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Cocaína no estudo da percepção

de emoções
O uso de cocaína pode prejudicar o
reconhecimento de emoções e as
interações sociais

Dianne da Rocha Prado | Agosto 2015

uso de cocaína contínua a ser um

O importante problema de saúde


pública em todo o mundo, e os
custos socioeconômicos
resultantes são muito elevados. Segundo
(Foto: Pixabay)
uma publicação do Centro Brasileiro de
Informações sobre Drogas Psicotrópicas muito importante nas relações entre
(CEBRID) no ano de 2010, no Brasil as pessoas. Ainda há poucas pesquisas
principais drogas causadoras de indicando que usuários de cocaína
problemas socioeconômicas e de saúde possuem déficits nas tarefas de cognição
pública são o álcool, nicotina e remédios social, ou seja, nas funções que
controlados, como ansiolíticos e possibilitam as pessoas de reconhecer
remédios para emagrecer, entretanto o emoções nos outros e nelas mesmas. A
consumo de cocaína aumentou entre novidade é objeto de estudo de
estudantes da rede de ensino público e pesquisadores do Hospital Universitário
particular em relação aos anos de 2004 a de Psiquiatria de Zurique, Suíça. Para
2010. Além disso, há diversas evidências isso, um moderno teste computadorizado
de que o uso de cocaína é responsável chamado CATS-A, auxilia na avaliação
por modificações em regiões específicas de distúrbios do processamento de
do encéfalo, o que contribui com o fato emoções expressas através do rosto
de os usuários dependentes desta humano e pela entonação da voz, foi
substância atribuírem importância utilizado em 58 usuários de cocaína e 48
excessiva a droga, podendo tomar indivíduos saudáveis (não usuários de
medidas extremas para adquiri-la, cocaína) que foram selecionados por
negligenciando seus deveres sociais e idade, sexo, inteligência verbal e anos de
colocando menos esforço e valor nas educação. Além deste teste, todos os
relações com seus amigos e familiares. voluntários foram submetidos a rigorosos
Estas evidências são apoiadas por controles toxicológicos, entrevistas,
estudos que realizaram imagens do questionários e testes cognitivos cuja
encéfalo e que encontraram alterações finalidade foi avaliar o consumo de
estruturais e funcionais de regiões cocaína, outras substâncias, transtornos
responsáveis pelo comportamento social psicológicos e a vida cotidiana, assim
em usuários com uso prolongado de como verificar uma possível relação entre
cocaína. dose e duração de utilização da cocaína
com o declínio cognitivo.
As emoções possuem uma função
social e desempenham um papel

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A partir das informações déficit cognitivo é mais pronunciado
coletadas, os pesquisadores observaram quando o consumo é iniciado antes dos
que os usuários de cocaína apresentaram 18 anos. Desta forma, pode-se concluir
um reconhecimento geral de emoções que uma educação precoce e não
significativamente inferior se comparados moralista sobre as reais consequências
aos indivíduos saudáveis. Os usuários da do uso de substâncias como a cocaína
droga possuem uma menor capacidade devem ser discutidas no mais tardar no
no reconhecimento de entonação da voz início da puberdade, sendo necessário
e na integração de informações mais investimento em políticas de
sensoriais distintas, como a informação prevenção do uso de cocaína e seus
visual mais auditiva, por exemplo. O uso derivados entre os adolescentes.
prolongado e as doses crescentes de
cocaína foram associados não somente Referências
com um pior desempenho no Bucks, R. S.; Radford, S. A. "Emotion
reconhecimento de emoções como
processing in Alzheimer's disease." Aging
também com uma menor rede social por & mental health, 8.3: 222-232, 2004.
parte destes indivíduos, alterações estas
que podem ser observadas já desde as Hulka LM, Preller KH, Vonmoos M,
primeiras utilizações da droga. Além Broicher SD, Quednow BB Cocaine users
disso, déficits no reconhecimento geral de manifest impaired prosodic and cross-
emoções e reconhecimento de entonação modal emotion processing. Front
da voz foram associados com um Psychiatry, 4:98, 2013.
tamanho de rede social menor em
dependentes e não dependentes de Quednow, B. B. “Kokain und das Ego:
cocaína. Soziale Kognition bei okainkonsumenten”.
Suchtmagazin, 28-32, 2013.
Para esses pesquisadores, essa
relação entre esses déficits no
reconhecimento de emoções complexas
com a vida cotidiana e as evidências de
estudos anteriores, mostra que o apoio
social é um fator fortemente associado a
um maior sucesso na abstinência. Além
do mais, pesquisas futuras devem se
esforçar para examinar se tratamentos
que busquem reverter estes prejuízos de
interação social poderiam auxiliar o
tratamento convencional.

Outro ponto defendido por um dos


pesquisadores, Boris B. Quednow, em
uma revista alemã, é que devemos
manter os jovens em desenvolvimento
afastados da cocaína, uma vez que o

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