Académique Documents
Professionnel Documents
Culture Documents
Trabalho de Graduação
2011
Mecânica
CDU 65.012
Orientadores
Pesqa. Dra. Mônica Maria De Marchi (IEAv)
Profa. Dra. Mischel Carmen Neyra Belderrain (ITA)
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
CESSÃO DE DIREITOS
___________________________
Thiago Cardoso da Costa
Rua H8 –C Ap.326 – Campus do CTA
12228-462 – São José dos Campos - SP
Dedico este trabalho a Deus, que sempre me cercou
de pessoas maravilhosas, sem o apoio das quais,
jamais tornaria realidade mais este sonho.
Agradecimentos
Em primeiro lugar, agradeço a Deus, pelo dom da vida e por sempre me presentear
com “coincidências”, oportunidades e com o privilégio de conviver com pessoas muito
especiais.
Agradeço aos meus pais, Vilmar e Maria Bernadete: meus primeiros professores!
Meus maiores incentivadores! Mostraram desde cedo o valor que há em ter coragem, garra e
persistência para lutar por meus sonhos. Obrigado por tudo o que vocês planejaram e
fizeram... tudo que planejaram e não fizeram... e pelo que fizeram sem planejar! Obrigado por
serem meus parceiros de caminhada, de luta, por serem a minha luz nos momentos de
indecisão. Obrigado por me ensinarem o que é amor.
Aos meus irmãos, Leticia, Lucas e Milena, por sempre me apoiarem, seja nos
momentos de conquista, seja dando força para superar uma queda. A vida nos levará por
caminhos distintos, mas torço pra que nossos laços fraternos sejam sempre mais fortes do que
tudo.
Um agradecimento especial à minha avó Catarina, que esteve sempre comigo desde
meu nascimento, que deu suporte aos meus pais em minha educação e que, com certeza, hoje
é mais um dos meus anjos da guarda que vibram com esta conquista.
Aproveito para agradecer a todos os familiares que acreditaram em meu potencial, que
torceram por mim, oraram por mim. Não citarei diretamente todos os nomes aqui, mas vocês
sabem o quanto são importantes e o quanto sou grato por tê-los por perto.
Às grandes amizades construídas em meus sete anos no Colégio Militar de Porto
Alegre: verdadeiros amigos que levarei para a vida toda, bem como grandes mestres nos quais
me inspirei para seguir meu caminho.
Minha trajetória até entrar no ITA foi árdua, com cinco longos anos de tentativa. Neste
caminho, diversas pessoas entraram em minha vida, tornaram-se grandes amigos e fazem
parte desta vitória. Agradecimento especial ao querido amigo Daniel Lavouras, pessoa na qual
cumprimento todos os amigos que fiz no curso Elite. Sempre deixei claro o carinho e a
admiração que tenho por todos vocês.
Aos amigos que fiz no ITA, com quem convivi intensamente, dividindo momentos de
tensão e descontração. Novamente, não me atreverei a citar nomes, mas quero agradecer por
todas as conversas de desabafo, por todas as longas caminhadas pelo campus do CTA, pelo
carinho, pela confiança e pela sincera amizade. Que a vida permita que nos encontremos
muitas vezes para lembrarmos com nostalgia deste tempo.
Não poderia deixar de agradecer por ser parte de uma nova família em São José dos
Campos: a família CASDVest. Uma oportunidade única de crescimento pessoal e
profissional. Nestes 5 anos como voluntário, conheci milhares de pessoas, aprendi muito e
reforcei minha crença na educação como instrumento de transformação da vida de um ser
humano. Valeu muito a pena.
Por fim, meus mais sinceros agradecimentos às minhas orientadoras, Drª. Monica, Drª.
Carmen e Ten Danielle, sempre disponíveis e muito mais que orientadoras de um trabalho,
mas sim conselheiras. Obrigado pelo apoio e por acreditarem em meu trabalho.
"Você aprende que realmente pode suportar...
que realmente é forte e que pode ir muito mais longe,
depois de pensar que não se pode mais.”
(William Shakespeare)
Resumo
Among the tasks of the Brazilian Air Force (FAB) one is to cooperate with the
Brazilian Department of Homeland Security in the occasion of disasters. This study proposes
a way to analyze the performance of FAB in fulfilling this assignment, based on the concept
of Capability-Based Planning and motivated by a new structure of Brazilian homeland
security, which promotes disaster prevention and coordination among various entities. From
this scenario, the possible tasks at FAB’s responsibility were determined and correlated by the
use of the technique of cognitive maps, derived from Problem Structuring. With the analysis
of the built map, it was possible to identify the capabilities required to perform this mission.
This study also presents an example of a natural disaster caused by heavy rain, in which there
was an effective participation of FAB: the flood that occurred in the State of Santa Catarina in
2008. From then on, performs qualitative comparison between the capabilities shown in
practice and that identified theoretically. In this context, we want to show a systemic way to
identify and analyze what capabilities in terms of military actions, specifically FAB, are
important for disaster management.
