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Objetivos de aprendizagem
PLANO DE ESTUDOS
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TÓPICO 1 – GERENCIANDO O PROJETO E
T
O
TÓPICO 2 – A VIABILIDADE DE UM PROJETO S
EMPRESARIAL E
M
TÓPICO 3 – OS RISCOS DE UM PROJETO P
R
EMPRESARIAL E
S
A
TÓPICO 4 – OS CUSTOS DE UM PROJETO R
EMPRESARIAL I
A
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UNIDADE 2
TÓPICO 1
GERENCIANDO O PROJETO
1 INTRODUÇÃO
Todo projeto empresarial é composto por restrições, ou seja, por fatores que irão delinear
ou guiar as atividades a serem executadas pela equipe responsável pelo mesmo. Heldman
(2005, p. 21) afirma que “as principais restrições, chamadas de “restrições tríplices”, são: tempo,
recursos (custos) e qualidade, e ainda acrescenta a satisfação do cliente como um fator-guia
imprescindível para o acompanhamento do bom andamento do projeto”.
As restrições tríplices se tratam das principais restrições que podem ocorrer no andamento
de um projeto empresarial. São elas: o tempo, os recursos disponíveis e a qualidade do projeto.
com o cronograma do projeto empresarial, para que seja possível delimitar as datas limites de
entrega de cada etapa do projeto.
Ç ÃO!
ATEN
• Tendência do fenômeno está relacionada ao desenvolvimento que se dará caso não haja
qualquer ação sobre o problema percebido.
Para cada uma das variáveis da análise GUT deve ser respondida uma escala de cinco
pontos.
1- Dano mínimo.
2- Dano leve.
3- Dano regular.
4- Grande dano.
5- Dano gravíssimo.
1- Desaparece.
2- Reduz-se ligeiramente.
3- Permanece.
4- Aumenta.
5- Piora muito.
P
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A!
T NOT
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2. Dá-se notas (de 1 até 5) a cada uma das atividades, de acordo com a escala GUT.
Esta análise é de grande ajuda para que se possa gerenciar a restrição temporal, de
maneira a poder listar a ordem de prioridades das atividades a serem executadas.
A técnica PERT aborda três estimativas de duração das atividades, que são: estimativa
otimista, estimativa pessimista e estimativa mais provável. P
R
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• Estimativa otimista: assume que as atividades irão transcorrer de acordo com o que foi E
T
previamente planejado. O
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• Estimativa pessimista: assume que problemas irão ocorrer no andamento do projeto e M
P
representarão o pior dos cenários possíveis de serem previstos. R
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• Estimativa mais provável: assume um equilíbrio entre as estimativas pessimista e otimista, R
I
de forma a representar a duração mais provável de cada atividade. A
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80 TÓPICO 1 UNIDADE 2
A média ponderada destas três estimativas irá gerar o chamado “valor esperado”, que
se trata do tempo previsto para a realização de cada atividade do projeto empresarial.
Vamos supor que você seja o gerente de um projeto onde uma das atividades previstas
se trata do desenvolvimento de um novo sistema de controle de estoques da empresa/
cliente. Você entra em contato com o programador responsável pela atividade e solicita as
três estimativas, e ele afirma que a otimista é de 45 dias, a pessimista é de 120 dias e a mais
provável é de 90 dias.
Assim teremos:
A fórmula PERT deve ser aplicada a cada uma das atividades previstas, no entanto,
apenas àquelas que tenham datas de início e fim definidas, já que as atividades que não
possuem prazos não influenciarão no cronograma do projeto.
A soma do valor esperado de todas as atividades previstas lhe dará o tempo de duração
total do projeto empresarial.
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UNIDADE 2 TÓPICO 1 81
Perceba que neste quadro existem dois caminhos em que as atividades poderão
transcorrer. O caminho superior, composto pelas atividades de número 1-2-3-7, durará cem
dias (soma com base nos números que correspondem à quantidade de dias da atividade
dentro de cada círculo). Já o trajeto inferior 1-4-5-6-7 é o caminho crítico, porque soma 144
dias para seu trajeto completo.
A PDI está relacionada à primeira chance que determinada atividade possui para ser P
R
iniciada. O
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A PDT se trata da PDI acrescida da duração que a atividade terá. O
S
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A UDI se trata do último momento possível para se iniciar a atividade. M
P
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A UDT se trata da UDI somada ao tempo de duração que a atividade exigirá. S
A
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I
Conhecer as atividades e ter noção de seu caminho crítico acarretarão, segundo A
I
Menezes, os seguintes benefícios: S
82 TÓPICO 1 UNIDADE 2
1. Visão de conjunto: podemos enxergar o todo do projeto, suas partes, suas inter-relações,
flancos de atividades, marcar períodos e atividades importantes. Ter melhor noção de
conjunto.
6. Identificação dos elementos críticos: pelas razões explicitadas, por meio da rede
das atividades críticas podemos estabelecer, com clareza, quais serão os elementos –
atividades, prazos e recursos – sobre os quais deteremos mais nossa atenção durante a
execução do projeto. Os gargalos também passam a ser elementos importantes para nossa
programação.
são preenchidos por barras e é possível verificar o tempo que cada atividade terá disponível
para sua realização.
Os Projetos Empresariais são compostos por quatro recursos básicos, que são: gente
(pessoal, mão de obra), equipamentos (material permanente), material de consumo e serviços
de terceiros.
• Gente: são todas as pessoas que estarão envolvidas no projeto. Coordenadores, gerentes,
grupo técnico, grupo administrativo, entre outros, fazem parte deste recurso.
Para Heldman (2005, p. 21), “a qualidade garante que o produto final esteja em
conformidade com os requisitos e a descrição do produto definido durante o processo de
planejamento”.
A restrição na qualidade deve ser guiada por um plano de qualidade que deverá
descrever em detalhes quais os critérios de qualidade a serem utilizados. Tais critérios deverão
estar de acordo com os requisitos de cada projeto.
