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Observação: As Sequências de raciocı́nios dos Exercı́cios 1, 2 e 3 a seguir serão bastante úteis para
mostrar alguns limites e, também, continuidade de funções reais. Você deverá entendê-los completa-
mente, pois será solicitado a fazê-los integralmente em várias oportunidades.
Prova: Seja x ∈ R tal que |x − 2| < 1. Então −1 < x − 2 < 1. Adicionando 4 a cada membro destas
últimas desigualdades, resulta 3 < x + 2 < 5. Daı́, tem-se que x + 2 > 0, o que implica |x + 2| = x + 2.
Portanto, tem-se 0 < 3 < x + 2 = |x + 2|. Isto garante |x + 2| = x + 2 6= 0; logo existe o inverso e por
resultado sobre inverso multiplicativo obtém-se 1/|x + 2| = 1/(x + 2) < 1/3 . Daı́, por definição da
relação ≤ (O sı́mbolo ≤ equivale a < ou =), vale 1/|x + 2| ≤ 1/3 .
Deve-se notar que não é necessária aqui a hipótese x 6= −2, pois esta condição já segue da hipótese
|x − 2| < 1, como explicado acima.
Exercı́cio 2. Mostre detalhadamente que: para todo ∈ R∗+ e para todo x ∈ R, se |x−1| < min {1, /3}
então |x2 − 1| < .
Prova: Por hipótese, ∈ R∗+ , x ∈ R e |x − 1| < min {1, /3}. Desta última parte, tem-se que
|x − 1| < 1 e |x − 1| < . (?)
3
A meta é mostrar que
|x2 − 1| = |x − 1||x + 1| < . (2?)
Sendo, por hipótese, |x − 1| < 1 tem-se que −1 < x − 1 < 1, e assim obtém-se 1 < x + 1 < 3. Sendo
x + 1 > 1 > 0 então |x + 1| = x + 1 e tem-se, por ser x + 1 < 3 que
|x + 1| < 3. (3?)
Usando (3?) em (2?) e em seguida (?)2 , isto é, que |x − 1| < /3 obtém-se o que se queria mostrar, a
saber
|x2 − 1| = |x − 1||x + 1| < |x − 1| · 3 < · 3 = .
3
(ii) para todo x ∈ R, se |x − α| < min {1, /(1 + 2α)} então |x2 − α2 | < .
1
Sugestão: Prove o item (i) e depois, use-o para provar o item (ii). Atente para a inserção e retirada
dos módulos, que não pode ser feita aleatoriamente. Revise a Definição.
Prova: Por hipótese, α ∈ R e α > 1/2, ∈ R∗+ .
(i) Seja x ∈ R, tal que |x − α| < 1. Então tem-se que −1 < x − α < 1, e assim obtém-se
−1 + 2α < x + α < 1 + 2α. Daı́, x + α > −1 + 2α > 0, pois por hipótese α > 1/2. Portanto, por
definição tem-se |x + α| = x + α e, por ser x + α < 1 + 2α, tem-se que
(ii) Seja x ∈ R, tal que |x − α| < min {1, /(1 + 2α)}. Desta última parte, tem-se que
|x − α| < 1 e |x − α| < . (2)
1 + 2α
A meta é mostrar que
|x2 − α2 | = |x − α||x + α| < . (3)
Sendo, por hipótese, |x − α| < 1 tem-se, por (i), que vale (1). Usando (1) em (3) e em seguida usando
a segunda parte de (2), isto é, que |x − α| < /(1 + 2α) obtém-se
|x2 − α2 | = |x − α||x + α| < |x − α| · (1 + 2α) < · (1 + 2α) = .
1 + 2α
Observação: Como exercı́cio avulso, refaça o item (ii), sem consulta, de forma completa (isto é,
inclusive a parte que acima foi enunciada em (i)), para α = 1, 2, 3 . . . ·
Exercı́cio 5. Mostre, usando o critério sequencial adequado, que os seguintes limites não existem.
1 1
(a) lim 4
; (b) lim 2 ; (c) lim sen(1/x2 ).
x→1 (x − 1) x→0 x x→0
2
Prova: Todos serão mostrados pelo Critério Sequencial de divergência - Teorema 7.2. Aqui, usa-se o
caso (b) e (c) do Teorema 7.2.
(a) Neste caso, usa-se o caso (b) do Teorema 7.2. Assim, deve-se exibir uma sucessão (xn )n∈N em
R − {1} que convirja para 1 (ou seja, os pontos da sucessão são todos diferentes de 1) tal que a
sequência de imagens (f (xn ))n∈N não convirja em R.
