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Sumário
Introdução: ..................................................................................................................................... 3
1. ARMINIANA! DESMASCARANDO A FALSA ACUSAÇÃO LEVANTADA CONTRA ARMÍNIO .......... 4
2. A MANIFESTAÇÃO DA GRAÇA DE DEUS AOS HOMENS............................................................ 15
3. A DOUTRINA BÍBLICA DA ELEIÇÃO ........................................................................................... 17
4. 20 FRASES DE ARMÍNIO SOBRE ROMANOS 9 .......................................................................... 31
5. COMO O ARMINIANISMO VÊ A EXTENSÃO DA EXPIAÇÃO DE CRISTO.................................... 33
6. DEUS, O PRINCIPAL ANUNCIANTE DA CHEGADA DO SALVADOR AO MUNDO! ......................37
12. JEREMIAS 32.40 ENSINA QUE UM SALVO NUNCA COMETERÁ APOSTASIA? ........................67
2
Introdução:
Já faz algum tempo que venho-me dedicando bastante no estudo das doutrinas
da graça. Costumo dizer que falar sobre graça sem pensar na salvação
providenciada por Deus é uma coisa incoerente e defeituosa. Isto por que a
graça, está diretamente relacionada com a salvação de Deus. Ao longo de
praticamente dois milênios, o tema: graça/salvação foi amplamente explorado e
estudado.
Lembro-me de ter começado com pequenos textos que tiveram uma boa
repercussão, para glória de Deus. Até que surgiu a oportunidade de escrever
artigos, na tentativa de usar as palavras para transmitir e divulgar o evangelho.
Quando não se pode mais conter a quantidade de artigos, criei um blog e lá
consigo expor com mais liberdade aquilo que creio e que Deus tem me orientado.
Meu desejo é que o leitor seja agraciado por este compêndio e que algumas
dúvidas sejam sanadas. O objetivo principal desse compêndio, é que você ao
terminar de ler esses artigos, tenha um norte para ampliar suas pesquisas e
aumentar sua ligação e amor por Deus, pelas pessoas e pelo Evangelho.
3
1. VOZ ARMINIANA! DESMASCARANDO A FALSA ACUSAÇÃO
LEVANTADA CONTRA ARMÍNIO
Introdução:
Sendo assim, tenho por objetivo desconstruir esse mito na medida em que
os fatos forem sendo abordados através desse artigo. Boa leitura!
O que é Pelagianismo?
4
O pelagianismo foi um movimento herético que surgiu entre os séculos IV
e V. Era alicerçado nas ideias de um monge chamado Pelágio, embora não seja
o único a desenvolvê-la. Segundo o pastor Carlos Klebler Maia:
Ao contrário do que muitos pensam, Pelágio não era um homem ímpio. Era
respeitado por muitos que viveram em sua época. Viveu entre 354 e 440 d.C.
Conforme escreveu Justo L. González:
Pelágio não concordava com a ênfase que Agostinho dava à graça de Deus
na salvação, logo, tratou de ensinar suas próprias opiniões acerca desse
assunto, de maneira que, travou um embate com o bispo de Hipona. Segundo
González “A controvérsia surgiu quando outro famoso teólogo e homem de
comprovada santidade, Pelágio, leu algumas palavras de Agostinho que lhe
pareceram intoleráveis.”[4]. Não há como falar de Pelágio sem citar Agostinho,
já que o pelagianismo surgiu a princípio como uma oposição ao agostinianismo.
De acordo com Michael Horton:
5
o pecado e como ele afeta os seres humanos. Para Pelágio, o pecado é um ato
contra a vontade de Deus. O pecado, embora possa afetar a vontade ao tornar-
se hábito, não afeta a vontade humana de tal forma que a torne incapaz de fazer
o bem.”[6] Em outras palavras, ele negava a depravação total e as
consequências da queda.
Pregavam que o homem tem uma capacidade natural de viver uma vida santa
e sem pecado e alcançar a felicidade eterna ao exercer a sua vontade livre.
Segundo Pelágio, o homem nasce bom, e pode permanecer assim por toda a
sua vida, sem a necessidade de outra coisa, se não o uso da sua razão, da
sua liberdade e a orientação da Palavra de Deus.
A rejeição do Pelagianismo.
6
fossem excluídos da comunhão da igreja até fossem libertos das armadilhas de
Satanás.
O Arminianismo.
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Em primeiro lugar, Armínio não negava o Pecado Original. O pecado
original “é a herança pecaminosa que a humanidade adquiriu de seus primeiros
pais; é a propensão para o mal, a inclinação para o pecado.”[11] Após a queda,
todas as pessoas nascem com a natureza pecaminosa. Kleber Maia explica esse
fato da seguinte maneira:
Armínio escreveu sobre isso: “Esta foi a razão pela qual todos os homens,
que se originaram deles de maneira natural, se tornaram sujeitos à morte
temporal e à morte eterna, sendo privados desse dom do Espírito Santo, ou
mesmo da justiça original. Normalmente, essa punição recebe o nome de
‘privação de Deus’ e ‘pecado original’.”[13]
8
“Em seu estado pecaminoso e caído, o homem não é capaz, de e por si
mesmo, quer seja pensar, querer ou fazer o que é, de fato, bom; mas é
necessário que seja regenerado e renovado em seu intelecto, afeições ou
vontade e em todas as suas atribuições, por Deus em Cristo através do
Espírito Santo, para que seja capaz de corretamente compreender, estimar,
considerar, desejar e realizar o que quer que seja verdadeiramente bom.
Quando ele é feito um participante dessa regeneração ou renovação, eu
considero que, uma vez que ele é liberto do pecado, ele é capaz de pensar,
desejar e fazer o que é bom, mas, entretanto, não sem a contínua ajuda da
Graça Divina.”[17]
Em terceiro lugar, também é falsa a acusação que diz que Armínio negava
a extensão do pecado à toda raça humana. “Ele cria que o pecado de Adão
afetou toda a sua descendência (ao contrário do que pregava o
pelagianismo).”[19] Diferente de Pelágio (que alegava que o pecado não podia
ser transmitido), Armínio diz:
9
Santo, para que ele possa ser capacitado corretamente a entender, avaliar,
considerar, desejar, e executar o que quer que seja verdadeiramente bom.
Quando ele é feito participante desta regeneração ou renovação, eu considero
que, visto que ele está liberto do pecado, ele é capaz de pensar, desejar e fazer
aquilo que é bom, todavia não sem a ajuda contínua da Graça Divina.”[21]
É bem verdade que Deus criou o homem com livre-arbítrio. O homem tinha
liberdade para escolher entre fazer o bem ou mal, porém, a condição do
homem antes da queda, não é a mesma condição do homem após a
queda. Vejamos agora o que os arminianos dizem sobre a vontade humana após
a queda:
“Eu acredito que Adão, antes da Queda, tinha essa liberdade de vontade,
que ele poderia escolher o bem ou o mal; mas que, desde a
Queda, nenhum filho do homem tem um poder natural
de escolher qualquer coisa que é verdadeiramente boa.”[25] (John Wesley)
10
“Com a depravação de sua natureza, o homem perdeu seu livre-arbítrio.
Sua vontade tornou-se escrava do pecado, com liberdade apenas para
pecar (posse peccare).” [27](Carlos Kleber Maia)
Qualquer homem natural está depravado totalmente, isso significa que todas as
áreas do seu ser foram afetadas. A liberdade humana é semelhante a de um
pássaro dentro da gaiola. O passarinho acha que é livre só porque pode escolher
entre beber água ou se alimentar, quando na verdade existe uma gaiola ao seu
redor que lhe impede de voar para mais longe. Infelizmente, o passarinho só tem
a sensação de liberdade, pois a realidade é totalmente outra. A verdade é que
ele está preso e não pode sair por si só da gaiola, a menos que alguém lhe abra
a porta.
Com base nessa pequena ilustração, podemos entender que a gaiola é o pecado
que aprisiona e escraviza o homem. Essa é a atual condição da humanidade
sem Cristo. O homem está escravizado pelo pecado a tal ponto de ser incapaz
de buscar a salvação. Até o arbítrio foi atingido. Armínio diz: “Nesse estado, o
livre-arbítrio do homem para o que é bom não somente está ferido, aleijado,
enfermo, distorcido e enfraquecido; ele também está aprisionado, destruído e
perdido. E os seus poderes não estão somente debilitados, são inúteis (a menos
que seja assistido pela graça), mas está totalmente privado do poder, exceto
aqueles poderes dados pela graça divina, pois Cristo disse: ‘... sem mim nada
podeis fazer.”[29]
Diante disso, Deus atua no ser humano com sua graça preveniente (graça
que vem antes), dando condições e capacitando, de maneira que o arbítrio é
liberto para crer, dando-nos acesso para a salvação. Kleber Maia comenta: “A
graça (e não o seu próprio arbítrio) é que lhe dá o acesso à vida eterna em
Jesus.”[30]
11
Por fim, a teologia arminiana glorifica inteiramente a Deus. É o Senhor que
dá total assistência ao homem, e faz isso, derramando da sua graça. No
arminianismo, a graça não é uma ferramenta ou um mero equipamento que pode
ser usado pelo homem. A graça é o poder vivificador do Evangelho. Atribuímos
a Deus toda a glória, louvor e honra. Se uma vez liberto para crer, o homem
abraça a salvação, o mérito certamente é divino. Simão Episcópio escreveu:
“Sem ela [a graça divina] não podemos nos libertar do fardo do pecado, nem
fazer, de jeito nenhum, qualquer coisa verdadeiramente boa na religião, nem
finalmente algum dia escapar da morte eterna ou qualquer verdadeiramente
punição de pecado.” (“Confession of Faith of Those Called Arminians”, citado por
OLSON, Roger E. Teologia Arminiana – mitos e realidades. (São Paulo,
Reflexão, 2013a), p.189.)