• Política de qualidade: este critério é desenvolvido pela própria empresa que irá gerenciar
o projeto empresarial e nele constam, segundo Heldman (2005, p. 174), “as instruções
preestabelecidas a respeito dos padrões de qualidade dos projetos”.
• Padrões: os padrões são as regras a serem seguidas, determinadas por cada setor específico
envolvido do projeto empresarial.
P
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O • Regulamentos: segundo Heldman (2005, p. 175), “os regulamentos são compulsórios
J
E e geralmente partem de órgãos do governo, instituições ou empresas com o poder de
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O estabelecer regulamentos dentro do próprio setor”. Ou seja, por serem obrigatórios, os
S
regulamentos podem gerar multas ou penalidades caso a empresa não implemente o que
E
M estiver estabelecido nos mesmos.
P
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S Por exemplo, a construção de uma fábrica deverá seguir padrões de qualidade quanto
A
R à edificação de sua estrutura, para que a mesma ofereça segurança em suas instalações, bem
I
A como, deverá seguir normas impostas por regulamentos estaduais e municipais quanto à sua
I
S localização, impactos ambientais, entre outros.
UNIDADE 2 TÓPICO 1 85
Mesmo que os fatores que compõem a tríplice restrição estejam de acordo com os
objetivos do projeto empresarial, sem a satisfação dos clientes o projeto não terá atingido sua
meta maior.
Desta forma, comunicação e inovação merecem uma abordagem especial como fatores
influenciadores no gerenciamento de um projeto empresarial.
E
De acordo com o dicionário eletrônico Houaiss (2001), comunicação é o ato ou efeito M
de comunicar(-se); 1. ação de transmitir uma mensagem e, eventualmente, receber outra P
R
mensagem como resposta; 1.1. processo que envolve a transmissão e a recepção de mensagens E
S
entre uma fonte emissora e um destinatário receptor, no qual as informações, transmitidas por A
R
intermédio de recursos físicos (fala, audição, visão etc.) ou de aparelhos e dispositivos técnicos, I
A
são codificadas na fonte e decodificadas no destino com o uso de sistemas convencionados I
S
de signos ou símbolos sonoros, escritos, iconográficos, gestuais etc.
86 TÓPICO 1 UNIDADE 2
Nos projetos empresariais, bem como em qualquer outra atividade executada em uma
organização, tanto a comunicação voltada para a realização das tarefas propostas quanto
a comunicação voltada para o bom relacionamento interpessoal entre os indivíduos que
P executarão as atividades devem ser levadas em consideração. Desta forma, é importante
R
O conhecer a composição de um processo comunicativo.
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O O processo comunicativo é composto pelos seguintes elementos: emissor, receptor,
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mensagem, canal de comunicação, código, contexto e ruído.
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R • Emissor: (fonte, transmissor ou remetente) é aquele que envia a mensagem.
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R • Receptor: (destino ou destinatário) é quem receberá a mensagem.
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S • Mensagem: (informação ou sinal) é o conteúdo da informação.
UNIDADE 2 TÓPICO 1 87
• Canal de comunicação: (contato) é o meio por onde a mensagem será transmitida. Por
exemplo: e-mail.
• Código: é o idioma, formas, cores, movimentos etc. que são transmitidos. Para que a
comunicação seja eficaz é preciso que emissor e receptor dominem os mesmos códigos.
• Ruído (ou interferência): é tudo o que modifica ou distorce uma mensagem, gerando uma
barreira para que a comunicação seja efetiva.
Neste processo, a mensagem pode ser expressa de duas maneiras: verbalmente e não
P
verbalmente. A comunicação verbal é representada pelas palavras, podendo ser transmitidas R
O
de forma escrita ou oral. Já a comunicação não verbal envolve expressões faciais, gestos, J
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posturas corporais, entre outros. T
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FONTE: A autora
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P FONTE: A autora
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A O fluxo lateral ou horizontal é quando a informação é trocada entre indivíduos que
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I estão no mesmo nível hierárquico. Representado pelas trocas de informações nos trabalhos
A
I em equipe, por exemplo.
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UNIDADE 2 TÓPICO 1 89
FONTE: A autora
2.2.2 A inovação
A inovação é um requisito fundamental para qualquer projeto empresarial. É ela que dará
o diferencial e agregará vantagem competitiva ao projeto empresarial perante os stakeholders.
Segundo Menezes (2009, p. 7), as vantagens competitivas são compostas por diversos
fatores. Vejamos alguns deles a seguir.
!
ROS
OS FUTU
ESTUD
Quanto à documentação, cada empresa pode criar o seu próprio método de formalização
de gerenciamento, ou fazer uso de alguns métodos disponíveis, adaptando-os às necessidades
e especificidades de cada projeto.
Dentre os métodos mais utilizados é possível citar o PMI – Project Management Institute
(já abordado na Unidade 1), que se trata de um padrão internacional de gerenciamento de
projetos.
Um método muito simples, mas longe de ser simplista, é a Lista de Verificação de Processos
do Projeto, proposta por Heldman (2005). Nestas listas, o autor cita pontos imprescindíveis que
P
R resumem de maneira muito clara e objetiva os principais fatores que precisam de especial
O
J atenção ao se executar o gerenciamento de um projeto. Conheça esta lista:
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S • Lista de Verificação de Processos do Projeto:
E
M
P Esta lista elaborada por Heldman (2005) mostra os documentos a serem criados e
R
E os respectivos processos a serem executados no decorrer do ciclo de vida de um projeto
S
A empresarial. Veja no quadro a seguir.
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A
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UNIDADE 2 TÓPICO 1 91
Supervisiona o desem-
Monitorando o de-
penho do projeto. Pode
sempenho do pro- Monitoração e
Gerente do projeto. demandar atualizações
jeto e executando Controle.
nos documentos de pla-
ações corretivas.
nejamento do projeto.
