INSTITUTO DE PREVIDÊNCIA DO MUNICÍPIO DE OSASCO

Autarquia Municipal criada pela Lei 647 de 4 de julho de 1967

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 1ª DA

FAZENDA PÚBLICA DE OSASCO.

Processo: 1003437.09.2019.8.26.0053

INSTITUTO DE PREVIDÊNCIA DO
MUNICÍPIO DE OSASCO – IPMO, pessoa jurídica de direito público,
autarquia municipal, inscrita no Cadastro Nacional de Pessoas
Jurídicas do Ministério da Fazenda sob o n. 46.621.538/0001-14, com
sede na Rua Avelino Lopes, n. 70, Osasco, Centro, tel. 11 3682-2566,
endereço eletrônico: presidencia@ipmo.com.br, por intermédio de sua
Procuradora Autárquica subscritora, dispensada juntada de mandado
nos termos da Súmula 644 do STF, já qualificado nos autos, por
intermédio de sua Procuradora Autárquica, vem, respeitosamente, à
presença de Vossa Excelência, nos autos do processo em epígrafe
movido por BERKELEY HODING, COLUMBIA HOLDING, PASIFIC E
CORINO DA FNSECA ADVOGADOS, tendo em vista R. Despacho
de fls. acerca do pedido liminar, expor e requerer o que segue:

PRELIMINARMENTE – DA INÉPCIA DA PETIÇÃO INICIAL

O MMo. Juízo ás fls. 639 apontou

que o valor da causa deveria ser retificado. Por destaque,
descreveu que as autoras deram a causa o valor de dois milhões e
quinhentos mil reais, sendo que o valor da causa deve corresponder à
soma de todas as debêntures, considerando os documentos de
números 23, 24 e 25, inclusive como consta do brilhante despacho
proferido as fls. 639 dos autos que a seguir se transcreve:

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“O valor da causa deve ser retificado. As autoras deram o valor de

dois milhões e quinhentos mil reais. O valor deve corresponder à
soma de todas as debêntures que pretende resgatar considerando os
documentos de números 23, 24 e 25. Apesar de todos terem a mesma
data (apesar de incongruência no de fls. 501) são peças diferentes,
assembleias diferentes, sendo possível dizer isso pelo número
diferente de cada um de protocolo na JUCESP. Retificado o valor da
causa, deve ser feita a complementação de custas, se cabível, sob
pena de indeferimento da inicial”.

Sem atender na integra a

determinação judicial supra, as autoras, às fls. 671/672, majoraram o
valor da causa para R$ 27.500.000,00 (vinte e sete milhões e
quinhentos mil reais), limitando-se a esse valor para efeito do teto de
custas processuais, mas, não para o destaque do juízo, ou seja, a
soma do que consta dos documentos 23, 24 e 25, quais, totalizam
R$ 82.500.000,00 (oitenta e dois milhões e quinhentos mil reais).

Desta feita, não cumprindo a

determinação do juízo, posto que ainda que tenha empreendido
emenda a inicial não houve por obedecer ao comando judicial “in
totum” e da maneira correta, conforme pontuado pelo mesmo o feito
comporta hipótese de inépcia da petição inicial, nos termos dos
artigos 319, V, 322 e 330, I do CPC.

Por certo, nem que se alegue

incongruência á atribuição de identidade de datas nos documentos
(23, 24 e 25), tendo em vista não ser esse o preciosismo dos autores
à base das fls. 501 dos autos que consta datado em 11/11/2019, ou
seja, com data aprazada para evento futuro, que senão implicar
inépcia por ausência de atribuição de valor á causa atrai ausência de
interesse processual.

Desta feita, bem observado pelo

juízo o qual sinalizou aos autores a providência a ser tomada e de
tanto, não cumprida, atrai inépcia da petição inicial.

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O valor da causa é requisito obrigatório

da petição inicial podendo ser legal ou estimado, na primeira hipótese a
lei fixa os critérios, na segunda cabe ao autor estimá-la. Portanto o valor
da causa deverá ser preciso, exato, ainda que não seja aferível no
momento da interposição da petição inicial, deverá ser ao menos
estimado, se não legal, e essa exigência é absolutamente compreensível
já que da sua atribuição serão gerados reflexos sobre o processo, como
enumerou magistralmente o insigne processualista Daniel Amorim
Assumpção Neves (2011, p.300)1, com base no valor da causa ocorre:

“a) determinação de competência do juízo segundo as leis de

organização judiciária, como a fixação de competência dos “Foros
Regionais”;

b) definição do rito procedimental (ordinário, sumário, sumaríssimo);

c) recolhimento das taxas judiciárias;

d) fixação do valor para fins de aplicação de multas, no caso de

deslealdade ou má-fé processual (art.14 – ato atentatório à dignidade da
jurisdição; art.17 – litigância de má-fé, art.538, parágrafo único –
embargos meramente protelatórios, todos do CPC);

e) fixação do depósito prévio na ação rescisória no valor correspondente

a 5% do valor da causa (do processo originário – art. 488, II do CPC);

f) nos inventários e partilhas o valor da causa influi sobre a adoção do

rito de arrolamento;

g) honorários advocatícios também poderão ser fixados à luz do valor da

causa”.

No presente caso é aferível valor á

inicial.

O professor Neves explica ainda que

em alguns casos a lei prevê regras específicas sobre o valor da causa
de determinadas ações judiciais como critério legal:

1
(NEVES, 2011)
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“I) na ação de cobrança de dívida, a soma do principal, da pena e dos

juros vencidos até a propositura da ação, podendo os juros ser
convencionais ou legais; moratórios ou compensatórios;

II) havendo cumulação de pedidos, a quantia correspondente à soma

dos valores de todos eles;

III) sendo alternativos os pedidos, o de maior valor;

IV) se houver também pedido subsidiário, o valor do pedido principal;

V) quando o litígio tiver por objeto a existência, validade, cumprimento,

modificação ou rescisão de negócio jurídico, valor do contrato, sendo
admitido valor inferior a esse (valor do benefício econômico) quando a
demanda não tiver como objeto o contrato integralmente, mas apenas
uma ou algumas cláusulas;

Ressalta-se que o polo passivo da

demanda além de estar devidamente representado por advogado tem
dentre os autores sociedade de advogados, o que reforça a
inobservância técnica para tomada de providência determinada pelo
juízo desde ás fls. 639 dos autos.

Ademais, tendo o juízo

reconsiderado sua decisão para atração de todas as ações dirigidas
aos demais Institutos de Previdência – fls. 639 alinhou á
universalização do juízo a soma de todas as debêntures, conforme
objeto de destaque, cujo fracionamento não atende o interesse público
de todos os beneficiários credores das respectivas importâncias objeto
dos autos.

Assim requer atribuição de inépcia

conforme lei processual civil e condenação das autoras em custas
processuais e honorários advocatícios.

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DO VALOR DO DEPÓSITO

Caso Vossa Excelência não repute

ser o caso de inépcia da petição inicial, requer que os fundamentos
utilizados para fundamentá-la, sejam bastantes a atestar como
quantificação mínima para garantia e depósito liminar, ou seja, R$
82.500.000,00 (oitenta e dois milhões e quinhentos mil reais).

Ressalta-se que a quantificação

supra, servirá como garantia do juízo, mas não que o valor devido
tenha igual identidade, haja vista o feito depreender instrução
probatória, qual, poderá ocasionar perícia, nos termos do artigo 464
do CPC.

Nesses termos, aceita como depósito

inicial o valor de R$ 82.500.000,00 (oitenta e dois milhões e
quinhentos mil reais), com ressalva de discussão do mérito,
oportunamente.

Nesses termos,
Pede-se deferimento.
Osasco, 11 de março de 2019.

FRANCISO JOSÉ INFANTE VIEIRA

TATIANA REGINA S. S. GUADALUPE
Procuradores Autárquicos Municipais

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