Conclusão:
Logo, concluímos que é um mito afirmar que Armínio era pelagiano, ou até
mesmo dizer que ele ensinava tal coisa.
[1] Citado por OLSON, Roger E. Teologia Arminiana - mitos e realidades. (São
Paulo, Reflexão, 2013a), p.179.
[2] MAIA, Carlos Kleber. Depravação Total. (São Paulo, Reflexão, 2015), p. 11.
[3] GONZÁLEZ, Justo L. Uma breve história das doutrinas cristãs. (São Paulo,
HAGNOS, 2015), p. 118.
12
[9] Ibid, p. 178
[11] MAIA, Carlos Kleber. Depravação Total (São Paulo, Reflexão, 2015), p. 42.
[13] ARMÍNIO, Jacó. As Obras de Armínio. (Rio de Janeiro, CPAD, 2015 ). Vol
2, p. 74.
[18] MAIA, Carlos Kleber. Depravação Total (São Paulo, Reflexão, 2015), p. 47.
[24] Citado por MAIA, Carlos Kleber. Depravação Total (São Paulo, Reflexão,
2015), p. 71
13
25,26.
14
2. A MANIFESTAÇÃO DA GRAÇA DE DEUS AOS HOMENS
Ao criar o ser humano, Deus dotou-lhe com inteligência, visão, ousadia, coragem
e força. O homem tinha liberdade para pecar e liberdade para não pecar. Deus
o criou como uma criatura livre, no sentido de que Adão pudesse tomar uma
atitude contrária à vontade de Deus.
Dessa forma ele não seria uma criatura "robotizada" nem como uma marionete.
Essa liberdade é a que conhecemos hoje por livre-arbítrio, ou seja, vontade livre.
O homem seria responsável por seus atos e escolhas, quer sejam boas, quer
más. Não havia coerção divina. A obediência deveria ser voluntária e
espontânea.
O pecado se tornou “senhor” sobre o homem. Tanto o seu caráter quanto seu
comportamento foi manchado e maculado pela transgressão. Por conta disso, o
homem perdeu naturalmente a liberdade para não pecar. A única liberdade que
lhe restou foi para pecar. Seu arbítrio se tornou escravo.
Isto significa dizer que sem Deus, o homem por si só não pode fazer aquilo que
é bom, muito menos alcançar a salvação. É aí que a graça de Deus entra. A
graça “é o favor imerecido de um superior ao subalterno” (PFEIFFER, 2006, p.
876). A graça é a mais pura manifestação de amor. Não é uma força coercitiva,
mas um afeto persuasivo, amoroso e poderoso.
15
Aqui cabe perfeitamente a frase dita por Jesus: “Porque Deus amou o mundo de
tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não
pereça, mas tenha a vida eterna.” (João 3.16).
Graça e amor andam juntos. Não é merecido, porém ele nos amou livremente.
Esse amor pelo mundo o fez entregar seu próprio filho. Em Jesus a graça se
manifestou salvadora a todos os homens. Ela se manifestou perfeitamente aos
caídos, perdidos e doentes espiritualmente. Com qual objetivo? De libertar e
salvar o homem!
A graça também liberta o arbítrio escravo! Não significa que o homem tenha
aquela liberdade plena que existia no Éden, mas ela atua dando condições ao
homem para crer! Com a graça de Deus todos podem crer! Sem a graça,
ninguém pode crer. Quando não é resistida, ela entra no homem e o transforma
numa nova criatura.
Com a graça de Deus, a morte espiritual dá lugar à vida eterna, e os olhos que
estavam fechados agora se abrem. O vazio da alma é preenchido. Maravilhosa
graça! Ela vem antes, ilumina, renova o entendimento do homem e lhe dá
condições para não só crer como também perseverar nos caminhos de Deus.
Do começo ao fim, ela está presente!
A graça dá força ao cansado, sustento à fé, perdão dos pecados. Ela vem de
Deus, pois, foi ele quem a enviou. A sua manifestação tem como alvo o homem
pecador. Ela superabunda o pecado sem ser afetada por ele.
16
3. A DOUTRINA BÍBLICA DA ELEIÇÃO
Muitas pessoas costumam pensar que a eleição é uma doutrina criada por
alguns cristão no passado e que ela não tem respaldo na Palavra de Deus.
Geralmente, as pessoas que pensam dessa maneira não estão atentas ao que
as Escrituras revelam. Outras pessoas, até reconhecem essa doutrina como
bíblica, porém, não a ensinam na igreja por achá-la uma doutrina difícil de
compreender.
Por isso se faz necessário entender não só a eleição à luz da Bíblia como
também as demais doutrinas as quais ela se relaciona.
Bem, antes de dar continuidade a esse artigo, precisamos definir o que é eleição.
3. Definindo o termo.
17
"Eleição significa 'ato de eleger; escolha, opção, preferência, predileção'."
(apud LIMA, 2008, p. 82).
De forma simples e bíblica, entende-se por eleição, uma escolha feita por Deus
de um povo, algo ou alguém.
Por exemplo, Deus escolheu Abrão (Ne 9.7) para fazer dele uma grande nação,
abençoá-lo, engrandecer o nome e através dele, abençoar todas as famílias da
terra (Gn 12. 2,3); o povo de Israel (Dt 7.6; 14.2; At. 13.17), Davi (1 Rs 11.34 ),
Jerusalém (2 Rs 23.27). Esses são apenas alguns exemplos de escolhas que
Deus fez.
Isso significa que a eleição divina na Bíblia tem, no mínimo, duas conotações:
eleição para serviço (executar uma tarefa específica) e eleição para a salvação.
Já foi citado no tópico anterior o exemplo de Abraão e neste aqui pretendo falar
de alguns outros personagens. Mas antes, gostaria de deixar claro que esse tipo
de eleição não está direta e necessariamente relacionado com o destino eterno
de tais personagens. De qualquer forma, esses personagens estão envolvidos
no plano da salvação e seu entendimento nos serve apenas para que não
confundamos eleição para serviço com eleição para salvação. Dito isso, fica
mais clara a compreensão desse artigo.
Exemplos:
• Sansão (Jz 13.3-5). Foi um dos escolhidos por Deus desde o ventre de
sua mãe para ser Nazireu de Deus.
18
• Isaías. Foi escolhido como profeta de Israel antes mesmo dele vir ao
mundo (Is 49.1-2).
• Outros dois casos são João Batista (Lc 1.15-17) e o apóstolo Paulo (Gl
1.15,16).
Existem diversos versículos bíblicos que revelam que Israel faz parte da eleição
de Deus. Em Isaías 44.1, lemos: “Agora, pois, ouve ó Jacó, servo meu, e tu ó
Israel, a quem escolhi”. Em Isaías 45.4b, lemos: “Por amor do meu servo Jacó,
e de Israel, meu eleito”. E em Isaías 45.17, encontramos: “Mas Israel é salvo
pelo Senhor, com uma eterna salvação; pelo que não sereis envergonhados nem
confundidos em todas as eternidade."
O propósito deste artigo não é ser extensivo quanto ao tema de eleição para
serviço, no entanto, cabe salientar que a eleição para serviço não assegura a
salvação de todos aqueles que participam deste plano.
Por exemplo, em Isaías 45.1-7, Deus revela a escolha de Ciro para executar uma
tarefa específica, entretanto, até onde se sabe, não há versículos bíblicos que
indiquem que Ciro também foi eleito para a salvação ou que foi salvo por Deus.
19
Sendo assim, fazer parte da eleição para serviço não implica necessariamente
na salvação do objeto alvo desse tipo de eleição.
A Bíblia também ensina a eleição para a salvação. Essa doutrina fica ainda mais
clara no Novo Testamento, principalmente nas epístolas paulinas.
Neste tópico, veremos o que alguns teólogos dizem sobre ela, o que ela é, como
se dá e quais são seus desdobramentos.
Que Deus tem seus escolhidos aqui na terra é uma verdade irrefutável! No
entanto, há várias interpretações desta doutrina ao longo da história da igreja.
Uma delas é a perspectiva calvinista, mais conhecida como eleição
incondicional.
O calvinista Herman Hanko explica que Agostinho foi o primeiro a falar sobre
eleição incondicional no século IV d.C. (apud, BRYSON, 2016, p. 62).
O teólogo calvinista Flanklin Ferreira define eleição como "o ato eterno de Deus
pelo qual Ele, em sua soberana vontade, e sem levar em contra nenhum mérito
humano previsto, escolhe um certo número de pessoas para receberem a livre
graça e a salvação eterna. A eleição é o propósito de Deus de salvar certos
membros da raça humana em Jesus Cristo e por meio dele." Segundo ele, a
eleição é "uma expressão da livre vontade de Deus", "é imutável, e, portanto,
torna segura e certa a salvação dos eleitos", "é desde a eternidade", "é
incondicional" e "Irresistível".
(http://www.monergismo.com/textos/eleicao/eleicao_franklin.htm).
Seria uma atitude imprudente selecionar apenas uma visão calvinista da eleição
e colocar neste artigo. Devido a isso, vamos mergulhar mais um pouco no que
diz esse sistema envolvendo também o conceito de predestinação sob o ponto
de vista de João Calvino.
20
Se tratando de eleição, os calvinistas se dividem em hipo-calvinistas (que não
abraçam completamente as implicações dos ensinos de João Calvino) e hiper-
calvinistas (que vão além dos ensinos expressos por Calvino).
Vamos nos concentrar agora em "separar o joio do trigo", tentando extrair aquilo
que é verdadeiro desse sistema e rejeitar o que não é.
