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ARMAZENAGEM DE CEREAIS NA FAZENDA

Marcio Geraldo Schafer1 Sérgio Luis Dias Doliveira2

RESUMO
O presente estudo aborda sistemas de armazenagem, processo utilizado para guardar e
conservar com qualidade produtos agrícolas, essencialmente grãos.
É uma das atividades ligadas ao sistema logístico que tem como principal função gerenciar e
administrar o espaço físico para a manutenção de estoques.
Construindo armazenagem própria o produtor poderá atender seus interesses mercadológicos,
reduzindo os custos de transporte e atendendo à coordenação entre oferta e demanda, uma
vez que a produção de grãos possui uma situação de produção sazonal.
Esta pesquisa e análise financeira trata de um estudo em uma propriedade de produção rural
da região de Guarapuava PR, com investimento em armazenagem em uma fazenda. Pretende-
se detalhar seus custos e benefícios do investimento, analisar os custos de transporte,
atendendo à coordenação entre oferta e demanda.
Palavras-chave: Armazenagem na fazenda, logística, cereais, agronegócio, armazenagem.
1 Pós-Graduando do Curso de Especialização (Pós-Graduação lato sensu) em
Administração do Agronegócio. UNICENTRO. 2006.
2 Professor Orientador. Mestre em Gestão Estratégicas de Organizações. Departamento de
Administração. UNICENTRO.
Revista Eletrônica Lato Sensu – Ano 2, nº1, agosto de 2007. ISSN 1980-6116

1 INTRODUÇÃO
“A Conferência das Nações Unidas para o Comércio e Desenvolvimento (Unctad) prevê que o Brasil será
o maior país agrícola do mundo em dez anos.”