Figura 13. Distribuição dos municípios que decretaram situação de emergência e estado de calamidade
pública em novembro de 2008. .............................................................................................................. 50
Figura 16. Identificação da linha de argumentação referente à capacidade de comando e controle ......57
Figura 20. Identificação do cluster referente à capacidade de busca, salvamento e evacuação .............61
Figura 23. Mapa Cognitivo das atividades possivelmente concernentes à FAB em uma situação de
enchente.................................................................................................................................................. 77
Figura 24. Conceitos com alto grau de dominância em destaque no mapa cognitivo construído. .........78
Lista de Quadros
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 15
2.1 INTRODUÇÃO................................................................................................................................... 23
3.1 INTRODUÇÃO................................................................................................................................... 47
4.1 INTRODUÇÃO................................................................................................................................... 65
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 73
1 INTRODUÇÃO
1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO
A Defesa Civil brasileira tem como objetivo geral a redução de desastres, o que pode
ser conseguido pela diminuição da ocorrência e da intensidade dos mesmos. (BRASIL, 1995)
De acordo com a Política Nacional de Defesa Civil (PNDC), as ações de redução de
desastres abrangem os seguintes aspectos globais:
i. Prevenção de Desastres;
ii. Preparação para Emergências e Desastres;
iii. Resposta aos Desastres;
iv. Reconstrução.
Pode-se perceber, portanto, que a Defesa Civil deve atuar em toda a linha do tempo
referente a um desastre, conforme ilustrado na figura 1, e seus objetivos específicos são todos
voltados para tais aspectos. É evidente que os esforços devem se concentrar nas fases
anteriores ao desastre, a fim de mitigar seus efeitos.
16
No entanto, nos últimos anos, o Brasil vivenciou uma série de desastres naturais,
geralmente associados a chuvas excessivas, como enchentes e deslizamentos de terra. Um
exemplo marcante constitui-se das enchentes que assolaram a região do Vale do Itajaí, no
Estado de Santa Catarina, em novembro de 2008. Infelizmente, o exemplo citado não é o
único de nossa história recente. No Vale do Paraíba, no início de 2010, cidades históricas,
como São Luís do Paraitinga, foram devastadas. Além disso, no início de 2011, Santa
Catarina foi novamente castigada por enchentes, juntamente com a região serrana do Estado
do Rio de Janeiro.
17
Fica evidente, portanto, a mudança de paradigma proposta para a Defesa Civil, bem
como o caráter multidisciplinar que ela exige, estabelecendo uma comunicação com diversas
áreas, dentre elas, o Ministério da Defesa (MD). De fato, a Constituição Federal estabelece,
em seu artigo 142, a destinação das Forças Armadas (FA):
“As Forças Armadas, constituídas pela Marinha, pelo Exército e pela Aeronáutica,
são instituições nacionais permanentes e regulares, organizadas com base na
hierarquia e na disciplina, sob a autoridade suprema do Presidente da República, e
destinam-se à defesa da Pátria, à garantia dos poderes constitucionais e, por
iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem.”
18
Dado o exposto, evidencia-se assim, que é parte da missão da FAB a sua colaboração
com a Defesa Civil do País. No entanto, sob um ponto de vista superficial, pode-se dizer que a
sua atuação está limitada aos aspectos de preparo e resposta a um desastre.
1.3 OBJETIVOS
O presente trabalho tem por principal objetivo apresentar uma análise da atuação da
FAB em situações de crise, sob o ponto de vista de planejamento baseado em capacidades, de
modo a contribuir com o processo de construção e manutenção de capacidades essenciais para
o cumprimento da missão de cooperar com a Defesa Civil brasileira.
Em outras palavras, objetiva-se estabelecer parâmetros que possam identificar quais
capacidades, em termos da atuação militar, especificamente da FAB, são importantes para o
gerenciamento de crise. Tais parâmetros são relevantes para se avaliar o nível de consciência
situacional no contexto de desastres naturais, como os anteriormente citados. Assim, é
possível identificar métricas que possam avaliar quem possui determinada capacidade e o
quanto é proficiente.
Para o cumprimento desse objetivo principal, tomam-se os seguintes objetivos
secundários:
1.4 LIMITAÇÕES
Este trabalho de graduação está estruturado em cinco capítulos. Este primeiro capítulo
visa à introdução ao tema, com uma contextualização, a justificativa para a realização deste
trabalho, bem como sua importância. Além disso, ficam bem definidos os objetivos do
trabalho, assim como suas limitações.
22
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1 INTRODUÇÃO
O presente capítulo destina-se a uma revisão dos conceitos que fundamentam este
trabalho de graduação, com base nos principais trabalhos publicados por especialistas que
abordam os seguintes assuntos: Métodos de Estruturação de Problemas e Mapeamento
Cognitivo, Planejamento Baseado em Capacidades, Gerenciamento de Crises e Consciência
Situacional.
Os PSMs mais conhecidos são: Soft Systems Methodology (SSM), Strategic Options
Development and Analysis (SODA), Strategic Choice Approach (SCA) e Drama Theory.