Bem, a Bíblia afirma que do "Senhor vem salvação" (Jn 2.9). Obviamente, é Deus
quem faz a escolha. Qualquer cristão sério deve admitir isso não porque o
calvinismo também defende, mas por ser genuinamente bíblico.
Somos salvos por meio da graça, portanto, não temos mérito algum.
Esse tipo de visão, apesar de ser mais branda favorece a ideia de que para ser
salvo, alguém tem que pertencer a uma "casta" especial denominada como
eleitos. Os demais que não fazem parte dessa "casta" foram simplesmente
abandonados por Deus.
21
próprios pecados e que Deus os deixa por conta própria, no entanto, esse é
apenas um lado da moeda.
Afinal de contas, o que o calvinismo tem a dizer sobre aqueles que não foram
eleitos por Deus? Porque os réprobos são condenados?
"... a razão por que Deus elege uns e rejeita outros deve ser
encontrada unicamente em seu propósito." (CALVINO, 2014, p.
383).
22
busquemos a causa em qualquer outra parte, se não na vontade
divina." (CALVINO, p. 390, 391).
Uma outra visão de Calvino que deixa nossa mente perturbada é a de que Deus
decretou até mesmo a queda do homem. Isso pode ser encontrado em vários
textos das suas obras. Citarei somente um deles aqui:
"... pergunto: donde vem que tanta gente, juntamente com seus
filhos infantes, a queda de Adão lançasse, sem remédio, à morte
eterna, a não ser porque a Deus assim pareceu bem? ...
Certamente confesso ser esse um decreto espantoso [terrível].
Entretanto, ninguém poderá negar que Deus já sabia qual fim o
homem haveria de ter, antes que o criasse, e que ele sabia de
antemão porque assim ordenara por seu decreto... Deus não só viu
de antemão a queda do primeiro homem e nela a ruína de sua
posteridade, mas também a administrou por seu arbítrio." (apud,
BRYSON, 2016, p. 74, 75).
Além desses fatos, a eleição incondicional calvinista ensina que Deus não amou
salvivicamente todas as pessoas do mundo sem exceção, mas apenas os
eleitos. Jesus não morreu por todos, mas apenas pelos eleitos. Ele também não
capacita todos para que creiam, mas atinge com a graça eficaz apenas os
escolhidos, fazendo com que creiam irresistivelmente e perseverem até o fim.
Por isso, devemos rejeitar o que esse sistema diz sobre a eleição e fazer uma
busca bíblica mais acurada sobre o tema.
23
IV- ELEIÇÃO PARA A SALVAÇÃO À LUZ DA BÍBLIA:
1. A eleição é cristocêntrica.
Alguns costumam ignorar essa verdade: Jesus Cristo é o eleito de Deus para
trazer salvação à humanidade. Logo, em nenhum outro pode haver salvação.
Só Jesus Cristo pode reconciliar o homem com Deus e dar-lhe a vida eterna.
24
que escolhi (Mt 12.18; cf. Is 42. 1,6; 1 Pe 2.4). Ninguém é eleito
sem estar unido a Cristo pela fé." (STAMPS, 1995, p. 1808).
Há uma frase de Ênio Mueller bastante relevante para essa questão:
"Os homens são eleitos porque Jesus foi eleito primeiro." (apud,
TITILLO, 2015, p. 28, 29)."
Jesus Cristo foi o primogênito em tudo (Cl 1.15). Isto significa que todo mérito da
salvação repousa única e exclusivamente sobre ele.
A Bíblia ensina que Deus escolheu um povo para si (1 Pedro 2.9-10). Este povo
é a igreja, o corpo de Cristo que foi predestinado à glória eterna.
25
O indivíduo que une-se ao corpo de Cristo e nele permanece, certamente, é um
eleito de Deus.
Estar em Cristo é a condição para que um indivíduo seja eleito. Essa verdade
está brilhantemente evidenciada em Efésios 1. 1-4.
As Escrituras também nos revelam que a fé é a condição para que alguém seja
salvo (Atos 16.31).
Ou seja, como bem ensinou Armínio: "... ninguém está em Cristo exceto pela fé."
(apud, BANGS, 2015, p. 414).
Alguns afirmam que se a fé é a condição para que alguém seja eleito, logo, o
homem tem mérito em parte da salvação. Bem, a Bíblia é bem clara quanto a
isso:
"Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isso não vem de
vós, é dom de Deus. Não vem de obras para que ninguém se
glorie." (Efésios 2.8, 9).
É preciso crer, para ser salvo por Deus, porém, ninguém pode se gloriar no ato
de crer, primeiro porque foi Deus quem o amou primeiro, atraiu, convenceu e o
capacitou, (ou seja, se não fosse a graça preventiva de Deus, ninguém creria).
Segundo, porque a fé não pode ser confundida com obras, pelos menos, não
biblicamente. "A fé não é obra, mas sim a mão estendida que se abre para aceitar
a dádiva da salvação." (HORTON, 1996, p. 371).
26
"... estar em Cristo, ter fé e se arrepender, por exemplo, não são
condições meritórias da parte do homem, uma vez que o homem
não pode realizar tais coisas sem o auxílio e a capacitação de
Deus." (MARIANO, 2015, p. 52).
27
Isto significa que Deus elegeu aqueles que Ele sabia que creriam pela Sua graça
preveniente e perseverariam na fé pela Sua graça subsequente até o fim. Nas
palavras de Roger Olson:
Alguns pensam que a eleição segundo a presciência significa que Deus consulta
o futuro para saber quem irá crer e quem continuará incrédulo e a partir desse
pressuposto questionam quem foi que colocou o futuro lá para Deus consultar.
Porém, a verdade é que Deus não consulta o futuro para saber de algo, pois
perspectivas de tempo (como passado e futuro) não são reais para Deus na
eternidade. Ele sabe de todas as coisas num "eterno agora" e presciência
significa que ele sabe dessas coisas antes mesmo delas acontecerem.
Thiago Titillo faz uma afirmação relevante para que possamos compreender
essa questão na perspectiva divina do tempo:
"Deus transcende o tempo, pois Ele criou o tempo. Por isso, Ele
não está limitado à categoria espaço-temporal. Assim, Deus não
precisa esperar que os pecadores se arrependem e creiam em
Cristo, para somente depois, escolhê-los. Ele pode escolher seu
povo e planejar seu destino antecipadamente porque para Deus
tudo acontece num "eterno agora." (TITILLO, 2015, p. 57).
Outra objeção levantada por alguns é de que a Bíblia diz que Deus pré-conheceu
pessoas (Romanos 8.29) e não as ações delas (arrependimento e fé). No
entanto, esse tipo de argumentação não traz problemas para a verdade de que
Deus (na eternidade) elegeu aqueles que Ele sabia que iriam crer e perseverar
até o fim. O Deus da Bíblia pré-conhece não só pessoas, como também as ações
delas. Isso é uma conclusão óbvia a partir de toda a Escritura. É ilusão pensar
que Deus pré-conhece pessoas e desconhece suas atitudes e decisões.
Resumindo:
28
Um outro ponto importante a respeito desse sub-tópico é que a "presciência
divina não compele; ela meramente sabe qual será a escolha humana." (apud
LIMA, 2008, p. 85).
Incluindo João Crisóstomo e até mesmo Santo Agostinho, Thiago Titillo explica
que:
Esse tópico deixa claro que a eleição segundo a presciência não foi uma
invenção teológica dos arminianos (como às vezes, alguém dá a entender),
muito menos um conceito tardio, mas uma doutrina claramente reconhecida
desde cedo na história.
29
Bibliografia:
LIMA, Elinaldo Renovato de. Deus e a Bíblia. Rio de Janeiro: CPAD, 2008.
Site acessado:
30
4. 20 FRASES DE ARMÍNIO SOBRE ROMANOS 9
"... a justiça e a salvação devem ser obtidas pela fé em Cristo, não pelas obras
da lei." (p. 16).
"Mas os filhos da promessa são aqueles que buscam a justiça e a salvação pela
fé em Cristo." (p. 24)
"... Deus colocou a condição do pacto da graça, não em uma perfeita obediência
à lei, como previamente visto, mas na fé em Cristo." (p. 36).
"... Deus ama aqueles que buscam a justiça e a salvação pela fé em Cristo, mas
odeia aqueles que buscam a mesma coisa pelas obras da lei." (p. 37).
"... todos aqueles que buscam a salvação pelas obras da lei, estão condenados
à servidão e são odiados por Deus." (p. 38).
"... por culpa do homem, a aliança, firmada na criação, foi anulada, e, portanto,
Deus, livre de sua obrigação, poderia ter punido o homem de acordo com o seu
demérito, ou ter instituído outro propósito em Sua própria mente. Para que isso
pudesse ser para o bem do homem, era necessário que a misericórdia devesse
intervir, a qual deveria perdoar o pecado e organizar uma condição que Ele pode,
pelo auxílio da própria misericórdia, ser capaz de executar." (p. 48).
"Um ato que é inevitável por causa da determinação de qualquer decreto, não
merece o nome de pecado." (p. 57, 58).
"... Deus tem o mesmo direito sobre a Sua própria criatura que o oleiro tem sobre
aquilo que ele faz." (p. 68).
"Deus fez o homem para a Sua própria glória, isto é, não que Ele devesse
31
receber glória do homem, mas para que Ele pudesse demostrar Sua própria
glória de uma forma muito mais distinta, pelo homem, do que por Suas outras
criaturas." (p. 75).
"Mas o homem foi feito, apenas, para que ele pudesse ser um vaso daquela
bondade, justiça, sabedoria e poder, e, assim, ele foi um vaso para demostrar a
gloria divina." (p. 77).
