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 Direito Comercial 

Orientações para a realização da actividade formativa n.º 3

Os elementos que deverão ser considerados e desenvolvidos pelas/pelos estudantes


nas respostas às questões colocadas são os seguintes:

António, 25 anos, é casado com Carla. Na sequência de uma doença que desenvolveu
durante a adolescência adquiriu uma deficiência visual. Apesar de uma certa
oposição da mulher, António pretende constituir um Estabelecimento Individual de
Responsabilidade Limita.

Só pode adquirir a qualidade de comerciante quem tem capacidade para praticar actos
de comércio (artigos 7.º e 13.º/Código Comercial).
Dependendo do tipo e da gravidade da deficiência visual, António pode estar numa
situação em que não consegue governar a sua pessoa e os seus bens, pelo que pode
estar sujeito a uma medida de inabilitação ou interdição de exercício de direitos
(artigos 138.º e 152.º do Código Civil). Esta incapacidade pode ser suprida por tutela
ou curadoria (artigos 143.º e 153.º do Código Civil).

Adelaide e António pretendem constituir uma sociedade comercial por quotas para
se dedicarem à venda de brindes. Tendo em conta as reduzidas poupanças que têm,
os sócios querem criar a sociedade comercial com um capital social inicial de 500€,
sendo a entrada de Adelaide integralmente realizada em indústria.

O capital social das sociedades por quotas pode ser livremente fixado pelos sócios (cfr.
artigo 201.º/CSC, conforme a redacção introduzida pelo artigo 1.º do Decreto-Lei n.º
33/2011, de 7 de Março).
As sociedades por quotas não admitem contribuições em indústria (artigo 202.º, n.º
1/CSC).

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Paulo e Quaresma pretendem constituir uma sociedade comercial por quotas, tendo
sido acordado o diferimento, para 2016, de metade da entrada de Quaresma no
capital social da sociedade.

As entradas no capital social podem ser diferidas se isso estiver previsto no contrato da
sociedade e se for permitida por lei (cfr. artigos 26.º, n.º 1 e 203.º, n.º 1 do Código das
Sociedades Comerciais). O montante da parte diferida pode ser livremente
estabelecido, mas deve constar do contrato da sociedade (artigo 199.º, al. c) do Código
das Sociedades Comerciais) e deve ser pago em data certa ou facto certo, podendo ser
exigido cincos anos após a celebração do contrato de constituição da sociedade (cfr.
artigo 203.º, n.º 1 do Código das Sociedades Comerciais).

Fernanda e Guilhermina constituíram uma sociedade civil, tendo adoptado o tipo de


sociedade por quotas. Esta sociedade foi regularmente constituída? Pode ser
qualificada como comerciante?

O artigo 1.º, n.º 4 do Código das Sociedades Comerciais permite que as sociedades
civis adoptem um dos tipos de sociedades comerciais. E, em consequência, ser-lhes-á
aplicável o Código das Sociedades Comerciais. No entanto, não podem ser qualificadas
como comerciantes, uma vez que, nos termos do artigo 13.º do Código Comercial, só
as sociedades comerciais podem ser comerciantes.

Daniela adquiriu a quota de Eduarda na sociedade «Daniela & Eduarda, Limitada».


Agora pretende a transformação desta sociedade numa sociedade unipessoal por
quotas.

Nos termos do artigo 219.º do Código das Sociedades Comerciais, nas sociedades por
quotas, a cada sócio só fica a pertencer uma quota. As quotas que os sócios venham a
adquirir posteriormente podem ser unificadas, nos termos dos n.os 4 e 5 do artigo
219.º. Caso só reste um sócio, a sociedade poderá efectivamente ser transformada
numa sociedade unipessoal por quotas, nos termos do artigo 270.º-A e seguintes do
Código das Sociedades Comerciais.

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Anabela e Bernardino pretendem constituir uma sociedade comercial por quotas e


até já decidiram a firma que irão adoptar – «Anabela e Bernardino, Comércio e
Serviços, SGPS» -, a qual lhes parece moderna e por isso muito atractiva.

Uma vez que os sócios pretendem constituir uma sociedade comercial por quotas, não
poderão utilizar a expressão «SGPS» na firma (cfr. artigos 10.º e 200.º do Código das
Sociedades Comerciais; artigo 32.º e seguintes do Registo Nacional de Pessoas
Colectivas), pois esta é uma abreviatura para «sociedades gestoras de participações
sociais», pelo que apenas poderá integrar a firma das sociedades que tenha por
objecto social a gestão de participações sociais noutras sociedades (cfr. Decreto-Lei n.º
495/88, de 30 de Dezembro). Embora dependendo em concreto da análise do objecto
social da sociedade comercial, parece que a expressão «comércio e serviços» é
também susceptível de questionamento, uma vez que é muito generalista e não dá
indicações sobre a actividade comercial prosseguida.

Anabela e Bernardino pretendem criar uma sociedade comercial por quotas mas
ainda não decidiram, em concreto, a actividade comercial a que se irão dedicar, pelo
que redigiram um contrato de sociedade no qual não colocaram qualquer referência
à actividade que a sociedade pretende prosseguir, para ficarem com todas as opções
em aberto. Em qualquer caso, e como têm escrito muitas obras científicas na área de
Direito, estão a pensar em começar a sua actividade comercial com a edição desses
trabalhos científicos.

