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Irrigação
Bragança Paulista - SP
janeiro/2011
1
Resenha
Resumo
Parte teórica:
Programa
3
ÍNDICE
Apresentação do curso
Este curso foi planejado com a finalidade de capacitar técnicos de nível médio e
superior ligados à extensão rural a elaborar projetos e orientar produtores rurais no
manejo de irrigação de pastagens.
Durante o curso, os participantes receberão instruções teóricas e participarão de
práticas de campo sobre a interação entre água, plantas, atmosfera e solo, a
importância dessa interação na elaboração de projetos e no manejo da irrigação.
O curso inicia-se com noções fundamentais sobre as relações entre a água, o
solo, a planta e a atmosfera. Será apresentado o ciclo da água, incluindo precipitação
pluvial (chuva), escorrimento superficial, infiltração no solo, percolação (drenagem
profunda), armazenamento no solo, evaporação e transpiração (evapotranspiração).
A seguir, serão apresentadas as técnicas básicas de amostragem de solo e água
a projetos de irrigação, com explicação sobre sua importância para o manejo de
irrigação, que será abordado logo em seguida.
Também serão abordados princípios básicos de Hidráulica aplicada à Irrigação,
tais como técnicas de medição de vazão, cálculo de necessidade e perdas de pressão
(carga), para projetos e para sistemas de irrigação já instalados. Haverá práticas de
escolha de aspersores e dimensionamento de tubulações e bombas centrífugas.
A última fase é o roteiro básico para a elaboração de projetos de irrigação por
aspersão convencional e aspersão em malha, com atividade prática de
dimensionamento de sistemas de irrigação. Para isto, os participantes serão reunidos
em grupos de duas ou três pessoas, que serão responsáveis pela elaboração de um
projeto de irrigação.
Devido à curta duração do curso, os participantes são aconselhados e a enviar ao
menos um projeto de irrigação, que será analisado pelo instrutor e remetido de volta ao
projetista. O projeto deverá ser entregue até um mês após o término do mesmo.
A fim de alimentar um processo contínuo de melhoria do curso, cada participante
receberá uma ficha de avaliação do curso, que deverá ser preenchida e entregue ao
instrutor do curso. Contamos com sua colaboração para o sucesso desta iniciativa.
Agradecemos por sua colaboração e pela oportunidade de compartilhar
experiências sobre a irrigação de pastagens.
Bom curso e mãos à obra!
5
1. Relações Água-Solo-Planta-Atmosfera
1.1. Introdução
O solo é a camada externa da superfície terrestre e resulta das alterações
promovidas no material original pelos agentes climáticos, biológicos e outros. É
composto por uma mistura de proporções variáveis de materiais sólidos líquidos e
gasosos, num sistema bastante complexo e heterogêneo (Miranda et al., 2001).
A parte sólida é composta por minerais e matéria orgânica e é denominada matriz
do solo. A fração orgânica constitui-se basicamente de resíduos animais e vegetais, e
de uma população viva de bactérias, fungos, algas, insetos e pequenos animais.
Dependendo do material de origem e o ambiente, a fração mineral tem características
bem distintas em termos de forma, tamanho, composição química.
Ambas as frações, orgânica e mineral, influenciam a porosidade e o
armazenamento de ar e água e, consequentemente, a relação entre solo e água.
A fração líquida é chamada de “solução do solo” e é formada por água
microrganismo e substâncias orgânicas e minerais.
A fração sólida (matriz) interage fortemente com a fração líquida do solo (solução)
por meio de processos físicos e químicos, que prendem a água junto à matriz. As
forças que prendem a solução na matriz variam de acordo com a porosidade (volume e
tamanho dos poros) e a disponibilidade de água no solo (Reichardt, 1993; Miranda et
al., 2001).
As plantas retiram água e nutrientes do solo para suas atividades metabólicas
vegetativas e reprodutivas e, para isto, há necessidade de energia. Essa energia é
proveniente do Sol.
