para cada pilar da ARA
4. Conclusão
Pilares da
Desafios A ARA correlaciona três áreas de avaliação de im-
ARA
a) Transformar os sistemas de perfuração/ produção pacto ambiental (Risco Operacional, Modelagem Numé-
das unidades mais próximos da realidade da unidade rica e Recursos Ambientais) e responde sobre a viabili-
operacional, em vez de adotar conceitos genéricos; dade do empreendimento, não só em relação à segurança
Risco operacional (escopo da análise de risco tradicional),
b) Falta de bancos de dados específicos para as
Operacional
taxas de falhas nos processos offshore (muitos mas também em relação ao risco ambiental da área do
são obtidos a partir de bancos de dados genéri- empreendimento. Considerando as questões levantadas
cos aplicáveis a instalações industriais). neste trabalho, pode-se dizer que há incertezas envol-
c) Graus mais elevados de refinamento/comple- vidas no processo, em termos de informações básicas
xidade da modelagem de óleo para o óleo que destas três áreas, que devem ser minimizadas para que
chega à costa em menos de 60 horas (escalas os resultados sejam mais próximos da realidade. Para
Modelagem tanto, cada etapa deve ser observada a partir de uma
espaciais e temporais são completamente dife-
de Óleo
rentes de estudos offshore); relação estreita entre operador, consultores e órgãos pú-
d) Custo computacional x qualidade dos resultados blicos competentes.
esperados x tempo para elaboração do estudo. Este trabalho apresentou os desafios e oportunidades so-
e) Estabelecimento do tempo de recuperação das CVA; bre as etapas fundamentais do desenvolvimento da ARA: o
f) Estabelecer quando a comunidade ou o ecos- cálculo do risco operacional, modelagem numéricae recursos
sistema pode ser considerado recuperado. ambientais (Componentes Ambientais e Período de Recupe-
g) Falta de estudos prévios e da biologia das espé- ração), resumidas nos itens acima.
cies que habitam a área que pode ser potencial- Finalmente, a Avaliação de Risco Ambiental consiste em
Compo- mente impactada de modo que seja possível es- uma metodologia inovadora para o licenciamento ambiental
nentes tabelecer apropriadamente os valores de tempo no setor de Óleo e Gás no Brasil e, além disso, é uma análise
Ambientes e
Tempo de de recuperação; mais abrangente do que era feito nos estudos ambientais e,
Recuperação h) Falta de estudos sobre o impacto de óleo em pela definição de um único indicador ou índice de tolerabili-
espécies normalmente encontradas na costa dade global, simplifica o processo de avaliação da viabilidade
brasileira (estudos internacionais vêm sendo e os riscos ambientais de projeto.
usados e valores bastantes conservadores vêm
sendo estimados para as comunidades e ecos-
5. Referências
sistemas que podem ser impactados). Resolução CONAMA No. 398/2008.
Compensação ambiental: um
estudo sobre a legalidade,
aplicabilidade e implicações para
o desenvolvimento sustentável nas
perspectivas local e nacional
Bruno Luís Carneiro da Cunha Cruz Cristiano Carrilho Silveira de Medeiros
Mestre em Gestão do Desenvolvimento Local Gestor de Educação Ambiental e Agenda 21 da
Sustentável - Direito Ambiental pela Universidade Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Sustentabilidade
de Pernambuco – UPE (Semas) do Governo do Estado de Pernambuco.
O instrumento jurídico da Compensação Ambiental foi nortearam a temática da compensação ambiental e do De-
criado com o propósito de atenuar danos causados ao meio senvolvimento Local Sustentável. Quanto aos procedimen-
ambiente pela instalação e funcionamento de empreendimen- tos, a abordagem da pesquisa foi documental e bibliográfica,
tos classificados como provocadores de relevantes impactos caracterizando nos aspectos de uma documentação direta e
ambientais, em que o empreendedor é obrigado a apoiar a indireta. Da consulta da obra de Souza (2005, 58), é possível
implantação e manutenção de uma unidade de conservação verificar a diferença entre as duas abordagens:
do Grupo de Proteção Integral, sendo o recurso utilizado, te- A pesquisa documental assemelha-se à pesquisa biblio-
oricamente, na melhora da qualidade ambiental, não estando, gráfica. A diferença essencial entre ambas está na natureza
todavia, obrigatoriamente vinculado às áreas afetadas dire- das fontes. Enquanto a bibliográfica utiliza as contribuições
tamente pelos empreendimentos, como preconiza o Decreto de diversos autores sobre determinado assunto, a documental
Federal nº 4.340/02. (BRASIL, 2002) vale-se de materiais que, basicamente, ainda não receberam
um tratamento analítico.
2. Objetivos
2.1 Objetivo geral 3.1 Caracterização do objeto de estudo
Analisar a aplicabilidade da compensação ambiental para O objeto teórico desse estudo se baseia na pesquisa e aná-
o desenvolvimento local sustentável na perspectiva da lega- lise dos fundamentos, das regulamentações, diretrizes glo-
lidade através dos princípios que fundamentam a base de sua bais, nacionais e locais que contemplam o tema da compen-
criação nas esferas federal e estadual em Pernambuco. sação ambiental e do desenvolvimento sustentável.
O objeto propositivo se concentra na tentativa de anali-
2.2 Objetivos específicos sar, interpretar e contribuir para a regulamentação local da
• Analisar a história, os princípios e os fundamentos do de- compensação ambiental de forma a influir positivamente no
senvolvimento sustentável, como instrumento norteador desenvolvimento local de forma sustentável no estado de
da proteção ambiental e preservação da identidade local; Pernambuco.
• Identificar e investigar o arcabouço normativo que origi-
nou, regula e fundamenta o instituto da Compensação Am- 3.2 Coleta de dados
biental e seu rebatimento sobre o Desenvolvimento Local À elaboração do presente, foram utilizadas fontes biblio-
Sustentável; gráficas e documentais que podem ser classificadas segundo
• Selecionar e comparar os dispositivos legais na esfera as categorias:
federal, e estadual em Pernambuco, relacionados com a a) Diretrizes mundiais e nacionais para o desenvolvimento
compensação ambiental; sustentável. Agenda 21 Global; Agenda 21 Nacional; Re-
• Examinar as implicações do instrumento jurídico da com- latórios mundiais que traçam as diretrizes do desenvolvi-
pensação ambiental nas esferas federal, e estadual em Per- mento sustentável.
nambuco, que assegure sua aplicação local, na perspectiva b) Compensação Ambiental. A Constituição Federal de 1988,
da sustentabilidade. A Lei nº 6938/81 que indica regulamenta a Política Na-
cional do Meio Ambiente; Lei Federal nº 9985/00 que
2. Metodologia estabelece o Sistema Nacional de Unidades de Conserva-
Na presente pesquisa utilizou-se o método dedutivo, com ção, Decreto Federal nº 4340/02, Resoluções do Conselho
uma abordagem exploratória. Gil (1999) afirma que a pes- Nacional do Meio Ambiente – Conama 01/86; 237/97 e
quisa exploratória é desenvolvida com o objetivo de propor- 371/06.
cionar uma visão geral acerca de um determinado fato, que é c) Legislações Estaduais de Pernambuco. Constituição do
realizado, sobretudo, quando o tema escolhido é pouco explo- Estado de 1989, a Lei Estadual nº 11.206/95 que trata da
rado. Triviños (1987) preceitua que o estudo exploratório tem Política Florestal do Estado de Pernambuco e a Lei Esta-
por característica a construção do conhecimento em uma área dual nº 13.787/09 que regulamenta o Sistema Estadual de
nova ou pouco trabalhada, permitindo ao investigador majo- Unidades de Conservação – SEUC.
rar sua experiência em torno de um determinado problema.
Nessa perspectiva buscou-se na abordagem do problema 3.3 Análise e interpretação dos resultados
da pesquisa focalizar o aspecto qualitativo. Lakatos e Marco- A análise dos documentos foi realizada no intuito de tra-
ni (2003) afirmam que a metodologia qualitativa preocupa-se çar um conhecimento acerca da previsão e funcionamento da
em analisar e interpretar os diversos aspectos do objeto em compensação ambiental em nível federal e estadual, numa
questão, descrevendo suas nuances e características sem o análise exploratória, propositiva e comparativa e, em vias
emprego de métodos quantitativos. destas, possíveis sugestões de otimização do instituto da
Sob esse enfoque metodológico o estudo desenvolveu a compensação ao nível estadual e federal, tendo como parâ-
análise de leis, decretos e resoluções, bem como se baseou metro basilar e primário o atendimento aos princípios e do
em uma fundamentação teórica sobre os pressupostos que desenvolvimento local sustentável.
jam essas metas serão considerados alguns aspectos, dentre 204) (PERNAMBUCO, 1989).
eles a proteção ao meio ambiente, através principalmente O art. 205 do texto Constitucional Estadual referencia um
do combate à exaustão dos solos e à poluição ambiental, em cuidado diferenciado às áreas de interesse cultural e ambien-
qualquer das suas formas; proteção à fauna e à flora; deli- tal, citando como especiais os recifes, os mananciais de inte-
mitação das áreas industriais, estimulando para que nelas se resse público e suas bacias, os locais de pouso, alimentação
venham instalar novas fábricas e que para elas se transfiram e/ou reprodução da fauna, bem como áreas de ocorrências de
aquelas localizadas em zonas urbanas. endemismos e raros bancos genéticos e as habitadas por orga-
Nota-se que ao instituir os aspectos do desenvolvimento nismos raros, vulneráveis, ameaçados ou em via de extinção.
econômico se atentou para a preservação e conservação do O que se compreende do exposto é que estas áreas bem se en-
meio ambiente, sendo posto como uma das vertentes garan- quadram no Sistema de Unidades de Conservação, por serem
tidoras da qualidade de vida, não podendo os aspectos e inte- zonas que merecem uma especial atenção do estado, neste
resses puramente econômico-desenvolvimentistas prevalece- caso, devendo ser enquadradas dentro dos grupos de proteção
rem sobre a importância da preservação natural. integral definidos através do Sistema de Unidades de Conser-
Quando o texto trata do desenvolvimento urbano, também vação do Estado – SEUC: Lei nº 13.787/09 (PERNAMBU-
expõe como um limitador ao crescimento e expansão espacial CO, 1989) e, uma vez a área suplantando o espaço geográfico
e populacional, a garantia de preservação e conservação da do estado, ao Sistema Nacional de Unidades de Conservação
qualidade ambiental, visando à qualidade de vida dos cida- - SNUC (Lei nº 9.985/00) (BRASIL, 2000).
dãos, assegurando ainda a utilização adequada do território A constituição ainda indica como estruturação da gestão
e dos recursos naturais mediante o controle de implantação e e controle ambiental a criação de três instrumentos: Política
de funcionamento, dos empreendimentos industriais, comer- Estadual de Meio Ambiente, Sistema Estadual de Meio Am-
ciais, habitacionais e institucionais e a administração dos re- biente e Plano Estadual de Meio Ambiente, cada qual com
síduos gerados no meio urbano, através de procedimentos de as seguintes definições e atribuições (art. 206 a 210) (PER-
coleta ou captação e de disposição final, de forma a assegurar NAMBUCO, 1989):
a preservação sanitária e ecológica. (art. 144) (PERNAMBU- a) O Conselho Estadual de Meio Ambiente - órgão colegia-
CO, 1989). do e deliberativo, constituído por representantes governa-
A política urbana foi traçada, conforme Art. 145, de forma mentais e não-governamentais, paritariamente, e encarre-
a conservar as funções sociais da cidade, entendidas estas, na gado da definição da Política Estadual de Meio Ambiente.
