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Ficha de Português - 7º Ano

Cavaleiro da Dinamarca

I
Leitura
Lê o texto com atenção e, de seguida, responde às questões com frases completas:

1 A Dinamarca fica no Norte da Europa. Ali os Invernos são longos e rigorosos com noites muito
compridas e dias curtos, pálidos e gelados. A neve cobre a terra e os telhados, os rios gelam, os
pássaros emigram para os países do Sul à procura de sol, as árvores perdem as folhas. Só os
pinheiros continuam verdes no meio das florestas geladas e despidas. Só eles, com os seus ramos
5 cobertos por finas agulhas duras e brilhantes, parecem vivos no meio do grande silêncio imóvel e
branco.
Há muitos anos, há dezenas e centenas de anos, havia em certo lugar da Dinamarca, no extremo
Norte do país, perto do mar, uma grande floresta de pinheiros, tílias, abetos e carvalhos. Nessa
floresta morava com a sua família um Cavaleiro. Viviam numa casa construída numa clareira rodeada
10 de bétulas. E em frente da porta da casa havia um grande pinheiro que era a árvore mais alta da
floresta.
Na Primavera as bétulas cobriam-se de jovens folhas, leves e claras, que estremeciam à menor
aragem. Então a neve desaparecia e o degelo soltava as águas do rio que corria ali perto e cuja
corrente recomeçava a cantar noite e dia entre ervas, musgos e pedras. Depois a floresta enchia-se
15 de cogumelos e morangos selvagens. Então os pássaros voltavam do Sul, o chão cobria-se de flores
e os esquilos saltavam de árvore em árvore. O ar povoava-se de vozes e de abelhas e a brisa
sussurrava nas ramagens.
Nas manhãs de Verão verdes e doiradas, as crianças saíam muito cedo, com um cesto de vime
enfiado no braço esquerdo e iam colher flores, morangos, amoras e cogumelos. Teciam grinaldas que
20 poisavam nos cabelos ou que punham a flutuar no rio. E dançavam e cantavam nas relvas finas sob a
sombra luminosa e trémula dos carvalhos e das tílias. Passado o Verão o vento de Outubro despia os
arvoredos, voltava o Inverno, e de novo a floresta ficava imóvel e muda presa em seus vestidos de
neve e gelo.
No entanto, a maior festa do ano, a maior alegria, era no Inverno, no centro do Inverno, na noite
25 comprida e fria do Natal.
Então havia sempre azáfama em casa do Cavaleiro. Juntava-se a família e vinham amigos e
parentes, criados da casa e servos da floresta. E muitos dias antes já o cozinheiro amassava os bolos
de mel e trigo, os criados varriam os corredores, e as escadas e todas as coisas eram lavadas,
enceradas e polidas. Em cima das portas eram penduradas grandes coroas de azevinho e tudo ficava
30 enfeitado e brilhante. As crianças corriam agitadas de quarto em quarto, subiam e desciam a correr as
escadas, faziam recados, ajudavam nos preparativos. Ou então ficavam caladas e, cismando,
olhavam pelas janelas a floresta enorme e pensavam na história maravilhosa dos três reis do Oriente
que vinham a caminho do presépio de Belém.
Lá fora havia gelo, vento e neve. Mas em casa do Cavaleiro havia calor e luz, riso e alegria.
35 E na noite de Natal, em frente da enorme lareira, armava-se uma mesa muito comprida onde se
sentavam o Cavaleiro, a sua mulher, os seus filhos, os seus parentes e os seus criados.
Os moços da cozinha traziam as grandes peças de carne assada e todos comiam, riam e bebiam
vinho quente e cerveja com mel.
Terminada a ceia começava a narração das histórias. Um contava histórias de lobos e ursos, outro
40 contava histórias de gnomos e anões. Uma mulher contava a lenda de Tristão e Isolda e um velho de
barba contava a lenda de Alf, rei da Dinamarca, e de Sigurd. Mas as mais belas histórias eram as
histórias do Natal, as histórias dos Reis Magos, dos pastores e dos Anjos.
A noite de Natal era igual todos os anos. Sempre a mesma festa, sempre a mesma ceia, sempre as
grandes coroas de azevinho penduradas nas portas, sempre as mesmas histórias. Mas as coisas
45 tantas vezes repetidas, e as histórias tantas vezes ouvidas pareciam cada ano mais belas e mais
misteriosas.
Até que certo Natal aconteceu naquela casa uma coisa que ninguém esperava. Pois terminada a