A radiação solar é absorvida pela atmosfera terrestre e causa o aquecimento do
ar e das plantas. Esse aquecimento causa dois fenômenos muito importantes para as
plantas: primeiro, aumenta a capacidade de retenção de umidade pelo ar; segundo,
aquece as plantas. Para não sofrer com o excesso de temperatura, as plantas utilizam
cerca 99% da água que absorvem na transpiração. Assim, quanto mais energia
radiante houver na atmosfera, maior será a demanda das plantas por água.
Para suprir tal demanda das plantas é necessário haver água no solo, em
quantidade suficiente e na camada onde estão as raízes das plantas. A profundidade
dessa camada de solo varia de espécie para espécie, mas duas coisas não mudam: a
falta de água nessa camada leva a planta a sofrer estresse por deficiência hídrica, e o
6
Conforme o próprio nome indica, o ciclo da água na Natureza não tem início ou
fim. Só para facilitar o entendimento, o ciclo será apresentado a partir da atmosfera.
A água da atmosfera chega ao solo pela ocorrência de chuvas, e a partir daí
passa por três processos principais: evaporação (volta para a atmosfera), escorrimento
superficial (enxurrada) e infiltração (solo).
A água que evapora tornará a se acumular até que ocorram chuvas novamente. A
água que escorre superficialmente causa as enchentes de rios e aumenta o volume de
lagos naturais e artificiais. A água que infiltra no solo tem dois destinos: uma parte é
escoa lentamente pelos poros e forma os aqüíferos freáticos ou confinados, e a outra
parte fica armazenada nas camadas próximas à superfície do solo. Essa última parte
representa a maioria da água disponível ao crescimento e reprodução das plantas.
Esse conjunto forma o chamado Sistema Solo-Planta-Atmosfera, onde a água interage
com todos os componentes.
Para voltar à atmosfera, a água passa por dois processos: evaporação e
transpiração. A evaporação ocorre principalmente em corpos de água (rios, lagos e
oceanos) e solos, e a transpiração é proveniente dos seres vivos, principalmente das
plantas. Em sistemas de produção agropecuária, a passagem da água do solo para a
atmosfera é denominada evapotranspiração, que é a soma da água que evapora
diretamente do solo e da água proveniente da transpiração das plantas.
torcida ou espremida. Ao jogar água sobre a esponja, inicialmente ela absorve toda a
água, até chegar à sua máxima capacidade de armazenamento. A partir daí, para cada
gota d´água que for jogada sobre a esponja sairá outra gota pela parte de baixo.
O armazenamento de água no solo ocorre em seus poros, que equivalem aos
poros da esponja. É difícil extrair água quando o solo está quase seco, podendo chegar
a um teor de umidade tal que haja murcha ou morte de plantas. Esse teor de umidade
é o chamado ponto de murcha permanente. Ao receber água da chuva ou de irrigação,
inicialmente o solo absorve toda a água até chegar ao máximo armazenamento, que é
chamado de capacidade de campo. Se a chuva ou a irrigação continuar, para cada
gota d´água a mais ocorrerá a saída de outra gota água pela parte de baixo. Esse
fenômeno é chamado de drenagem profunda ou percolação. Também pode haver
perdas por escorrimento superficial (enxurrada), quando parte da água não penetra no
solo porque a velocidade de infiltração é menor que a taxa de precipitação da chuva ou
da irrigação.
Para fazer a irrigação de modo eficiente é necessário saber qual a capacidade de
armazenamento de água no solo, de maneira que a irrigação seja feita para repor a
água consumida por evapotranspiração sem causar perdas por drenagem profunda.
Para saber o armazenamento de água em uma camada qualquer do solo pode-se
retirar amostras indeformadas, de modo a manter a estrutura original de poros e
agregados de partículas e, consequentemente, a capacidade de armazenamento de
água. A amostra indeformada deve ser retirada com anéis metálicos, com diâmetro e
altura de 5 cm, aproximadamente.
O anel metálico deve ser colocado sobre o solo, próximo à metade da camada
que se deseja amostrar (Ex.: 10 cm de profundidade para a camada de 0-20 cm, ou
30 cm para a camada de 20-40 cm). Sobre o anel deve-se encaixar outro anel, ou um
amostrador (Figura 1), sobre o qual pode-se colocar um pequeno pedaço de tábua e
bater com marreta de borracha.
