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Escola EB 2/3 Dr.

Francisco Cabrita - Albufeira


Ano lectivo 2007/2008
TESTE DE AVALIAÇÃO nº 1
Língua Portuguesa 9º ano T: D
Nome __________________________________________________________ N.º___ Data 12 / 11/ 2007

I
A
Nesse tempo tinha-lhe medo. Medo e admiração. O medo resulta do que acabo de
contar. A admiração vinha das récitas dos amadores dramáticos da vila.
Era pelo Inverno. Jantávamos à pressa e nessas noites minha mãe penteava-me
com cuidado. Calçava uns sapatos rebrilhantes e umas peúgas de seda que me
enregelavam os pés. Saíamos. E, no negrume da noite que afogava as ruas da vila, eu
conhecia pela voz famílias que caminhavam na nossa frente e outras que vinham para
trás. Depois, ao entrar no teatro, sentia-me perplexo no meio de tanta luz e gente
silenciosa. Mas todos pareciam corados de satisfação.
Daí a pouco entrava num mundo diferente. Que coisas estranhas aconteciam!
Ninguém ali falava como eu ouvia cá fora. E mesmo quando calados tinham outro
aspecto; constantemente a mexerem os braços. Mestre Finezas era o que mais se
destacava. Manuel da Fonseca, “Mestre Finezas” in Aldeia Nova

B
Volto a cabeça e olho-o. Sei o que vai dizer-me. Vai falar do abandono a que o
votaram. Vai falar-me do teatro, da música, da poesia. Vai repetir-me que a arte é a mais
bela coisa da vida. Mas não. Já nos entendemos só pelo olhar. Mestre Finezas salta por
cima de tudo isto e ergue a navalha num lance teatral:
- Que sabem eles da arte? Tu que estudaste, tu sabes o que é a arte. Eles hão-de
morrer sem nunca terem gozado os mais belos momentos que a vida pode dar.
Atravessou a loja, abriu um armário cavado na parede, e tirou o violino.
- Eu não te disse nada, Carlinhos... mas, olha, tenho vendido tudo para não morrer
de fome... Tudo. Mas isto!...
Estendeu o violino na minha direcção e continuou reprimindo um soluço:
- Isto nem que eu morra! ... É a minha última recordação...
Manuel da Fonseca, “Mestre Finezas” in Aldeia Nova
Para responderes às questões de 1. a 6., indica na folha de teste, a alínea
correspondente à alternativa correcta, de acordo com o sentido do texto.
1. A ida ao teatro era um acontecimento que reunia muita gente da vila. Isto é confimado
pela expressão:
a) “Jantávamos à pressa.”
b) “...eu conhecia pela voz famílias que caminhavam na nossa frente...”
c) “Daí a pouco entrava num mundo diferente.”
d) “Ninguém ali falava como eu ouvia cá fora.”

2. “Que coisas estranhas aconteciam!” Esta expressão (excerto A) exemplifica:


a) a posição do narrador.
b) a composição da acção.
c) o modo de organização das sequências narrativas.
d) a presença do narrador.

3. “Mas não.” (excerto B, l.3) Esta expressão significa que:


a) mestre Finezas afinal não queria falar do assunto.
b) as palavras não eram necessárias.
c) Carlos estava enganado sobre o pensamento do barbeiro.
d) Carlos olhou de maneira que ele se sentiu intimidado.

4. “- Que sabem eles da arte?” Mestre Finezas refere-se:


a) às pessoas que assistiam ao teatro.
b) às pessoas da vila.
c) aos políticos.
d) à família.

5. A expressão que exemplifica a narração é:


a) “Nesse tempo tinha-lhe medo.”
b) “...no negrume da noite que afogava as ruas da vila...”
c) “Volto a cabeça e olho-o.”
d) “- Que sabem eles da arte? Tu que estudaste, tu sabes o que é a arte.”

6. “...tenho vendido tudo para não morrer de fome... Tudo...” Esta expressão é exemplo
de:
a) caracterização directa da personagem.
b) narrador participante.
c) espaço social.
d) tempo cronológico.

Responde, na folha de teste, ao que te é pedido nas questões que se seguem, de


acordo com as orientações dadas.
7. A acção da narrativa desenvolve-se à volta de momentos que correspondem a
diferentes fases da vida das personagens.
7.1 Associa os excertos a esses momentos vividos pelas personagens.
8. Ao longo do texto, assistimos a diferentes atitudes do narrador, relativamente a cada
um dos momentos por si vividos.
8.1 Quais te parecem ser as razões para cada uma das diferentes atitudes?

