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CENTRO UNIVERSITÁRIO DE JOÃO PESSOA - UNIPê

CURSO DE ENGENHARIA CIVIL


Fı́sica Geral II

Professor Marcos Alexandre Cavalcante de Araújo

Breve discussão sobre as condições de equilı́brio de um corpo extenso

1 - O Torque
Vamos iniciar a discussão a partir da seguinte situação: uma porta vista por cima, e uma força
aplicada, na maçaneta, para abri-la.

Figura 1: Mão abrindo a porta

Note que, de acordo com a Figura 1, a mão aplica uma força sobre a maçaneta, tentando girar a
porta em torno do eixo da dobradiça. Esta força não está alinhada perpendicularmente com o eixo
da porta, fazendo um ângulo com esta referência de 50o .
Considere a intensidade da força igual a 5 N e a distância, da dobradiça da porta à maçaneta, de 1
m. Estas grandezas serão consideradas como vetor de força (F~ ) e vetor posição (~r), respectivamente.
O vetor posição indica a posição, a partir do eixo de rotação da porta, até o ponto onde a força é
aplicada para girá-la.
De acordo com o modelo fı́sico, o Torque, representado pela letra τ pode ser calculado a partir da
seguinte expressão:

~τ = ~r × F~ (1)

1
Deste modo, o resultado pode ser obtido a partir do cálculo a partir do determinante (um ótimo
exercı́cio para o aluno), no qual será necessário escrever os vetores ~r e F~ em suas coordenadas.
Uma outra maneira de obter o valor do Torque, é a partir do seu módulo:

τ = r · F · sen(θ) (2)
Na qual, o ângulo θ é o ângulo representado na figura 1.

τ = r · F · sen(θ) =
= 1 · 5 · sen(50o ) =
= 3, 83 (3)

Assim, τ = 3, 83 mN. Faltando apenas definir a orientação do vetor, que pode ser obtida a partir
da “regra da mão direita”. Neste caso, aponta para fora do papel. Esta grandeza fı́sica significa o
torque produzido pela força da mão na maçaneta, tentando girá-la em torno do eixo da dobradiça.
Desde que não haja outro torque equivalente, contrário ao primeiro, a porta irá girar.

2 - O Centro de Massa
Continuando com a discussão sobre o torque. Vamos considerar uma barra de massa desprezı́vel e,
sobre ela, três blocos em posições indicadas na figura 2.

Figura 2: Distribuição de massa não homogênea

A barra está alinhada horizontalmente, de modo que os blocos têm seus vetores de peso apontando
verticalmente, para baixo nas distâncias de rA = 0, 3 m, rB = 0, 5 m e rC = 0, 7 m. Agora, um
exercı́cio mental. Considerando cada bloco como um ponto, as forças peso, PA = 10 N, PB = 12 N e
PA = 3 N, estão sendo aplicados exatamente nos pontos indicados pelos vetores de posição.
Vamos calcular o efeito do torque proporcionado por todos estes corpos sobre a barra horizontal.
Para o Bloco A:

2
τ = r · F · sen(θ) =
= 10 · 0, 3 · sen(90o ) =
= 3 (4)

Para o Bloco B:

τ = r · F · sen(θ) =
= 12 · 0, 5 · sen(90o ) =
= 6 (5)

Para o Bloco C:

τ = r · F · sen(θ) =
= 2 · 0, 7 · sen(90o ) =
= 1, 4 (6)

O que resulta em um torque total de τ = 3 + 6 + 1, 4 = 10, 4 mN.