"Deus não fez o homem para que ele pudesse ser somente aquilo para o qual
ele foi feito, mas para que ele pudesse tender à maior perfeição." (p. 77).
"... Deus faz o homem um vaso; O homem faz a si mesmo um vaso mau, ou um
pecador, Deus determina fazer o homem, de acordo com as condições,
satisfatórias para Si mesmo, um vaso de ira ou de misericórdia, e isso Ele na
verdade faz, quando a condição é ou cumprida, ou perseveradamente
negligenciada."(p. 82).
"Pois Ele não está irado com eles, [os endurecidos] a menos que eles já tenham
se tornado vasos de ira; nem Ele, quando, por seus próprios méritos, eles foram
preparados para a destruição, imediatamente, de acordo com o Seu próprio
direito, leva a cabo a Sua ira na sua destruição, mas Ele os suporta, com muita
longanimidade e paciência, convidando-os à penitência e esperando por seu
arrependimento..." (p. 92).
"Se alguém me mostrar que essas coisas não estão em conformidade com o
sentimento de Paulo, eu estarei pronto para dar a questão por vencida; e, se
alguém provar que elas são incompatíveis com a analogia da fé, eu estarei
pronto para reconhecer a falha e abandonar o erro." (p. 96).
Bibliografia:
32
5. COMO O ARMINIANISMO VÊ A EXTENSÃO DA EXPIAÇÃO
DE CRISTO
É importante deixar claro que Armínio não foi o primeiro teólogo a ensinar que
Jesus morreu por todas as pessoas do mundo sem exceção. A doutrina da
expiação universal, além de ter fundamentação bíblica, era amplamente pregada
e defendida pela igreja primitiva. Como se isso não bastasse, os principais pais
da igreja nunca a negaram.
Tais evidências mostram que esse entendimento da expiação universal não tem
origem em Armínio, mas sim na própria Bíblia. Os que negam que Jesus morreu
por todas as pessoas do mundo, são forçados a desprezar toda crença vivida
pela igreja primitiva. Pregar a doutrina da expiação limitada soaria nos ouvidos
do apóstolo Paulo como uma infeliz blasfêmia.
Se for entendida corretamente, não. Muito entendem que se Cristo morreu por
todas as pessoas do mundo, todas serão salvas. A maioria dos que creem assim,
são chamados de universalistas. Porém, os arminianos não ensinam isso.
Alguém pode perguntar: Qual a diferença entre expiação universal e
universalismo? Ora, diferente dos universalistas, afirmamos que só os que creem
serão salvos.
Arminianismo: Cristo morreu por todos, mas a salvação é dada aos que creem.
33
Mesmo sabendo disso, existem grupos que insistem em dizer que a expiação
universal leva ao universalismo. Isto é verdade? Não! A expiação ilimitada não
leva ao universalismo. Dizer que Cristo morreu por todos, não quer dizer que
todos serão salvos automaticamente. Porque? Porque entre o "deu sua vida por
todos" e "ter a vida eterna" existe uma condição. A condição é se arrepender dos
pecados e crer no Evangelho. Essa condição foi estabelecida pelo próprio Deus.
Tal visão é plenamente coerente com João 3.16: "Porque Deus amou o mundo
de tal maneira, que deu o seu unigênito, para que todo aquele que nele crê, não
pereça, mas tenha a vida eterna."
Deus concede a vida eterna para aqueles que creem. É por isso que muitos não
são salvos. Sobre isso Roger Olson comenta: "Os arminianos de fato, acreditam
que Cristo morreu por todos, mas o benefício de sua morte (colocando de lado
a condenação por pecados reais, em contraste ao pecado adâmico) é aplicado
por Deus apenas aos que se arrependem e creem." (OLSON, 2013, p. 289).
Ele continua:
"Se a morte de Cristo satisfez a justiça de Deus para todos, por que
todos não são salvos? Armínio responde: 'Pois os pecados dos que
por quem Cristo morreu estavam de tal maneira condenados na
carne de Cristo, que eles, por este fato, não estão livres da
condenação, a menos que, de fato, creiam em Cristo.' Em outras
palavras, Deus decidiu que os pecados de todas as pessoas
fossem expiados pela morte de Cristo, de tal maneira que somente
se as pessoas acreditarem em Cristo os seus pecados serão, de
fato, perdoados." (OLSON, 2013, p. 294).
Sem dúvida alguma! Ele deseja isso de forma sincera e clara. O desejo Dele é
que todos creiam no evangelho e sejam salvos. Ele não quer que ninguém
pereça, muito menos tem prazer na morte do ímpio. Deus enviou seu filho ao
mundo para resgatar o homem perdido.
Certa vez me disseram que se Deus quisesse salvar a todos, todos seriam
salvos, pois a vontade Dele não pode ser frustrada. Logicamente, essa mesma
pessoa afirmou que aqueles que estão no inferno, estão lá pela vontade de Deus.
Sem querer entrar em discussões desnecessárias eu respondi à tal pessoa
dizendo que só conhecia um "deus" que tem prazer na perdição das pessoas, e
este se chama Diabo.
"O Senhor não retarda a sua promessa, ainda que alguns a têm por tardia; porém
é longânimo para convosco, não querendo que ninguém se perca, senão que
todos venham a arrepender-se." (2 Pedro 3.9).
34
Deus não se alegra na perdição do ímpio.
Não! A Bíblia diz: "E ele é a propiciação pelos nossos pecados, e não somente
pelos nossos, mas também pelos de todo o mundo." (1 João 2.2). Sobre isso
Armínio escreveu:
"Da opinião que Cristo representou na cruz apenas os eleitos, Armínio escreveu:
'A Escritura em nenhum lugar diz isso, não, ela diz o contrário em inúmeras
passagens.' (OLSON, 2013, p. 293). Outras pessoas são mais ousadas. Além
de não crerem na expiação universal de Cristo, ensinam que a maioria dos
homens foi predestinada ao inferno. Afirmar isso é como dizer que a natureza do
criador é tão má quanto a do diabo.
Na Bíblia podemos ver que através da queda de Adão a desgraça foi derramada
sobre toda humanidade. A mesma Bíblia mostra que através da morte de Cristo
a graça é comunicada a toda humanidade. Todos precisam do remédio! E ele
não negou a ninguém. Quem tiver sede que venha!
35
muita atenção a 2 Coríntios 5.19, onde Paulo escreveu que Deus
estava em Cristo reconciliando consigo o mundo. Armínio também
escreveu sobre muitas outras passagens onde 'mundo' é
mencionado como objeto de amor e vontade de redenção de Deus
em Cristo: João 1.29; 3.16; 4.42; 1 João 2.2; 4.14." (OLSON, 2013,
p. 293).
Artigo II da Remonstrância:
Bibliografia:
[01]- http://googleweblight.com/…
36
6. DEUS, O PRINCIPAL ANUNCIANTE DA CHEGADA DO
SALVADOR AO MUNDO!
Por Everton Edvaldo
Durante a leitura dos três primeiros capítulos do evangelho de Lucas, notei algo
glorioso nas entrelinhas dessas passagens. Algo que geralmente passa
desapercebido aos nossos olhos quando vamos estudar acerca do nascimento
de Jesus: o papel primário executado por Deus entre seu povo.
É bastante interessante o método que Deus usou para revelar Jesus ao Seu
povo antes mesmo de João Batista. A gente costuma entender que João Batista
é a grande jogada de Marketing de Deus para anunciar o Messias. Isso é
verdade, no entanto, Batista é só a consumação dessa revelação. Antes dele,
Deus foi o primeiro propagador da chegada do Messias ao mundo. Deus revelou
a chegada de Jesus de múltiplas formas ao Seu povo e o que eu acho
engraçado, ou melhor, gratificante é que todos esses acontecimentos foram
marcados com louvor e adoração a Deus. O evangelista Lucas nos apresenta
detalhes dessas revelações da seguinte forma:
-Deus usa o anjo Gabriel para anunciar o nascimento de Jesus a Maria. (Lc 1.26-
35).
-Deus usa Isabel para Maria, falando acerca do fruto do seu ventre, isto é, Jesus.
(Lc 1 .41,42). Detalhe: João Batista ainda no ventre se alegrou e Maria entoou
um cântico a Deus. (Lc 1. 44; 46-55).
-Deus envia um anjo e faz brilhar sua glória ao redor de pastores que viviam nos
campos. A eles, Deus revela, através do anjo, que nasceu o Salvador. (Lc 2. 8-
11). A eles, também aparece uma multidão da milícia celestial de anjos adorando
a Deus nas maiores alturas (Lc 2.14). Detalhe: os pastores glorificaram e
louvaram a Deus (Lc 2.20).
-Deus revela a Simeão, um homem justo e piedoso que ele não morreria antes
de ver o Messias. Quando Jesus foi ser circuncidado, ele o tomou nos braços e
louvou a Deus. (Lc 2. 25-30).
- Por fim, Deus usa Ana, uma profetiza e viúva de 84 anos, que dando graças a
Deus, falava do menino a todos que esperavam a redenção de Jerusalém (Lc 2.
36-38).
37
Com isso se ratifica ainda mais a afirmação de que Deus é o maior evangelista
de toda a história. Suas ações e intervenções na humanidade sempre resultam
em louvor, avivamento e alegria.
Essas coisas foram necessárias até que João Batista crescesse e exercesse seu
ministério dado por Deus de ser precursor do Messias. João Batista também é
fruto dessa obra grandiosa de Deus e um instrumento nas mãos dele.
