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A segunda informação fornecida pela curva de titulação da glicina é que esse aminoácido tem
duas regiões com poder de tamponamento. Uma delas está na parte relativamente achatada
da curva, se estendendo por aproximadamente 1 unidade de pH de cada lado do primeiro pKa
de 2,34, indicando que a glicina é um bom tampão próxima desse pH. A outra zona de
tamponamento está centrada em volta do pH 9,60 (observe que a glicina não é um bom tampão
no pH do líquido intracelular ou do sangue, em torno de 7,4). Dentro das faixas de
tamponamento da glicina, a equação de Henderson-Hasselbalch (p. 64) pode ser utilizada para
calcular as proporções de espécies de glicina próton-doadoras e próton-aceptoras necessárias
para preparar um tampão em um determinado pH. As curvas que de pouca variação, indicam
que o espécime estudade é bom em determinado pH. Ex. A glicina funciona melhor como
tampão em pH 2,35 e 9,60.
Como evidenciado na Figura 3-10, a glicina tem uma carga final negativa em qualquer pH acima
do seu pI, Em qualquer pH abaixo do seu pI, a glicina tem uma carga final positiva. Em um pH
igual a 1,0, por exemplo, a glicina existe quase totalmente na forma +H3N¬CH2¬COOH com uma
carga positiva final igual a 1,0. Em um pH de 2,34, onde há uma igual mistura de
+H3N¬CH2¬COOH e +H3N¬CH2¬COO– , a média ou a carga final positiva é igual a 0,5. O sinal e
a magnitude da carga final de qualquer aminoácido em qualquer pH podem ser previstos do
mesmo modo.
Em primeiro lugar, todos os aminoácidos com um único grupo a-amino, um único grupo a-
carboxila e um grupo R não ionizável têm curvas de titulação semelhantes à da glicina (Figura
3-10). Esses aminoácidos têm valores de pKa muito semelhantes, mas não idênticos: pKa do
grupo ¬COOH na faixa de 1,8 a 2,4, e pKa do grupo ¬NH+ 3 na faixa de 8,8 a 11,0 (Tabela 3-1).
As diferenças nesses valores de pKa refletem os ambientes químicos impostos por seus grupos
R. Em segundo lugar, os aminoácidos com um grupo R ionizável têm curvas de titulação mais
complexas, com três estágios correspondendo às três etapas possíveis de ionização; assim, eles
possuem três valores de pKa.
Os pontos isoelétricos refletem a natureza dos grupos R ionizáveis presentes. Por exemplo, o
glutamato tem um pI de 3,22, consideravelmente mais baixo do que o da glicina. Isso se deve à
presença de dois grupos carboxila, que, na média de seus valores de pKa (3,22), contribuem
para uma carga final de –1 que equilibra o 11 proveniente do grupo amina. Do mesmo modo, o
pI da histidina, com dois grupos positivamente carregados quando protonados, é de 7,59 (a
média dos valores de pKa dos grupos amina e imidazol), muito mais alto do que aquele da glicina.
Por fim, como apontado anteriormente, sob a condição geral de exposição livre e aberta ao
ambiente aquoso, apenas a histidina tem um grupo R (pKa 5 6,0) que fornece um poder de
tamponamento significativo próximo do pH neutro normalmente encontrado nos líquidos
intracelulares e extracelulares da maior parte dos animais e bactérias (Tabela 3-1).