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Iná Eliasde Castro

:"Leiatambém:

e BrasilemPerspectiva
org.de Carlos Guilherme Mota

. Brasil, Terra de Contrastes


de Roger Bastide

Cangaceiros e Fanáticos
de Rui Facó

CapitalismoAutoritárioeCampesinato
- de Otávio Guilherme Velho
OMITODA BCESSIDADE.
- Discurso.eprática«do .
Os Deserdados da Terra n rdestino
de Margarida Maria Moura
sores do IUPERIJ, em especial de Sérgio Abranches, orien-
tador datese, de José Murilo de Carvalhoe de Olavo Brasil
e Lima Júnior. '
No Nordeste e em Brasília muitos colaboraram com
documentos e esclarecimentos sobre a elite política regio-
nal. A todos meu agradecimento pela riquezadas infúrmações
famnecidasearessalvademinhainteiraresponsabilidade pelo uso
e interpretação que fiz delas.

INTRODUÇÃO

“ O processo de ocupação econstrução do espaço pelos


grupossociais nos diversos Estados-Nações tem engendra:
do importantesdiferenciações internas nosseus territó-
rios;sejam -elas econômicas,sociais ou culturais:: Estas
diferenças,quando conscientizadas;tendema gerarconfli-
tos que-não-mais podem ser descartados:das
s articulações
políticas práticas.oudas-reflexõesteóricas: aii
-Asvregiões,: percebidas:comoespaços:; geográficosÊ
constituem,narealidade,territóriosdiferenciadoseinter-
“ligadospor: importantes;fluxos:demográficos, econômicos.
“e de poder. Aarticulaçãoregional pode sermaisoumenos
equilibrada: Quanto-menos; maioresos-conflitos:;Maiores
conflitos:“ameaçamaintegridade doEstado:e:impõem-lhe
a necessidade: de intervenção:Portanto;: a mobilização.
regional; qualquer que seja.oseu:caráter,tem: claras im-
plicaçõesparaosistemapolítico..«...: Roo
» Numaeconomia de mercado,«de:competição histórica-
menteimperfeita;osistema político évisto comoo veículo,
legítimo: das aspirações:ereivindicações regionais: Sob.
estaótica, apresença-de.umaatividade política:regional;:

