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Prof. Dr.

Marcio Dias Santos


Parte 1 Neso, soro e ciclossilicatos Faculdade de Geologia / IG / UFPA
e-mail: marciodiasantos@gmail.com
1- INTRODUÇÃO
Os silicatos são a classe mineral mais importante pelas seguintes razões:
1) Abundância entre os minerais: cerca de 25% dos minerais conhecidos (mais de 2000) e em
torno de 40% dos minerais comuns (em torno de 300) são silicatos.
2) Papel dos silicatos nas rochas da crosta terrestre: a crosta terrestre é constituída
essencialmente de rochas ígneas e metamórficas e os minerais componentes destas rochas
são quase que totalmente silicatos (mais de 90%). Desse modo, pode-se dizer que, em termos
mineralógicos, os silicatos representam bem mais de 90% da crosta terrestre.
3) Interesse econômico: os solos, de onde retiramos nossos alimentos, são constituídos em
grande parte de silicatos. As matérias primas da indústria cerâmica são essencialmente
silicatos. Os materiais básicos da construção civil (pedra, tijolo, telha, concreto e vidro) são
silicatos ou derivados de silicatos.
4) Papel dos silicatos fora da terra: acredita-se que a lua e os outros planetas rochosos do sistema
solar, e provavelmente fora dele também, possuam crostas rochosas constituídas de silicatos
e óxidos muito semelhantes à da Terra.

2- COMPOSIÇÃO QUÍMICA E FÓRMULA GERAL DOS SILICATOS


A unidade básica de constituição dos silicatos é o tetraedro (SiO4) 4 que constitui um
grupo iônico mesodésmico, o que caracteriza os silicatos como compostos polimerizados e não
como oxissais. Tetraedro (SiO4) 4
NCSi = 4 VeSi = 4 ÷ 4 = 1 (SiO4) 4
VSi = 4 VeSi = VO /2
Silicatos:
mineral mesodésmico
(composto polimerizado)

Vista lateral Vista superior


Ligação Si−O ⇒ 50% iônica e 50% covalente

Fórmula geral dos silicatos: XmYn(ZpOq)Wr


Z são cátions pequenos altamente carregados (Si 4, Al 3), em coordenação tetraédrica (4) com
o oxigênio (O); X são cátions grandes fracamente carregados (Ca 2, Na , K ), em coordenação
cúbica (8) ou mais elevada com o oxigênio; Y são cátions médios, bi a tetravalentes (Mg 2, Fe 2,
Fe 3, Mn 2, Al 3, Ti 4), em coordenação octaédrica (6) com o oxigênio; W são grupos aniônicos
como a hidroxila (OH) , F e Cl . Os índices p e q dependem do grau de polarização da estrutura,
enquanto que os índices m, n e r dependem das condições de neutralidade elétrica do mineral.
Se a crosta terrestre é constituída essencialmente de silicatos, deve haver uma
correspondência entre a composição química das rochas da crosta e a dos silicatos, ou seja, os
elementos químicos que compõem as rochas da crosta (maiores e menores) são basicamente os
mesmos que formam os silicatos, conforme mostrado na tabela abaixo. Em alguns silicatos mais
raros ocorrem alguns elementos traços que não ocorrem nas rochas comuns, tais como Li, Be,
Zr, Cr, Zn, Cu, F e B que ocorrem em ambientes específicos, favoráveis a concentrações
metálicas.
1
Tabela 1- Teores médios dos elementos maiores e menores na crosta terrestre, recalculados para 100 %,
segundo Wedephol (1969).

% Peso P.M % Peso % Átomo % Volume P.A °)


R.I (A
O 47,76 61,82 89,13 15,9994 1,36
SiO2 66,23 60,0848 Si 30,96 22,83 0,59 28,086 0,26
Al2O3 14,86 101,9612 Al 7,86 6,03 0,90 26,9815 0,54
Fe2O3 1,50 159,6922 Fe+3 1,05 0,39 0,06 55,847 0,65
FeO 2,99 71,8464 Fe+2 2,32 0,86 0,18 55,847 0,78
MgO 2,19 40,3114 Mg 1,32 1,13 0,38 24,312 0,72
CaO 3,79 56,0794 Ca 2,71 1,40 1,59 40,08 1,12
Na2O 3,59 61,979 Na 2,66 2,40 3,00 22,9898 1,18
K2 O 3,29 94,2034 K 2,73 1,45 3,82 39,102 1,51
TiO2 0,70 79,8988 Ti 0,07 0,18 0,04 47,90 0,61
H2 O 0,60 18,0154 H 0,08 1,44 0,30 1,008 0,68
P 2 O5 0,18 141,9446 P 0,06 0,05 − 30,9738 0,17
MnO 0,08 70,9332 Mn 0,42 0,02 0,01 54,9338 0,83
Total 100,00 100,00 100,00 100,00
Elementos maiores (teores > 1 % peso): O, Si, Al, Fe, Mg, Ca, Na, K.
Elementos menores (teores entre 0,1 e 1 % peso): Ti, H, P, Mn.
1 18
Ia 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 VIIIb
1 2
1,0079

H
Hidrogênio IIa Número Atômico 26 IIIb VIb Vb VIb VIIb
3 4 63,546 Peso Atômico 5 6 7 8 9 10
Fe 15,9994
Ferro
O
Oxigênio
11 12 13 14 15 16 17 18
22,9898 24,305 26,9815 28,0855 30,9738

