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 Explicitar algumas definições e conceitos no

âmbito das teorias sócio culturais do lazer.


 Precisar os fatores que conduziram à
institucionalização social do lazer.
 Reconhecer a relação trabalho/lazer.
 Reconhecer o binómio lazer e turismo.
 Sociologia está inserida nas ciências sociais.

 Ciência que estuda os factos sociais para os


conhecer exatamente , para classificar e
estabelecer as leis ou constantes que deles se
tiram.

 A ciência não pode dizer o que o homem


deve fazer, pode apenas verificar que, faz e
registar os resultados da sua ação.
 A Sociologia é uma ciência que estuda os grupos sociais, ou seja,
o conjunto de indivíduos que vivem juntos em diferentes
comunidades. O intuito de esta ciência é analisar internamente
como se organizam as sociedades, as relações entre seus
membros e com o meio (ou sistema) no qual vivem e a
coexistência numa estrutura social.

 A sociologia também estuda os padrões da sociedade e os fatos


que implicam uma investigação e uma reflexão sobre o sistema;
fatores como: o nível salarial das mulheres em comparação com
o dos homens, fatores sociais que impulsionam o consumo,
costumes dos seres humanos com relação às atividades sociais,
etc.

 A sociologia não oferece resultados aos problemas da sociedade,


sua função é mostrar os fatos tais e como eles são na realidade
fazendo com que a sociedade reflita sobre eles e possam tomar
as decisões para o melhoramento da mesma; é uma ferramenta
de investigação.
 Tempo livre: Tempo liberto das coações do
trabalho e das obrigações pessoais, passível
de ser usado a seu bel-prazer. Só é
verdadeiramente livre quando o indivíduo
desocupado pode gerir as actividades e o seu
uso.
 Lazer: Conjunto de ocupações a que um
indivíduo se pode dedicar voluntariamente,
após se ter libertado das suas obrigações
profissionais, familiares e sociais.
(Dumazedier, 1962)
 Lazer: Um individuo em situação de lazer
pode ter como objetivos:

❖ Descansar;
❖ Divertir-se;
❖ Desenvolver a sua formação “desinteressada”;
❖ Desenvolver a sua capacidade criativa;
❖ Desenvolver a sua participação social
voluntária.

(Dumazedier, 1962)
 Recreio: É o conjunto das atividades realizadas
durante o tempo de lazer. (Soneiro, 1991)

 Ócio - vagar, descanso, repouso, preguiça;


ociosidade - vício de gastar tempo inutilmente .

 Turismo – É o movimento temporal de pessoas


para fora do local de trabalho e residência
habituais, incluindo:
- As atividades realizadas durante a estadia nesses
destinos
- As instalações criadas para atender às suas
necessidades. (Boniface e Cooper, 1987)
 Turista: É uma pessoa temporariamente em
situação de lazer, que voluntariamente visita
um local diferente do da sua residência, com
o objetivo de experimentar uma mudança.
(Smith, 1989)

Estes conceitos evoluíram ao longo da


história e são e condicionados pela realidade
sociocultural em que se enquadram.
❖O ócio, para os gregos, era um fim em si
mesmo, algo a ser alcançado para ser
desfrutado. Para Aristóteles, ainda na Grécia
Antiga, o ócio era uma condição ou estado – o
estado de estar livre da necessidade de
trabalhar.

❖ Não considerava a diversão ou recreio como


ócio, uma vez que são meios necessários para
conduzir o ser às atividades laborais. As
atividades de recreio e diversão estavam
diretamente relacionadas com descanso do
trabalho.
Para o homem grego, o ócio não significava
estar ocioso no sentido de não fazer nada,
mas implicava operações de natureza
intelectual e espiritual que se traduziam da
contemplação da verdade, do bem, e da
beleza, de forma não utilitária.

Em Roma predominava o conceito de


descanso e da diversão, necessários para a
preservação das condições de poder
trabalhar. O trabalho era entendido como
condição necessária para o ócio.
 A partir da Idade Média com a desarticulação
do processo feudal e o desenvolvimento do
capitalismo mercantil assiste-se a um
movimento cultural burguês, o qual se
manifestou em todas as áreas - artísticas,
filosóficas e científicas. Esta nova
interpretação é feita por Lutero mediante a
Reforma.

Com a Reforma – a ética protestante – surge


uma nova atitude frente o significado do
trabalho, havendo uma valorização do tempo
necessário para as atividades produtivas. O
cumprimento dos deveres é o único modo de
agradar a Deus, e o trabalho como missão
enobrece e exalta os homens.
 O século XVIII ficou marcado pela expansão
comercial e financeira com a Revolução
Industrial.

