Vous êtes sur la page 1sur 17

Tópico 1 – Estabilidade de Taludes

1 Introdução

Entende-se por talude qualquer superfície inclinada que limita um maciço de terra,
de rocha ou de terra e rocha. Podem ser naturais, no caso das encostas, ou artificiais,
construídos pelo homem, como cortes e aterros, para construção de barragens, rodovias,
diques,canais, fundações, e outras.
A figura mostra as terminologias usualmente adotadas:

A estabilidade do talude é decisivamente condicionada à natureza dos materiais e


agentes perturbadores, quer de natureza geológica, hidrológica ou geotécnica, o que os
torna da maior complexidade, abrindo amplos horizontes aos especialistas da área de
solos. Esta análise de estabilidade de taludes, naturais ou artificiais, prevalece mais a
probabilidade que a certeza.
A estabilidade é um problema de grande importância, devido ao grande número
de acidentes ocorridos, iminentes ou receados, em várias épocas dos anos e em vários
países. Podendo-se citar os escorregamentos ocorridos no RJ, com inúmeras baixas.
Apesar dos avanços da ciência, ainda hoje, esses fenômenos constituem um dos
maiores problemas relacionados a Mecânica dos Solos, no que se refere aos aspectos
teóricos de previsão de seu mecanismo de evolução com o tempo, correta quantificação
dos parâmetros dos materiais e exata análise dos esforços solicitantes e resistentes.
2 Significado Socio-Econômico de Escorregamentos

Cada vez mais, o estudo dos processos de instabilização de taludes e suas formas
de contenção tornam-se necessários, devido a desastrosas conseqüências que os
escorregamentos acarretam. Pode-se dizer que a ocorrência dos mesmos deve aumentar,
devido principalmente a:
 Aumento da urbanização e do desenvolvimento de áreas sujeitas a
escorregamentos;
 Desflorestamento contínuo destas áreas;
 Aumento das taxas de precipitação causadas pelas mudanças de clima.

É obvio que os escorregamentos geram custos, que podem ser classificados como
diretos e indiretos.
Os custos diretos correspondem ao:
 Reparo de danos;
 Relocação de estruturas;
 Manutenção de obras;
 Instalações de contenção.
Pode-se dizer que os custos indiretos são ainda maiores, podendo ser citados:
 Perda de produtividade industrial, agrícola e florestal, bem como potencial
turístico devido aos danos locais e interrupção de sistemas de transporte;
 Perda de valor de propriedades, bem como de impostos referenciados por
ele;
 Perda de vidas humanas, invalidez física ou trauma psicológico em
moradores de locais afetados por escorregamentos.

3 Classificação dos movimentos

Em relação as formas de instabilidade de maciços de terra ou rocha, nem sempre


se apresentam bem caracterizados e definidos, podendo-se classificar os principais tipos
em:
Desprendimento de terra ou rocha (falls): - porção de um maciço terroso ou
fragmento de rocha se desprende do resto, caindo livre e rapidamente, acumulando-se
onde se estaciona. Trata-se de um fenômeno localizado. É evitado com técnicas de
prevenção ou estabilização;
Desprendimento (topples): - movimento de descida de massa de solos ou rocha,
por uma superfície de deslizamento. Pode ter movimentos de rotação da massa de solo
(comuns a solos homogêneos) ou translação (comuns a fragmentos de rochas).
Escorregamento (propriamente dito ou slide): movimento de descida de massa
de solo ou rocha, tendo uma superfície de ruptura bem definida. Geralmente o centro de
rotação está acima do centro de gravidade da massa deslizante. Se a superfície de
deslizamento ou ruptura passar acima ou no pé do talude, é dita como superficial, já se
abaixo, é dita como profunda, ruptura de base ou sueca;
Rastejo (creep): - quando o escorregamento ocorre de forma muito lenta e
contínua, em camadas superficiais sobre camadas mais profundas, com ou sem limite
definido. A velocidade de escorregamento do rastejo gira em torno de 30cm/10 anos. Já
para os escorregamentos, pode variar em torno de 30 cm/h;
Espalhamento (Spread): descreve movimentos relativamente rápidos de massas
de argila, que podem ter estado estáveis por muito tempo, que se deslocam para frente
por uma distância considerável;
Corridas de lama (mood flow): Movimentos muito rápidos de solo argiloso
mole, que se move como se fosse um fluido viscoso. Movimentos de “fluxo” também
podem acontecer com outros materiais, por exemplo, areia seca.

