Foi na índia que as rejeições ao mundo e o asceticismo iniciou-se e desenvolveu de
forma mais forte Ascetismo: renuncia do mundo, ação desejada por Deus, individuo como instrumento, age para dentro do mundo Misticismo: Possessão contemplativa do sagrado, individuo como recipiente do divino, fuga do mundo (fuga contemplativa do mundo), individuo deve estar calado de sorte a que deus possa falar O contraste entre essas duas diminui se o ascetismo se limitar a controlar e superar a malignidade da criatura na própria natureza do agente, evitando qualquer ação nas ordens do mundo (fuga ascética do mundo) O contraste também pode ser reduzido se o místico contemplativo não chega a conclusão que deve fugir do mundo, mas permanece nas ordens do mundo (misticismo voltado para o mundo) O místico se coloca a prova contra o mundo, de forma humilde, minimizando a ação (para este, a conduta voltada para o mundo do ascético é uma participação nos processos do mundo, com uma hipocrisia complacente) para este, o que importa para a salvação é apenas a compreensão dos significados das coisas do mundo O ascetismo já se prova através da ação (para este, a conduta do místico é um gozo indolente do eu) o asceticismo executa as posições divinas cujo final é oculto Todas as religiões que prometem libertação do sofrimento buscariam obtê-lo através da racionalização O objetivo racional das religiões redentoras é assegurar um estado sagrado ao que é salvo, e assim o habito que garante salvação A tensão foi maior quanto mais a religião se tenha sublimado do ritualismo, no sentido de absolutismo religioso A primeira força com a qual as comunidades religiosas das profecias de salvação entraram em conflito foi a família Comunidades religiosas criadas: Dualismo da moral do grupo e dos grupos exteriores; reciprocidade interna, o que me fizeres eu te farei Assim, a religiões da fraternidade sempre se chocou com as ordens e valores deste mundo, quanto mais coerentes fossem levadas as ordens, maiores os choques. Conflito, tensão entre forças econômicas e o acosmismo das religiões da salvação Quanto mais racional o capitalismo, menos acessível é a relação entre este e a ética religiosa de fraternidade (exemplo de relações pessoais entre senhor e escravo e entre hipotecas e devedores de banco) O catolicismo sempre foi veementemente contra o lucro e o apego ao dinheiro Nenhuma religião de salvação autentica superou a tensão entre sua religiosidade e uma economia nacional Entretanto, existe a contradição que o ascetismo religioso muitas vezes criou a riqueza que negava. Exemplo dos templos e mosteiros Houve apenas dois caminhos para fugir as tensões entre religião e economia: O puritanismo, por meio da racionalização econômica, entendendo a mesma como imperfeita, mas nos planos de Deus. Assim, nota-se também que a salvação já não estava mais ao alcance do homem. O misticismo também foi outra forma por que a tensão pode escapar: ele não se importa com a sua pessoa. É uma fuga singular deste mundo, na forma de uma dedicação sem objeto a todo. “prostituição sagrada da alma” Tensão entre politica e religião outrora não existia quando as religiões eram locais. Todavia, quando surgiram religiões universais, monoteístas, pautadas na fraternidade, conforme a politica ia se racionalizando, iniciaram-se os conflitos. O aparato burocrático administra suas questões, inclusive as punições, de forma racional, sem se preocupar com as subjetividades das pessoas. O estado burocrático é assim menos pessoal do que as organizações patriarcais do passado. Antes se baseava nas obrigações de piedade e se analisava o mérito do caso concreto a parte. O estado possui o monopólio legitimo da violência, e não pode ser definido de outra forma. Quanto mais racional a política, menos ética. Inclusive, quando ambas – politica e religião – se racionalizam, o conflito tbm existe haja vista que a guerra, por exemplo, cria uma tremenda sensação de união e comunidade, sacrifício e etc. A religião só demostra realizações comparáveis nas comunidades heroicas que professam