já 15
mesmofraca, é percebidacomo o únicomeio capaz de obter manecerampouco: alteradas: Esta situação coloca: uma
decisões favoráveisa grupos sociais.localizados em regiões questão mais geral, ou seja, aquela: dos: processos que
específicas. Portanto, o sistemapolítico possui uma dimen- definemritmos-é profundidade: de mudanças econômicas
são vertical, que permeia a sociedadecom todos os seus e sociais, de-modo espacialmente: diferenciado. “Embora
conflitos, e uma dimensão horizontal, na qual grupos so- esta não seja umaquestãoespecífica para o trabalho,éF
ciais espacialmente |diferenciados também.competem en- certamente a questão maior:queo inspirou. -; :
tre si.: : ao -O:problemapesquisadorefere-se, em,particular,àas
NoBrasilas diferenciações físicas no meioo geográfico, estratégias daelitenordestinapara.preservar ostatusquo
naturalmente esperadas numa extensão territorial tão “politicamente.favorável. àé sua-posiçãona sociedade.Jocal.
grande, algumas vezés disfarçam, ou'confundem outras “Tomamosentãocomoponto departida aexistência deuma
diferenças. Estas, emboranãosendo caudatárias das va- eliteregional, icamente.benerta-dascondições
riações ambientais, terminam por induzir interpretações estruturais da região, :
de relações de causa e efeito, supervalorizando as limi-
tações ou as potencialidades da natureza sobre a qual o
homem se instala. As clivagens sócio-econômicas do terri- materializa na organizaçãodo.
patioeneê
regional..
tóriobrasileiro. devem,-então,ser interpretadas também ParaobterNAAS
analiticamente satisfatórias,op-
como um produtopolítico e comoumfatorda:política, pois,
emisendo o espaço-nacional organizadoeconstruídohistó-
rica-€politicamente, as 'condições'particulares doespaço
pressupõem um-sistema' político regionalizado, com:re-
laçõesinternaseexternasespecíficas: Desse modo,as
disparidades espaciais devemser abordadascomo sujeito
e: objeto: de: decisões: políticas:-Emoutras-palavras, os
desníveisregionaissãoconsequência de açõespolíticase
ao mesmo tempo impõemdecisões políticas; tanto na-esfe-
raregional 'como-nacional:Portanto;uma'abordagem'do centro. EESÓRIOede Sedenopaís,' esisçatiisÉ com
sistemapolítico:brasileiro'que'privilegie'apolíticaregio- algumas indagações relativas ao contextomais amplo em.
nal, sua'relação:coma política:central:e suaarticulação que-seinserem asrelaçõescentro-periferia.'Primeiro, em
como sistemasócio-econômicolocale nacional;pode'ser. se aceitando 4importânciadas elites nas'“determinações
bastanteprofícuae enriquecedoradas análisesjáfeitas; dasdecisões e ações“políticas, seriaválidosupóraelitede
como tambémindicadora denovoscaminhos: : uma região pobre como desprovida de'peso'político?
“Comrelação-àRegião:Nordeste,umaanálise das “Em'segundo, comrelação às condições”econômico-
características sociais eeconômicasindicaque;apesarda sociais desvantajosasda periferia,seriaesta desvantagem
modernizaçãoe do avanço de setoresda economia regional uma-disfunção apenas dosistemaeconômico? Qual'o papel
nasúltimas:décadas,suasquestõessociais-epolíticasper- do sistema social, levando-se em conta que a'pobrezaregio-
16 17
nal-nãoé: vivida igualmente portodas.as:classes sociais
s “o Para a análise específica da Região Nordeste, ainves-
que habitam a;região? siso deseo DÉO tigaçãodefiniu-se-apartirde algunspontos:Em-primeiro
Finalmente, seoyecrutamênto odae elite polítican
nacio- lugar,há que sesuperaralgumas proposições consagradas
nal éfeito:"nas diferentes regioes-do território,é possível pelo uso, como a de trabalhar intelectualmente a Região
que aelite periférica também participe do;poder central eé Nordeste.como se esta-fosse uma questão:Na realidade,a
consequentemente das suas decisões?- : :
“Independente dasrespostasque possam serdadas a elites,sendo:oespaçóregionalinordestino organizadocomo
essas: questões,algumas constatações empíricas:“podem “Suporte aesse poder.Assim,a questão nordestina é uma
indicarcaminhos )paraa formulaçãode' argumentos rela- falsa questãoe deve serdeslocadadaregiãopara o espaço
tivos aos limites dearbítrio daperiferia nas suas relações político “historicamente: ocupado:por suas elites. Neste
com'ocentro. Assim,o centrodo: poder econômiconãoé, ponto estabelecemos queaceitar o Nordeste«comoquestão
necessariamente; ocentrode poder político; orecrutamen- - élegitimar discurso da.elite: egional,e eportanto.signifi-
todeelitesnap riferiaé também importante na composi- = cativo da-vitória. de-sua:estratégia:ideológica:
çãodaelitedirigente;1nemtodaação políticaredunda em . “Em. segundo, trata-se de identificarotegionalismo.
desenvolvimentismo,ouseja, o desenvolvimento.econômi- nordestinocomo umaconstrução intelectual-de suaselites
co esocial, nos moldes propostospelospaísesocidentais, conservadoras. Este regionalismotransparece naapro-
não é“questãoobrigatoriamente presente na Pauta das priação ideológica daregião-como uma questão-que deve
decisões políticas; o processo de conservação do poder ser nacionalmente equacionada, sendo utilizado com: su-
cesso. como elemento; de barganha nos pactos e alianças
po ítico regional.desen olye suas própriasà gras,nem
políticas com o govérno central. Esta busca de alianças
apoiadas na-identidade regional “nortista”é antiga e foi
analisada porPandolfi;1que ressaltou.o objetivo deabrir
espaço-político,através dessas: alianças,na:estrutura de
poder do Estado,-sendo esta prática fruto da'consciência
de que isoladamenteos estados. pobres não tinhamrele-
vância política: Oconcerto regional-era-orquestrado: por
Estas.questões.e, suposiçõe definem.a região«como Pernambuco, quearticulava os seus.interesseseasua área
território tambémpolíticoenão apenasfísicoou.econômi- de influência? .-
ee iris ; eres ro si eo are
co..Esta.interpretaçãopossibilita. compreender o peso«do Em terceiro, é.supostoq
que o:Nordesteinstitucional
regionalismo na,construção deumprojeto. político,nacio- foi. delineado por-umaelaboração regionalistapreexis-
nal, e remeteéas.considerações.políticas questões sobre as tente:Comoaidéia-de regiãoantecede ade-regionalismo,
maneiras.pelas. quais as:clivagens. sócio-econômicas (ou trata-sede iralém.dadiscussão sobre:avalidadeounão
disparidades regionais) podem.. redefinir. aquele projeto, “do.Nordeste como:região«etentar compreenderas:;formas
quando: as injustiças, espaciais;conseguem s« e:impor.e
como de»manifestação. do seu regit nalismo,de caráterreivindi-
questão.política... catório; extrativo: e conservador: rio
18 19
“ Assim;a partir dainfluência das elites na formação Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco e Alagoas. Essa
social, em geral, ena Região Nordeste,em particular, e da seleçãonão é arbitrária. Estes estados, depequena exten-
importância da:política-no espaço regional, é possível são, possuíam, em 1985;21,3:milhõesde:habitantes,que
defini o argumentocentraldainvestigação:Aa representavam55% da populaçãoda regiãoe 16%do total
- do país:Em termos deárea:ocupada, 'o conjunto abrange
26% daregião-e 4,8%:do país. Este:étambém o espaço
regional maisfragmentadoem-termos de unidadespolíticas.
preservaçãotem sido possívelpela aliançadaelitereiional “Do ponto de-vista: do domínio político;neste conjunto
comacentral, quesubstanciáuma barganhapara apoio são encontrados:os'subespaços,cujas elitespossuemtra-
mútuo, mais doque uma-relação de cooptação. Essa alian- diçãode participaçãopolíticano Governo Federal;como as
ça,por sua-vez,estabelece as condições para:apreservação . - do nordesteaçucareirona' Zona da Matae-os-nordestes
daestruturapolítica: e social: que, emnão sendoalterada, algodoeiró-e pecuáriono'Sertão. Encontram-se, portanto,
mantém o equilíbrio de: forças na: Região. Emsíntese, a - nestes seis-estados, elitespolíticas:representativas das
hipótese:do trabalhoé queapermanência|das'condições forças sociaismais-atuantes'no contextoregional;-cujos
“estruturais da: Região Nordeste é possi el-pelaconserva: modosdeação-conferemsignificado:aoconjunto que«com-
são!históricadesua«elite:noopoder,utilizando:comorecur- preende a Região Nordesteoficialmentedefinida. -
sos de preservaçãouumarelação dettrocade concessões com -Embora-o: cenário da: pesquisa;seja delineado:Pelo
opodercentral. - ALE CLQEDADINO, Cs grd ES boss ves regiohalisionordestino;:umbalizamento'dos:percursos
: Comose trata:xdo espaço:nordestino, o suposto é que metodológicos passa, necessariamente, pela compreensão
apolítica,enquanto institucionalização do poderdeclasse, da região; enquantobase territorial para a expressãodo
tem-sido domínio daeliteconservadora. Esta; atravésda fato político. Como não há regionalismo sem:um-substrato
sua: prática,preserva a posição: de.classe dirigente;pela | regional,a-conexão entreestesconceitos é necessária, daí
participação: nacoalizãode-poder nacional,mantendoas- a discussão de ambos anteceder aexposição: domodelo: de
simsua posiçãode classe dominantenaescalaregional. A “análise, que definiuos elementos quenortearam-tantoos
fundamentação conceitual,nesse caso;-encontra--senas levantamentos empérico como a: à interpretação dos:seus
elaboraçõesreferentes àdimensão regional doexercício da resultados.:: ais as E
política;o que conduza-compreensãodo:regionalismo eao «Os dados«que: informar sobre.estesegicnalismof to-
seu papel, tanto naorganização do espaço regional,como ram n extraídosdo-conteúdo:temático-de 476 discursos :pro-
no direcionamentodapolítica.nacional. sor fis, feridos por: 84:Deputados» Federais"entre: 1946. e 1985.
“A: região. de interesseparaa pesquisaé a'“que consi- Organizadas as informações, ficou clara; ainfluência da
deraidos!comoum'“espaço-vivido” nordestino.Apesar:de elite. econômica regional na condução dos interesses poli-
menor:do:“que o Nordeste: oficialmentedelimitado, é um - ticos;«aimportância dos. laços: de lealdade com o:poder
espaço representativo da imagem:Projetada, tanto:regio- central eos:fluxos: de recursosque eles garantem...
nal'como nacionalmente; da Região:Aárea proposta:para. «Alguns: problemas;são-evidentes:na:utilização desse
oestudo se estende do CearáatéSergipe,inclúindo o Rio: material de pesquisa. O maisgraveestá no risco desubje-
20 21
tividadenaanálise:Arsua redução aumnível:maiscom- pacial: nacional, estadual, municipal e regional. No capí-
pativel:comuma-investigaçãoacadêmica: foi obtida .me- tulo 5 são analisados os temas centrais dos discursos e, no
diante-criteriosa:identificaçãodaestrutura-temáticados capítulo 6, as suas abordagens, ou seja, as proposições
discursosé pelaeliminação:preliminar daquelessem:cla- relativas aos temas.
reza-dos:seus:objetivos-e-proposições:A: quantificação e Finalmente, no sétimo capítulo são explicitados os
posterior análise'dosresultados-indicaram'que os discur- textos dos discursos mais significativos para os argumen-
sosdeparlamentares,apesar das dificuldadesiinerentes-à tos propostos, como recurso de discussão do conservadoris-
sua'natureza; são um-recurso empíricocom forte conteúdo mo da elite regional e das coalizões extrativas que lhes
explicativoparaà 'conipreensão:de dimensõesespecificas garantem os retornos de sua performance política. À partir
do
omegiorialismo.es; : ATE Fusios sie desse ponto, são encaminhadas a: s conclusões da pesquisa
“=A-apresentação dos resultados:de todasaas:etapas da realizada.
pesquisa foi organizada em»sete: capítulos. -O-primeiro
contém: os elementos:maisgerais: da investigação consti- Notas
tuídos'pelos substratos teórico -e-empírico:A discussão
sobre a regiãoeo regionalismo;teérritório:emodo:de: ação 1. PANDOLFI (1980).
-2.. FREYRE (1976), o Manifesto Regionalista é exemplar do conteúdo
política, respectivamente;indicamos requisitos: concei- do regionalismo nordestino eda sua condução ideológica pela elite
tuaispara'aelaboraçãodomodelo de pesquisa—adaptado pernambucana.
“ do desenvolvido:porSidney Tarrow3 em trabalho sobre as 3. TARROW (1977).
relações: centro-periferia na:Itália e-na: França;com as
devidas-adequações para oregionalisio nordestino-— e
dos procedimentos'empíricos: “00 cost uno
“= “Nosegundo e'terceiro capítulos, o Nordesteééo otema
central. Sãoapresentadas; no segundo;as principais pers-
pectivas:daelite regional'sobre:aregiãoe:a imagem por
elaprojetada nacionalmente;compondo o cenário delinea-
do, historicamente, pela sua ideologia; a estruturasócio-
econômicaregional; suasmudançaseresistênciasforjadas
pelas:relações sociaisé analisadanoterceiro:capítulo.:
s capítulos 4; 5:e6 sãocompostospelasinformações
relativas aoconteúdo temático dosdiscursos de parlamen-
tares;além-deoutrasnecessáriasàsuainterpretação. O
quartocapítulo apresenta: ediscute o perfil-sócio-político
da eliteestudadae seus.espaçosde interesse;ou seja, as
referênciasespaciais de'seus' pronunciamentos; que se
desdobram-emquatro-escalas:básicas: deabrangência 'es-
22 23
PRIMEIRA PARTE