Depois de fincado no solo, o anel deve ser retirado com o auxílio de uma faca ou
canivete, com uma pequena quantidade de terra acima e abaixo do anel para evitar
que a amostra seja danificada. A seguir, trabalha-se a amostra com faca ou canivete,
de modo que o volume do solo seja exatamente igual ao do anel, e protege-se as
extremidades expostas da amostra com plástico.
A amostra deve ser identificada no próprio anel, utilizando-se uma caneta de
ponta porosa. A identificação deve conter informações sobre o local de amostragem e a
profundidade da camada amostrada. A seguir, envia-se a(s) amostra(s) para um
laboratório que faça a curva característica de retenção de água no solo.
Geralmente se recomenda que as camadas de solo amostradas respeitem o perfil
de cada tipo de solo. Porém, de modo geral recomenda-se que a amostragem seja feita
em camadas de 20 cm de espessura, em toda a profundidade do solo explorada pelas
raízes. Para forrageiras recomenda-se amostrar até 60 cm de profundidade.
- Forno de microondas comum ou, em último caso, uma frigideira com tampa.
- Dois frascos plásticos.
- Uma balança (Figura 2).
(A) (B)
Figura 2. Balanças usadas no método gravimétrico: (A) balança eletrônica; (B) balança de
alavanca.
a) No campo:
- Retirar pequenas amostras de solo no campo, na profundidade desejada,
acondicioná-las nos frascos e fechar com tampa e fita adesiva.
- Identificar cada amostra com etiqueta (número, local de coleta, data e
profundidade de amostragem).
- Levar para local de análise.
1) Qualquer que seja a balança, pesa-se a amostra de solo antes e após a secagem.
2) Ao utilizar o microondas, é importante submeter a amostra à secagem no aparelho
por mais um minuto e pesá-la novamente. Se o peso não mudar, a amostra estará
seca. Caso contrário, repete-se o procedimento até a amostra atingir peso
constante.
3) Se a secagem da amostra for feita em estufa, a temperatura de105ºC a 110ºC
garante a secagem total do solo e não há necessidade de retornar ao processo de
secagem para garantir que não há mais umidade no solo.
Ms
dg Ms – massa do solo seco, g
Vs Vs – volume do solo seco, cm3
O volume do solo que foi pesado é igual ao volume do anel metálico e pode ser
calculado da seguinte maneira:
0,500 0,500
Umidade (cm3/cm3)
0,400
Umidade (cm3/cm3)
0,400
0,300 0,300
0,200 0,200
0,100 0,100
0,000 0,000
0 5000 10000 15000 20000 10 100 1000 10000 100000
Potencial matricial (cm H2O) Potencial matricial (cm H2O)
(a) (b)
Figura 3 - Curvas de retenção de água no solo: (a) escala normal; (b) escala logarítmica
12
0,385 0,193
θ cc 0,193
1 0,0059 120 0,842 1,9008
θ cc 0,259 cm 3 /cm 3
0,385 0,193
θ pmp 0,193
1 0,0059 15000 0,842 1,9008
CAD 33 mm
AFD = f x CAD
O valor de “f ” é sempre menor que 1 (um), pois apenas uma parte da água do
solo será consumida. Para plantas forrageiras, os valores de “f” variam de 0,3 a 0,7. De
modo geral, pode-se utilizar f = 0,5; considera-se a quantidade de água facilmente
disponível igual a 50% do armazenamento total de água no solo (AFD = 0,5 CAD).
Exemplo:
Considerando-se uma evapotranspiração de 5 mm/dia, um fator de
disponibilidade f = 0,5 e a CAD calculada no exemplo anterior (33 mm), os valores de
água facilmente disponível (AFD) e turno de rega (TR) são:
Irrigação = 3 dias x 5 mm = 15 mm
16,5 dia
TR 3 dias
5
15
O que fazer quando ainda não foi feita a curva de retenção de água no solo?
1 mm = 1 L/m2
Exemplos:
a) Quando se lê no jornal que houve uma chuva de 25 mm, isto quer dizer que caíram
25 litros de água de chuva em cada metro quadrado de solo.
