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Capitulo Elementos descombinados néo produzem significado. Elementos combinados passam a ter significado. INTRODUCAO Ao longo de varios capitulos anteriores, j4 operamos com conceitos e mecanis mos que pertencem ao dominio da sintaxe da lingua. Em todos eles, porém, essa mi téria foi tratada como tema complementar - e nao como 0 niicleo da nossa reflexao. Com este, iniciamos uma seqiiéncia de capitulos em que a sintaxe passa a ser abordada como questao central. Evidentemente, a primeira providéncia a tomar é compreender, com toda a clareza, em que consiste esse aspecto da lingua e que tipo de problemas vamos abordar. 1 © QUE E SINTAXE? Para conceituar o que se entende por sintaxe do Portugués ou de uma lingua qual- quer, podemos comecar pela observacio de que a linguagem humana pressupée a ca- pacidade de simbolizar, isto é, a competéncia de representar fatos ¢ eventos do mundo por meio de sinais convencionais, por meio de signos. Gracas a essa competéncia, somos capazes de criar imagens mentais das coisas, como um tipo de substituto apro- 48 sistema anglo de ensino ximado da realidade. Nem a lingua, nem qualquer outra forma de linguagem existiria sem a contribuigao dos signos. (Ver Livro-texto 1, 1? série, pag. 5, itens 2 e 3). Mas é preciso levar em conta um dado primordial: um repertorio de signos é ne- cessario para a constituicao de uma linguagem no formato da humana, mas nao é suficiente. Se dispuséssemos de apenas um estoque de palavras para representar as coisas e nao tivéssemos aprendido a combiné-las entre si, nossa linguagem seria infinitamente pobre, praticamente igual a dos demais animais dotados de certo tipo de linguagem. Cada signo representaria uma coisa distinta da outra e a lingua teria apenas a quantidade de significados correspondentes a cada signo. Sem a capacidade de combinar os signos entre si, o homem nao teria adquirido a capacidade de formar infinitas frases com infinitos significados. Em resumo: com signos, sem as regras para combiné-los, nao teriamos uma lingua tao eficiente e econédmica como a que temos: com um ntimero finito de pa- lavras, somos capazes de produzir infinitas frases diferentes umas das outras. Ora, as regras de combinacdo das palavras so exatamente aquilo que chama- mos de sintaxe. A propria palavra significa combinag¢ao. ¥ A sintaxe, pois, pode ser definida como: compartimento da gramatica que con- tém as regras de combinagao das palavras da lingua para a formagao de frases. Entendida como um t6pico dos estudos gramaticais, a sintaxe abrange tudo 0 que se refere A correlacao entre as palavras da frase e, também, entre as oracoes do periodo. 2 Sintaxe e economia Ja dissemos que um conjunto de palavras nao é suficiente para garantir o funcio- namento de um sistema de comunicgao tao versatil quanto a linguagem humana. Para compreender a utilidade da sintaxe e a fabulosa economia que as regras de combinagao produzem, vamos estabelecer algumas comparagoes. Muitos animais se comunicam entre si: as abelhas com certa danga, as formigas e outros insetos com o-atrito das antenas, as aves com piados ou cantos. Ja se conse- guiu com certos chimpanzés um tipo de comunicagao muito elabora- da, com cores e gestos. ensino médio ~ 28 série Certo tipo de golfinho produz 500 tipos de sons, diferentes entre si, por meio dos quais envia 500 mensagens distintas para os companheiros, indicando 0 local em que se encontram, fontes de alimento, auséncia ou presenga de perigo, convite para 0 acasala- mento etc. Com esses ruidos, passam informagGes até mais sofisticadas: se o alimento € abundante, se estéo comendo bem, se a comida € boa, se as aguas esto limpas. (Ver An- tonio Houaiss. O que é a lingua. Sao Paulo, Editora Brasiliense, 1990. pag. 79). Com um pouco de fantasia, poderiamos dizer que essa espécie de golfinho pos- sui um léxico (um vocabuldrio) de 500 palavras, o que é um ntimero consideravel de signos diferentes. Mas, com esse numero, eles nao sao capazes de enviar mais do que 500 mensagens - 0 que é muito, em se falando de animais, mas é ridicula- mente insignificante, comparado-se com a linguagem humana. Toda a linguagem desses animais caberia apenas em quatro colunas de dicionério. Por que isso? Porque a “lingua” dos golfinhos e dos animais em geral nao possui sintaxe, nao possui regras de combinacao de dois ou mais signos para criar significados mais amplos. Em uma palavra, eles nao aprenderam a articular (a combinar) os signos de seu “idioma”. A sua linguagem é inarticulada, o que reduz consideravelmente a possibilidade de expressao de sua “lingua”. Imaginemos os gritos dos golfinhos representados por espectros de ondas sonoras, como nas ilustragdes a seguir: Ae Seguranca = _ (auséncia de perigo) O que os golfinhos nao sabem é combinar um grito com outro para formar uni- dades maiores. Eles nao sabem, por exemplo, fazer combinagées deste tipo: Ha alimento por iss estamos autores e ‘sistema anglo de ensino %

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