RE-VENDO A
REGIÃO NORDESTE
“REGIÃO,RECIONALISMOE
MODELO:DE ANÁLISE |

Tomanãos como potito de partida: dá diisnsão térri-


torial:dasrelações: sociais a concepção de mediação do
espaço je o componente de responsabilidade|e influência
dosconceitosde elite. Essaperspectivaé importantepor

capítulo, definiremos o conceito de elitenanoà in-


vestigação. Como ponto de partida dos pressupostos elitis-
tas, está a aceitação da assimetria nas relações sociais,
sejam de caráter político ou econômico. Portanto, traba-
lhar empiricamente com o conceito de elite significa traba-
21
Jhar teoricamente com diferenças sociais, ou seja, com “a Região- dah º
níveis hierárquicos de poder na sociedade. Como relações -—-territóriode ação polreiaa:=.
sociais assimétricas são conformadas pela distribuição
“desigual do poder econômicoe de poder político, o conceito Como:não há regionalismo:sem| substratoregional,a so)
. de elite contém, implicitamente, uma qualificação de po-: compreensão,doprimeiro supõeanecessidade de discutir
- der, no qual o político e o econômico interagem e se refor-
.e conceituar |a região, enquanto.base territorial para a,
-çcam.! Portanto, por definição, elite pressupõe poder e
expressão do fato político. Aanálise.do“espaço.“regional
“influência, donde responsabilidade pelos resultados de
pressupõe,então,o
OCconhecimento doespaçocomoum:nível.
suas decisões e ações. Como uma rígida conceituação de
elite obrigaria a uma longa argumentação, para os objeti- -de.
legeneralização.maior, ou seja,como.oproduto.da.trans-
vosda pesquisa o alcance básico do conceito refere-se à formação.da-natureza pelo.trabalho social. Essa “segunda o
.classequedispõe, em um. dado'momento-histórico, dos natureza”: ounatureza:transformada. constitui.O.espaço
meios de acelerar,ou geográfico,pois,como:“afirmaHenriLefebvre,: cada.socie-
social. RÉ A a rÊ - o dade.produz umespaço, o. seu””2 Esteespaçodeve ser
Desse modo, o conceito de elite, que se traduz como pensado a partir do seuconteúdo material e social, ouseja;
« grupo de atores distinguidos numa formação social, possi- como materialização do processo-histórico: Na realidade;
«bilita evidenciar o papel desses no sistema econômico e na a:produção”se concretiza sobreuma”base territorial, e
direção políticaregional. Este papel que se materializa na assume: uma:formacaracterística Tomadas: individual-
elaboração. dasestratégias de controle, direcionamento e mente;as formasgeográficas!representammodos de pro-
conservação da ordemreduz.a.“opacidade.essencial do dução, ou:um de seusmomentos históriadesses modos
«conceito. Emse tratando, porém, de umEstado-Naçãoque é,aa história.da suce o dasformasé iada a
“seapóia!necessariamente numa,base.territorial, diferenci-
“ada emseu conteúdo pelas,relações:sociais:espacialmente
* diferenciadas, a elite é também regionalizada. Ássim,.as
forças.quese nfrentampara a-composiçãs do. domíniona

um condicionanteinescapável«dessas. relações«edasiino-
vaçõesque,elas,propõem. A.dimensão territorialé é, então,
“continente-do, ocial, umavez queseus limites são. estabe-” 8
lecidos, pela.sociedade. que o-«ocupa. Assim, o:território.é
uma- unidadegeográfica, 'mas:-é também'umaunidade-
social. e uma unidade:política.JPodemos. falar então em
espaço-territorial, que constitui um sistemadeestruturas
tanto sociais comoespaciais,estabelecido: através:daação
humana:sobre anatureza. Cv siso
28 29
Porém, como o acontecer sobre o espaço não é homo- pontos. de partida para uma:análise regional, tendo em
/ gêneo (ea perspectivaestruturalsubentendea dinâmica Ho
identidade.territorialqueeconsideramos.fundamen-,
| do processo sócio-espacial),a noção de subespaço(lugar, “talao conceito de região. rios ego
* área, região) se impõe mediantea categoria da escala, ou “Abrimosum:parêntesis: para.esclarecer, maisuma
seja, à noçãode fração do espaço dentrodo,espaço total.4 vez; que não se trata de ighorar as-mediações das relações
“Assim, no paradigmado espaçoversus te itório, a sociais; mastrata-se, sim, de identificar: as bases sobre as
“região” constitui umníve deanálise do t , quais estas médiaçõessão estabelecidas.Fechamos parên-
tabelecido não de forma. arbitrária, mas,ao contrário, tesis reafirmandoque;as. sociedades: compõem o: espaço e
«significativodoacontecerparticulardc fato socialtotal, se tornam, muitás.vezes, presas dele:
Fe lenemá-io é,nomíni-
é
definidopelolugar em queele ocorre. região,portanto, mo;
, imprudente. 11 Res sito rerieção eae Foro
é escala”sócio-espacial, quepossui uma especificidade fun- “É preciso reconhecerque.o:éspáço, em:sendo:a:morada
“ cional, definidanosprocessossociais, quecondicionam e dohomem, estabelece:com-ele-seus.laços:Na realidade,
sãocondicionadospor espaçosdiferenciados. FD apesarda agilidade e mobilidadedo indivíduo e dasfacili-
A diferenciação espacial define-sena:identidade: que dadese induçõesao deslocamento, provocadas pelasimpo-
se realiza: nas relações homem/meio; emseu nível'mais sições da'necessidade .de: reprodução. e: acumulação:do
elementar. Assim,/arelação dohomemcomo espaçoque o capital, as facilidades demudançanão:devem:mascarara
cerca pode.ser interpretada como um: arquétipo, como um normarelativa,masreal, de fixidez, segundo a:qual. os
elemento essencialda estrutura psicológica doindivíduo. - grupos e-as massas humanas estão enraizadasnosolo:
“Emsua PoéticadoEspaço,Bachelarddesvenda“os valores “Um gruposó se desenraíza pelo impulso:irresistível. de
“doespaço|habitado”,“onão-eu que protegeoeu”.8Oespaço umacrise demorte,de misória eu fome, ou, emSonsequiên:
de suas.reflexõesééacasa, é“aconcha poteiarase criadora ciaa de medidas,políticasteiz

numa
maperspectiva da análiseespacialas
Passamosà
dosespaços deposse, es "ças adve
espaços amados”.”oestudo de Bachelard estápotado
cepção: eadas.dife enças.encontradas a an
daterra. Porém,se a: percepção.“das. diferenças. parece
clara,a sua delimitação tem sido questionável. Alémdisso,
-a ampliação,das relações econômicas, sociaise políticasem
pelasrelações sociais, estabelece--seum“elo afetivoentre escala mundial indica que: o “conteúdo” da regiãoé cada
apessoa eo-lugar ou“ambiente físico”:9:Essarelaçãoé vez-mais complexo; que a-sua:«explicação não pode se
suficientemente forte para afetaraestruturapsicológica limitar2a-aparência, pois-se encontra;emparte,foradela;”
doindivíduo(Bachelard propõe;inclusive, uma “topoaná- e que asdificuldadesde.delimitar a regiãode formanão ,
lise”,comoum “estudo psicológico sistemático-dos lugares arbitrária, e:capaz de traçaroslimites de uma:especifici-
físicos da nossa vida íntima)”,10..e: deve:estabelecer: os dadesócio-espacial,pareêcem-terseampliado. Apesardis-
30. 31
m

“so, aescalaregional de análise continua sendo largamente Ásregião é, portanto,concreta, observável.edelimitável,