Na Mg Al Si P
Sódio Magnésio IIIa IVa Va VIa VIIa VIIIa Ib IIb Alumínio Silício Fósforo
19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36
39,0983 40,08 47,90 54,9380 55,847

K Ca Ti Mn Fe
Potássio Cálcio Titânio Manganês Ferro
37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50 51 52 53 54

55 56 57-71 72 73 74 75 76 77 78 79 80 81 82 83 84 85 86

87 88 89-103 104 105 106 107


Semi-metais

Figura 1- Tabela periódica dos elementos, mostrando em destaque os elementos maiores (em vermelho) e
menores (em preto). Elementos vazados são traços.
2
Como mostrado na tabela acima, a crosta terrestre é constituída basicamente por apenas
12 elementos (8 maiores e 4 menores), cuja situação na tabela periódica é apresentada acima.
Todos os elementos restantes, representados com símbolos vazados na tabela periódica, são
elementos traços que ocorrem em quantidades insignificantes na crosta terrestre. Concentrações
maiores desses elementos só ocorrem em ambientes geológicos específicos e normalmente
restritos, às vezes formando jazidas minerais.
Os elementos maiores e menores são, evidentemente, os componentes químicos
essenciais dos minerais que compõem as rochas dominantes na crosta terrestre. Estas rochas são
basicamente ígneas e metamórficas, cuja composição mineralógica é representada
essencialmente pelos seguintes silicatos: feldspatos (K-feldspato e plagioclásio), quartzo, micas
(muscovita e biotita), piroxênios, anfibólios e olivinas. As rochas sedimentares, que também
possuem expressão areal na crosta terrestre, são constituídas basicamente por quartzo, minerais
argilosos e carbonatos, estes últimos são os únicos minerais não silicáticos com expressão
quantitativa na crosta terrestre.

3- CLASSIFICAÇÃO DOS SILICATOS


Os silicatos são classificados em seis subclasses com base no tipo de estrutura cristalina
(arranjo dos tetraedros) em ordem crescente da polimerização dos oxigênios nos tetraedros
(SiO4) 4. A polimerização nos silicatos ocorre através do compartilhamento dos oxigênios,
originando uma grande variedade de estruturas em cadeia. O oxigênio compartilhado
(polimerizado) interliga dois tetraedros e pertence igualmente aos dois. O grau de polimerização
(GP) corresponde ao número de oxigênios compartilhados em cada tetraedro (SiO4) 4, que pode
variar de 0 a 4.
As seis subclasses dos silicatos, listadas abaixo, são mostradas na figura seguinte:
1) Ortossilicatos (ou nesossilicatos): são os silicatos estruturalmente mais simples pois não
apresentam polimerização dos oxigênios (GP = 0). Os tetraedros (SiO4) 4 estão arranjados
de maneira isolada, relação Si O = 1 4, como por exemplo as olivinas, as granadas, o zircão
e os polimorfos Al2(SiO5).
2) Sorossilicatos: são os silicatos com arranjo de tetraedros (SiO4)-4 duplos. Nesta estrutura o
GP = 1 e a relação Si O = 2 7, como por exemplo os minerais do grupo do epidoto.
3) Ciclossilicatos: são os silicatos com arranjo dos tetraedros (SiO4) 4 em uma estrutura
fechada anelar, com GP = 2 e relação Si O = 1 3, como por exemplo o berilo e a turmalina.
4) Inossilicatos: são os silicatos com arranjo dos tetraedros (SiO4) 4 em cadeia. Existem dois
tipos de cadeia, no que resulta em uma subdivisão dos inossilicatos em dois grupos. O grupo
dos com arranjo dos tetraedros (SiO4) 4 em cadeias simples (GP = 2 e relação
Si O = 1 3), e o grupo dos com arranjo dos tetraedros (SiO4) 4 em cadeias duplas,
nas quais o GP = 2 e 3 e a relação Si O = 4 11.
5) Filossilicato: são os silicatos com arranjo dos tetraedros em folha ou placa. Nesta estrutura
o GP = 3 e a relação Si O = 2 5, como por exemplo as micas, as argilas e as cloritas.
6) Tectossilicatos: são os silicatos estruturalmente mais complexos, pois os quatro oxigênios
de cada tetraedro (SiO4) 4 estão compartilhados (GP = 4), resultando em estruturas silicáticas,
com Si O = 1 2, que crescem nas três dimensões e não em unidades uni ou bidimensionais
que se repetem tridimensionalmente como nas outras subclasses. O quartzo e os feldspatos
são tectossilicatos, o que a torna a subclasse mais importante.