4 Caracterização do local

É muito importante a identificação de áreas vulneráveis a movimentações. A


identificação destas áreas pode ser feita através de:
 Mapas topográficos;
 Mapas geológicos;
 Fotografias aéreas e de satélite;
 Evidências de movimento.
Podem também ser realizadas investigações de campo, que exigem planejamento
prévio, quando o problema a ser investigado deve ser bem definido e escolhidos os
métodos de investigação. Devem ser realizados trabalhos detalhados de:
 Levantamento topográfico;
 Estudo das estruturas geológicas;
 Exploração do subsolo: (i. Sondagens a Trado; ii. Sondagens SPT; iii.
Sondagens rotativas; iv. Outros ensaios: CPT, Palheta (Vane Test),
dilatômetro, etc...)
 Água no terreno: superficial e subterrânea (medições de nível de água e
poro-pressão (piezômetros), permeabilidade do solo/rocha, regime de
chuvas)
 Fatores Ambientais: (i. Clima; ii. Fatores Humanos (antrópicos); iii.
Ecossistema).

5 Causas de movimento

Geralmente constituem causas de um escorregamento:


 O aumento dos esforços atuantes, como peso do talude (incluindo
sobrecargas e acréscimo de umidade);
 A diminuição da resistência ao cisalhamento do material que o compõe.
Sendo as primeiras ditas como externas e as segundas, como internas.
A massa de talude tem a tendência natural de escorregar sob o efeito da ação da
gravidade, que é sustentada pela resistência ao cisalhamento do solo. Para que não ocorra
deslizamento, as tensões atuantes (τA) devem ser inferiores as tensão resistente (τr).

6 Fatores

São vários os fatores que podem causar a diminuição das tensões de resistência e
aumentar as tensões atuantes. Dentre os quais pode-se citar principalmente:
Nas estações chuvosas ou pouco depois destas, onde a saturação, causada pelas
águas infiltradas no maciço, aumenta o peso específico do material e o excesso de
umidade reduz a resistência ao cisalhamento pelo efeito da poropressão. Estes efeitos são
causas principais de deslizamento de taludes;
Modificações da geometria do talude – causa muito comum de escorregamento
é a escavação próximo ou no pé do talude, para implantação de uma obra. Outra forma
de modificação de geometria, que causa desestabilização, são as causadas pelas erosões
superficiais, que tendem a aumentar a inclinação do talude;
Sobrecargas – aumento de cargas atuantes na superfície, como construções.
Quanto mais próximo da extremidade, maior o efeito de desestabilização;
Aumento do peso específico do material – além do acréscimo de peso provocado
pela água infiltrada no maciço, por capilaridade, a água pode ascender no solo e evaporar.
Entretanto com construções que impermeabilizem total ou parcialmente a superfície,
estas águas não mais evaporam e tendem a acrescentar peso ao maciço;
Areias saturadas ou secas perdem a parcela de resistência ao cisalhamento
devido a coesão aparente, proveniente do efeito da capilaridade;
Forças de percolação – quando o talude é composto de solo é permeável e está
parcialmente submerso, como em barragens de terra ou taludes com acúmulo de água no
topo, a água tende a percolar de montante para jusante. As forças envolvidas no processo
são chamadas de forças de percolação, que tendem a orientar o fluxo no sentido de maior
para menos pressão. Esta orientação pode arrastar partículas do solo. Quanto maior forem
as forças de percolação, maiores serão os arrastes, constituindo as erosões internas. Estas
erosões podem progredir para a formação de tubos (pipping) ou formar superfícies
isolantes entre camadas, podendo velar o talude a ruptura. As barragens de terra, em seus
níveis elevados de acumulação, estão sujeitas ao fenômeno de pipping. Já quando ocorre
um possível esvaziamento rápido, as forças de percolação serão no sentido de fora para
dentro da barragem.
Podem ainda ocorrer reduções de τr por efeito de intemperismo, lixiviação,
mudanças de minerais secundários e descontinuidades.
A ocorrência de atividades sísmicas e vibrações, também constituem fatores de
desestabilização.
Em taludes verticais o aparecimento de trincas de tração na crista do talude é um
indicativo de ruptura iminente. O efeito destas trincas é aumentado quando águas
superficiais infiltram por elas e acarretam os efeitos causados pela presença da água já
mencionados.