uma ética da fraternidade Somente os que morrem em sua vocação estão na mesma situação do soldado que morre na guerra Como na economia, existem apenas dois meios de fuga dessa tensão: Os puritanos interpretam que os mandamentos devem ser impostos ao mundo das criaturas pelos meios desse mundo, ou seja, a violência. O mundo está sujeito a violência, essas seriam assim barreiras que resistem à obrigação de fraternidade no interesse da causa de deus. Já o misticismo com seu não resistir ao mal e com a máxima de voltar a outra face ele é carente de dignidade de acordo com a ética mundana do heroísmo. Alheia-se do estigma da violência de que nenhuma ação politica pode fugir Toda religião de salvação tem obrigação de salvar os seus, para isso impõe-se cruzadas. As únicas guerras plausíveis. Assim, deve-se obedecer a Deus antes do homem, e por isso guerras seculares não são aceitas. Assim, cria-se uma separação entre o religioso e o politico (de a Cezar oq é de cezar) Existência racional da fraternidade, que difere do amor mistico e acósmico = ética social orgânica Não é aceitável peça ética social orgânica que o sagrado esteja acessível somente a alguns. Para sintetizar isso criam-se estratificações por estamentos por qualificações carismáticas. Assim, certas tarefas seriam atribuitas a certos indivíduos e grupos de acordo com seu carisma pessoal e posição social e econômica, determinadas pelo destino, tal medida seria uma concessão relativa com fim a salvar o maior numero de pessoas (??? Perguntar pra professora) para eles, tanto o ascetismo como o misticismo condenam em ultima analise o mundo social a absoluta falta de sentido. O racionalismo das doutrinas religiosas e orgânicas da sociedade busca compreender o mundo como um cosmo relativamente racional. A pesar da maldade, o mundo é considerado como portador de traços do plano divino de salvação Poderia surgir assim uma rejeição da ação racional-objetiva e daí toda relação em termo de meios-fins pois consideradas como coisas mundanas e por isso estranhas a deus (ex. parábola bíblica dos lírios do campo até a formulação do budismo) Ética orgânica da sociedade é um poder conservador e hostil a revolução, entretanto, há exeçoes. A situação revolucionária pode assumir duas formas: Opor um direito natural absoluto e divino às ordens criaturais, malignas e empíricas do mundo, obedecer a deus e sua ordem, por fim empreendendo cruzadas. No místico é em relação à passagem da possa de Deus para a posse por Deus. Isso é possível quando as expectativas escatológicas flamejam. O místico transforma-se então num salvador e profeta. Os mandamentos que ele anuncia entretanto não tem caráter racional. Produtos do seu carisma são revelações concretas e rejeição radical do mundo. Anomismo radical ganha força. Os mandamentos do mundo (portando políticos) não são validos para o homem imbuído por deus. ESFERA ESTÉTICA: A ética religiosa da fraternidade situa-se em tensão dinâmica com qualquer comportamento consciente-racional que siga suas próprias leis mas também ocrre tensão com as forças deste mundo não racionais. A religiosidade magica está numa relação muito intima com a esfera estética (a religião quase sempre usou fontes artísticas e estéticas, imagens, músicas, arquiteturas) Entretanto, para a ética religiosa da fraternidade, tal como para um rigorismo ético a priori, a arte como veiculo de efeitos mágicos não só tem pouco valor como é até mesmo suspeita. De tal sorte que a religiosidade frente a evolução da lógica inerente da arte formaram uma relação cada vez mais tensa. As religiões de salvação focavam apenas o significado e não a forma em si das coisas A arte assumiria uma função de salvação neste mundo; por exemplo, da rotina da vida cotidiana e pressões do racionalismo teórico e pratico. Daí iniciaria-se uma competição com a religião salvadora. A tensão se daria, por exemplo, na transformação de julgamentos morais em julgamentos de bom ou mau gosto, do moral vs estético. Ao místico também a arte é ameaçadora. Sua preocupação com a estética, sua