3
CLASSIFICAÇÃO DOS SILICATOS
Fórmula geral dos silicatos m n p q r

Arranjo dos Unidade


Subclasse G.P Exemplos
tetraedros SiO4 Silicática
Olivina (Mg,Fe)2SiO4
Tetraedros
Topázio Al2SiO4(OH,F)2
Nesossilicatos Isolados (SiO4) 4
Zircão ZrSiO4
ou 0
Granada X3Y2(SiO4)3
Ortossilicatos Si O = 1 4
X = Mg, Fe 2, Mn 2, Ca
Y = Al, Fe 3, Cr 3

Tetraedros
Duplos
6 X2Y3O(SiO4)(Si2O7)(OH)
(Si2O7)
Sorossilicatos 1
Si O = 2 7 Hemimorfita
Zn4Si2O7(OH).H2O

Anéis
Berilo
Be3Al2(Si6O18)
(Si6O18) 12 Turmalina
Ciclossilicatos 2
XY3Z6(BO3)3(Si6O18)(OH)4
Si O = 1 3
X = Na, Ca
Y = Mg, Fe 2, Mn, Li, Al
Z = Al, Fe 3, Mg

Cadeia
simples

XY(Si2O6)
Ex. Enstatita-Ferrossilita
4 (Mg,Fe)SiO3 (X = 0)
Inossilicatos (Si2O6) 2
Diopsídio-Hedenbergita
Ca(Mg,Fe)Si2O6
Si O = 1 3
Wollastonita
CaSiO3 (Y = 0)

4
CLASSIFICAÇÃO DOS SILICATOS

Arranjo dos Unidade


Subclasse G.P Exemplos
tetraedros SiO4 Silicática
Cadeia
dupla Grupo dos Anfibólios
X0-3Y7-5Z8O22(OH)2
Ex. Antofilita
6
(Si4O11) (Mg,Fe)7Si8O22(OH)2
Inossilicatos 2e3 Tremolita-Actinolita
Ca2(Mg,Fe)5Si8O22(OH)2
Si O = 4 11 Hornblenda
Ca2(Mg,Fe)4Al(Si7AlO22)
(OH)2

Folha
Caolinita
Al2(Si2O5)(OH)4

(Si2O5) 2 Talco
Mg3(Si4O10)(OH)2
Filossilicatos Si O = 2 5 3
Muscovita
KAl2(AlSi3O10)(OH)2

Biotita
K(Fe,Mg)3(AlSi3O10)(OH)2

Estrutura tridimensional
Quartzo
SiO2

Tetraedros superiores Feldspatos:


0
apontando p/ cima (SiO2) K-feldspatos
Tectossilicatos 4 (K,Na)AlSi3O8
Si O = 1 2
Plagioclasios
(Na,Ca)AlSi2(Si,Al)O8
ou
Tetraedros inferiores
(Na1-xCax)Al(Si3-xAlx)O8
apontando p/ baixo
GP = 4

5
NESOSSILICATOS

Os ou são os silicatos com estrutura mais simples, constituída


por tetraedros (SiO4) 4 isolados, sem polimerização dos oxigênios (grau de polimerização zero),
o que resulta em uma relação Si O = 1 4. Os tetraedros (SiO4) 4 são interligados por cátions
intersticiais X e/ou Y. As estruturas dos nesossilicatos dependem principalmente do tamanho e
da carga dos cátions intersticiais. As estruturas nesossilicáticas mais simples são aquelas que
contém apenas um tipo de posição do cátion intersticial.

Grau de polimerização zero (GP = 0)


Si O = 1 4

4
Tetraedro (SiO4)
Cátion X

Estrutura dos nesossilicatos, no qual os


tetraedros (SiO4) 4 são interligados por cátions,
sem polimerização dos oxigênios.

Tipo Y2SiO4 o Y é um cátion bi ou trivalente em coordenação 6 (NCY = 6)


Mg Forsterita (Fo) Mg2SiO4 Grupo isoestrutural
Grupo das olivinas ⇒ Y = Fe Faialita (Fa) Fe2SiO4 Sistema Ortorrômbico
Mn Tefroíta (Tef) Mn2SiO4 Z=4
No grupo das olivinas existem duas séries contínuas seguintes, com substituição iônica
entre Mg, Fe e Mn: a série da forsterita − faialita, com substituição iônica completa entre Mg e
Fe, e a série da faialita tefroíta com substituição iônica completa entre Fe e Mn, sendo que os
minerais da série forsterita faialita são minerais formadores de rochas, bem mais comuns que
aqueles da série faialita tefroíta.
Fo80Fa20
Mg2SiO4 (Mg,Fe)2SiO4 Fa70Fo30 Fe2SiO4
Fo Fa

Os termos intermediários da série forsterita faialita


são definidos pela proporção dos termos extremos (Fo e
Fa), como demonstra a figura acima.

Fo80Fa20 (Mg0,8Fe0,2)2SiO4

Fa70Fo30 (Fe0,7Mg0,3)2SiO4

6
Tetraedro
(SiO4) 4

Cátion Y (Mg, Fe)

Forsterita
Faialita

Cristais de olivina

4
Estrutura da olivina, vista na direção do eixo c, mostrando os tetraedros (SiO4)
interligados por cátions Y (Mg e Fe).

Topázio Al2(SiO4)(OH,F)2 é um nesossilicato do sistema ortorrômbico (Z = 4) que pode ocorrer


como acessório em rochas ígneas félsicas, mas é mais comum em veios e cavidades nestas rochas
e em greisens como produto pneumatolítico tardio do magmatismo. O topázio pode ser
gemológico (topázio imperial e topázio azul).