forma da lei, como o direito do cidadão ao acesso à mora- b) A Política Estadual de Meio Ambiente - tem por objetivo
dia, transporte coletivo, saneamento, energia elétrica, ilumi- garantir a qualidade ambiental propícia à vida e devendo
nação pública, trabalho, educação, saúde, lazer e segurança, ser aprovado por lei, a partir de proposta encaminhada pelo
bem como a preservação do patrimônio ambiental e cultu- Poder Executivo, com revisão periódica, atendendo aos se-
ral. Indicando a necessária tutela aos aspectos garantidores guintes princípios:
da qualidade de vida, a partir da conservação; também dos • ação governamental na manutenção do equilíbrio ecoló-
patrimônios ambientais e culturais, fincando as limitações ao gico, considerando o meio ambiente como um patrimônio
crescimento desordenado. público a ser necessariamente assegurado e protegido, ten-
Já a política cientifica e tecnológica foi incentivada no do em vista o uso coletivo;
principio do respeito à vida, devendo ser aplicado com o de- • racionalização do uso do solo, subsolo, da água e do ar;
vido respeito e o aproveitamento racional e não-predatório • proteção dos ecossistemas, com a preservação das áreas
dos recursos naturais, a preservação e a recuperação do meio representativas;
ambiente e o respeito aos valores culturais (art. 203) (PER- • planejamento e fiscalização do uso dos recursos
NAMBUCO, 1989). ambientais;
Acompanhando a devida importância dada ao meio am- • controle e zoneamento das atividades potencial ou efetiva-
biente a nível federal, a constituição do Estado de Pernambu- mente poluidoras;
co também destinou um Capitulo só para o Meio Ambiente • incentivo ao estudo e à pesquisa de tecnologia, orientados
(capítulo IV). Reverbera o texto legal a indissociabilidade para o uso racional e a proteção dos recursos ambientais;
do desenvolvimento à preservação e conservação natural, • recuperação das áreas degradadas;
devendo o desenvolvimento ocorrer de forma a conciliar • proteção de áreas ameaçadas de degradação;
com a proteção ao meio ambiente, obedecendo, ainda, aos • concessão, na forma da lei, de incentivos fiscais à implan-
seguintes princípios: preservação e restauração dos processos tação de projetos de natureza conservacionista, que visem
ecológicos essenciais; conservação do manejo ecológico das ao uso racional dos recursos naturais, especialmente os
espécies e dos ecossistemas; proibição de alterações físicas, destinados ao reflorestamento, à preservação de meio am-
químicas ou biológicas, direta ou indiretamente nocivas à biente e às bacias que favoreçam os mananciais de interes-
saúde, à segurança e ao bem-estar da comunidade; proibição se social;
de danos a fauna, à flora, às águas, ao solo e à atmosfera. (art. • educação ambiental a todos os níveis de ensino, de manei-
ra integrada e multidisciplinar, inclusive a educação da co- prevalecer, pois toda a localidade detém características únicas
munidade, objetivando capacitá-la para participação ativa que a atribuem uma identidade única e insubstituível, uma
na defesa do meio ambiente. vez prejudicada e comprometida, não poderá ser suprida ou
c) O Plano Estadual de Meio Ambiente - disciplinado por substituída por qualquer outra.
lei, é o instrumento de implementação da política estadual Entende-se que a implementação dos recursos da com-
e deve prever a adoção de medidas indispensáveis à utili- pensação ambiental em outra área de influência não poderá
zação racional da natureza e redução da poluição resultan- substituir ou “compensar” a perda localmente causada, o
te das atividades humanas, inclusive visando: que acaba por comprometer o desenvolvimento local sus-
• proteger as praias marítimas e fluviais, as zonas estuarinas tentável, colocando em xeque a eficácia desse instituto, no
e manguezais, as matas de restinga e os resquícios da mata viés do propósito existencial da legislação ambiental, que é
atlântica e a realização de estudos de balneabilidade, com a sustentabilidade.
ampla divulgação para a comunidade; Uma das considerações, a título de sugestão, é a elevação
• proteger os rios, correntes de águas, lagos, lagoas e es- de aplicabilidade e incidência dos resguardos legais previs-
pécies neles existentes, sobretudo para coibir o despejo tos no Sistema de Unidade de Desenvolvimento Sustentável
de caldas e vinhotos das usinas de açúcar e destilarias de a todo o perímetro geográfico nacional e estadual, de forma
álcool, bem como de resíduos ou dejetos, suscetíveis de que, todo o espaço territorial seja contemplado pelas obriga-
torná-los impróprios, ainda que temporariamente, para o ções, direitos e garantias das políticas ambientais já traçadas e
consumo e a utilização normais ou para a sobrevivência da delineadas no âmbito prático. Desta forma poder-se-ia, desde
flora e da fauna; logo, viabilizar o cumprimento das ações pró-sustentabilida-
• preservar a fauna silvestre que habita os ecossistemas de almejadas.
transformados e as áreas rurais e urbanas, proibindo a sua Já nos casos e situações excepcionais, em que se necessi-
caça, captura e a destruição de seus locais de reprodução; tasse de uma restrição maior do estado ao uso, acessibilidade
• limitar a exploração econômica dos recursos pesqueiros, e disponibilidade aos recursos naturais de uma determinada
exigindo a instalação de criadouros artificiais, sempre que área ou região, ai sim, adotaria o sistema de Proteção Integral,
essas atividades ameacem exceder os limites estabelecidos restringindo ainda mais a intervenção humana sobre determi-
pelos órgãos governamentais competentes; nada zona, ecossistema, habitat ou ambiente.
• proibir os remédios e agrotóxicos cujo uso comprometa o Conforme se depreende da própria definição legal, o Sis-
meio ambiente. tema de Unidade de Conservação é entendido como sendo o
Ao que se depreende do sistema constitucional estadual “(...) conjunto de unidades de conservação que, planejadas,
traçado é que a defesa, proteção e atenção que deve ser dada organizadas e manejadas de forma coordenada, é capaz de
ao meio ambiente corresponde a toda extensão territorial do viabilizar os objetivos de conservação da natureza” (PER-
estado, com os devidos cuidados e resguardos legais e, em NAMBUCO, 2009). Em uma análise conclusiva pode-se
situações excepcionais, de acordo com a especificidade, se compreender que para que a conservação da natureza seja
ter uma cautela e sistemática protetiva maior em situações garantida nos moldes das garantias fixadas no SNUC, e agora
e condições excepcionais às áreas restritas e específicas, as SEUC, necessário seria destrinchar todo o território brasileiro
chamadas áreas especiais de conservação. em diversas unidades de conservação, obedecendo todo o rito
traçado em lei para a transformação do território em unidades
4. Conclusões para que, assim, cada espaço físico e suas características úni-
No presente estudo constatou-se que a legislação relacio- cas e insubstituíveis, bem como suas culturas e identidades
nada especificamente ao instituto da compensação ambiental possam ser resguardadas através dos benefícios da legislação
não aponta para a obrigatoriedade de implementação dos re- ambiental vigente.
cursos pagos à área diretamente ou, no mínimo, indiretamen- Sendo a Compensação Ambiental ligada eminentemente
te afetada. a UC’s e, em especial as de Proteção Integral, atina-se que a
Dessa forma, questiona-se a eficácia de um instituto cria- lei, da forma ora vigente, acaba por restringir e limitar o uso
do para “compensar” um dano local causado onde, na verda- do recurso a estas áreas, deixando de possibilitar o fomento
de, deixa de vincular a implementação de seus recursos espe- e incentivo de inúmeros outros projetos pró-sustentabilida-
cificamente ao ambiente afetado, deixando de contemplar a de que permitissem, de fato, atender às diretrizes do desen-
efetiva compensação a gama de informações culturais e gené- volvimento sustentável propiciando a compensação do dano
ticas locais da área diretamente ou, no mínimo, indiretamente localmente causado nas áreas efetivamente impactadas pelo
prejudicadas. empreendimento licenciado, dentro das dimensões não ape-
O discurso, inserido na lei, aparenta estar vinculado ao nas ambientais, como econômicas e sociais.
pensamento sistêmico de que, uma vez contemplando qual- Caso sejam acatados os argumentos apresentados, estando
quer outra localidade com os recursos da compensação es- os recursos da compensação vinculados às unidades de con-
tar-se-ia, de certa forma, compensando toda a natureza pelo servação do grupo de proteção integral e, excepcionalmente,
dano localmente causado. Tal tese, no entanto, não merece a outras categorias de unidades, se faz necessário a promoção
de uma alteração legal do artigo 36 da lei nº 9985/00 (fe- n.15/89 – Dispõe sobre o Estudo de Impacto relacionado ao
deral) e, posteriormente, do art. 47 nº 13.787/09 (estadual), uso do metanol utilizado como combustível em automotores.
por serem, respectivamente, a lei federal que trata das normas Disponível em: http://www.mma.gov.br/port/conama/legiabre.
cfm?codlegi=91. Acesso em: 24 de out de 2008.
gerais sobre a matéria e, logo em seguida, a segunda, que re-
BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Resolução CONAMA n.
gulamenta o instituto na esfera estadual em Pernambuco. 09/90 – Dispõe sobre peculiaridades do licenciamento ambiental
A ordem lógica de implementação dos instrumentos am- relacionado às atividades de extração mineral das classes I, III,
bientais constitucionais é a instituição do Conselho Estadual IV, V, VI, VII, VIII e IX que, por exemplo, exige a apresentação
do Meio Ambiente para que através dele se institua a Política de Plano de Controle Ambiental (PCA) no ato de requerimento
Estadual do Meio Ambiente, a ser viabilizada através do esta- da LI. Disponível em: http://www.mma.gov.br/port/conama/le-
belecimento do Plano Estadual do Meio Ambiente. giabre.cfm?codlegi=106. Acesso em 21 de out de 2008.
BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Resolução CONAMA n.
Assim com base na reflexão disposta neste estudo, bem
10/90 – Dispõe sobre do licenciamento ambiental de extração
como nas propostas de otimização apresentadas vislumbra-se mineral da classe II (areias). Disponível em: http://www.mma.
uma maior aplicabilidade do instituto da compensação am- gov.br/port/conama/legiabre.cfm?codlegi=107. Acesso em: 21
biental com finalidade de majorar a promoção do desenvolvi- de out de 2008.
mento local sustentável. BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Resolução CONAMA n.
16/93 – Dispõe sobre a obrigatoriedade do licenciamento para
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BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Resolução CONAMA www.wwf.org.br. Acesso em: 14 de maio de 2009.
Determinação da concentração de
compostos BTEX presentes na atmosfera
através da aplicação da técnica de
microextração em fase sólida
Bonetti, T. M., Guelli U. Souza, S. M. A., Ulson de Souza, A. A.
UFSC - Programa de Pós-graduação em Engenharia Química - Laboratório de Transferência de Massa
Quando uma fibra de SPME é colocada em contato com te encontrados na literatura. Entretanto a determinação expe-
uma amostra, os analitos tendem a se deslocarem da matriz rimental do coeficiente de partição em uma única temperatura
solubilizando-se no material de recobrimento. A dessorção permite calcular dados de para outras temperaturas.
dos analitos é feita por aquecimento instantâneo da fibra de Um procedimento experimental simples para determi-
SPME no injetor do cromatógrafo gasoso (CG). nação do coeficiente de partição baseia-se na equação (1) e
Esta transferência de massa ocorre até que se estabeleça na possibilidade de se injetar uma única amostra no CG de
um equilíbrio de partição entre as fases. Esse equilíbrio é de- duas formas: via SPME e utilizando uma seringa gas-tight
finido a partir da lei de distribuição de Nernst, em termos do [6]. Haja vista a proporcionalidade entre a massa injetada e a
coeficiente de partição , dado pela equação (1), para área de um pico cromatográfico e, considerando que a partir
uma determinada temperatura [5]: dessas injeções são obtidas, respectivamente, as áreas e
, a equação (1) pode ser reescrita da seguinte forma:
(1) (5)
condições variáveis de pressão e temperatura. Tais diferenças calibração, para uma relação sinal-ruído de 3. O tempo de 15
acabam por gerar fatores de correção diferentes de , de for- minutos foi adotado como tempo de extração por SPME em
ma que é necessário aferir o valor de para um novo valor todos os experimentos.
corrigido por meio de outro fator (equação (8)). A coleta de amostras reais foi feita através de um sistema
montado de acordo com o esquema apresentado na figura 2.
(8)
onde .
2,5
aplicabilidade deste SAD em um problema de campo. O conteúdo Sistemas de escoamento apresentam aspectos peculiares
deste trabalho encontra-se organizado de acordo com a seguinte que os tornam diferentes de outros sistemas de escoamento.
sequência: na seção II é descrito o problema do escoamento mul- O escoamento pode apresentar diversos padrões, variando a
tifásico e suas aplicações industriais, a seção III aborda o sistema velocidade, pressão, densidade e outras características da va-
FlowView destacando suas ferramentas e métrica de construção. A zão. Estas variações podem ocorrer em frações de segundos
seção IV contém dois estudos de casos práticos da área de esco- apresentando riscos para o escoamento. A opção para sanar
amento multifásico solucionados com o SAD FlowView. As con- estes riscos é a utilização de um sistema que seja capaz de
clusões e comentários finais estão descritos na seção V. identificá-los em tempo hábil, ou seja, em tempo real (onli-
ne). A identificação do padrão e a resposta rápida dependem
II. O problema de escoamento multifásico diretamente do SAD utilizado, ficando com uma grande par-
Escoamento multifásico pode ser definido como um fluxo cela de responsabilidade da tomada de decisão.
de substâncias distintas, homogêneas ou heterogêneas, que se Outro problema encontrado em sistemas deste setor é a
dispõem, no interior de uma tubulação, formando um conjunto manipulação de um grande número de informações, em que
de padrões ou regimes de escoamento. Estes padrões podem o usuário final demanda de grandes conhecimentos para
ser captados por sensores para estudos de comportamento na operá-los. Sistemas especialistas devem tratar estes dados e
área petrolífera. Modelos de escoamento são encontrados na apresentar de maneira amigável ao usuário final. O grande
natureza e aplicados em diversas áreas industriais. A identifi- número de informações se deve a frequência de aquisição dos
cação precisa do regime é crítica para sistemas de escoamento, dados, que geralmente é alta. Por exemplo, uma aquisição
e dessa forma, essencial para diversos processos em indústrias realizada durante 60 segundos (s) a frequência de 3000 Hertz
químicas, nucleares e petrolíferas, tais como caldeiras, conden- (Hz) gera 180000 valores medidos que devem ser armazena-
sadores, linhas de transporte de gás e óleo e sistemas de resfria- dos e analisados em curto espaço de tempo.