» utilizada, e a região permanece:como uma: escala de aná- Como qualquer segmentodo espaço,aregiãoé dinâmica,
lise deinegável valor heurístico. historicamenteconstruída;einterage.com-oo-todo-social-e:
“Comonossa:questão central épolítica,porém contex- territorial.
Po:Portanto,
s suas características internas são de.
tualizada no:espaço regional, é necessárioestabelecero terminadas e,determinantes. destainteração.:
“conceito de regiãoquepossibilite-um recorte seguro para -Analisadacomoum:subsistema: espacial; fica claro
-a análise do-fato político de base regiona : “que, apesar das relações:com;o sistema: maior, aregião.
é produzidopela sociedade;aregiãoé o espaço“da socie- possui relações interhas autônomas, que lhe conferem um.
dade local; em interação com' a: sociedade:global, porém caráter próprio e diferenciado. Ainda; enquanto constru-
“configurando- se de forma diferenciada.A região'é jus- ção espacial, a região: éa: concretizaçãodos: processos
“tamente aexpressão das diferenciaçõesdo processo.deprodu- sociais ee incorpora a suadinâmica.Essessprocessos,enten-
“ ção doespaço;as diferenças se combinam, masépermanecem
, “comodiferenças.14 sério o ; no . ral— sobre umabasenatural; estruturam em conjuntoa
a
Para estabelecer uma fundamentação adequada a construção do espaço emáreas geograficamente delimita-
|definiçãode região temos''que' começar-pelos laçosda. das; moldando suas peculiaridadese identificando-se com
sociedadecomseu espaço. Estes ampliam-sse, estreitam--se elas. Aimportânciade conceber à regiãocomo umelemen-
e-exprimem-se:“pelosdiferentes signos da:“paisagemJAs- to concreto, delimitável é dinâmico, com caráter particu-
sim,isolada'e coletivamente,o indivíduoidentifica-secom lar, mas aberta à influência externa, está emtorná-la um .
“o produtodasua: ação:transformadora: Estaação, porém, bj eto'de:pesquisa específico, com significação própria.PEA
“éécoletivaPortanto, oespaço deidentidade émaiordo que “Arégião,portanto;possuiuma dimensão"territoriale
* o espaço de contato imediato doindivíduo;:porque setrata uma:dimensão'social-que:interageme configuram uma
escalaparticular do:espaço. Em outras palavras, aregião
“de um espaçocoletivo. Nessecaso,a identidadeseestende
é oespaçovivido;ouseja; oespaço dasrelações sociais thais
até ondevai a identidade coletiva.1.Queremos dizer quehá,
imediatas e da'identidade cultural. dos
emtermos' de relação homem/meio,“dois níveisderiden-
“cArregião é uma estrutura: espacial complexa;ée-sua
tidade,umimediato, ou primário, “estruturadoindividu- definição, enquanto escala-espacial;:parece consistente.
almente, que podemos<chamar de topofilia; é outro estruturado Mas como: delimitá-la? O. espaço geográfico incorpora-os
coletivamente, na dinâmicadas relaçõessociais; queca- tempos da-natureza e das sociedades; não hácortesbrus- .
“racterizaria um:espaçodevivência mais ampla, confor- cos em seuinterior; e:as diferenças vão-se delineando
+ mandouma identidade espacialmentemaior, que Seriaa progressivamente. Esta é entãouma questão semsolução *
regiãols s Palrndeo Per rios :
empírica.16 Assim,
/ emboraafundamental,adelimitaçãoda
A região é;centãoyuma:fração estruturada do territó- regiãojamaispoderáse serrígida;pelaprópria-dinâmicado,
rió::Por: constituir uma-estrutura, a região possui uma espaçoepela dificuldade de.segmentar, linearmente sua,
identidade que permite diferenciá-lado seuentorno. Essa complexidade. scenes
“personalidade: regional” possibilita a: sua“delimitação a “Apartirdeste ponto surge uma nova,
a questão relativa
“partir da:compreensão daespecificidade queela contém. aadministração política do espaço. Os continentes encon-
32 33
tram-se subdivididos emEstados-Naçõesque; por sua vez, do espaço, cuja autonomia: é funcional à administração
sesubdividememdiferentes níveisadministrativos. Poli- territorial das decisõespolíticasquenecessi de insti-
ticamente,cadanível representa uma: abrangência: ter- tuições denívellocal e regional. Nosegundo, constituído
ritorial de:poder:“Esta abrangêncianão tem, a priori, pelafragmentaçãoterritorial dasociedade civil, os interes-
qualquer compromissoscom: aTegião; da formaccomo foi ses particularesmuitas vezes:confrontam-s
-se com aqueles
ditosda maioria. Arelaçãodesse nívelcomopoder central
mular: identidades regionais,“assimcomo for] á-las..Pode- nem.sempre aioprimeiro casoConfigura1um
.. iamos: dizerque:a região émodelada:pelas imposições
objetivas danatureza e da sociedade, ere:definida-pelas
= imposições-subjetivas-das- relações:de-poder:: Porém;a segundo,:ao contrári ineiionalinataocujocará-
região é um espaçovivido; ou'seja;é plasmada:pela-terri- ter conflitãosoé mais nítido porque, apesardeespacializado,
torialização: das relaçõessociais.-Sendoassim, seu ritmo se:engendranoconfronto-entre osinteresses particu-,
“ detransformação é mais:lento do que aquele das decisões lares dasociedadécivil e os interessesgeraisdasociedade
“do: poder político: Há, portanto, uma:superposição, no política. 1º:Poderíamos acrescentar que:no: primeiro caso
“território; deescalas de poder:àda-região de identidade temos:asregiõespolíticas-e nosegundoas de vivência-ou
territorialie a:daregião: definidapelaadmibisinação poli- de;identidadeterritorial. o oississ mo os eus ap Ts
“tica doterritório. 17 sioy sono “É “interessante:“verificar,que:estes, dois níveisnão
seis A organização política do território impõe,“portanto, são» necessariamente exclusivos, mas, ao contrário;podem ..
a percepção:deumanovaescalaregional-quepode incluir complementarse emascarar-se.mutuamente,dando leg
diferentes““regiõesdevivência”ousubdividi-las.Oarbítrio
fica:porconta das articulaçõesdo poderpolítico nagestão
“dos:EstadosNacionais, tendoemvista os tipos de questões.
políticas:suscitadas:por:identidade: “regionaisparticula-
» res. As “regiõespolíticas”, delineadasporinteressepolítico
administrativo;senão:sãosignificativasde um tipo'espe-
cíficodé identidade territorial, sãoimportantes porrevelar
; condições e!situaçõesparticulares derelaçõesentreespaço
epolítica;num.Plano: mais geral; e relações: entre:póder
central eterritório,num.plano mais restrito.18
. “Nestequadro,doisníveis parecemexistirno:território
“dos EstadosNacionais:aqueleadministrado:politicamen-
tépelopoder:central medianteos instrumentosde inter:
venção noespaço, eaquelescujosinteresses específicosse
«confrontam'com a tendência homogeneizadora:do poderdo “a
a partirde decisões « eum poder centralizado,
Estado: No primeiro;respaldadopela: sociedade política, éarticulam"novas escalas
no sentido;grarsciano dotermo,configura-seumadivisão territoriaisderelaçõessociais.
34
35
e

Regionalismo tas e de poder, essarepresentação é apropriada ereelabo-


— expressão política daregião— E radapela classe dominantequeconstrói; a partirdela, um «,
conjunto de idéias éconceitos que são reassimiladoscole-
tivamente comoideologia. Esta ideologia elaborada, por-
“ Partindo das acepções a ima, épossivel perceber a
tanto, a partir do substrato regional, comum fim específico,
Região Nordestecomo um espaço político-administrativo
constituiuma dimensãodo regionalismo, que sseé manifesta
que contémespaços.de:vivência (ou,sub-regiões), sem que
comoconsciência regional. Ev : CEO
haja contradições entre essasescalas. Desse modo, oo Nor-
Aconceituação de região comoespaço vivido e viven-
deste da SUDENE— — Superintendênciado Desenvolvimen-
ciado pela'ideologia remeteàdiscussão do regionalismo
to. do Nordeste-—, “embora considerado.por muitos uma
enquanto síntesede ambos: Este ponto já foi indicado
impostura, nãoéuma ficção, mas, pelo. contrário, é a
anteriormente e devéser aprofundado,pois,tomara Região
institucionalização dos interessescomuns.das lideranças
Nordestecomo objetodeanálise implica, necessariamente,
desses espaços,já historicamente projetadosatravés das percebê-la:apartir da complexaTelação entre espaço,iideo
imagens de Nordeste (mesmo quandose tratavadas “Pro-

