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INTERPRETAÇÃO DE TRILHAS ECOLÓGICAS PARA ALUNOS DO

ENSINO FUNDAMENTAL – SÉRIES FINAIS DE CRUZ ALTA-RS

Jober Vanderlei de Vargas Machado1, Rudi Fernando dos Santos1, Carine Franciele
Alles de Moura1, Bethânia Ross1, Carlos Eduardo Copatti2

Resumo
Este trabalho teve como objetivo realizar trilhas ecológicas interpretativas em diferentes
paisagens ecológicas na área do CEPPA-UNICRUZ com alunos do Ensino
Fundamental de Cruz Alta-RS. As trilhas foram realizadas entre outubro de 2007 e maio
de 2009, onde foram feitas explanações sobre diversos eixos ambientais: flora, fauna,
estudo do solo, recursos hídricos e estudo do ar; sempre inter-relacionando os fatores.
Ao todo 290 alunos e 16 professores do Ensino Fundamental, participaram das
atividades, com durabilidade de três horas. Nesta prática, também foram feitas
aplicações de atividades lúdicas por meio de gincana ecológica, revisando conceitos
demonstrados durante o percurso. Foi ainda aplicado um questionário para os alunos
referente aos ecossistemas das áreas visitadas, assim como um questionário para os
professores. A maioria dos alunos ainda não havia participado de trilhas ecológicas e
quase todos demonstraram interesse em participar de atividades similares, não
demonstrando dificuldades em percorrer e participar das atividades realizadas durante
o percurso. Os assuntos mais interessantes na opinião destes foram: plantas
medicinais, impactos de espécies exóticas e pegadas de animais. Além disso,
apontaram que é importante a associação dos conteúdos práticos das trilhas com os
conteúdos teóricos da sala de aula. Os professores enfatizaram que, para os alunos, a
participação nestas atividades é fundamental para o melhor desenvolvimento de seus
conteúdos. Conclui-se que atividades como esta possibilitam benefícios de aprendizado
e recreação, contribuindo à manutenção de uma qualidade de vida satisfatória.

1
Alunos do Curso de Ciências Biológicas da UNICRUZ. E-mail: jobervm@bol.com.br;
rudi_fernando@hotmail.com; carinemalheiros@ibest.com.br; bethaniaross@yahoo.com.br
2
Professor da UNICRUZ, Doutor em Zootecnia-UFSM. E-mail: carloseduardocopatti@yahoo.com.br
Palavras-Chave: Educação ambiental. CEPPA. Atividades lúdicas.

Abstract
Interpretation of ecologic trails to pupils of the elementary school of Cruz Alta-RS.
This work has like objective realize trails of interpretation in different ambient in the
region of the CEPPA-UNICRUZ with pupils of the elementary school of Cruz Alta-RS.
The trails occurred between October 2007 and May 2009, where proceeded
explanations about various ecological factors: flora, fauna, stud of the soil, hydric
recourses and study of the air; ever inter-related the factors. A total of the 290 pupils
and 16 teachers of the elementary school, participated of the activities, with duration of
the three hours. In this practice, applied of ludic activities by of ecological task, revised
concepts demonstrated within the course. It was also applied some questions to the
pupils concerning to the ecosystems of the areas visited, so like some questions to the
teachers. The majority of the pupils haven’t participate of ecologic trails and almost ever
demonstrated interest in participate of actives similar, without demonstrated difficulties in
walk and report of the actives realized during the course. The topics more interesting in
opinion of the students were: medicine plants, impacts of exotic species and animals’
footstep. Beyond, they appointed that is important association of the contents practice of
the trials with the contents of the classroom. The teachers 12 empathized that, to the
students, the participation in those actives is fundamental to the best development of the
contents. Conclude that actives like this permit benefits of apprenticed and recreation,
contributed to maintain a good quality of life.

Key-words: Ambient education. CEPPA. Ludic activities.