mento de reatores nucleares (Júnior, 2009). Outro ponto crucial de um SAD é a dificuldade de apre-
O fluxo das substâncias gás-líquido no interior de um duto sentar um grande número de informações ao usuário de modo
formam regimes de escoamento específicos. Para escoamento que o mesmo fique satisfeito. Para suprir esta necessidade, o
no regime vertical: Vazio (1), Anular (2), Semi-Anular (3), Agi- sistema deve destacar informações mais relevantes.
tado (4), Golfadas (5), Capa Esférica (6), Bolhas (7) e Cheio (8) Como descrito anteriormente o objetivo deste artigo é
(figura 1). Para escoamento no regime horizontal: Estratificado, apresentar o SAD FlowView. Este SAD oferece um módulo
Pistonado, Bolhas Dispersas, Disperso, Ondular, Pistonado Ae- de classificação de padrões que usa uma base de dados espe-
rado e Anular (figura 2) além dos padrões Cheio e Vazio. cializada, módulos de visualização e manipulação de dados
que facilitam análises e testes. Além disso, pode ser aplicado
para classificar padrões de escoamento em tempo real, por
meio de uma interface gráfica de fácil uso e interativa.
sistema ágil e não podem esperar o carregamento detalhado de modelagem relacional deve considerar o relacionamento das
todas as informações em seus terminais. O usuário standard, aquisições com as seguintes entidades:
em contrapartida, pode acessar todas as funcionalidades do sis- • Estação;
tema, mas não tem permissão para alterar a base de dados. • Aparato experimental;
A escolha de utilizar um Sistema Gerenciador de Banco de • Padrão identificado;
Dados (SGBD) é justificada pela segurança, portabilidade e • Responsável;
organização dos dados. O foco da modelagem relacional (MR) • Fases;
do sistema (figura 3) foi otimização e eficiência, por se tratar de • Dado.
um sistema que pode ser utilizado em situações críticas. Preo- A partir da relação “aquisicao” (figura 3) é possível sele-
cupações como velocidade de consulta e eficiência são essen- cionar todos os dados presentes do momento do escoamento.
ciais. Ressaltando a definição de sistemas distribuídos, no qual Cada registro referente à relação “dado” corresponde a um si-
todo sistema integrado e distribuído deve ser eficiente. nal adquirido pelo aparato experimental. Cada sinal adquirido
Como mencionado anteriormente, o problema modelado corresponde a um ponto no gráfico de sinal apresentado na fi-
trata-se de aquisições de dados em uma rede de escoamento gura 13, na qual é possível observar outras informações como,
multifásico. Para representar corretamente as aquisições, a por exemplo, os momentos estatísticos do respectivo sinal.
A figura 8 mostra as PDFs geradas a partir dos conjuntos Tabela 1. Momentos Estatísticos Sinal Original e Reduzido
apresentados nas figuras 4 e 7. Nota-se que ambas possuem Sinal Sinal
similaridades em seus comportamentos, destacando que é Original Reduzido
possível utilizar um sinal de menor dimensão com a mesma Frequência 3000 Hz 30 Hz
capacidade de representação.
Média 0,441 0,439
Mediana 0,263 0,263
Máximo 0,984 0,975
Mínimo 0,018 0,026
Desvio Padrão 0,334 0,334
Assimetria 0,49 0,494
Curtose 1,45 1,45
Coef. de Variação 0,75 0,76
B. Desempenho: Classificação de Padrões proporciona informações confiáveis, sua utilização pode ge-
rar grandes lucros e tomadas de decisões precisas, diminuin-
Com uma base de dados com 174 aquisições, sendo 85 per-
do riscos de acidentes e perdas.
tencentes ao regime de escoamento vertical e 89 ao escoamen-
Conforme foi apresentado o FlowView é um SAD desen-
to no regime horizontal, foi possível realizar os testes de identi-
volvido para processar dados de escoamento multifásico de
ficação de padrões tomando como base os padrões descritos na
forma rápida e precisa. Além disso, conta com um sistema de
seção II deste trabalho. Realizando o treinamento de padrões
identificação de padrões que pode ser aplicado em sistemas
em simulações distintas, os modelos inteligentes atingiram
que operam em tempo real.
96% de acerto no regime vertical. E para o regime horizontal
De acordo com a descrição apresentada anteriormente o
isoladamente, os modelos atingiram 94% de taxa de acerto.
SAD FlowView foi criado para ser utilizado em situações reais
A tabela 3 apresenta as taxas de acertos dos padrões do
e que necessitam de respostas rápidas. Pelos resultados obti-
regime vertical. Observando há ocorrência de erros apenas
dos pode-se afirmar que o sistema proposto é robusto e atende
nos padrões: Golfadas e Capa Esférica.
aos requisitos necessários na área de escoamento multifásico.
Tabela 3. Taxas de Acertos Padrões – Regime Vertical.
Neste sentido, conclui-se que o FlowView desponta como um
Padrão de Escoamento Tx. Acerto
sistema seguro e confiável para a área de análise de aquisições
Vazio 100,00%
e reconhecimento de padrões de escoamento multifásico.
Anular 100,00%
Semi-Anular 100,00% VI. Agradecimentos
Agitado 100,00% A Equipe agradece ao Laboratório de Inteligência Computacional (LInC)
Golfadas 97,65% pelo apoio e incentivo à pesquisa.
Capa Esférica 98,82%
Bolhas 100,00% VII. Referências Bibliográficas
Cheio 100,00% Bispo, C. A. F. (1998). Uma Análise da Nova Geração de Sistemas de
Apoio à Decisão. São Carlos. Dissertação de Mestrado.
A tabela 4 apresenta as taxas de acertos dos padrões do Bolfarine, H.; BUSSAB, W. O.. Elementos de Amostragem. ABE - Pro-
jeto Fisher. São Paulo: Editora Edgard Blücher, 1ed., 2005.
regime Horizontal. Observando há ocorrência de erros apenas Cochran, W.. Sampling Techniques. New York: John Wiley, 3ed., 1977.
nos padrões: Anular, Estratificado, Disperso e Cheio. Cicogna, M.A. (2003). Sistema de Suporte à Decisão para o Planeja-
mento e Programação da Operação de Sistemas de Energia Elétrica,
Tabela 4. Taxas de Acertos Padrões – Regime Horizontal. PhD thesis, FEEC/Unicamp.
Corrêa, F. C. (2009). Sistema Embarcado Para Medidas De Escoamento
Padrão de Escoamento Tx. Acerto Bifásico Gás-líquido. Dissertação (Mestrado em Engenharia Mecâ-
Vazio 100,00% nica), Unicamp, Faculdade de Engenharia Mecânica, Campinas.
Anular 97,75% Costa, P. W. A. (1997). Como surgiram os data warehouses? Compu-
terworld, 03 nov., p. 16.
Estratificado 98,88% Fisher, L. M. (1996). Along the infobahn: data warehouses. Strategy &
Pistonado 100,00% Business, Third Quarter.
G1,2010.Vazamento de petróleo desafia a tecnologia no Golfo do Méxi-
Bolhas Dispersas 100,00% co. Disponível em http://g1.globo.com/mundo/noticia/2010/05/ va-
Disperso 98,88% zamento-de-petroleo-desafia-tecnologia-no-golfo-do-mexico.html.
Acessado em 04-nov-2010.
Ondular 100,00% Gas Flow Rate Calculation by EUCALYPT Systems, Inc. Disponível em
Pistonado Aerado 100,00% http://www.softscout.com/software/Energy-and-Natural-Resources/ Oil-
and-Gas/Gas-Flow-Rate-Calculation.html. Acessado em 30-mai-2011.
Cheio 98,88% Júnior, E. F. F. (2009). Classificação de Padrões para o Escoamento Gás/
Líquido via Modelos Inteligentes. Dissertação (Graduação em Ba-
Analisando os resultados apresentados nas tabelas 3 e 4 pode- charelado em Ciência da Computação), Unifal-MG, Universidade
Federal de Alfenas, Alfenas-MG.
se notar que o módulo de classificação de padrões implementado
MathWorks. Disponível em http://www.mathworks.com/products/ ma-
no sistema FlowView foi capaz de apresentar resultados robustos tlab/. Acessado em 01-jun-2011.
com altas taxas de acerto na identificação dos regimes de escoa- Minitab. Disponível em http://www.minitab.com/pt-BR/ default. aspx.
mento. Destaca-se que o processo de classificação de padrões con- Acessado em 01-jun-2011.
some pouco processamento sendo a resposta obtida em poucos Octave. Disponível em http://www.gnu.org/software/octave/. Acessado
em 01-jun-2011.
milissegundos mostrando novamente a aplicabilidade do sistema Pearson, J. M.; SHIM, J. P. (1995). An empirical investigation into DSS struc-
em ambientes que realizam simulações em tempo real. tures and environments. Decision Suport System, n. 13, p. 114-158.
PGAS Flow Measurement - Software Solution. Disponível em http://
V. Conclusão www.qbsol.com/software/pgas-flow-measurement-software/. Aces-
sado em 30-mai-2011.
A utilização de SAD nem sempre é uma tarefa fácil, sendo PIPENET. Disponível em http://www.sunrise-sys.com/. Acessado em
responsabilidade do usuário analisar os resultados e confiar 30-mai-2011.
plenamente em uma ferramenta. Entretanto, quando um SAD Thompson, S.K. Sampling. New York: John Wiley, 1ed., 1992.
à procura de possibilidades de trabalho foi a proliferação de Esses fatos demonstram a importância dos estudos de
residências de baixa renda nas proximidades de unidades quí- análise de riscos, uma vez que tais empreendimentos, mesmo
micas com alto potencial de risco, ampliando a vulnerabilida- que instalados em regiões distantes dos grandes centros, mo-
de social destas áreas. Ou seja, a migração de famílias em busca vimentam economicamente seus arredores e atraem a popu-
de uma oportunidade de negócio e ganho de capital se dá em taxas lação mais carente em busca de fontes de renda alternativas.
cada vez maiores para os grandes centros e no entorno das indús- A migração da população para as regiões próximas à essas
trias químicas e petroquímicas, dificultando o gerenciamento dos unidades acrescenta às empresas uma preocupação maior, a
riscos impostos a estes. exposição das vidas ao risco imposto por suas operações.
Frente a falta de instrução da população quanto aos ris-
cos a que se expõem e principalmente a falta de perspecti- 3. Objetivos
va de que um dia haja tal consciência, só resta às empresas Este estudo visa obter resultados gráficos que representem
adotarem uma postura preventiva que possibilite reduzir ou o comportamento do risco social em função do crescimento
mitigar os riscos impostos por suas operações. Visando aju- populacional no entorno de uma refinaria. Esta unidade será
dar as empresas neste contexto, o resultado deste estudo pode elaborada com base nas características das refinarias do Bra-
servir como ferramenta para que as indústrias sejam capazes sil e seus principais cenários, ou seja, aqueles que apresentam
de prever o incremento no risco e determinar se este ainda substâncias perigosas em seu processo e, consequentemente,
encontra-se dentro dos limites de aceitabilidade, levando em quando da ocorrência de acidentes possuem potencial para
conta um critério de tolerabilidade de riscos impostos pelo causar grandes danos a sociedade.