A agricultura brasileira é hoje um dos setores econômicos mais estratégicos para consolidação
do programa de estabilização da economia, iniciada em 1994 com o Plano Real.
A grande participação e o efeito multiplicador do complexo agroindustrial no PIB o peso dos
produtos de origem agrícola na pauta de exportações e a contribuição do setor para o controle
da inflação são exemplos de sua importância para o desempenho da economia brasileira nos
próximos anos.
Em menos de duas décadas a produção agrícola do país registrou um crescimento recorde.
A safra de grãos saltou de 58 milhões em 2000 para mais de 122 milhões de Toneladas em
2004. Crescimento inédito na história da agricultura.
Segundo IBGE no país contando com toda nossa capacidade estática de armazenagem
cadastrada na CONAB, chegamos a um total de 100,6 milhões de toneladas.
Deste número 20,3% estão no Paraná, distribuídos da seguinte forma: 21,5% em área rural,
70,2% em área urbana e 8,3% em área portuária.
Para continuidade do crescimento de mercado busca-se custos de produção competitivos, o
qual se constitui em um dos grandes desafios atuais da agricultura brasileira.
O Brasil destaca-se na mídia como pulmão do mundo. Também será o maior produtor de
alimentos mundial.
O clima e condições de expansão territorial dão condições para manter esta premissa. Mas
para alcançarmos tal status, temos que resolver o problema logístico de escoamento de grãos
até os pontos de consumo.
Não temos demanda para toda nossa produção internamente. Portanto, pensar na exportação
é de fundamental importância.
Como conseguiremos exportar eficientemente todo excedente de produção? Como podemos
fazer a nossa produção de granéis chegar em “just in time” aos pontos de consumo
internamente? O que pode ser feito para ajudar o país a resolver tal problema anunciado como
colapso logístico?
Conforme estudos da organização das nações unidas para alimentação e agricultura (FAO). O
ideal é que os países produtores tenham uma estrutura suficiente para acomodar pelo menos
1,2 vezes a safra anual.
Em 2006 nossa produção projetada será de 120 milhões de toneladas. De acordo com este
dado, temos um déficit de capacidade de armazenagem de 46 milhões de toneladas, assim
sendo, temos hoje armazenagem para apenas 70 % do necessário.
O custo da produção de alimentos no Brasil é normalmente inferior de outras regiões
produtoras do mundo. Isto se deve a condição de clima de um país continental.
Na agregação do pós-safra, enfrentamos problemas de locação.
Segundo ministério da agricultura, com a inclusão do custo do pós-safra por exemplo, na soja
plantada no Mato Grosso do Sul, o custo do transporte deste produto até o porto chega até 5
vezes a média deste mesmo produto e distância, que o produzido nos Estados Unidos ou
Argentina. A falta de armazéns reflete diretamente no faturamento do nosso produtor.
O produtor sem capacidade de armazenamento é obrigado a negociar sua safra no momento
da colheita, período em que historicamente temos os menores preços; ou entregar o produto na
condição de fixar o preço de acordo com sua cotação.
Mas nesta condição o produto já não existe fisicamente, gerando incertezas e inseguranças na
operação.
2 REVISÃO DE LITERATURA
A produção de cereais constitui uma das atividades de maior relevância para o Brasil. O país
ocupa posições de liderança na produção mundial deste produto, e é um dos principais
exportadores de grãos do mundo.
Esta liderança vem alicerçada pelo início de produção na região sul do país e só possível de
ser alcançada com a abertura de áreas vizinhas ao pantanal, de cerrado no centro do País, e
mais recentemente de áreas na região amazônica.
Para que tal desempenho seja atingido, o mercado requer custos de produção competitivos.
Quanto à participação do custo final de produção a secagem, armazenagem e logística de
transporte do grão é destaque dentre as etapas que compõem o processo produtivo das
principais culturas de cereais.
Tendo em vista a grande importância desta etapa de operações pretende-se demonstrar a
forma a ser utilizado pelo produtor rural para minimizar o custo de produção diminuir as
dificuldades de logística para o escoamento e exportação de cereais.
Nos últimos anos, a logística vem apresentando uma evolução constante. Sendo hoje, um dos
elementos chave na formação da estratégia competitiva das empresas.
No início era confundida com o transporte e armazenagem deprodutos. Hoje, ela pode ser
considerada como o ponto nevrálgico da cadeia produtiva integrada, atuando em estreita
consonância com o moderno gerenciamento da cadeia de suprimentos. (Novaes, 2001).
De acordo com Fleury (2000), as recentes mudanças econômicas, dentre elas a globalização e
o maior nível de exigências de serviços, vêm transformando a percepção empresarial sobre
logística.
Essa passou a ser vista não mais como uma simples etapa operacional , um centro de custos,
mas sim como uma atividade estratégica, um instrumento de marketing e de gerência, capaz
de agregar valor por meio dos serviços prestados.
Segundo Bertaglia (2003), o Brasil tem evoluído sensivelmente no aspecto de distribuição com
empresas extremamente profissionais, tanto na armazenagem como no transporte. No entanto,
a infra estrutura para transporte e distribuição continua ainda é extremamente centralizada no
modal rodoviário, apresentando custos extremamente elevados. Isto porque as estradas
apresentam os leitos em uma situação bastante crítica, aumentando os custos de transporte
devido á necessidade de manutenção mais freqüente dos veículos que transitam por elas.
Os países desenvolvidos usam modais alternativos e combinados para efetuar a distribuição
dos produtos por via marítima, rodoviária, ferroviária e aérea.
A concentração do transporte pelo modal rodoviário é, com certeza, um ponto fraco na cadeia
do agronegócio brasileiro.
O gráfico 1 apresenta a proporcionalidade de custos entre 3 modais de transporte possíveis em
nosso
País. O modal rodoviário mais usado no Brasil tem uma razão de custo de 8/1 em relação ao
modal Pluvial e de 3/1 no modal ferroviário. Constituindo dessa forma um dificultador ao
crescimento das regiões mais distantes dos portos. Neste quesito, o produtor rural deve contar
com apoio mais efetivo do Governo que deve oferecer ao setor um sistema integrado de
transporte para reduzir os custos do transporte de grãos e torná-lo mais econômico.