O que Deus fez antes de Batista marcou a vida de muitas pessoas. Isto significa
que quando João Batista iniciou seu ministério, várias pessoas já tinham
conhecimento de que o Salvador havia chegado para eles. Ciente disto, o terreno
estava pronto para que a "...voz que clama no deserto" (João 1.23), fizesse a
vontade de Deus. Toda essa perfeição e obra iniciada pelo Senhor foi
contemplada por João Batista e é por esse motivo que ele pode afirmar com
segurança as seguintes verdades:
"... todos nós temos recebido da sua plenitude e graça sobre graça." (João 1.17).
"Ninguém jamais viu a Deus; o Deus unigênito, que está no seio do Pai, é quem
o revelou." (João 1.18).
E por fim dizer: "Convém que ele cresça e que eu diminua." (João 3.30).
Amém!
38
7. LEVANDO AS BOAS NOVAS AO MUNDO
Por Everton Edvaldo
É muito interessante a maneira como Deus se relaciona com a criação. Qual pai
que vendo o filho cair num buraco, não irá fazer nada para tirá-lo dali? O que
você faria se estivesse nessa situação? Acredito que empenharia todas as suas
forças para salvá-lo daquele perigo.
E qual pai que ficaria feliz ao ver seu filho doente, e não lhe providenciaria
remédio?
Imagine agora algo muito maior que isso. O que você faria vendo que toda sua
criação está chorando e gemendo por conta do pecado? É assustador, mas essa
é a realidade do mundo em que vivemos.
Não podemos falar de evangelização, sem antes ter conhecimento das graves
consequências que o pecado traz. Diariamente, o nosso planeta tem derramado
lágrimas de dor e aflição. O Universo sofre, porque nada da criação escapou do
veneno chamado pecado. A ciência diz que inclusive o sol (o maior astro do
nosso sistema) está morrendo.
Como se isso não bastasse, o pecado fere a santidade do nosso Deus! Ele
'machuca' sua natureza, despertando sua justiça. Porém, o que Deus planejou
quando contemplou, pela sua presciência, todo esse cenário? Sem "pensar duas
vezes" [01], o SENHOR se dispôs vir a esse mundo para salvar o pecador.
Cada crente salvo por este evangelho é intimado para esta grande obra. Quando
será que vamos entender que Deus não tem prazer na morte do ímpio, pois
deseja que se converta e viva? Deus quer que todos se arrependam e cheguem
ao pleno conhecimento da salvação.
Não podemos ficar desapercebidos diante disso igreja. Segundo David Platt:
"Dois bilhões de pessoas ainda não ouviram o nome de Jesus" [02] no mundo.
A mensagem é antiga, mas não mudou! Como ouvirão se não há quem pregue?
Estamos na última hora e a igreja, precisa levar a sério essa missão.
Como disse John Blanchard: "Não podemos levar o mundo todo a Cristo, mas
podemos levar Cristo a todo o mundo.” [03]
39
Igreja, as pessoas não virão a Cristo sem estarem convencidas de que precisam
dele. Não duvide, Deus quer usar você para levar o Evangelho por todo o mundo.
Sabe porque? "Porque não podemos deixar de falar do que temos visto e
ouvido." (Atos 4.20).
Notas:
[01]- Deus não pensa duas vezes quando vai fazer algo. Usei apenas uma
expressão popular para descrever a atitude divina. Por isso está entre as aspas.
[02]- http://www.cpadnews.com.br/…/dois-bilhoes-de-pessoas-ainda-…
[03]- https://frasescristas.wordpress.com/…/frases-de-john-blanc…/
40
8. A INCONSISTÊNCIA DO "APELO IRRESISTÍVEL" - UMA
REFLEXÃO BÍBLICA
Por Everton Edvaldo
Esse convite pode ser feito sinceramente para todos os homens e em qualquer
lugar, conforme pregou Paulo em Atenas: "Deus, não tendo em conta os tempos
da ignorância, anuncia agora a todos os homens, e em todo o lugar, que se
arrependam." (At 17.30).
Diariamente, pessoas não salvas, vão para as igrejas. Algumas motivadas pela
graça preventiva, chegam na igreja desejosas de ouvir a Palavra de Deus.
Outras, vão apenas para assistir o culto, ou por mera religiosidade. Temos aí
uma ótima oportunidade para lhes anunciar a mensagem da salvação e lhe
convidar para vir à Cristo. Durante o culto, a mensagem é pregada e geralmente
no término da mensagem o convite é lançado. Desde já quero frisar que o apelo
em si, não é antibíblico, nem equivocado. Veremos isso mais adiante. Agora
veremos o que acontece na esfera espiritual quando o convite é feito.
Do lado divino, uma coisa extraordinária está sendo feita. Enquanto está sentada
no banco e ouvindo a mensagem, a trindade está atuando através da graça, na
vida daquela pessoa. O pregador é apenas um instrumento de Cristo, pois só
quem convence o homem do pecado, da justiça e do juízo é o Espírito Santo.
(João 16.8). Entretanto, mesmo sendo alvos da graça de Deus, muitas pessoas
resistem ao Espírito Santo (At 7.51) rejeitando assim a oferta da salvação,
enquanto outras respondem positivamente não resistindo à graça de Deus,
sendo salvas por Ele.
II- OS EQUÍVOCOS:
41
É aí que entra os equívocos na hora do apelo. Muitas vezes, o pregador fica
"forçando" o ímpio a se entregar a Jesus, como se ele só tivesse essa opção. É
importante ressaltar que a maioria dos pregadores não fazem isso com má
intenção. O pregador faz isso porque deseja que aquela pessoa se arrependa
dos seus pecados e creia no evangelho. Entretanto, a boa intenção não justifica
o apelo irresistível. O convite deve ser lançado, porém não devemos forçar
ninguém a crer em Deus. Até porque não temos o poder de fazer isso. Deus tem
o poder de "converter as pessoas irresistivelmente", porém não age dessa forma.
Ele não quer ninguém forçado, mas de forma espontânea e voluntária. A graça
de Deus capacita todo e qualquer homem a não resistir ao chamado de Cristo,
contudo, muitas pessoas não dão ouvidos a isso e é por isso que não são salvas.
Ficar "apelando irresistivelmente" não é uma prática sensata, muito menos ética.
Disse o Senhor a Zorobabel: "...Não por força nem por violência, mas pelo meu
Espírito, diz o Senhor dos Exércitos." (Zacarias 4:6). Se a pessoa não quer, não
devemos forçá-la. Quando se tenta forçar alguém a se entregar a Jesus algumas
coisas acontecem, como por exemplo: ímpio se sente pressionado, ouvindo o
pregador chamá-lo exaustivamente por vários minutos. Geralmente essas
pessoas não voltam à igreja, por não se sentirem à vontade.
É bem verdade que existe uma batalha espiritual no momento do convite, porém
quando o pecador não resiste à graça de Deus, nada lhe impede de ser
convertido. Isto, porque é o próprio Deus que está lhe atraindo. Veja o que Jesus
disse em João 6.44: "Ninguém pode vir a mim, se o Pai, que me enviou, não o
atrair; e eu o ressuscitarei no último dia."
O fato de o pecador ter ficado no banco, não significa que ele não tenha crido.
Muitas pessoas são tocadas pela mensagem, são salvas, porém não se
levantam na hora do apelo. Devemos entender isso, pois a condição
estabelecida por Deus foi esta, "a saber: Se com a tua boca confessares ao
Senhor Jesus, e em teu coração creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos,
serás salvo." (Romanos 10.9).
Outro fato interessante que merece ser observado, é que nem todos que
atendem ao apelo, apresentam uma conversão sincera e autêntica. Muitos vão
para frente da igreja por mero emocionalismo. Já vi casos de pessoas irem à
frente, só para satisfazerem a insistência do pregador. O pregador insiste tanto
42
que a pessoa se dirige à frente da igreja não por desejo próprio, mas pela
insistência dele.
43
9. CALVINISTA OU ARMINIANO? UMA PALAVRA DE A.W.
TOZER
Por Everton Edvaldo
Não é de hoje que a soteriologia bíblica tem sido alvo de estudo e interesse pelos
cristãos. Desde a igreja primitiva, controvérsias em torno da mecânica da
salvação foram se avolumando ao longo da história. No calor das concordâncias
e discordâncias, aparecem aqueles que são corajosos e se rotulam como isto ou
aquilo.
Por outro lado, existem aqueles que preferem não se rotular como nem um, nem
outro. Por exemplo, embora tenham crenças comuns com o arminianismo,
alguns não gostam de ser chamados de arminianos, porém de "biblicistas", ou
simplesmente de "não calvinistas."
Neste artigo, pretendo apresentar a visão de A.W. Tozer acerca de tudo quanto
vimos acima. Tozer, que foi considerado por muitos, como "o profeta do século
XX", é uma referência piedosa para milhares de cristãos.
44
Ao explanar o capítulo seis de Hebreus e reconhecer que este seja talvez um
dos mais difíceis da Bíblia, Tozer explica que "se tomarmos Hebreus 6 em seu
contexto verdadeiro, muito será desvendado. Acredito piamente que a Bíblia não
deve ser moldada para se encaixar em posição teológica alguma." (Tozer, 95).
É interessante notar que essas questões teológicas também foram sentidas pelo
profeta do século XX e ao que tudo indica, ele estava ciente da controvérsia
envolvendo arminianos e calvinistas de sua época. Tozer explica:
Tozer coloca os dois sistemas como ferramentas que podem ser úteis para o
evangelho quando ambas trabalham juntas pela mesma causa. Isto não significa
que ele abraçava os dois sistemas como plenamente legítimos e bíblicos. Ele
continua:
45
um calvinista duvidoso e um arminiano apologético. No
entanto, minha pergunta é a seguinte: o que as pessoas eram
antes de João Calvino nascer? Porque não podemos ser
simplesmente cristãos?" (Tozer, 96, 97).
