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A literatura técnica apresenta terminologias distintas para situações relacionadas às

correntes de fuga. Também tratadas nem sempre de forma adequada e causando


acaloradas discussões sobre esta terminologia, as correntes de falta, correntes de falha
ou correntes diferenciais residuais indicam, em maior ou menor proporção, a passagem
de corrente por caminhos além das fases e neutros considerados como “normais”,
caracterizando situação de “defeito”. Para fins de facilidade de entendimento, trataremos
esta corrente neste texto (sem o necessário rigor técnico) como “corrente de terra”.

Nas condições clássicas de defeito, as correntes de curto-circuito (entre fases) podem


atingir valores da ordem de 20 vezes a nominal, quando a alimentação é efetuada, por
exemplo, por um transformador de impedância de 5%. Outro ponto de preocupação é o
arco elétrico que apesar de poder ocorrer em situação de correntes bem menores que as
de curto circuito possuem grande capacidade de destruição pelos efeitos térmicos
associados. A circulação de corrente de terra nestas circunstâncias de arco elétrico
sempre está associada à ocorrência de defeito no isolamento de alguma parte do sistema
elétrico, instalação ou equipamento.

Portanto, a circulação de corrente pelos condutores de proteção, pelas carcaças ou


massas em geral merece especial atenção, tanto pelos aspectos de segurança de
pessoas e animais, quanto pela preservação da segurança física destas instalações e
equipamentos, além de redução de danos físicos em acidentes.

Os sistemas clássicos de proteção preveem a proteção desta “corrente de terra” com


sistemas e dispositivos de proteção com ligação adequada dos sensores, como a
instalação de um TC (toróide) no condutor que interliga o neutro de um transformador à
malha de aterramento, ou ainda em outra configuração em que o TC abrace todos os
condutores do circuito de alimentação (incluindo o neutro) que se deseja proteger. A
corrente de terra ou diferencial residual, neste caso, é detectada e calculada pela soma
vetorial das outras quatro: Idr=I1+I2+I3+In. Normalmente, os ajustes para a atuação desta
proteção são da ordem de 10% a 30% da corrente nominal. Assim, um barramento
blindado de 1000 A, como o ilustrado nas medições da Figura 1, a ser protegido contra a
circulação de corrente de fuga, além das proteções de fase e neutro teria a atuação da
proteção para correntes de circulação nos sistemas galvânicos não vivos a partir de 150 A
(10% de 1500 A). As origens destas “correntes de terra” em instalações de baixa tensão
podem ser as mais diversas, uma delas seria devido à existência de filtros nos sistemas
de alimentação dos equipamentos eletrônicos e a consequente drenagem de corrente
para terra em função das suas arquiteturas. Da mesma forma, os DPSs também fazem
circular correntes pelo aterramento. Outra possibilidade seria a ligação incorreta da
alimentação de circuitos monofásicos com ligação a neutro e a inversão de funções de
terra e neutro em algum ponto da instalação, caracterizando-se neste caso uma situação
que poderia ser evitada se a instalação fosse adequadamente executada. Sistemas de
retificação, como UPS e inversores de frequência, geram no espectro de corrente de
alimentação, e mesmo de terra, a presença de componentes em corrente contínua.
A existência de deficiência na isolação é o ponto mais importante que se deseja detectar
antes que os defeitos em componentes e instalações ocorram, causando acidentes e as
paradas não previstas. Há de se prever que, em boa parte destas situações de falhas,
existiria uma elevação gradual da corrente de fuga em função da perda gradual do
isolamento até que houvesse a falha com a ocorrência do arco elétrico ou curto-circuito e
a atuação da proteção de fases ou terra, se tudo ocorresse como previsto pelo estudo de
seletividade e coordenação de proteção.

O que ora se propõe é a monitoração contínua não só das correntes de fase e neutro da
carga, mas também desta “quinta corrente”, que seria a corrente de terra. Mesmo que os
sistemas estejam adequadamente protegidos com a correta especificação e instalação de
dispositivos capazes de atuar e proteger de forma coordenada, o sistema em questão
será desligado até que a causa do defeito seja reparada, conforme já exposto. Em outras
palavras, a monitoração contínua em tempo real permite que as falhas devidas à
deterioração do isolamento sejam previstas e corrigidas a tempo, evitando os acidentes e,
principalmente, as paradas em operação intempestiva em operação de manutenção
preditiva.

A Figura 1 apresenta o comportamento das correntes de fase e de neutro, de terra eficaz


e na frequência fundamental. A Figura 2 apresenta as correntes harmônicas mais
representativas na corrente de terra (a fundamental, a segunda e terceira harmônica). A
monitoração contínua da corrente de terra permite, mediante o prévio conhecimento do
comportamento da instalação, a previsão da possível evolução de defeito na isolação
(redução da isolação) com a mudança da característica destas correntes, definindo-se,
então, as ações de manutenção preditiva, evitando a ocorrência de defeito. Esta atividade
eleva significativamente a confiabilidade dos sistemas monitorados.

Figura 1 – Monitoração das correntes de fase (azul/verde/vermelho); neutro (cinza) e terra


(marrom). Taxa de amostragem: 1024 amostras por ciclo e integração em ½ ciclo. Fonte:
Ação Engenharia e Instalações Ltda.

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