 O aparecimento de uma série de invenções


técnicas modificaram as condições de produção
nos diversos setores industriais, bem como a
relação com o lazer.

 O tempo livre passa a ser definido em oposição


ao trabalho, e mesmo os momentos livres (de
não - trabalho) são determinados pela relação
capital - capitalismo. Novos valores começam a
ser estabelecidos entre trabalho e tempo livre do
trabalho.
O fator temporal passa por mudanças
significativas, iniciadas no momento em que
o Homem resolve medir o tempo quotidiano e
quantificar o tempo social na sociedade
industrial, chegando à comercialização do
próprio tempo, que se torna uma mercadoria
e passa a ter valor económico.

“O tempo é dinheiro”
 O tempo livre, e nomeadamente o lazer,
constitui assim um fenómeno capital da
sociedade industrial, que é em simultâneo um
tempo disponível e um objecto de consumo –
o que Dumazedier denomina de “Civilização
do Ócio”;

 O tempo livre e particularmente o lazer


oferece aos indivíduos e à sociedade uma
melhor qualidade de vida.
 Os sociólogos começaram debruçar-
se sobre o estudo do lazer porque
este fenómeno reflete a vida social
das populações.
 1ª Fase

1) Capitalismo Industrial – Revolução Industrial


Separação entre espaços de trabalho e espaços
de lazer ≠ Idade Média – Casa era o espaço
laboral e de lazer.
Organização do quotidiano com base no
trabalho.
2. Estado Nação
- Nova ordem pública;
- Igualdade dos cidadãos perante a lei;
- Libertação dos laços feudais.

3. Novas Classes Médias Urbanas


- Racionalização da economia, política;
cultural e cientifica;
- Burocratização estatal;
- Coletivização dos sistemas de cuidados de
saúde;
- Aumento do número de associações;
- Expansão da educação da ciência.
 Início dos estudos sobre as condições de vida
dos operários industriais.
 Objetivos destes estudos – Fornecer bases para a
implementação de políticas públicas.

 O lazer era considerado uma fonte de desvio


sociocultural, recurso em termos de educação
popular, organização política e moral.

Autores: Paul LaFargue – Jornalista Francês


escreveu o Direito à Perguiça (1983); Thorstein
Veblen – Economista e Sociólogo escreveu –The
Theory of the Leisure Class (1899).
 2ª Fase
Início do Século XX até à 2ª Guerra
Mundial

Automatização do lazer enquanto objeto de


estudo.
Novos contextos sociopolíticos Europeus:
- Ideologia de esquerda;
- Novas políticas públicas de intervencionismo
socioeconómico;
- Leis sobre as condições laborais (8 horas de
trabalho, férias pagas etc..)
- 1924- Debate generalizado sobre a redução do
horário semanal de trabalho para 40 h e os fins
de semana para 2 dias.
 Consequências:
- Tempo livre dos trabalhadores – Aumenta a
pesquisa nas temáticas de lazer/ tempo livre.
Investem-se nas atividades consideradas
civilizacionais.

Pesquisa Sociológica:
• Análise estatística e estudos sobre os
orçamentos familiares.
• Interpretação a partir de cima, na prespetiva
dos legisladores e planificadores.
3ª Fase
Pós Guerra Mundial até à Década de 1960

Institucionalização – Objeto de estudo


independente e sistematizado.

Novos contextos socioeconómicos,


institucionais e intelectuais:
1) Período de reconstrução e crescimento
económico;
2) Expansão do consumo de massa;
3) Reindustralização, mecanização e terciarização
da economia;
4) Redução dos horários de trabalho
5) Aumento do envolvimento Estatal a nível
socioeconómico;
6) Consequente necessidade de mão-de-obra
especializada.
 Novo paradigma Científico

- O lazer e a cultura são concebidos como bens


coletivos;
- A orientação ideológica/científica direciona-
se para modelos de democracia cultural/
individualismo padronizado;
- Análise da problemática do lazer a toda a
população.
- A investigação do lazer oscila entre os
contributos teóricos e abordagens empíricas
(observação e experiência).
Autores: Georges Friedmann, sociólogo
francês, escreveu Problems of Industrial
Mechanization.
4ª Fase
A Reação Crítica da Geração do Pós-
Guerra (Anos 60-80)