Outros métodos existentes são: System Dynamics, Viable Systems Model (VSM), Interactive
Planning e Critical Systems Heuristics (CSH). Cada método apresenta suas peculiaridades, o
que foge do escopo desse trabalho. Para aprofundamento no assunto, veja Mingers &
Rosenhead (2004) e Rosenhead (2006).
Com o sucesso dos métodos criados para estruturar problemas e com o aumento da
complexidade dos sistemas e a interdisciplinaridade, verificou-se a possibilidade de combinar
métodos ou técnicas em situações particulares. Tal prática recebeu o nome de
Multimetodologia. Alguns profissionais já faziam estas combinações na prática, quando se
iniciaram os estudos teóricos e filosóficos acerca de tal tipo de intervenção. Munro e Mingers
(2002) fizeram um levantamento sobre a utilização da multimetodologia na prática, por
25
exemplo. Houve diversos estudos no sentido de criar algoritmos facilitadores para montagem
de um processo de multimetodologia, como o fizeram Mingers e Brocklesby (1997),
explorando tanto as metodologias como seus paradigmas.
A multimetodologia pode simplesmente estabelecer uma combinação entre PSMs ou
também unir, em uma mesma intervenção, um método de estruturação de problemas com
técnicas hard tradicionais. De qualquer forma, algumas considerações teóricas e práticas
devem ser feitas para verificar a viabilidade da combinação entre as técnicas na intervenção
desejada.
A multimetodologia trata-se, portanto, de uma necessidade. Ao se considerar
problemas complexos, que englobam diferentes aspectos, como pessoais, materiais e sociais,
verifica-se a desvantagem de escolher apenas um método de estruturação de problemas,
baseado em um único paradigma. Dependendo do objetivo que se deseja alcançar, a visão do
problema pode se tornar limitada, o que resulta em um processo incompleto.
utilizados com grande efeito combinados com diversas formas de análise. Destaca-se aqui, o
Método Multicritério de Apoio à Decisão – Construtivista, MCDA-C, o qual apresenta um
método de estruturação de problemas no qual o mapeamento cognitivo exerce papel
determinante. O mapa cognitivo, a partir de um procedimento estruturado de análise, deriva
um modelo multicritério de decisão. (ENSSLIN et al., 2000)
Destaca-se também as diversas formas de analisar um mapa cognitivo, como a
proposta pelo professor Ion Georgiou, com os conceitos de implosion grade e explosion
grade, por exemplo. (GEORGIOU, 2009)
Serão apresentados agora os conceitos fundamentais para a construção e análise de um
mapa cognitivo:
Esta estruturação permite que, mesmo para mapas relativamente complexos, seja
possível ter uma representação de fácil leitura e interpretação. É sempre interessante
manipular o mapa de forma que conceitos que se interrelacionam fiquem próximos um do
outro, minimizando o número de setas que se cruzam, por exemplo. (EDEN, 2004)
De modo a facilitar a análise do mapa, os conceitos de onde não saem setas são
denominados “cabeças”, e, como sugerido pela figura 5, são considerados objetivos,
resultados, fins. Por outro lado, os conceitos de onde só saem setas são chamados “caudas”.
Eles representam ações, opções, meios para a resolução do problema.
30
cognitiva. Trata-se de uma análise comparativa, medida pelo Domain Grade, definido como a
soma dos números de setas que chegam e saem do conceito em análise.
Tal análise apresenta outros dois conceitos:
Dessa forma, se um conceito apresenta alto implosion grade, isto significa que ele é
afetado por muitos outros conceitos. Deve-se ter atenção para este conceito, dado que ele
representa efeito considerável. Já um conceito com alto explosion grade indica que ele exerce
influência sobre diversos outros conceitos. Sua identificação é importante, dado que ele
representa uma causa importante para diversos efeitos. Tal análise já era prevista por Eden
(2004).
Em mapas cognitivos complexos é importante a identificação de loops. A existência de
um loop pode significar um acidente na construção do mapa, que precisa ser corrigido, ou
então, implica a possível existência de considerações dinâmicas às questões propostas, com
possibilidade de inserção de uma estrutura de comando e controle ao problema. A existência
de loops errôneos gera análises equivocadas do mapa cognitivo. É recomendável, portanto,
que a busca por loops ocorra anterior a qualquer outra análise. (EDEN, 2004)
33
Para Henry (2004) apud Lessa (2006), capacidade é “a habilidade de [ou para]
alcançar um desejado efeito sob padrões e condições específicos através da combinação de
recursos e maneiras de executar um conjunto de tarefas”. Com as duas definições
apresentadas, fica claro que uma capacidade não depende apenas de pessoas, mas também de
seu treinamento, organização, bem como de equipamentos, logística, infraestrutura e
informação.