O gerente do projeto
solicita ao gerente fi-
Fechar os registros nanceiro o encerramen-
Gerente do projeto e
das contas e finali- to das contas do projeto Fechamento.
gerente financeiro.
zar os contratos. para que nenhum outro
custo incorra no orça-
mento do projeto.
Descreve os problemas
tratados ou as informa-
Lista de verifica- ções sobre o produto
ção de implemen- Gerente do projeto. ou serviço do projeto a Fechamento.
tação. serem submetidas aos
departamentos internos
ou ao cliente.
Documenta os proces-
sos, comunicações etc.
que funcionaram bem.
Também documenta as
Gerente do projeto, coisas que não funcio-
com participação naram bem, para que Monitoração,
Documento de li-
dos stakeholders e elas não sejam repeti- Controle e Fe-
ções aprendidas.
dos integrantes da das em projetos futuros chamento.
equipe do projeto. e, se for conveniente,
as inclui nos processos
ou modelos-padrão da
empresa para o geren-
ciamento de projetos.
Garante a aceitação do
Obter aprovação
produto ou serviço do
e enviar uma no-
projeto e notifica todas
tificação formal Gerente do projeto. Fechamento.
as partes de que o pro-
de fechamento do
jeto está oficialmente
projeto. P
encerrado. R
O
Fornece informações J
Gerente do projeto,
para a melhoria do de- E
com participação T
Feedback do pro- sempenho em projetos O
dos stakeholders e Fechamento.
jeto. futuros. Pode ser inclu- S
dos integrantes da
ído no documento de E
equipe do projeto. M
lições aprendidas. P
R
Arquiva os registros do
Arquivar documen- E
Gerente do projeto. projeto para referência Fechamento. S
tos do projeto. A
futura. R
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94 TÓPICO 1 UNIDADE 2
LEITURA COMPLEMENTAR
GERÊNCIA: FATORES CRÍTICOS DE SUCESSO
Iria Luppi
Pode-se chamar de bem-sucedido aquele projeto que foi desenvolvido dentro das
expectativas de tempo, custo e qualidade, além de o cliente ter ficado satisfeito e o moral
da equipe ter se mantido alto.
• Gerência competente.
P
R • Equipe competente.
O
J • Planejamento e controle adequados.
E
T • Inexistência ou neutralização antecipada de itens de alto risco.
O
S • Atenção especial às ferramentas gerenciais mais estratégicas.
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M
P
O gerente do projeto, ou equivalente, é o principal responsável pelo projeto. Esta
R
E
responsabilidade não deve ser repartida com nenhum outro profissional e o gerente do projeto
S
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deve ter a competência, habilidade para “tocar” projetos, experiência, treinamento e tempo
R
I
disponível. Geralmente este item é considerado o mais importante, tendo os restantes o mesmo
A nível de importância, mas em um patamar inferior.
I
S
UNIDADE 2 TÓPICO 1 95
Uma equipe competente, experiente, treinada e com tempo disponível dará ao gerente
do projeto a segurança de que o produto/serviço será desenvolvido dentro dos parâmetros da
qualidade e ele não necessitará dedicar muito do seu precioso tempo à gerência do produto
e, sim, à gerência do trabalho. Particularmente em grandes projetos, este aspecto é crucial,
visto existir aqui uma maior necessidade de o gerente consumir o seu tempo com aspectos
de gerência do trabalho (prazos, custos, compras, recebimento de material e problemas
relacionados com pessoal).
Um projeto necessita de planos, sem os quais ficará à deriva e, pelo mesmo motivo,
deve existir um controle da execução. Parece óbvio, mas muitas empresas do Brasil nunca
fizeram um único plano sequer. Além disso, o planejamento deve ser adequado às proporções
do projeto. Para o desenvolvimento de um pequeno aplicativo, baseado em uma planilha
eletrônica, de duração menor que um mês e envolvendo uma única pessoa executora e um
único cliente, certamente um plano ultrassimplificado é suficiente. Já o desenvolvimento de
um aplicativo complexo, sem similar no mercado, e que envolva diversos clientes, necessitará
de um planejamento e de um controle bastante sofisticados.
Não se pode continuar um projeto para o qual não existe a possibilidade de se eliminar
um item de alto risco. Alto risco significa a possibilidade de atrasos e aumento de custos
inaceitáveis. Um dos fatores para o sucesso do projeto é a inexistência de itens de alto risco
ou, caso existam, que sejam estabelecidas as contramedidas para anulá-los e que isso ocorra
em prazos que não comprometam o projeto. Portanto, aqueles itens de alto risco e suas
contramedidas exigem uma atenção muito especial.
FONTE: LUPPI, Iria. Gerência: fatores críticos de sucesso. Oficina da Net. Rio Grande do Sul, 8 ago.
2009. Disponível em: <http://www.oficinadanet.com.br/artigo/1942/gerencia_fatores_criticos_
de_sucesso (2009)>. Acesso em: 10 ago. 2011.
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96 TÓPICO 1 UNIDADE 2
RESUMO DO TÓPICO 1
Sendo que:
• Sobre as restrições de recursos, falou-se sobre seus principais componentes, que são: gente,
equipamentos, materiais e verba.
• Já sobre as restrições de qualidade, abordamos seus principais critérios, que são: política
de qualidade, padrões e regulamentos.
• Quanto à comunicação, deu-se uma introdução ao assunto, que será aprofundado na próxima
unidade deste caderno.
E
M • Quanto à inovação, focamos as vantagens competitivas que a mesma resulta ao ser aplicada
P
R
em um projeto, compondo a vantagem competitiva que o mercado exige de uma empresa
E
S
na atual conjuntura.
A
R
I • Finalmente, abordamos algumas ferramentas e métodos de verificação e acompanhamento
A
I mais conhecidos e utilizados em projetos empresariais, destacando-se a Lista de Verificação
S
de Processos do Projeto, criada por Heldman (2005).