E
logia epolítica. vás
víncias do Norte”). Ofato: de esseNordeste institucional “Nossa questão. central está referenciadaàa“elite:nor-
“ter se ampliado em relação ao real decorre mais do opor- destina”queimprimeumcaráter conservador à organiza-
tunismode outras eliderançes doqque da:sua
a artificialidade ção 'sócio-econômica:regional. “Porém, a Região Nordeste
não é um caso isolado, mas, aocontrário, constitui uma
situaçãoparadigmáticada importância daselites«conser-
para aatuação desórgãos de fomentobase ser, à primeira vadoras nas relações centro“periferia.22. irinepieoh
vista, confundida“comuma “regiãoplano”,20. cuja delimi- Aliteraturasobreas escolhas' boliticás nas relações
tação. é
aanã definida.para, a aplica ção de'uma centro-periferiaindica queo comportamento e as ópções
ideológicasdas elites: periféricas,*e suas relações com'as
elites centrais, são um componentefundamental'dos mo-
dos dearticulaçãoda políticaregional:Aselitesperiféricas
tantopodem estabeleceralianças como poder central, o.
que as tornade certo modobeneficiárias damarginalidade*t
econômica'oupolítica; oupodem'confrontar-se; namedida
em que” maior autonomia: lhestraz benefícios: maiores”
Nessecaso; o protesto de base regional vincula-“se neces-
sariamente”à-marginalidade econômica; mas podetam>
bém sera expressão dograú'de insatisfação: das elites
locaiscom'seu papel marginal nosistema político:
realidade.empírica,elafaz partedacconsciência socialeé “Diferentes modos de encaminhamentodas questões
uma representação, mas, porser tambémeespaço dedispu- regionais são encontrados naEuropa Ocidental, cujahis-
36 Br
tóriade:formação.e:consolidação.dos:Estados:Nacionais é havendo até aqueles: que neguem estasuposição): Nesse
asprópria; história dos-conflitos regionáis,.nos quais as sentido; no seupapel defacilitadorda expansão do capital,
questõessócio-econômicasestão subsumidas, e das manei- o Estadoapóia-senaseliteslocais; estabelecendo alianças ;:
rasmais violentas oumais sutis de colocá-lossob o controle ou cooptando-as: Estas, por sua vez,utilizam seu poderde ”
poder-centralizado: Re barganha para orientar, pelo menosemparte, as decisões *
»:2'Àpersistência,das questões:regionaisinduz, então,éa | segundo seusinteresses:Àaceitaçãodessa suposiçãoper- ,
veflexão sobre os recursos e a materializaçãoda expres- mite-visualizar tanto:úmgrau-dedeterminaçãono-poder ,
são-política-das:.clivagensaregionais.' Pareceevidente, em local; como:o pá essepoderno-esbo daidentidade
países: internamente diferenciados, que:os problemas ét- :» regional Este últimopontoé importante-porqueestabe-
= nicose:culturaissão recursoseficientes:-para “tornar visi- lece:umelo 'entre:oprocesso: de construção: regional, ou
veis osconflitos desencadeadosporumpodereconômicoe seja, deestruturação doseuespaço;eoprocessode:decisão
"políticodesigual, não' sendo; emsi;“desencadeadores'des- : dass elites, de caráternitidamente político.25. 3» <» oiro
sesiconflitos. Em contrapartida, naausênciadediferenças = O-espaço territorial: pode:ser: interpretado, então,
étnicas e culturais marcantes e na presençade desigual- o comoproduto:das relações complexasentreaprodução; as
dadesregionais:importantes,|surge.naturalmente-a in- intervenções do Estado e as heranças espaciais de'modos
dagação-sobre;quais: seriam..osrecursos possíveis de de:produçãoanteriores.26 É:possível-afirmar.também que
mobilização, capazesde. conduziroo:descontentamento réê-
gional paraa arena.políticanacional.. posições le.uma.aclasse.dominante:local, na procurade
Comoavançodo:capitalismo:eoaprofundamento das a expandir suap
própriabase material fé/eno uso do controle
desigualdades regionais: criou-se-umfato político novo, sobre aadministraçãolocal-para-alcançar-seusfins:(por-
diretamente vinculado: à-questão dadistribuiçãoterrito- - , tanto), as classes dominantes desenvolvem formas decontrole
“rial das benesses dodesenvolvimento econômico,queexige político: apropriado: a: seus: interesses-econômicos:(e:de
“respostas, específicas. Narealidade, onde recursosescas- | poder), tanto que-uma' região toma umaspectospolítico
sossãodistribuídosdesigualmentepeloterritório, asre- , peculiar quando'comparada com:outras”.27; As-caracte-
giõesprejudicadas tendemapressionarpara a redistribuição, ui rísticas-regionaisreferem-se, então; a uma'tendênciahis-
enquantoas:mais ricas resistem:ou:ignoram. oproblema. e tórica-patrocinadapelosinteresses-localmente dominantes
Seja: qual-foro.suporteà mobilização, é-certo:que, onde ! —='família, religião, “política e: empreendimentos: no
demandas'de baseterritorial)permanecem nãoresolvidas, : sentido de favorecer práticas compatíveis,:etornar-separte
existeapossibilidadederuptura política.24.. ae 1 da mesma estrutura:de:percepção: cultural.Por
«À abordagem dessaquestão medianteascondiçõesda 4 própriaidentidaderegionalé influenciadapelo:compórta-.
acumulaçãoéé importante portrazerao plano:analítico, de 4 mentodassuaselitesemrelaçãoéàprópria região,-ao poder
modo. obviamente não;intencional,a;necessidade. do su- “cen soutras regiões. Ens atu
porte das:burguesias locais à:tarefa,deremoção.de barrei- “A:partir do-expostoé“Possível estabelécer que a:aná-
ras;empreendida:peloEstado, paraa'expansãodocapital lisedadimensãopolíticado:confrontode interesses regió-
(embora. esta; não seja.a: preocupação dos.seus “teóricos, o nais aponta, necessariamente; paraaquestão do regionalismo.
38 39
Estedeve serentendido como a mobilização política de que poderá obter uma vitóriapolítica particular, o caráter
“grupos: dominantes numaregiãoem defesade interesses progressista ouconservador dos objetivos perseguidosde-
. específicos: frente aoutros grupos:dominantes: deoutras pende'dos interesses daqueles que aconduzem: Portanto,
“regiões ou ao próprio Estado. O regionalismo,portanto; é um umaelite. regional. conservadora, certamente,» imprimirá
- conceito eminentemente-político, vinculado, porém,aos este caráter assuas demandas. 29. a ent
interessesterritoriais. Desse modo;-as interpretações e Em nossos pressupostos a interação entre
« espaço e
análisesdo-regionalismoreferenciam-se, conceitualmen- política, numa relação em que cada um é simultaneamente
te, tanto-aotema da-participação: política, como: ao: da determinante e determinado, encontra-se subsumida na |
organização espacial:Em termos objetivos, o regionalismo prática dapolíticaregional nordestina. O regionalismo no :
- constituiaexpressão das relações políticasentre asregiões Nordeste é significativo da especificidade do caráter polí-
“ou destas como poder central, sempre quenessas relações tico das interações regionais do país, e.sua existência
haja opressãopolítica, econômicaoucultural. Assim, tanto advémtantodosfatoreshistóricos locais; como dassuas
aintervenção emanipulaçãopolíticas; comoa'base terri- relações comopoder centralizado noEstado. De umponto
torial; compoemàsduasdimensões:fundamentais do re- de vista sistêmico, esta política regionalistaééum subsis-
giónalismo28- ea Ca REREETTO
temado sistema políticonacional,o que pressupõe. tanto”
À mobilização regionalista éé, pois,«extremamente a independência dassuasarticulações locais+coma depen-;y
complexa e envolve tanto as forçassociaisno interior da dência diante de articulações extralocais. Regionalismo,
região,como a suaarticulação comopodercentralizado do portanto, supõe identificação e coesão internas e competi-
Estado. Oproduto-final desta dupla:articulaçãoémais jexte e padrões,preservação«ou obtenção”
facilmente materializado: mediante:rotulaçõesde lutas de condições maisvant osas. Assim,ocaráter r
específicas: Estas podem'ser étnicas, lingiiísticas-owreli- ta é “simultaneamente intrínseco e relativo. “Aceitando
giosas;emascaram o conjuntode causas e atores envolvi- essassuposições,“qualquer Estado-Nação, a não-ser que
dos, assim como:os interesseslatentes do regionalismo. . seuterritórioànãoapresente regiões estruturadase iden-
Alémdisso, na ausência de umfatorparticularde diferen- tificadas,Possuiú algum, nível de tensão regional, Jatente
ciação culturalcomo:bandeira delutapolítica;'as questões ou manifesto.
regionalistas ficamsendo-vistas: pelo-prisma-dos proble- “ Assim, ao sistema político cabe reduzir os conflitos,
mas setoriais, encontrando maiores obstáculos:para im- mantendo-se emníveis quenão ameacem a integridade
por-sena arena política. rrereraeros are rodaiitos territorial e a estabili de do Estado, pois, quando. ele
A-dificuldade de tornar visível:umacausaaregionslis- golpes ou as guerrascivis. Em
ta de caráter eminentemente sócio-econômico, sem um síntese, a análise doregionalismo implica “espacializar” O.
anteparo cultural:é, porém, agravada: quando-a própria sistemapolítico, buscando compreender suas s articulações