O quadro 1 apresenta os elementos de uma capacidade identificados pelo DHS
(UNITED STATES OF AMERICA, 2007):
34
(…) planejamento, sob incerteza, para fornecer capacidades adequadas para uma
ampla gama de ameaças e perigos, trabalhando em um cenário dentro de uma
estrutura econômica que requer priorização e escolha. Ela ajuda a informar e a
otimizar o processo de tomada de decisões em todos os níveis de governo,
sinalizando a alocação de recursos para as capacidades que tem maior urgência e
necessidade, de forma a executar diversas tarefas e missões atribuídas.
35
Trata-se de uma definição bem generalista, que ressalta o fato de que o planejamento
está inserido dentro de um contexto bem maior, como parte de um plano mais amplo, com
limitação de recursos financeiros, por exemplo. Além disso, fica evidente a aplicação do PBC
em situações nas quais não se conhecem os desafios de maneira precisa. Apenas como uma
inserção ao contexto do trabalho, a Doutrina Básica da Força Aérea Brasileira (BRASIL,
2005) estabelece quatro níveis de decisão: político, estratégico, tático e operacional. Portanto,
realmente o PBC está sempre dentro de um plano maior.
Para o Canada Department of National Defence and National Forces (CANADA,
2006 apud LESSA, 2006), o PBC:
Esta definição apresentada já está mais focada no contexto das forças armadas e
próxima da estrutura deste trabalho. Reconhece-se o PBC como o primeiro passo num
processo iterativo, que pode ser comparado neste ponto com o ciclo de Deming, consagrado
em teoria de administração e sistemas de gestão baseados em melhoria contínua, cujos passos
consistem de: planejamento (plan), execução (do), verificação (check) e ação (act)
(BATEMAN et al, 1998), ilustrado na figura 9, a seguir:
Desde 2005, os EUA seguiram este planejamento, criando uma série de diretivas
nacionais, mobilizando instituições, criando cenários e listas de capacidades. Tais documentos
são ostensivos, portanto, se o leitor quiser aprofundar seus conhecimentos no modelo
proposto pelo DHS, pode tomar as referências citadas neste estudo.
Como se trata de uma iniciativa de sucesso para o PBC, será utilizada como uma
orientação ao trabalho. Seguindo os quadros apresentados, pode-se resumir que o
Planejamento Baseado em Capacidades fornece os meios para responder a três perguntas: “O
quanto devemos estar preparados?”, “O quanto estamos preparados?” e “Como priorizar
esforços para corrigir as falhas?”. Tais perguntas estão alinhadas com os objetivos traçados
para este estudo.
39
De acordo com Roy et al. (2007), os dois elementos básicos são potencialmente a
“entidade” e o “evento”. A entidade é algo que existe de forma concreta, enquanto um evento
é algo que ocorre. São, portanto, de naturezas bastante distintas, mas de igual importância
para análise.
Observa-se que a consciência situacional envolve a combinação de novos eventos
(informações) com os conhecimentos existentes (memórias) dos envolvidos e a projeção da
42
situação em foco para cenários futuros. Esta combinação favorece a tomada de decisões mais
apropriadas para que cursos de ação desejados sejam alcançados, levando a uma melhoria do
desempenho.
Endsley propõe um modelo de análise sistemática no qual entende que a SA é uma
representação em três níveis mentais: percepção, compreensão e projeção. Roy et al (2007)
apresentam uma pequena descrição sobre cada um dos níveis propostos por Endsley. A figura
12 apresenta um esquema do modelo proposto por Endsley. Ressalta-se a iteratividade do
processo, característica de um modelo dinâmico.
3.1 INTRODUÇÃO
Fonte: o Autor
49
Verifica-se que este estudo aborda apenas itens referentes ao primeiro estágio do PBC,
de definição dos níveis desejados de capacidade. Após a identificação de capacidades, alguns
comentários serão realizados, mas nada efetivo em esforços para cumprir as demais etapas do
planejamento, pois fogem ao escopo definido para o trabalho.
Figura 13. Distribuição dos municípios que decretaram situação de emergência e estado de calamidade pública
em novembro de 2008.
Fonte: Frank & Sevegnani, 2009.
Nesta etapa, com o cenário determinado, quer-se identificar quais tarefas precisam ser
realizadas de forma que a FAB desempenhe seu papel no gerenciamento de crise. Para tanto,
escolheu-se a técnica de mapeamento cognitivo para criar uma visão sistêmica do problema
por meio de um procedimento formal, o qual deriva um produto de fácil manipulação e
compreensão.
O mapa cognitivo de atuação da FAB foi criado por meio da leitura e interpretação de
uma série de documentos sobre gerenciamento de crises e sobre a natureza da FAB,
procedimento previsto por Ackermann et al. (1992):
- Plano Estratégico Militar da Aeronáutica – PEMAER (FORÇA AÉREA
BRASILEIRA, 2010);
- Doutrina Básica da Força Aérea Brasileira (BRASIL, 2005);
51
- Resposta: Conjunto de atividades que se remetem a curto prazo, aos efeitos diretos
sobre um incidente. Inclui ações imediatas para salvar vidas, para proteger propriedades e
para prover as necessidades básicas humanas. De acordo com a situação, exige a execução de
planos de operação de emergência, bem como a aplicação de inteligência e outras
informações para minimizar os efeitos do incidente.