UNIDADE 2 TÓPICO 1 97
ID ADE
ATIV
AUTO
1 GUT é uma ferramenta muito utilizada para definir prioridades entre diversas atividades
que precisam ser executadas. Exercite a ferramenta GUT, respondendo as questões
a seguir:
_____________________________________________________________________ E
M
_____________________________________________________________________ P
R
_____________________________________________________________________ E
S
_____________________________________________________________________ A
R
_____________________________________________________________________ I
A
I
S
98 TÓPICO 1 UNIDADE 2
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
c) Liste as atividades que você pretende realizar nos próximos seis meses e aplique a
ferramenta de análise GUT.
G U T
Problemas G.U.T.
Gravidade Urgência Tendência
P
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T __________________________________________________________________
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S _________________________________________________________________
E _________________________________________________________________
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E _________________________________________________________________
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A _________________________________________________________________
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UNIDADE 2
TÓPICO 2
A VIABILIDADE DE UM
PROJETO EMPRESARIAL
1 INTRODUÇÃO
Uma pergunta que pode estar em sua mente a essa altura de seus estudos é: como
avaliar se um determinado projeto empresarial é, realmente, possível de ser realizado?
2 VIABILIDADE
• Dados existentes: que são aqueles disponíveis de operações semelhantes e que já foram
anteriormente realizadas.
• Escopo, objetivo e premissas: que se tratam dos fatores abordados na proposta inicial do
projeto empresarial.
• Esboço de estratégia: respondendo questões como: o que, quando, onde, como e por
quem serão realizadas estas estratégias.
NOT
A!
Know-how = saber fazer.
Joint ventures = associação de empresas que visam o lucro sem
que qualquer uma delas perca sua identidade jurídica.
3. Corpo do relatório:
- Sumário.
- Lista de anexos e demonstrativos.
- Termos de referência.
- Relato detalhado de investigações para cada aspecto do estudo.
4. Conclusões:
- Conclusões relativas à viabilidade, consequência, benefícios, custos prováveis, problemas
previstos, perigos e possibilidades de fracasso em alguma área, avaliação de probabilidades
de sucesso e alternativas possíveis.
5. Recomendações:
- Recomendações para prosseguir.
- Duração proposta do projeto.
- Como prosseguir.
- Esboço dos objetivos para cada área do projeto.
- Recursos que serão requeridos.
- Financiamento do projeto.
- Administração e pessoal.
- Estrutura para o controle e revisão do projeto.
- Propósito e objetivos dos cargos-chave.
6. Anexos e demonstrativos:
- Principais diagramas dos eventos propostos no projeto.
- Cópias de dados relevantes.
- Mapas, diagramas, tabelas etc.
- Esboço de descrições de função para pessoal-chave.
- Estimativas financeiras e previsão de fluxo de caixa.
- Avaliação de ameaças e riscos.
FONTE: Keeling (2006, p. 60)
LEITURA COMPLEMENTAR
CICLO DE VIDA DE PROJETOS DE TERCEIRO SETOR
P
R
O Alexandre Centini
J
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T
O O ciclo de vida de um projeto, segundo o PMBOK 4ª Edição, “consiste nas fases do
S
mesmo que geralmente são sequenciais e que às vezes se sobrepõem, cujo nome e número
E
M são determinados pelas necessidades de gerenciamento e controle da(s) organização(ões)
P
R envolvidas, a natureza do projeto em si e sua área de aplicação”.
E
S
A
R Partindo do pressuposto de que a natureza de um projeto do Terceiro Setor, em si, é
I
A diferente da do Segundo Setor, podemos entender que o ciclo de vida de um projeto do Terceiro
I
S Setor, em sua estrutura genérica, terá características diferentes dos projetos empresariais,
UNIDADE 2 TÓPICO 2 103
como, por exemplo, um maior esforço na fase de iniciação, pois nessa fase há uma discussão
mais ampla sobre o escopo e as finalidades do projeto entre as várias entidades patrocinadoras
e executoras, exigindo uma negociação prévia quanto ao(s) “entregável(is)” do projeto a ser
desenvolvido.
Como todos os projetos têm um início e fim definidos, o que diferencia os projetos
sociais, de sustentabilidade e de responsabilidade social (Terceiro Setor) dos empresariais
(Segundo Setor) é a variação dos “entregáveis” e as atividades que os compõem, conforme
as comparações abaixo. (MARINO; CACELLIER, 2003):
• Nos projetos sociais não há um produto ou serviço a ser vendido para clientes e consumidores
dispostos a pagar um preço pelo benefício oferecido. O “entregáveis” normalmente é um
produto ou serviço que atingirá uma população ou comunidade específica que possui
necessidades sociais, como saneamento básico ou educação, para citar dois exemplos. Nos
projetos empresariais o resultado é um produto a ser oferecido a um mercado consumidor
disposto a desembolsar uma determinada quantia para adquiri-lo.
• A viabilidade e o retorno obtido com projetos sociais não podem ser expressos em valores
econômico-financeiros através de índices de payback ou ROI, como nos projetos empresariais.
O que determina sua viabilidade é a possibilidade de satisfazer uma necessidade social
específica de certa parcela da população.
• Nos projetos empresariais é muito comum a entidade executora ser também a patrocinadora
ou responsável pela inversão dos investimentos necessários para a execução do projeto. Nos
projetos sociais a executora normalmente busca uma entidade patrocinadora para angariar
os recursos necessários à execução do projeto.
