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UFRJ
Projeto:
Equipe técnica:
Coordenador:
Prof. Emilio Lebre La Rovere
Pesquisadores:
Alexandre d’Avignon (D.Sc.)
Silvia Muylaert (D.Sc.)
Cícero Pimenteira (M.Sc.)
Rachel Martins Henriques (Eng. Química)
Proponente:
Contratante:
N o d e c o r r e r d a e l a b o r a ç ã o d o e s t u d o d e v i a b i l i d a d e d e t e c t o u-s e q u e a P C T
instalada na planta industrial necessitava ainda de algumas modificações para
f u n c i o n a r a p l e n a c a r g a . V e r i f i c o u-s e , e m r a z ã o d i s t o , u m p r o c e d i m e n t o d e a j u s t e
configurando o que pode ser chamado no processo de inovação tecnológica como
“aprendendo -fazendo” (learning by doing). V a l o r i z a -s e , portanto, o caráter
empreendedor e pioneiro dos empresários em adotar uma tecnologia de cog eração
de energia com um equipamento de queima de biomassa ainda em evolução. Desde
a instalação da fornalha, com sistema de grelha, caldeira , turbina e gerador para
gerar energia térmica e elétrica para o processo produtivo, muitos foram os
problemas enfrentados pela equipe técnica da empresa. Apesar do funcionamento
regular, a central térmica nunca conseguiu atingir a sua capacidade nominal. Hoje
o problema parece estar equacionado e a empresa está cogitando, entre outros
p e q u e n o s r e p a r o s , a t r o c a d o v e n ti l a d o r d e e x a u s t ã o d a f o r n a l h a p a r a o b t e r a
potência nominal do equipamento.
1
O percentual de casca disposta em aterro pode ser bem maior que 50%.
Descrição Sintética do Projeto em Análise
O p r o j e t o di z r e s p e i t o à u m a p e q u e n a c e n t r a l t é r m i c a p a r a c o g e r a ç ã o d e
energia elétrica e térmica para uma indústria de beneficiamento de arroz da
empresa Urbano Agroindustrial , em Jaraguá do Sul. A Central Térmica, com
potência instalada de 3 MW, dispõe de fornalha com grelhas, tecnologia
d e s e n v o l v i d a n o p a í s , p a r a q u e i m a d e b i o m a s s a . I n i c i a l m e n t e , a p r i me i r a i n s t a l a ç ã o
da unidade em questão somente gerava energia térmica para a planta de
beneficiamento de arroz, já que esta fábrica do grupo havia necessidade de vapor
p a r a a p a r b ol i z a ç ã o d o a r r o z . E s t e p r o c e s s o c a r r e i a d a c a s c a d o a r r o z p a r t e d a
mesma t o r n a n d o -o mais rico do ponto de vista nutricional. Como a casca
apresentava valores médios significativos de poder calorífico, 3200 Kcal /kg,
a s s o c i o u -s e a g e r a ç ã o d e e n e r g i a e l é t r i c a a o s i s t e m a , p o i s a p r o d u ç ã o d e c a s c a n o
processo de beneficiamento ultrapassa muitas vezes os 22,5% , informado pela
empresa, da quantidade de arroz produzido, gerando excedente em casca. A planta
em questão tem capacidade de produção de 20 ton/hora de arroz o que gera 4,5
ton/hora de casca e 1,6 ton /hora de farelo. O consumo de uma planta de 2MW de
potência instalada é da ordem de 1,7 ton/hora de casca, o que dá uma idéia do
potencial deste combustível.
Metodologia utilizada
A v a l i a -s e a e m i s s ã o d e C O 2 p r o v e n i e n t e d a q u e i m a d e c o m b u s t í v e l f ó s s i l
para a geração da energia elétrica consumida pela planta no Município de Jaraguá
d o S u l , t a n t o n o h o r á r i o d e po n t a c o m o f o r a d a p o n t a f o r n e c i d a p e l a c o n c e s s i o n á r i a
local integrada ao sistema elétrico interligado brasileiro. A estimativa da
quantidade de emissões evitadas seguiu a metodologia desenvolvida por La Rovere
e Americano (1997) para a Eletrobrás (aceita p elo GEF), permitindo estimar a
participação dos combustíveis fósseis na energia fornecida pela rede interligada.
E m i s s ã o d e C O2 p r o v e n i e n t e d a q u e i m a d e c o m b u s t í v e l f ó s s i l p a r a a g e r a ç ã o
da energia elétrica consumida pela planta no Município de Jaraguá do Sul, tanto no
h o r á r i o d e p o n t a c o m o a qu e l a f o r n e c i d a p e l o s i s t e m a e l é t r i c o i n t e r l i g a d o
brasileiro. O cálculo da quantidade de emissões evitadas em caso de elaboração de
um PDD a ser submetido seguirá a metodologia desenvolvida por La Rovere e
A m e r i c a n o ( 1 9 9 7 ) p a r a a E l e t r o b r á s ( a c e i t a p e l o G E F) .
A s f i g u r a s 2 4 e 25 i l u s t r a m a c h e g a d a d a c a s c a d e a r r o z t r a n s p o r t a d a d a
unidade de Meleiro.
A e s t i m a t i v a d e r e d u ç ã o d a s e m i s s õ es d e g a s e s d e e f e i t o e s t u f a a p ó s
i m p l a n t a ç ã o d o p r o j e t o é d e 4 2 . 1 7 0 t C O2 / a n o , s e n d o :
b ) c e r c a d e 3 . 6 7 0 t C O2 / a n o r e f e r e n t e s à t r o c a d e c o m b u s t í v e l
fóssil por renovável.
V e r i f i c a -s e a v i a b i l i d a d e e c o n ô m i c a d o p r o j e t o , p o i s a T I R f o i d e 4 2 % e o
tempo de retorno do investimento é de apenas 6 anos em projeto cuja planta tem
uma vida útil de 20 anos. Segundo informações da Urbano Agroindustrial o custo
de disposição da casca em aterro antes do projeto era de R$ 50,00 a tonelada
disposta. Cabe ressaltar que na análise de viabilidade do projeto foi consid erado o
custo do transporte da casca de arroz produzida em Meleiro até Jaraguá do Sul.
E s t e i n d i c a d o r e s t á f r a c i o n a d o, p o i s h á d u a s c o n t r i b u i ç õ e s à M u d a n ç a
d o C l i m a G l o b a l . P r i m e i r o d e v e-s e c o n s i d e r a r q u e t o d a a c a s c a d e a r r o z
po d e r i a e s t a r s e n d o d e s t i n a d a a o a t e r r o s a n i t á r i o . D e s t a f o r m a , e l a s e r v i r i a
d e i n s u m o p a r a a p r o d u ç ã o d e m e t a n o ( C H4 ) . I s s o s e r i a u m a g r a v a n t e p a r a a
Mudança do Clima Global. Caso somente parte dela fosse para o aterro, já
s e r i a u m a v a n t a g e m , p o i s a l g u m a pa r t e j á e s t a r i a s e n d o f o n t e d e e n e r g i a , e
assim seria visto como um atenuante para o aquecimento global.
Notas: +1,5/+2
2 – I NDICADOR DE S U S T E N T A B I L I D A D E L O C A L
Nota: +1
3 – G E R A Ç Ã O D E E MPREGO
Nota: 0
4 – I MPACTO D ISTRIBUTIVO DO P R O J E T O
Nota: 0
5 – C O N T R I B U I Ç Ã O P A R A O B A L A N Ç O D E P AGAMENTO N A C I O N A L
Nota: +1
6 – C O N T R I B U I Ç Ã O P A R A A S USTENTABILIDADE M A C R O E C O N Ô M I C A
Nota: +3
7 – C O N T R I B U I Ç Ã O P A R A A A UTO - S U F I C I Ê N C I A T E C N O L Ó G I C A
Nota: +3
8 – R E P L I C A B I L I D A D E E I NTEGRAÇÃO R E G I O N A L
Nota: +3
O s i n d i c a d o r e s d e s u s t e n t a b i l i d a d e r e c e b e m p o n t u a ç ã o e n t r e -3 e +3 de
acordo com a seguinte tabela:
+3 Melhoria acima de 100%
-3 Pio r a a c i m a d e 1 0 0 %
ITEM DE S C R I Ç Ã O NO T A
Viabilidade
Q u a n d o s e u s a a c a s c a d e a r r o z c o m o c o m b u s t í v e l , d e s l o c a -s e o u t r a s f o n t e s
de geração de energia elétrica e térmica emissoras de GEE tais como
hidrocarbonetos ou carvão mineral, por fonte renovável, no caso a biomassa. A
utilização da casca de arroz como combustível renovável para geração de
eletricidade é bastante positiva para o Brasil. Além de deixar de utilizar energia
da rede local, a planta industrial pode se tornar geradora independente de
e l e t r i c i d a d e , f o r n e c e n d o -a , t a m b é m , p a r a a c o n c e s s i o n á r i a r e g i o n a l . O u t r o
elemento importante é a substituição dos moto -geradores Diesel existentes na
indústria para diminuição do consumo de eletricidade no horário de ponta, horário
no qual o custo da mesma viabiliza o uso destes moto -geradores. A empresa,
portanto, além de se tornar autogeradora, poderá, também, vir a ser uma produtora
independente, contribuindo para diminuição da escassez de energia.
Outro aspecto positivo é o uso da cinza gerada pela queima da casca ainda
como insumo da indústria cimenteira e outras , já que apresenta quantidade
significativa de sílica, o que ajuda a aumentar a resistência mecânica do cimento. A
i n o v a ç ã o , p o r t a n t o , f i g u r a -s e p r e s e n t e e m t o d o s a s e t a p a s d o u s o d a c a s c a d e a r r o z .
A tecnologia de queima da casca ainda está se desenvolvendo. Existem ajustes no
sentido de buscar a maior eficiência possível e estabelecimento de parâmetros de
q u e i m a q u e p r o d u z a m u m a c i n z a j á a d e q u a d a à s n e c e s s i d a d e s d os d e m a n d a n t e s
deste produto.
C o n s i d e r a m-s e c o m o d e s d o b r a m e n t o s p o s i t i v o s d o p r o j e t o : a r e d u ç ã o d e
e m i s s ã o d e m e t a n o p r o v e n i e n t e d o s a t e r r o s s a n i t á r i o s ge r a d o s p e l a d e c o m p o s i ç ã o
da casca e arroz; a contribuição para balança comercial quando se deixa de
importar diesel; o desenvolvimento de tecnologia nacional com o processo de
queima por grelha; o encadeamento de projetos de caldeira, gerador e controle
ambiental, todos de tecnologia nacional para a concretização de uma central
t e r m e l é t r i c a n ã o c o n v e n c i o n a l a s s o c i a d a à u m a i n d ú s t r i a a l i m e n t í c i a . D e s l o c a -s e ,
também, o uso de hidrocarbonetos e carvão no sistema elétrico interligado no
Brasil.
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A KOBLITZ é uma empresa que atua na área de desenvolvimento e manutenção de Sistemas Avançados de
Energia.