7 Análise de Estabilidade

Teoricamente, um talude é solicitado por três campos de forças: as devido ao peso


do material, ao escoamento de água e à resistência ao cisalhamento.
Os métodos de análise constituem basicamente em:
 Calcular as tensões atuantes em todos os pontos do meio e compará-las
com as tensões resistentes. Caso as tensões atuantes forem maiores que as
resistentes, aparecerão zonas de ruptura. Com as tensões resistentes
maiores que as atuantes, tem-se zonas de equilíbrio;
 Isolar massas arbitrárias e estudar as condições de equilíbrio, pesquisando
a de equilíbrio mais desfavorável.
Elas tem como objetivo:
 Averiguar a estabilidade de taludes em diferentes tipos de obras
geotécnicas, sob diferentes condições de solicitação, de modo a permitir a
execução de projetos econômicos e seguros;
 Investigar a possibilidade de escorregamentos de taludes naturais ou
construídos pelo homem, analisando-se a influência de modificações
propostas, análise de sensibilidade, estudo da influência relativa de
parâmetros, como por exemplo, de resistência, variando-se as condições
de fluxo;
 Analisar escorregamentos já ocorridos, obtendo-se subsídios para o
entendimento de mecanismos de ruptura e da influência de fatores
ambientais (Retroanálise da estabilidade);
 Executar projetos de estabilização de taludes já rompidos, investigando-se
as alternativas de medidas preventivas e corretivas que possam ser
necessárias;
 Estudar o efeito de carregamentos extremos naturais ou decorrentes da
ação do homem, tais como, terremotos, maremotos, explosões, altos
gradientes de temperaturas, execução de obras, etc.;
 Entender o desenvolvimento e forma de taludes naturais e os processos
responsáveis por diferenças em características naturais regionais
(retrabalhamento da crosta terrestre).

8 Métodos de Estudo

As técnicas de análise de estabilidade podem ser divididas em dois grandes


grupos:
ii. Análise Probabilística
iii. Análises Determinísticas

9 Análise Probabilística

Requer conhecimento das distribuições de probabilidade ou das funções de


densidade de probabilidade das variáveis aleatórias associadas ao problema.

A -- Define a probabilidade de ruptura


O número de dados disponíveis e o grau de dispersão dos mesmos em relação a
uma média afetam sensivelmente a probabilidade calculada.
A interdependência de fatores (p.ex.: grau de intemperismo x resistência;
Intensidade de chuva x tipo de solo x variações de resistência; inclinação do talude x tipo
de solo x condições de drenagem; etc.) e número pequeno de informações tornam as
análises probabilísticas, no momento, restritas do ponto de vista de aplicação prática na
previsão de problemas de ruptura de um modo geral.
Porém, com o progresso dos estudos nos últimos anos, estas análises encontram-
se em expansão.
As análises probabilísticas são essenciais para a confecção de Mapas de Potencial
de Ruptura, Mapas de Risco de Ruptura, Mapas de Ocupação/Aproveitamento de solos,
e outros.

10 Análises determinísticas

As análises determinísticas são realizadas em função do coeficiente de segurança


(F), que pode por sua vez ter diversas definições.
No estudo da estabilidade de taludes naturais ou artificiais, costuma-se definir o
coeficiente de segurança (F) como a relação entre a resistência ao cisalhamento (tR) e a
tensão cisalhante atuante (tA) ou resistência mobilizadora, esta última obtida através das
equações de equilíbrio.

