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A LESAO MEDULAR E SUAS SEQUELAS DE ACORDO COM O MODELO DE OCUPACAO HUMANA ' 2 ‘Andreza Aparecida Polia® Danila Holanda de Castro * RESUMO individuo acometido por uma lesdo medular experimenta profundas modifica- 962s fisicas como paralisia de grupos musculares, perdas sensitivas, altera- Ses autondmicas, sexuais e outras. Depara-se com uma nova realidade de limitagdes © possui o desafio de enfrentar a vida e lidar com o corpo modificado, © Modelo de Ocupacao Humana (MOH) aponta a ocupagao humana como paradigma universal da terapia ocupacional e explora os aspectos envolvidos no desenvolvimento ocupacional normal ¢ patolégico do individuo. Participaram da pesquisa 26 pessoas da clinica de leso medular do Centro de Reabilitagao Readaptagio Dr. Henrique Santilo no periodo de dezembro de 2005 a abril de 2006 que passaram pelo setor de terapia ocupacional. Foram explorados aspec- tos relacionados as modificagdes na vida ocupacional do individuo com os obje- tivos de peroeber o impacto ocupacional trazido pela leso medular sobre a vida, dos participantes. Verificou-se que apés a leséo medular houve modificagdes ‘ocupacionais de extensées variéveis na populagao estudada. Os resultados sAo interpretados @ organizados de acordo com os postulados do MOH que foi con- siderado aplicavel a esta clientela. Palavras-chave: Lesao Medular; Modelo de Ocupagao Humaha; Terapia Ocupacional SPINAL INJURY CORD AND ITS SEQUELS ACCORDING TO THE MODEL OF HUMAN OCCUPATION ABSTRACT ‘The individual affected by spinal cord injury experiences deep physical modifications as muscular groups’ paralysis, sensitive losses, autonomic and sexual alterations and others. It is come across with a new realty of limitations and possesses the ‘"atigo recebide em 16 de Janeiro de 2007. Aceito para publicagio am 17 de abril de 2007. ‘Trabalho aresentado no Congresso Norte Nordosto do Torapia Ocupacinal erm Macolé, om 10/0/2006, A pesquisa fl desenvolvida no Cento de Reabiliagdo ¢ Readaptagao Dr Henrique Santi, Gdn, Gots, *Terapoutaccupaciona do Cento de ReabiltagSo e Feadaptardo Dr. Henrique Saito * Académica de trapia ocupacional da Universidade Catia de Golds Cadernos de Terapia Qeupacional ea UFSCar 2007, vo. 1 1° 19 challenge to face the life and to deal with the modified body. The Model of Human Occupation (MHO) points the human occupation being as universal paradigm of the occupational therapy and explores the involved aspects in the normal and pathological occupational development of the individual. 26 peaple of the spinal ‘cord injury clinic had participated of the Centro de Reabilitagao e Readaptagao Dr. Henrique Santillo's research in the perlod of December of 2005 to April of 2006 that had passed for the sector of occupational therapy. Aspects related to the modifications in the occupational lfe ofthe individual had been explored with the objectives to perceive the occupational impact brought by the spinal cord injury on the life of the participants. It was verified that after the spinal cord injury had occupational modifications of changeable extensions in the studied population, The results are interpreted and organized in accordance with the postulates of the MOH that was considered applicable to this kind of patients. Key-words: Spinal Cord Injury, Model of Human Occupation; Occupational Therapy, A LESAO MEDULAR A regio medular compreende todas as estruturas neurais contidas no interior do canal vertebral: medula espinhal, rafzes dorsais e ventrais, nervos espinhais ¢ meninges. A medula mantém comunicagio com os nervos periféricos e o encéfalo e possui fungGes mais complexas do que apenas conduzir informagées. Em seu interior so feitas sinapses que’ fazem da medula um local de processamento e modulago de informagdes. A medula espinhal tem, portanto, um importante papel na modulagii da informagdo sensorial, coordenagao dos padrées de movimentagdo eregulagZo auton6mica (EKMAN, 2000, p. 180)’. A lesio na medula espinhal é considerada por alguns. ‘autores como um dos acometimentos mais graves entre as patologias que geram incapacidade. Uma lesio na medula acarretard alteragdes nas fungdes motoras, déficit sensitivo superficial e profundo nos segmentos abaixo do nivel lesionado, alteragbes viscerais, autondmicas, disfungSes vasomotoras, esfincterianas, sexutais ¢ rficas (GREVE, 1999, p. 326)*. As estatisticas mundiaisindicam que 30 a 40 pessoas a ‘cada | milhio sio acometidas por uma lesdo medular por ano. Quando aplicada a populagao brasileira este ndmero representa cinco a ses mil novos casos de leo ‘medularacada