órgão ambiental competente, e com estes dados identificar Estes resultados poderão embasar as indústrias na tomada
a necessidade de adoção de medidas preventivas e de con- de decisão no gerenciamento do quantitativo populacional,
trole visando manter o risco tolerável. Ressalta-se ainda que, podendo desta forma adotar medidas preventivas ou de con-
para tal, este estudo irá avaliar o incremento no risco social trole, que impedem o crescimento desordenado no entorno
imposto pelo acúmulo de pessoas no entorno das refinarias de suas instalações, levando em conta o critério de aceitabi-
e traçar um perfil de crescimento deste possibilitando uma lidade de riscos imposto pelo órgão ambiental e/ou política
resposta rápida ao crescimento desta população, independen- da empresa.
temente da atualização dos estudos de análise quantitativa de
riscos, que se dá de cinco em cinco anos conforme imposto 4. Metodologia
pelo órgão ambiental. 4.1. Análise dos movimentos migratórios
Para as regiões onde refinarias estão instaladas e identifi-
2. Relevância cação do comportamento do crescimento populacional dessas
Este estudo justifica-se principalmente pelo crescimento regiões ao longo dos anos e no ano da implantação da refi-
industrial no Brasil nos últimos anos e na perspectiva futura naria, comprovando a migração de pessoas para essas áreas
de novas refinarias frente a grande produção petrolífera do através de dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e
país representada principalmente pela Petrobras, empresa que Estatística) obtidos através do site do IPEA (Instituto de Pes-
está no ranking das maiores petrolíferas de capital aberto do quisa Econômica Aplicada) (http://www.ipeadata.gov.br) em
mundo e, em valor de mercado, foi eleita a quarta maior do 14/04/2011. Tendo em vista o caráter demonstrativo deste tra-
mundo no ano de 2010. balho foram selecionadas apenas algumas refinarias para aná-
Em entrevista do presidente da Petrobras ao site Gazeta- lise de suas regiões quanto aos movimentos populacionais. O
Online da Globo.com em 21/02/2011, o mesmo afirmou que critério utilizado foi a seleção de refinarias com as maiores
a capacidade de refino no Brasil está chegando ao seu limite, produções de petróleo e que estão presentes nos estados mais
sendo que as refinarias existentes no país operam já com 90% desenvolvidos economicamente no país dentre aqueles que
de sua capacidade instalada. Segundo ele, o país está “no li- possuem refinarias, limitando a quatro o número total de re-
mite do refino” e há um crescimento exponencial na produ- finarias, Regap, Replan, Reduc e Refap sendo os municípios
ção de petróleo. Hoje a Petrobras conta com 11 refinarias em estudados: Betim / MG, Paulínia / SP, Duque de Caxias / RJ
funcionamento no país, mas sua capacidade de produção de e Canoas (RS), respectivamente. Neste artigo serão apresen-
combustíveis (1,9 milhão de barris diários) é inferior ao volu- tados os resultados apenas para um dos municípios tendo em
me de petróleo que extrai (2 milhões de barris diários). Ainda vista o caráter demonstrativo deste documento.
segundo o presidente da empresa, as previsões indicam que a
Petrobras produzirá em 2020 cerca de 3,9 milhões de barris 4.2. Seleção dos cenários para a análise dos riscos
de petróleo diários, mas sua capacidade de refino, incluindo Com base em estudos técnicos desenvolvidos por uma
as novas fábricas, se limitará a 3,2 milhões de barris. Para empresa de consultoria internacional foi identificado através
atender à crescente demanda, a Petrobras está construindo de resultados de análises de risco quantitativas quais unida-
três refinarias no Rio de Janeiro, Maranhão e Pernambuco, e des em refinarias poderiam representar maior risco para as
tem projetadas outras duas no Ceará e Rio Grande do Norte. pessoas no entorno das instalações e a partir daí selecionar
apenas algumas unidades para avaliação neste trabalho. Os rentes de furos com dimensões que variem entre 10 e 50
estudos utilizados fazem parte de um tratado de confidenciali- mm de diâmetro.
dade entre contratante e contratada e portanto não podem ser Grande vazamento – representado por vazamentos decor-
divulgados. A opção por considerar apenas algumas unidades rentes de furos com dimensões que variem entre 50 e 150
se deve ao caráter demonstrativo deste trabalho. mm de diâmetro.
As unidades selecionadas foram aquelas que geraram áre- Falha Catastrófica – Vazamentos decorrentes de furos su-
as vulneráveis capazes de atingir áreas fora dos limites da periores a 150 mm de diâmetro (6”).
unidade e consequentemente poderiam representar maior ris- No estudo em questão foi utilizado o banco de dados do
co para as pessoas no entorno das instalações. As unidades HSE, 2002. Considerando as taxas de falha para diferentes ta-
selecionadas foram: Unidade de Destilação, Unidade de Hi- manhos de furo e combinando estas taxas com a contagem dos
drotratamento Catalítico, Unidade de Geração de Hidrogênio, equipamentos feita para cada cenário com base nos fluxogra-
Unidade de Reforma Catalítica e Parque de Esferas. mas de engenharia de cada instalação, foram obtidos os valores
A tabela 1 apresenta o número de cenários simulados das frequências de ocorrência de cada evento iniciador.
por unidade e os produtos perigosos modelados. Todos os Os dados de frequência foram utilizados como dados de
cenários selecionados tem como base projetos reais desen- entrada do programa PHAST RISK 6.7 da DNV e por ser
volvidos por uma empresa de consultoria internacional. um dado de base para o desenvolvimento desta análise e não
Estes estudos fazem parte de um tratado de confidenciali- o foco principal optou-se por não apresentar os detalhes do
dade entre contratante e contratada e portanto não podem resultado.
ser divulgados.
Tabela 1 - Cenários simulados por unidade e os produtos perigosos 4.4. Cálculo das Consequências dos Cenários
modelados A metodologia para o cálculo das consequências consis-
No. De te no conjunto de modelos e técnicas usadas para estimativa
Unidade Produtos Modelados
Cenários das áreas potencialmente sujeitas aos efeitos danosos de li-
U-01- Unidade de Octano, Pentano, berações acidentais de substâncias perigosas ou de energia
6
Destilação Heptano de forma descontrolada. Estas liberações descontroladas
U-02-Unidade de geram os chamados efeitos físicos dos acidentes (sobrepres-
Hidrotratamento 6 H2S, Hidrogênio
são, fluxo térmico e nuvens de gases tóxicos) que poten-
Catalítico
Nafta, Monóxido de
cialmente podem gerar danos às pessoas e/ou instalações. A
U-03- Unidade de Carbono, Metano, extensão dos possíveis danos é delimitada pela intensidade
3 do efeito físico causador do dano, sendo que a relação en-
Geração de Hidrogênio Dióxido de Carbono,
Hidrogênio tre a intensidade do efeito físico e o dano correspondente
U-04-Parque de Esferas 7 GLP fica estabelecido por meio dos modelos de vulnerabilidade.
Nafta, Metano, As consequências dos eventos iniciadores foram calculadas
U-05- Unidade de
23 Hidrogênio, Etano, pelo programa Phast Risk 6.7 da DNV conforme metodolgia
Reforma Catalítica
Propano, GLP, Hexano consagrada do TNO.
4.3. Cálculo da frequência dos Cenários Os dados de entrada do programa são: os dados meteoro-
lógicos da região em análise e propriedades físico químicas
O risco é calculado a partir da frequência de ocorrência de cada evento (temperatura, pressão, volume, produto quí-
dos eventos e sua consequência. As frequências das falhas mico etc). Todos os dados dos cenários estão baseados em
são requeridas para dar um peso apropriado para o risco de um estudo real de forma a retratar o risco imposto por uma
um perigo particular em uma AQR e para tal foi utilizado o unidade dentro da refinaria o mais próximo do praticado hoje
banco de dados do HSE (Health and Safety Executive) da nas análises de risco. Por acordo de confidencialidade não
Inglaterra. podem ser apresentados neste trabalho.
Vários fatores, como pressão e temperatura de operação Os valores de referência utilizados neste estudo para da-
e estado físico da substância, são considerados durante o cál- dos meteorológicos, tempo de vazamento, níveis de radiação
culo da descarga de material para o ambiente. A fim de me- térmica, sobrepressão e concentração inflamável são basea-
lhor representar todas as dimensões/ classes de vazamentos dos na instrução técnica da Cetesb. Esta foi selecionada pois
relatados em instalações envolvendo produtos químicos, con- se apresenta de forma mais completa e em geral é utilizada
forme mencionado anteriormente, foram considerados neste como base para os demais estados no desenvolvimento de
trabalho quatro categorias de vazamento, conforme listado a suas instruções técnicas de análise de riscos.
seguir:
Pequeno vazamento – representado por vazamentos de- 4.5. Apresentação do arranjo para análise dos
correntes de furos com dimensões que variem entre 0 e 10 riscos
mm de diâmetro. Este item visa apresentar o layout utilizado para o cálculo
Médio vazamento – representado por vazamentos decor- do risco. Tendo em vista que as refinarias podem apresentar
diferentes arranjos optou-se por desenvolver o cálculo para como pelos Estados e Municípios.
cada unidade selecionada, desta forma os resultados poderão Alguns dos critérios de risco social no Brasil são apresentados
ser utilizados por qualquer empresa independente do arranjo pelo Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos
de suas unidades. Naturais Renováveis), pelo Inea (Instituto Estadual do Ambiente
A figura 1 apresenta o layout utilizado no programa Phast do Rio de Janeiro), pela Cetesb (Companhia de Tecnologia de Sa-
Risk como base para o cálculo do risco social. Como pode ser neamento Ambiental de São Paulo) e pela Fepam (Fundação Es-
observado a unidade é o centro da figura e as curvas represen- tadual de Proteção Ambiental Henrique Luiz Roessler). Para este
tam as distâncias onde podem estar localizadas as populações estudo será utilizado o critério de aceitabilidade de risco social da
no entorno na unidade. Cetesb, apresentado na Figura 2 abaixo, sendo este considerado
um órgão de referência para os demais.
5. Resultados
Neste item estão apresentados os resultados da análise
FIGURA 1 – Layout utilizado para o cálculo do risco proposta. Os resultados estão divididos em:
Para efeito de cálculo a população foi distribuída em ape- 1º) Apresentação dos gráficos de crescimento populacio-
nas um dos lados da unidade considerando que o acúmulo nal da região de interesse ao longo dos anos e no ano da im-
de pessoas ocorre mais facilmente nesta conformação do que plantação da refinaria, comprovando a migração de pessoas;
homogeneamente distribuído em todo o seu redor. 2º) Apresentação dos gráficos de risco social para a unida-
Os cálculos foram realizados para cada grupo de pesso- de de processo em questão.
as em cada uma das distâncias, ou seja, entre 100 e 200 m,
entre 200 e 300 metros e assim por diante, de forma a obter 5.1. Resultados da pesquisa de migração
um risco social para cada distância e para cada população, populacional para áreas de refinarias no Brasil
sendo que esta última será variável entre 100 pessoas e 1000 Este item apresenta graficamente o comportamento do
pessoas em intervalos de 100 em 100. Os resultados do risco crescimento populacional nos municípios onde estão instala-
social foram apresentados graficamente em forma de curvas das as principais refinarias no Brasil. O objetivo é identificar
F-N conforme exemplos para cada distância de interesse. o comportamento migratório para estas áreas na década de
implantação da refinaria, se houve realmente um crescimen-
4.6. Comparação dos resultados do risco social com to, comparar o crescimento populacional deste município
um critério de aceitabilidade com o da respectiva capital e identificar possíveis semelhan-
De forma a avaliar os riscos é necessário se utilizar de um ças entre os municípios no que diz respeito ao crescimento
critério de riscos apropriado. Os riscos sociais são medidos atra- populacional.
vés de critérios de curvas FN, seguindo o critério de três regiões de Os gráficos a seguir contemplam o município de Betim/MG,
níveis de aceitabilidade. onde está localizada a refinaria Regap (Refinaria Gabriel Pas-
O Brasil, através de seus órgãos estaduais desenvolveu alguns sos). Como pode ser observado na figura 3, o maior crescimento
critérios de aceitabilidade de riscos sociais. Segundo SERPA, R.R. populacional de Betim identificado foi de 123% na década da
(2010), a legislação ambiental brasileira é considerada uma das implementação da Regap e nas décadas seguintes manteve uma
mais avançadas do mundo e prevê em sua Constituição Federal curva ascendente até 2007. Na figura 4 compara-se o comporta-
que as questões ambientais devem ser tratadas tanto pela União, mento do crescimento populacional de Betim com a capital Belo
licença ambiental e, principalmente, reduzindo as chances demais como uma referência, como um orientador na tomada
de que possíveis acidentes em sua unidade de destilação de decisões proativas, não diminuindo ou excluindo a impor-
gerem fatalidades nas populações expostas. tância da realização dos estudos de análise de risco específi-
cos para suas instalações.
A atuação proativa na adoção de medidas preventivas
quanto à segurança de processo e quanto à magnitude dos
possíveis efeitos decorrentes de acidentes advindos de uni-
dades industriais pode reduzir significativamente as chances
de acidentes de grandes impactos. A prevenção de acidentes
e seus efeitos é parte da busca pela excelência na política de
segurança das empresas.
7. Referências
CLICKMACAE. As refinarias da Petrobras. Site ofi-
cial. Disponível em: http://www.clickmacae.com.br/
?sec=368&pag=pagina&cod=216. Acesso em: 08 fev 2012.
CLICKMACAE, 2012.
Figura 5 - Curva de 500m para a Unidade de Destilação. COMPANHIA AMBIENTAL DO ESTADO DE SÃO PAULO.
Fonte: Phast Risk 6.7. Norma CETESB P4.261 Manual de Orientação para a elabo-
ração de Estudos de Análise de Riscos. CETESB, 2003.
Fundação Estadual de Engenharia do Meio Ambiente. Instrução
Técnica para Elaboração de Estudo de Impacto Ambiental
EIA e seu Respectivo Relatório de Impacto Ambiental RIMA.
Rio de Janeiro, INEA, 2007.
Fundação Estadual de Proteção Ambiental Henrique Luiz Roessler.
Manual de Análise de Riscos Industriais. Porto Alegre, FEPAM,
2001.
FREITAS, C; PORTO, M.F.S. e MACHADO, J.M H. Acidentes quí-
micos ampliados: desafios e perspectivas para o controle e a
prevenção. A questão dos acidentes ampliados. Rio de Janeiro:
Editora Fiocruz, 2000.