• Os projetos empresariais possuem um tempo de vida mais curto, pois após seu encerramento,
o produto ou serviço é transferido para a operação, comercialização ou utilização, o que
constitui uma atividade de gerenciamento empresarial típica. Já nos projetos sociais, as
atividades posteriores ao desenvolvimento do produto ou serviço passam a integrar um P
R
portfólio de serviços da instituição ou disseminadas como tecnologia de intervenção social O
J
para outras instituições públicas ou privadas. E
T
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S
FONTE: CENTINI, Alexandre. Ciclo de vida de projetos de terceiro setor. O gerente. Disponível em:
<http://ogerente.com.br/rede/projetos/projetos-sociais>. Acesso em: 10 ago. 2011. E
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104 TÓPICO 2 UNIDADE 2
RESUMO DO TÓPICO 2
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UNIDADE 2 TÓPICO 2 105
IDADE
ATIV
AUTO
_____________________________________________________________________ E
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_____________________________________________________________________ P
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____________________________________________________________________ E
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____________________________________________________________________ A
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____________________________________________________________________ I
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106 TÓPICO 2 UNIDADE 2
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UNIDADE 2
TÓPICO 3
OS RISCOS DE UM PROJETO
EMPRESARIAL
1 INTRODUÇÃO
Todo e qualquer projeto está sujeito a se deparar com uma infinidade de perturbações
provenientes de diversos pontos, como: o mercado, as políticas organizacionais, as tecnologias
emergentes etc. Tais perturbações são classificadas como riscos ou incertezas.
Desta forma, Heldman (2005, p. 135) conceitua risco como sendo “um evento que
representa uma ameaça potencial ou uma oportunidade potencial”. P
R
O
J
Segundo Roldão (2007, p. 71), para que exista uma boa gestão de projetos torna-se E
T
necessário: O
S
2 IDENTIFICANDO O RISCO
Os riscos podem ser classificados como de origem interna ao projeto, ou seja, aqueles
que estão sob o domínio do gestor de projetos e que comumente estão associados a possíveis
erros cometidos no transcorrer da execução do projeto; ou de origem externa, que são os riscos
que não estão sob o controle do gestor, que são imprevisíveis ou incertos, como, por exemplo,
riscos quanto a questões ambientais, legais, políticas ou sociais.
Conhecendo os erros mais frequentes na gestão de projetos, é possível ficar atento aos
riscos a que os projetos estão sujeitos. Por este motivo, conheceremos agora os erros mais
cometidos na gestão de projetos e que são abordados por Roldão (2007).
NOT
A!
Você já estudou sobre a EAP no Tópico 3 da Unidade 1 deste
Caderno de Estudos.
Work Breakdown Structure (WBS) = Estrutura Analítica de Projetos
(EAP).
• Riscos relacionados aos Fatores Críticos de Sucesso: de acordo com Heldman (2005, p.
85), fatores críticos de sucesso são todas “as entregas ou requisitos do projeto que devem
ser obrigatórios e corretamente concluídos para que o projeto seja considerado um sucesso”.
No entanto, nem todas as entregas são efetivamente fatores críticos de sucesso. Tais fatores
devem ser determinados em conjunto pelos envolvidos no projeto empresarial.
Dentre os fatores críticos de sucesso considerados por Heldman (2005, p. 140), aqueles
que estão presentes em todos os projetos empresariais e os respectivos riscos associados a
eles, podemos citar:
- Compreensão e consenso a respeito das metas do projeto por parte dos principais
stakeholders, equipe de projeto, equipe de gerenciamento e gerente de projetos.
Risco: se a compreensão e o consenso não forem atingidos, o projeto não vai produzir
os resultados esperados pelos stakeholders e, por isso, não vai ser bem-sucedido. Isso
pode resultar na perda do negócio para a sua empresa ou em questões contratuais que
requerem intervenção legal. Como resultado, seu próprio emprego ou sua reputação
pessoal podem ser afetados.
- Declaração do escopo bem definida. Risco: um escopo mal definido vai resultar num
mau direcionamento da equipe do projeto, levando a prazos não cumpridos, mudanças
contínuas no escopo, revisões, resultados imprecisos e/ou aumento dos custos.
- Plano de projeto bem definido. Risco: aqui, os riscos são semelhantes aos que foram
enumerados no risco da declaração de escopo, incluindo revisões, resultados incorretos,
baixa qualidade, aumento dos custos e prazos não cumpridos.
P
R • Riscos comerciais do projeto empresarial: facilidade de venda, timing, questões de
O
J gerenciamento e atrasos dos fornecedores são alguns riscos que poderão ocorrer em um
E
T projeto.
O
S
- Quanto às questões de gerenciamento: como, por exemplo, as citadas por Heldman (2005,
p. 141), “mudanças nas diretivas estratégicas corporativas, reorganização das unidades
de negócios, demissões e cortes e restrições de orçamento”, podem interferir no projeto
empresarial.
- Quanto aos atrasos dos fornecedores: caso os fornecedores não cumpram os prazos
estipulados no cronograma, tal fato afetará o projeto empresarial, seja quanto ao seu
orçamento ou ao seu resultado final.
• Riscos externos ao projeto: tais riscos fogem do controle da equipe do projeto. Questões
como incêndios, enchentes, clima, o envelhecimento da tecnologia aplicada em seu projeto,
entre outros, poderão trazer riscos ao projeto empresarial.
Na primeira coluna são abordados os tipos de riscos, na segunda coluna são apresentados
os impactos que tal risco poderá causar ao projeto, e a terceira e última coluna serve para que
o gerente do projeto indique se avaliou o risco e o documentou adequadamente.
Por se tratar de uma lista-guia, os riscos nela listados, bem como seus impactos, deverão
ser descritos na forma mais específica possível. Além disto, há a possibilidade de acrescentar
novos riscos que porventura não estejam listados na mesma.
Orçamentos/ E
Aumento de custo. M
Financiamentos. P
R
Perda de integrantes-chave da equipe, número E
Questões de pessoal. S
insuficiente de integrantes na equipe do projeto. A
R
I
Qualidade. Não atende aos padrões. A
I
S
112 TÓPICO 3 UNIDADE 2
Com o risco identificado, vamos agora verificar como fazer para avaliá-lo e analisá-lo.