Por outro lado, calculemos o valor do centro de massa do conjunto de blocos, com a posição de cada
indivı́duo medida a partir do eixo de rotação da viga. Usando a seguinte relação para a posição do
centro de massa, horizontalmente (considerando o eixo x das posições):
N
1 X
xC.M. = xi mi (7)
M i=1
Na qual, M é a massa total, xi é a posição no ponto i e mi é a massa do ponto i, com N igual ao
número total de pontos. Deste modo, para a distribuição de massas da Figura 2, aproximando a
aceleração da gravidade para 10 m/s2 para simplificar os cálculos para as massas dos corpos A, B e
C, respectivamente, 1, 1, 2 e 0, 2 kg, resulta em:
Para o Bloco A:

N
1 X
xC.M. = xi mi
M i=1
0, 3 · 1 + 0, 5 · 1, 2 + 0, 7 · 0, 2
=
1 + 1, 2 + 0, 2
= 0, 433333333 (8)

O centro de massa, do conjunto de blocos, é, portanto, a uma distância de xC.M. = 0, 433333333 cm
do eixo de rotação da viga.
Lembrando que consideramos a viga de massa desprezı́vel, a situação da Figura 2 pode ser interpre-
tada, também, como um corpo de massa distribuı́da de forma não homogênea. O que acontece com

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o torque, nesta interpretação? Será o torque resultante de cada um dos blocos, como já calculado,
ou o torque total deste corpo de peso total PABC = 10 + 12 + 2 = 24 N, aplicado no ponto referente
ao seu centro de massa, sobre a viga. Ou seja:

τ = xC.M. · PABC · sen(90o ) = 0, 433333333 · 24 = 10, 4


Portanto, obtendo o mesmo torque resultante ao calcular os torques, individualmente, de cada bloco,
τ = 10, 4 mN.
Com este rápido exercı́cio, pudemos revisitar a ideia de força aplicada no centro de massa de um
conjunto de corpos, e aplicá-lo a um corpo extenso.

3 - Condições de equilı́brio de um corpo extenso


Um corpo extenso é, nada mais que, uma amplicação da visão de Fı́sica I a respeito dos corpos,
quando eram tratados apenas como posições, ou partı́culas. Interpretados como corpos extensos, vão
permitir a interação de forças externas de várias formas, possibilitando não só a translação, mudando
o corpo de lugar, mais a rotação, girando o corpo em torno de algum eixo de referência.
Nesta discussão, será considerado apenas o equilı́brio estático. Assim, já partimos da situação em
que o corpo já encontra-se em repouso, e este estado será mantido pela interação do corpo
extenso com todas as forças externas. Esta é uma forma mais simplificada de tratar a rotação, mas
é bastante útil para obter as forças envolvidas para diversas aplicações.
Portanto, partindo do princı́pio de que o corpo encontra-se em repouso, lembrando que a força peso,
deste corpo, será considera atuando no seu centro de massa, é possı́vel garantir o equilı́brio fazendo-se
obedecer duas simples condições. A condição de força resultante, externa, nula:
X
F~ = 0 (9)
E a condiçõa de torque resultante, sobre um eixo determinado, nulo:
X
~τ = 0 (10)
Para entender como é possı́vel aplicar estas duas condições, a seguir dois exemplos resolvidos, e co-
mentados, onde forças são aplicadas em um corpo não só tentando tirá-lo do lugar, mas, também,
tentando girar em torno de algum dos seus pontos fixos, que serão considerados como eixo de rotação.

O Trampolim

Um nadador, de massa 70 kg, está parado, na extremidade de um trampolim, de 3 m de


comprimento, que pesa 800 N. De acordo com a Figura 3, responda:
a) Qual a intensidade da força aplicada por cada suporte sobre o trampolim?
Neste caso, a gangora está em repouso e podemos iniciar aplicando a condição de equilı́brio dos torques.
X
~τ = 0 (11)

No qual, o torque é calculado por ~τ = ~r × F~ . Sendo que, de acordo com a escolha do eixo na Figura 4, o
torque de F~A é nulo, pois rA = 0, o torque de F~B é positivo (rotação anti-horária) e os torques de P~ e P~N
são negativos (rotação horária).