Novos Desenvolvimentos Sociopolíticos:


a) Novo Contexto intelectual do final da década
de 60 e início de 70. A nova geração de
intelectuais criticam:
- A padronização da cultura das classes
médias;
- Modelos de planeamento social baseados na
ciência;
- O lazer como consumo de massas.
b) Crise Económica (anos 70/80) e consequentes
mudanças político económicas:

- Crise económica americana;


- Crise petrolífera;
- Viragem das políticas económicas e bem-estar
para outras de caráter empresarial;
- O lazer – bem coletivo, direito de cidadania,
passa a ser considerado um bem de consumo.
 Karl Marx (1818-1883) intelectual e
revolucionário alemão, “fundador” da doutrina
comunista moderna. Foi economista, filósofo,
historiador, teórico político. Teve influencia em
inúmeras ciências atuais inclusive na Sociologia.

 A ideologia de Marx baseia-se:

• Materialismo Histórico;
• Capitalismo versus Socialismo.
• Trabalho alienado;
 Marx constitui o sistema do materialismo
histórico, segundo o qual os processos
económicos estão na base de toda a evolução
da humanidade, considerando todas as
restantes manifestações socioculturais como
meras superestruturas ideológicas,
estritamente determinadas pelas relações de
produção vigentes.
 O capitalismo representa um modelo de
organização social e económica que se baseia na
desigualdade entre os que possuem meios de
produção (burguesia), e entre os que apenas
podem oferecer a força de trabalho - mão de
obra (proletariado), que por sua vez são
explorados pelos detentores dos meios de
produção.

 A história das sociedades é encarada como um


longo processo em que as classes oprimidas,
vítimas de relações de produção desiguais
(capitalismo), revoltam-se contra as classes
dominantes, instaurando uma nova ordem
económica (Socialismo).
 A luta de classes percorre, portanto, todo o
percurso da humanidade, desde a
antiguidade (sociedade esclavagista em que
se opõe ao homem livre o escravo), passando
pela sociedade feudal (oposição entre
suserano e servo), até à sociedade capitalista,
na qual a revolução do proletariado, através
da abolição da propriedade privada e da
coletivização dos meios de produção,
suprimirá todos os antagonismos,
instaurando o socialismo e a sociedade sem
classes.
 Para Marx o trabalho é uma forma de
desenvolvimento do raciocínio.

 Marx defende que os homens trabalham não


só para a sua subsistência mas, também,
para o seu desenvolvimento intelectual.

 Quando o trabalho não conduz ao raciocínio


o homem está a praticar um trabalho
alienado.
 Capitalismo conduz o Homem à alienação.

 O individuo é explorado no modo de produção,


porque este não reconhecem o valor do objeto
produzido.

 A produção é coletivizada onde o trabalhador


não necessita do conhecimento da industria
completa mas somente da sua função
mecanizada na produção do objeto.

 Os detentores dos meios de produção


(burguesia) exploram o proletariado na sua
produção de mercadoria pois o lucro que esta dá
não é equivalentemente pago em salário.
 Marx analisa toda a vida social - religião,
educação, a cultura e consequentemente o
lazer em referência ao trabalho.

 O lazer é encarado como uma prática social


inscrita na lógica do modo de produção
capitalista.
 Defendem que as outras necessidades
humanas, como o tempo livre para a
educação e o lazer são determinados pelas
disputas da apropriação das forças
produtivas e dos bens socialmente
produzidos;

 A política, a produção do conhecimento, a


educação e o lazer são manifestações
superestruturais de um modo de produção
fundado na divisão social do trabalho e na
distribuição desigual dos bens socialmente
produzidos.
 Baseado nos autores marxistas, conclui-se que
o tempo de lazer é influenciado pelos valores
do capitalismo, mas deve ser considerado
como uma esfera de reivindicação social
necessária ao desenvolvimento completo do
homem e não apenas como um meio para
descansar, consumir determinados produtos e
reproduzir a força de trabalho.

 A compreensão do Lazer como um direito


social tem relação com o direito ao tempo livre
do trabalho, às férias, ao repouso semanal e ao
acesso aos bens culturais produzidos pela
humanidade e que a conquista destes direitos
está ligada às lutas dos movimentos dos
trabalhadores pela igualdade social.
 Chris Rojek – sociólogo do Reino Unido –
Escreveu Decentring Leisure. (Olhar o lazer
com outros olhos)

 Critica as visões tradicionalistas do Lazer.