Health and Safety Executive. Offshore Hydrocarbon Releases Sta-
tistics and Analysis, 2002. HSE, 2002.
LESS, F. P. Loss Prevention in the Process Industries – Hazard
Identification, Assessment and Control. Butterworths Heine-
Figura 6 - Curva de 600m para a Unidade de Destilação. mann, 1996.
Fonte: Phast Risk 6.7. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Reflexões sobre os
Deslocamentos Populacionais no Brasil. Estudos e Análises: In-
6. Comentários Finais formação Demográfica e Socioeconômica número 1. Ministério
Este artigo apresenta de forma resumida alguns resultados do Planejamento, Orçamento e Gestão, Brasil, IBGE 2011.
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renová-
da dissertação de Mestrado de mesmo título motivada pelo veis. Termo de Referência Estudos de Análise de Riscos em Gaso-
número deficiente de estudos sobre o tema principalmente no dutos. Brasília, IBAMA, 2007.
que tange a análise de riscos, ou seja, não foi encontrado es- Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada. Site oficial. Disponível
tudo com o enfoque proposto. em: http://www.ipeadata.gov.br. Acesso em: 14 abr 2012. IPEA,
Este estudo viabiliza a identificação do incremento no 2012.
SERPA, R.R. Critérios de Avaliação de Riscos Aplicados ao Licen-
risco social das indústrias que utilizam em seus processos
ciamento Ambiental no Brasil: Uma Análise Crítica. Abiquim,
produtos químicos danosos a saúde, devido ao acúmulo de CCPS, 2010.
pessoas ao seu redor, sem que seja necessária a realização de The Netherlands Organizational of Applied Scientific Research.
uma constante atualização da análise de risco quantitativa, até Guidelines for quantitative risk assessment, (The Purple Book).
que esta seja revisada conforme requisito do órgão ambien- Committee for the Prevention of Disasters (CPR 18 E). TNO,
The Netherlands, 1999.
tal. Em posse desses dados as indústrias terão subsídio para
The Netherlands Organizational of Applied Scientific Research.
a tomada de decisão no processo de gerenciamento de riscos Methods for the Calculation of Physical Effects (Yellow Book),
com base no critério de aceitabilidade adotado utilizando-se Part 1 & 2, CPR 14E. Third Edition. TNO, The Netherlands,
de medidas de controle e medidas preventivas. 1997.
Vale lembrar que os resultados deste estudo estão basea- The Netherlands Organizational of Applied Scientific Research.
dos em um estudo quantitativo de riscos realizado para uma Methods for the determination of possible damage (Green
Book), CPR 16E. First Edition. TNO, The Netherlands, 1989.
refinaria, desenvolvido por empresa de consultoria interna- WIKIPEDIA. Refino. Site oficial. Disponível em: http://pt.wikipedia.org/
cionalmente reconhecida e portanto deve ser utilizado pelas wiki/Refinaria. Acesso em: 01 fev 2012.
Farm in 1 Farm-in 2
Queiroz Galvão adquire Sinochem entra em cinco
30% de bloco na blocos na Bacia do Espírito
Bacia de Campos Santo
A Queiroz Galvão Exploração e Produção assinou A ANP aprovou a aquisição da Sinochem nos blocos BM-ES-
com a Petrobras acordo de cessão de 30% dos direitos 37, BM-ES-38, BM-S-39, BM-ES-40 e BM-ES-41, em águas pro-
de exploração e produção do bloco BM-C-27, localiza- fundas da Bacia do Espírito Santo que pertenciam à Perenco. A
do em águas rasas na Bacia de Campos. A área engloba Sinochem passa a ter 10% de participação nos ativos, que conti-
o prospecto Guanabara Profundo. A Petrobras perma- nuarão a ser operados pela canadense, com 40% de participação. A
nece como operadora, com 70% nos blocos. OGX tem 50% dos blocos exploratórios.
Naval 2 Gás 2
Asscenon nasce e estuda Petrobras e HRT estudarão
transporte marítimo entre planos para Bacia do Solimões
Niterói e São Gonçalo
Herick Pereira/Front
exploração, aponta pesquisa Cabral disse que não aceita negociar com a empresa, que
ofereceu ao estado 20% da área – onde funcionam insta-
Pesquisa elaborada pela PwC Brasil aponta que 68% dos for- lações administrativas e estacionamentos e não haveria
necedores e operadoras apoiam as exigências de conteúdo local contaminação do solo.
da Agência Nacional de Petróleo. No entanto, 61% consideram
que a regra aumentará em mais de 10% os custos de exploração Refino 2
e desenvolvimento do setor no Brasil – menos de 4% acreditam
em redução de custos. A pesquisa também mostra que 70% dos Radix desenvolve
entrevistados acreditam que as regras não são claras – e metade
considera que a Agência não tem condições de fiscalizar o cum-
plataforma online
primento do coeficiente de nacionalização. para módulo de
Transporte 1 gerenciamento de
Trelleborg inaugura fábrica processos da Repar
de mangueiras O novo sistema de gerenciamento da Refinaria Presi-
dente Getúlio Vargas vai atuar como um manual online,
A Trelleborg inaugurou sua linha de fabricação de produtos facilitando a operação de toda a refinaria. O novo sistema
destinados ao mercado de petróleo e gás. A fábrica, que origi- de gerenciamento possibilita que novas informações se-
nalmente pertencia à Goodyear, localizada em Santana de Par- jam inseridas no sistema com facilidade.
naíba / SP fornecerá mangueiras para transporte de petróleo em
ambiente marítimo. A unidade da Trelleborg em Macaé / RJ foi Engenharia
Genesis adquire a
preparada para desenvolver soluções de isolamento térmico e
flutuabilidade de alto desempenho.
A força do petróleo
16ª edição da Rio Oil & Gas lota RioCentro e mostra que nenhum
negócio é tão promissor quando se projeta o futuro econômico
do país
A
resposta do governo ao apelo bradado na aber- “Ainda que na dependência da aprovação da le-
tura da Rio Oil & Gas é o melhor exemplo da gislação dos royalties, o anúncio mostra o reconheci-
importância que o setor de petróleo obteve so- mento e alinhamento do governo com as necessidades
bre a economia brasileira. Um dia após os represen- do setor”, disse o presidente do Instituto Brasileiro do
tantes da cadeia pedirem a retomada das Rodadas de Petróleo, João Carlos de Luca, na solenidade de encer-
Licitações de áreas exploratórias, o ministro de Minas ramento do evento.
e Energia, Edison Lobão, anunciou a realização da 11º Reflexo da evolução do setor de petróleo no país,
Rodada em maio e a primeira Rodada do Pré-Sal, em a 16ª edição comprova que a Rio Oil & Gas tornou-se
novembro de 2013. um dos três maiores eventos mundiais do segmento e
nº 347 Petro 79
Retrospectiva
Os combustíveis fósseis ainda responderão por O presidente do World Petroleum Council, Re-
65% da demanda de energia em 2050. Por essa razão, nato Bertani, destacou, durante a seção plenária
a empresa investe em projetos de captura e armazena- Desafios para o Suprimento Energético para o Sé-
mento de carbono no Canadá e na Austrália. “A ener- culo 21, que as dez maiores descobertas de petró-
gia que fornecemos ao mundo deve ser produzida de leo anunciadas nos últimos anos estão na Bacia de
forma correta, com respeito ao meio ambiente”, disse Santos e no Golfo do México – áreas que deman-
o presidente da Shell Brasil, André Araújo, na seção dam novas tecnologias, novas ideias, que por isso
plenária O Papel da Indústria do Petróleo na Promoção e devem influenciar a formação de preços.
do Desenvolvimento Econômico Sustentável. As projeções apresentadas pelos participantes
“Pode ocorrer uma mudança drástica que modifique da plenária indicam que a demanda crescerá para
esse cenário. Mas hoje não há nada visível que nos per- 110 milhões de barris de petróleo por dia até 2030.
mita antecipar um cenário diferente”, afirmou o CEO Bertani lembra que o desenvolvimento econômi-
da Barra Energia, Renato Bertani. co no Brasil, Indonésia e Índia – que apresentam
A demanda de petróleo, que hoje gira em 87 milhões baixo consumo per capita – vai trazer novos con-
de barris, deve atingir 108 milhões de barris em 2030. sumidores para o mercado. O desafio é trazer à
Segundo projeções da IEA apresentadas por Bertani, o superfície esse petróleo de forma “amigável” ao
segmento de E&P deverá concentrar US$ 20 trilhões meio ambiente.
em investimentos nesse período. O diretor da Energy Information Administra-
O diretor financeiro da Petrobras, Almir Barbassa, tion, Adam Sieminski, afirmou que o avanço tec-
destacou que o investimento tem crescido à medida em nológico mudou o cenário de referência no setor
que as curvas de produção e demanda se aproximam. de óleo e gás. “Gastos em pesquisa e desenvolvi-
“O mundo investiu US$ 556 bilhões no ano passado mento têm um potencial de transformar as ofer-
em petróleo. Neste ano, deve superar US$ 600 bilhões. tas de energia no século XXI como não podemos
Essa é a resposta do setor para atender à demanda”. imaginar”.
A Arena + 10, instalada nesta edição da Rio Oil & Gas, trouxe especialistas para
debaterem o tema “Avanços e Desafios do Desenvolvimento Sustentável no Setor
de Petróleo, Gás e Biocombustíveis”. Jorge de Castro, do Instituto de Pesquisa
Econômica e Aplicada, defendeu um modelo de desenvolvimento em que a riqueza
do petróleo possa se traduzir nos índices sociais. Lucila Martinez, do Instituto de
Lógica, Filosofia e Teoria da Ciência, mostrou experiências adotadas no entorno da
Refinaria de Paulínia / SP.
Até 2020 a demanda global por petroquímicos bá- O diretor de Planejamento e Desenvolvimento da Re-
sicos e plásticos alcançará 1 bilhão de toneladas – isso liance, Partha Maitra, defende que os novos empreen-
representará um crescimento de até 200 milhões de to- dimentos de refino sejam bem planejados desde o início,
neladas no comercio internacional, em função da dis- para evitar custos com retrabalho ou redesenho. E que as
posição dos mercados, disse o vice presidente da IHS, refinarias sejam concebidas para operar por 50 anos.
Mark Eramo, no painel Competitividade da Indústria Maitra mostrou, durante o painel Desafios para a
Petroquímica no Brasil. Implantação de Novos Projetos em Refino, como a Re-
O consultor explica que o advento do shale gas nos liance conduz o projeto da Jamnagar, na Índia, que tem
EUA tem mudado a dinâmica da indústria petroquími- capacidade para processarr 1,3 milhão de barris por dia.
ca global. “O planejamento dos investimentos é fruto A utilização de equipamentos de maior porte e redução
dessa dinâmica”. de trabalhos on site permite economia de escala.
A indústria petroquímica nacional aguarda a defini- O vice-presidente da Total para o Oriente Médio e
ção do potencial que as reservas do pré-sal significarão Norte da África, Olivier Alexandre, apresentou o proje-
para a obtenção de matérias-primas. to de Jubail, com capacidade de processar 400 mil bar-
O gerente geral de Desenvolvimento de Projetos ris diários, tocado em parceria com a Saudi Aramco.
Petroquímicos da Petrobras, Luiz Fernando Marinho Segundo projeções apresentadas pelo vice-presi-
Nunes, afirmou que a integração entre as refinarias e dente da IHS, Gil Nebeker, até 2015 o crescimento da
petroquímicas significa redução de custos desde a fase demanda mundial deve chegar a 1,7 milhão de barris
de projeto. “Há saídas para encontrar eficiência onde por dia. “Serão necessários investimentos de US$ 500
ela não está dada a partir da matéria-prima”. bilhões até 2030”
No painel Os desafios dos grandes empreendimentos A Shell estuda formas para reduzir o consumo de
e a importância da engenharia de projetos no Brasil, o água utilizada no fraturamento hidráulico para viabi-
presidente da Rolls-Royce para América do Sul, Fran- lizar projetos de shale gas em regiões áridas. Segun-
cisco Itzaina, avalia que o Brasil precisa avançar em do o vice-presidente executivo da petroleira, Gerald
temas como planejamento de longo prazo e criação de Schotman, é preciso compartilhar experiências e re-
uma política industrial de Estado que incentive setores. cursos para aperfeiçoar a tecnologia de fraturamento.
Na avaliação do presidente do Estaleiro Enseada “Nenhuma empresa pode se dar ao luxo de desenvolver
do Paraguaçu, Fernando Barbosa, o gerenciamento de essa tecnologia sozinha. Porque custará mais e deman-
projetos no Brasil esbarra na inflação de custos, baixa dará mais tempo”.
produtividade, mão de obra pouco qualificada e logísti- Para o vice-presidente de Pesquisa Energética da
ca. O Enseada do Paraguaçu, que está sendo construído IHS, Bob Fryklund, que vê um forte potencial na Ba-
na Bahia, vem implementando processos simples e re- cia do São Francisco, o Brasil está numa situação mais
petitivos para reduzir a relação homem/hora. confortável por possuir muita água e areia. “Temos de
Segundo o diretor de Engenharia, Tecnologia e pensar em como reduzir água e areia injetada”.