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Figura 3: Nadador no trampolim

Figura 4: Diagrama de forças e posições

Os módulos dos vetores de posição valem: ra = 0, rB = 0, 3 m, rP = 1, 5 m e rN = 3 m. Os módulos das


forças valem: P = 800 N, PN = m · g = 70 · 10 = 700 N (aproximando g por 10 m/s2 ). Todos os vetores de
força, neste problema, fazem um ângulo reto com seus respectivos vetores de posição. Assim, temos:

τ~A + τ~B + τ~P + τ~N = 0


0 + rB .FB − rP .P − rN .PN = 0
rP .P + rN .PN
FB =
rB
FB = 11000
(12)

Portanto, FB = 11000 N.
O vetor F~B = 11000ĵ N, considerando o referencial tradicional, é positivo. Perceba que isso é definido na
própria equação de torques pela relação de sinais com as orientações dos vetores (na regra da mão direita).
Para calcular o valor de FA , pode-se aplicar á condição de equilı́brio das forças, de modo que:
X
F~ = 0 (13)
Resulta em:

F~A + F~B + P~ + P~N = 0 (14)


Como os vetores só tem componentes em verticais (no eixo y), obtemos a soma a partir de:

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−FA + FB − P − PN = 0
FA = FB − P − PN
FA = 9500
(15)

Portanto, FA = 9500 N.
O vetor F~A = −9500ĵ N, considerando o referencial tradicional, é negativo. Perceba que isso é definido na
própria equação de forças pela relação de sinais com as orientações das componentes verticais (eixo y) dos
vetores.
b) Qual a orientação da força, em cada suporte aplicada pelo trampolim?
A orientação dos vetores de força no suportes é obtida aplicando-se a Terceira Lei de Newton (A toda ação
existe uma reação oposta de mesma intensidade). Pense nisso observando os vetores na Figura 5, compa-
rando com os vetores das forças na Figura 4.

Figura 5: Reações dos suportes

A Viga vertical

Uma viga uniforme, de massa homogênea, está presa por uma dobradiça e um fio, como
indicado na Figura 6. A viga pesa 15 N e tem 2 m de comprimento. A 1,7 m da dobradiça,
uma força horizontal F~H , de módulo 2 N, atua para a direita. O fio faz um ângulo de 40o com
o plano horizontal. Calcule:

Figura 6: Viga

a) A tensão aplicada pelo fio.


De acordo com a Figura 6, podemos representar as forças que atuam neste corpo no esquema visto na
Figura 7. Evidenciando a decomposição da tração no fio em suas componentes T~x e T~y . Note que a força

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da dobradiça é representada por F~x e F~y , sendo a componente y reação às forças verticais para baixo e a
componente x reação à tendência de rotação da viga no sentido anti-horário.

Figura 7: Forças sobre a viga

Figura 8: Forças perpendiculares ao eixo da viga

É possı́vel iniciar aplicando a condição de equilı́brio dos torques, considerando a própria dobradiça como
eixo de rotação, de modo que as forças com linha de ação que passam pelo eixo não produzem torque. As
forças que irão produzir torque são a componente T~x e F~H , com distâncias ao eixo de, respectivamente,
rT = 2m e rH = 1, 7m, com θ = 40o , tal como a Figura 8. Portanto:

7
X
~τ = 0
τ~Tx + τF~H = 0
rT · Tx − rH · FH = 0
rH · FH
Tx =
rT
T x = 1, 7
T x = T · cos(θ) = 1, 7
Tx 1, 7
T = =
cos(θ) cos(40o )
T = 2, 22
(16)

Portanto, T = 2, 22 N.
b) A força aplicada pela dobradiça sobre a viga.
As forças aplicadas pela dobradiça, sobre a viga, podem ser obditas aplicando-se a condição de somatório
das forças.
X
F~ = 0 (17)
Separando as forças horizontais e verticais, temos, a soma das forças em x:

T~x + F~H + F~x = 0


−Tx + FH − Fx = 0
Fx = FH − Tx
Fx = 0, 3N
(18)

E a soma das forças em y:

T~y + P~ + F~y = 0
−Ty − P + Fy = 0
Fy = P + Ty
Fy = P + T · sen(θ)
Fy = 16, 43
(19)

Assim, podemos escrever as componentes do vetor F~ , na dobradiça, como F~ = −0, 3î + 16, 43ĵ N.

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