ano. populago mais afetada enconta- se na faixa etdria dos 30 anos sendo que 80% dos individuos s8o do sexo masculino segundo 0 levantamento de 2000 na Associagdo de Amigos da CCrianga Deficiente (CASALIS, 2003, p. 42)* AAs lesdes medulares podem ser de origem traumtica ou ndo-traumética, Entre as de etiologia traumética as mais comuns sio provocadas por acidentes automobitistica,ferimentos por projtil de arma de fogo, rmergulho em agua rasa, acidentes esportivos e quedas (ADLER, 2005, p. $06) '. As lesGes de origem nao traumética correspondem a 20% dos casos e nelas esto incluidas as formagdes tumorais (na coluna vertebral, extradurais, intradurais e intramedulares), anomalias congénitas (mielomeningocele, malformago de Chiari, Cademnas de Terapia Ocipacional das UFSCar, 2007, vl. 15. 1° 1 20 etc), infecgdes virais ou bacterianas (miclites), daengas neuroldgicas ¢ sistémicas (esclerose miltipla, doengas reumiticas), doengas vasculares e outras (TARICCO, 2001, p.01)", pds uma lesio medularo individuo poder apresentar diversos tipos de seqlielas de acorda com a extensio da lesio e seu nivel neurolégico. O sistema de classificaglo mais utitizado atualmente foi desenvolvido pela American Spinal Injury Association (ASIA)revisado ei 1996. O nivel neurolégico da testo € definido através do exame motor € sensitive. No exame motor & verificada a atividade dos “masculos-chave” e noexame sensitivo sdo testados os “pontos sensitivos chave”, os dermétomos. De maneira geral, o nivel neuroldgico 60 segmento acima do identificado como anormal (STAAS JUNIOR, 2002, p. 1327)". ‘As manifestagdes clinicas, como foi dito, dependem do nivel e grau da eso, Nas lesGes completas existe perda sensitiva eparalisia motora total abaixo do nivel dalesd0 devido a interrupgio completa dos tratos nervosos ascendentes e descendentes. Em uma leso incompleta estdo preservados grupos musculares ¢ reas sensitivas que no foram afetadas (ADLER, 2008, p. 806). Dentre as lesdes, podem ser identificadas algumas sindromes medulares, séo elas: 1) sindrome centromedular - os membros superiores sio mais afetados que os membros inferiores,2) sindrome Brown- Séquard - apenas um lado da medula 6 seccionado resultando em perda motora proprioceptiva homolstral a lesdo e perda da sensibilidade térmica e dolorosa contralateral a lesio, 3) sindrome medular anterior ~ ocorre perda motora e da sensibilidade térmica e dolorosa estando preservada a propriocepgio, 4) sindrome medular transversa - lesfo acima do cone medular com perda motora (paralisia espéstica) € sensitiva completa (anestesia superficial e profunda) 5) sindrome do cone medular-lesto da medula sacral e as rafzes lombares com perda motora (paalisa lécida) € sensitiva dos dermétomos lombossacros correspondentes, 6) sindrome da cauda eqjlina - les de ratzes lombossacras abaixo do cone medular com perda motora (paralisia flécida) € sensitiva correspondentes as rafzeslesionadas (CASALIS, 2003, pan Além das perdas diretamente relacionadas a0 traumatismo raquimedular como a paralisia muscular e perda sensitiva o individuo pode sofrer conseqUéncias indiretas ou complicagdes. As mais freqientes so: dor crOnica pés-lesio medular, dceras de pressio, deformidades osteoarticulares como caleificagao heterotrépica, fraturas e outros. Além da trombose ‘venosa profunda, hipotensdo ortostitica e a crise autonémica hipertensiva ou disrreflexia autonémica (LIANZA, 2001, p. 309). As complicapées quando silo so prevenidas ou bem tratadas podem dar origem 2 incapacidades significativas tio Himitantes quanto & Prépria lesdo © podem levar o paciente a ébito (CASALIS, 2003, p.50)* © MODELO DE OCUPAGAO HUMANA © Modelo de Ocupagdo Humana (MOH) foi desenvolvido numa época peculiar da historia da terapia ‘ocupacional (KIELHOFNER, 2002, p. 06)’. A década de 70 foi marcada por uma crise de identidade profissional e busca pelo objeto de estudo da terapia cupacional como forma de definig’o do campo de atuagiio e diferenciagao das outras profissBes da érea da saide (MEDEIROS, 2003, p. 110)" Neste mesmo perfodo foram elaborados outros modelos em terapia ‘ocupacional que consideravam a importincia das cccupagdes na vida das pessoas e seu valor terapéutico (HAGEDORN, 2002, p.231)*. Baseado na Teoria Geral os sistemas de Mary Reilly, Gary Kielhofner e seus colaboradores elaboraram © MOH que aponta para a ‘ccupagao humana como paradigma universal daterapia, cupacional (MACHADO, 1991, p. 64)". Desde a sua ‘Tiago viras pesquisas foram realizadas com o objetivo Cademos de Terapia Oeupaclonal da URSCar 2007, vol. 15 n* 1 2)

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