 O autor defende que não podemos analisar o


Lazer sem o situarmos a Sociologia do Lazer
dentro da Sociologia da Cultura.
 1) Lazer como sistema de relações
socialmente reguladas – Tempo socialmente
condicionado cuja liberdade existe em
relação a determinados contextos sociais.

 2) Necessidade de orientar o estudo do Lazer


para a análise e interpretação dos contextos
históricos sociais culturais em que essas
práticas decorrem.
 O Capitalismo

 A Modernidade

 A Pós-modernidade
 Comodificação (mercantilização)
Processo através do qual o trabalho é
comercializado enquanto recurso pelo sistema
capitalista e transformado em fator de
produção.
Processo através do qual bens, serviços e
experiências são “empacotados” e vendidos ao
consumidor como objetos de consumo. Ex:
empacotamento de viagens turísticas
(massificação).
Lazer e cultura – Moldados por esse processo
de comodificação.
 Supremacia do pensamento racional –
Iluminismo/renascença - era da razão.

 Lazer passa a ser encarado como uma


distração – ocupação do tempo livre.

 Lazer encarado como mecanismo para a


ordem e controlo da sociedade.
 Desordem e desfragmentação
 Novas áreas incluídas no lazer e turismo
Ex: Cemitérios convertidos em locais turísticos.

 Com a tecnologia – Fazer tudo através de


casa.
 Simulação de tudo – espaços, sensações etc…

 Lazer como evasão e escape face ao stress do


quotidiano.
 O aumento dos tempos livres implicou
igualmente, o aumento da mobilidade ligado ao
lazer.

 Os “espaços livres” começam a ser apropriados,


como foi o caso das praias, montanhas, o mar,
ou dando-se novas funções aos espaços rurais,
em ordem à ocupação dos tempos livres.
 O desenvolvimento dos transportes e dos
meios de comunicação, em geral, ao
transformarem as distâncias - menos tempo
de percursos e custos cada vez mais baixos -
facilitaram a mobilidade das pessoas e bens.

 Deste modo, a mobilidade ligada aos tempos


livres não apenas aumentou, mas
principalmente diversificou-se, gerando
igualmente uma maior diversificação dos
espaços.
 O turismo é encarado sociologicamente como
uma das atividades de lazer, mas é uma
atividade muito particular. Pois é analisado
transversalmente pelas ciências sociais.

 O peso socioeconómico e sociocultural do


turismo influenciou os estudos sociológicos
sobre o mesmo.

 Os sociólogos começaram a analisar o


turismo porque este teve impacto na vida
social das pessoas e nas comunidades locais.
 A história do setor do turismo encontra-se
associada à própria história da humanidade.
A origem do turismo mistura-se com a
história das civilizações, desde a Grécia
antiga (com a construção de equipamentos
de lazer, recreio e desporto, tais como circos,
teatros e anfiteatros) ao período da
romanização (saunas, corridas, arenas,
espectáculos, etc.).
❖ Marcos Históricos:

 Século XVIII e XX - a realização do grand tour,


como uma das condições de formação de
gentlemans e a sua admissão nas Cortes
(século XVIII);
 Seculo XIX - a criação do primeiro pacote
turístico (package), inventado por Thomas
Cook (com a realização da primeira viagem
comercial de comboio para um grupo de 570
pessoas).
 Anos 50 a 70 – Explosão do fenómeno/
Turismo de Massas.
 Atualmente – O Turismo é uma industria.
 Segundo a Organização Mundial de Turismo -
Turista é um visitante temporário que
permanece pelo menos 24 h num país em
oposição ao excursionista – visitante
temporário que permanece menos de 24 h e
não pernoita.
Exemplos:

 Consequências económicas – postos de


trabalho.

 Consequências sociais – Valores e práticas da


sociedade.

 Consequências ambientais – recursos


ambientais alteram-se com o turismo.
 “O Turismo contribui para as mudanças nos
sistemas de valores, comportamento
individual, relações familiares, estilos de vida
coletivos, níveis de segurança, conduta
moral, expressões criativas, cerimónias
tradicionais e organizações comunitárias”.
(Mathieson e Wall)
 Qualidade de vida e bem-estar significa
também termos tempo para o lazer. Vivemos
no mundo onde o trabalho, os estudos, a vida
corrida e o “Stress” do dia a dia, muitas vezes
nos impossibilitam de desfrutarmos
momentos de lazer, verdadeira válvula de
escape para a vida corrida que levamos.

 O lazer faz parte da vida dos seres humanos,


pois ele é um dos requisitos da vida, que
proporciona prazer, liberdade, sensação de
bem estar entre outros benefícios.
 O lazer e o ócio são de extrema importância
para o ser humano, pois reparam psíquica,
física e socialmente o indivíduo.