O ponto de equilíbrio é aquele que define o volume exato de produção em que uma empresa
ou produtor nem ganha, nem perde dinheiro.
Acima desse ponto a empresa ou produtor começa a apresentar lucros, abaixo, sofre perdas.
Baseado neste conceito, iremos calcular qual a quantidade mínima que o produtor deste estudo
de caso deveria produzir e estocar para chegar ao ponto de equilíbrio.
Para desenvolver esta análise faz-se o seguinte cálculo matemático a ser explicitado, a
quantidade produzida e armazenada para este projeto específico, onde se encontra o ponto de
equilíbrio que é de R$ 6.118.333,71 , abaixo haverá prejuízo em se armazenar e acima disso
se terá resultado positivo. Neste caso específico estamos retratando a realidade de uma
unidade concebida para armazenagem de 70.000 sacas, quando forem concebidas unidades
menores estas terão custos de implantação e custos variáveis e fixos condizentes com sua
capacidade de processamento e armazenagem.
2.1 Estudo da Viabilidade Econômica
Uma avaliação econômica é indispensável na decisão da aplicação de um capital, pois a
mesma, através de diversos parâmetros pode determinar a viabilidade de um empreendimento.
A decisão de investir, seja ela para uma empresa, ou para uma pessoa física, é de extrema
importância por comprometer o capital, sob diversas formas na intenção de melhorar sua
situação econômica.
Esta deve ser a etapa final de uma série de estudos, ao longo dos quais o projeto de
investimento é constantemente colocado em questão. O investimento realizado poderia então
ser considerado como um projeto de investimento que superou com sucesso todas as
diferentes barreiras.
Com a disponibilidade de dados como: volume, preço de mercado, receita gerada, custos fixos,
custos variáveis, depreciação e investimentos é possível analisar a viabilidade do
empreendimento a curto e longo prazo.
2.2 Custo do Investimento
A avaliação econômica apresentada neste trabalho refere-se ao estudo de viabilidade de
implantação de uma unidade de armazenagem na propriedade rural na região de
Guarapuava/PR.
A unidade em questão compreende a instalação de equipamentos modernos para recebimento,
limpeza, secagem e armazenagem de grãos para um volume inicial previsto para 70.000 sacas
dentro de um padrão de qualidade exigido pelo mercado.
2.3 Rede de Armazenagem Brasileira
De acordo com SILVA (2001), a rede de armazenagem de grãos apresenta-se como um
elemento indispensável ao incentivo da produção agrícola. Deve constituir-se de estruturas
destinadas a receber a produção de grãos, de conservá-los em perfeitas condições técnicas e
de redistribuí-los posteriormente.
Estruturalmente, a rede de armazenagem de grãos brasileira é constituída de unidades
armazenadoras, as quais podem ser classificadas sob três critérios: (a) entidades a que
pertencem (órgãos governamentais, cooperativas e particulares), (b) localização (fazenda,
coletoras, subterminais e terminais), e (c) tipos de edificação (convencional e a granel).
No que se refere aos tipos de edificação, as convencionais destinam-se à armazenagem de
produtos acondicionados em um determinado tipo de embalagem, como, por exemplo,
sacarias, enquanto as do tipo à granel dispensam ouso de embalagens e podem possuir em
suas estruturas silos metálicos.
Ainda se tem a possibilidade de novas tecnologias de armazenagem em silos bolsa, sendo