Introdução

O meio ambiente é constituído por fatores bióticos e abióticos que se inter-


relacionam uns com os outros dentro dos ecossistemas naturais e artificiais. Para
Ab’Saber (1994), a educação ambiental deve fornecer instrumentos para a sociedade
ampliar discussões e ações concretas em relação às questões ambientais, sobretudo
no âmbito das escolas de educação básica, de modo a ter uma população, pelo menos
no futuro, consciente e educada para tais questões. Já Carvalho (2001) defende que o
foco de uma educação dentro do novo paradigma ambiental, tenderia a compreender,
para além de um ecossistema natural, um espaço de relações socioambiental e
historicamente configurado e dinamicamente movido pelas tensões e conflitos sociais
trazendo para as atividades de educação ambiental problemas do cotidiano e soluções
para os mesmos.
Pádua & Tabanez (1998) afirmam que a educação ambiental propicia o
aumento de conhecimentos, mudança de valores e aperfeiçoamento de habilidades,
condições básicas para estimular maior integração e harmonia dos indivíduos com o
meio ambiente. Também é o resultado de uma orientação e articulação de diversas
disciplinas e experiências educativas que facilitam a percepção integrada do meio
ambiente, tornando possível uma ação mais racional e capaz de responder às
necessidades sociais (DIAS, 2004). Portanto, cabe à própria sociedade como um todo
colocar em prática princípios educativos que permitam garantir a existência de um
ambiente sadio para toda a humanidade de modo a conseguir uma conscientização
realmente abrangente (AB´SABER, 1994).
As trilhas, enquanto instrumentos pedagógicos para a educação ambiental e
biológica devem explorar o raciocínio lógico, incentivar a capacidade de observação e
reflexão, além de apresentar conceitos ecológicos e estimular a prática investigatória
(LEMES et al., 2004). Para Dias & Zanin (2004), as trilhas traduzem para os alunos
visitantes das áreas naturais os fatores que estão além das transparências, como as
leis naturais, histórias e fatos (PÁDUA & TABANEZ, 1997). Têm o propósito de
estimular os grupos de atores a um novo campo de percepções, com objetivo de levá-
los a observar, experimentar, questionar, sentir e descobrir os vários sentidos e
significados relacionados ao tema selecionado (VASCONCELLOS, 1998).
Freitas & Magalhães (2003) consideram que as áreas de conservação além de
proporcionarem uma visão contemplativa para os visitantes observadores, exercem
múltiplas funções ambientais para determinado ecossistema. Segundo Lohn (1999), a
educação ambiental deve contribuir para a formação de cidadãos críticos, capazes de
decidirem e atuarem sobre a realidade de modo ético e comprometido com a vida, com
a sociedade local e global.
Este trabalho teve como objetivo realizar estudos de diferentes paisagens
ecológicas, através de mecanismos de educação ambiental na área do CEPPA-
UNICRUZ (Centro de Estudo, Pesquisa e Preservação Ambiental da UNICRUZ),
visando o emprego de ações e percepções que auxiliassem no aprendizado do
educando e do educador, bem como a manutenção de condições ambientais
satisfatórias às necessidades dos organismos vivos, inclusive da sociedade humana.