Com a definição dos EPA, parte-se para a construção dos primeiros conceitos do
mapa, por meio da adição de um verbo no infinitivo ao EPA e a construção de uma frase curta
e coerente com sua origem. Os demais conceitos foram criados a partir de outros conceitos,
por meio da técnica apresentada na fundamentação teórica, por meio das perguntas “Por
quê?” e “Como?”. Cabe o comentário de que preferiu-se para este trabalho o uso de conceitos
sem o conceito de pólos, ou seja, sem a presença do conceito dual, ou pólo oposto, sem perda
de qualquer informação ou qualquer prejuízo à qualidade do mapa e de sua análise.
Ao mesmo tempo em que se criavam novos conceitos, as relações de influência entre
eles eram representadas no diagrama por setas, de acordo com o estabelecido na
fundamentação teórica.
O mapa construído, com todos os seus conceitos relacionados, encontra-se no Anexo
A, figura 23 deste trabalho.
53
De acordo com Castro (1999), contingência é uma situação de incerteza com relação a
um determinado evento, que pode se concretizar ou não, durante um período de tempo
determinado. Plano de contingência é o planejamento tático elaborado a partir de uma
determinada hipótese de desastre. Ele pretende atingir as finalidades de facilitar as atividades
de preparação para emergências e desastres, bem como de otimizar as atividades de resposta
aos desastres.
Ainda segundo Castro (1999), diferente do plano de contingência, o plano de
operações é elaborado para responder a uma situação real de desastre. O plano de operações
pode ser o próprio plano de contingência, com alterações mínimas de ajuste ao cenário
encontrado. Pode também ser um plano alternativo, desenvolvido a partir de um plano de
contingência, mas adaptado à situação real de desastre, em conseqüência das diferenças entre
o cenário real e as constantes da hipótese de planejamento, as quais tornariam o plano
inexeqüível, caso não fosse atualizado. Por fim, pode ser um plano operativo, totalmente
elaborado após a ocorrência de uma situação real de desastre.
Para que a FAB esteja preparada para atuar em uma situação de catástrofe, é
fundamental que haja um planejamento de atividades que inclua definições de
responsabilidades e estimule a realização de treinamentos, simulações, análises e a melhoria
58
contínua por meio de um processo iterativo de revisões e ações corretivas. Assim, torna-se
possível desenvolver, validar e manter planos, diretrizes e procedimentos que visem a
priorização de atividades, a coordenação e o gerenciamento de pessoas e recursos em todas as
etapas de um desastre: prevenção, preparo, resposta e recuperação. É importante ressaltar a
importância de se realizar um planejamento flexível, capaz de se adequar à dinâmica de uma
situação de crise, com o surgimento de novas demandas, por exemplo.
A capacidade de planejamento de contingência e operações foi identificada no mapa
cognitivo construído dentro de um cluster, mostrado na figura 17.
Aeromédica: “missão aérea com o propósito de transportar pessoal, ferido ou doente, militar
ou civil, da frente de combate, para locais onde possa receber assistência adequada. Esta
missão também se aplica em situação de paz, no transporte de militares nas condições acima
referidas”.
Assim, ao se analisar o mapa cognitivo construído, encontra-se um cluster de
conceitos relacionados com busca e resgate. A importância das tarefas mapeadas fica evidente
no alto grau de dominância dos conceitos “Implementar ações de proteção e resposta a
ameaças” e “Realizar operações de Busca e Resgate”. Os elementos do cluster, mostrado na
figura 20, são todos unidos identificando uma capacidade: a de busca, salvamento e
evacuação.
A capacidade de assistência em saúde deve ser suficiente para prover serviços médicos
de urgência, bem como fornecer condições de realizar triagem pré-hospitalar e tratamento de
pacientes dentro de padrões médicos aceitáveis.
Por muitas vezes, dadas as condições do desastre, é necessário expandir rapidamente a
capacidade do sistema, montando, de forma temporária, bases de atendimento médico capazes
de oferecer, por exemplo, condições para a realização de cirurgias de urgência. Além disso, é
parte da assistência em saúde a atividade de promover a divulgação de profilaxia à população.
63
Por exemplo, no caso de enchentes, torna-se comum o contágio de pessoas por leptospirose. É
importante repassar informações de como evitar a doença.
4.1 INTRODUÇÃO
Este capítulo apresenta uma breve descrição de uma operação real que contou com a
atuação da FAB, nas mesmas circunstâncias consideradas para a confecção do mapa
cognitivo. O objetivo é, a partir das informações consideradas, fazer um exercício
comparativo entre as capacidades identificadas no capítulo anterior e as capacidades
realmente demonstradas na operação real. A comparação é simples e meramente qualitativa,
de modo a representar uma ideia da análise completa que realmente pode ser feita com base
em PBC, a qual pode fornecer a resposta a perguntas-chave: “Quanto estamos preparados para
a atividade de cooperar com a Defesa Civil?”, “Quanto deveríamos estar preparados para
cumprir tal atividade?” e “O que devemos fazer para alcançarmos o nível desejado de
preparo?”.
definidos como: “Socorrer vítimas das enchentes nas regiões atingidas no Estado de Santa
Catarina”.