P
R
O
J
E
3 AVALIANDO e analisando O RISCO
T
O
S
E
M De acordo com Keeling, a avaliação de um risco deve levar em conta diversos fatores,
P
R que são:
E
S
A
R
- a natureza do(s) possível(is) risco(s);
I - a probabilidade do risco (fatores da probabilidade do risco);
A - as consequências do risco;
I
S
- recursos, custos e consequências de se minimizar ou subscrever riscos
(underwritting risks). (KEELING, 2006, p. 105).
UNIDADE 2 TÓPICO 3 113
Avaliar e analisar um risco traz muitos benefícios para um projeto empresarial. Dentre
estes benefícios, podemos citar uma maior sistematização de seu planejamento, uma maior
confiança aos executores do projeto e demais envolvidos e uma noção quanto à quantificação
e consequências que estes riscos poderão acarretar ao projeto.
Para determinar a probabilidade e seu respectivo impacto é possível utilizar uma escala
classificando cada evento, atribuindo-lhes os indicadores: alta, média ou baixa. Ou ainda,
atribuir valores a estas classificações, conforme quadro a seguir:
ER = PROBABILIDADE X IMPACTO
4 ADMINISTRANDO O RISCO
• Aceitação: esta estratégia não requer qualquer tipo de planejamento, porque ela indica
que, caso o risco venha a acontecer, o projeto se manterá em seu curso sem nenhum tipo
de alteração.
• Prevenção: esta estratégia requer um plano contingencial que evite o impacto do risco
sobre o projeto ou, mesmo, que o elimine.
• Transferência: esta estratégia não elimina o risco, nem mesmo seu impacto sobre o
projeto, ela apenas terceiriza a responsabilidade do mesmo para outros, contratando
fornecedores especializados na resolução daqueles riscos, como, por exemplo: uma
P
R
seguradora é responsável pelo risco de um acidente de carro.
O
J
E • Mitigação: esta estratégia procura diminuir a probabilidade de um risco ou de seu impacto
T
O a um nível tolerável, como, por exemplo: antecipar o horário de chegada dos convidados
S
de um evento para que todos estejam no local a tempo de iniciá-lo no horário previsto.
E
M (HELDMAN, 2005, p.154).
P
R
E
S
Com o intuito de minimizar os erros e seus respectivos riscos de ocorrência, Roldão
A (2007, p. 76) lista os “princípios em gestão de projetos”, que são:
R
I
A 1. Integração
I
S - alinhar o projeto com os objetivos da organização, criando uma visão comum.
2. Focar nos resultados e motivar
UNIDADE 2 TÓPICO 3 115
5 RESPONDENDO AO RISCO
LEITURA COMPLEMENTAR
A (in) GESTÃO DE RISCOS
Wilson A. de Freitas
Como diz o bom conselho: “Uma grama de prevenção vale um quilo de cura”. Nos
projetos existe uma série de incertezas quanto ao cronograma, ao custo e à qualidade do
produto final. Como estas incertezas, que a partir daqui podemos nominar de riscos, podem
ser gerenciadas?
P
- Os passos estão na ordem correta? R
O
J
E
- Os passos têm igual importância? T
O
S
- O processo está bem estruturado? E
M
P
R
- O processo é interativo? E
S
A
- O processo é contínuo? R
I
A
I
- O processo começa logo na fase inicial do projeto? S
118 TÓPICO 3 UNIDADE 2
É incrível como muitas empresas, com suas metodologias próprias ou não, deixam de
contemplar todos os passos fundamentais na gestão de risco, ou, quando estes existem, são
tratados de forma displicente, ao ponto de não serem tratados com a mesma importância e
formalidade; assim, deixam de ser alternativas consistentes de mitigação e contingenciamento
dos riscos. Por exemplo, quando a gestão de risco é tratada como sendo a identificação do
risco propriamente dito.
Não podemos deixar que a alta administração entenda a gestão de risco como um custo
adicional, mas sim como investimento na prevenção e no sucesso do projeto.
FONTE: FREITAS, Wilson A. de. A (in)gestão de riscos. O gerente. Disponível em: <http://www.
ogerente.com.br/novo/artigos_ler.php?canal=14&canallocal=46&canalsub2=148&id=2365>.
Acesso em: 19 set. 2011.
P
R
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S
120 TÓPICO 3 UNIDADE 2
RESUMO DO TÓPICO 3
• As principais classificações dos riscos: quanto à sua origem e quanto ao conhecimento que
se tem sobre ele.
• Os riscos mais comuns de um projeto empresarial, que são aqueles relacionados à tríplice
restrição, aos Fatores Críticos de Sucesso; à comercialização do produto resultante do
projeto; ao ambiente externo e demais riscos.
P
R
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S
E
M
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S
A
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I
A
I
S
UNIDADE 2 TÓPICO 3 121
IDADE
ATIV
AUTO
1 O aniversário de seu grande amigo se aproxima e você foi incumbido de organizar sua
festa surpresa. Preencha a tabela de análise dos riscos com itens diferentes dos
apontados na apostila e sugira soluções, ou seja, crie um plano contingente,
para evitar que os riscos ocorram efetivamente. Siga como referência a Tabela de
Pontuação do Risco, a seguir:
Pontuação Valor
Muito baixo. 0,05
Baixo. 0,20
Médio. 0,40
Grande. 0,60
Muito grande. 0,80
Número Pontuação
Evento Probabilidade Impacto
do Risco do Risco
1
2
3
4
5
6
7
8
9 P
R
10 O
J
E
Plano Contingente: T
O
______________________________________________________________ S
______________________________________________________________ E
M
______________________________________________________________ P
R
______________________________________________________________ E
S
______________________________________________________________ A
R
______________________________________________________________ I
A
I
S
122 TÓPICO 3 UNIDADE 2
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
______________________________________________________________
TÓPICO 4
OS CUSTOS DE UM PROJETO
EMPRESARIAL
1 INTRODUÇÃO
Sabemos que todo e qualquer projeto demanda uma lista de atividades a serem
realizadas. Tais atividades demandam recursos, e entre eles está a verba necessária ao
bom desenvolvimento do projeto empresarial. Sendo assim, Maximiano (2010, p. 104) afirma
que o “custo envolve três etapas interdependentes: planejamento de recursos, estimativa de
custos e elaboração do orçamento”. Este tripé determina a gestão financeira de um projeto
empresarial.
existirem). E
M
P
R
- Os custos administrativos são aqueles que dão o suporte ao trabalho executado no projeto E
S
empresarial. Os custos com instalações, contas telefônicas, papel para copiadora, entre A
R
outros, se encaixam neste grupo. I
A
I
S
124 TÓPICO 4 UNIDADE 2
Além desta forma de classificação específica para projetos, de maneira geral, os custos
podem ser classificados como: diretos e indiretos.