Tipo XSiO4 O X é um cátion tetravalente em coordenação 8 (NCA = 8)


Zr Zircão ZrSiO4 (tetragonal, Z = 4)
X = Th Torita ThSiO4 (tetragonal, Z = 4)
U Coffinita USiO4 (isométrico, Z = 4)
O zircão é um mineral acessório comum em rochas ígneas, especialmente as graníticas.
Ele pode ser gemológico.
c

a b
Prisma + bipirâmide tetragonal de zircão (a) e prismas ortorrômbicos de topázio (b e c).
7
Tipo X3Y2(SiO4)3: dois tipos de posição dos cátions
Grupo das granadas ⇒ Grupo isoestrutural (sistema Isométrico, Z = 8), no qual
X = Íons bivalentes maiores (Mg, Fe 2, Mn 2 e Ca) em coordenação 8 (NCX = 8)
Y = Íons trivalentes menores (Al, Fe 3 e Cr 3) em coordenação 6 (NCY = 6)
Teoricamente poderiam existir 12 granadas formadas pela combinação de cada um dos 4
cátions X com os 3 cátions Y. Entretanto são conhecidas no ambiente geológico somente 6
granadas seguintes:
Mineral X Y Fórmula Mineral X Y Fórmula
Piropo Mg Al Mg3Al2(SiO4)3 Grossulária Ca Al Ca3Al2(SiO4)3
Almandina Fe 2 Al Fe3Al2(SiO4)3 Andradita Ca Fe 3 Ca3Fe2(SiO4)3
Espessartita Mn 2 Al Mn3Al2(SiO4)3 Uvarovita Ca Cr 3 Ca3Cr2(SiO4)3
A granada mais comum é a almandina que é um importante componente mineralógico
das rochas metamórficas, especialmente xistos e gnaisses. A almandina (Alm) forma duas séries
contínuas série almandina-piropo (Pi), mais comum, com substituição completa entre Fe 2 e
Mg; e a série almandina-espessartita (Esp), com substituição completa entre Fe 2 e Mn 2. Pode
haver a participação mais limitada (até 25%) de um quarto componente, a grossulária (Gr), já
que o cálcio, por ter um raio iônico maior, substitui de maneira limitada os outros três cátions
(Fe 2, Mg e Mn 2). Desse modo, a composição geral das granadas (almandina) mais comum nas
rochas metamórficas é (Fe,Mg,Mn,Ca)3Al2(SiO4)3 , cuja proporção entre os cátions X depende
da composição do protólito e do grau metamórfico.

a b

Cristais dodecaédricos
de almandina.

Diagrama de composição das granadas com 3 componentes (Alm-Pi-Esp) em (a) e com 4 componentes
(Alm-Pi-Esp-Gr) em (b). A área hachurada mais escura corresponde à composição das almandinas, com
cálcio em (a) e sem cálcio em (b), que são as granadas mais comuns.

Na posição Y a substituição iônica é mais limitada, mas há uma série descontínua entre
Grossulária (Gr) e Andradita (And), cuja composição geral é Ca3(Fe 3,Al)2(SiO4)3 e que se forma
por metamorfismo de calcários e dolomitos impuros. Séries com a participação da Uvarovita
(Uva) são mais limitadas e menos frequentes, podendo ocorrer com a Grossulária
Ca3(Al,Cr)2(SiO4)3 e com o piropo Mg3(Al,Cr)2(SiO4)3, esta última conhecida como piropos
cromitíferos que ocorrem em kimberlitos. Na andradita (variedade melanita) o Fe 3 pode ser
substituído por Ti 4 acoplado com a substituição de Ca 2 por Na na posição X, cuja fórmula
8
geral é (Ca,Na)3(Fe 3,Ti 4)2(SiO4)3. Nas granadas, os tetraedros (SiO4) 4 podem ser substituídos
parcialmente por hidroxilas, passando o mineral a denominar-se hidrogranada, cuja fórmula
geral é X3Y2(SiO4)3-m(OH)4m , ou seja, para cada tetraedro (SiO4) 4 substituído entram 4
hidroxilas em seu lugar. Essa substituição ocorre principalmente na grossulária que passa a
denominar-se hidrogrossulária com a fórmula geral Ca3Al2(SiO4)3-m(OH)4m.

Titanita CaTi(SiO4)(O,OH,F) é um nesossilicato monoclínico (Z = 4), com o Ti 4 em


coordenação 6 e o Ca 2 em coordenação 7. A titanita é um mineral acessório comum em rochas
ígneas, particularmente abundante em nefelina sienitos.

Polimorfos Al2SiO5 Cianita (triclínico, Z = 4), Andalusita (ortorrômbico, Z = 4) e Sillimanita


(ortorrômbico, Z = 4).
Os polimorfos Al2SiO5 são minerais importantes em rochas metamórficas aluminosas.
São nesossilicatos com estruturas complexas, nas quais um dos alumínios está em coordenação
6 (NCAl = 6). Na cianita o segundo alumínio está também em coordenação 6, mas na andalusita
e sillimanita está em coordenação 5 e 4 respectivamente. Além disso, dos cinco oxigênios da
fórmula mínima, 4 estão no tetraedro (SiO4) 4 e o quinto entra na estrutura para equilibrar as
cargas, informações que podem ser expressas nas fórmulas químicas da seguinte maneira:
Cianita Al[6]Al[6]O(SiO4) Andalusita Al[6]Al[5]O(SiO4) Sillimanita Al[6]Al[4]O(SiO4).

Conforme ilustrado na figura ao lado, a


cianita se forma em pressões mais elevadas
(T baixa ou alta); a sillimanita se forma em
temperaturas mais elevadas (P baixa ou alta),
enquanto que a andalusita se forma em
pressões mais baixas (T baixa ou média).

Diagrama P-T dos polimorfos Al2SiO5.