25 mm = 25 L/m2
Em um metro quadrado: 25 litros
Em um hectare (10000 m2): 250000 litros, ou 250 m3
Li Ia x Ti
Li - lâmina d´água de irrigação, mm
Ia - intensidade de aplicação do aspersor, mm/h
mm
Li 7 x 5 h 35 mm Ti - tempo de irrigação, h
h
1
Ia = intensidade de aplicação do aspersor (mm/h); VIB = velocidade de infiltração básica do solo (mm/h)
18
0 1 min 2 min 4 min 6 min 11 min 16 min 26 min 36 min 51 min 66 min 96 min 126 min...
T 1 min 1 min 2 min 2 min 5 min 5 min 10 min 10 min 15 min 15 min 30 min 30 min
Ao escolher um aspersor para o projeto, deve-se optar por um modelo que tenha
intensidade de aplicação (Ia) menor que a VIB, daí a importância de conhecê-la.
A seguir há um exemplo de teste de infiltração em solo de textura média. As
colunas da tabela contêm os seguintes itens: a) tempo acumulado (T); b) tempo
instantâneo (T); c) leitura da régua (Leit., em cm); d) diferença entre leituras (L, em
cm); e) velocidade de infiltração (VI, em cm/h); f) velocidade de infiltração em mm/h.
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Para calcular o valor de VI (cm/h) deve-se dividir a diferença entre leituras (L, em
cm) pelo tempo instantâneo (T, em min) e multiplicar por sessenta (60 min/h).
Para calcular VI em mm/h basta multiplicar por 10 (dez) o valor de VI em cm/h.
Por exemplo, na 3a linha da tabela tem-se:
L 1,6
VI x 60
VI mm/h VI cm/h x 10
x 60
T 2
variações climáticas ao longo de seu ciclo produtivo. Assim, temperaturas mais baixas
e dias sem vento ou nublados reduzem o consumo de água, enquanto temperaturas
altas e dias de ventania ou de sol pleno aumentam o consumo.
Além disso, a área foliar das plantas forrageiras varia bastante. As áreas foliares
máxima e a mínima ocorrem imediatamente antes e após o pastejo, respectivamente.
Como quase toda a transpiração de água das plantas ocorre pelas folhas, pode-se
afirmar que, em pastejo rotacionado, o consumo será máximo imediatamente antes do
pastejo e mínimo logo após este.
Tal como no caso da chuva e da irrigação, a medida da evapotranspiração é o
milímetro (1mm = 1 L/m2). Quando se lê que a evapotranspiração foi de 15 mm, quer
dizer que houve a saída de água do solo e das plantas, e essa saída foi de 15 L/m 2.
a) b)
Figura 5 - (a) Tanque classe A e pluviômetro, utilizados no manejo de irrigação (método EPS);
(b) Evaporímetro de Piché, que pode ser utilizado em substituição ao Tanque Classe A.
monitoradas por coletas de amostras de solo antes (Ai) e depois (Di) da aplicação da
água, na camada de solo de 0 a 10 cm. A umidade das amostras foi determinada pelo
método gravimétrico, passando pelo processo de secagem em forno de microondas,
para obter o teor de umidade no laboratório. Os resultados estão na Tabela 7.
a) Lâmina d’água fixa e turno de rega variável: apropriado para áreas pequenas,
onde há menor necessidade de equipamento e é possível irrigar a área inteira
em um ou dois dias. Com a lâmina d’água pré-definida, monitora-se o
consumo de água das plantas até o momento em que a umidade do solo
atingir um limite mínimo, a partir do qual a produtividade diminuirá.
b) Turno de rega fixo e lâmina d’água variável: apropriado para áreas maiores,
nas quais se faz uma determinação prévia do turno de rega (CAD do solo
dividida pela máxima demanda de água das planta). Com o turno de rega pré-
definido, monitora-se a umidade do solo ou estima-se o consumo de água
pelas plantas, e aplica-se a lâmina necessária para repor esse consumo.