 Recompõem as suas energias, ampliam as


suas capacidades criativas, melhoram a sua
auto-estima e aumentam a sua satisfação
social.
 Desenvolve atividade nas áreas do turismo social e
sénior, do termalismo, da organização dos tempos
livres, da cultura e do desporto populares, com
profundas preocupações de humanismo e de
qualidade.

 O Inatel como organização ligada ao mundo dos


lazeres populares desempenha três funções em
benefício da qualidade de vida dos cidadãos
trabalhadores portugueses no contexto das políticas
sociais:
- ”O Repouso”, que liberta da fadiga , recuperando as
condições físicas, neurológicas e psíquicas;
- “O divertimento”, o recreio, o complemento de
evasão que para além da compensação da
fadiga, sirva de compensação ao tédio;

- “O desenvolvimento da personalidade”,
facultando uma mais vasta participação social,
uma cultura da sensibilidade e da razão para
além da formação prática e técnica, a
integração voluntária na vida de agrupamentos
recreativos, culturais e sociais.
 Nos anos 80, quando a diversão se tornou um
valor hegemónico. As atividades lúdicas
deixaram de ser exclusivas dos tempos livres,
passaram a ser também integradas no âmbito de
muitas atividades profissionais.

 Um número crescente de empresas passou a


facultar/impor, a muitos dos seus funcionários
uma ampla programação do seu tempo,
incluindo atividades para os tempos de lazer.

 Atividades de formação profissional ; expansão


das viagens de estudo (ou lazer) de forma a
aumentar as suas capacidades no exercício de
uma dada actividade profissional.
 O que para uns é trabalho para outros é lazer

 Por exemplo: A jardinagem pode ser


encarada como atividade lúdica, uma
necessidade familiar ou uma profissão.

 O que distingue uma atividade de lazer e de


trabalho são as relações sociais/ papeis
sociais que se estabelecem entre as pessoas.
 A forma como a sociedade evoluiu ao longo
da história influenciou o modo como os
indivíduos vivem e viveram os seu tempo de
lazer.

 A forma de como e quando as pessoas se


divertem e gozam o seu tempo livre é algo
que lhes foi sendo condicionado socialmente.
 Exemplo: Ir de férias para a praia é um
fenómeno do século XX. As nossas férias são
socialmente construídas.
 Para entendermos as mudanças
contemporâneas no que diz respeito à
construção social das atividades diárias,
devemos ter como pressupostos os seguintes
elementos:

1)Maior tempo ligado ao trabalho gera maiores


ganhos salariais.

2) Quanto mais cresce a produção maior é o


trabalho.
 O consumo, enquanto um processo de “produção
de satisfações finais” está associado a uma
industria publicitária que instiga o desejo por
novos bens e serviços disponíveis no mercado.

 Enquanto a produção cresce, o consumo deve


crescer para compensar o aumento do primeiro.
Para isso ser possível, a cada aumento na
capacidade de produção, o desejo de consumir
deve ser novamente instigado.

 O tempo de consumo aumenta através de formas


cada vez mais sedutoras de criação de desejos,
combinando-se cada vez mais o tempo de lazer ao
consumo de bens e serviços.
 O consumo aumenta na mesma medida em que
cresce a produção.
 Para ser possível consumir cada vez mais é
preciso garantir maior rendimento.

 Conclusão: quanto mais a produção de bens


e serviços aumentar, maior será a
recompensa de se dedicar mais tempo ao
trabalho remunerado, aumentando assim os
ganhos e o poder de compra.
 Encarando o Lazer como uma atividade de
consumo pode-se afirmar que o consumo e
consequentemente o Lazer é determinado
pela quantidade de “capital” que as pessoas
possuem:

1) capital económico (recursos financeiros);