Estaurolita (Fe,Mg)2(Al,Fe 3)9O7(SiO4)4(OH) é um nesossilicato monoclínico (Z = 2), com o


ângulo β próximo de 90o (pseudo-ortorrômbico) e estrutura complexa. A estaurolita é um
importante mineral nas rochas metamórficas de médio grau, especialmente xistos pelíticos.

a c
9
Outros nesossilicatos (não formadores de rochas)
• Monticelita Ca(Mg,Fe)SiO4 é um nesossilicato do sistema ortorrômbico (Z = 4) que ocorre em
rochas calciossilicatadas (skarnitos e metamorfismo de dolomitas)
• Fenacita Be2SiO4 e Willemita Zn2SiO4 são nesossilicatos do sistema Hexagonal-R (Z = 18),
com os cátions (Be e Zn) em coordenação 4. A fenacita ocorre em pegmatitos, greisens e veios
hidrotermais e a willemita nas zonas oxidadas de depósitos de zinco.
• Cloritóide (Fe 2,Mg,Mn)2(Al,Fe 3)Al3O2(SiO4)2(OH)4 é um nesossilicato monoclínico (Z = 2)
que ocorre em rochas metamórficas pelíticas de baixo a médio grau.
• Nesossilicatos com boro Datolita CaB(SiO4)(OH) é um mineral monoclínico (Z = 4),
secundário que ocorre em cavidades nas rochas basálticas.
Dumortierita (Al,Fe)7O3(BO3)(SiO4)3 é um mineral ortorrômbico (Z = 4) que ocorre em
rochas metamórficas (xistos e gnaisses) e pegmatitos.
• Grupo da humita minerais com estrutura estratificada constituída por camadas de forsterita
Mg2SiO4 alternadas com folhas de brucita Mg(OH)2 que ocorrem em calcários, dolomitos
metamorfisados e em skarnitos. A fórmula geral dos minerais do grupo da humita é
Mg2n+1(SiO4)n(OH,F)2 , onde n representa o número de fórmulas mínimas de olivina que se
alternam com uma de brucita.
(Z = 4) (Z = 2)
Norbergita (n = 1) Mg3(SiO4)(OH,F)2 Condrodita (n = 2) Mg5(SiO4)2(OH,F)2
1 olivina 1 brucita Mg2(SiO4) Mg(OH,F)2 2 olivina 1 brucita 2Mg2(SiO4) Mg(OH,F)2
Humita (n = 3) Mg7(SiO4)3(OH,F)2 Clinohumita (n = 4) Mg9(SiO4)4(OH,F)2
3 olivina 1 brucita 3Mg2(SiO4) Mg(OH,F)2 4 olivina 1 brucita 4Mg2(SiO4) Mg(OH,F)2

10
SOROSSILICATOS
Sorossilicatos são os silicatos cuja estrutura é constituída por tetraedros
duplos (Si2O7) 6, com apenas 1 oxigênio compartilhado (grau de
polimerização 1) e relação Si : O = 2 : 7. Os tetraedros duplos (Si2O7) 6 são
interligados por cátions X e/ou Y.
Tetraedro duplo (S2O7) 6 (GP = 1)

Os sorossilicatos mais importantes são do grupo do epidoto. Estes minerais constituem


um grupo isoestrutural que cristaliza no sistema monoclínico (Z = 2, grupo espacial P21/m). Os
cátions que interligam os agrupamentos silicáticos apresentam-se em duas posições estruturais,
uma em coordenação 8 (cátion X) e a outra em coordenação 6 (cátion Y). A fórmula geral mais
simplificada dos minerais do grupo do epidoto é X2Y3(SiO4)3(OH). Entretanto, tanto os
tetraedros isolados (SiO4) 4 como os tetraedros duplos (Si2O7) 6 estão presentes na estrutura
complexa do epidoto, situação melhor representada pela seguinte fórmula geral
X2Y3O(SiO4)(Si2O7)(OH), ficando um oxigênio fora das unidades silicáticas, além daquele da
hidroxila, ou seja O(SiO4)(Si2O7) = (SiO4)3 , em termos de número de O e Si.
X cátions maiores de carga mais fraca: Ca, Ce, La, Y, Th, Mn 2, Fe 2 (NCX = 8)
Y cátions menores de carga mais elevada: Al, Fe 3, Mn 3, Fe 2, Mn 2, Ti 4 (NCY = 6)
O grupo do epidoto é constituído principalmente por 4 minerais seguintes:

Mineral Cátions X Cátions Y Fórmula mínima


Clinozoisita Ca Al Ca2Al3O(SiO4)(Si2O7)(OH)
3
Epidoto Ca Al, Fe Ca2(Al,Fe 3)3O(SiO4)(Si2O7)(OH)
Mn 3, Fe 3, Al Ca2(Mn , Fe , Al)3O(SiO4)(Si2O7)(OH)
Piemontita Ca 3 3

Allanita Ca, Ce, La, Fe 2, Fe 3, Al (Ca,Mn,Ce,La,Y)2(Fe 2, Fe 3, Al)3O(SiO4)(Si2O7)