Materiais da Petrobras, José de Figueiredo o aprimora- Segundo o assessor especial da ANP, Olavo Colela
mento da gestão e o uso de métricas internacionais são Junior, estudos da Agência apontam que o volume re-
o grande desafio da indústria brasileira. Figueiredo cita cuperável de gás não-convencional pode chegar a 208
os oito FPSOs replicantes contratados pela companhia trilhões de pés cúbicos nas Bacias do Parnaíba, Parecis
para defender a padronização de projetos. “Já sabemos e do Recôncavo. Os números foram estimados a partir
como fazer, agora temos que replicar da forma mais de uma comparação com a formação de Barnett Shale,
simples. É uma questão de gestão”. nos EUA.
Com o aumento da participação do shale gas (gás de Na avaliação do consultor Plínio Nastari, da Das-
xisto) e do tight oil (óleo não convencional) na matriz targo, o retorno do teor de mistura do etanol de 20%
energética norte-americana, aliado à maior eficiência dos para 25% já diminuiria a necessidade de importação
derivados e os investimentos em biocombustíveis, os EUA de gasolina. “Há a necessidade de se planejar o abas-
caminham para reduzir consideravelmente a dependência tecimento com antecedência”, disse, lembrando que
energética norte-americana, hoje situada na faixa de 60%. a cana-de-açúcar a biomassa mais produtiva e mais
“Isso muda tudo e pode fazer dos EUA um futuro exporta- sustentável quando comparada com o milho e a be-
dor”, disse o diretor geral do U.S. Energy Information Ad- terraba.
ministration, Adam Sieminski, no painel Geopolítica do A participação foi reduzida em outubro de 2011, de-
Petróleo e os Novos Caminhos para a Inserção Brasileira. pois que adversidades climáticas afetaram a produção
Para o diretor da ANP, Helder Queiroz, não será possí- de cana-de-açúcar.
vel reproduzir no Brasil a experiência norte-americana. O secretário de Petróleo e Gás do Ministério de Mi-
“Não temos uma infraestrutura de gasodutos similar à dos nas e Energia, Marco Antonio Martins Almeida, afir-
EUA, nem o mesmo modelo de negócios e instrumentos mou que o governo estuda um conjunto de estímulos
regulatórios. Sem falar nas controvérsias em relação ao fiscais para estimular o mercado de etanol. “O plane-
impacto ambiental”. jamento do mercado de ciclo Otto depende do etanol”,
Segundo Helder, o Brasil será o sexto maior produtor justificou, durante o painel Desafios do Mercado de
mundial de petróleo em 2016, e o quarto em 2020. “O Combustíveis para o Ciclo Otto no Brasil.
protagonismo do Brasil é inquestionável. Produzindo Para o presidente interino da União da Indústria da
4,5 milhões de barris/dia em 2020, o país vai exportar de Cana-de-Açúcar, Antonio de Pádua Rodrigues, o go-
1,5 milhão de barris/dia a 2 milhões de barris/dia, o que verno precisa definir o papel do etanol na matriz ener-
irá configurar uma posição relevante no mercado”. gética no médio e longo prazos.
A história da Rio Oil & Gas passa pelas páginas da Revista Petro &
Química. E a história da Petro & Química passa pelos corredores da
Rio Oil & Gas. A revista esteve presente em todas as 16 edições do
maior evento de petróleo da América Latina. Visitantes, congressistas
e expositores receberam, de forma gratuita, a edição sobre produção
de petróleo.
Fornecedor de automação e instrumentação bastan- Ao visitante da Rio Oil & Gas, o nome Mokveld
te conhecido das refinarias da Petrobras, a Metso agora não soa estranho – afinal de contas, as válvulas pro-
quer ampliar a presença no segmento upstream – no duzidas pela empresa holandesa já foram apresentadas
stand montado na Rio Oil & Gas a empresa destacou em outras edições da exposição pela empresa que a re-
suas soluções para plataformas offshore e sistemas de presentava no Brasil. Mas nesta edição, a Mokveld Val-
controle para a área marine. “Trouxemos especialistas ves teve stand próprio para marcar seu desembarque
da Noruega e da Finlândia, para mostrar um segmento no território brasileiro com estrutura de engenharia,
que o mercado local ainda não conhecia”, comenta o manutenção, vendas e administrativa – montada a par-
gerente nacional de vendas da Metso, Eron Fernandes. tir deste ano para prestar um atendimento diferenciado
Uma dessas soluções foi desenvolvida para ocupar me- aos clientes.
nos espaço e peso em plataformas: a linha de válvulas bor- As válvulas da Mokveld já são utilizadas por em-
boleta Mapabloc. Uma válvula de 48 polegadas dessa linha presas como Braskem, Petrobras, Ultrafértil e TBG. A
pesa menos de três toneladas, enquanto as válvulas gaveta, maior novidade, no entanto, é a linha de válvulas de
comumente utilizadas, chegam a pesar 11 toneladas. controle subsea – normalmente as válvulas instaladas
Em sua lista de projetos, o de maior destaque nos no fundo do mar são do tipo on/off. Trata-se de um
últimos anos está relacionado à modernização da Re- desenvolvimento da Mokveld para atender a um proje-
finaria Henrique Lage - Revap, que incluiu o SDCD, to da Statoil. “É uma tecnologia que para os próximos
válvulas e o sistema de gerenciamento de ativos. “A anos vai estar bem implementada”, aposta o country
Revap vai ser a primeira planta da Petrobras a ter um manager da empresa, Vitor Venâncio Dias.
gerenciamento de ativos com mais de 10 mil pontos”, A linha de válvulas exposta pela Mokveld aponta a
destaca Eron. tendência tecnológica do setor: processamento subma-
Dois resultados da modernização já são contabili- rino e segurança operacional. É o caso, por exemplo,
zados pela Petrobras: o sistema de gerenciamento de dessas válvulas de controle subsea e da linha de vál-
ativos possibilitou a redução na necessidade de ma- vulas de retenção subsea – que levam para o fundo do
nutenção nos equipamentos, e o start up da planta foi mar parte das atividades realizadas em plataformas – e
antecipado com o comissionamento através da rede in- das válvulas
tegrada. “Dentro de um projeto isso significa uma eco- choke axial e
nomia muito grande dos sistemas
em H/H e redução do High Integrity
risco operacional”. Pressure Pro-
tection Syste-
Eron: tradicional ms - hipps.
fornecedor de automação Vitor: tendências
e instrumentação das tecnológicas em
refinarias válvulas
João Henrique Borges, representante da Hartmann no Brasil, Carsten Carvalho: equipamentos para automatizar perfuração e produção
Braun e Pedro Lucio: válvulas utilizadas em aplicação offshore onshore
A Siemens aproveitou o stand montado na Rio Oil Além de um stand maior – dessa vez com 50 m² a
& Gas para apresentar os sistemas elétricos submari- – a participação da Triple M na Rio Oil & Gas trouxe
nos, painéis e equipamentos para plataformas. Com o seus dois novos parceiros: a fabricante de válvulas bor-
objetivo de aprimorar o know-how em eletrificação e boleta triplo excêntricas Tomoy e a fabricante italiana
atividades de pesquisa e desenvolvimento para uso no de válvulas de instrumentação e válvulas de duas esfe-
leito do mar, a Siemens reforçou sua atuação com a ras em um corpo único Vimec.
recente aquisição da unidade da Expro que projeta e A Triple M faz parte do Grupo IPPG, com fábricas na
fabrica componentes submarinos – como conectores China, Indonésia e EUA. No Brasil, possui uma unidade
de cabos, sensores e dispositivos de medição. Com a de 2 mil m² em Sorocaba / SP – onde já produz válvulas
transação, as marcas Tronic – de conectores elétricos borboletas da marca Mack Valve. “Agora vamos ter uma li-
que permitem tanto a transmissão de energia como a nha de fabricação de válvulas esfera, com conteúdo local”,
comunicação em instalações submarinas – e Matre – de adianta o gerente geral da Triple M, Antonio Marchina.
sensores de temperatura e pressão para uso submarino A empresa também negocia com a chinesa YDF a na-
– passam a compor o portfólio da empresa. cionalização de válvulas gaveta, globo, retenção e esfera
Outro destaque da empresa é o Subsea Powergrid – – como forma de ampliar os índices de conteúdo local.
uma rede elétrica submarina que permite produção e pro- As válvulas da Tomoy já são encontradas na RPBC e
cessamento de óleo e gás a partir de módulos instalados a na Rnest, fornecidas pela Triple M. Outro fornecimento re-
até 3 mil metros de profundidade. A rede elétrica subma- levante da empresa foi feito para a nova planta de PVC da
rina pode ajudar a aumentar a capacidade de produção de Braskem – o pacote incluiu mais de 2 milhões de válvulas.
um reservatório no leito do mar e a viabilizar a extração
em reservatórios de menor porte.
Para acompanhar o crescimento do setor de petró-
leo e gás, a Siemens tem aumentado ainda mais o nível
de nacionalização de seus produtos e equipamentos e
segue investindo em instalações e centros de compe-
tência no País. Além das novas fábricas instaladas no
complexo fabril de Jundiaí / SP nos últimos anos – Lar-
ge Drives Aplication, Voltage Regulators e de capacito-
res – a empresa irá inaugurar, até o final do ano, o novo
centro de Pesquisa & Desenvolvimento para o setor de
óleo e gás. Instalado no Parque Tecnológico da Ilha do
Fundão, no Rio de Janeiro, o empreendimento ocupa
uma área construída de 4 mil m² e irá operar, inicial-
mente, com 800 pesquisadores e engenheiros, além de
gerar vagas para pelo menos outros 200 profissionais Mack Mcdonald Jr (CEO da IPPG) e Marchina: investimentos para
até 2016. ampliar conteúdo local de válvulas
A UTC Engenharia começou a entregar os 14 mó- A Vibropac aproveitou a presença na Rio Oil & Gas
dulos de processamento de óleo e de desidratação de para lançar o sistema de odorização de gases – um sis-
gás, remoção de CO2, injeção de água e remoção de tema de injeção química que tem a função de injetar
sulfato que serão instalados nas plataformas P-58 e P- mercaptana no gás natural desenvolvido em seu depar-
62. Os módulos foram montados na base da empresa tamento de engenharia. “A aceitação de nosso sistema
em Niterói / RJ, e serão integrados pela Quip no Es- de odorização de gases em lançamento foi surpreen-
taleiro Rio Grande (P-58) e pelo consórcio TOP 55 no dente, pois nos ajudou a fechar novos negócios”, conta
Estaleiro Atlântico Sul (P-62) – a construção e monta- o diretor comercial da empresa, Carlos Dompieri.
gem dessa quantidade de módulos em um único can- A Vibropac participou pela nona vez da Rio Oil &
teiro mobilizou 4.850 toneladas de estrutura metálica, Gas, com o objetivo de consolidar a posição no forne-
1.650 toneladas de tubulação e 7.631 válvulas. cimento de sistemas de injeção química e bombas API
A P-58 será instalada no campo de Baleia Azul, na 610, 676 e 675. “Este evento tem data garantida em
Bacia de Campos – a unidade deve produzir o primei- nosso calendário”, destaca Dompieri.
ro óleo em 2014. Já a P-62 será instalada no campo Recentemente a empresa fechou o fornecimento de
de Roncador, e também deve entrar em operação em um pacote de sistemas de injeção química e bombas
2014. API 610 da americana Sundyne para a Refinaria Abreu
Agora a UTC aguarda as novas licitações da Pe- e Lima – através do Consórcio Conest. A lista de repre-
trobras. “Estamos em busca de outras oportunidades”, sentadas inclui, além da Sundyne, a japonesa Yamada
conta o presidente da empresa, Ricardo Pessoa. - fabricante de bombas pneumáticas – e a alemã Leistritz
Na área offshore, a empresa mantém contratos de – fabricante de bombas de fuso e sistemas multifásicos.
serviços de manutenção e pintura para plataformas na
Bacia de Campos. E faz parte do consórcio Quip – res-
ponsável pelas plataformas P-55 e P-63 – e do consór-
cio que irá converter navios VLCC nos cascos das pla-
taformas P-74, P-75, P-76 e P-77. No downstream, a
UTC vem trabalhando na construção de uma nova uni-
dade de hidrotrata-
mento de diesel na
Refap.
Pessoa: construção
de módulos para
plataformas e refinarias Dompieri: destaque para bombas API
Investimentos na Bacia de
Santos atraem fornecedores
à Santos Offshore
O
s fornecedores de bens e serviços localizados a prestação de serviços, esses fornecedores atenderam
na Baixada Santista vêm aumentando a parti- a 3,5% dos R$ 1,5 bilhão empenhados pela Petrobras.
cipação nas compras da Petrobras. Dos R$ 238 Há um ano, quando a UO-BS e a RPBC investiram R$
milhões investidos pela Unidade de Operações de Ex- 200 milhões, 4% das compras foram fornecidas pelas
ploração e Produção da Bacia de Santos - UO-BS e pela empresas da Baixada Santista.