9. Atenta na expressão: “O medo resulta do que acabo de contar.” (excerto A)


9.1 Diz, recorrendo ao conhecimento global do conto, a que se refere o narrador.

10. “Daí a pouco, entrava num mundo diferente.” (excerto A).


10.1 Explica, por palavras tuas, o sentido da expressão acima transcrita.

11. No excerto B há informações que nos permitem caracterizar o espaço social referente
ao tempo presente.
11.1 Transcreve duas expressões relacionadas com esta categoria da narrativa.

12. Mestre Finezas mostra ao narrador uma “relíquia”.


12.1 Explica o valor que ela adquire para o barbeiro.

13. O Valter e a Verónica, depois de lerem o conto “Mestre Finezas”, de Manuel da


Fonseca, iniciaram uma conversa sobre o mesmo.
- Acho que as pessoas, quando passam necessidades, deveriam
recorrer aos amigos, familiares e associações sociais e não começarem a
vender os seus bens. - comentou a Verónica com alguma indignação.
- Minha amiga, um homem tem o seu orgulho! Se temos bens que
não nos fazem assim tanta falta, por que não vendê-los? - afirmou o Valter
seguro de si.
13.1 Refere com qual destas opiniões estás mais de acordo, justificando
devidamente o teu ponto de vista.
II
1. Divide e classifica as orações das seguintes frases:
1.1 As peúgas que lhe enregelavam os pés eram de uma seda muito fina.
1.2 O melhor artista da nossa vila morreu mal entrou em cena.
1.3 Aquelas desgraças aconteciam porque o mestre Finezas era justo.
1.4 A cena tinha sido tão viva que o Carlos se admirou ao vê-lo no outro dia.

2. Atenta nas seguintes frases:


a) Eles sentir-se-iam mais apoiados se as pessoas os compreendessem.
b) Mestre Finezas vivera os mais belos momentos da sua vida em cena.
c) Mestre Finezas pede frequentemente que Carlos ouça a sua música desafinada.
2.1 Identifica o tempo, o modo, a pessoa e o número das formas verbais das
frases.
2.2 Classifica morfologicamente as palavras sublinhadas.

III
1. Actualmente o destino inevitável de todos os que envelhecem é o abandono, o
esquecimento. Numa sociedade que valoriza, cada vez mais, a juventude, não há lugar,
nem tempo, para os mais velhos.

1.1 Escreve um texto de opinião sobre o enunciado, com um mínimo de 140


palavras e um máximo de 240.
Escola EB 2/3 Dr. Francisco Cabrita - Albufeira
Ano lectivo 2007/2008
TESTE DE AVALIAÇÃO nº 1
Língua Portuguesa 9º ano T: A
Nome __________________________________________________________ N.º___ Data 12 / 11/ 2007

I
Lê o excerto atentamente.

Passaram anos. Um dia, parti para os estudos. Voltei homem. Mestre Finezas é ainda a
mesma figura alta e seca. Somente tem os cabelos todos brancos.
- Olha bem para mim – pede-me às vezes - , olha bem e diz lá se este é o mesmo homem
que tu conheceste?...
Finjo-me admirado de uma tal pergunta. Procuro convencê-lo de que sim, de que ainda
é. Compreende as minhas mentiras e abana docemente a cabeça :
- Estou um velho, Carlinhos!...
Vou lá de vez em quando. A loja está sempre deserta. As mãos muito trémulas de mestre
Finezas mal seguram agora a navalha. Também abriram, na vila, outras barbearias cheias de
espelhos e vidrinhos, e letreiros sobre as portas a substituírem aquela bola com um penacho que
mestre Finezas ainda hoje tem à entrada da loja.
Mestre Finezas passa necessidades. Vive abandonado da família, com a mulher entrevada,
num casebre próximo do castelo. Eu sou um dos raros fregueses e o seu único confidente.
Algo de comum nos aproximou. Ilídio Finezas sonhou ser um grande artista, ir para a
capital, e quem sabe se pelo mundo fora. Eu falhei um curso e arrasto, por aqui, uma vida de
marasmo e ociosidade. Há entre mim e esta gente da vila uma indiferença que não consigo
vencer. O meu desejo é partir breve. Mas não vejo como. E, quando o presente é feio e o futuro
incerto, o passado vem-nos sempre à ideia como o tempo em que fomos felizes. Daí eu ser o
confidente de mestre Finezas.
Ele ajuda as minhas recordações, contando-me os dias a que chama da “sua glória”.
Estamos sozinhos na loja. De navalha em punho, mestre Finezas declama cenas inteiras dos
“melhores dramas que já se escreveram”. E há nele uma saudade tão grande das noites em que
fazia soluçar de amor e mágoa as senhoras da vila que, amiúde, esquece tudo o que o cerca e fica,
longo tempo, parado. Os seus olhos ganham um brilho metálico. Fixos, olham-me mas não me
vêem. Estão para lá de mim, através do tempo.
In “Mestre Finezas” de Manuel da Fonseca