Esse fator de segurança pode ser atribuído a:


 Fator que minora os parâmetros de resistência ao cisalhamento (em termos
de tensões efetivas):
 Fator que minora a resistência ao cisalhamento (em termos de tensões
totais):
 Relação entre momentos resistente (MR) e atuante (MA) (para superfície
de ruptura circular):
 Relação entre forças resistente (FR) e atuante (FA) (Fundações):
 Relação entre resistência ao cisalhamento do solo e tensões cisalhantes
atuantes no maciço:
Cada definição de F pode implicar em um valor, além disso, Não se conhece a
posição da linha de ruptura ou linha crítica (associada ao coeficiente de segurança
mínimo, obtido por tentativas). Atualmente esta tarefa é facilitada pela ajuda da
computação eletrônica.
As análises determinísticas envolvem os seguintes métodos:
i. Análise limite;
ii. Tensão – deformação;
iii. Equilíbrio Limite.

11 Análise limite

Baseia-se no uso das teorias de limite inferior e superior da Teoria da Plasticidade.


Problemas envolvidos neste tipo de análise:
i.Limite Inferior: Definição de campo de tensões admissíveis realísticos;
ii. Limite Superior: Definição de modo de Ruptura “a priori” (forma da
superfície de ruptura) realístico.

12 Tensão Deformação

As tensões unitárias são calculadas em todos os pontos do meio empregando as


teorias da elasticidade e da plasticidade. Exemplo: método de elementos finitos.
Esta solução requer:
i. Perfil geotécnico (geometria do problema, incluindo estratigrafia);
ii. Processo de formação do solo;
iii. Determinação e modelagem das características de tensão – deformação
( como esta geralmente é uma tarefa bastante complicada, representatividade do
modelo para solos naturais pode ficar prejudicada).

Análise do comportamento de um talude através do MEF:


a) Seção transversal de aterro sobre argila mole;
b) Campo de velocidades;
c) Região plastificada.
13 Equilíbrio Limite

No método do equilíbrio limite ou método das superfícies deslizantes calcula-se


as tensões de cisalhamento ao longo de uma possível superfície de ruptura e compara-se
com as máximas tensões cisalhantes que o solo suporta ao longo desta superfície.
Ao longo da superfície (plana ou curva) estudam-se as várias tensões envolvidas
nas reações do solo e suas consequências.
Hipóteses básicas:
1) Assume-se a existência de uma superfície de ruptura bem definida;
2) A massa de solo ou rocha encontra-se em condições de ruptura generalizada
iminente (i.e., em um estado de equilíbrio limite);
3) Assume-se um critério de ruptura (em geral Mohr-Coulomb), o qual é satisfeito
ao longo de toda a superfície de ruptura;
4) Assume-se um coeficiente ou fator de segurança (F constante e único ao longo
da superfície potencial de ruptura).

Objetivo: encontrar a superfície crítica de ruptura, ou seja, a que corresponde ao


menor valor de F.
A análise por equilíbrio limite engloba os chamados métodos tradicionais:
- Perfis homogêneos: para superfícies de ruptura circulares (hipótese compatível
com a consideração de talude/fundação constituído por um único material). Geralmente
utilizados para análises em termos de tensões totais.
São métodos de análise expedita (sem justificativa atual para uso em
projetos/retroanálises, pois são ultrapassados).
Ex: Métodos de Taylor (1948) e Frohilich (1955).

- Perfis Quaisquer: Englobam os chamados métodos de fatias.


a) Métodos Simplificados:
1. Fellenius;
2. Bishop;
3. Janbu;
b) Métodos rigososos:
1. Spencer;
2. Morgenstern e Price;
3. GEL (Fredlund)
4. Sarma.
Como pode-se observar existem vários métodos para análise da estabilidade. Com
muitas variantes. Todavia, serão abordados os métodos de: Fellenius; Bishop e Culmann.

