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Apesar das novas


regras, ainda há gays a
serem impedidos de dar
sangue

BEATRIZ DIAS COELHO © Dreamstime


20/03/2019 19:10

! " #

Uma nova norma clínica ditou


o fim da proibição da dádiva
de sangue para os
homossexuais e bissexuais,
mas a ILGA tem recebido
denúncias de pessoas que
veem a sua intenção de dar
sangue recusada com base na
orientação sexual

Não é nova a polémica da recusa da


dádiva de sangue a homossexuais,
mas uma publicação do Serviço
Nacional de Saúde (SNS) nas redes
sociais, na semana passada, fez
soar os alarmes mais uma vez. “As
reservas de sangue do tipo zero
negativo (conhecido por O
negativo) estão em baixa. Instituto
Português do Sangue e da
Transplantação apela à dádiva do
sangue do tipo O negativo”, lia-se
no alerta da entidade, lançado na
última quarta-feira, dia 13 de
março.

A publicação foi partilhada e


comentada por várias pessoas,
algumas delas queixando-se de
continuarem a ser impedidas de
dar sangue devido à orientação
sexual, mesmo depois de, em
Portugal, os homossexuais e
bissexuais terem deixado de ser
considerados um grupo com risco
infeccioso acrescido. E ao i, a ILGA
– Intervenção Lésbica, Gay,
Bissexual e Transgénero confirma a
discriminação: “O que está a
acontecer é que, ao longo destes
últimos nove meses, temos
recebido várias denúncias de
pessoas – e normalmente são
homens – segundo as quais, a
partir do momento em que dizem
que têm um parceiro,
independentemente de há quanto
tempo têm ou não essa relação, são
automaticamente excluídas da
doação de sangue, apesar de a
norma não dizer isso”, lamenta ao i
Marta Ramos, diretora executiva
daquela associação. “Nos primeiros
meses, quando a norma entrou em
vigor, isso não acontecia, mas
entretanto começámos a receber
denúncias desse tipo”, acrescenta.

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Em setembro de 2016 – como, de


resto, o Instituto Português do
Sangue e Transplantação (IPST)
lembra ao i –, a Direção-Geral da
Saúde (DGS) publicou uma norma
clínica relativa aos
“Comportamentos de Risco com
Impacte na Segurança do Sangue e
na Gestão de Dadores: Critérios de
Inclusão e Exclusão de Dadores por
Comportamento Sexual”, depois de
18 anos sem se mexer nessas
regras. No documento, que esteve
em consulta pública, passava a ser
permitido aos homossexuais e
bissexuais doarem sangue – o
critério deixava de ser a orientação
sexual, impondo-se que tanto
homens como mulheres com
contacto sexual com trabalhadores
do sexo ou homossexuais e
bissexuais esperassem um ano
antes de doarem sangue,
aplicando-se o mesmo requisito
nos casos em que os potenciais
dadores tivessem tido parceiros
portadores de VIH. O mesmo
documento retirava homossexuais
e bissexuais da categoria de
população com “risco infeccioso
acrescido”. Em seis de fevereiro de
2017, contudo, a norma foi
atualizada e os termos alterados:
homens que têm sexo com homens
(HSH) passaram a ser
considerados como uma
subpopulação com risco infeccioso
acrescido.

Contudo, a norma mudou uma vez


mais, no dia 16 de fevereiro do
mesmo ano. E passou a não
especificar subpopulações com
risco acrescido: “O(s) indivíduo(s)
com risco infeccioso acrescido para
agentes transmissíveis pelo sangue
foram avaliados em Portugal, em
estudos realizados no ano de 2012.
No entanto, evidência mais recente,
a nível nacional e internacional,
tem demonstrado que o risco
acrescido varia de país para país.
Por esta razão vai ser iniciado um
estudo de investigação para avaliar
o nível de risco no contexto cultural
e social português”. O texto dava
conta, ainda assim, de que “os
critérios de suspensão baseados em
comportamentos sexuais, incluindo
sexo oral, estão indubitavelmente
associados a um aumento de
prevalência de doenças infecciosas,
algumas das quais transmissíveis
pela transfusão. Há um conjunto de
variáveis que afetam o nível de
risco por comportamento sexual:
consumo de álcool e drogas
previamente ou durante contacto
sexual, número de parceiros
(sequenciais ou concorrentes),
práticas sexuais desprotegidas
(para doenças infecciosas),
parceiros com infeções
sexualmente transmissíveis (IST),
participação em práticas
homossexuais ou heterossexuais
anais”, mantendo, no entanto, a
suspensão da dádiva por um ano
nos casos em que se tivesse
verificado contacto sexual com
pessoas com risco infeccioso
acrescido.