Metodologia

Foi desenvolvido, experimentalmente, um trabalho de educação ambiental com


290 alunos do Ensino Fundamental – Séries Finais de Cruz Alta-RS, além de 16
professores que os acompanharam. Os alunos envolvidos eram de turmas de 5ª a 8ª
séries e os professores acompanhantes lecionavam para os mesmos. Na maioria das
vezes, os professores eram da disciplina de Ciências, mas quando estes não podiam
acompanhar as turmas, as escolas designavam professores de outras disciplinas.
Os alunos realizaram um “passeio-aula” em diferentes ecossistemas
compreendendo áreas de mata e campo, na área do CEPPA-UNICRUZ, entre outubro
de 2007 e maio de 2009. As atividades tiveram durabilidade de 3 horas e foram
realizadas nos períodos matutinos ou vespertinos, de acordo com o horário disponível
dos alunos. Todas as trilhas foram realizadas sempre com o acompanhamento de
professores ou responsáveis das escolas participantes. Além destes, pelo menos dois
professores ou alunos guia do Curso de Ciências Biológicas participaram da atividade,
com a finalidade de aplicar questões de educação ambiental durante o percurso da
mesma.
Foram feitas explanações sobre diversos eixos ambientais: histórico da região,
flora, fauna, estudo do solo, recursos hídricos e estudo do ar; sempre inter-relacionando
os fatores.
Antes do percurso propriamente dito, todas as normas de conduta no percurso
da trilha foram discutidas de maneira a fornecer todas as orientações necessárias para
o melhor proveito da mesma. Durante o percurso da trilha, nove locais previamente
escolhidos foram ambientes de parada temporária do percurso, onde explicações sobre
diversos fatores ecológicos foram proferidas.
Na primeira parada foram realizadas explanações sobre sucessão ecológica,
demonstrando aos alunos como que um fragmento de Mata Atlântica em processo de
sucessão ecológica se comporta. Foram mostradas exemplos de plantas herbáceas,
arbustivas e arbóreas pioneiras, ressaltando a importância de cada uma destas para o
ecossistema.
Numa segunda parada foram observadas exemplares de uma espécie de
planta arbórea pioneira: o fumeiro bravo (Solanaceae, Solanum erianthum D. Don) que
também possui propriedades medicinais por ser diurético e, além disso, emite
substâncias tóxicas. Outras plantas medicinais, tais como boldo (Lamiaceae,
Plectranthus barbatus Andrews), picão-preto (Asteracea, Bidens pilosa L.) e chá-de-
bugre (Flacourtiaceae, Casearia sylvestris Sw.) foram apresentadas, explicando
diferenças entre chá e infusão.
Na terceira parada, havia uma área de fragmento de mata nativa, onde foi
explicado para os alunos que, devido à evapotranspiração, a sensação térmica naquele
local era mais amena. Em seguida, ocorreram explicações sobre poarasitismo e
mutualismo.
Na quarta parada foram feitas explanações sobre espécies exóticas, como
exemplo o eucalipto azul (Myrtaceae, Eucaliptus globulus Labill.), ali presente.
Na quinta parada continuou-se com o tema das espécies exóticas, enfatizando
naquele ambiente a presença do capim-anoni (Poaceae, Eragrostis plana Nees). Da
mesma forma, aquela área apresentava grande presença de plantas medicinais como a
marcela (Asteracea, Achyrocline satueroides (Lam.) DC.), camomila (Asteracea,
Matricaria chamomila L.), transagem (Plantaginaceae, Pantago major L.), carqueija
(Asteracea, Baccharis trimera (Less.) DC.), erva cidreira (Gramineaceae, Cymbopogon
citratus (DC) Stapf.) e hortelã (Lamiaceae, Mentha sp.)
A parada de número seis não apresentava local definido, pois nesta os alunos
aprendiam a reconhecer a fauna através de suas pegadas e outros sinais como as
fezes. Além disso, era comum encontrar exúvias, ou seja, exoesqueletos de quitina de
artrópodes após estes realizarem a ecdise.
Na sétima parada foram abordados os assuntos relacionados à agricultura tais
como o Plantio Direto na Palha, agrotóxicos, erosão e mutualismo que ocorre entre as
leguminosas (Leguminosidaea) e as bactérias Rhizobium sp.
A oitava parada localizava-se às margens do rio Cambará, onde os estudantes
puderam ver exemplos de plantas parasitas e de plantas comensais, ditas epífitas por
se abrigarem sobre outras plantas.
Na última parada, localizada dentro de uma área de mata ripária já bastante
reduzida, assuntos referentes a impactos ambientais foram explanados, tais como o
aumento de sedimentos dentro dos rios devido à falta de proteção vegetal nas
encostas. Os alunos ainda puderam observar espécies de plantas primitivas: hepáticas
(Briophyta).
Ao final das atividades, cada turma discutiu sobre suas atitudes e utilidade das
atividades para suas vivências. Nesta prática, ainda foram feitas aplicações de
atividades lúdicas por meio de gincanas ecológicas, revisando conceitos científicos
básicos. Para tanto, houve divisão aleatória dos participantes em grupos.
Foi aplicado um questionário para os alunos referente às similaridades e
diferenças presentes nos sistemas de produção envolvendo as áreas visitadas, assim
como, um questionário para os professores que versaram sobre a trilha percorrida e
interesse em implantar projetos similares. As respostas foram tabuladas e os resultados
foram submetidos ao teste “t” para verificar a existência de diferenças nos resultados
obtidos. Foi utilizado o programa Statistica (1997) com p<0,05.