(ortita) Y, Mn 2 (OH)
A clinozoisita possui um polimorfo ortorrômbico (zoisita) que não faz parte do grupo
isoestrutural do epidoto, mas que ocorre juntamente com os minerais deste grupo. Os minerais
mais comuns do grupo do epidoto são da série clinozoisita epidoto, formada pela substituição
entre Al e Fe 3 na posição Y. A clinozoisita (Clin) é o termo extremo de alumínio na posição Y,
cuja fórmula é Ca2Al3O(SiO4)(Si2O7)(OH). O termo extremo férrico da série, denominado
pistacita (Ps), é formado pela substituição de apenas um dos 3 alumínios da clinozoisita por Fe 3,
resultando na fórmula Ca2Al2Fe 3O(SiO4)(Si2O7)(OH). Epidoto é o nome dos termos
intermediários da série, cuja composição química é melhor representada pela fórmula geral
Ca2Al2(Al,Fe 3)O(SiO4)(Si2O7)(OH).
3
Ca2Al3(SiO4)3(OH) Clin60Ps40 Ca2Al2(Al0,6Fe 0,4)(SiO4)3(OH)

Clin Ps Ca2Al2Fe 3(SiO4)3(OH)

Ca2Al2(Al,Fe 3)(SiO4)3(OH)
Epidoto
Ps
Clin

Ca2Al3(SiO4)3(OH) Ca2Al2Fe 3(SiO4)3(OH)


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Os minerais da série clinozoisita epidoto (além da zoisita) ocorrem tipicamente em
xistos enriquecidos em cálcio das fácies xisto verde, xisto azul e epidoto – anfibolito, derivados
de rochas ígneas máficas ou rochas sedimentares carbonáticas, bem como em hornfelses
derivados principalmente de calcários. Minerais desta série também ocorrem como acessórios
em rochas ígneas e como produto da alteração hidrotermal, formando minerais de ganga em
depósitos metálicos. A piemontita e allanita são de ocorrência mais restrita. A piemontita ocorre
em rochas metamórficas de baixo grau, tal como os minerais da série clinozoisita epidoto, ou
como produto da alteração hidrotermal em depósitos de manganês. A allanita ocorre em
skarnitos e pegmatitos e também como mineral acessório em rochas graníticas.

Cristal prismático de
epidoto

Cálcio Alumínio 4 Oxigênio


Tetraedro (SiO4) Hidroxila
Estrutura da clinozoisita vista na direção do eixo b, mostrando os tetraedros duplos (Si2O7) 6, os
tetraedros isolados (SiO4) 4, o cátion X (Ca 2), o cátion Y (Al 3), o oxigênio (não pertencente aos
tetraedros SiO4) e as hidroxilas (OH).

Outros sorossilicatos:
• Lawsonita CaAl2(Si2O7)(OH).H2O (ortorrômbico, Z = 4).
• Pumpellyita Ca2(Mg,Mn 2)(Al,Fe 3)2(SiO4)(Si2O7)(OH)2 H2O (monoclínico, Z = 4).
São dois sorossilicatos típicos de rochas metamórficas de alta pressão (fácies xistos
azuis).
• Vesuvianita (idocrásio) Ca10(Mg,Fe 2,Mn 2)2(Al,Fe 3)4(SiO4)5(Si2O7)2(OH)4.
(tetragonal, Z = 2). Ocorre em skarnitos e calcários impuros metamorfisados.
• Hemimorfita Zn(Si2O7)(OH)2.H2O (ortorrômbico, Z = 2). É um mineral secundário que ocorre
nas zonas oxidadas de depósitos de zinco.

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CICLOSSILICATOS
Ciclossilicatos são os silicatos cuja estrutura é constituída por tetraedros em anel, com 2
oxigênios compartilhados (GP = 2) e relação Si O = 1 3. Os anéis de tetraedros são interligados
por cátions X e/ou Y. Existem três tipos de anéis seguintes:
1- Anel triangular (Si3O9) 6 : É a estrutura anelar mais simples, porém minerais com tal estrutura
são raros. Exemplo: Benitoita BaTiSi3O9 (hexagonal-H, Z = 2).
2- Anel quadrangular (Si4O12) 8 Não é, também, uma estrutura anelar comum. Exemplo:
Axinita Ca2(Mg,Fe,Mn)Al2(BO3)(Si4O12)(OH), mineral triclínico (Z = 2), relativamente
raro, formado por metamorfismo de contato e metassomatismo de calcários e rochas máficas.
3- Anel hexagonal (Si6O18) 12 É a estrutura anelar mais comum que ocorre nos minerais berilo,
turmalina e cordierita.
Anel
Anel hexagonal
quadrangular

Anel triangular

Berilo É um ciclossilicato essencialmente de berílio e alumínio que cristaliza no sistema


hexagonal-H (Z = 2), cuja fórmula mínima é Be3Al2(Si6O18). Na estrutura do berilo, os anéis
hexagonais (Si6O18) 12 formam colunas paralelas ao eixo c, interligadas lateralmente e
verticalmente pelos cátions Be 2 e Al 3, sendo que o primeiro ocorre em coordenação tetraédrica
em relação aos oxigênios (NCBe = 4), formando um tetraedro distorcido, e o segundo em
coordenação octaédrica (NCAl = 6), de tal modo que cada oxigênio está ligado a um alumínio e
a um berílio. Esse arranjo não polarizado (com planos de simetria) dos anéis hexagonais resulta
em cristais prismáticos hexagonais.