Nos termos dos artigos 9.º e 11.º do CSC, no contrato de sociedade deve constar o
objecto social que a sociedade comercial se propõe prosseguir, sob pena de nulidade
(cfr. artigo 42.º/CSC). Se nada impede que a sociedade se proponha realizar diferentes
actividades, não é possível não fazer qualquer menção no contrato de constituição da
sociedade às actividades a desenvolver.
A primeira actividade que os sócios se propõem efectuar, a edição das suas obras
científicas, não é comercial, tal como resulta do artigo 230.º, §3.º do Código Comercial.

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Apesar de não terem constituído qualquer sociedade comercial, Jaime e Luís utilizaram a
firma «Jaime & Luís, Lda.» para praticar actos de comércio. Qual é o tipo de
responsabilidade que têm pelas dívidas contraídas?

De acordo com o artigo 36.º do Código das Sociedades Comerciais, os indivíduos que
criarem a falsa aparência de que existe entre eles um contrato de sociedade,
respondem solidária e ilimitadamente pelas dívidas contraídas.

Hélder não é sócio da sociedade “Hélder, Inês & Companhia”, mas permitiu a
utilização do seu nome na firma. Pode ser responsabilizado por dívidas comerciais da
sociedade?

Sim. O artigo 177.º, n.º 2 do Código das Sociedades Comerciais estabelece que quem,
não sendo sócio de uma sociedade em nome colectivo, permitir a utilização do seu
nome na firma, ficará sujeito ao mesmo tipo de responsabilidade que os restantes
sócios. Ou seja, neste caso, terá uma responsabilidade subsidiária, solidária e ilimitada
(cfr. artigo 175.º, n.º 1 do Código das Sociedades Comerciais).

Um ano após a constituição da sociedade «Nuno & Companhia», Odete tornou-se


sócia da referida sociedade. Ela poderá ser responsabilizada por uma dívida
contraída pela sociedade três meses antes de se tornar sócia?

Nos termos do artigo 175.º, n.º 2 do Código das Sociedades Comerciais, o novo sócio
responde pelas obrigações contraídas pela sociedade antes do seu ingresso.

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António, de 16 anos, gerente da sociedade comercial «Stand de Automóveis do


Bento, Lda.», invocando a qualidade de comerciante, vendeu o seu automóvel a
Carlos, para que este possa exercer a actividade comercial.

Nos termos do artigo 122.º do Código Civil, António é menor. Por isso é considerado
incapaz para o exercício de direitos. As excepções a essa incapacidade constam do
artigo 127.º
Os menores podem emancipar-se, pelo casamento, nos termos do artigo 132.º e 133.º
do Código Civil, adquirindo, assim, plena capacidade para o exercício dos seus direitos.
Embora não seja unânime, parte da doutrina considera que o exercício da profissão de
comerciante não está incluído na al. c) do n.º 1 do artigo 127.º do Código Civil, pois
não tendo o menor a livre disposição de bens, a aceitação do exercício do comércio
representaria um grave risco para terceiros.
O gerente não é comerciante, uma vez que não exerce o comércio em nome próprio (o
que é exigido pelo artigo 250.º do Código Comercial), pelo que não preenche a
previsão do artigo 13.º, n.º 1 do Código Comercial, o qual estabelece que só são
comerciantes as pessoas que fazem do comércio profissão, sendo que esta exige uma
prática continuada, por conta própria e com um mínimo de organização. Para além
disso, o gerente não pode promover actividade concorrente à da sociedade para a qual
exerce a profissão de gerente (cfr. artigo 253.º do Código Comercial).

Juvenal e Zacarias constituíram uma sociedade comercial por quotas. Se no futuro a


sociedade decidir fazer um aumento do capital social, a Marlene poderá participar?

A resposta depende da modalidade do aumento do capital social: em caso de novas


entradas em dinheiro ou bens, Marlene poderá participar, se os sócios não exercerem
o direito de preferência de que gozam (artigo 266.º/CSC); se o capital social for
aumentado através da incorporação de reservas, apenas irá aumentar a participação
de cada sócio (artigo 92.º, n.º 1/CSC), o que irá excluir Marlene.

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Rui, Silvina e Tomás constituíram uma cooperativa de consumo através de um


documento escrito, o qual não foi objecto de reconhecimento notarialmente. Como
eram os únicos cooperantes, cada um deles entrou com 1.000 euros para o capital
social e estabeleceram no contrato de constituição que não seriam admitidos mais
cooperantes e que eles não poderiam vender a sua parte no capital social da
cooperativa.

Um dos princípios fundamentais do cooperativismo é o da adesão voluntária e livre, o


qual está estabelecido no artigo 3.º do Código Cooperativo, pelo que não é possível
estabelecer as limitações indicadas na questão. Os estatutos podem prever as
condições de admissão, suspensão, exclusão e demissão dos cooperantes (cfr. artigo
15.º, n.º 2, al. a) do Código Cooperativo), mas não podem impedir a adesão, nem a
demissão.
O capital social das cooperativas deve ser constituído por um montante não inferior a
2.500 euros (cfr. artigo 18.º, n.º 2 do Código Cooperativo), sendo que a entrada
mínima de cada cooperante não pode ser inferior a três títulos de capital, os quais
deverão ter um valor mínimo de 5 euros ou um seu múltiplo.
As cooperativas de consumo podem ser constituídas por escrito particular, conforme
resulta do artigo 10.º, n.º 1 do Código Cooperativo.
O regime jurídico das cooperativas de consumo foi aprovado pelo Decreto-Lei n.º
522/99, de 10 de Dezembro.

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