uma armazenagem com até 3.000sc sacos por silo. Este tipo de armazenagem tem um custo
acima de R$ 1,00 por saco. No momento da entrega destrói-se este tipo de silo e na próxima
safra é necessário fazer o investimento novamente.
2.4 Métodos de Análise de Investimentos Segundo BRAGA (1989), os métodos mais
difundidos para avaliar propostas de investimentos são: método do valor presente líquido -
VPL, taxa interna de retorno – TIR, payback.
Segundo Maurício Pimenta Lima (2000), a grande maioria dos custos de armazenagem, mão
de obra, depreciações de instalações e equipamentos de movimentação – são fixos e indiretos.
Essas duas características dificultam respectivamente o gerenciamento da operação e a
alocação de custos.
Segundo VERAS (1994), “o método do valor presente líquido, ou simplesmente, método do
valor presente, consiste em calcular o valor presente líquido NPV do fluxo de caixa (saldo das
entradas e saídas de caixa) do investimento que está sendo analisado, usando a taxa de
atratividade do investidor.
Para FRANCISCO (1994), a taxa de retorno de investimento é a taxa de juros que anula a
diferença entre os valores atuais das receitas e das despesas de seu fluxo de caixa.
Numa análise de investimentos, a escolha recai na alternativa de maior taxa de retorno. Uma
alternativa de investimento é considerada vantajosa quando a taxa de retorno é maior que a
taxa mínima de atratividade.
A utilização prática do método da TIR dá-se, normalmente, em projetos de implantação ou
expansão industrial como comparação com os índices normais do setor a que o projeto se
referir, por isso esse método é muito utilizado para análise de viabilidade de projetos de
investimentos.
3 METODOLOGIA
Os parâmetros iniciais deste trabalho serão obtidos através de um estudo de caso, portanto,
trata-se de pesquisa qualitativa em uma propriedade rural da região de Guarapuava PR.
Demonstrando os passos, desde o estudo de viabilidade até a implantação do projeto de
armazenagem de cereais na fazenda realizado em 2004. E, ainda, demonstrando a viabilidade
financeira do investimento com seu payback.
Foram levantadas as informações através de entrevista semí estruturada e coleta de dados
com o referido produtor.
Para ROOS (1995), “regra do período do payback é uma regra de decisão de investimento e
afirma que todos os projetos de investimento com períodos de recuperação do investimento
iguais ou inferiores a um determinado limite são aceitos, e, todos os que recuperam o
investimento em tempo superior a esse limite são rejeitados. O período de payback é o número
de anos necessários para que uma empresa recupere o investimento inicial e um projeto com o
fluxo de caixa gerado”
3.1 A Pesquisa
A análise dos dados dar-se-á pela abordagem em tabelas e planilhas levando-se em conta
ferramentas de engenharia econômica, utilizados para análise de investimentos de longo prazo.
3.2 Métodos e Análise de Investimentos
3.2.1 Custos Operacionais e Depreciação
Neste contexto, temos uma unidade de fazenda para recebimento e processamento de 100%
de sua produção, mas o armazenamento é de apenas 70% da produção, pois o agricultor
normalmente usa 30% de sua produção para pagamento do custeio e custos com vencimento
junto ao período de safra.
Os custos operacionais para o bom funcionamento de uma unidade armazenadora, dividem-se
conforme gráfico demonstrativo:

Os custos operacionais são de relevância e devem ser levados em conta. O valor anual
calculado para esta unidade é de R$ 81.211,45.
Como todos os equipamentos foram adquiridos novos, tem-se o valor de mercado, e através da
vida útil calculada conforme tabela 02 abaixo, com valor de mercado dos equipamentos e
benfeitorias, calculados em 30% do valor inicial. Calculamos uma depreciação anual de
R$ 19.800,00.
As receitas da atividade agrícola resumem-se ao valor recebido quando da comercialização da
safra colhida no início do ano. Os valores de mercado são determinados em geral pela bolsa de
Chicago, que ao longo do ano, sofre oscilações influenciadas por uma série de fatores tais
como: clima, oferta e demanda mundial, voracidade de mercados emergentes, etc.
Neste trabalho não será abordado nenhum fator de manejo que possa elevar ou diminuir a
produtividade afetando desta forma a renda do produtor.
Será levado em conta a lucratividade conseguida durante a comercialização que basicamente é
a diferença de preço balcão e preço disponível.
De maneira simples podemos definir preço balcão como o valor que os compradores desejam
pagar pela sua mercadoria, uma vez que este valor é largamente divulgado e de conhecimento
público. Já o preço disponível é o valor que o produtor que possui armazenagem própria pede
pelo seu produto.
Este valor resulta de negociações e não de uma imposição por parte do comprador.
Ao considerarmos uma comercialização de 30% da produção durante o período de colheita, a
diferença entre preço balcão e disponível, com os outros 70% comercializados durante o ano,
estipulamos que uma unidade na fazenda deva ter capacidade armazenadora de 70% de sua
produção.
Para ilustrar esta situação apresenta-se um gráfico com o histórico de preços e da
comercialização realizada no Brasil nos anos de 1998 a 2002.
As barras vermelhas indicam os preços do soja, e na linha preta, demonstra-se o percentual de
comercialização da safra.
Percebe-se que o maior percentual de comercialização acontece no período de safra,
contrariamente ao comportamento dos preços que atingem patamares bem menores que na
entressafra. Este acontecimento é fortemente influenciado pela forte alavancagem financeira do
produtor provida parte pelo governo e com forte participação de empresas multinacionais.
Os vencimentos desta alavancagem (custeio), acontece junto com a safra, proporcionando um
mercado favorável aos compradores neste período.
A falta de armazenagem força a venda neste período. O resultado disto é um caos logístico,
com filas quilométricas nas unidades de recebimento e principalmente nos portos, utilizando os
caminhões como silos provisórios até o embarque em navios.
Os valores apresentados na tabela 3, representam o histórico de comercialização do estudo de
caso. Quando o produtor não necessita excessivamente de alavancagem financeira e conta
com armazenagem na fazenda, podendo fazer a comercialização no melhor momento.
Verifica-se o ganho, baseando-se na diferença de preço imposta pelas duas modalidades de
comercialização disponível de balcão para cultura de verão (SOJA E MILHO).
Sem cálculo de custo do dinheiro, depreciações e custo operacional, etc, a unidade se pagaria
com 2,7 safras de verão. Mas ainda tem-se um cálculo mais apurado de sua viabilidade.
4 ANÁLISE DOS RESULTADOS
Em um projeto de investimento o objetivo maior é o lucro. Todos os projetos de investimentos
representam oportunidades de ganhos de capital.
Assim determinado investimento será realizado se o empreendedor verificar a possibilidade de
obter lucros visualizados. Diz-se que uma atividade é viável se os lucros forem superiores à
taxa mínima de atratividade ou TMA.
Os juros que o investidor tem a possibilidade de receber no mercado financeiro podem ser
chamados de custos de oportunidades ou taxa de mínima atratividade do capital investido.
O negócio será viável se apresentar uma remuneração, sobre o capital, superior aos custos de
oportunidade ou a taxa de mínima de atratividade – TMA.
A taxa de atratividade normalmente é aquela obtida facilmente pelo investidor. São ganhos de
capital em investimentos de baixo risco como o da poupança ou fundos de renda fixa por
exemplo. Se o dinheiro não é investido o custo de oportunidade é igual ao total em juros que
estas aplicações obteriam.
4.1 Valor Presente Líquido – VPL
A interpretação do resultado, obtida com a utilização do método da VPL, pode ser interpretado
da seguinte forma, como demonstra a tabela 5.
Para analisar a viabilidade de um projeto é preciso medir a lucratividade em um único período
de tempo. Portanto, é necessário transformar os valores projetados para o futuro em valores
atuais para que possam ser avaliados hoje (t = 0). Para transformar valores futuros em valores
presente; deve-se aplicar um fator de desconto que leva em conta a taxa de juros
correspondente à taxa média de atratividade.
Para a realização do cálculo do valor presente líquido será utilizado como TMA – Taxa mínima
de atratividade, a remuneração oferecida pelos fundos de renda fixa. Cuja capitalização
estipulada anual é de 20,00%.
Todos os valores projetados foram descontados para o instante t=0, levando–se em conta a
taxa de juros e o período para onde o valor foi projetado.
Um projeto é viável sempre que seu valor presente for maior que zero. A viabilidade de um
projeto de investimento dependerá sempre da remuneração através de juros que poderiam ser
obtidos em outra alternativa de investimento.
Se o valor presente for negativo é preferível decidir pelo investimento que ofereça a taxa de
juros utilizada na avaliação.
O valor presente líquido do projeto é de R$ 858.575,14 no terceiro ano, em que se tem o
retorno do investimento. No oitavo ano tem-se um valor de R$ 1.609.511,21, mostrando-se,
portanto, positivo.
Define-se que para uma taxa de 20,00% ao ano o projeto é viável, considerando um horizonte
de planejamento de 8 anos. O fluxo de Caixa é o valor base para obtenção do VPL, conforme
tabela abaixo.

