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1. Denominação:
Alguns autores denominam a competência tributária de poder tributário, mas não é o mais correto, pois poder transmite a idéia
de que não há limites, o que é não é verdade.
A Constituição Federal não criou nenhum tributo, apenas estabeleceu competência (regra matriz de cada tributo) para que as
pessoas políticas os criassem através de lei. Assim, não é a Constituição Federal que obriga o pagamento de um tributo, mas
sim a lei.
2. Conceito:
Competência tributária é a aptidão para criar tributos em abstrato, por meio de lei, com todos os elementos essenciais
(hipótese de incidência, sujeito ativo, sujeito passivo, base de cálculo, alíquota). Abrange também a aptidão para aumentar,
parcelar, diminuir, isentar, modificar, perdoar tributos e etc. (princípio de que quem pode o menos pode o mais).
Normalmente, quem tem competência é o sujeito ativo da relação jurídica tributária, pois também têm capacidade tributária
ativa (aptidão para cobrá-lo). Mas nada impede que a pessoa política, por meio de lei, delegue a capacidade tributária ativa a
terceiros, figurando este terceiro como sujeito ativo do tributo.
- Competência privativa ou exclusiva: Refere-se aos impostos. O direito tributário não difere entre competência privativa
e exclusiva. Também podemos dizer que a União tem competência privativa para instituir empréstimos compulsórios.
- Competência comum: Refere-se às taxas e contribuição de melhoria. Há autores que sustentam que tal competência é
privativa, visto que todas as pessoas políticas podem criar taxas e contribuições de melhoria, desde que não as
mesmas.
- Competência residual:
A União poderá instituir, por meio de lei complementar, outros impostos, desde que não-cumulativos e não
que tenham fato gerador ou base de cálculo própria dos impostos descriminados na Constituição (art. 154, I
da CF).
A União poderá instituir, por meio de lei complementar, outras contribuições sociais, visando a expandir a
seguridade social, observado o art. 154, I da CF (art. 195, §4º da CF).
- Competência especial ou extraordinária: A União poderá instituir imposto extraordinário ou de guerra, compreendidos
ou não em sua competência (art. 154, II da CF). Estes são instituídos por lei ordinária.
- Competência cumulativa:
Compete a União, em território Federal, os impostos estaduais e, se o Território não for dividido em
Municípios, cumulativamente, os impostos municipais (art. 147 da CF).
4. Características:
A competência tributária é privativa; incaducável; de exercício facultativo; inampliável; irrenunciável; indelegável.
- Privativa ou exclusiva: Quanto aos impostos a Constituição utilizou dois critérios para que a competência fosse
privativa:
l critério evita conflitos entre a União, Estados, Distrito Federal e Municípios, mas
não é suficiente para evitar a guerra fiscal entre os Estados, Distrito Federal e
Municípios. Ex: Todos os estados podem criar ICMS.
Critério territorial de repartição de competência impositivas: A pessoa política só poderá tributar fatos
ocorridos em seu território.
- Incaducável: A competência tributária não tem prazo para ser realizada, pois trata-se de competência
legislativa e não há prazo para esta ser exercida. Assim, se a competência para legislar sobre qualquer
assunto é incaducável, para legislar sobre direito tributário também é. Ex: Não caduca o direito de criar
o imposto sobre grandes fortunas.
- De exercício facultativo: A pessoa política não é obrigada a exaurir a sua competência. A competência
tributária não é “res nullius” (coisa de ninguém), mas sim privativa, indelegável e de exercício
facultativo.
não-exercício da competência tributária não a defere a pessoa jurídica de direito público diversa
daquela a que a Constituição tenha atribuído” (art. 8º do CTN). Assim, não é porque deixou de criar
que outra pessoa política pode tratar do assunto.
§ Exceção: A competência para criar ICMS é de exercício obrigatório. Este tem características essencias e um
caráter uniforme (Ex: isenções de ICMS dependem de convênios entre Estados).
Segundo o artigo 11 da Lei complementar 101/00, a competência tributária é obrigatória. “Constituem requisitos
essenciais da responsabilidade na gestão fiscal a instituição, previsão e efetiva arrecadação de todos os tributos da
competência constitucional do ente da Federação”. Entretanto, para Roque Carrazza, este artigo é inconstitucional.
- Inampliável por decisão unilateral da própria pessoa política tributante: Só a emenda constitucional pode ampliar a
competência tributária.
- Irrenunciável: A pessoa política não pode dela abrir mão da competência tributária em caráter definitivo.
- Indelegável: Cada pessoa política tem a sua própria competência tributária e esta não pode ser traslada nem mesmo
por meio de lei. Se as pessoas tributam por delegação constitucional não podem delegar aquilo que já lhes foi
delegado.
O artigo 7º do Código Tributário Nacional prescreve que a competência tributária é indelegável, salvo atribuição das
funções de arrecadar ou fiscalizar tributos, ou de executar leis, serviços, atos ou decisões administrativas em matéria
tributária. Assim, diferentemente, a capacidade tributária ativa é delegável.
Competência tributária
• ICMS
• ITD
• IPVA
• Aire
No tocante aos impostos de competência da União, além desses poderá a lei instituir outros,
lembrando-se que esse evento se dá através de lei ordinária excetuando-se o IGF, empréstimos
compulsórios,impostos e contribuições residuais, que ocorrem mediante Lei Complementar.
Como visto, o ICMS incidirá em regra sobre a circulação de bens, na qual ocorre
a mudança de titularidade entre os sujeitos da relação, desse modo, uma
simples mudança de estabelecimento da mesma empresa, não configura Fato
Gerador do imposto.