luta regional é opressora e envolve:a tentativa; por parte e interações horizontalmente: as ro vs
do:grupo;dominante-na região, de preservar sua posição » A'competição: regional encontra, teoricamente, 'o seu
de-poder:e-deexploração em'relação aos outros grupos. equilíbriono mercado políticono qual os princípiosdemo-
Como oregionalismo é mobilizado por um grupo particular cráticos da competiçãoeleitoral:constituém-o meio mais
Ce
40 41
legítimo, embora não: o único; para que-as:disputasse dominante”, que:se torna: mais: ou:-menos explorativa,
deflagrem:Nessa perspectiva são privilegiadasasrelações dependendo do-grau deestreitamento de seus laços com:o
das regiões como poder central eo poder debarganha que grupo econômico dominante e do grau-de sua integração
cada'umatenta. ampliar mediante a'mobilização regional comgrupossociais periféricos. no
para questões sensíveis, utilizando estratégiasPolíticasda '2) o:modelo de “Difusão:Isolamento”,; quee interpreta
representação. -SO reed = eepoms pu
a dinâmica daperiferiaem função da:acessibilidade ao
centro.e da suacapacidadedeabsorverinovações.Este
modelo permitiu a observaçãodeque;elites, administrati-
* Modelodepesquisa vas;“implementam. políticas. para,a-“periferiaatravés da.
lente simplificadora deum modelode :“hegemonia moral”,
A investigaçãodo papel d: dimensãopolítica na
n for- o qual.pode conflitarmaisou;menos profundamente com
maçãoregional nordestina apresenta algumas direções, os valorese interessesda periferia ;
impondo a priori uma escolha daquelas que se revelam
EBoinodeloda:“Burocracia e Integração Periférica”,
mais proveitosas. A que nos interessa trataa questão
que incorpora:os mecanismosburocráticosde ligaçãocen-
o regionalcomoresultadoda interação]políticaentreopoder
tro-periferia comouma: estrutura que provê serviços e
regulamentos mútuos, “através da “ação“de”fúncionários,
grupos 'de' interesses-e'“agentes territoriais:Enquanto os
dois modelosanteriores negligenciamo papeldaburocra-
cia:comoexpressãomais concreta do Estado:noSéculo XX,
neste modelo:aburocrácia; que surge para“racionalizar o
funcionamentodasociedade;cria em suadinâmica interna
umarede interpessoal deinteressese cumplicidadeentre
“os agentes.“territoriais"do Estado-é os notáveis do-nível
local. Assim;as relações: centro-periferia sãoreguladas
pelocentro“através da mesma estrutura organizacional
que provê um canal para aperiferia influenciar ocentro.
Além:disso;apolítica :central-pode:serredefinida-pelos
agentes periféricosdo Estadoemseucontato como público
da base. Outra: hipótese desse modelo refere-se ao apoio
Esse modelos:são:a
que os“notáveis” naperiferiaprestam'ao sistema de poder,
D o de “Dependência-Marginalidade”c “que» enfatiza o existente, nãoporque-ele seja'influenciado pela cumplici-
colonialismo-internoe os mecanismos deextração-do cen- dadecom'asuaequipe burocrática, mas peloapoio queeles
tro sobre:aperiferia. Desse modeloo autorextraiua pers- conferem aoseu conteúdopolítico,particularmenteseeles”
pectivadequeelites tentam construirúma “coerente coalizão partilham-a'-mesma-perspectiva ideológica da-elite-no
42, 43
poder: Ouseja;no desempenho da rede burocrática, há que naperiferia (do modelo da Burocracia e Integração Perifé-
considerar, também, os alinharneêntoé da elite local com:
« a
direçãopolítica central. -. ee o ATO Explicitandoas
as variáveis maissignificativas dosseu
modelo,temos: e PED o nono OL qu
- Naelaboração de seu modelo, Tairrow3lprocura inte-
grar:“elementosdessestrês modelos, tendo em vista a
DP Conteúdo da hegemoniamoral da elite,“ou seja; a
proeminênciadasligações dominantes entre o centro e a
orientação da elite política para aperiferia na economia
periferiae das relaçõesentre Estadoemercado. Assim,ele de mercado. Esta orientação pode assumirtrês formas:
extrai doprimeiro os argumentos relativos ao reforço dó equalização normativa; reformismotecnocrático «e welfare
Estado sobrea dominação do capital, do segundoà socia- distributivo.: ne : is
lização da periferia: comválores'modernos, 'oriundos' do No primeiro-caso; a:elite“assegura| igualdade: de
centro,e doterceiroaidentificaçãodos canais dedistribui- acesso à lei, à educação e àmobilidade;usualmente para
ção dos recursos do Estado para acomunidade local.Além fora;para as populações periféricas:No segundoaênfase
disso, foram identificadas três dimensõesfundamentais é na aplicação dos níveis: de-eficiência, concentraçãode
dasrelações periferia-centro, ouseja, a hegemonia,moral mercado: e:“competitividade a estasáreas: Noterceiro a
da eliteque conduz.aquelas relações;-acoalizão extrativa elitedistribui: benefícios aé periferia para compensár as
composta. por.“acordos. ealianças capazes de “ampliar.a extrações'do mercado. cuco voo
capacidadede.obtenção «de, recursos; e adistribuição,poli- Cada-tipo de «hegemoniamoral” da eliteimplica
tica. realizada. através dos.mecanismos institucionais.Es- uma:imagem daperiferiae uma ação:Assim, no primeiro,
tas três. dimensões, inerenteséasrelaçõesdaperiferia com a periferia é vista como potencialmenteprodutiva, desde
o centro,podemvariarseusefeitos combinados de acordo que-ela:possa:serliberada:dos entraves do baixo nível
com: o conteúdo;ideológico d« a.hegemonia!moral-daselites educacional;do:isolamento e daselites locais:tradicionais.
nocentro ena. periferia, a composição Horizontal.evertical No-segundo; os: reformadores tecnocráticos ressaltamo
“da-coalizão nopoder, tambémno centroe na periferia, de entraveao progresso representado pela]pouca'organização
acordocomosconstrangimentos e recursosque são obtidos da periferia, sugerindoações que' promovam:eficiente-
naburocraciado Estadoe na comunidade.para influenciar mente o seudesenvolvimentoeconômico.Àselitesorien-
a políticaparaaperiferia. eco CU bye au tadas para obem-estarvêema periferia como umterritório
Os elementos centrais do
o modelo deTarrowésão,àre- tutelado peloEstado,empregandotrabalhos públicos,jpro-
suinidamente:1) a hegemonia moraldocentro, ouseja, o gramas: de:segurança”'socialve amploacesso: socialaos
poder dedecisão e deinfluênciaideológicaéexercido pela benefícios:nas' áreas deprimidas. isa derarisa
elite central(do: modelo-de Difusão-Isolamento); 2):a im-
portância da coalizão nopoder, ou seja,ostipos de alianças “9Coalizão nopóder e ideologia da elite; ouseja; a
passíveis de:-seremarticuladas:(do modelo de Dependên- forma da: hegemonia moral'dominante'-em função: dos
cia-Marginalidade)e8) adistribuição de políticas,inter- fatoresdeterminantes da;orientação: dadecisão: da elite
pretadacomo'oproduto finaldas ações que sedesencadeiam sobreaperiferia,tais comoaforçada classe trabalhadora, .
da 45
ograudedesequilíbrio econômico: entre centro e:periferia ixracionalidades, que inevitavelmentese desenvolvem, fre-
eass migrações recentes para as cidades. : quentemente conduzemao desperdício derecursos'e cres-
“Algunspontosdevemser melhor definidos:Para cente sustentação para osburocratas,lado: alado-de seus
o autor, nas sociedades modernas, as alianças-possíveis supostos clientes.
tornam-se também mais complexas. Duas soluções podem Nossistemas burocráticos difusos há uma
a vulne-
emergir para'a elite:aquela que-sé apóia numa aliança vabilidadederivada do caráter dorecrutamento:noserviço
populistae outranuma aliançaprodutiva. Ambas assu- público, dos laços de cumplicidadee assistência mútua
mem;atransmissãodebenefícios: de ordem política do entre a: s forças políticas locais«eosfui ncionáriosdo Estado,
centro para:a periferia.A]primeira mediante uma:ampla apacidade dospartidos|locaisa utilizar«a confusão
política de bem-estar e a segunda através da utilizaçãodos
canaisburocráticosda: administraçãopública. -
RRtendênciapara umaououtrapolíticaéé também
afetada pelo:grau'de desequilíbrios:n nível: de: 'desen-
volvimento econômico“entre:'centroce: periferi .
maior ogap econômico; maior apóssibilidade-de as-cama-
das intermediáriase tradicionais'terem:sobrevivido na
periferia, influenciando decisõesque tendam aneitralizá-las. estabelecida dentrodo
diárioo ordenamento
ana
Então,O controle difuso,a falta dePeeespúblicosuuni-
158) Constrângimentos instituilichais naimplementa-
ção política, ou seja; a influênciaexercida-pela política da
periferiapara-nelaequilibrarásextrações de mercado:e
ampliaro-impacto: distributivodas: decisões: Assim, “a
questão é:sob-quearranjos:institucionais'a implementa-
çãodé políticas centrais serásuficientemente: ampliada 9 Impactos politicos, na,1 periferia,5que “podem:ser
paraproduzir benefíciostangíveis na periferia? Eras redistributivo, dirigista, extrativo ou clientelista.
Aanálise dasligaçõesorganizácionaisindicaque- «Asobservações;sobreasi deologias. daselites, so-
a:reimplieidade:entrefuncionários/doEstadoe seus repre: bre ascoalizões estratégicase sobre.as,ligaçõesinstitucio-
sentantesnaelitepolíticalocal:podeinfluenciar a'imple- nais.podem,ser combinadas num pologiahipotética de
mentação das políticas:do governocentral:Duassituações
são plausíveis: numa, quantomais integrado6sistema:de produtivaoou.populista,e.
» de acordo com ótipo de urocra-
controleterritorial, mais frequentemente as forças políti- cia;integrada ou-difusa.Emseu modelo 'Tarrow.identifica
cas:do topo:podem limitaro uso de: recursos:públicos às quatro-tipos: de impactos na periferia:1)redistributivo,
metas de:suasaliançasverticais: estratégicas; noutra,ao quandoháfortes ligaçõesinstitucionais e:a estratégia da
contrário; os sistemas-burocráticos-difusos não expandem eliteé populista;2)extrativo,quandoe.elitepolíticaapóia-
recursos:pará a-periferia:Nestecaso,'as-duúplicaçõesve se-numa:coalizão:produtiva-eos laços institucionais:são
46 47
fracos; 3)dirigista, quando a estratégia é produtiva e os intraregional. Ou seja, ogrupo dominantelocal articula-
laços institucionais são fortes; e, finalmente, 4) clientelis- se, regional e“nacionalmente, plasmando “caráter. es-
ta; quando: a: coalizão das elites é populista .eoss laços sencial das relações sociais e daorganização do espaço
regional, como. já foi explicitadona“discussão. anterior,
institucionais são fracos. Polo
sobre a região. .
5Estratégiasadaptativasdas elites políticas locais, | A escolha e adaptação do modelo descrito decorre
que variamcom0tipo.de impacto político, podendo ser tanto: dasinter-relações contidas no argumento-do traba-
tanto de ativismo administrativo, para capturar.recursos lho comodas possibilidades dedesdobrá-lo mediânte uma
do centro sob a.ideologia do governo local atuando como empiriacapaz de testar sua validade, enquanto enu iado
empresário; comoclientelista, numa estratésgia ad aptativa de umarealidadeconcreta. E :
daelite local,que, quando o controle burocrático é fraco, Partindo da percepção daregião como um obtida .
evitaexcessiva dependência. doEstadoe tenta ampliar a do sistema político nacional'e do egionalismo como: ex-
“parcel ida c minidadenos recursos públicos através de pressão das forças nela dominantes; “consideramos que:

sm
empreendimentos políticos. no algumas indicações do modelo de Taryow podem adequar-
* Éinteressanteverificar«que a periferiaéé vista como se à situação que nos interessa estudar;ou seja; as relações
caudatária das decisões do centro. Embora Tarrow tenha internas à periferia eas desta com o centro. A inversãoda
avançado«em,aplicar 0 poder de mediação+da elitepolí- ordem é proposital, e indica as condições particulares
dessa relação, pois partimos dasuposiçãode que a perife-
ria também dita suas regras, fazendo exigências emtroca4
do sseuapoio :aocentro.Nesse, sentido, ascaracterísticas

embora mais abrangente que os anteriores, também vêa-


»periferia comoumespaçoeconômico, social'e político de-
+ pendente do. centro, porém “com. criatividade suficiente
+ para” aproveitar, emseu:favor,situações” e mecanismos
+ determinados pelo cêntro: dada pio
“ “Comapoio-nos:ipressiipósiasoeem alguns”compo-
nehtescentraisdo modelode' Tarrow, tentamos esquema-
tizar: hipoteticamente os elementos que devem comporo
desenhoda'pesquisa que se pretende desenvolver. Primei- condições de subdesenvolvimento perene.devem.ser.rea “
ro; procuramos identificaros fatores mais gerais“dasca- valiadascomo um,resultado«perverso, da.Inisraçãoentre *
racterísticas: regionais.:Assim;:temos que: a: região é
produto-docaráterintelectual emoral-das suaselites,das
suas'instituições e das coalizõesdopoder, ao nivel inter e
48
FR) - PeOE POS. GRADUAÇÃO
EM GEOGRAFIA » BIBUOTERA
dade regional:Assim, temosacaracterização da periferia,
sua auto-imagem;suasestratégias de relaçãocomogover-
no central'e a-situação regional resultante. :
“No primeiro esquema'são:definidas as: condiçõesde
poder daelite. periférica, suas composições:horizontais é
verticais,na: própriaregião ecomo podercentral, e os
“Coalizões no: correlatospolíticos da suaação.“O pressupostoinicialé que .
nstitucionais 17 + Poder: o: estaelite, parapreservar-se,desenvolve: estratégias de»
articulação com o poder local'ecentral queimpedem alte.
rações:substantivas' no:quadro:das:elações!sociais:“que
Thes-dão: sustentação Assim;
CorrelatosPolíticos central:organizam-senessadire ão, sen 08) correlatos
políticos constituídospor.ações:imediatistas,.semefeitos
transformadores na estrutura da sociedaderegional.
io - Decisões des sic 05 + Decisões de ico
Caráter Social| o Caráter «coro
Poder daPeriferia, ComponentesHorizontais e
“ Verticais eCorréiaiosPoliticos-Hipoléticos :