A Operação Santa Catarina, realizada em conjunto com outras Forças, foi a maior
operação aérea real da história do Brasil. Helicópteros e aviões de transporte da FAB voaram
mais de 600 horas em missão. (AEROVISÃO, 2009)
A operação militar de apoio às vítimas das enchentes teve início no dia 24 de
novembro de 2008. Foi montada uma base de operações no aeroporto de Navegantes, que
recebeu inicialmente dois helicópteros da FAB, um H-1H, do 5º/8º GAV de Santa Maria e um
CH-34, do 3º/8º GAV do Rio de Janeiro. Além das tripulações, uma equipe do Esquadrão
Aeroterrestre de Salvamento (Pára-SAR), especializada em busca e resgate, também foi para
Santa Catarina. A partir daí iniciaram-se os trabalhos de transporte de feridos e cidadãos
isolados pelas cheias do rio.
Com o passar dos dias, a FAB passou a contar com mais recursos e a exercer mais
tarefas. No dia 25 de novembro, dois aviões da Força transportaram um total de 32 toneladas
de alimentos, de Canoas (RS) para a base de operações de Navegantes (SC). Foram
empregados nessa missão uma aeronave C-130 Hércules e um C-105 Amazonas. Os aviões da
FAB registraram diversas missões: houve missão de transporte de militares da Força Nacional
de Segurança para o local do desastre, houve transporte de medicamentos doados pelo
Ministério da Saúde, de equipamentos dos bombeiros e de mantimentos.
O Centro de Comunicação Social da Aeronáutica (CECOMSAER) contribuiu com o
objetivo de manter o efetivo da FAB e o público externo informados no menor tempo possível
sobre os acontecimentos nas operações. Fez uso de um moderno sistema de transmissão de
dados, de forma experimental, que acelerou o fluxo de informações a serem trocadas entre as
entidades. Em geral, a comunicação entre os militares envolvidos na operação foi estabelecida
pelo Primeiro Grupo de Comunicações e Controle (1ºGCC).
Uma equipe do Batalhão de Infantaria da Aeronáutica de Canoas foi responsável pela
segurança do pessoal, do equipamento e do material de todas as unidades.
A partir do dia 1º de dezembro de 2008, o Hospital de Medicina Operacional da
Aeronáutica, mais conhecido como Hospital de Campanha (HCAMP), passou a ser utilizado
em apoio às vítimas da calamidade. Foi empregado para os atendimentos emergenciais, com
consultórios odontológicos e médicos, centro cirúrgico, bem como Unidade de Terapia
Intensiva (UTI). Foram disponibilizados especialistas em clínica geral, cirurgia geral,
ortopedia, buco-maxilo-facial, ginecologia, anestesia, pediatria, farmácia e raio-X, com o
67
Conforme informação anterior, o presente capítulo teve por objetivo mostrar que é
viável, a partir da identificação prévia de capacidades por meio de uma análise de cenário,
perceber o emprego de tais capacidades na situação real. Este simples exercício mostra que é
factível, a partir do PBC, criar cenários possíveis de crise, analisá-los, identificar as
capacidades necessárias e ter uma forma de medi-las, com o intuito de realizar análises
comparativas. A partir daí, podem-se fazer treinamentos de simulação, bem como análises de
operações anteriores, a fim de descobrir o quanto a FAB está preparada e o que se deve fazer
para que ela atinja o nível adequado de preparo.
Deste exercício, também fica o alerta de que, embora, baseada no PBC, uma análise de
identificação de capacidades deve ser flexível e nem sempre todas as capacidades
disponibilizadas pela FAB serão realmente utilizadas, seja por questões de demanda, seja por
questões de nível estratégico ou até político.
69
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este trabalho de graduação teve como propósito apresentar uma análise da atuação da
FAB em situações de crise, mais especificamente, na ocorrência de um desastre natural, como
os casos de enchente, freqüentes nos últimos anos no território brasileiro. Tal análise foi
apresentada sob o ponto de vista de planejamento baseado em capacidades e fundamentada
pelos conceitos de métodos de estruturação de problemas, consciência situacional e
gerenciamento de crises.
O primeiro capítulo dedicou-se à introdução ao tema, com uma breve apresentação
sobre o objetivo geral da Defesa Civil, de redução de desastres, e a sua relação com as
atribuições da FAB. Dentro deste contexto, apresentaram-se fatores que justificam o trabalho
e mostram a sua relevância tanto em âmbito prático como em âmbito acadêmico. Ainda no
primeiro capítulo, já são expostas as limitações do trabalho, dada a complexidade do PBC.