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ceia o Cavaleiro voltou-se para a sua família, para os seus amigos e para os seus criados, e disse:
- Temos sempre festejado e celebrado juntos a noite de Natal. E esta festa tem sido para nós cheia
50 de paz e alegria. Mas de hoje a um ano não estarei aqui.
- Porquê? – perguntaram os outros todos com grande espanto -.
- Vou partir – respondeu ele. Vou em peregrinação à Terra Santa e quero passar o próximo Natal
na gruta onde Cristo nasceu e onde rezaram os pastores, os Reis Magos e os Anjos. Também eu
quero rezar ali. Partirei na próxima Primavera. De hoje a um ano estarei em Belém. Mas passado o
55 Natal regressarei aqui e, de hoje a dois anos estaremos, se Deus quiser, reunidos de novo.
Naquele tempo as viagens eram longas, perigosas e difíceis, e ir da Dinamarca à Palestina era
uma grande aventura. Quem partia poucas notícias podia mandar e, muitas vezes, não voltava. Por
isso a mulher do Cavaleiro ficou aflita e inquieta com a notícia. Mas não tentou convencer o marido a
ficar, pois ninguém deve impedir um peregrino de partir.
Sophia de Mello Breyner, O Cavaleiro da Dinamarca

1. A ação inicia-se no Natal.


1.1. Quantos Natais se passam ao longo do texto?

2. O Cavaleiro decidiu partir.


2.1. Para onde?
2.2. Qual o motivo dessa viagem?

3. Consideras o Cavaleiro uma personagem principal ou secundária? Justifica.

4. Achas que o Cavaleiro era corajoso? Justifica a tua resposta e faz a sua caracterização
psicológica.

5. Ao longo da viagem, o Cavaleiro ouviu várias histórias.


5.1. Refere duas.
5.2. Reconta, em poucas linhas, a história que mais te agradou.

6. Como é que o Cavaleiro, finalmente, encontrou o caminho para casa?

7. Classifica o narrador quanto à presença e justifica a tua resposta.

II
Gramática
1. Faz a análise sintática das frases que se seguem:

a) A rapariga pediu um telemóvel aos pais.


b) Ela realizou a tarefa impecavelmente.
c) A reunião continua amanhã.

2. Agora, refere as subclasses dos verbos das frases do exercício 1.

3. Nas frases que se seguem, distingue os complementos oblíquos dos modificadores do grupo
verbal, registando as alíneas correspondentes:

a) Ela veio ontem de manhã.


b) Os meus primos moram acolá.
c) Acolá houve um acidente.
d) O técnico procedeu à reparação do aparelho.
e) O escritor renunciou ao prémio.
f) Ontem de manhã cheguei atrasada às aulas.

4. Associa os números da coluna da esquerda às letras da coluna da direita de modo a identificar os


recursos expressivos:

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1. “Ali os Invernos são longos e rigorosos com
noites muito compridas e dias curtos,
pálidos e gelados.” (ll.1-2)
2. “A neve cobre a terra e os telhados, os rios
gelam, os pássaros emigram para os países a. Polissíndeto
do Sul à procura de sol, as árvores perdem b. Adjetivação
as folhas.” (ll.2-3) c. Enumeração
3. “havia em certo lugar da Dinamarca, no d. Personificação
extremo Norte do país, perto do mar, uma e. Metáfora
grande floresta de pinheiros, tílias, abetos e f. Comparação
carvalhos.” (ll.7-8) g. Assíndeto
4. “O ar povoava-se de vozes e de abelhas e a h. Paralelismo
brisa sussurrava nas ramagens.” (ll. 16-17)
5. “Sempre a mesma festa, sempre a mesma
ceia, sempre as grandes coroas de
azevinho penduradas nas portas, sempre as
mesmas histórias.” (ll. 43-44)