25 cm
10 cm
Área
π x d2
π x 10 2 78,5 cm 2
4 4
Após uma chuva, o volume coletado foi de 200 ml, e o cálculo da precipitação
Volume x 10 200 x 10
PRP
Área 78,5
PRP 25,5 mm
29
Ki = ETc / ECA
Ki = ETc / EPi
Nenhum projeto de irrigação deve começar sem que o técnico responsável faça
três perguntas:
a. Existe água disponível para o projeto?
b. Que parte dessa água pode ser utilizada?
c. Quanta água é realmente necessária?
360
Ex.: Lmi 5,3 mm/dia
80 x 0,85
35
- calcular o volume de água necessário por hectare a cada dia (Vn, em L/ha.dia):
Vn 10000 x Lmi
Em que:
Vn – volume necessário por hectare e por dia, L/ha.dia
Lmi – lâmina média diária de irrigação, mm/dia
- Calcular o volume de água disponível por dia (Vd, em L/dia) no rio, córrego:
Vd = Qd x Tdaa
Em que:
Vd – volume de água disponível por dia, L/dia
Qd – vazão disponível no poço ou curso d’água, L/h
Tdaa – tempo de armazenamento de água, h/dia
Vd 315.000 L/dia
Ai 59.434 m2 5,943 ha
Vn 53.000 L/ha.dia
aplicada pelos aspersores. Esse sistema precisa ser dimensionado para funcionar bem.
Depois que a vazão do sistema foi calculada (Veja o Item 3.1), para fazer um bom
projeto é necessário calcular o diâmetro de cada parte da tubulação e a potência
necessária na bomba centrífuga, de modo que a pressão na saída dos aspersores seja
adequada e suficiente para garantir boa uniformidade de aplicação.
As partes constituintes dos sistemas de irrigação por aspersão estão na Figura
10:
Q/2 Q/2
2Q 4Q 4Q 2Q
8Q
Figura 10 - Esquema de irrigação por aspersão convencional (esq.) e aspersão em malha (dir.)
Todo sistema de irrigação deve ser dimensionado de modo que a bomba possa
fornecer energia suficiente para que a água saia dos aspersores na pressão
necessária, que é chamada de pressão de serviço. Essa pressão é escolhida em
catálogos de aspersores, de acordo com a intensidade de aplicação desejada (Ia), que
por sua vez é definida pela velocidade de infiltração básica de água no solo (VIB).
Exemplo: Escolha de aspersor para projeto de irrigação em solo com VIB = 8 mm/h.
Catálogo de um aspersor:
Combinação Pressão de Vazão Diâmetro Espaçamento recomendado (máx.)
de Bocais serviço total irrigado AxL Intens. de aplic.
(mm x mm) (mca) (m3/h) (m) (m x m) (Ia, mm/h)
20 1,70 28 12 x 18 7,9
25 1,89 28 12 x 18 8,8
4.8 x 3.2
30 2,07 30 12 x 18 9,6
35 2,23 30 18 x 18 6,9
20 1,89 28 12 x 18 8,8
25 2,12 29 12 x 18 9,8
5.2 x 3.2
30 2,32 30 12 x 18 10,7
35 2,52 30 18 x 18 7,8
20 2,07 30 18 x 18 6,4
25 2,31 31 18 x 24 5,3
5.6 x 3.2
30 2,53 31 18 x 24 5,9
35 2,74 32 24 x 24 4,8
20 2,35 31 18 x 24 5,4
25 2,60 32 18 x 24 6,0
6.0 x 3.6
30 2,85 33 18 x 24 6,6
35 3,08 33 24 x 24 5,3
Como a intensidade de aplicação (Ia) não deve ultrapassar a VIB, qualquer valor
de Ia menor que 8 mm/h é adequado. Olhando o catálogo, percebe-se que há várias
opções de bocais que atendem esse critério. A melhor opção é aquela que aproxime da
VIB e que utilize a menor pressão de serviço possível, para economizar energia.
38
Portanto, para que o aspersor funcione bem é necessário garantir uma pressão
de 20,8 mca na base do tubo de subida (engate na linha lateral).