14 Taludes finitos – Conceitos Gerais

Quando o valor da profundidade do plano ao longo do qual o equilíbrio crítico


ocorre se aproximar do valor da altura do talude, geralmente este último pode ser
considerado finito. Para simplificar, ao analisar a estabilidade de um talude finito em um
solo homogêneo, precisamos assumir hipóteses sobre a forma geral da superfície
potencial de ruptura. Embora evidências consideráveis sugiram que as rupturas de taludes
ocorram normalmente em superfícies curvas. Culmann (1975) aproximou a superfície
potencial de ruptura como um plano.
O fator de segurança, calculado através da aproximação de Culman, fornece
resultados razoavelmente bons apenas para taludes quase verticais.
Depois de investigações, a maioria das análises de estabilidade de taludes
convencionais tem sido feitas assumindo-se que a curva potencial de deslizamento é um
arco de círculo. Porém, em muitas circunstâncias, a análise da estabilidade de taludes
usando a ruptura de deslizamento plana é mais apropriada e apresenta excelentes
resultados.

15 Análise de taludes finitos com superfícies de rupturas planas (Culmann)

A análise de Culmann parte do princípio de que a ruptura de um talude ocorre ao


longo de um plano quando a tensão média de cisalhamento que tende a causar o
deslizamento é maior que a resistência ao cisalhamento do solo. Além disso, o plano mais
crítico é aquele que tem uma relação mínima entre a tensão média de cisalhamento que
tende a causar a ruptura e a resistência ao cisalhamento do solo.
Os taludes, nesse método, são considerados homogêneos e íngremes ou com
planos pré-existentes de fraqueza. É uma análise bidimensional.
16 Análise de taludes finitos com superfícies de rupturas circulares – Conceitos
gerais

Em geral, a ruptura de um talude finito ocorre de um dos seguintes modos:


 Quando a ruptura ocorre de tal forma que a superfície de deslizamento
intercepte a face do talude ou esteja acima de sua ase, é chamada ruptura
de face. O círculo de ruptura é chamado de círculo de pé se passar pelo pé
do talude e círculo de face se passar acima do pé do talude. Em certas
circunstâncias, pode ocorrer ruptura superficial da face.
 Quando a ruptura ocorre de tal forma que a superfície de deslizamento
passar a alguma distância abaixo do pé do talude, ela é chamada ruptura
da base. O círculo de ruptura, nesse caso, é chamado de círculo de ponto
intermediário.

Os vários procedimentos de análise de estabilidade podem, em geral, ser divididos


em duas classes principais:
 Procedimento de massa: Nesse caso, a massa de solo acima da superfície
de deslizamento é tomada com uma única unidade. Esse procedimento é
útil quando se admite que o solo que forma o talude é homogêneo, embora
esse não seja o caso na maioria dos taludes naturais.
 Método das fatias: Nesse procedimento, o solo acima da superfície de
deslizamento é dividido em várias fatias, ou lamelas, verticais paralelas. A
estabilidade de cada fatia é calculada separadamente. Essa é uma técnica
versátil na qual a não homogeneidade dos solos e a poropressão podem ser
levadas em conta. Também é usada na variação da tensão normal ao longo
da possível superfície de ruptura. São os casos dos métodos bastante
conhecidos de Fellenius e Bishop. Nesse método é realizado o equilíbrio
das forças atuantes em cada fatia e então encontrado o coeficiente de
segurança para impedir o colapso do talude.

17 Método de Fellenius

Para esse método são adotadas as seguintes hipóteses:


 A superfície de deslizamento se dá segundo um arco de círculo e a ruptura
se dá a um só tempo;
 Determina-se por tentativa o círculo crítico (menor F);
 Divide-se a cunha deslizante em uma série de fatias (n 15 - 30);
 Despreza-se a ação mútua entre as fatias, o maciço escorrega como um
todo;
 Analisa-se o equilíbrio dos momentos resistentes e atuantes.
 Faz-se o equilíbrio das forças na direção da normal à base da fatia (direção
do círculo de base de ruptura.
Repete-se o cálculo para vários centros de rotação e adota-se como circunferência
crítica aquela que se-conduzir ao menor valor de F, que deverá ser maior que 1,50.