Resultados e Discussão

Durante o período de aplicação das trilhas ecológicas, participaram 290 alunos


e 16 professores do Ensino Fundamental. Gontijo & Neves (2004) apontaram que
houve cerca de 3000 visitantes em 1995, data do início do Projeto Caminhadas
Ecológicas, na Estação Ecológica da Universidade Federal de Minas Gerais,
aumentando para mais de 14000 visitantes em 2003. Em nosso estudo reitera-se que o
espaço para execução das atividades é muito reduzido, o que impede a presença de
turmas com muitos participantes, além disso, com um número reduzido de participantes
(25 a 35) é possível que as interpretações ambientais sejam melhor direcionadas,
permitindo que todos a participação efetiva (e não apenas numérica) de todos os
presentes.
Para Dias & Zanin (2004), as trilhas traduzem para os alunos visitantes das
áreas naturais, os fatores que estão além das transparências, como as leis naturais,
histórias e fatos. Na Figura 1 é demonstrada a atividade de maior interesse durante a
execução da trilha.

Percurso Jogos

80
Percentual (%)

60

40

20

Figura 1. Item de maior interesse no percurso, Cruz Alta, 2007-09.

Nota-se que a atividade de maior interesse foi o percurso da trilha, o qual


englobou todas as explanações e argumentações realizadas. Apesar disso, ambos os
procedimentos são considerados importantes para que o aluno adquira o melhor
proveito da atividade, observação esta que está em consonância com Freire & Batista
(2005) que diagnosticam a importância para a existência do jogo como parte
significativa das práticas de caminhadas em trilhas ecológicas da Ilha de Santa Catarina
em Florianópolis-SC.
O aluno deve ser capaz de formular questões, diagnosticar e propor soluções
para problemas reais, por meio de sua interação com o mundo e as pessoas com que
tem contato. Acerca disso, ressaltam-se ainda mais a necessidade do aluno em
participar de atividades de educação ambiental, como trilhas ecológicas. Nas Figuras 2
a 4 são abordados, respectivamente, se os mesmos já haviam participado de outras
trilhas, disposição em participar novamente e dificuldades existentes ao realizar às
atividades.

Sim Não

70
60
Percentual (%)

50
40
30
20
10
0

Figura 2. Participação em trilhas anteriores, Cruz Alta, 2007-09.

A maioria dos estudantes não haviam ainda participado de trilhas ecológicas


demonstrando interesse em participar de novas atividades semelhantes às realizadas.
Além disso, em geral, os alunos praticamente não sentiram dificuldade para a
realização do percurso. Marcellino (1996) explica que é muito difícil uma separação
entre os sentimentos desejáveis e indesejáveis, quando se aborda uma área de ação
com alto grau de escolha individual como é o caso dos estudos do lazer.

Sim Não

120
100
Percentual (%)

80
60
40

20
0

Figura 3. Disponibilidade para realização de outras trilhas, Cruz Alta, 2007-09.

Um dos objetivos da interpretação deve ser sensibilizar os visitantes para a


importância de se preservar os recursos a serem interpretados (PDM, 2002). Assim,
Neiman & Rabinovici (2002) afirmam que o prazer da descoberta estética dos biomas
desperta nos indivíduos sentimentos preservacionistas. Para tanto, sua prática deve ser
constantemente reavaliada, em função do tipo de público a que se destina.

Sim Não

100

80
Percentual (%)

60

40

20

Figura 4. Dificuldade no percurso da trilha, Cruz Alta, 2007-09.

Trilhas, como meio de interpretação ambiental, visam não somente a


transmissão de conhecimentos, contudo igualmente propiciam atividades que revelam
os significados e as características do ambiente por meio do uso dos elementos
originais, por experiência direta e por meios ilustrativos, sendo assim instrumento
básico de programas de educação ao ar livre (PÁDUA & TABANEZ, 1998).
Na Figura 5 são abordados, os assuntos mais interessantes explicados durante
o percurso, como: plantas medicinais, pegadas de animais, espécies exóticas e
impactos ambientais.

Medicinais Exóticas Pegadas Impactos

50

40
Percentual (%)

30

20

10

Figura 5. Assunto mais interessante no percurso da trilha, Cruz Alta, 2007-09.

Pode-se observar que todos os assuntos obtiveram significativa importância,


podendo-se destacar, para fins desse estudo, aquele relacionado à identificação de
plantas medicinais e o conhecimento de seus usos. Sendo assim, a Tabela 1 apresenta
as ervas medicinais visualizadas no percurso e citadas pelos alunos.