III
Escrita

Escolhe um dos seguintes tópicos (texto com cerca de 100 palavras):


A- Imagina que és o Cavaleiro e estás num dos locais que ele visitou. Escreve uma carta à tua
família, descrevendo o local, o que fazes, etc;
B- Imagina que és Vanina. Escreve uma página do teu diário, salientando as tuas emoções no dia
a seguir à fuga de casa do teu tutor.
C- Imagina que o Cavaleiro, na Flandres, era assaltado por uns malfeitores, que lhe levaram o
cavalo e o pouco dinheiro que lhe restava. Conta essa peripécia como se fosses a autora,
Sophia de Mello Breyner.

************
Atenção: *Antes de redigires o texto, esquematiza, numa folha de rascunho, as ideias que pretendes desenvolver na introdução,
no desenvolvimento e na conclusão (planificação);
*Tendo em conta a tarefa, redige o texto segundo a tua planificação (textualização);
*Segue-se a etapa de revisão, que te permitirá detetar eventuais erros e reformular o texto. Para tal, consulta o
conjunto de tópicos que a seguir te apresento:
Tópicos de revisão da Expressão Escrita Sim Não
Respeitei o tema proposto?
Estruturei o texto em introdução, desenvolvimento e conclusão?
Respeitei as características do tipo de texto solicitado?
Selecionei vocabulário adequado e diversificado?
Utilizei um nível de linguagem apropriado?
Redigi frases corretas e articuladas entre si?
Respeitei a ortografia correta das palavras?
Respeitei a acentuação correta dos vocábulos?
Identifiquei corretamente os parágrafos?
A caligrafia é legível e sem rasuras?

BOM TRABALHO!

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Proposta de correção

I. Teste de compreensão oral (1-b; 2-c; 3-a; 4-b;5-a; 6-b; 7-b; 8-c; 9-d; 10-c)

A PRINCESA CARLOTA

HAVIA UM REI que era solteiro, e os conselheiros instavam com ele, que se casasse, para deixar
sucessores ao trono. O rei era amigo de caçar, e sempre que saía passava defronte de uma cabana, onde
morava um velho pastor e sua formosa filha, chamada Carlota. Um dia disse o rei à pastora:
__ Os meus vassalos querem que eu case, e tu és a única mulher de quem gosto; queres casar comigo?
__ Isso não pode ser, senhor; porque eu apenas sou uma pobre pastora.
__ É o mesmo, caso contigo; mas com uma condição, de nunca me contrariares nos meus desejos, por
menos razoáveis que sejam.
__ Estou por tudo que Vossa Majestade me ordenar.
Realizou-se o casamento. O rei mandou para a cabana do pobre velho fatos de rainha, que ela vestiu,
largando os seus trapinhos. Então, disse-lhe o velho pai:
__ Guarda esses trapinhos para quando te sejam precisos.
A filha guardou os trapos numa caixa, que deixou em poder do pai, e partiu para o palácio.
Ao fim de nove meses deu à luz uma menina, tão formosa como sua mãe. Passados três dias entrou o rei
no quarto da esposa e disse-lhe:
__ Trago-te uma triste notícia: os meus vassalos querem que eu mande matar a nossa filha, porque não
se conformam ser um dia governados pela filha de uma pastora.
__ Vossa Majestade manda, e cumpre-me obedecer - respondeu a rainha, quase a saltarem-lhe as
lágrimas dos olhos.
O rei recebeu a menina e entregou-a a um conselheiro. Tempos depois teve a rainha um filho, que o rei
mandou igualmente matar sob o mesmo pretexto.
Alguns anos depois entrou o rei muito apoquentado no quarto da esposa e disse-lhe:
__ Vou dar-te uma notícia, de todas a mais triste, os meus vassalos estão indignados comigo; não querem
que estejas no lugar de rainha, e dizem-me que te expulse do palácio. Por isso, querida Carlota, prepara-
te, que tens de voltar para a cabana de teu pai.