4 Taxa Interna de Retorno – TIR.


A TIR é uma taxa de desconto que iguala o VPL a zero, sendo que se esta taxa for abaixo de
zero os projetos são descartados. Para realizarmos este cálculo necessita-se do valor
inicialmente investido no projeto, que neste caso é de R$ 3.075.166,97 e também dos valores
anuais das entradas Líquidas conforme tabela 7, abaixo:

Após o cálculo, observa-se que o valor da TIR de 34,79% é positivo, portanto o projeto pode
ser aceito, pois a taxa interna de retorno é maior que o custo do capital investido.
4.3 Período Payback
A período Payback tem como objetivo principal a verificação do tempo em que o capital
investido, descontados os resultados anuais obtidos pelo investimento poderão igualar-se a
zero. Este período pode ser calculado com base nos dados da tabela 8 abaixo:

Tabela 8 - VPL, TIR E PAYBACK.


Com os dados acima pode-se concluir que entre o segundo e o terceiro ano há o retorno do
investimento realizado, desta maneira podemos concluir que este é outro fator que favorece a
realização do investimento.
Para determinar o período payback exato podemos utilizar a seguinte fórmula:

Sendo o valor do investimento inicial do projeto em estudo é de R$ 3.075.166,97, com entradas


anuais no período de carência do investimento de R$ 858.575,14, aplicando na fórmula
encontramos:

Com base nas informações, conclui-se que o investimento em questão tem retorno total em 3,6
anos. Propostas de investimento com menor prazo de retorno apresentam maior liquidez e,
conseqüentemente, menor risco.
Sem dúvida o fator mais relevante para o rápido retorno deste investimento é o prazo de
carência de 3 anos do valor financiado e com entradas líquidas relevantes ao longo deste
período.
4.4 Ponto de Equilíbrio
Denomina-se Ponto de Equilíbrio Contábil a igualdade entre receita obtida pela empresa e os
custos gerados na Fabricação dos produtos, fazendo com que a empresa não apresente lucros
ou prejuízos no investimento.
Cálculo do Ponto de Equilíbrio:

Nos anos que seguem o ponto de equilíbrio é reduzido devido ao fato das despesas
Administrativas (Depreciações) atingirem seu ciclo.
4.5 Demais Dados de Análise Relacionados para Análise
4.5.1 Índice de Liquidez
A análise do Índice de Liquidez Geral revela, em última instância, quanto de $ o
empreendimento possui para cada $ 1,00 de dívida geral, ou seja, se um cálculo resultar em
1,22, significa dizer que a empresa consegue, a longo prazo, pagar todas as suas dívidas e
ainda lhe sobram $ 0,22 de folga, a cada $ 1,00 pago.
Portanto, pode-se afirmar, neste caso, que a situação é satisfatória, pois há uma margem de
segurança.
Se por outro lado tivesse sido encontrado um índice de 0,90, a empresa não estaria em
condições satisfatórias, pois para cada $ 1,00 de dívida total lhe faltariam $ 0,10. No entanto,
se o vencimento das dívidas tiver um prazo superior ao necessário para que os recursos do
Ativo sejam convertidos em numerários, significa que a firma depende de geração futura de
recursos e que isto pode ser alcançado.

4.5.2 Margem Líquida


A margem líquida nos mostra o quanto temos de lucro para cada R$ 1,00 vendido.
4.5.3 Rentabilidade do ativo
A rentabilidade do ativo demonstra o índice de retorno sobre o investimento. Indica quanto a
empresa obtém de retorno para cada $1 de investimento total. Quanto maior for esse índice,
melhor para a empresa.
A rentabilidade do ativo é calculada quando se deseja ter uma idéia da lucratividade, como um
todo, do empreendimento, independente de onde venham os recursos, admitindo-se as
aplicações realizadas.

4.5.4 Liquidez Corrente


A liquidez corrente representa a disponibilidade de ativo Circulante (caixas e bancos, estoques)
para cada 1 real de divida a curto prazo (Passivo Circulante - Salarios + encargos, impostos,
contas, fornecedor, financiamentos).