Considere então, por exemplo, a sucessão (xn )n∈N definida por xn = 1 + 1/n. Tem-se que xn ∈
Dom f = R − {1}, para todo n ∈ N e lim xn = 1. Daı́, f (xn ) = 1/(1 + 1/n − 1)4 = n4 . Portanto,
n→∞
lim f (xn ) = +∞. Assim, a sequência (f (xn ))n∈N é divergente. Logo, a função f (x) = 1/(x − 1)4 não
n→∞
tem limite em 1. 2
(b) Use o caso (b) do Teorema 7.2. A prova é inteiramente análoga a do Exemplo 7.8 (a). Faça as
adptações! 2
(c) Use o caso (c) do Teorema 7.2. A prova é inteiramente análoga a do Exemplo 7.8 (c). Aqui,
considere (xn ) definida por
1
√
se n ∈ N é ı́mpar,
xn = nπ
√ 1
se n ∈ N é par.
π/2+nπ
Faça as adptações!
8
Exercı́cio 6. Mostre, por meio da definição ( e δ ), que lim = 2.
x→7 x−3
8
Prova: Note que Dom f = R − {3} sendo f (x) = x−3 . Seja > 0 onde ∈ R. Toma-se
δ = min{1, 3/2}. Daı́, δ > 0. Seja x ∈ Dom f = R − {3} tal que 0 < |x − 7| < δ. Então
8 8 − 2x + 6 14 − 2x 2|x − 7| 2
x − 3 − 2 = x − 3 = x − 3 = |x − 3| = |x − 7| |x − 3| .
Logo
8 2 2 |x − 7| < δ ≤ 3/2 3 2
x − 3 − 2 = |x − 7| |x − 3| < |x − 7| 3 < = .
2 3
8
Assim, se 0 < |x − 7| < δ = min{1, 3/2} então x−3 − 2 < .
Conclusão: para todo > 0, existe δ > 0, tal que, para todo x ∈ Dom f = R − {3}, se
8 8
0 < |x − 7| < δ então x−3 − 2 < . Logo lim x−3 = 2.
x→7
3
3
(c) lim = −1, onde x 6= 1.
x→ −2 x − 1
Como |x − 1| < δ resulta por (?) que |x − 1| < 1, e daı́ tem-se (estude com atenção as contas a seguir!)
Portanto, se 0 < |x − 1| < δ = min{1, 2} então |f (x) + 1/2| < . Logo, por definição,
lim f (x) = −1/2. 2
x→1
(b) Seja ∈ R e > 0. Toma-se
δ() := min {1/2, /6} .
Seja x ∈ R − {1} tal que 0 < |x − 2| < δ. Isto significa que 0 < |x − 2| < 1/2 e 0 < |x − 2| < .
6
Tem-se então que
3 | − 3x + 6| 3|x − 2|
x − 1 − 3 = = . (∗)
|x − 1| |x − 1|
Como |x − 2| < 1/2 então
1
−1/2 < x − 2 < 1/2 ⇒ 0 < 1/2 < x − 1 < 3/2 ⇒ 1/2 < |x − 1| = x − 1 ⇒ < 2.
|x − 1|
A última passagem vale pois x 6= 1. (Deve-se fazer as contas para verificar que, escolher δ < 1 não
serviria para obter uma majoração para 1/|x − 1|). Daı́, de (∗), e como 0 < |x − 2| < , tem-se
6
3 3|x − 2|
x − 1 − 3 = |x − 1| < 3|x − 2| · 2 = 6|x − 2| < 6 · 6 = ,
4
(c) Seja ∈ R e > 0. Tome-se
δ() := min {1, 2}
Seja x ∈ R − {1} tal que 0 < |x + 2| < δ. Isto significa que 0 < |x + 2| < 1 e 0 < |x + 2| < 2.
Tem-se então que
3 |x + 2|
x − 1 + 1 |x − 1| .
= (∗)
Como |x + 2| < 1 então −1 < x + 2 < 1 ⇒ −4 < x − 1 < −2 < 0. Sendo x − 1 < 0 segue que
|x − 1| = −(x − 1). Daı́ e como x − 1 < −2 < 0 então 2 < |x − 1| = −(x − 1) < 4. Portanto,
1 1
< , pois x 6= 1.
|x − 1| 2
Exercı́cio 8. Seja f : R → R uma função. Mostre que, se lim f (x) = L e L 6= 0 então existe pelo
x→α
menos um ρ > 0 tal que |f (x)| > ρ para todo x tal que 0 < |x − α| < δ.
Prova: Recorde-se do Exercı́cio 7 do EP 4! Como, por hipótese, lim f (x) = L então, por definição
x→α
(Definição 7.2), sendo 0 < |x − α| < δ tem-se |f (x) − L| < para qualquer real > 0. Pelo Corolário
2.1, |L| − |f (x)| ≤ |f (x) − L|. Das duas precedentes desigualdades resulta que |L| − |f (x)| < , o que
equivale a |L| − < |f (x)|. Sendo > 0 arbitrário, em particular, tem-se = |L|/2, e isto substituido
na última desigualdade resulta |f (x)| > |L| − |L|/2 = |L|/2. Neste caso, tomando-se ρ = |L|/2 tem-se
o resultado desejado.