Para responderes às questões de 1. a 6. indica, na folha de teste, a alínea correspondente


à alternativa correcta, de acordo com o sentido do texto.
1. A palavra/expressão que estabelece a comparação entre o Mestre Finezas de antigamente e o
do presente é:
a) é.
b) ainda.
c) figura.
d) alta e seca.
2. Carlos voltou à vila:
a) depois de ter terminado o seu curso.
b) para exercer a sua profissão na sua terra.
c) adulto.
d) porque se sentia preso a ela e às suas gentes.
3. “ Procuro convencê-lo de que sim” traduz:
a) a dificuldade que os dois tinham em entender-se.
b) a preocupação de Carlos por Mestre Finezas.
c) a diferença de mentalidades entre os dois.
d) a forma como Carlos sempre conseguia impor a sua opinião.
4. Mestre Finezas passa dificuldades porque:
a) já não tem o seu emprego de actor.
b) vive num casebre.
c) já quase não tem clientes.
d) está velho.
5. “Estamos sozinhos na loja” permite classificar o narrador como:
a) autodiegético.
b) ausente.
c) participante.
d) subjectivo.

6. A expressão que exemplifica a descrição é:


a) “Um dia, parti para os estudos.”
b) “- Olha bem para mim...”
c) “Os seus olhos ganham um brilho metálico.”
d) “ Mestre Finezas declama cenas inteiras...”
Responde, na folha de teste, ao que te é pedido nas questões que se seguem, de acordo
com as orientações dadas.
7. Relê o primeiro parágrafo do excerto.
7.1 Identifica em que tempo se encontram as formas verbais das frases.
7.1.1 Explica a razão do seu emprego.

8. “... olha bem e diz lá se este é o mesmo homem que tu conheceste?...”


8.1 Tenta responder à questão colocada, a partir do conhecimento global do conto.
8.2 Classifica mestre Finezas dquanto ao relevo e construção da personagem .

9. “Algo de comum nos aproximou”.


9.1 Refere o que motivou a modificação de sentimentos de Carlos relativamente ao
barbeiro.

10. Carlos revelava uma personalidade fraca.


10.1 Retira duas expressões do excerto que confirmem a afirmação.

11. O Valter e a Verónica, depois de lerem o conto “Mestre Finezas”, de Manuel da Fonseca,
iniciaram uma conversa sobre o mesmo.
- Considero que a culpa da situação actual do mestre Finezas é

inteiramente dele, pois as pessoas devem acompanhar a evolução dos tempos,


modernizarem-se e não viverem presas ao passado. - afirmou, convicta, a
Verónica.
- Eu discordo, penso que as pessoas da vila foram injustas com ele,
deviam compreender as suas necessidades, os seus valores e até ajudarem-no. -
contrapõe o Valter.

11.1 Refere com qual destas opiniões estás mais de acordo, justificando devidamente o
teu ponto de vista.
II
1. Divide e classifica as orações das seguintes frases:
1.1 Compreende as minhas mentiras e abana docemente a cabeça.
1.2 A saudade dele é tão grande que esquece tudo à sua volta.
1.3 O Carlos, que é um dos raros fregueses, troca confidências com o mestre.
1.4 Os sentimentos mudaram visto que já passaram muitos anos.

2. Atenta nas seguintes frases:


a) Agora ele sentir-se-ia mais feliz se o ouvissem.
b) Com a navalha em punho, ele quer que o tempo volte atrás.
c) Quando era miúdo, Carlos tivera momentos surpreendentes no teatro.

2.1 Identifica o tempo, o modo, a pessoa e o número das formas verbais das frases.
2.2 Classifica morfologicamente as palavras sublinhadas.

III

1. Actualmente o destino inevitável de todos os que envelhecem é o abandono, o esquecimento.


Numa sociedade que valoriza, cada vez mais, a juventude, não há lugar, nem tempo, para os mais
velhos.

1.1 Escreve um texto de opinião sobre o enunciado, com um mínimo de 140 palavras e
um máximo de 240.

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