Essa é a pressão necessária para levar a água desde a fonte de água (córrego,
rio ou poço) até o aspersor, de forma que haja um bom funcionamento.
não forem calculadas e consideradas no projeto, a pressão que chega aos aspersores
não será adequada. Portanto, em todo sistema de irrigação por aspersão deve-se
calcular a energia necessária para três funções:
a) suprir a pressão adequada ao funcionamento do aspersor (pressão de serviço);
b) suprir a pressão necessária para vencer o desnível do terreno (aclive);
c) suprir a pressão necessária para compensar as perdas de carga que ocorrem no
sistema.
1,852
Q L 1 0,923
hf 10,65 x x x F F 0,3506
C D 4,87 2N 6N 2
Como PLLmax = 20% PS, então o cálculo de hfLLmax pode ser feito assim:
hfLLmax = 0,2 x PS - zLL
Exemplos:
a) PS = 20 mca ; zLL = 0 m (LL em nível)
hfLLmax = 0,2 x 20 - 0 = 4 - 0 hfLL = 4 mca
Utilizando novamente o exemplo dado na Figura 10 (Item 3.2), mesmo que se use
o mesmo tipo e número de aspersores em dois sistemas de irrigação, a vazão das
linhas laterais deles pode ser diferente. No exemplo dado, uma das linhas laterais tem
41
vazão igual “4q” e a outra tem vazão igual a “q/2”. Se for utilizado o aspersor escolhido
no Item 4.2.1 (q = 2,07 m3/h), o resultado será:
Se for utilizado o critério de perda de carga máxima admissível nas linhas laterais
(hfLLmax = 20% PS - zLL), como a vazão é diferente nos dois sistemas, pode-se utilizar
diâmetros diferentes para que a perda de carga seja a mesma. Para vazões menores,
diâmetros menores, e vice-versa.
a) Aspersão convencional
Tubulação com múltiplas saídas (N = 4 aspersores, ou saídas):
1 0,923
F 0,3506 0,3506 0,125 0.0096 F 0,485
2 x 4 6 x 4 2
0,38 0,205
0,0023 54
D 1,625 x x x 0,485
140 4
D 0,0363 m ou 36,3 mm
b) Aspersão em malha
D 0,0203 m ou 20,3 mm
Pelo exemplo nota-se que sistemas de aspersão em malha podem ter linhas
laterais com tubos de menor diâmetro que nos sistemas de aspersão convencional, e a
perda de carga será a mesma.
1,852
Q L LD
hf 10,65 x LD x x F
C
4,87
DLD
Tubo de 50 mm:
1,852
0,0046 180
hfLD 10,65 x x
140 0,04814,87
hfLD 24,97 m ca
Tubo de 75 mm:
1,852
0,0046 180
hfLD 10,65 x x
140 0,07254,87
hfLD 3,35 m ca
1 0,923
F(4) 0,3506 0,3506 0,125 0.0096 F 0,485
2 x 4 6 x 4 2
1,852
Q L LD
hf 10,65 x LD x xF
C D 4,87
LD
Tubo de 50 mm:
1,852
0,0046 180
hfLD 10,65 x x x 0,485
140 0,04814,87
hfLD 12,11m ca
Tubo de 75 mm:
45
1,852
0,0046 180
hfLD 10,65 x x x 0,485
140 0,07254,87
hfLD 1,62 m ca
Como se pode ver, a mudança do diâmetro de 2” (50 mm) para 2½” (75 mm),
causa uma grande redução na perda de carga e, consequentemente, demandará
menos pressão no sistema de irrigação e menos potência da bomba centrífuga.
Além disso, a redução da perda de carga diminui a necessidade de pressão no
início da tubulação e pode resultar na redução do custo de aquisição, devido ao uso de
tubos de menor classe de pressão (Ex.: PN40 ao invés de PN80).
As classes de pressão são o limite máximo de pressão de operação de um
tubo de PVC ou polietileno (PE). As classes mais comuns são PN40, PN60, PN80 e
PN125, que correspondem aos limites de pressão de 40, 60, 80 e 125 mca,
respectivamente.