Com os objetivos bem definidos, a segunda etapa do trabalho tratou de apresentar uma
fundamentação teórica, de modo a abordar os principais conceitos sobre os quais o trabalho
foi desenvolvido. Neste ponto, discorreu-se sobre os PSM e, em particular, sobre o
mapeamento cognitivo, ferramenta proveniente do SODA e de vital importância para este
trabalho. Apresentou-se também o conceito de PBC e a sua complexidade, ilustrada com o
exemplo prático da reestruturação do sistema de defesa dos EUA, o qual foi basilar para o
desenvolvimento da análise da atuação da FAB.
O segundo capítulo, por fim, apresentou os principais aspectos com respeito à
consciência situacional e ao gerenciamento de crises. Verificou-se a dificuldade em
conceituar SA, mas com o auxílio da teoria de Endsley, suas principais atividades foram
entendidas. Com este conhecimento, ficou clara a extensão da complexidade de realizar uma
análise de cenário, principalmente no caso de desastres. Com tantos elementos a serem
considerados, surge o gerenciamento de crises, conceito cada vez mais presente e atuante nas
quatro etapas referentes a um desastre, visando à diminuição de seu impacto.
A principal contribuição deste trabalho apresenta-se no capítulo 3, quando propõe-se a
análise da atuação da FAB em situações de crise por meio da forma estipulada pelo PBC.
70
Com o apoio do processo formal de mapeamento cognitivo e com a análise do mapa cognitivo
formado, obteve-se com sucesso a identificação de nove capacidades julgadas importantes no
cenário de crise determinado – no caso, uma enchente no Estado de Santa Catarina causada
por fortes chuvas. Trata-se de um procedimento bem fundamentado em conceitos teóricos
sólidos, capaz de poder constituir o início de um processo formal de apoio à decisão, para que
a FAB esteja bem assessorada em seu processo decisório e de gerenciamento de crises em
cenários de desastres naturais, otimizando o exercício de sua missão de ajuda humanitária de
cooperação com a Defesa Civil.
As capacidades identificadas foram brevemente descritas, também embasadas em
importantes documentos, como a Doutrina Militar da FAB (BRASIL, 2005) e a Target
Capability List (UNITED STATES OF AMERICA, 2007), uma verificação de que tanto a
construção quanto a análise do mapa cognitivo foram coerentes com o contexto de
gerenciamento de crises. Trata-se de uma etapa incipiente do PBC, mas mostra que se trata de
um caminho válido, no qual é interessante investir esforços.
O quarto capítulo trata da descrição de aspectos relacionados a uma operação real
desenvolvida pela FAB nas mesmas condições estabelecidas para a criação do mapa cognitivo
do terceiro capítulo. Foram descritas informações disponíveis sobre a Operação Santa
Catarina, tida como a maior operação aérea real já ocorrida no Brasil. Uma breve comparação
com o modelo desenvolvido no capítulo anterior permitiu a identificação de algumas das
capacidades descritas, na prática. Este simples exercício mostra a viabilidade de, a partir do
PBC, criar um procedimento formal que permita analisar a atuação da FAB e direcioná-la a
ações que visem sua otimização no cumprimento da atribuição de cooperar com a Defesa
Civil.
Por fim, o quinto capítulo faz uma síntese do trabalho, com comentários acerca dos
resultados atingidos, das limitações deste estudo e sugestões para futuros trabalhos,
apresentadas a seguir.
Acredita-se que este trabalho forneça, de fato, uma forma simples e embasada de
abordar o problema de analisar a atuação da FAB no gerenciamento de crises, trazendo um
procedimento formal que permite o aumento da consciência situacional dos decisores e, por
conseqüência, a tomada de decisões mais oportunas.
71
Além das limitações já previstas no primeiro capítulo deste trabalho, ao longo de seu
desenvolvimento, foram encontrados outros pontos que também limitaram o estudo realizado.
As primeiras restrições identificadas diziam respeito à complexidade do PBC que, para
ser apresentado de forma completa, exige a formação de uma experiente equipe de pesquisa
multidisciplinar, a fim de identificar prováveis cenários de catástrofe, bem como com
competência para analisar todo o contexto de crise, em todos os níveis decisórios. O trabalho,
portanto, restringiu-se a não entrar no mérito de criação de métricas para análise das
capacidades identificadas, por exemplo.
Mesmo assim, Lessa (2006) aponta algumas falhas teóricas e práticas intrínsecas ao
PBC, como o fato de que este planejamento dissocia os meios dos modos. Por exemplo, as
capacidades em uma situação de crise são identificadas, sem a consideração de que o
planejamento ocorre em um ambiente de restrição orçamentária. É importante considerar este
ponto para sempre suprir essa falha com algum esforço de manter todos os aspectos relevantes
da gestão de crise no radar.
Na etapa de criação do mapa cognitivo, entende-se que o autor tem experiência
limitada na área analisada e a criação de um mapa por meio de um processo que dependa de
seus processos cognitivos de leitura e interpretação de documentos não é a forma ótima de se
realizar este procedimento.