A sucessão de atualizações criou


nos potenciais dadores e no
público, como assinala Marta
Ramos, alguma confusão. “A
norma foi atualizada e há muita
gente que continua a achar que a
norma que está em vigor requer a
abstinência de relações sexuais
durante pelo menos um ano, mas
essa não é a verdade. A norma que
está em vigor não tem qualquer
tipo de impedimento em razão da
orientação sexual. Refere-se única e
exclusivamente a comportamentos
de risco que as pessoas podem ou
não ter independentemente da sua
orientação sexual”, explica a
responsável ao i.

“Quando as pessoas nos contactam,


aquilo que lhes pedimos é para
apresentarem uma reclamação no
livro de reclamações do
estabelecimento – mas muitas
vezes são carrinhas itinerantes,
portanto é mais complicado. Aí, o
que fazemos é pedir às pessoas
para entrarem em contacto com o
IPST e apresentarem uma MENU
reclamação por escrito”, esclarece
Marta Ramos. Nalguns casos,
contudo, a resposta do IPST tarda
em chegar: “Algumas dessas
pessoas dão-nos feedback a dizer
que não têm resposta do IPST, o
que é preocupante. Já
encaminhámos também algumas
pessoas para a provedoria de
Justiça, que pede também que
contactem o IPST e só depois,
então, a provedoria pode atuar”.

Empenhada em chegar a uma


resolução para determinar o fim da
discriminação na dádiva de sangue,
a ILGA pediu uma audição a Marta
Temido assim que a nova ministra
assumiu funções. Desde aí, a
associação tem estado a colaborar
não com a ministra da Saúde, mas
com a secretária de Estado da
Saúde, Raquel Duarte, “numa
estratégia mais global em questão
de orientação sexual e identidade
de género”, que inclui também a
questão da dádiva de sangue. E não
planeiam questionar o IPST?
“Ainda não o fizemos porque
estamos à espera que alguns dos
casos que estamos a acompanhar
tenham ou não uma resposta por
escrito do IPST para perceber o que
se passa”, justifica Marta Ramos,
que nota que nem sempre as
dádivas são recolhidas por técnicos
do IPST. “O IPST sempre se
escudou no facto de, quando havia
práticas discriminatórias, essas
práticas poderem ter vindo de
profissionais de outras áreas nas
quais o IPST não tem competência
para atuar. No entanto, pelo menos
dois dos casos que estamos a
acompanhar são de técnicos do
IPST. Estamos a aguardar um
prazo decente de resposta do IPST,
mas uma não resposta também é
uma resposta”, defende a diretora
executiva da associação de defesa
dos direitos LGBTI.

Homossexuais dar sangue ILGA

denúncia

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Oscar Maximo
− ⚑
há 9 dias

Uma coisa é o direito de um gay dar


sangue, outra coisa é a obrigação de outra
pessoa, gay ou não, de recebê-lo. Ninguém
é obrigado, como é lógico. Quem achar
essa diferenciação importante, terá de
comprá-lo no privado. Não é o meu caso
pessoal, mas defendo a máxima liberdade.
2△ ▽ Responder

Zé Carlos N > Oscar M…


− ⚑
há 8 dias

De certeza que comentou a noticia certa?


△ ▽ Responder

Iludido > Oscar Maximo


− ⚑
há 8 dias

??? como é q disse?? heheheh..........


△ ▽ Responder

Ana Maia
− ⚑
há 8 dias

O que me parece absurdamente estúpido já


que estatisticamente está provado que, de à
muitos anos a esta parte, a SIDA se tem
propagado bem mais nos heterossexuais do
que nos gays. Ou o SNS tem medo que a
homossexualidade se propague atravez do
sangue? Já agora pergunto: como é que
sabem que as pessoas são gay?
Perguntam? Ou adivinham?
1△ ▽ Responder

Zé Carlos N > Ana Maia


− ⚑
há 8 dias

Onde posso consultar essa estatistica?