Hegemónia moral daelite “Consery dora


Ligações dominantes .
Maiorênfase; A, E “Aliançapolíticacx
com'o
ao “centro
Definição da
pesa — cosbiRegião: pobre qUe essi ty
u necessita derecursos
Relação com. o
o Estado =, Obtenção de recursosde
r a

Coalizãovertical de elite urguesia localé fiadora


Mid '* dopodercentral
Coalizão horizontal - “Interesses:regionais -
Correlatos políticos Ações emergenciais, o
“versões
s imediatistas

- segundo esquemahipotético indica as possibilidades


central,utilizamosàs diisanBadiérosconceitos do modelo da periferiaemfunção das imágens eexpectativas estabéle-
desenvolvidoporSidney:Tarrow,“mais adequados àareali- cidascomrelação a elapor doistipos opostos dehegemonia
50 51
moral das elitespolíticas: Cadatipodefine;portanto, esco- ações, ou difusas, dominadaspor diferentes esferas buro-
lhas:diferenciadas:de:objetivosede ações:“Àperspectiva - “cráticas em diferentes níveis administrativos. A combina-
tecnocrática orienta'suas açõesno sentido de fortalecer os çãodos: dois-tipos -de-estratégias com: os dois tipos de
mecanismos: do-mercado, enquanto:aconservadora busca * ligações institucionaisproduz: quatro“tipos de impactos
desenvolver mecanismos decaptação de recursos,sem que... políticosdiferentes: Dirigista, cuja elite baseia seu poder
estes estejam comprometidos como retorno, sejanaexpan- na eficiência econômicaé dispõe de um aparato.burocráti-
sãodo sistema-produtivo, seja-nasua amortização. co, forte e centralizado. Paternalista,cujaelite“dispõe do
“ - O térceiro esquemarefere-seaos impactospolíticos na mesmo. aparato b ático centralizado, mas.busca evitar
periferia nordestinadecorrentes: dos' dois tiposbásicosde alterações nas relaçõessociais da: periferia,sendo o patérna-
ligações institucionais,edos doistipos básicos deestratégias lismo resultante danecessidade de reduzirosfocos deconfli-
decoalizãodas elites,propostasno.modelo de'Tarrow.Cada.
combinação resulta. numá:situaçãoespecífica paraaperife-
ria,comfortes implicaçõesnasua,estrutura sócio-econômica.
tagnante.quando.elites conservadoras atuam-em:conjunto
Tipoloio da Hegemonia Moral das. Elites Políticas . comligações institucionais difusas. Nesse,caso,tanto de-
«e suas Escolhas paraaPeriferia cisões. como-ações têm dificuldade de se: impor, havendo
o Reformismo Tecnocrático Conservadora possibilidades de estagnação, ou: mesmo decadência, das
atividades produtivas e deterioração das condiçõesssociais.
Imagem da |. Pobremente . “.. -— Carente de
periferia nat -orga zada No recursos na
Tmpactos Políticos na Periferia pela Força das.
Políticas -Cones tração e Assistencialismo,
“o “Ligações Institucionais e pelas'Estratégias or
típicas eficiência obras públicas caride CoalizãodasElites" Pufhdnaes
Mecanismos de“Competitividade “ Subsídiosà
crescimento” “produção
Benefício para Eliteeconômica, “Elite agrária
quem, “so classe média
Fo :
- tradicionale. |
“burocracia
“Ligações Institucionais
-“' centralizadas: “difusas .

As estratégias de coalizão das elites podem ser do tipo


tecnocrático, voltadas para a competitividade eexpansão ' Estratégias Tecnocrático/ “clientelista
da produção ou conservadoras, cujas açõesdefinem-se pela de Coalizão | Produtiva
“das Elites |: listas
preservação das posições de'poder.Às ligações institucio-
naispodem: ser centralizadas;apoiadasnuma-burocracia Conservadora
que:se-organiza'para-obter respostas eficientes: de suas
“52 53
grafia, tanto empírica como metodológica, sobre esta prática. Ver,
em especial, GRIGG (1970); BERRY (1968); FAISSOL(1978).
e 1. MOSCA. (1939);p;:150; na concepção. clássicadateória das:elites, 17. Sobre o conceito de escala como referência espacial, ver LACOSTE
isãodo poder-políticona sociedadeémuito clara: este é sempre (1977); BROECK (1982); GEORGE (1966). Quanto à idéia de
rerrogativa.de,um círculorestrito queimpõe decisõesao conjunto vivência, relaciona-se às situações ou hábitos de vida que caracte-
rizam relações pessoais mais imediatas, enquanto a de pertinência
vincula-se à condição de ser pertencente a uma escala de domínio,
8. “SANTOS (1979).utiliza asadiade matêrialidáde“queJP Sartre ou seja, de se fazer parte das mesmas relações institucionalizadas
“discute em Critique de la Raison'Dialé ique. Tomio: Théorie des de poder.
«"-EnsemblesPractiques, Paris,Galimard; 960. 18. MAUREL(1984); SADRAN (981); ROCARD (1981);RICQ (1983)
SANTOS.GusE: p: 176 si analisam o papel dos limites político-administrativos na configu-
ração do espaço regional.
19. CLAVAL (1979).
20. Estas são regiões que precisam :sêrdefinidas como jurisdições
políticas para o processo de decisões e ações do governo; no entanto,
a definição desse tipo de região não podeser descolada da realidade
dt casino:0sáidahd; mesmoquando retido e revivido pela imagi- regional do território (pelo menos em tese). Ver RICHARDSON
ação,é acampliaçãodo espaço:“dacasa.É a configuração derúm (1975), p. 226-227.
21. SILVEIRA (1984).
o vivido:além da concha protetora“É oé imagem
o símbolo ea
“sdavidaativaévariada”, p.204. :
"espaç 22. LINZ (1963); GRAMSCI (1977); MARRUSEN(1981).
9. TUAN.(1980), p. 5;(1978) (1988). Gab pv iis 28. LINZ e MIGUEL (1968) sobre as especificidades dos regionalismos
10. BACHELARD (1984), p. 202. na Espanha; HEIBERG (1982) sobre a questão basca; LOPES
11;-A-relação-sociedade-natureza-é-um-fato concreto que-se impôs (1982) sobre. a Galícia; FROGNIER discute o regionalismo na
desdeos primeiros temposaos“grupamenitoshumanos:À necessi- Bélgica; URWIN (1982) analisa as tensões entre o poder central
dade de; sobrevivência;“de início; e de:produção|e acumulação, “em Londres e as questões regionais da Escócia e de Gales; AAE-
ROBROT (1982); ROKKAN (1967) sobre a Noruega; SEILLER
transformando-a. Esta naturezátransformada pelotrabalho en-: (1977) sobre a Suíça e a Bélgica.
: contra-so rganizadadéacordo com a própria lógica das relações 24. URWIN(1982).
Sociais, que constituem os determinantes dessa transformação. 25. CARNEY (1980); LIPIETZ (1980); DAMETTEe, PONCET (1980)
"Esta é à dimensão mais importante dos estudos da moderna analisam apolítica regional sob o enfoque dateoria da acumulação;
geografia,'deonde'osseusteóricos vêm refletindo sobre uma teoria. HOLLAND (1972), (1976) sobre o papel do Estado nas questões
" doespaço. : regionais.
12. BRUNHES (1955); p.268; um clássico da Geografia Humana. - 26. LIPIETZ (1980).
18. Adiferenciação de área éa própria essência da questão geográfica,; 27. ROBERTS (1981), p. 10.
28. Umainteressante discussãoteórica do regionalismo e e suassarticu-
ou seja, da estruturação diferenciada do espaço. | |
14. LIPIETZ.(1980), p.:37:- lações políticas e espaciais é encontrada em MARKUSEN (198 D).
15. FREMONT (1980). ns 29. Op. cit.
16. Com aintrodução dos métodos quantitativosnna geografia; as“solu- 30. TARROW (1977).
81. Op.cit., p. 81-50.
o oda delimitação.region l foia classificação. A,
maclasse deárea,e a regionalização era
' basicamenteum exercício decluster analysis. Há uma vastabiblio-
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