1 0,852
F 0,351 0,416
2x8 6 x 82
4 x Q LD 4 x 0,0023
D LD
xV x 1,5
D LD 0,0442 m ou 44,2 mm
Diâmetro escolhido: DN = 50 mm DI = 48,1 mm
46
1,852
Q L LD
hf LD 10,65 x LD x x F
C D 4,87
LD
1,852
0,0023 90
hf LD 10,65 x x x 0,416
140 0,04814,87
hf LD 1,44 mca
4 x Q LP 4 x 0,0046
D LP
xV x 1,5
D LP 0,0625 m ou 62,5 mm
hf LP 4,7 mca
A vazão mínima disponível para irrigação deve ser medida na época mais seca do
48
ano. Na região Centro-Sul do Brasil essa época situa-se entre agosto e setembro.
A evapotranspiração de referência (ETo) e o défice hídrico podem ser obtidos no
balanço hídrico climático ou no balanço hídrico da cultura. ETo é a evapotranspiração
da grama batatais em condições climáticas locais e sem estresse por déficit hídrico. Há
uma relação entre ETo e a evapotranspiração máxima de uma cultura (ETm):
ETm Kc x ETo
em que,
ETm - evapotranspiração máxima da cultura, mm/dia;
Kc - coeficiente de correlação entre ETo e ETm da cultura;
ETo - evapotranspiração de referência, mm/dia;
1.0
0.8
Kc
0.6
0.4
0.2
0.0
0 10 20 30 40 50 60 70 80
Tempo (dias)
c. Planejamento da irrigação
AFD 25
Turno de rega: TR 5 dias (Arredondar para baixo)
ETm 5
hL 25
Lâmina bruta de irrigação: hb 29,4 mm (Eficiência de irrigação = 85%)
E i 0,85
A total 0,58 m2
Área irrigada por dia: A id 0,1156 ha ou 1156
TR 5 dia
A id x h b 1156 x 29,4
Vazão teórica do sistema: Qt 5228,68 l/h ou 5,229 m 3 /h
Tdi 6,5
d. Dimensionamento hidráulico
Critérios:
Aspersor escolhido
Marca/Modelo AGROPOLO / IS-30 ER 2882 - 1"
Diâm. bocal maior 4 mm
Diâm. bocal menor 3 mm
Pressão de serviço 25 mca
Vazão do aspersor 1,489 m³/h (Catálogo do fabricante)
Diâmetro molhado 30 m
Esp. aspersores 18 m
Esp. linhas 18 m
Altura do tubo de subida 1,5 m
Sobreposição - aspersores 67%
Sobreposição - linhas 67%
Intensidade de aplicação 4,6 mm/h
Tempo de irrig./posição 6,4 h/pos. (teórico)
6,5 h/pos. (adotado)
Nº. pos. irrig./asp.dia 1 pos./LL.dia
Nº. total de pos. de asp. 20 posições
TR adotado 5 dias
Nº. asp. em operação 5
Nº. de linhas laterais 2 (Uma com 3 e outra com 2 aspersores – Vide Fig. 11)
Vazão do sistema 7,445 m³/h
Linhas laterais:
L1: z = - 0,5 m; hfLLmax = 5,5 mca; Q = 3q (3 aspersores)
L2: z = + 0,5 m; hfLLmax = 4,5 mca; Q = 2q (2 aspersores)
Cálculos:
0,001241
0 , 38
36
0, 205
Dt LL 1,625 x x x 0,534 0,025 m ou 25 mm
140 5,5
1,852
Q L
hf LL 10,65 x x x F
C D 4,87
1,852
0,001241 36
hf LL 10,65 x x x 0,534
140 0,029 4,87
hfLL = 2,8 mca
1 0,923
F 0,3506 0,3506 0,2500 0.0385 F 0,639
2 x 2 6 x 2 2
QLL = 2 x qasp = 2 x 1,489 = 2,978 m3/h ou 0,000827 m3/s
0,000827
0 , 38
36
0,205
Dt LL 1,625 x x x 0,639 0,0234 m ou 23,4 mm
140 4,5
1,852
Q L LL
hfLL 10,65 x LL x x F
C
4,87
DLL
1,852
0,000827 36
hfLL 10,65 x x x 0,639
140 0,029 4,87
4 Q LP 4 x 0,002068
D LP 0,042 m ou 42 mm (diâmetro teórico)
VLP x 1,5
hf LP 4,04 mca
Obs.: Neste caso a pressão no início da linha principal (saída do poço) não inclui
o desnível até a água do poço, nem a perda de carga do poço.