4
Tetraedro (SiO4)

6
Tetraedro (BeO4) Cristais hexagonais
de berilo
3
Al

Estrutura do berilo vista na


direção do eixo c, mostrando os
anéis (Si6O18) 12 ligados por
3 2
Al e Be .
13
Embora normalmente considerado um ciclossilicato de berílio e alumínio, o berilo pode
conter elementos alcalinos (Na, Li, K, Cs), além de Mg, Fe 2, Mn 2, Fe 3 e Cr 3. Esses cátions
entram na estrutura do berilo normalmente por substituição iônica acoplada, ou seja, para
reequilibrar as cargas elétricas em decorrência da substituição entre o Si 4, Al 3 e o Be 2 na
posição tetraédrica. O Na e o Li normalmente substituem o Be 2, mas o K e Cs são muito
grandes para substituir o Be 2 e normalmente se acomodam nos canais dos anéis hexagonais. Os
cátions bi e trivalentes, de menor tamanho, normalmente substituem o Al 3.
A variedade de berilo mais comum é de coloração branca a verde ou amarelo pálido
translúcido. Os berilos gemológicos são as variedades transparentes claras, denominados de
esmeralda (verde garrafa intenso), água marinha (verde pálido, verde amarelado ou azul
esverdeado), heliodoro (amarelo dourado) e morganita (róseo). O verde intenso das esmeraldas
é atribuído à presença de cromo ou vanádio, enquanto que o azul celeste das águas marinhas está
relacionado à presença de Fe 2. Por outro lado, a presença de Fe 3 é responsável pela coloração
amarelo dourado dos heliodoros, ao passo que a coloração rosada das morganitas é atribuída à
presença de Mn 2.
a b c

Variedades de berilo
esmeralda (a), morganita
(b) e água marinha (c).

O berilo ocorre em rochas graníticas, especialmente nas fases tardias da cristalização, e


em rochas metamórficas. O berilo comum e as águas marinhas ocorrem em drusas e pegmatitos
graníticos, ao passo que as esmeraldas ocorrem mais frequentemente em rochas metamórficas,
especialmente biotita xistos.

Turmalina É um ciclossilicato de composição complexa que cristaliza no sistema hexagonal-


R (Z = 3), cuja fórmula geral é XY3Z6(BO3)3(Si6O18)(O,OH,F)4 , sendo os cátions X = Na, Ca,
em coordenação 8 em relação aos oxigênios e hidroxilas, os cátions Y = Mg, Fe 2, Mn, Li, Al,
em coordenação 6 e os cátions Z = Al, Fe 3, Mg e (Cr) que também ocorrem em coordenação 6,
envolvidos por octaedros deformados de oxigênios. Esse arranjo polarizado (sem planos de
simetria) dos anéis hexagonais resulta em uma simetria romboédrica, com prismas trigonais ou
ditrigonais (nunca hexagonais).

Cristais prismáticos ditrigonais de turmalina.

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4 3
Tetraedro (SiO4) (BO3)

Cátion X (Na ) (OH)

Cátion Y (Mg 2) Cátion Z (Al 3)

Estrutura da turmalina, mostrando os anéis


hexagonais e os triângulos (BO3) 3 interligados
por cátions X, Y e Z, em uma simetria
romboédrica.

Como os cátions X (Na, Ca) não se substituem amplamente nas turmalinas, suas
composições tendem a ser predominantemente sódicas ou cálcicas. Os cátions Y, ao contrário,
se substituem mais amplamente formando séries, principalmente entre Mg e Fe 2. As turmalinas
de sódio (X = Na), com Al, Li, Fe 2 e Mg na posição Y e Al na posição Z, podem ser
representadas pela fórmula geral Na(Al,Li,Fe 2,Mg)3Al6(BO3)3(Si6O18)(OH)4 , com duas séries
2
seguintes: Elbaíta-Schorlita Na(Al,Li,Fe )3Al6(BO3)3(Si6O18)(OH)4 , com substituição entre Al,
Li e Fe 2 e dravita-schorlita Na(Mg,Fe 2)3Al6(BO3)3(Si6O18)(OH)6 , com substituição entre Mg
e Fe 2 na posição Y. Como o anel silicático (Si6O18) 12 + [(BO3)3] 9 + [(OH)4] 4 totalizam (-25)
de carga, os cátions X, Y e Z devem totalizar (+25). Com o cátion X monovalente (Na), este
equilíbrio ocorre com cátions Y bivalentes [(Mg,Fe 2)3] 6 e cátions Z trivalentes [(Al,Fe 3)6] 18,
em substituição iônica simples, totalizando exatamente (+25). Entretanto, se entrar cátions
monovalentes (Li ) e trivalentes (Al 3) substituindo cátions bivalentes na posição Y, como na
série elbaíta-schorlita, eles devem entrar em substituição acoplada, com frações molares iguais,
para que a perda de carga do cátion monovalente (Li) seja compensada com o ganho de carga
2
do cátion trivalente (Al), com a fórmula geral Na(Fe 3 x Alx/2 Lix/2)Al6(BO3)3(Si6O18)(OH)4 . Por
2
exemplo, se x = 0,5 a fórmula da turmalina seria Na(Fe 2,5Al0,25Li0,25)Al6(BO3)3(Si6O18)(OH)4 ,
com perda de 0,25 de carga pela entrada do Li e ganho de 0,25 de carga pela entrada do Al 3.
Por outro lado, as composições das turmalinas de cálcio (X = Ca) situam-se na série
ferromagnesiana uvita-ferrouvita (Y = Mg,Fe 2), na qual a entrada de um cátion bivalente (Ca 2)
na posição X, com ganho de carga, é compensada pela entrada de outro cátion bivalente (Mg 2)
na posição Z, substituindo os trivalentes (Al,Fe 3), com perda de carga, ficando 5 (Al,Fe 3) e 1
(Mg 2) na posição Z, com a fórmula Ca(Mg,Fe 2)3(Al,Fe 3)5 Mg(BO3)3(Si6O18)(OH)4 .
Os termos extremos destas séries são os seguintes