46
Tozer deixa claro que reconhece ambos os sistemas como cristãos, embora em
seus escritos, o escopo teológico se distancie bastante do calvinismo e suas
vertentes. Para ele, esse debate não é tão importante como alguns enxergam.
Para fundamentar seu entendimento, ele cita um episódio que aconteceu com
John Wesley. Vejamos:
Tozer comenta:
"Quem você acha que escreveu esse hino? Isaac Watts, que era
calvinista. Aquele arminiano doente encerrou seus últimos
momento da sua vida com o coração unido ao de um calvinista,
cantando: 'Louvarei ao meu Criador enquanto tiver fôlego.' Quando
se trata de adorar ao nosso Deus, não há calvinismo ou
arminianismo. Tais distinções caem por terra no coração que pulsa
em adoração." (Tozer, 99).
Isso é simples de entender. Em seu leito de morte, Wesley não deixou adorar a
Deus com um hino de alguém que era calvinista, só porque o compositor do
hino, discordava da posição teológica dele. A unidade cristã está acima daquilo
que é incomum a A ou B. Pelo contrário, a unidade se satisfaz naquilo que é
comum, bíblico e louvável a Deus.
47
cultivar a harmonia? Por acaso, não estamos caminhando para o mesmo
céu? Se não conseguimos viver pacificamente com os que pensam diferente de
nós, aqui e agora, o que faremos quando chegarmos lá em cima? Às vezes, vejo
alguém nas redes sociais afirmando que no Céu, todos seremos calvinistas. Que
pensamento tolo! No céu, todos seremos um com Cristo e tudo que aqui neste
tempo presente está obscuro, lá será revelado.
Tozer ainda afirma que: "Se o pregador for um calvinista, você encontrará um
bocado de distorções e adulteração em seus sermões. O mesmo se aplica aos
arminianos. A minha pergunta é: por que não nos colocamos acima das
tentativas de fazer com que as Escrituras apoiem uma ou outra posição
doutrinária? Por que não acreditamos simplesmente na Bíblia? Creio que a fé
em Jesus Cristo nos faz suplantar qualquer mesquinhez que encontremos ao
nosso redor." (Tozer, 99).
48
O conselho de Tozer deve ser entendido de forma correta. Se a controvérsia
arminiana x calvinista não tem como propósito principal glorificar a Cristo e fazer
sua obra, ela se torna um empecilho para o evangelho. Muitos tem deixado a
praticidade bíblica para se esconder atrás das redes sociais e cultivar contendas
e intrigas. Ora, essas coisas não devem ser encorajadas por nenhum cristão.
Nossas forças e energias devem ser aplicadas prioritariamente na obra de Deus.
Vidas estão precisando do evangelho e será que Deus pode contar conosco,
assim como contava com A.W. Tozer?
"Cristo não sofreu na cruz para que pudéssemos brigar por causa
de nossas posições doutrinárias. Ele não ressuscitou dos mortos
para que nos gabássemos frente a outros irmãos." (Tozer, 108).
Por outro lado, outros gostam de rotula-se e nós temos que respeitar isso. Tanto
aqueles assumem uma posição teológica explicitamente quanto aqueles que não
fazem isso, merecem nosso respeito e compreensão.
Por fim, o que aprendemos com Tozer é memorável e digno de crédito. Para ele,
não faz muito sentido alguém se dizer calvinista ou arminiano se esse alguém
não se comporta como um cristão. Que possamos encher o nosso coração das
coisas de Cristo e que Deus nos ajude em tudo. Amém
Bibliografia:
49
10. DEUS REALMENTE ODEIA OS RÉPROBOS?
Por Everton Edvaldo
- Deus ama a todos. Aos réprobos, Ele ama com um amor criacional e afetivo.
Aos Eleitos, Ele ama salvivicamente.
- Deus ama e odeia os réprobos ao mesmo tempo. Quanto aos Eleitos, Deus
não os odeia e porém os ama salvivicamente.
É impossível usar a Bíblia para negar que Deus é amor, por natureza e essência.
O amor de Deus é descrito nas Escrituras Sagradas como uma das coisas mais
fantásticas que existem.
50
os seres criados à sua imagem e semelhança, e isso inclui tanto o derramamento
de bênçãos espirituais e materiais como até mesmo na aplicação de "castigos"
e disciplinas.
Para Champlin:
Primeiro vamos esclarecer que tipo de ódio seria esse que Deus sente, na
perspectiva dos defensores do "ódio divino."
Em essência, o ódio nunca foi um termo adequado para descrever algo bom.
Além da palavra transmitir uma conotação forte, ela aponta para um sentimento
que desencadeia numa série de males tanto para quem o sente quanto para
quem é alvo desse sentimento. Estamos falando do ódio como um sentimento
humano e como sentimento humano, o ódio é maligno, carnal e altamente
nocivo.
Isto significa dizer que o homem não tem um entendimento claro do que seja um
"ódio divino", a não ser por dedução a partir do caráter de Deus.
Isto porque uma coisa é alguém dizer que "Deus odeia os pecadores" como um
antropopatismo, em forma de figura de linguagem (conforme fazem os autores
bíblicos e alguns teólogos). Outra coisa, é alguém afirmar que "Deus odeia os
pecadores" no sentido de que Deus não ama todos os pecadores e que o ódio
51
faz parte da essência divina na mesma proporção que o amor. Já vi muitos até
mesmo afirmando que o ódio é um dos atributos de Deus. Ora, tal afirmativa é
um absurdo! Em nenhum lugar das Escrituras é ensinado que Deus é ódio, por
outro lado, a Bíblia é bem clara ao dizer que Deus é amor.
Ao longo do artigo, veremos que "ódio divino" não existe concretamente em Deus
e não passa de um termo usado pelo homem na tentativa de chegar perto daquilo
que Deus sente diante do estado pecaminoso em que os pecadores se
encontram.
Bem, muitos defensores do "ódio divino", recorrem à Bíblia para apoiar suas
interpretações. Vejamos aqui algumas delas e o que significam.
"O SENHOR põe à prova ao justo e ao ímpio; mas, ao que ama a violência, a
sua alma o abomina.” (Salmos 11:5).
“Porque o SENHOR abomina o perverso, mas aos retos trata com intimidade.”
(Provérbios 3:32).
Provérbios 6.16-19, diz que a alma de Deus abomina “o que semeia contenda
entre irmãos”.
Salmos 5:5 – Os loucos não pararão à tua vista; odeias a todos os que praticam
a maldade.
śānē, raiz primitiva; odiar:- o que aborrece, inimigo, quem odeia; detestável. O
termo ainda significa: ter aversão a, ser hostil, detestar alguém ou alguma coisa.
Na raiz intensiva, a palavra denota uma pessoa que irradia ódio.
O outro termo é tô'ēbhah que significa alguma coisa odiosa (moral), uma
abominação e num sentido mais amplo denota uma coisa ofensiva.
52
Explicação:
Primeiramente, devemos entender que a Bíblia não é livro que contém uma
linguagem indecifrável a ponto de ninguém entender sua linguagem. Nas
Escrituras, os escritores se utilizaram da linguagem disponível em sua época
para expressar aquilo que Deus queria falar. É verdade que toda a Escritura é
inspirada por Deus, entretanto, esse fato não significa que devemos interpretar
literalmente tudo quanto está escrito nela. As passagens bíblicas estão cheias
de figuras de linguagens que são utilizadas com o objetivo de tornar a mensagem
divina compreensível aos seus destinatários. Entre essas figuras de linguagens,
temos duas que são conhecidas como antropopatismo e antropomorfismo.
Antropopatismo.
Segundo Champlin:
Segundo ele:
Antropomofismo.
53
"O termo ódio é antropomórfico, que devemos entender
metaforicamente, e não em termos reais do ódio humano. Penso
que essa é a resposta certa. Os homens aplicam às palavras de
Deus sentidos que lhes são significativos, por causa de suas
próprias naturezas emocionais; porque é difícil imaginarmos Deus
sujeito ao mesmo tipo de natureza emocional que o homem têm."
(CHAMPLIN Vol 4, p. 578).
Nesse sentido, o ódio não é algo concreto em Deus como o amor, mas apenas
um sentimento humano que os autores bíblicos atribuíram a Deus. Foi o termo
que eles acharam mais próximo da insatisfação que Deus sente em relação ao
estado em que o pecador se encontra.
Isso de forma alguma anula o amor real de Deus por tais pessoas, isto é, não é
um sentimento em oposição ao amor divino por elas. O que faz Deus sentir essa
insatisfação por tais pessoas nada mais é do que primeiramente o amor por sua
própria justiça. Sim, Deus ama a si mesmo e esse tipo de amor próprio faz com
que Ele negue-se a compactuar com qualquer coisa que seja contrária à sua
natureza.
Tais versículos deixam claro que Deus está insatisfeito tanto com a iniquidade
quanto com o iníquo. A mensagem de Deus para o homem é: "não me agrado
do estado em que você está nem dos atos que você prática."
Os defensores do "ódio divino" como algo concreto em Deus e não apenas uma
figura de linguagem recorrem à seguinte pergunta:
"Se os autores bíblicos não quisessem que seus leitores interpretassem o ódio
como algo literal em Deus, porque não usaram um termo mais suave ou até
mesmo outro termo para dizer o que disseram?"
Ora, não é sensato exigir tal coisa dos autores bíblicos, principalmente quando
se trata de judeus que viveram há mais de 2.000 anos. Até mesmo hoje em dia
é difícil para um judeu radical admitir que Deus ama outros povos a não ser o
povo de Israel, quanto mais no período bíblico.