55
Altura manométrica total (Hm): é a pressão que o conjunto motobomba deve suprir
para vencer os desníveis e as perdas de carga, e garantir a pressão de serviço
requerida nos bocais dos aspersores. A altura manométrica total deve incluir a pressão
no início da linha principal (PinLP), o desnível e as perdas de carga no poço (zpoço e
hfpoço), as perdas de carga localizadas, a altura de sucção (Hgs) desde a água à
entrada da bomba e as perdas de carga na sucção (hfs).
Hgs = 0; hfs = 0; Hs = 0
Como a bomba do poço indicada no projeto tem potência de 3 cv, não será
possível a sua utilização diretamente para a irrigação.
56
1,852
Q L LP
hfS 10,65 x LP x
C
4,87
D LP
1,852
0,002068 3
hfS 10,65 x x
140 0,0725 4,87
Neste caso, será utilizada uma bomba no poço (3 cv) e uma bomba de superfície
(2,5 cv), com uma potência total de 5,5 cv. Considerando-se a área irrigada (0,58 ha),
tem 9,5 cv/ha, um valor muito alto. Como o projeto prevê expansão para uma área total
de 1,74 ha (três vezes a área atual), no futuro essa relação será de 3,2 cv/ha.
57
LD LL (malha)
LP
d. Dimensionamento hidráulico
DECLIVE:
0,38 0,205
0,000207 54
D 1,625 x x
140 5,5
D 0,016 m ou 16 mm
ACLIVE:
0,38 0,205
0,000207 54
D 1,625 x x
140 4,5
D 0,0165 m ou 16,5 mm
1,852
0,000207 54
hfLL 10,65 x x
140 0,0226 4,87
LL em declive:
PinLL = PS + Aa + z + hfLL = 25 + 1,5 - 0,5 + 1,0
PinLL = 27 mca
4 QLP 4 x 0,001654
DLP 0,037 m ou 37 mm (diâmetro teórico)
VLP x 1,5
1,852
Q L LD
hf LD 10,65 x LD x xF
C D 4,87
LD
1,852
0,001654 54
hf LD 10,65 x x x 0,485
140 0,04814,87
4 QLP 4 x 0,001654
DLP 0,037 m ou 37 mm (diâmetro teórico)
VLP x 1,5
1,852
Q L LP
hfLD 10,65 x LP x
C
4,87
DLP
1,852
0,001654 74
hfLD 10,65 x x
140 0,04814,87
1,852
0,001654 3
hfS 10,65 x x
140 0,0725 4,87
Consumo de energia:
Aspersão em malha:
1,63 cv x 0,7355 KW/cv x 975 h/ano = 1.168,9 kWh/ano
1.168,9, kWh/ano x 0,18 R$/kWh = R$/ano 210,40
Aspersão convencional:
2,12 cv x 0,7355 kW/cv x 975 h/ano = 1.520,28 kWh/ano
1.520,28 kWh/ano x 0,18 R$/kWh = R$/ano 273,65
d) Custo total de irrigação (CT): Soma de todos os custos anteriores para um período
de 10 anos.
CT = CE + CMO + (CAI +CM)
Em que,
CT – custo total de irrigação em um período, R$/ha
CE – custo da energia, R$/ha
CMO – custo da mão-de-obra, R$/ha
CAI – custos de aquisição e implantação, R$/ha
CM – custo de manutenção, R$/ha
Aspersão convencional:
CT =2.736,50 + 10.440,00 + 2.854,76 = R$ 16.031,26 (10 anos)
R$/ano 1.603,13
R$/ha.ano 2.764,02
Anexo I
–
Nomograma
da fórmula de
Hazen-
Williams C =
100
66
6. Referências Bibliográficas
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