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PESSOAS COLECTIVAS
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Pita, Manuel António, p. 80.
Em primeiro lugar, as sociedades civis. São civis as sociedades que têm por
SOCIEDADES
objecto uma actividade económica de natureza civil, como sejam as que estão CIVIS
previstas nos parágrafos 1 e 2 do artigo 230.º e artigo 464.º, todos do Código
Comercial: as profissões liberais, a actividade agrícola, a actividade pecuária e
a actividade artesanal.
EXEMPLOS - advogado;
- agricultor;
- oleiro;
- tecedeira.
No que diz respeito às sociedades comerciais, o artigo 1.º, n.º 2 do Código das SOCIEDADES
Sociedades Comerciais, estabelece dois critérios para se possa qualificar uma COMERCIAIS
sociedade como comercial:
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Pita, Manuel António, p. 85.
Isto porque pode ocorrer que uma sociedade tenha forma comercial, ou seja, SOCIEDADES
que tenha adoptado um dos tipos de sociedade previstos no Código das CIVIS SOB A
Sociedades Comerciais, mas que tenha objecto civil, ou seja, cuja actividade FORMA
COMERCIAL
não consista na prática de actos de comércio.
Neste caso estamos perante uma sociedade civil sob a forma comercial.
COMERCIANTES
Pela leitura desta norma legal podemos concluir que as sociedades comerciais
são comerciantes, nos termos do disposto no n.º 2.
3 - intenção de lucro;
Tais actos de comércio têm que se inserir numa das actividades económicas
previstas no artigo 230.º do Código Comercial.
Também não são comerciantes, por força do artigo 14.º, n.º 1 do Código
Comercial, as associações e, por meio de interpretação extensiva, as
fundações:
3
Pita, Manuel António, p. 83.
ACTOS DE COMÉRCIO
Num primeiro momento podemos distingui-los dos actos civis. Estes são os ACTOS CIVIS
actos jurídicos que se encontram previstos e regulados na lei civil e que são
praticados por não comerciantes. São actos que, pela sua natureza, não se
relacionam com o exercício do comércio.
EXEMPLOS - casamento;
- adopção;
- nascimento.
Os primeiros são aqueles que estão qualificados como tal no Código ACTOS DE
COMÉRCIO EM
Comercial, que se devem considerar objectivamente comerciais, por si só, SENTIDO
independentemente do sujeito que os pratica ou das condições subjacentes à OBJECTIVO
prática do acto.
No que diz respeito aos actos de comércio em sentido subjectivo, são actos
ACTOS DE
que poderão ser qualificados como comerciais ou como civis, dependendo da COMÉRCIO EM
qualidade do sujeito que os pratica. Há três requisitos para que se possa SENTIDO
qualificar um acto como subjectivamente comercial: SUBJECTIVO
Assim, serão qualificados como comerciais os actos que sejam praticados por
comerciantes, no exercício do seu comércio.
Tomemos como exemplo a compra e venda, que é um acto que se encontra
regulado nos artigos 874.º e seguintes do Código Civil. Será um acto de
comércio se for praticada por um comerciante e desde que tenha conexão
com a sua actividade comercial. Será um acto civil se for praticado por não
comerciantes ou se for praticado por um comerciante, mas para uso pessoal.
Os actos de comércio puros ou bilaterais são aqueles em que ambas as partes ACTOS DE
COMÉRCIO
são comerciantes. PUROS OU
BILATERAIS
EXEMPLO António, comerciante no ramo da restauração, compra
refrigerantes a Paço e Abreu – comércio de bebidas, Lda, para
revenda no seu estabelecimento comercial.
“Embora o acto seja mercantil só com relação a uma das partes será regulado
pelas disposições da lei comercial quanto a todos os contratantes, salvas as
que só forem aplicáveis àquele ou àqueles por cujo respeito o acto é
mercantil, ficando, porém, todos sujeitos à jurisdição comercial”.
Assim, não restam dúvidas de que se aplica a lei comercial a todo o acto e
relativamente a todos os contraentes, e todos ficam sujeitos à jurisdição
comercial.
EXEMPLOS - firma;
- escrituração mercantil;
- registo comercial;
- balanço e contas.