18 Método de Bishop

Hipóteses:
 São considerados os efeitos dos empuxos e cisalhamento ao longo das face
laterais das fatias.
 Analisa-se o equilíbrio dos momentos resistentes e atuantes e equilíbrio
das forças que agem em cada lamela.

19 Método de Bishop Simplificado

Em 1955, Bishop propôs uma solução mais refinada para o método comum das
fatias. Nesse método o efeito das forças nas faces de cada fatia é levado em conta só até
certo ponto. As forças das fatias adjacentes são desconsideradas.
Esse é o método, provavelmente, mais utilizado. Quando incorporado a programas
de computador, na maioria dos casos apresenta resultados satisfatórios. Já o método
convencional é raramente usado por ser muito conservador.
20 Taludes com extensão ilimitada – encostas naturais

Para solos não coesivos, quando a inclinação do talude (b) for em módulo inferior
ao ângulo de atrito interno entre os grãos (f), não ocorre ruptura por cisalhamento.
Considerado que não existem sobrecargas (Q).
Para os solos coesivos, existe uma altura crítica máxima (Hcrit), que quando
superada, ocorre instabilidade, não havendo percolação e nem pressão neutra.
Calculando-se o valor de N (coeficiente de estabilidade do solo), tem-se a altura
crítica. Caso se deseje, aumentar a altura, ou a altura do talude superar a altura crítica,
devem-se efetuar obras de estabilidade.
Taludes com solos não coesivos, com percolação de água. Neste caso a inclinação
do talude deve ser reduzida, para que se tenha estabilidade. Esta deve ter um valor inferior
ao calculado pela expressão abaixo.

21 Estabilização de taludes

O objetivo principal das técnicas de estabilização de taludes é aumentar a


segurança dos mesmos.
Não se pode normatizar o projeto de estabilização de taludes, pois cada problema
é único, tendo-se em vista a natureza dos solos (materiais naturais) e o local onde se
encontram.
Para se poder projetar adequadamente um talude que seja estável, deve-se levar
em consideração os dados de investigação de campo, ensaios de laboratório, análises de
estabilidade efetuadas, a forma de execução da obra e sua manutenção. E, principalmente,
o engenheiro deve utilizar seu bom senso.
Muitas vezes, com uma simples modificação de geometria do talude, pode-se
torná-lo estável. Outras vezes, é necessária a execução de obras complexas de engenharia.
Para a construção de obras de taludes, deve-se basear nas informações
características geotécnicas do material a ser utilizado. Com estas, pode-se determinar, de
acordo com o método de análise adequado, as suas dimensões, como altura e inclinação.
Os métodos reportam alturas críticas com respectivas inclinações máximas, para
as quais devem ser obedecidas. Um talude não deve ser construído com inclinações e
altura superior as determinadas para o tipo de material e condições de contorno.
Deve-se ter conhecimento das condições de contorno ao talude (relevo) e das
condições climáticas da região. Estes parâmetros são necessários para se garantir as
condições de umidade e drenagem do talude.
Quando as condições de projeto ou um talude construído não apresentam
segurança suficiente para sua estabilidade, devem-se construir obras de suporte para
melhorar estas condições. Algumas destas opções são mostradas a seguir.
 Redução do peso do talude – suavização da inclinação e/ou construções de
patamares, ou retaludamento;
 Bermas de equilíbrio – aumento do peso sobre o pé do talude, funcionando
como um confinamento ao movimento;
 Drenagem – superficial e profunda;
 Revestimento do talude – proteção contra erosão superficial e/ou
impermeabilização, diminuindo a erosão superficial e a infiltração;
 Adição de materiais estabilizantes – injeção de nata de cimento ou outros
produtos químicos;
 Grampos, ancoragens, cortinas atirantadas, estacas raiz, solos reforçados,
muros de arrimo, entre outros.