Então alguém poderá questionar: "Mas não foi o Espírito Santo que inspirou
estes homens, porque ele não os orientou a usar outro termo?" Óbvio que sim!
O Espírito Santo não hesitou em se comunicar dessa forma e não errou em ter
feito assim. Devemos entender que o problema não está na escrita, mas sim
na interpretação literal das passagens.
Outro ponto interessante é que a revelação bíblica ao longo dos séculos, foi
progressiva. Hoje sabemos sem dificuldade alguma que Deus amou o mundo a
partir de toda a Bíblia e não apenas de partes isoladas dela. Por isso que
podemos afirmar com precisão que Deus ama os pecadores, pois a Bíblia assim
o faz!
54
Entretanto, existe um problema com esse tipo de entendimento. Acompanhe
meu raciocínio:
Não tem para onde escapar, ou Deus ama a todos ou Ele não ama ninguém.
Alguns esclarecimentos.
Ao defender que Deus não sente ódio de fato, não estou insinuando que Deus
esteja satisfeito com o estado em que os réprobos se encontram. O amor de
Deus pela humanidade não abre espaço para que esta peque e viva uma vida
imoral.
Também não nego que a justiça de Deus chegará sobre os que vivem debaixo
do amor de Deus, mas que recusam se arrepender. O amor não deixa o erro
impune.
"Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu seu Filho unigênito, para
que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna."
Não quero tornar o artigo cansativo, nem é de minha intenção fazer uma exegese
acurada sobre essa passagem bíblica que sem dúvida é uma das mais belas das
Escrituras.
Eu posso dizer a qualquer pessoa do mundo que Deus a ama por três motivos,
primeiro se ela faz parte do mundo, então ela se enquadra dentro do amor de
Deus. Segundo, essa afirmação não mancha o caráter de Deus nem traz
complicações para os atributos Dele e por fim, tal declaração é fundamentada
exaustivamente na Bíblia. É por isso que Irineu de Lião, teólogo do segundo
século afirmou com precisão que: "O Senhor é cheio de misericórdia e
compaixão, e ama o gênero humano." (Citado por ROSAS, p. 60).
Alguns até tentam conceituar o mundo de João 3.16 como o mundo dos Eleitos,
porém tal interpretação não se sustenta diante de uma boa exegese.
55
"Este mundo não é o mundo dos Eleitos- mas sim, de todos os
indivíduos do mundo, de todas as épocas, sem exceção alguma.
Deus, sendo um ser inteligente, tem consciência da existência
deste mundo e ama a todos os homens que nele habitam."
(CHAMPLIN V.1 p. 139).
Que Deus ama a todos é uma verdade defendida inclusive por muitos calvinistas.
Explicando como Como Deus Ama o Mundo em João 3.16, John Piper é bem
claro:
56
amor abre uma porta real, para que todo aquele que crê no
Filho entre na vida eterna.
4. Portanto, esse amor é indiscriminado. Pode ser declarado,
prometido e aplicado a todos, sem exceção. Porque o que esse
amor diz é: "Se você crer no meu filho, darei a você a vida
eterna. Eu posso fazer isso justamente porque o meu filho
cancelou as dívidas de todos os que crêem. Se você crer, os
teus pecados são cancelados. Meu amor por você é este: Eu
dei meu Filho, para que confiar Nele seja a única condição para
viver comigo para sempre ".
Para Cada Ser Humano: "Deus ama você".
Podemos, portanto, dizer a cada ser humano: "Deus ama você.
E é assim que Ele te ama: Ele deu seu Filho para morrer, de
modo que se você viesse a crer, seus pecados seriam
perdoados e você teria a vida eterna ".
Isso é o que o amor de Deus significa, promete e faz em João 3:16."
(http://mortoporamor.blogspot.com.br/2010/12/john-piper-sermao-
sobre-joao-316-parte_12.html?m=1).
57
Sobre [Ele deu seu Filho unigênito para que todo aquele que Nele crê não
pereça], Calvino comenta:
58
(http://mortoporamor.blogspot.com.br/2011/01/j-c-ryle-1816-1900-
notas-sobre-joao-316.html?m=1).
59
João Calvino (1509-1564) em um dos seus sermões sobre João 3.16 não me
parece negar que Deus ame os réprobos. Ele afirma:
" É verdade que São João diz geralmente que Ele amou o mundo.
E por quê? Porque Jesus Cristo se oferece a todos os homens,
sem exceção, para ser seu Redentor. Isso é dito, depois no Pacto,
que Deus amou o mundo quando Ele enviou seu único filho, mas
Ele nos amou, nós (eu digo) que fomos ensinados por seu
Evangelho, porque Ele nos reuniu a Ele.
Assim, vemos três graus do amor de Deus, como nos demonstrou
em nosso Senhor Jesus Cristo. O primeiro diz respeito ao resgate
que foi comprado na pessoa daquele que deu a si mesmo à morte
por nós, e se tornou maldito para nos reconciliar com Deus, seu
Pai. Esse é o primeiro grau do amor, que se estende a todos os
homens, na medida em que Jesus Cristo estende seus braços para
chamar e atrair todos os homens, tanto os grandes quanto os
pequenos, e ganhá-los para Ele."
(http://mortoporamor.blogspot.com.br/2010/09/joao-calvino-1509-
1564-joao-316.html?m=1).
Conclusão: Neste artigo, vimos que não existem boas razões bíblicas para
duvidarmos do amor universal de Deus pela humanidade. Deus realmente não
odeia os réprobos, pois os ama e deseja sua salvação. Porém, isso não significa
que Ele esteja satisfeito com seus pecados. Ele não os aprova e no momento
certo, o juízo os alcançará. Que possamos orar pelos que se recusam a acreditar
em tais verdades e fazem afirmativas que confundem a mente do povo de
Deus. Que Deus nos ajude em tudo, amém!
Bibliografia:
Site consultado:
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11. "PERDA DA SALVAÇÃO”, UMA PERSPECTIVA
PENTECOSTAL
Por Everton Edvaldo
Você já ouviu ou leu a famosa frase: "uma vez salvo, salvo para sempre?" Ela
tem sido uma das frases que mais geram polêmicas dentro do cristianismo atual.
Algumas pessoas pensam que só os calvinistas acreditam nela, entretanto, isso
não é verdade. Existem cristãos das mais diversas confissões teológicas que
acreditam que nenhum daqueles que foram regenerados por Deus, perderão a
salvação. Há até mesmo arminianos que partilham desse entendimento, como
por exemplo: os arminianos de quatro pontos.
Pois bem, embora a questão pareça simples, é um desafio falar sobre esse
assunto; principalmente quando ele já foi tratado por teólogos piedosos e
eruditos nas Escrituras.
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"O escritor da epístola aos Hebreus advertiu que é possível deixar
o coração encher-se de descrença, ao ponto de perder a salvação:
'Tende cuidado, irmãos, jamais aconteça haver em qualquer um de
vós perverso coração de incredulidade que vos afaste do Deus
vivo'." (OLIVEIRA, p. 240).
"Há uma exortação severa de João, que não deixa dúvida alguma
quanto à possibilidade de alguém perder a salvação: 'O
vencedor, de nenhum modo sofrerá dano da segunda morte.'
'Conserva o que tens, para que ninguém tome a tua coroa'."
(OLIVEIRA, p. 240).
"Vamos imaginar que estamos dirigindo nosso carro pela estrada, à noite. Em
diferentes trechos, passamos por sinais de advertência: 'Curva fechada!' 'Ponte
caída!' 'Deslizamento!' 'Estrada estreita e sinuosa!" "Declive forte! 'Obras na
estrada!' E nenhum desses perigos acabam surgindo. Iremos pensar que foi uma
brincadeira de mau gosto, ou algum louco colocou aqueles sinais. De que
maneira seriam advertências, se não correspondessem à realidade?" (HORTON,
p. 378). Antonio Gilberto explica:
"Um cristão salvo pode vir a se perder; pode, sim, desviar-se, cair
em pecado e perecer, caso não se arrependa ante a insistência do
Espírito Santo (Ez 18.24,26; 33.18; H b 3.I2-I4; 5.9; I Tm 4.1; 5.15;
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12.25; 2 Pe 3.17; 2.20-22; Rm 11.21,22; IT s 5.15; D t 30.19; I Cr
28.9; 2 Cr 15.2; I Co 10.12; Jo 15.6). Essa verdade fica ainda mais
evidente quando consideramos o “se” condicional quanto à
salvação (H b 2.3; 3.6,14; Cl 1.22,23), bem como a condição: “ao
que vencer”, que aparece sete vezes em Apocalipse 2 e 3."
(GILBERTO, p. 371).
Outra coisa que deve ser pontuada é que a possibilidade da perda da salvação
não significa que um salvo pode perdê-la a qualquer instante, quantas vezes
quiser e por qualquer motivo. Isto é um mito!
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predestinação: “tu estás em pé pela fé” (Rm 11.20); “se é que
permaneceis firmes e fundados na fé” (Cl 1.22,23); “Deus é
salvador de todos, mas principalmente dos fiéis [lit. “dos que
crêem”]” (I T m 4.10). (GILBERTO, 373).
Elinaldo Renovato afirma que: "Deus garante a salvação. Mas o salvo tem que
se esforçar para fazer a sua parte, como regenerado e justificado; precisa
santificar-se." (LIMA, p. 144).
