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1 Introdução
Entende-se por talude qualquer superfície inclinada que limita um maciço de terra,
de rocha ou de terra e rocha. Podem ser naturais, no caso das encostas, ou artificiais,
construídos pelo homem, como cortes e aterros, para construção de barragens, rodovias,
diques,canais, fundações, e outras.
A figura mostra as terminologias usualmente adotadas:
Cada vez mais, o estudo dos processos de instabilização de taludes e suas formas
de contenção tornam-se necessários, devido a desastrosas conseqüências que os
escorregamentos acarretam. Pode-se dizer que a ocorrência dos mesmos deve aumentar,
devido principalmente a:
Aumento da urbanização e do desenvolvimento de áreas sujeitas a
escorregamentos;
Desflorestamento contínuo destas áreas;
Aumento das taxas de precipitação causadas pelas mudanças de clima.
É obvio que os escorregamentos geram custos, que podem ser classificados como
diretos e indiretos.
Os custos diretos correspondem ao:
Reparo de danos;
Relocação de estruturas;
Manutenção de obras;
Instalações de contenção.
Pode-se dizer que os custos indiretos são ainda maiores, podendo ser citados:
Perda de produtividade industrial, agrícola e florestal, bem como potencial
turístico devido aos danos locais e interrupção de sistemas de transporte;
Perda de valor de propriedades, bem como de impostos referenciados por
ele;
Perda de vidas humanas, invalidez física ou trauma psicológico em
moradores de locais afetados por escorregamentos.
4 Caracterização do local
5 Causas de movimento
6 Fatores
São vários os fatores que podem causar a diminuição das tensões de resistência e
aumentar as tensões atuantes. Dentre os quais pode-se citar principalmente:
Nas estações chuvosas ou pouco depois destas, onde a saturação, causada pelas
águas infiltradas no maciço, aumenta o peso específico do material e o excesso de
umidade reduz a resistência ao cisalhamento pelo efeito da poropressão. Estes efeitos são
causas principais de deslizamento de taludes;
Modificações da geometria do talude – causa muito comum de escorregamento
é a escavação próximo ou no pé do talude, para implantação de uma obra. Outra forma
de modificação de geometria, que causa desestabilização, são as causadas pelas erosões
superficiais, que tendem a aumentar a inclinação do talude;
Sobrecargas – aumento de cargas atuantes na superfície, como construções.
Quanto mais próximo da extremidade, maior o efeito de desestabilização;
Aumento do peso específico do material – além do acréscimo de peso provocado
pela água infiltrada no maciço, por capilaridade, a água pode ascender no solo e evaporar.
Entretanto com construções que impermeabilizem total ou parcialmente a superfície,
estas águas não mais evaporam e tendem a acrescentar peso ao maciço;
Areias saturadas ou secas perdem a parcela de resistência ao cisalhamento
devido a coesão aparente, proveniente do efeito da capilaridade;
Forças de percolação – quando o talude é composto de solo é permeável e está
parcialmente submerso, como em barragens de terra ou taludes com acúmulo de água no
topo, a água tende a percolar de montante para jusante. As forças envolvidas no processo
são chamadas de forças de percolação, que tendem a orientar o fluxo no sentido de maior
para menos pressão. Esta orientação pode arrastar partículas do solo. Quanto maior forem
as forças de percolação, maiores serão os arrastes, constituindo as erosões internas. Estas
erosões podem progredir para a formação de tubos (pipping) ou formar superfícies
isolantes entre camadas, podendo velar o talude a ruptura. As barragens de terra, em seus
níveis elevados de acumulação, estão sujeitas ao fenômeno de pipping. Já quando ocorre
um possível esvaziamento rápido, as forças de percolação serão no sentido de fora para
dentro da barragem.
Podem ainda ocorrer reduções de τr por efeito de intemperismo, lixiviação,
mudanças de minerais secundários e descontinuidades.
A ocorrência de atividades sísmicas e vibrações, também constituem fatores de
desestabilização.
Em taludes verticais o aparecimento de trincas de tração na crista do talude é um
indicativo de ruptura iminente. O efeito destas trincas é aumentado quando águas
superficiais infiltram por elas e acarretam os efeitos causados pela presença da água já
mencionados.
7 Análise de Estabilidade
8 Métodos de Estudo
9 Análise Probabilística
10 Análises determinísticas
11 Análise limite
12 Tensão Deformação
17 Método de Fellenius
18 Método de Bishop
Hipóteses:
São considerados os efeitos dos empuxos e cisalhamento ao longo das face
laterais das fatias.
Analisa-se o equilíbrio dos momentos resistentes e atuantes e equilíbrio
das forças que agem em cada lamela.
Em 1955, Bishop propôs uma solução mais refinada para o método comum das
fatias. Nesse método o efeito das forças nas faces de cada fatia é levado em conta só até
certo ponto. As forças das fatias adjacentes são desconsideradas.
Esse é o método, provavelmente, mais utilizado. Quando incorporado a programas
de computador, na maioria dos casos apresenta resultados satisfatórios. Já o método
convencional é raramente usado por ser muito conservador.
20 Taludes com extensão ilimitada – encostas naturais
Para solos não coesivos, quando a inclinação do talude (b) for em módulo inferior
ao ângulo de atrito interno entre os grãos (f), não ocorre ruptura por cisalhamento.
Considerado que não existem sobrecargas (Q).
Para os solos coesivos, existe uma altura crítica máxima (Hcrit), que quando
superada, ocorre instabilidade, não havendo percolação e nem pressão neutra.
Calculando-se o valor de N (coeficiente de estabilidade do solo), tem-se a altura
crítica. Caso se deseje, aumentar a altura, ou a altura do talude superar a altura crítica,
devem-se efetuar obras de estabilidade.
Taludes com solos não coesivos, com percolação de água. Neste caso a inclinação
do talude deve ser reduzida, para que se tenha estabilidade. Esta deve ter um valor inferior
ao calculado pela expressão abaixo.
21 Estabilização de taludes