idolatria as formas, seria concorrente, um embelezamento enganoso, as imagens e alegorias dos assuntos religiosos seria uma blasfêmia. Entretanto, também se estabeleciam alianças, por exemplo quando a religião queria se voltar a massa. Mas todas as religiões virtuosas autenticas continuavam tímidas frente a arte , Quanto mais a religião ressaltou a supramundanidade de seu Deus, ou a ultramundanidade da salvação, tanto mais duramente rejeitada foi a arte ESFERA ERÓTICA A ética fraternal da religião de salvação está em tensão profunda com a maior força irracional da vida: o amor sexual. Embora antigamente o amor sexual e a religião tivessem relações bem próximas, a tensão iniciou-se sobretudo com a castidade dos sacerdotes, depois disso, as religiões proféticas, bem como as ordens de vida controladas pelos sacerdotes, regulamentavam as relações sexuais em favor do matrimonio. A salvação por meio de um amor maduro compete, da maneira mais aguda possível, com a devoção a um deus supramundano, com a devoção a uma ordem de Deus eticamente racional, ou com a dedicação de um anseio místico de individuação, que só parece genuíno à ética da fraternidade. Tbm se considera o sexo como irracional frente ao ascetismo racional, cria-se o medo de um deslizar do reino místico de deus para o reino demasiado-humano. Essa afinidade psicológica aumenta naturalmente o antagonismo dos significados interiores entre o erotismo e a religião Do ponto de vista de qualquer ética religiosa da fraternidade, a relação erótica deve manter-se ligada, de forma mais ou menos requintada, à brutalidade. Inevitavelmente, essa relação é considerada como de conflito. A relação constitui o gozo sofisticado de si mesmo no outro. Todas as uniões eróticas se baseiam numa destinação misteriosa de um para o outro, e se sai legitima num sentido amoral. Mas para a religião da salvação esse destino seria apenas o incêndio tortuito da paixão. Aos olhos dessa ética, o mais sublime erotismo éoposto a toda fraternidade orientada religiosamente. Deve ser subjetiva e incomunicável. Além do mais, essa paixão é vista como perda indigna do autocontrole e orientação do sentido de racionalidade e sabedoria exigidos por deus ou da posse mística da santidade. Para o ascetismo racional (protestante) o sexo também deve ser racional, dentro do matrimonio, sendo vetado a paixão, já no ascetismo de fuga do mundo (monges) é rechaçado qualquer tipo de erotismo como tentação diabólica ESFERA INTELECTUAL Um reconhecimento profundo e mutuo entre a religião e a especulação metafisica é possível, embora possa gerar ceticismo; a religião considera a pesquisa empririca, inclusive a ciência natural, mais conciliável com os interesses religiosos do que a filosofia (sobretudo o protestantismo ascético) A tensão se da mais fortemente quando o conhecimento leva ao desencantamento do mundo. Assim, se observando que a racionalização intelectual levava ao anti- religiosismo e sobretudo a contestação dos sacerdotes, em inúmeros casos os mesmos tentaram controlar a educação. Na verdade, toda religião em tomou posição diferente em relação ao intelectualismo. A tensão sempre foi entre as formas diferentes de se ver o mundo. Não há nenhuma religião que não exija o sacrifício do intelecto em algum ponto A religião redentora defende-se do ataque do intelecto baseada em princípios e formulando a pretensão de que o conhecimento religioso se move em outra esfera e natureza do intelectual. A religião pretende oferecer um significado ao mundo e não um conhecimento intelectual relativo ao que é ou deveria ser. O sentido do mundo para religião é através do carisma da iluminação que só é transmitido aos que usam da técnica religiosa e se livrem das substituições enganosas e errôneas do intelectualismo. Tem-se a justificativa dos problemas mundanos (sofrimento, desigualdade, morte) como fonte dos pecados e atrelados ao mundo.
Entre a fé e a política: Participação dos evangélicos no processo político-eleitoral: Reflexões sobre a legitimidade, abuso de poder e ética cristã na esfera pública