Tabela 1. Ervas medicinais presentes na trilha e utilizadas pelos alunos, Cruz Alta, 2007-09.
Ervas Alunos
Marcela 176
Carqueja 169
Boldo 117
Erva cidreira 114
Camomila 68
Hortelã 34
Tansagem 22
Chá de bugre 8
Fumeiro bravo 6
Picão preto 2
Nunca utilizou 36

Os alunos puderam anotar mais de uma planta medicinal e a maioria


descreveu mais de uma planta medicinal, porém, nem todos os alunos já fizeram uso de
plantas medicinais, como pode ser visualizado na Tabela 1. As plantas medicinais mais
citadas foram Marcela, Carqueja, Boldo e Erva cidreira.
Na Figura 6 é abordada a associação dos conteúdos propostos em sala de
aula com os temas do percurso da trilha, pode-se observar que a grande maioria dos
estudantes questionados respondeu que é possível a associação dos conteúdos
práticos das trilhas com o conteúdo teórico de sala de aula.

Sim Não

100

80
Percentual (%)

60

40

20

Figura 6. Associação do conteúdo da sala de aula com temas do percurso da trilha, Cruz Alta, 2007-09.
Para Sorrentino (1998), os grandes desafios para os educadores ambientais são,
de um lado, o resgate e o desenvolvimento de valores e comportamentos (confiança,
respeito mútuo, responsabilidade, compromisso, solidariedade e iniciativa) e de outro, o
estímulo a uma visão global e crítica das questões ambientais e a promoção de um
enfoque interdisciplinar que resgate e construa saberes. Porém, atualmente, o que se
nota é uma dicotomia entre o homem e a natureza, onde o primeiro ainda não percebeu
que faz parte do meio ambiente, devendo preservá-lo para preservar a si mesmo.
Guerra (2001) afirma que as pessoas envolvidas devem deixar de ser meros
observadores para se engajarem nas discussões da defesa da vida. Também se
considera que a educação ambiental deve gerar, com urgência, mudanças nos padrões
de consumo, para melhoria da qualidade de vida e maior consciência nas mudanças de
conduta pessoal, assim como concordância dos seres humanos e destes com outras
formas de vida (SATO, 2002). De acordo com Bruhns (1997), no Brasil, as
preocupações ambientais têm despertado manifestações em diversos campos, tanto
formais, quanto informais, merecendo destaque esportes relacionadas ao turismo
ecológico, portanto, a iniciativa de considerar atividades de lazer junto à natureza, como
as trilhas ecológicas, caminha nesse sentido.
Quanto aos professores, também foram feitos questionamentos, como a
participação destes em outras trilhas, onde 12 educadores afirmaram já ter realizado
atividades como esta e para os demais esta foi a primeira oportunidade de realizar uma
trilha ecológica. Entretanto, todos julgaram que para os alunos a participação em trilhas
ecológicas é muito importante, bem como a associação entre os conteúdos práticos
apresentados nas trilhas com os conteúdos ministrados pelos professores em sala de
aula. Todos apontaram que a participação nesta trilha irá auxiliá-los na preparação de
suas aulas, além de estarem disponíveis para realizar outras práticas do mesmo tipo
com seus alunos.
Trilhas interpretativas em áreas de interesse ecológico são instrumentos
importantíssimos para a dinâmica da educação ambiental. As mesmas, tendo os
devidos embasamentos metodológicos, fundamentam conhecimentos adquiridos em
sala de aula, além de estimular a cognição e a percepção do meio aos seus
participantes. Inclusive, devido a sua natureza interdisciplinar, possibilitam ganhos nas
mais variadas áreas do conhecimento.

Considerações Finais

Trabalhos que envolvem educação ambiental possuem suma importância na


construção de uma sociedade preocupada com o meio em que vive. A associação dos
conteúdos teóricos com as explanações práticas faz com que o aluno valorize os
ecossistemas naturais, observando sua importância para que ocorra o equilíbrio
ambiental. Assim, estas trilhas promoveram a construção de um cidadão que não
apenas valorize o meio em que vive, mas que também trabalhe para a preservação e a
recuperação de ecossistemas que se encontrem em processo de degradação.
Neste estudo demonstrou-se que as trilhas podem compilar seus conteúdos
com os conteúdos práticos da sala de aula, além de enfocar aspectos inerentes a elas.
Além disso, o grande interesse dos alunos em realizarem novamente atividades
similares suporta por si a importância da realização de trilhas ecológicas interpretativas.

Agradecimentos
Ao Programa Institucional de Bolsas de Extensão da Universidade de Cruz Alta
(PIBEX-UNICRUZ) e à Secretária de educação da Prefeitura Municipal de Cruz Alta.

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