△ ▽ Responder

t ferreira > Ana Maia


− ⚑
há 8 dias

No caso dos afeminados basta a simples


presença e modos do dador. No caso
dos militares, bodybuilders etc (a parte
dos ativos) é mais difícil, provavelmente
fazem um questionário com essa
pergunta.
△ ▽ Responder

Jose Antonio Gome…


− ⚑
há 5 dias

Isso nao interessa a ninguém. Na


minha opiniao isso é preconceito.
A orientaçao sexual de cada pessoa é
privada, e nao se deve partilhar. O sida
nao se transmite pela orientacao
sexual de um individuo, senao pelo
sangue ou relacoes sexuais sem
persevativo. Ser gay, bisexual ou
lesbica nao significa ter VIH ou sida.
Fazer sexo sem proteccao com muitas
pessoas acrescenta o risco de
apanhar essa doenca.
△ ▽ Responder

Porconta
− ⚑
há 9 dias

Li o titulo da noticia muito rápido e por


momentos pensei que ainda havia gays
impedidos de dar outra coisa......
1△ ▽ Responder

Zé Carlos N > Porconta


− ⚑
há 8 dias

Ha quem nao seja gay e de a mesma.


Disse-me um amigo.
△ ▽ Responder

Porconta > Zé Carlo…


− ⚑
há 5 dias

Com que então foi um amigo que te


disse, claro claro.....
△ ▽ Responder

Iludido > Porconta


− ⚑
há 8 dias

dá isso á vontade rapaz..........


△ ▽ Responder

Porconta > Iludido


− ⚑
há 5 dias

Eu só dou a meninas, não quero


confusões...
△ ▽ Responder

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masc
− ⚑
há 8 dias

Esta questão é o espelho da nossa


sociedade.
Na realidade todo o sangue doado é sujeito
a testes de qualidade para poder ser
utilizado em pessoas que dele necessitem,
o sangue que não estiver em condições é
rejeitado. Não passa pela cabeça de
ninguém que a "asae" fiscalize produtos de
consumo devido a questões de saúde
publica e económicas e o sangue doado
não estivesse sujeito a padrões de
qualidade.
Por outro lado é bom perceber que nem
toda a gente estará em condições de doar a
sangue por terem problemas de saúde (
doenças crónicas, de contágio, etc), pelo
que numa sociedade organizada e civilizada
é normal que se criem grupos de risco para
evitar desperdício de recursos técnicos,
materiais, económicos e tempo).
△ ▽ Responder

Go on > masc
− ⚑
há 7 dias

Os testes não são ou não eram fiáveis no


dito período de janela pelo menos até há
bem pouco tempo. Daí que as entrevistas
aos dadores tentem perceber a vida
sexual dos mesmos nos últimos meses.
Portanto não é bem assim. ..
△ ▽ Responder

Born in 1960
− ⚑
há 9 dias

É contra este tipo de discriminações que a


LGBTI vai às Escolas fazer ações de
sensibilização.
△ ▽ Responder

Go on > Born in 1960


− ⚑
há 8 dias

Essa discriminação baseou-se nas


melhores práticas a nível internacional
sobre a SIDA e não foram exclusivas de
Portugal. O que interessa é a qualidade
do sangue. Se agora os estudos dizem
que as infecções são estatisticamente
iguais em todos os grupos deixa de fazer
sentido. O problema é não haver um
teste fidedigno se a pessoa que dá
sangue tiver sido infectada pouco tempo
antes da dádiva
2△ ▽ Responder

Oscar Maximo > Born …


− ⚑
há 8 dias

Se não levar estatísticas de ocorrências


de sida, não vai esclarecer nada. As mais
fiáveis são as das companhias de
seguros, que trocam informação entre
elas mas não sei se é pública. Não
deviam ter sido feitas ? Talvez, mas o que
é certo é que foram, lá fora, pelo que não
podem ser ignoradas. Se diferenças que
haja têm ou não significado estatístico
não faço ideia.
△ ▽ Responder

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