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Porém, a pergunta que muitos fazem é: "pode alguém que perdeu a salvação,
recebê-la novamente?" Bem, a Bíblia ensina que há perdão para aqueles que se
arrependem sinceramente dos seus atos, entretanto, existe um ponto extremo
da apostasia em que o indivíduo peca irrefreadamente, constantemente e
deliberadamente a ponto de não atender mais à voz do Espírito Santo. É o que
chamamos de apostasia irreversível ou imperdoável (Hb 6.4-6). Não é
verdade que os pentecostais ensinam que a perda da salvação pode ocorrer por
qualquer motivo. Ela é o resultado do constante e deliberado pecar contra a voz
do Espírito Santo. Durante a trajetória cristã, muitos salvos esfriam na fé e em
casos mais extremos, chegam a afasta-se por um tempo da igreja e de Deus,
entretanto, se reconciliam com Jesus e voltam-se para Ele assim como o filho
pródigo. Essa é uma das evidências de que tais crentes não cometeram a
apostasia irreversível. As vítimas da apostasia irreversível são aqueles salvos
que se afastaram de Deus, nunca mais voltaram e morreram eu seus próprios
pecados. Tais pessoas negam o Senhor que os resgatou (2 Pedro 2.1), trazendo
para si ruína e condenação.
Bibliografia:
LIMA, Elinaldo Renovato de. Salvação & Milagres- o poder do nome de Jesus.
Rio de Janeiro: CPAD, 2010.
65
OLIVEIRA, Raimundo de. As grandes doutrinas da Bíblia. Rio de Janeiro: CPAD,
2013.
Site consultado:
http://cirozibordi.blogspot.com.br/2009/07/e-possivel-perder-salvacao-se-ela-
nos_17.html?m=1. Acesso dia: 09/12/2016 às 12:30.
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12. JEREMIAS 32.40 ENSINA QUE UM SALVO NUNCA
COMETERÁ APOSTASIA?
Texto bíblico: "E farei com eles uma aliança eterna de não me desviar de fazer-
lhes o bem; e porei o meu temor nos seus corações, para que nunca se apartem
de mim." (Jeremias 32:40).
I- UM ERRO DE INTERPRETAÇÃO.
Nada do que está escrito na Bíblia Sagrada foi escrito sem propósito ou
destinatário. Cada mensagem divina tem um conteúdo e um público alvo. Esse
público alvo pode ser uma pessoa, várias pessoas, um povo, um país ou até
mesmo o mundo inteiro. Muitas dessas mensagens contém promessas
específicas que não podem ser distorcidas ou terem seu destinatário alterado.
Isto é, não podemos forçar o texto a dizer aquilo que não diz ou o que queremos.
Partindo desse princípio, cabe a nós o papel de descobrir qual o conteúdo da
passagem bíblica e a quem ela está se referindo. Algumas vezes, será fácil
identificar o destinatário, outras, será preciso analisar todo o contexto. No caso
de Jeremias 32.40, não é honesto explanar a passagem sob lentes formuladas
por sistemas teológicos.
Esse é um dos primeiros erros cometidos por aqueles que usam essa passagem
para defender a "perseverança dos santos calvinista." Algumas dessas pessoas,
nem se quer leram o contexto e ao isolarem determinados versículos saem
afirmando coisas sem sentido. É comum encontrar nos debates das redes
sociais, pessoas usando Jeremias 32.40 para afirmar que "um salvo nunca irá
se apartar de Deus" logo, "uma vez salvo, salvo para sempre."
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Primeiro, o texto em foco não está tratando de eleição, perda da salvação, muito
menos da perseverança dos santos. Alguns calvinistas creem que o texto esteja
abordando toda essa questão, mas isso não é verdade. A realidade é que esse
texto não tem nada ver com a doutrina da perseverança dos santos. Nele, Deus
está tratando da restauração nacional, moral e espiritual do povo de Israel. Ou
seja, o primeiro erro cometido pelos calvinistas está em impor um assunto que
não é tratado por Deus na passagem.
Segundo, o texto não está se referindo aos eleitos por Deus para a salvação,
mas sim ao povo de Israel. Ou seja, no versículo 40, Deus não está falando sobre
os eleitos, mas especificamente à nação de Israel. Todas as promessas feitas
nesse capítulo são para Israel. Isso fica óbvio quando analisamos todo o
contexto da passagem e não apenas um versículo isolado.
A pergunta que se faz é: alguém que foi salvo por Deus pode se afastar dele,
retroceder na fé ou cair da graça? Embora a pergunta seja honesta, a resposta
dada pelos calvinistas não tem sido sólida. Não podemos cometer a errônea
prática de isolar versículos para apoiar determinada corrente de pensamento.
Sendo assim, o segundo erro cometido pelos calvinistas está em confundir a
nação de Israel com os salvos em Cristo Jesus.
Já vimos que Deus está tratando de Israel em Jeremias 32.40 e não da igreja.
Vamos agora analisar o contexto da passagem para depois prosseguirmos com
a explanação:
"E por isso agora assim diz o Senhor, o Deus de Israel, acerca desta cidade, da
qual vós dizeis: Já está dada na mão do rei de Babilônia, pela espada, e pela
fome, e pela peste: Eis que eu os congregarei de todos os países para onde os
tenho lançado na minha ira, e no meu furor e na minha grande indignação; e os
tornarei a trazer a este lugar, e farei que habitem nele seguramente. E eles serão
o meu povo, e eu serei o seu Deus. E lhes darei um só coração, e um só caminho,
para que me temam para sempre, para seu bem e o bem de seus filhos, depois
deles; e farei com eles um pacto eterno de não me desviar de fazer-lhes o bem;
e porei o meu temor no seu coração, para que nunca se apartem de mim. E
alegrar-me-ei por causa deles, fazendo-lhes o bem; e os plantarei nesta terra,
com toda a fidelidade do meu coração e da minha alma." (Jeremias 32. 36-41).
Como podemos ver, o contexto deixa claro para quem é a mensagem: Israel.
Substituir Israel pela Igreja nesses versículos, além de ser uma distorção da
passagem, traz algumas implicações para essa interpretação. Por exemplo, se
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entendemos que aqui Deus esteja falando sobre a igreja, chegaremos à
conclusão de que os salvos serão plantados e congregados por Deus na
Jerusalém terrestre e que habitarão nela seguramente. Ora, isso é um absurdo!
Existem algumas promessas feitas por Deus nesse capítulo. Vejamos o que
Deus está realmente falando!
"Pois eis que vêm os dias, diz o Senhor, em que farei voltar do cativeiro o meu
povo Israel e Judá, diz o Senhor; e tornarei a trazê-los à terra que dei a seus
pais, e a possuirão." (Jeremias 30.3).
"Não temas pois tu, servo meu, Jacó, diz o Senhor, nem te espantes, ó Israel;
pois eis que te livrarei de terras longínquas, e à tua descendência da terra do
seu cativeiro; e Jacó voltará, e ficará tranquilo e sossegado, e não haverá quem
o atemorize." (Jeremias 30.10).
Sobre sua segurança, Deus diz: "...Esta Jerusalém jamais será desgarrada ou
destruída." (Jeremias 31. 40). Veja também Jeremias 23.3-8.
2. Deus revela e promete que eles serão o seu povo, e ele seria o seu Deus. Não
só em Jeremias 32.38 mas também em outros lugares como:
"Naquele tempo, diz o SENHOR, serei o Deus de todas as tribos de Israel, e elas
serão o meu povo." (Jeremias 31.1).
"...eu serei o seu Deus, e eles serão o meu povo." (Jeremias 31.33).
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3. Deus também promete que lhes daria um só coração e um só caminho, para
que temam todos os dias, para seu bem e bem de seus filhos (v. 39). Veja
também Jeremias 31.9.
Deus também diz que porá o Seu temor no coração deles para que nunca se
apartem Dele. Jeremias usa o termo sûr que significa: partir, deixar de lado,
rebelar, revoltar, virar-se, das as costas, retirar-se, afastar-se, ir embora, partir,
etc. Ou seja, após esse processo, Israel não se afastaria mais de Deus, como
vinha fazendo repetidamente. Com isso, ele ficaria alegre por causa deles e lhes
faria o bem, firmando-os naquela terra, de todo o coração de toda a alma.
5. Por fim, Deus conclui prometendo plantá-los na terra. Esta promessa está em
conexão com Jeremias 31.6 e com Jeremias 31.27. Verifique!
Certamente, Jeremias 32.40 tem muita coisa a nos ensinar. Podemos extrair
algumas lições a partir desse texto. Vale salientar que essas lições devem estar
dentro do tema abordado por Jeremias. Vejamos aqui algumas delas:
1. Deus é aquele que tem poder para restaurar o nosso estado e restabelecer a
nossa vida. Logo, podemos confiar nas suas promessas e esperar o seu agir.
3. É do desejo de Deus que o temamos e que nunca nos apartemos Dele. Ele
nos fornecerá tudo quando for necessário para permanecer em seus caminhos,
embora alguns negligenciem deliberadamente essas bênçãos.
4. Deus se alegra em fazer o bem aos seus servos. É ele quem abençoa o seu
povo! Essas bençãos podem ser tanto espirituais quanto materiais. Nele temos
todas as nossas necessidades supridas.
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Conclusão: Quando estudamos todo o contexto da passagem de Jeremias
32.40, descobrimos o que Deus realmente quis dizer com aquela mensagem e
para quem ela foi direcionada. Vimos no artigo, que essa passagem não dá base
para a perseverança dos santos calvinista. Isto significa que essa passagem não
oferece problema algum para aqueles que entendem à luz da Bíblia, que a
possibilidade da apostasia é uma realidade para um salvo. Acredito que esse
tipo de entendimento sobre o texto, derrubará muitas falácias que são
formuladas e viralizadas como se fossem verdade e também facilitará a
compreensão daqueles que não tem um esclarecimento sólido acerca desse
tema. Que Deus nos ajude em tudo! Amém!
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