2) capital social (recursos de relacionamentos)
3) capital cultural (recursos de origem social,
com a formação educacional formal).
 Mudança:
 Antes da Revolução Industrial as famílias
herdavam de geração em geração o seu
capital fixo (património). Essa herança
garantia a reprodução de uma classe ociosa –
elite.
 Na sociedade pós-industrial o conhecimento
e o saber ganham prioridade em relação à
posse material.
 Com o desenvolvimento tecnológico e com o
aumento da esperança média de vida a garantia
de obter riqueza e património é obtida através
do trabalho e não da herança. Hoje em dia
somos “obrigados” a trabalhar para garantir
maior rendimento para termos acesso aos bens
e serviços relacionados com o Lazer.
 Na revista Observatório das Atividades
Culturais encontra-se o estudo “Práticas
Culturais dos Portugueses: Atividades de
Lazer” por Rui Telmo Gomes baseado nos
dados obtidos no inquérito à Ocupação do
Tempo lançado pelo Instituto Nacional de
Estatística em 1999.
 1) Sociabilidade inter-domiciliar - visitar e ser
visitado, jogar às cartas, xadrez, damas etc;
 2) Saídas comensais – ir comer fora com
familiares e amigos e ir a discotecas;
 3) Sociabilidade local – frequentar
associações recreativas e ir a festas
populares, bailes;
 4) Saídas informativas – ir a museus,
exposições e ir a bibliotecas;
 5) Práticas amadoras – praticar desporto,
cantar num coro, tocar numa banda amadora,
atuar num grupo de teatro.
Diversas formas de convivialidade:

 A modalidade que é mais praticada é


Sociabilidade inter-domiciliária, neste caso o
visitar e ser visitado – mais de 90% dos
portugueses realizam-na ao longo do ano.

 As segundas mais praticadas são as saídas


comensais (refeição fora de casa) e a
sociabilidade local ( participação em festas e
bailes).
 Para todas as modalidades os homens
declaram uma maior taxa de realização.

 A idade é um factor que influencia a


ocupação do tempo livre. O avanço da idade
corresponde à diminuição das práticas
realizadas. Contudo no caso da sociabilidade
inter-domiciliaria a idade não afeta a prática
da mesma.
 O nível de ensino afeta as práticas das
modalidades de lazer.
 Tal como a idade a Sociabilidade inter-
domiciliária está presente em todas as
categorias.
 As Saídas Comensais já são afetadas pelo
grau de ensino. 95% dos Portugueses que as
praticam possuem o Ensino Secundário ou
Superior.
 A Sociabilidade local é maior nos níveis
intermédios de escolarização (3 ciclos do
Ensino Básico e Ensino Secundário).
 O nível de rendimento mensal do agregado
familiar afeta as práticas das modalidades de
lazer.
 A Sociabilidade inter-domiciliária é a menos
afetada pelo nível de rendimento.
 As Saídas Comensais aumentam com o
aumento do nível de rendimento mensal do
agregado familiar.
 As saídas Informativas são as mais afetadas
pelo nível de rendimento.
 A sociabilidade local é mais frequente nas
categorias intermédias e menos frequente
para os grupos de recursos mais elevados.
 As práticas das cinco modalidades de lazer
variam de acordo com a categoria
profissional de quem as pratica.

 Os grupos pertencentes às categorias soció-


profissionais de status mais elevado praticam
todas as modalidades com excepção da
Sociabilidade Local. Esta modalidade é mais
praticada pelo operariado.
 O respetivo estudo concluí que os lazeres
associados à convivialidade noturna – ir comer
fora, ir a discotecas etc. e e a formas de cultura
cultivada – ir a bibliotecas e exposições etc.
são mas frequentes em meios urbanos (Áreas
Metropolitanas de Lisboa e Porto).

 Por outro lado os lazeres ligados à frequência


de associações recreativas e participação em
festas populares estão mais presentes nos
Açores, Região do Norte, Centro e Alentejo.
 Com base no estudo de Luisa Schmidt “Jovens
em «overdose» mediática” (1994) pode-se
concluir dois fatores principais:

 1) Dedicação à TV progressivamente
crescente versus fraca assistência a
espectáculos públicos, incluindo o cinema.

 2) O convívio informal com os amigos em


detrimento da participação nas redes
organizadas.
 Segundo o estudo “Impacto da Crise no Bem-estar
dos Portugueses” realizado pela SEDES – Associação
para Desenvolvimento Económico e Social em 2012
conclui-se que:

 Nos lares portugueses, os “cortes” começam pelas


actividades de lazer (cerca de 32%).

 Cerca de 25% do total da amostra assume ter


reduzido o tempo dedicado ao lazer. Os
desempregados e os que antecipam vir a sê-lo são
quem mais reduziu o tempo dedicado a atividades
desta natureza (33% e 35%, respetivamente).
 O tempo surge como resultado de uma
construção social, constituída e constitutiva de
relações sociais. Enquanto expressão de um
modo de representar e pensar a organização
social, o significado social do tempo está
longe de ser neutro, nele reside uma forma de
quantificar, mas também de qualificar, ou seja,
de atribuir valor às atividades humanas.

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