Sobre a Operação Santa Catarina, as informações disponíveis acabaram por limitar
uma comparação mais detalhada com o modelo criado com o mapeamento cognitivo. Na
ocasião do desenvolvimento deste trabalho, o autor não teve contato com qualquer informação
que mostrasse aspectos de preparo da FAB, tais como aspectos de treinamento e exercícios
combinados, por exemplo.
72
REFERÊNCIAS
ACKERMANN, Fran; EDEN, Colin; CROPPER, Steve. Getting Started With Cognitive
Mapping. 7th Young OR Conference, University of Warwick. pp 65-82. April 1992.
BRASIL. Comando da Aeronáutica. DCA 1-1: Doutrina Básica da Força Aérea Brasileira.
Brasília, DF, 2005, 63p.
CORREA, H.L; GIANESI, I.G.N. Just in Time, MRP II e OPT: um enfoque estratégico.
São Paulo: Atlas, 2009.
74
EDEN, Colin. Analyzing cognitive maps to help structure issues or problems. European
Journal of Operational Research 159. pp 673-686. 2004.
EDEN, C.; ACKERMANN, F.; CROPPER, S. The Analysis of Cause Maps. Journal of
Management Studies. 29:3. 1992.
ENDSLEY, M.R.; BOLTÉ, B.; JONES, D.G. Designing for Situational Awareness – An
Approach to User-Centered Design. Taylor&Francis, London, UK. 2003
ENSSLIN, L.; DUTRA, A.; ENSSLIN, S.R.. MCDA: a constructivist approach to the
management of human resources at a governmental agency. International Transactions in
Operational Research, v.7, n.1, pp. 79-100, 2000.
FRANK, B.; SEVEGNANI, L. Desastre de 2008 no Vale do Itajaí. Água, Gente e Política.
Agência de Água do Vale do Itajaí. 2009. Disponível em:
<http://comiteitajai.org.br/dspace/handle/123456789/1116>. Acesso em: 02 ago. 2011.
IHS. IHS Jane's Defense & Security Intelligence & Analysis. Environmental Security: Military
and Security Implications of Climate Change. 24 March 2011. Disponível em:
<http://home.janes.com/events/OnlineSeminars/EnvironmentalSecurity/>. Acesso em: 24
out.2011.
RAO, R.R.; EISENBERG, J.; SCHMITT, T. Improving Disaster Management: The Role
of IT in Mitigation, Preparedness, Response, and Recovery. Committee on Using
Information Technology to Enhance Disaster Management, National Research Council. The
National Academies Press. Washington, D.C. USA. 2007.
RIEG, D.L.; ARAUJO FILHO, T.. Mapas Cognitivos como Ferramenta de Estruturação e
Resolução de Problemas: o Caso da Pró-Reitoria de Extensão da UFSCar. Revista
Gestão e Produção. V.10, nº 2, pp. 145-162. 2003.
UOL. Operação da FAB em Santa Catarina já cumpriu 459 missões com 375 horas de
vôo.
Disponível em: <http://noticias.uol.com.br/ultnot/agencia/2008/12/01/ult4469u33996.jhtm>.
Acesso em: 24 out. 2011.
Figura 23. Mapa Cognitivo das atividades possivelmente concernentes à FAB em uma situação de enchente
Fonte: o Autor.
78
Figura 24. Conceitos com alto grau de dominância em destaque no mapa cognitivo construído.
Fonte: o Autor.
FOLHA DE REGISTRO DO DOCUMENTO
1. 2. 3. 4.
CLASSIFICAÇÃO/TIPO DATA REGISTRO N° N° DE PÁGINAS
Atuação da Força Aérea Brasileira em Situações de Crise – Uma Análise sob o Ponto de Vista de
Planejamento Baseado em Capacidades
6.
AUTOR:
7. INSTITUIÇÃO(ÕES)/ÓRGÃO(S) INTERNO(S)/DIVISÃO(ÕES):
Dentre as atribuições da Força Aérea Brasileira (FAB) encontra-se a de cooperar com a Defesa
Civil em situações de crise. O presente trabalho propõe uma forma de analisar a atuação da FAB no
cumprimento desta atribuição, fundamentada no conceito de Planejamento Baseado em Capacidades e
motivada pela nova visão da Defesa Civil, de prevenção de desastres e articulação entre diversas
entidades. A partir deste cenário, possíveis tarefas de responsabilidade da FAB foram determinadas e
correlacionadas por meio da técnica de Mapas Cognitivos, tão presente em Estruturação de Problemas.
Com a análise do mapa construído, foi possível identificar as capacidades necessárias para o
cumprimento desta missão. O trabalho apresenta um exemplo de desastre natural, causado por fortes
chuvas, no qual houve uma participação efetiva da FAB: a enchente ocorrida no Estado de Santa Catarina
em 2008. A partir daí, realiza comparações qualitativas entre as capacidades mostradas na prática e as
capacidades identificadas teoricamente. Neste contexto, deseja-se mostrar uma forma sistêmica de
identificar e analisar quais capacidades, em termos de atuação militar, especificamente da FAB, são
importantes para o gerenciamento de crise.
12.
GRAU DE SIGILO: