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Universidade Federal de Minas Gerais

Instituto de Geociências
Departamento de Geografia
Curso: Geografia
Disciplina: Colóquios em Geografia
Professor: André Velloso
Turma: TU
Data: 26/03/2019
Aluno: Paulo Henrique Batista

O ser humano sempre se questionou acerca do valor da vida e de sua


efemeridade no planeta Terra. As clássicas perguntas ”quem somos”, “de onde
viemos”, “para onde vamos” fazem parte da reflexão humana e são as provas
essenciais da racionalidade e do pensamento transcendental do ​homo sapiens​.
Ademais, a Ciência, ou seja, o conhecimento acerca das realidades
implícitas e explícitas, serve ao homem como que uma ferramenta na busca pela
Verdade. Conforme a Filosofia surgiu e foi trabalhada pelo pensamento dos antigos
gregos, o refletir acerca do entorno e de sua realidade faz o homem ‘amar a
sabedoria’; logo, deixar-se envolver pela reflexão faz com que o ser humano busque
no infinito aquilo que nele fisicamente não existe. Desse modo, a realidade que o
cerca o torna amante da reflexão e, com isso, inspirado a buscar nesta as respostas
(ou as perguntas) acerca de sua realidade: eis aí o ser filósofo.
No entanto, ao longo da história do pensamento científico, algumas
correntes de pensamento (filosóficas, políticas e ideológicas) fizeram o esforço
substancial de retirar essa reflexão ontológico-metafísica da essência da pesquisa,
dos objetos e da realidade, ou seja, descartaram aquilo que dava objetivo e
esclarecia a finalidade última ao qual, minimamente, uma questão deveria buscar. A
separação dramática entre a Filosofia e a Ciência a partir do Positivismo (séc. XIX)
acarretou no escurecimento dos objetivos gerais ao qual as questões levantadas em
voga deveriam ser guiadas em detrimento de uma preocupação de progresso e
desenvolvimento constantes.
De um lado, é inegável os benefícios obtidos através da especialização das
diversas ciências e de suas ramificações e interdisciplinaridades - além do
desenvolvimento da própria sociedade. Não restam dúvidas de que o progresso
científico no qual vivemos não teria logrado tamanhas inovações e desenvolvimento
tecnológico sem a especialização das áreas denominadas ‘Ciências Puras’ e do
investimento financeiro nas ‘Ciências Aplicadas’.
Não obstante, a humanidade acabou se perdendo em tamanhas
oportunidades de entretenimento com os inúmeros recursos tecnológicos à sua
disposição. É paradoxal termos inúmeras ferramentas de busca na ​web ​(sem contar
as redes sociais) mas ainda nos sentirmos isolados e em solidão nos afazeres do
cotidiano. Soma-se a este fato a tendência geral dos cientistas e intelectuais se
especializarem em minúcias e, sem interesse conjunto, marginalizarem o caminho e
o objetivo geral do próprio desenvolvimento científico.
A Academia se preocupa essencialmente em trabalhar para obter respostas
acerca das questões urgentes (de curto prazo) mas não necessariamente se
questiona sobre as questões paradigmáticas mais extensas e trabalhosas que
exigem grandes trabalhos interdisciplinares de seu corpo acadêmico. Devido a este
imediatismo, a pergunta “onde a Ciência do século XXI deve chegar?” está, a priori,
fora de reflexão. Sabemos o que procuramos, mas sabemos as possibilidades e o
caminho para chegar ao que procuramos?
No âmbito da Geografia Moderna a problemática da ciência atual também
se faz presente. Por ser a ponte entre as Ciências Sociais e as Ciências Naturais,
tanto a Geografia Humana quanto a Geografia Física tiveram de aderir à lógica da
especialização na pesquisa de suas respectivas áreas e, de igual modo,
marginalizaram as questões centrais acerca do desenvolvimento da própria ciência
geográfica e dos paradigmas centrais que ela (tanto Física quanto Humana, ou seja,
conjuntamente) deve resolver.
A Geografia deve, então, se questionar sobre quais são os seus paradigmas
atuais. O que é que - independente do ramo geográfico - não faz desenvolver a
Geografia em sua totalidade? Quais problemas conceituais foram herdados das
escolas de pensamento geográfico? Quais são os paradigmas centrais da Geografia
Física do século XXI? E os da Geografia Humana? É possível realizar o
desenvolvimento do pensamento geográfico apenas com a reflexão acerca do
espaço, lugar, paisagem e território?
Estas foram algumas perguntas que me induzi à reflexão enquanto escrevia
estas linhas. Embora a Geografia tenha realizado grandiosos trabalhos (tanto
interdisciplinares, quanto próprios da ciência geográfica) é perceptível que o atual
estágio reflexivo em que a mesma se encontra não levará a grandes descobertas e
inovações - a mesma crítica é válida para a Ciência no geral. A Ciência (e a
Geografia) deve traçar um caminho que oriente suas reflexões futuras e deve
buscar, constantemente, procurar meios de responder aos problemas do homem do
século XXI.

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