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Cátions Cátions Cátions
Turmalina Fórmula Mínima
X Y Z
Elbaíta Na Al, Li Al Na(Al,Li)3Al6(BO3)3(Si6O18)(OH)4
Schorlita Na Fe 2 Al 2
NaFe 3Al6(BO3)3(Si6O18)(OH)4
Dravita Na Mg Al NaMg3Al6(BO3)3(Si6O18)(OH)4
Uvita Ca Mg Al, Mg CaMg3 Al5 Mg(BO3)3(Si6O18)(OH)4
Ferrouvita 2
Ca Fe 2
Al, Fe , Mg CaFe 3(Al,Fe 3)5 Mg(BO3)3(Si6O18)(OH)4
3

A maioria das turmalinas, entretanto, contém tanto sódio como cálcio na posição X,
embora com predomínio de um dos dois cátions, e na posição Y Al, Li, Mg, Fe 2, além o Mn 2,
formando séries complexas entre elbaíta-schorlita-dravita-uvita-ferrouvita, com a seguinte
fórmula geral: (Na,Ca)(Mg,Fe 2,Mn 2,Li,Al)3(Al,Fe 3, Mg,Fe 2)6(BO3)3(Si6O18)(O,OH,F)4 , na
qual o balanço das cargas pode ser equilibrado tanto pela entrada de cátions bivalentes (Mg,Fe 2)
na posição Z, como também entrada de oxigênio (-2) substituindo (OH) ou F (-1). Se a entrada
do Ca 2 na posição X for equilibrada somente com substituição dos cátions trivalentes (Al, Fe 3)
por (Mg,Fe 2) na posição Z, as composições das turmalinas podem ser representadas pela
fórmula geral (Na1 xCax)(Mg,Fe 2,Mn 2,Li,Al)3(Al,Fe 3)6 x(Mg,Fe 2)x(BO3)3(Si6O18)(OH)4 .
Exemplo: x = 0,4 ⇒
(Na0,6Ca0,4)(Mg,Fe 2,Mn 2,Li,Al)3(Al,Fe 3)5,6(Mg,Fe 2)0,4(BO3)3(Si6O18)(OH)4 , com Li e
Al 3 com iguais frações molares complementando os cátions bivalentes.
As colorações das turmalinas são extremamente variáveis, mas normalmente estão
relacionadas com suas composições. As elbaítas são as turmalinas de tons claros que recebem
denominações específicas de acordo com a cor, conforme tabela abaixo. Elas podem ainda ser
zonadas com os tons variando paralelamente ou perpendicularmente às faces do prisma. A
schorlita é preta, enquanto que a dravita e uvita exibem coloração marrom escuro a amarelo.
Turmalina Fórmula Mínima Cor (variedade)
Verde (verdelita) Incolor
Elbaítas Na(Al,Li)3Al6(BO3)3(Si6O18)(OH)4 Azul (indicolita) (acroíta)
Vermelho a róseo (Rubelita)
Schorlita 2 Preta
NaFe 3Al6(BO3)3(Si6O18)(OH)4
Dravita NaMg3Al6(BO3)3(Si6O18)(OH)4 Marrom escuro a amarelo
Uvita Ca(Mg,Fe 2)3(Al,Mg)6(BO3)3(Si6O18)(OH)4 Marrom escuro a amarelo

Aa b
A

A c A d A e
Cristais prismáticos de schorlita (a), dravita (b) e 3 variedades de elbaíta: verdelita (c), rubelita zonada
(d) e indicolita zonada (e).
Turmalina ocorre em rochas graníticas, principalmente nas fases tardias da cristalização
(veios e pegmatitos), e também em rochas metamórficas como produto de metassomatismo

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bórico. Nas rochas graníticas, as turmalinas são normalmente da série schorlita elbaíta,
enquanto que nas rochas metamórficas, as turmalinas são magnesianas, tanto de sódio (dravita)
como de cálcio (uvita), sendo esta última típica de rochas calciossilicatadas.

Cordierita: É um ciclossilicato de alumínio, magnésio e ferro que cristaliza no sistema


ortorrômbico (pseudo-hexagonal, Z = 4), cuja fórmula mínima é (Mg,Fe)Al4Si5O18 nH2O.
Existe um polimorfo hexagonal de alta temperatura da cordierita que é isoestrutural com o berilo.
Na estrutura da cordierita, em cada anel hexagonal um dos 6 silícios é substituído por um
alumínio, ficando 3 alumínios, portanto, fora da estrutura silicática, como mostra a fórmula
(Mg,Fe)Al3(Al Si5O18) nH2O. Os anéis hexagonais são interligados por tetraedros (Al,Si)O4 e
também pelos cátions de Mg e Fe 2 em coordenação octaédrica (NC = 8). A cordierita é um
mineral essencialmente de origem metamórfica, formado a partir de rochas aluminosas
(sedimentos pelíticos principalmente).

Cristais prismáticos de cordierita.

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