4.5.5 Lucro Liquido


Tabela 9 – Calculo do Lucro Liquido

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A avaliação de mercado demonstra que o investimento em uma unidade armazenadora na
propriedade rural, é uma oportunidade de negócio. Esta afirmação sustenta-se, principalmente,
nos dados levantados junto aos produtores que possuem suas estruturas de armazenagem
própria.
Esses produtores relataram a facilidade na agregação de valor à cadeia produtiva de seu
produto, quando obtidas as condições de gerenciamento de comercialização com
armazenagem própria.
Fica claro, entretanto, que para ter acesso à viabilidade do projeto é necessário que a produção
seja em escala considerável com volumes de colheita de 20.000 sacas de soja e milho por ano,
pois somente assim a armazenagem, bem como o carregamento de estoques para
comercialização no momento adequado, em termos de preços de oferta, tendem a trazerem os
resultados esperados, ou seja, enquadram-se com maior facilidade nesta modalidade os
produtores médios e grandes.
No estudo de viabilidade econômica, utilizando as ferramentas de análise financeira verificou-
se que o projeto é rentável.
Basta olharmos os indicadores, onde o payback dá um retorno sobre o investimento em pouco
mais de dois anos. A taxa interna de retorno é positiva da ordem de 34,79% e o valor presente
líquido representa a cifra de R$ 858.575,14.
Uma situação que foi determinante para a viabilidade econômica do projeto foi a questão do
financiamento via BNDES linha MODERINFRA (Modernização de Infra-Estrutura), com taxas
atrativas de 8,75% fixo ao ano, com carência de 3 anos e mais 5 anos para pagamento,
considerando que ao longo da carência, quando não há nenhum tipo de desembolso por parte
do contratante tem-se receitas na comercialização da soja, o que garante um prazo de retorno
(payback), extremamente rápido.
Cabe ainda salientar que os cálculos foram executados apenas com a cultura de verão, na
região de Guarapuava. Contamos com forte safra de Inverno e em outras regiões com climas
mais quentes, podemos contar com a segunda safra de verão.
Os objetivos propostos para a presente pesquisa foram alcançados, disponibilizando aos
investidores dados importantes sobre a viabilidade de se construir uma unidade armazenadora
na propriedade rural, demonstrando sua importância na cadeia logística do cereal.
6 REFERÊNCIAS
ABREU, P.F.S.P. & STEPHAN, C.: Análise de Investimentos. Rio de Janeiro, Campus, 1982. NORONHA, J.F.:
Projetos Agropecuários: Administração Financeira, PROTIL, R.M.: Desenvolvimento de um Sistema
Computacional para Análise de Risco em Investimentos Florestais. Dissertação de Mestrado, PPGA/UFRGS,
1993, 116 p. NOVAES, A;G. Logística e gerenciamento da cadeia de distribuição. Rio de Janeiro: Campus,
2001. 410p. SILVA, Luis César, Armazenagem de Grãos. VERAS, Lilia Ladeira, Matemática financeira, 2ª edição,
editora Atlas, 1994 BRAGA, Roberto, Fundamentos e Técnicas da Moderna Administração Financeira, Rio de
Janeiro, editora Campus, 1989. FRANCISCO, Walter de, Matemática Financeira, 7ª edição – São Paulo, editora
Atlas, 1994 ROOS, Stephen A., Randolph W. Westerfield, Jeffrey F. Jaffe, Administração Financeira, São Paulo,
editora Atlas, tradução Antonio Zorato Sanvicente. LIMA, Maurício Pimenta, Custos de Armazenagem na
Logística Moderna, Revista tecnológica, jan 2000. BERTAGLIA, Paulo Roberto, Logística e gerenciamento da
cadeia de abastecimento, São Paulo, Saraiva, 2003. IBGE, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.
Levantamento sistemático da Produção agrícola. Rio de Janeiro: IBGE, fev. 2005b. CONAB, Companhia
Nacioanl de Abastecimento. Terceiro levantamento de avaliação da safra 2004/2005. Brasília: CONAB, fev.2005B.
WEBER, E. A. Armazenagem agrícola. Porto Alegre: Kepler Weber industrial, 1998.

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