__ Não se apoquente, Real Senhor; estou pronta a obedecer; parto já.


__ Tens que despir os fatos de rainha.
__ É o que já vou fazer.
E a rainha despiu todo o fato ficando em camisa.
__ Não dispo a camisa, porque encobre o ventre onde estiveram guardados os nossos filhos. - disse a
rainha.
O rei nada teve que objetar. Estava o velho pastor à porta da sua choça, quando viu aproximar-se a filha.
Recolheu-se logo para dentro, tirou da caixa os antigos trapinhos e levou-os à filha para que os vestisse.
Ela vestiu-os sem proferir um queixume. Continuou na antiga vida de pastora. Para ela a sua vida de
rainha fora apenas um sonho; lembrava-se muito dos seus filhos e para estes eram todas as suas
saudades. Passados anos voltou o rei a casa de Carlota, e disse-lhe que os vassalos instavam com ele,
que casasse; e por isso tinha resolvido casar com uma formosa princesa de quinze anos.
__ Efetivamente, respondeu a pastora, um rei bom como Vossa Majestade merece ter uma descendência
que lhe perpetue o nome.
__ Venho pedir-te o favor de voltares ao palácio para dirigires as criadas de cozinha. Bem sabes que a
princesa há-de ser acompanhada por fidalgos, e vem igualmente com seu irmão mais novo; quero,
portanto, servi-los com lauta mesa.
__ Estou pronta, logo que Vossa Majestade ordenar.
__ Chegam amanhã; deves ir hoje para o palácio.

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Carlota foi, vestindo um pobre vestido de chita com que costumava ir à igreja. No dia seguinte chegou a
noiva e o irmão, com outros fidalgos, e houve à sua chegada grandes festejos. Carlota estava governando
na cozinha e aí a foi o rei encontrar.
__ Não vens ver a minha noiva?

__ Estou esperando quem me substitua aqui, enquanto vou e volto.


Chegou então uma cozinheira, e Carlota foi cumprimentar a noiva.
__ É muito linda!- disse Carlota, beijando a mão da noiva. - Deus conserve muitos anos a sua preciosa
saúde. É digna do rei que vai receber por seu marido.
A menina ficou estupefacta. Então o rei ajoelhou-se em frente de Carlota, e disse:
__ Olha que são os nossos filhos. Quis experimentar o teu coração: és uma pastora que vale mil rainhas.
Houve então mil abraços e beijos de parte a parte. O rei mandara os filhos para casa de uma tia, que os
educava como príncipes, que eram, em vez de os mandar matar como tinha firmado à rainha.II

1.1. Ao longo do texto, passam-se três Natais.


2.1. O cavaleiro decidiu partir para Jerusalém.
2.2. Ele desejava passar o Natal do ano seguinte, na gruta onde Cristo nascera, a rezar.
3. O Cavaleiro é a personagem principal, uma vez que toda a ação roda em torno de si e da sua viagem à
Terra Santa.
4. O Cavaleiro era, de facto, muito corajoso, porque naquela altura as viagens eram muito demoradas e
perigosas. Além disso, os viajantes não podiam mandar notícias regularmente à família e, por vezes, não
regressavam a casa.
5.1. Indicar duas: Vanina e Guidobaldo; Cimabué e Giotto; Dante e Beatriz; Pêro Dias e o negro.
5.2. Resposta aberta.
6. O Cavaleiro conseguiu encontrar o caminho para casa com a ajuda dos anjos, que iluminaram o
pinheiro que estava à sua porta.
7. Trata-se de um narrador não participante, ou heterodiegético, já que não participa na história e a narra
em 3ª pessoa- “Nessa floresta morava com a sua família um Cavaleiro.” (ll. 8-9).
III
1.
a)
A rapariga- sujeito
pediu um telemóvel aos pais- predicado
um telemóvel- complemento direto
aos pais- complemento indireto
b)
Ela- sujeito
realizou a tarefa impecavelmente- predicado
a tarefa- complemento direto
impecavelmente- modificador do grupo verbal
c)
A reunião- sujeito
continua amanhã- predicado
amanhã- predicativo do sujeito

2. a) transitivo direto e indireto; b) transitivo direto; c) copulativo


3. complementos oblíquos: a); b); d); e)
modificadores do grupo verbal: c); f)
4.
1- b; 2- g; 3- c; 4- d; 5- h
IV- Resposta aberta

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