• Custos diretos: todo e qualquer custo relacionado diretamente ao projeto é um custo direto.
Exemplos: salários, treinamentos, aluguel de equipamentos etc.
• Custos indiretos: custos que não estão relacionados apenas ao projeto. Exemplos: gerentes
da empresa que auxiliarão em alguma atividade, mas que não compõem a equipe do projeto
empresarial.
Duffy (2006, p. 54) faz uma listagem de categorias que devem ser levadas em conta
para se determinar o custo real de um projeto empresarial, que são:
• Pessoal – Em geral, este item engloba a maior parte do orçamento. Verifique se você
incluiu tanto o custo de seus atuais funcionários quanto o custo de quaisquer elementos
temporariamente contratados.
• Deslocamento – Todos são funcionários “da casa” ou será necessário trazer gente de
outras localidades?
• Treinamento – Todo mundo sabe como utilizar todos os equipamentos necessários para a
conclusão do projeto? Os membros de sua equipe têm todas as qualificações necessárias?
O eventual treinamento será realizado “em casa” ou implicará deslocamento?
P • Espaço – As pessoas terão que ser transferidas de local? Qual será o espaço necessário
R
O e quanto custará a redistribuição do pessoal?
J
E
T • Pesquisa – Você terá de comprar estudos ou dados que embasem esse projeto? Quantas
O
S pesquisas sua equipe terá de realizar por conta própria? Quanto isso vai custar?
E
M
P • Despesas de capital – Quais serão as necessidades em matéria de outros equipamentos
R
E ou as atualizações técnicas onerosas? Parte do gasto de capital será autofinanciado? De
S
A que forma?
R
I
A • Despesas indiretas – Quais serão os custos fixos projetados? Certifique-se de que eles se
I
S enquadram nos percentuais de custos fixos normais da empresa. (DUFFY, 2006, p. 54).
UNIDADE 2 TÓPICO 4 125
Existem ainda os custos da qualidade que, segundo Heldman (2005, p. 176), se referem
ao “custo para produzir o produto ou serviço do projeto, de acordo com os padrões de qualidade
definidos no plano”.
Existem três custos que estão associados aos custos da qualidade, veja:
2 ESTIMATIVA DE CUSTOS
• Estimativa análoga: segundo Heldman (2005, p. 185), “estabelece uma estimativa para o
projeto com base nos custos reais de projetos anteriores semelhantes em tamanho e escopo
ao projeto que está sendo estimado”, e não é uma técnica muito precisa.
P
• Estimativa “bottom-up”: que, segundo Heldman (2005, p. 185), “estabelece estimativas R
O
individuais para cada tarefa e as totaliza para definir a estimativa total do projeto”. J
E
T
O
• Estimativa paramétrica: para Heldman (2005, p. 285), “é de base quantitativa e multiplica S
o número de unidades pelo custo para definir a estimativa”. E
M
P
R
Segundo Maximiano (2010, p. 107): E
S
A
cada um dos recursos tem custo unitário. Por exemplo, a hora de trabalho R
de um funcionário da produção é igual ao custo total mensal do funcionário I
A
(incluindo encargos sociais, benefícios e outros custos) dividido pelo número I
médio de horas de trabalho por mês. (MAXIMIANO, 2010, p.107). S
126 TÓPICO 4 UNIDADE 2
Vejamos um exemplo:
O custo da hora da mão de obra desta atividade será calculado da seguinte forma:
1. Valor do salário (com encargos e benefícios) dividido pelo número de horas trabalhadas
ao mês (que seriam 176 horas, onde o programador trabalhará 22 dias ao mês, sendo oito
horas por semana). Então: 8.000 / 176 = R$ 45,45 (custo da hora de cada programador).
2. Custo da hora de cada programador multiplicado pelo número de horas necessárias para
a execução da atividade prevista. Então: 45,45 x 300 = R$ 13.635,00 (custo total de cada
programador).
3 ORÇAMENTOS
Segundo Heldman (2005, p. 179), orçamento é “uma lista itemizada dos gastos estimados
necessários para a conclusão do trabalho do projeto”, ou seja, no orçamento deverão estar
listados todos os recursos e materiais necessários ao projeto, com seus respectivos custos
estimados.
O orçamento se trata da linha de base dos custos, ou seja, é com base no orçamento que
se fará um comparativo do que realmente foi gasto no projeto e o que o orçamento previa.
4 GERENCIANDO CUSTOS
Existem basicamente três processos que auxiliam no gerenciamento dos custos, são eles:
Além disso, é possível, por meio deste controle, antecipar-se aos problemas tomando
ações corretivas no projeto.
Duffy (2006, p. 65) cita algumas contingências para as quais o gerente de projetos deve
ficar atento, para que o projeto empresarial não estoure o orçamento previsto. São elas:
P
R - inflação inesperada durante um projeto de longo prazo;
O
J - deixar de ponderar as taxas de câmbio ou de prever inesperada flutuação
E nas taxas de câmbio;
T - não exigir preços firmes, junto aos fornecedores e subempreiteiros;
O
S - previsões baseadas em diferentes métodos de avaliação de custos, como,
por exemplo, horas versus dólares;
E - despesas imprevistas com pessoal, inclusive horas extras, para manter o
M
P projeto dentro do cronograma;
R - necessidades de espaço inesperadas;
E - custos de treinamento inesperados;
S
A - honorários de consultores, para resolver problemas não previstos. (DUFFY,
R 2006, p. 65).