Refinaria Presidente Bernardes - RPBC nos últimos 10 A empresa aproveitou o stand na Santos Offshore
meses na compra de equipamentos, as empresas da re- para montar uma estrutura de atendimento a novas em-
gião responderam por 5,6% dos fornecimentos. Com presas dispostas a entrar para seu cadastro de forne-
mas, conectividade e alianças entre empresas. E para serviços e especialistas. Isso inclui automação e contro-
mostrar que já se pode pensar em controle industrial le para otimização desses sistemas – que também vão
em nuvem hoje, a M.G.Bryan, que produz equipamen- precisar de uma rede de comunicação e computação em
tos para o setor de petróleo e gás, apresentou sua expe- nuvem confiáveis.
riência no Oil & Gas Fórum. A M.G. Bryan implemen- Ainda no Oil & Gas Fórum, o CEO da companhia
tou um sistema híbrido de cloud computing com ajuda chinesa Jiangsu Great River Petroleum Technology,
da Rockwell Automation e do Azure, da Microsoft, em Mei Lixin, em sua primeira visita ao ocidente , falou
seus fracking trucks. O siste- sobre o novo CHCG – Composite Heat
ma permite conexão com In- Carrier Generator, método que maximiza
ternet através de tablets, PCs a extração de óleo e gás, à prova de ex-
ou smartphones, para que os plosão, para plataformas offshore. A em-
engenheiros possam trocar presa já atende clientes como a Sinopec,
dados de maneira segura, CNOOC e CNPC. Segundo Mei Lixin,
dos trucks até os sites de os controladores,
perfuração. Os trucks estão softwares e ou-
aptos, por exemplo, a alertar tros instrumentos
os operadores quando seus da Rockwell Au-
filtros de ar precisam ser tro- tomation torna-
cados. Esses trucks de US$ 1 milhão de dólares traba- ram possível o sistema, que se
lham em ambientes hostis, de -30 °F a+120 °F, então, é baseia em injetar combustível,
importante que cada um dos seus filtros de ar cuide da ar e água num lugar selado e
poeira e da areia. É uma prioridade trocá-los a tempo, sob altíssima temperatura e
e o novo sistema coleta esses e outros dados e os envia pressão, quase como um motor
aos equipamentos móveis para a tomada de decisão, de foguete, dentro do reservatório. O sistema tem me-
deixando todos os dados guardados na nuvem. nos de 2% de oxigênio residual, o que o torna seguro
Segundo o time responsável por petróleo e gás da – apesar de lidar com CO2, nitrogênio, vapor e quími-
Rockwell Automation, apesar de toda a preocupação cos. A recuperação de óleo cresce de 10% a 15% com
com a sustentabilidade, o crescimento da demanda por essa tecnologia.
óleo e gás vai continuar a crescer, forçando os pro- Na sequência, Gonzalo Maldonado, supervisor de
dutores a irem mais fundo, lutando com os custos de infraestrutura de TI da Petroamazonas, mostrou como
exploração e operação e regulamentações locais cada melhorou a operação em dois dos sete blocos da em-
vez mais apertadas. Ao mesmo tempo em que os dados presa no Equador, com o RSView32, Factory Talk,
vão se avolumando, os experts estão escasseando, de um up grade nos controladores e com a plataforma
forma que os recursos da experiência devem ser com- ControlLogix, da Rockwell Automation. O primeiro
partilhados, o que fortalece a ideia de campos digitais bloco, Eden Yuturi, produz 53 mil barris por dia, e o
e sistemas remotos, assistidos de longe por um pool de segundo, Indillana, 39 mil BPD. Segundo Maldonado,
o time de automação e TI ficou responsável pela ar- de de que toda essa solução seja acompanhada de pe-
quitetura do RSView32, mas ele era como uma caixa rímetros de segurança, firewalls, identificação, senhas
preta, sem falar dos sistemas obsoletos, licenças perdi- e toda a infraestrutura necessária para uma colabora-
das, chaves duplicadas etc. Além de fazer o upgrade do ção segura.
FactoryTalk View e do ControlLogix, Maldonado tam- A Rockwell Automation já havia disponibilizado
bém implementou o sistema HMI redundante nos dois uma arquitetura de virtualização, a possibilidade de
blocos. Também estabeleceram que os trabalhar com Foundation Field-
sistemas fossem compatíveis com com- bus e ethernet/IP e uma estratégia
ponentes da Cisco, da Hewlett-Packard para wireless. Agora, para 2013,
e da Microsoft, além de virtualizarem os lançou mais ferramentas de de-
servidores. A solução permite adicionar sign de sistemas e uma estratégia
outro servidor em 15 minutos, em lugar de migração de DCSs; devendo
dos 45 dias de antes. ainda entregar um software ca-
Maciej Kranz, vice-presidente e ge- paz de apontar quais os pontos do
rente-geral de Connected Industries da sistema precisam de upgrade. A
Cisco, e Sujeet Chand, vice-presidente Sujeet Chand e Maciej Kranz empresa vem investindo cada vez
e CTO da Rockwell Automation, falaram sobre como mais em P&D em controle de processo e sistemas de
tornar mais flexível a produção e como usar serviços suporte, ciclo de vida, novos treinamentos e serviços
de cloud computing e mobile de maneira mais eficien- de consultoria. E, como havia anunciado, o PlantPAx
te e segura. Segundo Kranz, pesquisas mostram que dobrou a capacidade de processo de seus usuários e
63% das empresas permitem aos seus colaboradores se coloca hoje como mais que um DCS: quando um
o uso de smartphones e outros equipamentos móveis cliente se decide por uma migração ele não quer tro-
para acessar informações de maneira colaborativa, ao car seis por meia dúzia; quer aproveitar o investimento
mesmo tempo em que são gastos US$ 60 bilhões em e se colocar pronto para o futuro processo, utilida-
cybersegurança. Sujeet Chand explicou que o volu- des e energia. E essa tem sido a estratégia usada pelo
me de dados produzidos é tão grande que os usuários PlantPAx, somada ao fato de que a virtualização que
quase se afundam nele, o que fica ainda pior com o a Rockwell Automation oferece possibilita tratar os
formato proprietário de algumas plataformas. E é ne- dados do processo de maneira otimizada, sem neces-
cessário extrair informação desses dados todos, para sariamente mudar a tecnologia existente. Junto com
mais de um fim. Esse cenário vai levar fatalmente à a parceira Endress+Hauser, a Rockwell Automation
maior conectividade, ao ethernet standard e à nuvem. tornou possível um melhor suporte para ethernet/IP
A Rockwell Automation tem usado sua arquitetu- direto no instrumento e no controle de energia, e com
ra para desenvolver e produzir switches e pontos de a Schweitzer, implementou a IEC 61850 no controle
acesso para, através da ethernet, conectar todos os ní- de energia. Para o ano de 2013, o PlantPAx deve ter
veis desde o chão de fábrica até o corporativo. Sujeet sistemas de setup que possibilite focar uma aplicação
acrescentou que a tecnologia de nuvem permite aos específica e uma ferramenta para construir o sistema
usuários mover informação e dados de processos de de alarme de maneira mais fácil e segundo a norma
sistemas legados do hardware para sistemas virtuais ISA 18.2. Também para 2013, a escalabilidade tornará
que permitem otimizações e mobilidade, preparando possível que uma pequena parte remota da planta tenha
a planta para o futuro, no compasso de investimentos os benefícios completos de um DCS enquanto opera no
possíveis. Sujeet chamou a atenção para a necessida- modo stand-alone.
Equipe oil & gas, Joe Quin e Alejandro Bob Becker e Ronaldo Carneiro Brasileiros no evento
Caparelli
Promef Sondas
Petroleiros ao mar Contratação cancelada
Agência Petrobras
A Petrobras cancelou o processo de contratação para o afre-
tamento de cinco sondas de perfuração para 3.000 m de lâmina
d’água da Ocean Rig. A decisão foi motivada, segundo a Petrobras,
pela redução de necessidade de sondas, em razão da previsão de
número menor de poços a serem perfurados no pré-sal da Bacia de
Santos. A redução é justificada pela produtividade obtida atualmen-
te nos poços em desenvolvimento, superior ao projetado.
Plataforma 1
Bônus para entrega antecipada
A entrega da plataforma FPSO Cidade de São Paulo 19 dias
O diretor de Abastecimento da Petrobras, José Carlos Cosenza, antes do previsto garantiu à Keppel Fels Brasil um bônus de US$
a madrinha do Anita Garibaldi, Rosa Cristina da Silva Carvalho 2 milhões. A plataforma chegou ao estaleiro BrasFels, em Angra
de Azevedo, técnica de enfermagem e trabalho da Transpetro,
dos Reis / RJ, no fim de 2011 para integração dos módulos. O
o Presidente da Transpetro, Sergio Machado, e o empresário
German Efromovich, do Estaleiro Mauá, durante lançamento do FPSO Cidade de São Paulo será instalado no campo de Sapinhoá,
navio no pré-sal da Bacia de Santos, a partir de janeiro de 2013.
A Transpetro e o Estaleiro Mauá lançaram ao mar o
Plataforma 2
navio Anita Garibaldi, primeiro de uma série de quatro
petroleiros do tipo panamax que serão batizados em ho- Promon fará projeto da P-66 e P-69
menagem a mulheres que ajudaram a construir a História A Promon fechou contrato com o Keppel Fels para a elabora-
do Brasil. O navio é a sétima embarcação do Programa ção do projeto de engenharia de detalhamento das plataformas P-
de Modernização e Expansão da Frota da Transpetro - 66 e P-69, que serão instaladas nos campos de Lula e Sapinhoá, no
Promef lançada ao mar. Os petroleiros Celso Furtado, pré-sal da Bacia de Santos. A primeira etapa do projeto, que deve
João Cândido e Sérgio Buarque de Holanda já iniciaram ser concluída ainda este ano, é a análise de consistência dos docu-
as operações. Outros três navios – Rômulo Almeida, José mentos da Doris Engenharia no Feed contratado pela Petrobras.
Alencar e Zumbi dos Palmares – estão em fase final de
construção. O suezmax Zumbi dos Palmares foi lançado Plataforma 3
ao mar no Estaleiro Atlântico Sul - EAS. Jurong fará módulos da P-68 e P-71
Catalisadores A Petrobras assinou contrato de US$ 674 milhões com o Esta-
Nova unidade de pesquisa em leiro Jurong para a construção de oito módulos e a integração das
plataformas P-68 e P-71, FPSOs replicantes que serão instaladas
operação nos campos de Lula e Sapinhoá, no pré-sal da Bacia de Santos.
Uma parceria firmada entre Petrobras, UFRJ e a Fá-
brica Carioca de Catalisadores – FCC colocou em ope- Etanolduto
ração a Unidade Protótipo de Catalisadores - Procat, Novo aporte na Logum Logística em estudo
destinada à pesquisa de novas tecnologias de preparo de O diretor de abastecimento da Petrobras, José Carlos Cosenza,
catalisadores. Foram investidos R$ 27 milhões – o Procat disse que a petroleira analisa um novo aporte na empresa Logum Lo-
ocupará 1.660 m² de área construída e terá capacidade de gística – decisão que deve ocorrer até março de 2013. Ele disse que a
produzir até 100 quilos de catalisadores por dia. O pri- Petrobras já aportou recursos de forma proporcional à sua participa-
meiro projeto de pesquisa possui três linhas de trabalho: ção no projeto, que é de 20%, para o primeiro trecho do etanolduto,
catalisadores para craqueamento catalítico fluido, cata- entre Ribeirão Preto e Paulínia, em São Paulo, previsto para entrar
lisadores para abatimento de emissões de CO2 em pro- em operação em março do ano que vem. A Logum Logística é res-
cessos industriais e catalisadores para área de polímeros. ponsável pela construção do etanolduto de 1,3 mil km ligando Goiás,
Outro foco deste projeto de pesquisa é a produção de zeó- Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro. Além da Petrobras, a Lo-
litas em escala piloto. A FCC planeja também a produção gum tem como sócios a Raízen, Copersucar, Odebrecht, Uniduto e
de catalisadores de hidroprocessamento. Camargo Corrêa. O empreendimento está orçado em R$ 7 bilhões.