Tratamento Superficial - É uma medida preventiva a fim de evitar que material


do maciço seja perdido, através da erosão da face e/ou que água em demasia infiltre no
terreno. Para tal, faz-se o recobrimento da superfície do talude geralmente com: a)
Vegetação rasteira; b) Telas (geossintéticos); c) Argamassa ou concreto jateado.
Solo Reforçado - Consiste na introdução de elementos resistentes na massa de
solo, com a finalidade de aumentar a resistência do maciço como um todo. O método de
execução é o chamado “Down-Top” (de baixo para cima). Durante a execução do aterro
a ser reforçado, a cada camada de solo compactado executada, faz-se o intercalamento
com uma camada de elementos resistentes. À medida que o aterro vai sendo alteado, o
talude reforçado vai tomando forma. Geralmente, a face do talude reforçado recebe um
revestimento, para que problemas, como erosão, possam ser evitados. Diferentes tipos de
materiais podem ser utilizados como elementos de reforço, tais como terra armada,
geossintéticos e materiais alternativos.
Terra Armada - Os elementos de reforço são tiras metálicas, que recebem
tratamento especial anticorrosão. Estas tiras são presas a blocos de concreto que protegem
a face, para que se evite deslocamento excessivo das mesmas. Cabe lembrar aqui que
estes blocos de concreto não possuem função estrutural.
Geossintéticos - Atualmente, estes materiais vêm sendo amplamente utilizados e
novos tipos dos mesmos vem sendo desenvolvidos. Podem ser utilizados com diferentes
finalidades: separação de materiais, reforço de aterros, filtração, drenagem e barreiras
impermeáveis. Os mais utilizados como elementos de reforço em solo são: a)Geogrelhas;
b)GeoNets (“geo-redes”); c)Geotêxteis – tecidos e não tecidos; d)Geocompostos
(combinação de pelo menos dois geossintéticos).
Materiais Alternativos - Outros materiais que apresentam resistência maior que
o solo podem ser utilizados como elementos de reforço. Diversas alternativas
consideradas de baixo custo e ecologicamente corretas podem ser citadas, entre elas, a
utilização de pneus usados e bambus.
Solo Grampeado (ou Pregado) - Consiste na introdução de barras metálicas,
revestidas ou não, em maciços naturais ou em aterros. Sua execução é composta das
seguintes fases: perfuração do maciço, introdução da barra metálica no furo e
preenchimento do mesmo com nata de cimento. A cabeça do prego pode ser protegida,
bem como a face do talude, com argamassa de cimento ou com concreto jateado. Os
grampos não são protendidos, sendo solicitados somente quando o maciço sofre pequenos
deslocamentos.
Muros de Arrimo - São paredes que servem para conter massas de terra. Podem
ser de diversos tipos e funcionar de diferentes maneiras;
Cortina Atirantada - Consiste numa parede de concreto armado, através dos
quais o maciço é perfurado, sendo introduzidas nos furos barras metálicas (tirantes). Após
o posicionamento destas barras, é introduzida nas perfurações nata de cimento a alta
pressão, que penetra nos vazios do solo, formando um bulbo, e ancorando as barras
metálicas. Passado o tempo de cura da nata de cimento, os tirantes são protendidos e
presos na parede de concreto, o que faz com que esta estrutura seja “empurrada” contra o
maciço.
Drenagem - Devido aos inúmeros efeitos que a água pode exercer sobre um
maciço de solo ou de rocha (aumento do peso específico do material, aumento da poro-
pressão e conseqüente diminuição da pressão efetiva, forças de percolação, subpressão, e
outros), é extremamente necessário que se tomem os cuidados recomendados no que diz
respeito à drenagem adequada do terreno.
Devem ser instaladas no talude canaletas para recolhimento da água superficial.
Quanto à água no interior do talude, a mesma poderá ser recolhida através de
drenos.
Os drenos podem ser basicamente de dois tipos: de subsuperfície, para drenar a
água que se encontra logo atrás do barramento, e drenos profundos, para que água do
interior do maciço possa escoar para fora do mesmo.

Vous aimerez peut-être aussi