I
A
I
S
UNIDADE 2 TÓPICO 4 129
LEITURA COMPLEMENTAR
CONSÓRCIO MODULAR DA VW EM RESENDE
A lista ainda poderia ser estendida. Um dos itens que causa preocupação é a questão
do valor de contingência para o projeto. O tema está associado a riscos, que representam
algo que pode ou não ocorrer em um projeto. Dado importante: um risco é algo que ainda não
ocorreu (se tivesse ocorrido seria realidade e não risco) e que tem alguma chance de acontecer
(se a probabilidade fosse zero, o risco não existiria mais).
O que não se pode negligenciar é que, se um risco ocorre, com certeza, trará uma
série de prejuízos ao projeto em termos de tempo, qualidade e custos. Os riscos podem ter
sua origem na área de Recursos Humanos, como: perda de profissionais-chave no projeto,
atrasos no processo de contratação de mão de obra, verba para treinamento e capacitação não
aprovada, subcontratação planejada no desenho do projeto não autorizada pela corporação P
R
devido à crise atual etc. Os riscos podem também ter sua origem em alterações de preços O
J
(passagens aéreas, hotéis, aluguéis de veículos etc.), na variação cambial, no custo emergencial E
T
para adequar a voltagem elétrica em um estande em uma feira internacional etc. O
S
E
Por outro lado, os riscos previstos podem ser gerenciados através de abordagens M
P
já conhecidas, como: evitar o risco (avoidance), reduzindo o impacto ou a probabilidade de R
E
ocorrência (mitigation), contratar um seguro para o risco (transference) e elaborar plano de S
contingência, o qual é disparado caso o risco se torne realidade (acceptance). Todo risco, A
R
diante de suas características, do impacto que pode causar no projeto e da probabilidade de I
A
ocorrência, deve ter uma abordagem específica. Estes dois fatores (impacto e probabilidade) I
S
130 TÓPICO 4 UNIDADE 2
determinam o grau de severidade de um risco. Nas best practices do PMI (Project Management
Institute) ainda há a abordagem do acceptance passive, ou seja, mesmo sabendo que o risco
existe, opta-se intencionalmente por nada fazer... (talvez orar, para os crédulos).
Mas, o que chama atenção na questão de riscos em projetos é como eles são “orçados”,
ou seja, como é calculado o valor da contingência. Vê-se que empresas adotam como padrão
determinados percentuais com base em suas experiências passadas, tais como: 5%, 8% ou
10%. Não há metodologia alguma que defina estes patamares, apenas a experiência prévia
e vivência profissional de gerentes e diretores de projetos. Aí, resta “ficar na torcida” para que
os riscos não ocorram, ou, caso ocorram, que haja contingência financeira suficiente para
suportá-los.
O montante final de contingência, que é o somatório da verba estimada para cada risco,
suporta os custos (ou parte) dos riscos que se tornam realidade no transcorrer do projeto. O
maior problema é relativo aos riscos não identificados ou não previstos, que surgem de repente,
sem prévio aviso e que causam danos consideráveis ao projeto.
Assim, gerenciar riscos não é tarefa fácil para o gerente de projetos, sobretudo porque é
algo dinâmico, ou seja, novos riscos podem ser identificados em tempo de execução do projeto,
bem como deixar de existir. Porém, há uma certeza: trabalhar com quantificação financeira
de riscos e seu gerenciamento é mais profissional, seguro e preciso que trabalhar com os
P
R convencionais 5%, 8% ou 10%, propiciando ao gerente de projetos uma gestão financeira mais
O
J sólida e mais realista. Só assim a gestão de custos do projeto terá uma integração efetiva com
E
T a gestão de riscos.
O
S
FONTE: TERRIBILI FILHO, Armando. Gestão de custos e riscos em projetos. Artigonal, São Paulo.
E 2009. Disponível em: <http://www.artigonal.com/ger-de-projetos-artigos/gestao-de-custos-e-
M
P de-riscos-em-projetos-970991.html>. Acesso em: 19 set. 2011.
R
E
S
A
R
I
A
I
S
UNIDADE 2 TÓPICO 4 131
RESUMO DO TÓPICO 4
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O
J
E
T
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S
E
M
P
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132 TÓPICO 4 UNIDADE 2
IDADE
ATIV
AUTO
2 Quais são os passos que devem ser seguidos para a definição de um orçamento de
um projeto empresarial?
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
P
R
O
J 3 Cite as contingências positivas e negativas que podem interferir nos custos de um
E
T projeto empresarial.
O
S _____________________________________________________________________
E
_____________________________________________________________________
M
P
_____________________________________________________________________
R
E
_____________________________________________________________________
S
A
_____________________________________________________________________
R _____________________________________________________________________
I
A
I
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UNIDADE 2 TÓPICO 4 133
IAÇÃO
AVAL
P
R
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J
E
T
O
S
E
M
P
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E
S
A
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I
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134 TÓPICO 4 UNIDADE 2
P
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J
E
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M
P
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E
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A
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I
A
I
S
UNIDADE 3
controlando e concluindo o
projeto empresarial
Objetivos de aprendizagem
PLANO DE ESTUDOS
E
TÓPICO 2 – OS INDICADORES DE CONTROLE EM M
PROJETOS EMPRESARIAIS P
R
E
TÓPICO 3 – ADMINISTRANDO OS RESULTADOS S
A
R
TÓPICO 4 – PRINCIPAIS DOCUMENTOS, I
INSTRUMENTOS E FERRAMENTAS PARA A
PLANEJAMENTO E CONTROLE DE UM I
S
PROJETO EMPRESARIAL