Produção Energia
Petrobras vai arrumar a casa Novo sistema economiza
Agência Petrobras
2.667.466 KWh
Um novo sistema adotado pela Petrobras para redu-
zir o consumo de energia na área de Tecnologia da In-
formação e Telecomunicações resultou em economia de
R$ 15 milhões em um ano e redução de 2.667.466 KWh
ao mês, o que representa 63% a menos de consumo de
energia. O projeto desenvolvido pela área de Tecnolo-
gia da Informação e Telecomunicações da companhia
e implantado em 2011, no novo Centro Integrado de
Processamento de Dados. A compra de novos servido-
res e equipamentos de armazenamento de dados feita
por meio da criação de um conceito “verde” resultou
em redução mensal de mais de 240 mil KWh/mês, com
O FPSO Cidade de Anchieta começou a produzir no pré-sal do Parque das critérios como baixo consumo de energia, dissipação de
Baleias em setembro. Com quatro poços produtores, produz 65 mil barris
calor e redução do espaço físico. A compra de equipa-
diários de petróleo e 1,7 milhão de m³ de gás natural por dia – em fevereiro de
2013 deve atingir a capacidade total de 100 mil barris de óleo e 3,5 milhões mentos mais modernos também permite a redução em
de m³ de gás por dia com mais três poços produtores e três injetores de R$ 26 milhões dos custos de operação ao longo do ciclo
água de vida de quatro anos.
Farm in Sergipe-Alagoas
Fatia no ES-M-661 sobe para Descoberta em águas ultraprofundas
70% A Petrobras comprovou a ocorrência de hidrocarbonetos le-
A Agência Nacional do Petróleo autorizou a ces- ves no bloco SEAL-M-426, em águas ultraprofundas, da Ba-
são de 30% que a norte-americana Anadarko detinha cia de Sergipe-Alagoas. Esse bloco é parte da concessão BM-
na área ES-M-661, na Bacia do Espírito Santo, para a SEAL-11, operado pela Petrobras com 60% de participação,
Petrobras, que já era operadora – a companhia passa tendo como parceira a IBV Brasil, com 40% de participação.
a ter 70%, e terá como sócia apenas a IBV Brasil. No A descoberta ocorreu durante a perfuração do poço 1-BRSA-1083-
bloco se localizam os prospectos de Grana Padano, SES (1-SES-167), informalmente conhecido como Farfan e situado
Gouda, Serpa e Requeijão. em lâmina d’água de 2.720 metros.
GE fornecerá 380 cabeças de dos no campo marítimo de Ubarana e 19 km de tubos de 20” no campo
UGG. Parte desses tubos foi fornecido pela Vallourec.
poço
A GE Oil & Gas assinou um contrato com a Engenharia
Petrobras, no valor de R$ 2,28 bilhões, para produ- Chemtech responde por detalhamento de FPSOs
ção de cabeças de poço e ferramentas de instalação A Chemtech foi escolhida pelo consórcio Mendes Júnior/OSX para
necessárias para a exploração de poços de petró- realizar o detalhamento de oito dos 17 módulos para os FPSOs replican-
leo. A produção na fábrica da empresa, em Jandira tes destinados à operação no pré-sal. Além disso, a Chemtech atuará na
/ SP terá mais de 75% de conteúdo nacional. integração de duas unidades dos FPSOs: P-67 e P-70.
Com valor total de US$ 900 milhões, os trabalhos já começaram e a
Manutenção previsão de entrega é setembro de 2013.
Man Diesel & Turbo renova
contrato Comperj
A Man Diesel & Turbo fechou contrato de Softwares viabilizam integração 3D
serviços de longo prazo com a Petrobras para ma- Os softwares da Aveva foram considerados fundamentais pela JP-
nutenção, reparo e operação de 20 turbinas a gás NOR Engenharia, para a realização dos serviços de integração dos mo-
THM, fabricadas pela própria Man, nas platafor- delos 3D de todos os projetos do Comperj. A empresa de engenharia
mas Cherne 1 e 2, Garoupa e Pampo, na Bacia de adquiriu os softwares Aveva PDMS, Aveva Review e Aveva Global,
Campos. O acordo de €150 milhões tem duração integrantes do portfólio Aveva Plant para realizar todo o processo. A
de cinco anos – é a segunda renovação deste con- empresa de engenharia tem como uma de suas funções integrar as ma-
trato, que foi originalmente assinado em 2002. quetes de cerca de 20 projetistas e epcistas.
Manutenção 2 Plataformas
Skanska fará manutenção de plataformas Geradores de nitrogênio
A Skanska assinou dois contratos de manutenção industrial offshore ampliam segurança
com a Petrobras, com valor de aproximadamente R$ 200 milhões. Com A Parker Hannifin está fornecendo seis
prazo de execução de dois anos, os contratos se integram à carteira do geradores de nitrogênio que serão implemen-
Projeto Macaé e prevêem a prestação de serviços de manutenção de faci- tados nas plataformas P-58 e P-62. Ao final
lidades nas especialidades de elétrica, mecânica, instrumentação, escalada da instalação, cada plataforma contará com
industrial, caldeiraria básica, além de manutenção de guindastes e equipa- três sistemas completos para geração de ni-
mentos auxiliares de movimentação de cargas em 15 plataformas da Bacia trogênio. Estes sistemas têm a vantagem de
de Campos. substituir o uso de nitrogênio em garrafas,
eliminando estoques e o manuseio, além de
Fluido para perfuração reduzir os custos de consumo deste material.
Petrobras testa sistema de tratamento A Parker fornecerá dois sistemas distintos. O
A Cubility, empresa norueguesa de tecnologia de perfuração, fechou primeiro será utilizado no flare para inertizar
contrato com a Petrobras para testar o sistema MudCube – um sistema de a queima da purga e será alimentado com o
tratamento de lama a vácuo que combina a remoção de vapor de óleo, re- ar comprimido gerado na própria plataforma.
duzindo em 25% os efluentes. Os testes vão focar na capacidade, filtração, O outro sistema será fornecido em dois skids
parâmetros HSE, material seco e fluido, diferentes estados da lama. que contarão com geração própria de ar com-
primido. Os skids incorporam compressor de
Alimentação ar, e tanto o sistema de tratamento do ar com-
Problemas em 41 plataformas primido quanto as membranas de geração de
nitrogênio são de fabricação Parker. O nitro-
Falta de itens de alimentação, problemas com a qualidade dos produ- gênio gerado por estes skids será empregado
tos e número reduzido de trabalhadores na área são as três reclamações para inertizar os sistemas de instrumentação
mais presentes nos relatos feitos pelos petroleiros da Bacia de Campos ao das plataformas.
Sindicato dos Petroleiros do Norte Fluminense - Sindipetro-NF -. As pla-
taformas, que já foram conhecidas por oferecerem bons alimentos em seus
restaurantes, hoje registram problemas que, na avaliação do sindicato, não
poderiam fazer parte da rotina de uma atividade altamente lucrativa como
a do petróleo. O levantamento foi feito em 41 plataformas, das 46 em
operação na região. Destas, 12 citaram problemas com a “falta de itens de
alimentação”; 12 com a “péssima qualidade na alimentação”; e 10 com o
“baixo efetivo na hotelaria”. Outras nove apontaram falta de produtos de
higiene e sete registraram infestação por vetores (insetos e larvas). Tam-
bém foram lembrados pelos petroleiros a falta de higiene nos ambientes
comuns e nos camarotes (6); falta de condições de higiene em banheiros
(6) e o mau estado da rouparia (6), entre outros itens.
acordo de cooperação com (cátion + anion) automatizadas, para uma Unidade de Desmi-
neralização de Água que vai atender às Unidades de Remoção
Coppe/UFRJ de CO2 no Terminal de Cabiúnas.
O contrato fechado com a Petrobras tem caráter emergen-
A Aker Solutions assinou um acordo de coopera- cial de prestação de serviço para processamento de água des-
ção tecnológica com a Coppe/UFRJ para o desenvol- mineralizada para implementação do ciclo combinado da Usi-
vimento de projetos com foco em tecnologias de pro- na Termelétrica Luis Carlos Prestes, em Três Lagoas / MS.
cessamento submarino, processamento de superfície
em plataformas e perfuração. Num primeiro momen- ELGA
to, a expectativa da empresa é aperfeiçoar tecnologias A Veolia Water Solutions Brasil adquiriu o negócio Elga
que se encontram em fase de desenvolvimento, com Labwater da Nova Analítica e passa a cuidar de 100% da ope-
foco no pré-sal. Em uma segunda etapa, a meta é ini- ração no mercado nacional. ELGA é uma marca global de pu-
ciar o desenvolvimento de tecnologias com potencial rificadores de água para laboratório pertencente à Veolia, sen-
de aplicação no Brasil, como novos materiais e auto- do que no Brasil os produtos eram comercializados pela Nova
mação robótica de veículos autônomos submarinos. Analítica.
Programa de Qualificação
foca em veículos de eficiência energética adequados.
114 Petro & Química no 347 no 346 Petro & Química 114
Produtos & Serviços
Válvulas Segurança
A Ampo Service é um novo concei- O sistema
to de serviço ao cliente que começa de Teste de
antes mesmo da encomenda ser feita. Curso Par-
São envolvidos todos os especialistas cial Faith, da
da fabricante de válvulas criogênicas Netherlocks
Ampo Poyam Valves necessários para agora é ca-
definir, com o cliente, cada válvula paz de exe-
de acordo com exigências de serviço, cutar testes online de válvulas de fecha-
mesmo para as condições mais extremas. A Ampo Foundry tem vasta mento de emergência - ESD e de sistema
experiência de trabalho com materiais especiais. Isso garante ao clien- de proteção de pressão de alta integridade
te a qualidade de produto e o cumprimento dos prazos combinados. - Hipps. Os operadores podem reduzir a
Além de serem testados em instalações de teste, os produtos da Ampo degradação e garantir a operação correta
também são objeto de análise em situações reais de uso intensivo. A de válvulas de emergência a partir da sala
gama de produtos oferecida ao mercado brasileiro inclui válvulas de de controle. O Faith usa um design simples
esfera de sede com anel macio e metal-metal para instalações offshore para garantir a confiabilidade da operação.
e onshore de produtos, válvulas de gaveta com castelo selado a pressão, Ele se integra aos acoplamentos estáticos
de globo e de retenção para refinarias, usinas de energia, válvulas crio- e dinâmicos da válvula. O sistema de pi-
gênicas de gaveta, de globo e de esfera para plantas de GNL e válvulas nos mecânicos de bloqueio de aço garante
de macho para unidades de coque. O fato de ter fundição própria para que as válvulas não possam ser operadas
a fabricação de válvulas proporciona à Ampo uma vantagem compe- em um ângulo maior do que o ângulo de
titiva: além do know-how do processo de produção, a fabricante tem teste pré-definido para eliminar o risco de
a capacidade de oferecer produtos de qualidade máxima tanto na forja sobre passagem -overshoot ou interrupção
quanto na fundição de processo. Com o novo recurso de teste
remoto, os operadores podem conduzir e
Bombas monitorar testes de curso parcial de vál-
vulas de emergência sem a necessidade de
Ampliando o portfólio de bom-
acessar o Faith manualmente.
bas destinadas ao setor industrial,
a Grundfos coloca no mercado a
versão em aço inoxidável dos mo- PIMS
delos base-luva NK/NKG e mono- A AspenTech anunciou nova funcionalida-
bloco NB/NBG. Como diferencial, de de gestão de ensaios no software Aspen
os produtos trazem todas as partes PIMS que otimiza as decisões de compra
em contato com o líquido bombea- de petróleo bruto e aumenta a lucrativi-
do em aço inoxidável. As linhas também são back-pull-out, caracte- dade. Os aprimoramentos em gestão de
rística que permite que todo o conjunto seja desmontado sem a ne- ensaio para o aplicativo de planejamento
cessidade da retirada da bomba das tubulações de sucção e recalque. de refinaria dinamizam o workflow de es-
As versões base-luva e monobloco em aço inoxidável seguem as nor- colha de matéria-prima. A nova funciona-
mas EN733 e ISO 2858, mais adotadas no mercado de substituição e lidade da AspenTech agora permite que os
novas instalações. planejadores adicionem, modifiquem e re-
façam ensaios diretamente no Aspen PIMS
Projetos e, assim, avaliem rapidamente um número
maior de cenários com mais precisão. Os
Intergraph lançou uma versão atualizada do software para análise de
recursos de gestão de ensaios do Aspen
stress de dutos Caesar II, que oferece integração avançada com os
PIMS possibilitam que os usuários impor-
softwares SmartPlant 3D, SmartMarine Materiais 3D e SmartPlant
tem dados de ensaios de fontes externas
3D Materials Handling Edition, e a ferramenta de visualização 3D
e gerenciem suas matérias-primas brutas
SmartPlant Review. Esta nova funcionalidade é um primeiro passo
com mais eficiência. Workflows automati-
para alcançar uma melhor integração entre a modelagem, design e
zados e guiados aumentam a produtividade
análise de dutos. Esta versão do Caesar II reduz o tempo e elimina
e alertas notificam os planejadores sobre o
manual de reentrada através da transferência de dados inteligente de
passo seguinte no processo para encurtar
design 3D. Essa interface também permite a exportação fácil dos re-
sua curva de aprendido. O Aspen PIMS faz
sultados de análise de tensão de dutos entre Caesar II e o SmartPlant
parte do pacote de software aspenONE Pe-
3D, o que torna mais rápido a incorporação de mudanças de análise
troleum Supply Chain.
durante um projeto.